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Estrutura e Funcionamento
da Educação Básica
Eliane de Siqueira
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação,
Vice-Presidente de Pós-Graduação
Paulo de Tarso Pires de Moraes
e Educação Continuada
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Conselho Acadêmico Danielle Leite de Lemos Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
ISBN 978-85-522-0603-3
CDD 370
2018
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SUMÁRIO
histórico.
Introdução
Vamos iniciar nossa aula com uma pergunta: o que você entende por Política Educacional?
Muitos de vocês podem pensar em leis e normas que regem a educação. Outros podem pensar que
a Política Educacional refere-se a todas as decisões tomadas pelo poder público em prol da melhoria
do ensino. Podem, ainda, confundir-se e associar tudo isso com a política partidária, não é mesmo?
Pensar em uma política educacional é algo muito amplo, pois são orientações que deverão ser seguidas
em todo território brasileiro e isso não é tarefa fácil se considerarmos as particularidades das regiões que
compõem nosso país. Dessa forma, as políticas educacionais passaram por muitos ajustes que marcam a
história da educação brasileira e buscaram essa adequação ao longo do tempo, compreendendo o que era
comum a todos os povos e o que poderia ser considerado e desenvolvido como específico.
A política educacional diz respeito às decisões que o Poder Público, isto é, o Estado, toma
em relação à educação. Tratar, pois, dos limites e perspectivas da política educacional bra-
sileira implica examinar o alcance das medidas educacionais tomadas pelo Estado brasileiro.
Por definição, uma política educacional é um conjunto de princípios, diretrizes, propostas, normas e
outras regulamentações que são discutidas e formuladas por um governo e que servirão de intervenção
na educação. Essas medidas podem estar relacionadas a diversos processos que vão desde a informação
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Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou anali-
sar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso
dessas ações e ou entender por que ou como as ações tomaram certo rumo em lugar de outro
(variável dependente). Em outras palavras, o processo de formulação de política pública é aquele
através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações.
desenvolveremos nossa aula com reflexões sobre a história das políticas públicas no Brasil e suas princi-
sões, ações, diretrizes, providências gerais, além regulamentações propostas pelo poder púbico que
incidem diretamente nos espaços educacionais. Ações relacionadas à destinação de verba, formação
docente, investimentos, currículo, entre outros aspectos, são exemplos de ações definidas por meio
Mas será que todas essas ações sempre foram da forma que estão hoje? O que a história da educa-
ção nos mostra sobre isso e de que maneira o contexto histórico e documentos constituídos ao longo
1 Um dos documentos usado como referência para a construção dessa linha do tempo foi Saviani (2008a).
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Em seguida, pode-se considerar como
aulas régias.
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Em 1834, o ato adicional à Constituição do Império modifica a jurisdição do ensino e, segundo
Saviani (2008a), considerando que as províncias não estavam equipadas nem financeira e nem tecni-
camente para promover a difusão do ensino, o resultado foi que atravessamos o século XIX sem que
Muitas discussões seguiram ao longo do Segundo Império como tentativa de elevar a qualidade do
ensino, aumentar o repasse de verbas etc., mas nada conseguiu estabelecer um Sistema Nacional de
O Manifesto dos Pioneiros, em 1932, foi liderado por um grupo de intelectuais preocupados em ela-
borar um programa de política educacional amplo. “O manifesto propunha que o Estado organizasse
um plano geral de educação e definisse a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e
gratuita. Nessa época, a igreja dividia com o Estado a área da educação” (BRASIL, 2018).
Em 1934, durante o período da 1ª República, a Constituição Federal, em seu artigo 156, determi-
nava que a União e os municípios deveriam aplicar nunca menos de 10%, e os estados 20% da arre-
cadação de impostos “na manutenção e desenvolvimento dos sistemas educacionais” (art. 156). Esse
artigo passou por muitas alterações até que, em 1988, fixou 18% para a União e 25% para estados e
municípios.
duais e municipais.
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Seguindo com as reformas e busca por melhorias, em 1996, temos a promulgação da atual LDB e,
em 2001, o Plano Nacional de Educação que será discutido em outras unidades desta disciplina.
(FUNDEF) também foi criado em 1996. O FUNDEF foi implantado, nacionalmente, em 1º de janeiro
de 1998, quando passou a vigorar a nova sistemática de redistribuição dos recursos destinados ao
Ensino Fundamental. Os recursos para o FUNDEF vinham das receitas dos impostos e das transferên-
cias dos estados, do Distrito Federal e dos municípios vinculados à educação. O FUNDEF vigorou até
2006, quando foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). Toda a educação básica, da creche ao ensino
médio, passou a ser beneficiada com recursos federais. Um compromisso da União com a educação
Em 1997, um dos marcos enquanto Política Pública Educacional foi a criação dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs). Os PCNs possuem como função subsidiar a elaboração ou revisão cur-
ricular dos estados e municípios brasileiros que deverão contextualizar de acordo com cada realidade
social. Sendo crucial a participação de toda a equipe pedagógica, a fim de garantir o diálogo entre tais
Temos, ainda, que considerar os diferentes pareceres da Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação, por exemplo, que instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais, em 1998,
De acordo com reportagem publicada no programa “Todos pela Educação”, as Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCNs) é um documento orientador para a Educação Básica que norteiam o planejamento
curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho
que conteúdos básicos sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em consideração os
São essas diretrizes que estabelecem a base nacional comum, responsável por orientar a organi-
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ensino brasileiras (BRASIL, 2013).
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base não só deve nor-
tear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propos-
tas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Estes são alguns exemplos de Políticas Educacionais Brasileiras, que buscaram, ao longo do tempo,
organizar ações e implementar mudanças que objetivaram a melhoria da educação. Vale lembrar
que outras ações foram desenvolvidas, como reformas educacionais em diferentes níveis de ensino.
Buscou-se, com esses exemplos, ilustrar o caminho percorrido pela educação no Brasil e a influência
Para que o sistema permaneça vivo e não degenere em simples estrutura, burocratizando-se,
é necessário manter continuamente, em termos coletivos, a intencionalidade das ações. Isso
significa que em nenhum momento se deve perder de vista o caráter racional das atividades
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desenvolvidas. E o plano educacional é exatamente o instrumento que visa introduzir racio-
nalidade na prática educativa como condição para superar o espontaneísmo e as improvisa-
ções, que são o oposto da educação sistematizada e de sua organização na forma de sistema.
A criação de um Sistema Nacional de Educação (SNE) foi prevista desde a Constituição Federal de
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o obje-
tivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretri-
zes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desen-
volvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações inte-
gradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - erradicação do analfabetismo;
Sendo assim, a criação desse sistema foi prevista no artigo 13 do Plano Nacional de Educação,
aprovado em 2014:
Art. 13. O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publi-
cação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os
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sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estra-
tégias do Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014).
O PNE (Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014) previa 2 anos para que houvesse a organização
de um SNE.
De acordo com o MEC, o principal objetivo para a criação do SNE foi aperfeiçoar a organização
da educação para que as políticas públicas fossem capazes de assegurar o direito constitucional com
equidade.
Se o sistema pode ser definido como a unidade de vários elementos intencionalmente reuni-
dos de modo a formar um conjunto coerente e operante, conclui-se que o Sistema Nacional
de Educação é a unidade dos vários aspectos ou serviços educacionais mobilizados por deter-
minado país, intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto coerente que opera
eficazmente no processo de educação da população do referido país. (SAVIANI, 2010, p. 381).
Pela lei, o SNE deveria ter sido instituído até meados de 2016, mas já em 2015 possuía textos de
referência e metas para serem alcançadas até 2024. Um desses documentos foi o Planejando para
a Próxima Década, disponível para consulta no próprio site do Ministério da Educação. O objetivo da
criação do documento era permitir o desdobramento dos tópicos elencados por diversos especialis-
tas em discussões que retornem com contribuições para uma proposta coletiva que encontre eco no
Nesse documento, além de quatro metas centrais para discussão, a equipe responsável também
organizou uma agenda (Figura 01) que atendesse às expectativas dos dois anos para implantação do
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apresentação do presente texto pelo MEC; elaboração de uma
julho e agosto proposição sobre a Base Nacional Comum e CAQi/CAQ; início dos
debates nacionais
Em 2017, numa publicação no Diário Oficial da União, temos a convocação para uma Conferência
A Conferência deverá reunir diversos setores da educação. Serão realizadas etapas munici-
pais e estaduais antes da etapa nacional. A última conferência de educação foi realizada em
2014. O tema da próxima conferência será A Consolidação do Sistema Nacional de Educação
e o Plano Nacional de Educação: monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a
garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica (TOKARNIA, 2017,
on-line).
Entre as metas que não foram cumpridas do PNE está a instituição do Sistema Nacional de
Educação (SNE), que estabelecerá a colaboração entre União, estados e municípios para a
oferta educacional. Isso deveria ter sido feito até 2016. A consolidação do SNE será agora um
dos principais focos da Conferência (TOKARNIA, 2017, on-line).
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Entre os princípios que servirão de base para discussões e fomentarão a elaboração do referido sis-
tema estão:
1. Alterações na LDB.
estruturais, falta de repasse de verbas, além de questões sociais graves e que são comuns a todas
as escolas do entorno. Como forma de amenizar esses danos, realizou-se algumas assembleias com
a comunidade para discussão de temas relevantes para melhoria dos problemas diagnosticados e, a
partir das discussões feitas, um documento regulamentador foi apresentado à Câmara da região. Se
essa proposta for aprovada e implantada, ela poderá ser considerada uma Política Pública Educacional
Considerações Finais
• Por definição, uma política educacional é um conjunto de princípios, diretrizes, propostas, nor-
mas e outras regulamentações que são discutidas e formuladas por um governo e que servirão
de intervenção na educação.
• O primeiro documento oriundo de uma Política Educacional usado no Brasil foram os Regimentos
de D. João III; em seguida, pode-se considerar como marco nessa análise histórica o Plano da
Redízima; Carta de Lei, LDB, PNE e BNCC são alguns exemplos de políticas públicas educacionais.
1988, em seu artigo 214, e foi reforçada a partir do PNE, que determinava dois anos para sua
implementação.
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• De acordo com o MEC, o principal objetivo para a criação do SNE foi aperfeiçoar a organização
da educação para que as políticas públicas fossem capazes de assegurar o direito constitucional
com equidade.
Glossário
• Catequese: explicação oral, metódica, dos mistérios da fé e das coisas religiosas em geral
• Jesuítas: os jesuítas são religiosos da Igreja Católica que fazem parte da Companhia de Jesus.
Essa ordem religiosa foi fundada, em 1534, por Inácio de Loiola (SUAPESQUISA, [2018], on-line).
• Aula régia: as aulas régias compreendiam o estudo das humanidades, sendo pertencentes ao
Estado e não mais restritas à Igreja - foi a primeira forma do sistema de ensino público no Brasil
portanto, a igualdade educacional sobre a qual as singularidades devem ser consideradas e aten-
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Verificação de leitura
QUESTÃO 1-Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir:
“Por definição, uma política educacional é um conjunto de princípios, diretrizes, proposta,
normas e outras regulamentações que são discutidas e formuladas por um governo e que”
c) Constituição Federal.
QUESTÃO 3-O Sistema Nacional de Educação tem como objetivo ____________ e _____________
a educação para que as Políticas Públicas fossem asseguradas com _________________.
a) Homologar, organizar e valorização profissional.
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Referencias Bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 20 mar. 2018.
______. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI,
2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&-
view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192>.
Acesso em: 20 mar. 2018.
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RODRIGUES, L. O que são e para que servem as diretrizes curriculares? Todos pela
Educação, 2012. Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-
-tpe/23209/o-que-sao-e-para-que-servem-as-diretrizes-curriculares/>. Acesso em: 20
mar. 2018.
SAVIANI, D. Educação Brasileira: estrutura e sistema. 10. ed. Campinas: Autores Asso-
ciados, 2008b.
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Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa A.
As políticas públicas educacionais estão relacionadas a ações para a educação, sejam relacionadas
posta parte das necessidades educacionais e seus procedimentos de melhorias e não regras fixas que
QUESTÃO 2- Alternativa B.
A LDB é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; PNE trata-se do Plano Nacional de
Educação; e a BNCC de 2017 é a Base Nacional Comum Curricular, todos os documentos relacionados
QUESTÃO 3- Alternativa D.
As Políticas públicas têm, entre outros objetivos, o aperfeiçoamento e organização dos procedimen-
tos educacionais, de forma que em todo território os direitos de aprendizagem dos alunos seja desen-
volvido com equidade, assim como outras questões também são consideradas.
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2 Lei de
diretrizes
e bases da
educação
nacional
Objetivos específicos
• Analisar a legislação enquanto política pública.
Introdução
Na aula 01, as principais caraterísticas relacionadas às Políticas Públicas Educacionais foram apre-
sentadas como forma de fundamentar os exemplos que seriam abordados posteriormente, como é o
Retomando esses conceitos, Silva, Scaff e Jacomini (2010) compreendem as políticas públicas
como conjunto de ações sistemáticas para sanear problemas que afetam a vida de grupos sociais espe-
cíficos ou de coletividades mais amplas. Nesse sentido, entendem as políticas públicas como movi-
mentos complexos que arregimentam esforços de diferentes agentes para dar corpo a séries de ações
e comportamentos que produzem repercussões na vida social. Sendo assim, as políticas educacionais
são definidas, implementadas e reformuladas dentro de um processo dinâmico, “em que conceitos,
modelos e interpretações da realidade não são permanentes, são gerados em outras áreas e transitam
Complementar à essa análise, a LDB se materializa enquanto Política Pública educacional e será
Ao refletir sobre essa questão, começamos a trilhar o caminho para compreender a importância da
LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) para a homogeneização de vários aspectos educacionais
O processo educacional tem garantido por lei o direito de explorar as especificidades regionais.
Pense na seguinte situação: João mora na região Nordeste, e sua família irá para a região Sudeste no
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próximo semestre. Como garantir que João conseguirá acompanhar os estudos e potencializar seu pro-
Estes e outros aspectos tornaram-se preocupação constante de vários estudiosos da educação que
A LDB, como veremos nesta aula, é um desses instrumentos, e a partir dela, outras publicações
foram surgindo como forma de complementá-la, regular ações e propor novos desafios que objetivam
Faz-se necessário iniciar as reflexões. Começaremos com um resgate histórico sobre as LDBs ante-
riores (1961 e 1971) até 1996 e, a partir disso, aprofundaremos o olhar nas temáticas propostas em
que considerava como algo novo dentro desse contexto, fala-se pela primeira vez sobre o “respeito a
Art. 1ºA educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por fim:
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e) o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos científicos e tecnológi-
cos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio;
(BRASIL, 1961, Art. 11). Com a redação dada ao artigo, os governos teriam
lanovistas (Movimento Escola Nova) e outros educadores católicos, que compunham o grupo de dis-
Após muitos entraves, três grupos se juntaram para defender a oferta de educação pública:
os “liberais-idealistas”, grupo que tinha como epicentro o jornal O Estado de S. Paulo, insti-
tuição-chave para a fundação da Universidade de São Paulo; os “liberais-pragmatistas”, os
históricos educadores da Escola Nova (decisivos com a apresentação do manifesto “Mais uma
vez convocados”, documento aglutinador apresentado por Fernando de Azevedo em 1959);
e a corrente de “tendência socialista”, capitaneada pelo sociólogo Florestan Fernandes, tam-
bém da USP (BARROS, 2016).
24
2.1.1.1 Organização do documento
A Lei nº 4.024, de 1961, estava organizada em XIII títulos, e alguns destes subdivididos em capítu-
los, como pode ser observado no Quadro 01. Além disso, apresentava 120 artigos e alguns vetos, pois
Título I 1 artigo apenas sem subdivisão cujo foco era a abordagem da educação
Dos Fins da Educação nacional e seus princípios e finalidades.
Título II
2 artigos que abordam a questão da educação como direito.
Do Direito à Educação
CAPÍTULO I
Da Educação Pré-Primária
Título VI (menores de 7 anos ministrada em escolas maternais ou jardins de infância).
Da Educação de Grau
Primário CAPÍTULO II
Do Ensino Primário
(no mínimo em 4 séries anuais sendo obrigatório a partir dos 7 anos).
CAPÍTULO I
Do Ensino Médio
(destinada à formação do adolescente)
CAPÍTULO II
Do Ensino Secundário
Título VII (variedade de currículos)
Da Educação de Grau
Médio CAPÍTULO III
Do Ensino Técnico
(industrial, agrícola e comercial)
CAPÍTULO IV
Da Formação do Magistério para o Ensino Primário e Médio
(Ensino Normal- Formação de Professores)
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Título VIII
Da Orientação Educativa Do artigo 62 ao 65 o foco da lei é falar sobre os orientadores de educação.
e da Inspeção
CAPÍTULO I
Do Ensino Superior
(objetivava a pesquisa, desenvolvimento das ciências, letras e artes bem como
a formação profissional)
Título IX Esse capítulo foi o que maior número de vetos teve em seus artigos.
Da Educação de Grau CAPÍTULO II
Superior Das Universidades
(cinco ou mais estabelecimentos de ensino unidos).
CAPÍTULO III
Dos Estabelecimentos Isolados de Ensino Superior
(autarquias, fundações ou associações).
Título X Apenas dois artigos (88 e 89) falavam da possibilidade de enquadramento dos
Da Educação de
Excepcionais excepcionais no sistema geral de educação.
Título XI
Da Assistência Social Assistência social, médico-odontológico e enfermagem para os alunos.
Escolar
Título XIII E finaliza falando sobre o ensino religiosos e outras questões não enquadradas
Disposições Gerais e
Transitórias nos títulos ou capítulos anteriores.
26
Com essa ação, os cursos relacionados às áreas tecnológicas tiveram um aumento
significativo no que diz respeito a sua demanda, enquanto a área de Ciências Humanas
momento.
Descentralização do poder do
Formação para o trabalho, ensino técnico,
Princípios MEC e autonomia para estados
industrialização.
e municípios.
Regulamento os Conselhos
Controle social Mantém os Conselhos de especialistas.
Federal e Estadual de Educação.
Aplicação de 12% da União e
Aplicação de 20% dos municípios e sem
Gastos com Educação 20% dos estados, municípios e
definição para estados e municípios.
Distrito Federal.
Grau Primário - Ensino pré-
primário (maternal e jardim da
infância), Ensino primário (1º.
ao 4º. ano). Ensino de 1º. Grau e 2º. Grau (Superior,
Organização do sistema
Grau Secundário - Ginasial, supletivo a distância).
colegial, secundário (técnico e
magistério).
Grau Superior
Ensino primário 1º. Grau
Ensino obrigatório
(1º. Ao 4º. Ano) (7 aos 14 anos)
27
Dias letivos 180 dias letivos. 180 dias letivos.
ensino e a autonomia dada às escolas e universidades. Institui, também, um sistema regular de avaliação.
Seguindo a organização vista nas LDBs anteriores, ela possui 96 artigos, distribuídos por 9 títulos,
alguns também subdivididos em capítulos, e estes, por sua vez, trazem algumas seções, conforme
descrito a seguir:
Título I Da educação
28
Título IV Da Organização da Educação Nacional
2.4 Principais
aspectos
Link
A partir da Constituição Federal de 1988, Para conhecer as alterações propostas pela Lei nº 11.114
na íntegra acesse o link disponível em: <http://www.
iniciaram-se as discussões do projeto para planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/
l11114.htm>. Acesso em: 21 mar. 2018.
esta lei até que, em 1996, sua aprovação
aconteceu.
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996).
A parceria escola e família são consideradas logo no início do documento e reflete uma preocupação
29
com a formação plena do indivíduo.
O ensino passa, então, de ginásio/colegial e 1º/2º grau para Educação Básica, dividida em Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, e temos a seguinte organização, como pode ser obser-
vado no Quadro 3.
EDUCAÇÃO BÁSICA
(dos 4 aos 17 anos – obrigatória a matrícula)
A carga horária deve ser de 800 horas distribuídas em 200 dias letivos.
30
• Educação de Jovens e Adultos (EJA) - artigos 37 e 38.
• Educação profissional - artigos 39 a 42, com objetivo de desenvolver aptidões para a vida produtiva.
• Educação Especial- artigos 58 a 60, que objetiva o atendimento aos portadores de necessidades
Com relação ao repasse de verbas que já mencionamos nas LDBs anteriores, temos a União com
a responsabilidade de, no mínimo, 18%, enquanto os Estados, Distrito Federal e Municípios repassam
25%. Para otimizar esses gastos, a Lei também define, no artigo 70, o que é de fato considerado
com características próprias e bem delimitadas e direcionamento formativo para o mercado de traba-
lho. Pode organizar-se em cursos sequenciais, graduação, tecnológicos e pós-graduação (lato sensu
31
ou stricto sensu).
superior.
Por fim, dos tópicos que pretendíamos chamar a atenção nesta aula, temos o artigo 80, que fala
sobre o desenvolvimento do ensino a distância. Esse artigo possui uma regulamentação presente no
Decreto nº 5622 de 2005. Entre as restrições, temos a não oferta da EaD para o ensino fundamental
exposto, quais as principais mudanças ofertadas pelas referidas legislações e seus impactos no pro-
cesso educacional?
Considerações finais
• A LDB é um dos instrumentos usados para regular ações e propor novos desafios que objetivam
• A primeira LDB data de 1961, e foi aprovada durante o governo de João Goulart. Entre os aspec-
tos que considerava como algo novo dentro desse contexto, fala-se, pela primeira vez, sobre o
• A Escola Nova foi um movimento de renovação do ensino que foi especialmente forte na
Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX. Levou a debates com os
32
educadores católicos durante a elaboração da LDB nº 4024/61.
• Uma das grandes mudanças introduzidas pela LDB nº 5692/1971 foi a profissionalização nos cur-
sos de 2º grau.
regular de avaliação.
• A parceria escola e família são consideradas logo no início do documento e reflete uma preocu-
• Por fim, dos tópicos que pretendíamos chamar a atenção nesta aula, temos o artigo 80, que fala
Glossário
• Inconstitucionais: que está em desacordo com a constituição ('conjunto de leis') de um país;
• Crianças excepcionais: na época em que o termo foi usado na legislação, referia-se a qualquer
33
Verificação da leitura
b) LDB nº 5692/71.
c) LDB nº 9394/96.
A sequência correta é:
a) 1-a, 2-c, 3-b.
b) 2-a, 1- b, 3-c.
c) 3-a, 1- b, 2-c.
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QUESTÃO 2- A primeira LDB de 1961 discutia muitos aspectos até então considerados novi-
dade no cenário educacional. Analise cada afirmação a seguir, colocando (V) para verdadeiro
e (F) para falso:
( ) Liberdade de ensino.
( ) Sistemas de ensino.
( ) Educação de Grau superior.
( ) Educação de Excepcionais.
( ) Educação a Distância.
A sequência que preenche corretamente os espaços é:
a) V, F, F, F, V.
b) F, F, F, V, V.
c) V, V, F, F, F.
d) V, F, V, F, V.
e) V, V, V, V, F.
QUESTÃO 3- Qual alternativa contém uma mudança introduzida pela LDB 5692/1971:
a) A formação de professores na modalidade a distância.
35
Referencias Bibliográficas
BARROS, R. A história da LDB.Revista Educação, São Paulo, Ed. 235. Dez. 2016. Dispo-
nível em: <http://www.revistaeducacao.com.br/historia-da-ldb/>. Acesso em: 21 mar.
2018.
Gabarito
36
QUESTÃO 1-Alternativa A.
A legislação educacional mostra muitos avanços ao longo do tempo. Destaca, em um primeiro
momento, o Grau primário, evolui para uma educação profissionalizante e, atualmente, organiza tudo
QUESTÃO 2-Alternativa E.
A educação a distância, enquanto modalidade de educação, foi considerada na LDB de 1996,
embora diferentes forma de atuação, como o rádio e a TV, já fossem consideradas como processo de
educação a distância.
QUESTÃO 3-Alternativa C.
O ensino profissionalizante foi considerado uma grande mudança na legislação de 1971 e fez com
que a procura pela área tecnológica aumentasse muito em detrimento da área de Ciências Humanas.
37
3 Fundo de
manutenção e
desenvolvimento da
educação básica e de
valorização dos profissionais
da educação- fundeb (lei nº
11.494/2007)
Objetivos específicos
• Conhecer as principais características do Fundeb.
Introdução
Uma política pública tem, entre outras funções, o objetivo de organizar procedimentos, regulamen-
tar ações, direcionar propostas, entre outras características que estão sendo discutidas ao longo desta
disciplina.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) foi assim formulada e, passando por muitas altera-
ções desde 1961 (primeira Lei) para atender a demanda educacional da nossa sociedade, chegou em
1996 considerando o contexto da época. Após esse período, emendas, resoluções e decretos busca-
ram adequar outras questões que, até então, não tinham sido explicitadas na legislação. Tudo isso
faz parte das Políticas Públicas educacionais e são responsáveis, diretas ou indiretas, pela estrutura e
funcionamento da educação.
Profissionais da Educação) também faz parte dessas ações em prol da educação e será objeto de dis-
39
3.1 Fundef ou fundeb?
A elaboração de uma política pública apresenta, em seu texto, indícios de que não fora pensada,
Nesse sentido, a criação do Fundef objetivou garantir uma subvinculação dos recursos da educação
para o Ensino Fundamental, bem como para assegurar melhor distribuição desses recursos. A partir
dos referidos estudos e pesquisas e, para adequar-se no que diz respeito a outras modalidades de
Para compreender melhor esses aspectos e as principais mudanças ocorridas nessas Políticas Públicas
Educacionais, o resgate de ideias sobre o Fundef será o primeiro ponto de abordagem desta aula.
pelo Ministério da Educação (MEC) como forma de otimizar os gastos direcionados, neste caso, para
o ensino fundamental.
De acordo com a publicação do próprio MEC, o Fundef foi criado para garantir uma subvinculação
40
fundamental público, como o mais representativo segmento da educação básica oferecida
pelos Estados e Municípios brasileiros. Seu objetivo é promover a universalização, a manu-
tenção e a melhoria qualitativa desse nível de ensino, particularmente, no que tange à valo-
rização dos profissionais do magistério em efetivo exercício. Assim, a implantação do Fundo
concorreu, dentre outros aspectos, para a incorporação e a manutenção de alunos nas redes
públicas estaduais e municipais e para a melhoria da remuneração do magistério, particular-
mente onde os salários praticados estavam muito baixos (BRASIL, 2004)
• ICMS.
(Lei Kandir).
Além desses recursos, outras verbas federais poderiam ser usadas para garantir um valor mínimo
A distribuição entre a rede estadual e municipal era feita de acordo com o número de alunos con-
A base de cálculo era feita a partir da seguinte fórmula, apresentada na Figura 01.
41
Fórmula bem complexa, não é mesmo?
Supondo que o montante anual de recursos do FUNDEF, no âmbito dessa Unidade Federada, seja
de R$85.000.000,00, esse Município será contemplado, ao longo do ano, com R$2.194.289,00. Esse
Para a aplicação das verbas, 60% deveriam ser consideradas para remuneração dos profissionais
do magistério em efetivo exercício, o que incluía equipe de suporte pedagógico, e os outros 40%
para ações de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental público. De acordo com Brasil
42
• Remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e dos profissionais da educação.
ao ensino.
• Amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos itens acima.
Em 2006, o Fundef foi, então, substituído pelo Fundeb como veremos a seguir:
e regulamentado pela legislação em 2007. O Ministério da Educação, em publicação feita com a par-
Com a mudança, todos os alunos matriculados na Educação Básica e demais modalidades são con-
Foram três embasamentos legais usados para a criação do referido fundo em 2006:
43
• Emenda Constitucional nº 14/96.
• Lei 9424/96.
• Decreto 2264/97. Assimile
A reorganização do ensino, proposta pela LDB de
Esse compromisso está firmado até o ano 1996, engloba os diferentes níveis de ensino em Ed-
ucação Básica e algumas nomenclaturas mudaram. A
de 2020 pela Emenda Constitucional nº 53, Educação Básica é composta pela Educação Infantil,
Ensino fundamental e Ensino Médio.
de 19 de dezembro de 2006, e teve como
sivamente, a ser 20% a partir de 2009. Essa porcentagem incide sobre as seguintes fontes de
arrecadação:
• ITR- Quota Parte de 50% do Imposto Territorial Rural devida aos Municípios.
Em relação ao Fundef, fundo anterior, temos o aumento não só da porcentagem, mas também das
A base de cálculo continua sendo o Censo Escolar do ano anterior ao repasse de verbas. A partir
desse dado, o número de matrículas é multiplicado por um fator de ponderação. Esse fator é calculado
anualmente para servir de base de cálculo em cada Estado e Município. No total, são 19 fatores de pon-
deração cuja evolução de valores pode ser observada na tabela produzida pelo MEC. Por exemplo:
Fator de Ponderação - Creche Pública em tempo integral. O valor de investimento por aluno variou
44
• Fator de Ponderação - Anos finais do
matrículas na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Já os Estados terão como base as matrículas
que possuem no Ensino Fundamental e Ensino Médio. Vale salientar que, em 2007, os 100% consi-
derados eram apenas dos alunos do ensino fundamental regular e especial. Essa abrangência foi pro-
A partir do recebimento desses recursos, a destinação segue as mesmas definições previstas ante-
riormente, ou seja, 60% para pagamento dos profissionais da educação do magistério em efetivo
Controle Social. Somente com a formação desse conselho é que os municípios podem receber e con-
tribuir com o repasse de verbas do Fundeb. Em sua formação, ele terá o gestor da Secretaria de
45
Educação, funcionários, representantes da comunidade e representações de classe.
na vida e no desenvolvimento educacional das pessoas. Sendo assim, reflita quais foram as mudanças
efetivas que a Fundeb trouxe para a educação e os motivos que fazem com que ele seja considerado
Considerações Finais
• A criação do Fundef objetivou garantir uma subvinculação dos recursos da educação para o
Ensino Fundamental, bem como para assegurar melhor distribuição desses recursos.
1996, pelo Ministério da Educação (MEC) como forma de otimizar os gastos direcionados, neste
• A porcentagem que deveria ser repassada para composição desse fundo era de 15% da arreca-
dação das seguintes receitas: Fundo de Participação de Estados e Municípios; ICMS; Imposto
• A distribuição entre a rede estadual e municipal é feita de acordo com o número de alunos con-
• 60% deveriam ser consideradas para remuneração dos profissionais do magistério em efetivo
exercício, o que inclui equipe de suporte pedagógico, e os outros 40% para ações de manuten-
• O Fundef, a partir de uma emenda constitucional, foi substituído em 2006 pelo Fundeb (Fundo
• Em relação ao Fundef, fundo anterior, com o Fundeb temos o aumento para 20% da arrecadação
46
que aconteceu de forma progressiva e também o aumento das fontes de onde esse recurso é
descontado.
• Os dados obtidos do Censo Escolar são multiplicados por um fator de ponderação no Fundeb.
Glossário
• Subvinculação: relativo à inferioridade, substituição ou aproximação.
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-O Fundeb foi criado como forma de repassar recursos para toda educação bá-
sica e não apenas para o ensino fundamental como era previsto no Fundef. Sendo assim, é
correto afirmar:
a) O Fundeb atendia todo o ensino fundamental, enquanto o Fundef surge para ampliar esse
repasse, principalmente para a EJA.
b) O Fundef objetivou garantir uma subvinculação dos recursos da educação para o Ensino
Fundamental, enquanto o Fundeb envolveria a Educação Infantil, Ensino Fundamental e en-
sino Médio.
c) Os recursos devem ser destinados com base no número de matrículas, porém, a porcenta-
gem maior fica destinada à Educação Infantil.
e) O Fundeb tem como foco o atendimento da Educação Infantil e apenas após considerar
essa faixa etária é que o restante da verba pode ser redistribuído.
47
QUESTÃO 2-A sigla FUNDEF significa Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental.
Foi criado em 1996, pelo Ministério da Educação (MEC), como forma de otimizar os gastos
direcionados, neste caso, para o ensino fundamental. Sobre o Fundef, é correto afirmar:
I - É um fundo de natureza contábil.
II - Cada Estado e cada município recebe o equivalente ao número de alunos matriculados
na sua rede pública do Ensino Fundamental.
III - Cada Estado recebe o equivalente ao número de alunos matriculados na sua rede pública
do Ensino Médio, incluindo a EJA.
Estão corretas:
a) Apenas I.
b) II e III.
c) I e II.
d) I, II e III.
e) Apenas III.
QUESTÃO 3-No Fundeb, a base de cálculo usa o Censo escolar como referência e acrescen-
ta:
a) O Porte da escola de acordo com número de alunos e equipe docente.
b) Um fator de ponderação.
48
Referências bibliográficas
BRASIL. FNDE. Financiamento - FUNDEB: Perguntas Frequentes. FNDE, 2018. Dispo-
nível em: <http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb>. Acesso em: 21 mar. 2018.
49
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa A.
Um dos grandes avanços conquistados pela educação com a aprovação do FUNDEB foi envolver
QUESTÃO 2-Alternativa C.
Todo material relacionado ao Fundeb deixa claro que o repasse de recursos objetiva o atendimento
de toda educação básica. Sendo assim, seu cálculo envolverá o número de matrículas na Educação
QUESTÃO 3-Alternativa B.
O Fator de Ponderação foi uma das alterações introduzidas com a implantação do Fundeb. Além
do Censo escolar, utiliza-se uma base de cálculo anual que entra no cálculo para o repasse de verbas.
50
4 Plano
Nacional
de Educação-
PNE (Lei Nº
13.005/2014
Objetivos específicos
• Conhecer o Plano Nacional de Educação (PNE).
Introdução
Nos temas anteriores, foram apresentados alguns aspectos para a compreensão do significado de uma
Política Pública Educacional, e a discussão sobre algumas delas teve como objetivo mostrar os impactos
diretos ou indiretos da criação de uma Política Pública Educacional para melhoria da educação no Brasil.
Para relembrar o conceito de políticas públicas explorado, apresenta-se a análise de Oliveira (2010):
“Políticas públicas” é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, políticas públicas
educacionais é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em educação. Porém, edu-
cação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer
que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação, que em
geral se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que políticas públicas
educacionais dizem respeito à educação escolar (OLIVEIRA, 2010).
De acordo com Lauande (2013), todas as questões que envolvem a política educacional no Brasil
têm sido objeto de inúmeros estudos e envolvem outras temáticas, como: políticas de formação de
professores, políticas curriculares, qualificação da educação básica, entre outros. Afirma, ainda, que,
criados pelo Estado para manter e controlar as relações capitalistas dentro de um momento histórico.
processo educacional no Brasil, as aulas apresentaram a LDB desde 1961 até 1996; discutiu sobre o
Fundef e sua substituição para o Fundeb. Dentro desses mesmos princípios, esta aula apresentará o
PNE (Plano Nacional de Educação) que, segundo Ministério da Educação (MEC), determina diretrizes,
52
4.1 Características gerais do PNE
A criação de um Plano Nacional de Educação está prevista no artigo 214 da Constituição Federal,
que diz:
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o obje-
tivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretri-
zes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desen-
volvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações inte-
gradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009).
I - erradicação do analfabetismo;
Dessa forma, o primeiro PNE, elaborado em 2001, estava organizado a partir da Lei nº 10.172/2001
Enviado pelo ministro Fernando Haddad ao Congresso Nacional em dezembro de 2010, o novo
Plano Nacional de Educação (PNE) já deveria estar em vigor oficialmente desde janeiro, com validade
até 2020. Porém, virou alvo de disputa na Câmara, onde recebeu cerca de 3 mil emendas e ainda
pode passar por mudanças até sua aprovação (VIVES, 2011). Só então, a partir da Lei nº 13.005/2014,
o novo Plano Nacional de Educação foi aprovado, com validade até 2024.
53
Elaborar um plano de educação no Brasil, hoje, implica assumir compromissos com o esforço
contínuo de eliminação de desigualdades que são históricas no País. Portanto, as metas são
orientadas para enfrentar as barreiras para o acesso e a permanência; as desigualdades edu-
cacionais em cada território com foco nas especificidades de sua população; a formação para
o trabalho, identificando as potencialidades das dinâmicas locais; e o exercício da cidadania.
A elaboração de um plano de educação não pode prescindir de incorporar os princípios do
respeito aos direitos humanos, à sustentabilidade socioambiental, à valorização da diversi-
dade e da inclusão e à valorização dos profissionais que atuam na educação de milhares de
pessoas todos os dias (BRASIL, 2014a).
Além das vinculações de recursos para o seu financiamento, o PNE foi construído a partir de um
amplo debate iniciado na CONAE, em 2010, o que trouxe um caráter mais democrático à proposta.
Mesmo com todas as legislações, diretrizes e outros documentos existentes, a criação do novo
Sendo assim, em 26 de junho de 2014, o governo aprovou o novo PNE para direcionar essas ques-
tões. Sua validade é decenal e, a partir da Emenda Constitucional nº 59/2009, o PNE passa ser refe-
rência constitucional e todos os demais planos plurianuais precisam usar ele como referência.
54
De acordo com o TPE (2014):
4.1.1 Legislação
A Lei que estrutura o PNE está organizada em 14 artigos e 1 anexo com as 20 metas e suas res-
pectivas estratégias.
Entre os artigos, nota-se a atenção dada para as diretrizes do PNE e as metas que devem ser alcan-
çadas no prazo de vigência do plano; também no artigo 5º alerta para o monitoramento que será
feito.
55
I - Ministério da Educação
- MEC;
II - Comissão de Educação Exemplificando
da Câmara dos Deputados O acompanhamento do cumprimento das metas do
Plano Nacional deve ser realizado pelo Ministério
e Comissão de Educação, da Educação (MEC), pela Comissão de Educação da
Cultura e Esporte do Senado Câmara dos Deputados, pela Comissão de Educação,
Cultura e Esporte do Senado Federal, pelo Conselho
Federal; Nacional de Educação (CNE) e pelo Fórum Nacional
de Educação. Esse monitoramento deve ser contínuo
III - Conselho Nacional de e estar baseado em documentos e indicadores - como
Educação - CNE; estudos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que serão prepa-
IV - Fórum Nacional de rados e publicados a cada 2 anos, durante a vigência
do PNE (PANTELIADES, 2014).
Educação (BRASIL, 2014). Esses dados são, então, organizados e publicados.
Exemplo (Figura 1):
Percebe-se a reafirmação da importância das
Distrito Federal para execução das metas, bem como aprovação de leis específicas para seu sistema de ensino
Cumprida no
Estratégias Prazo Situação Resumo
prazo ou não
Das unidades da
federação, três
Art. 8º: Aprovação
estados ainda não
e/ou adequação dos
sancionaram o PEE
Planos Estaduais 2015 Não Em andamento
(São Paulo, Minas e
e Municipais de
Rio de Janeiro) e 55
Educação
municípios ainda não
sancionaram o PME
56
Exemplo:
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o (terceiro) ano do ensino
fundamental.
Estratégias:
5.1.) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental,
Observação: no caso dessa meta, as estratégias vão até o item 5.7. Usamos apenas um recorte
A meta 07 traz de forma bem clara o objetivo de melhorar os índices do IDEB (Figura 02).
Anos iniciais do
5,2 5,5 5,7 6,0
ensino fundamental
Anos finais do
4,7 5,0 5,2 5,5
ensino fundamental
Ensino médio 4,3 4,7 5,0 5,2
Complementar à meta 07, a estratégia 7.11 fala sobre melhorar o desempenho dos alunos da edu-
57
Para facilitar a compreensão dessa temá-
Temos, ainda, um grupo de metas destinadas a tratar sobre a valorização dos profissionais da edu-
O ensino superior está agrupado nas metas 12, 13 e 14 e, por fim, a criação
além de análises, um extenso acervo de estudos, pesquisas, notícias relacionadas aos temas educa-
cionais por ele contemplados e informações sobre políticas públicas educacionais. A coordenação fica
por conta do “Todos pela Educação” - instituição composta por vinte e quatro organizações ligadas à
58
2013). Dados apresentados pelo observatório permitem acompanhar as metas de forma estatística.
Com relação do ensino fundamental (Meta 02), o PNE objetiva universalizar o ensino funda-
mental com duração de 9 anos para toda a população de 6 a 14 anos e garantir que, pelo menos,
95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência desse
De acordo com Panteliades (2015) e dados do Observatório do PNE, em 2014, a taxa de matrículas
das crianças de 6 a 14 anos alcançou 97,5%. Por outro lado, 73,7% dos alunos completaram o ensino
fundamental na idade correta no mesmo ano. Sendo assim, a meta de que esse número alcance o
patamar de 95% até 2024 representa um desafio maior para o país (Figura 04).
59
Questão para reflexão
De que forma a articulação entre União, Estados, Município e Distrito Federal pode beneficiar o
Considerações Finais
• A criação de um Plano Nacional de Educação está prevista no artigo 214 da Constituição Federal.
• A Lei nº 13.005/2014 institui um novo Plano Nacional de Educação, com validade até 2024.
• A criação do novo PNE teve como principal objetivo articular os esforços e universalizar a oferta
• Sua validade é decenal e a partir da Emenda Constitucional nº 59/2009, o PNE passa a ser refe-
rência constitucional e todos os demais planos plurianuais precisam usar ele como referência.
• A Lei que estrutura o PNE está organizada em 14 artigos e 1 anexo com as 20 metas e suas
respectivas estratégias.
• O acompanhamento do cumprimento das metas do Plano Nacional deve ser realizado pelo
Ministério da Educação (MEC), pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, pela
• Para facilitar a compreensão dessa temática, foi elaborado um documento chamado “Conhecendo
as 20 metas do PNE” (BRASIL, 2014). Nesse documento, as 20 metas determinadas para o perí-
odo de 2014 a 2024 são agrupadas de acordo com a temática que abordam:
- O ensino superior.
60
Glossário
• Planos Plurianuais: é um plano que estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem seguidos
pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de quatro anos e está previsto no artigo
• PISA: Programme for International Student Assessment, na sigla em inglês, é uma iniciativa de
avaliação comparada, aplicada a cada três anos a estudantes na faixa dos 15 anos de idade,
fase em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países
(BRASIL, [2018]).
• Prova Brasil e SAEB: Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(Saeb) são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qua-
lidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e
61
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-O Plano Nacional de Educação, previsto em Lei própria de 2014, estabelece me-
tas, estratégias e objetivos específicos que atendam toda educação básica. Sobre os objetivos
do PNE, assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso em cada sentença que segue:
( ) Articular os esforços e universalizar a oferta obrigatória na faixa etária de 4 a 17 anos.
( ) Elevar o nível de escolaridade da população, elevar a taxa de alfabetização.
( ) Melhorar a qualidade da educação básica e superior.
( ) Criar a obrigatoriedade do ensino técnico e superior.
A sequência correta é:
a) V, V, F, F.
b) F, F, F, V.
c) V, F, V, F.
d) V, V, V, F.
e) F, V, V, V.
QUESTÃO 2-O artigo 214 da Constituição Federal determina que: a lei estabelecerá o plano
nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional
de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias
de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus di-
versos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das
diferentes esferas federativas. Esse artigo, entre outras diretrizes, determina:
a) A obrigatoriedade da criação do PNE, e uma de suas metas deve ser a criação do SNE.
c) Apenas reforça a importância da criação do SNE como forma de garantir a prática do PNE.
62
QUESTÃO 3-A Legislação prevê o monitoramento a cada 2 anos para acompanhamento do
cumprimento ou não das metas. Outro aspecto importante previsto na Lei é:
a) Reformulação das metas a cada 6 meses como forma de garantir que as especificidades dos
municípios sejam atendidas.
b) Garantir a autonomia dos municípios na elaboração dos seus planejamentos, tendo apenas
como referência o PNE.
c) Reafirmar a importância das parcerias entre União, Estados, Municípios de Distrito Federal
para execução das metas, bem como aprovação de leis específicas para seu sistema de ensino
que dialoguem com o PNE.
63
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
On-line, Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 22 mar. 2018.
______. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação
– PNE e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso
em: 22 mar. 2018.
______. Ministério da Educação. Prova Brasil – Apresentação. On-line: MEC, 2016. Dispo-
nível em: <http://portal.mec.gov.br/prova-brasil>. Acesso em: 22 mar. 2018.
64
Disponível em: <http://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2012/01/texto-4-polÍti-
cas-pÚblicas-educacionais.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2018.
65
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa D.
O ensino técnico não é obrigatório, assim como o ensino superior não é. O centro das preocupa-
ções está em elevar a qualidade do ensino, aumento na oferta e universalizar a educação, atingindo
QUESTÃO 2-Alternativa A.
A criação do PNE, tendo como uma de suas metas instituir um SNE, está prevista na Constituição
Federal. União, Estados, Municípios e DF devem articular suas ações de acordo com o que está pre-
visto na Lei.
QUESTÃO 3-Alternativa C.
Em qualquer proposta, principalmente nas que estão relacionadas à educação, as parcerias são indis-
pensáveis e o estabelecimento de critérios para ação devem ser norteados por um único documento.
66
5 Diretrizes
curriculares
nacionais da
Educação Básica
Objetivos específicos
Por meio da apresentação e discussão dos principais aspectos do Parecer CME/CEB Nº 7/2010 e
Resolução CME/CEB nº 4/2010, os principais objetivos que alcançaremos nesta unidade temática serão:
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e Base Comum Curricular – BNCC.
• Entender a projeção que tais Resoluções desempenham na organização escolar sob diferentes
Básica.
Introdução
Os dois principais documentos que definem e organizam a educação nacional brasileira são as
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica, embasada pela Resolução CNE/CEB nº 4/2010
e o Parecer CNE/CEB Nº 7/2010. Tais ordenamentos referenciam a Base Nacional Comum Curricular-
BNCC e o Sistema Nacional de Educação, cujos objetivos são de garantir o direito de toda pessoa à
preparação escolar para o exercício da cidadania e à qualificação para o mercado de trabalho, além da
Para essa garantia da qualidade do ensino, com pleno acesso, inclusão e permanência dos alunos,
a centralidade da atividade escolar, de acordo com as legislações, deverá ser o estudante e o pro-
cesso de aprendizagem, sob a perspectiva de educar e cuidar. Desse modo, traz considerações acerca
nas unidades escolares como ideal de gestão pública, bem como outros elementos e instrumentos,
com o objetivo de organização das Diretrizes Curriculares Nacionais passíveis de execução nos dife-
04/2010 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica, articuladas ao
Parecer CNE/CEB nº 7/2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
de 9 anos.
culação das diferentes instâncias do poder público (Federal, Estadual e Municipal), a Resolução CNE/
CEB Nº 04/2010 define a criação de um Sistema Nacional de Educação, com o objetivo de organi-
políticas públicas. Para isso, pressupõe o estabelecimento de regras de equivalência entre as funções
de 9 anos, a serem observadas na organização curricular dos sistemas de ensino. O Art. 8º do Parecer
define que o Ensino Fundamental, com duração de 9 anos, abrange a população na faixa etária dos 6
aos 14, estendendo-se aos demais indivíduos que não conseguiram acessá-la nessa faixa etária ideal
69
1.3 O currículo e a organização curricular
A concepção da escola de Educação Básica, de acordo com a Resolução CNE/CEB nº 4/2010, é de
deve privilegiar trocas de saberes, com relações entre seus sujeitos, calcadas no acolhimento e acon-
chego (educar e cuidar). Enquanto documento referência dos princípios educacionais, o currículo deve
sintonizar valores e práticas para a construção de identidades socioculturais dos educandos, além dos
Buscando uma articulação das vivências e saberes dos estudantes com os conhecimentos historica-
mente acumulados, a escola poderá ter autonomia para a escolha da abordagem didática que oriente
o seu projeto político pedagógico. Para essa etapa de escolarização, o currículo se dará pela composi-
ção de uma base nacional comum, integrada em cada sistema de ensino ou estabelecimento escolar
por uma parte diversificada, com origens nas disciplinas científicas, constituindo-se enquanto com-
O currículo da base nacional comum do Ensino Fundamental abrange, conforme o Art. 26 da Lei
mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino
da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso. Ressalta-se, ainda, que a Lei de Diretrizes e Bases
(LDB) inclui o estudo de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, cabendo
São traçados sobre esse tema, na Resolução CNE/CEB 04/2010, possibilidades e orientações didá-
salidade enquanto forma de organizar o trabalho pedagógico, em que temas e/ou eixos temáticos são
jetória escolar devem ser consideradas na formulação do projeto político pedagógico, garantindo aos
alunos um percurso contínuo de aprendizagem, desde a transição da Educação Infantil para o Ensino
Fundamental até a transição dos anos finais do Ensino Fundamental para o Ensino Médio.
70
5.1.4 Etapas e modalidades da educação básica
Em seu Art. 21, a Resolução CNE/CEB Nº 04/2010 define como etapas do desenvolvimento edu-
cacional: I - a Educação Infantil, que compreende: a Creche, cujas idades das crianças deverão ser de
até 3 anos e 11 meses; e a Pré-Escola, com duração de 2 anos; II - o Ensino Fundamental, obrigatório
e gratuito, com duração de 9 anos, organizado em duas fases: a dos 5 anos iniciais e a dos 4 anos
finais; III - o Ensino Médio, com duração de 3 anos (BRASIL, 2010). Tais etapas possuem previsão de
idade, que podem se diversificar dependendo de atrasos na matrícula, retenção ou repetência, por-
tadores de deficiência, dentre outros casos. Além disso, são reconhecidas enquanto modalidades da
Educação Básica:
• Educação de Jovens e Adultos (Art. 28.): destinadas à faixa etária superior à ideal para a con-
• Educação Especial (Art. 29.): devendo ser prevista no projeto político pedagógico da unidade
escolar.
• Educação Profissional e Tecnológica (Art. 30.): articulada com o ensino regular e com outras
modalidades educacionais.
• Educação Básica do Campo (Art. 35.): com conteúdos curriculares, metodologias apropriadas às
• Educação Escolar Indígena (Art. 37) e Quilombola (Art. 41.): em unidades educacionais inscri-
princípios da BNCC.
• Educação a Distância (Art. 39.): com a utilização de meios e tecnologias de informação e comu-
07/2010 cria as normativas da Educação de Tempo Integral no sistema público de ensino, onde a jor-
nada escolar se organiza em 7 horas diárias, no mínimo, em uma carga horária anual de, pelo menos,
1.400 horas.
71
5.1.5 Elementos constitutivos para a
organização das diretrizes curriculares
nacionais para a educação básica
São definidos como elementos para a realização das Diretrizes Curriculares Nacionais: o projeto
organização da escola.
escolar e seus sujeitos, trazendo informações, como: a concepção sobre educação; o perfil real dos
lar também é uma instância a ser discutido e aprovado pela comunidade escola, caracterizando-se
5.1.6 Avaliação
De acordo com o Art. 46. da Resolução CNE/CEB nº 4/2010 (BRASIL, 2010, p. 14), a avaliação no
II - avaliação institucional interna e externa: realizada anualmente com objetivos de avaliar inte-
III - avaliação de redes de Educação Básica: realizada por órgãos externos à escola e engloba os
O Parecer CNE/CEB nº 07/2010 aponta que esses mecanismos para avaliação deverão estar arti-
culados às avaliações realizadas em nível nacional e estadual. O objetivo da confluência destas avalia-
ções é de criar indicadores que auxiliem na melhoria progressiva tanto das práticas escolares cotidianas
72
5.1.7 Gestão democrática e organização da escola
Tanto a Resolução CNE/CEB Nº 04/2010 como o Parecer CNE/CEB Nº 7/2010 sinalizam a obri-
das relações no ambiente escolar, desde a organização da escola, a gestão das pessoas, o espaço
físico, até os processos e procedimentos escolares que viabilizam o trabalho delineado no projeto
político-pedagógico.
73
de ordenação e planejamento nas diferen-
nacional.
perspectivas.
Exemplificando
Um exemplo que ilustra a metodologia de
O conceito de transversalidade na prática pedagógica
cotidiana
projetos transversais poderia ser o estudo cur-
ricular da Colonização e Escravidão no Brasil,
74
previsto para os Anos Finais do Ensino Fundamental, em que, por meio da disciplina de Português,
poderiam ser abordados o estudo literário de narrativas do período, a herança cultural em nossa lin-
zação territorial e interesses geopolíticos do Brasil Colônia, dentre outras inúmeras possibilidades de
gatória a nível nacional, definidos pela legislação, cabendo adaptações e complementaridades. Quais
são os argumentos que demonstram a importância dessa ordenação a nível nacional para a organiza-
ção e desenvolvimento da educação? Escolha três exemplos reais das legislações que você estudou
Considerações Finais
Como você percebeu durante o desenvolvimento desta aula, os intuitos da Resolução CNE/CEB Nº
04/2010 e do Parecer CNE/CEB Nº 7/2010 são de definir e organizar princípios, regras, valores e con-
cepções que guiem o projeto de uma educação nacional gratuita e de qualidade por meio do Sistema
75
• De acordo e em consonância com as diretrizes nacionais, cada escola deverá criar o seu projeto
político pedagógico e o regimento escolar, que devem organizar e mediar os objetivos e ordena-
Glossário
MULTICULTURALISMO- diversas matrizes culturais que convivem em um mesmo espaço social.
Verificação de leitura
76
QUESTÃO 2-De acordo com o artigo 46, da Resolução CNE/CEB nº4/2010, a avaliação no
ambiente escolar é um instrumento de aprimoramento e melhoria da prática pedagógica e
deverá ser:
a) Realizada única e exclusivamente de acordo com a escolha e autonomia do professor, a
depender da conjuntura escolar.
b) Ser realizada pelos professores cotidianamente, e anualmente pelo poder público municipal
nos sistemas de ensino públicos.
c) Ser realizada em três dimensões previstas no projeto político pedagógico da escola, a saber:
avaliação da aprendizagem, avaliação institucional e avaliação de redes de Educação Básica
por órgãos externos à escola.
d) Realizada em três escalas: pelo poder público municipal, estadual e federal, em calendários
previamente estabelecidos antes do início do período letivo escolar.
e) Ser realizada pelo professor de acordo com as provas nacionais aplicadas pelo poder público
federal a cada dois anos.
b) A Educação Infantil até 03 anos de idade e a Pré-Escola com duração de 02 anos; o Ensino
Fundamental de 09 anos e o Ensino Médio com duração mínima de 03 anos.
c) A Educação Infantil até 02 anos de idade e a Pré-Escola com duração de 03 anos; o Ensino
Fundamental de 09 anos e o Ensino Médio com duração mínima de 02 anos.
77
Referências Bibliográficas
BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmera de Educação Básica. Parecer CNE/CEB
nº 7, de 7 de abril de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Funda-
mental de 9 (nove) anos. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.
Diário Oficial da União, Brasília, 9 de julho de 2010, Seção 1, p. 10. Disponível em: <http://
pactoensinomedio.mec.gov.br/images/pdf/pceb007_10.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2018.
78
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa B.
A Resolução CNE/CEB Nº 04/2010 é anterior ao Parecer CNE/CEB Nº 7/2010, ambas as legisla-
ções se apoiam sobre os mesmos princípios e valores. O Parecer CNE/CEB Nº 7/2010 tem função de
04/2010.
QUESTÃO 2-Alternativa C.
De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 4/2010, a avaliação no ambiente escolar deverá ser rea-
lizada em três dimensões previstas no PPP: a avaliação cotidiana e de autonomia do professor, a ins-
QUESTÃO 3-Alternativa B.
São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacio-
nal: a Educação Infantil até 03 anos de idade e a Pré-Escola com duração de 02 anos; o Ensino
Fundamental de 09 anos dividido em dois ciclos de séries iniciais e finais e o Ensino Médio com dura-
79
6 Avaliações
Nacionais da
Educação Básica e
Ensino Médio
Objetivos específicos
Nesta aula, você irá conhecer as avaliações nacionais da Educação Básica e Ensino Médio que vigo-
ram atualmente no Brasil, estruturadas de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais e com o
objetivo de melhoria da qualidade, acesso e permanência nas escolas públicas brasileiras. Serão obje-
• Conhecer as principais avaliações e exames vigentes no território nacional para as diferentes eta-
lidade do projeto educacional brasileiro, englobando os valores e metas definidos nos Planos de
Introdução
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) consiste no conjunto de três diferentes avalia-
ções realizadas em todo Brasil para mensurar a qualidade da educação em diferentes níveis do Ensino
Fundamental. Integrados ao SAEB, a etapa escolar do Ensino Médio é avaliada por meio do Exame
nos diferentes níveis e contextos, bem como as deficiências existentes, dados que subsidiam a for-
mulação, atualização e verificação das políticas públicas nas diferentes esferas do poder público e a
O SAEB existe no Brasil desde 1990, sendo instituído e reestruturado por meio da Portaria Nº 931,
de 21 de março de 2005. Essa Portaria define duas grandes avaliações nacionais, com o objetivo
principal de diagnóstico da educação brasileira, sendo elas: a Avaliação Nacional da Educação Básica
81
(ANEB) e a Avaliação. Foi incorporada ao SAEB, em 2013, a Avaliação Nacional da Alfabetização –
ANA (Portaria MEC nº 482, de 2013) que verifica especialmente os níveis de alfabetização e letra-
liações nacionais que compõe o SAEB, e como seus resultados auxiliam as diferentes esferas de poder
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), por meio da Diretoria de Avaliação da Educação Básica
-DAEB. Nessa instância, são definidos os objetivos específicos das avaliações (competências, habilida-
des e disciplinas a serem avaliadas), os instrumentos, as etapas da educação básica sujeitas a serem
avaliadas, bem como sua a abrangência e periodicidade. A compilação e organização dos resultados
dessas avaliações compõe a base de dados para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB), divulgado a cada dois anos como um reflexo da qualidade de ensino oferecido nas
escolas.
Prova Brasil, abrange alunos do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas, que pos-
suem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas séries/anos avaliados. As disciplinas avaliadas são Língua
compilados de tal forma que possibilitem a mensuração da qualidade do ensino da rede pública.
82
De maneira integrada à prova são aferidas informações do contexto social dos alunos (nível socio-
tivo, além dos conteúdos e habilidades em si, a análise das condições extraescolares que influenciam
no desenvolvimento dos saberes, bem como a capacitação dos profissionais envolvidos. Essa avalia-
ção da qualidade do ensino ministrado é divulgada para as escolas participantes e servem de referen-
cial para melhoria constante das estratégias de ensino no âmbito escolar e como dados expressivos
6.1.1.2 ANEB
Já a Avaliação Nacional da Educação Básica, igualmente de periodicidade bianual, é realizada por
amostragem probabilística, em que são sorteados escolas e alunos das redes públicas e privadas do
País que não atendem aos critérios de participação da Prova Brasil. Diferencia-se, ainda, por abranger
as etapas finais dos três últimos ciclos da Educação Básica: o 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e a
3ª série do Ensino Médio regular. Os resultados são apresentados por regiões geográficas e unidades
da federação.
6.1.1.3 ANA
A última avaliação que compõe o SAEB, instituída desde 2013, é a Avaliação Nacional de Alfabetização,
cujo enfoque é a verificação da alfabetização e letramento das disciplinas de Língua Portuguesa (lei-
tura e escrita) e Matemática. É aplicada a todos os estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental das
escolas públicas (salvo escolas multisseriadas, onde são aplicadas de maneira amostral).
conjuntura social dos alunos e de capacitação profissional dos professores e gestores. Para isso, são
83
Os Testes de Desempenho são as próprias provas aplicadas aos alunos dos anos/séries avaliados
e são compostos por dois blocos de questões de cada área (Língua Portuguesa e Matemática). Os
Questionários Contextuais aplicados aos alunos buscam o diagnóstico socioeconômico em que estão
inseridos; já os aplicados aos professores e diretores pretendem aferir a conjuntura estrutural da escola
6.1.1.5 IDEB
Por meio dos resultados gerados por essas três avaliações nacionais (Prova Brasil, ANEB e ANA), a
sistematização dessa base de dados possibilitou a criação, em 2007, de um indicador que reflete o fluxo
escolar e as médias de desempenho nas avaliações a nível nacional: o IDEB, Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica. O IDEB é calculado de acordo com as médias ponderadas dessas avaliações e a
A compilação destes dois dados permitem uma assimilação das condições da qualidade educacio-
nal no Brasil, os resultados são organizados e ranqueados em diferentes níveis, variando de 0 a 10,
em que são combinados a aprovação e evasão com os Testes de Desempenho, buscando evitar falsos
resultados, por exemplo, a progressão continuada de alunos não aptos no que concerne as habilidades
e competências mínimas, ou o contrário, a retenção de alunos aptos a progressão em séries que serão
84
escolares em todo Brasil, das características da aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica
para o ano de 2017. Por meio de um passo a passo, a Cartilha apresenta em uma linguagem acessível,
os principais conceitos das diferentes avaliações (ANEB, Prova Brasil e ANA), instrumentos e orien-
6.1.2. ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) consiste em uma avaliação do desempenho escolar e
acadêmico na finalização do Ensino Médio. O exame é realizado anualmente pelo INEP, em conjunto
com o Ministério da Educação (MEC). Foi instituído, em 1998 (Portaria MEC Nº 438, de 28 de maio de
1998), sendo revogado e atualizado pela Portaria MEC nº 807, de 18 de junho de 2010, que define o
Exame como procedimento de avaliação dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a pro-
dução moderna e das formas contemporâneas de linguagem. Fica definido, desde então, a possibili-
dade do uso dos resultados dessa avaliação como certificação no nível de conclusão do ensino médio.
de inscrição, fixado anualmente pelo INEP e destinado ao custeio dos serviços de elaboração e apli-
cação das provas, processamento e divulgação dos resultados. A legislação prevê, ainda, a isenção
do pagamento para estudantes da rede pública de ensino ou que se declararem como membros de
cial nacional de currículo, padronizando habilidades necessárias para essa etapa de escolarização. Tal
padronização e valorização do Exame como referência nacional permitem que, hoje, o ENEM seja uti-
85
No contexto das avaliações a nível nacional, a organização de habilidades e competências que são
consideradas no ENEM segue uma matriz de referência. O conteúdo das provas do Enem é, portanto,
Atualmente, o ENEM é formado por 45 questões objetivas de cada matriz de referência, além da
ano o INEP melhora a organização da prova, visto sua abrangência crescente, principalmente com
a possibilidade de uso para ingresso em programas governamentais, como o PROUNI, FIES e SISU
(vide glossário). Em 2017, por exemplo, as provas foram aplicadas em dois domingos consecutivos,
86
Disponível em: <https://enem.inep.gov.br/>.
Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA). Essas três avaliações nacionais abrangem diferentes eta-
pas da Educação Básica e têm como intuito criar um panorama constante e atualizado das condições e
qualidade da educação no Brasil. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é a avaliação que ocorre
privada.
Exemplificando
Os resultados do IDEB permitem, sempre
Os resultados do IDEB e seu impacto na gestão das
unidades escolares.
que divulgados, a realização de um compa-
rativo do desempenho das escolas na rede
87
pública de ensino municipal e estadual. Quando determinada escola apresenta um desempenho infe-
rior à média municipal ou regional, esse resultado deve ser interpretado como um referencial externo,
Na medida em que são avaliados e quantificados aspectos, como a estrutura física da escola, a
atendimento de recuperação em contra turno, a retenção e evasão, bem como outros projetos peda-
gógicos, são visualizados as deficiências e lacunas que refletem um mal desempenho nas avaliações. A
busca por melhoria não poderá ser uma ação isolada da equipe gestora, mas sim acolhida e integrada
às ações de subsídios financeiros, pessoais e formativo das Diretorias de Ensino e outras instâncias de
sição de políticas públicas e investimentos para melhorias e equidade regional. Pesquise os dados do
IDEB que quantificam o desempenho das avaliações do SAEB ao longo dos últimos anos. De maneira
geral, os desempenhos dos alunos avaliados têm melhorado? Existem regiões com melhores e/ou pio-
res desempenhos? A quais fatores podemos atribuir isso e como tais avaliações podem ser empirica-
88
Considerações Finais
• O Sistema Nacional de Avaliação Básica (SAEB) consiste na integração de três diferentes avalia-
ções realizadas em todo Brasil, buscando estimar a qualidade da educação em diferentes níveis
ano do Ensino Fundamental das escolas públicas, realizada a cada dois anos.
• A Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB), também bianual, realizada por amostragem
probabilística da rede pública e privada do País, abrangendo as etapas finais da Educação Básica:
• E, por fim, compõe o SAEB a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), cujo enfoque é a veri-
dos das avaliações do SAEB, com os dados sobre evasão e aprovação obtidos no Censo Escolar.
Nacional do Ensino Médio (ENEM), realizado anualmente e de adesão voluntária. Enquanto refe-
rencial nacional de currículo, padronizando habilidades necessárias para essa etapa de escolari-
zação, o ENEM hoje é utilizado como mecanismo único, alternativo ou complementar a outros
Glossário
PROGRESSÃO CONTINUADA: medida adotada pela rede pública de ensino que prevê a retenção de
alunos, organizado por meio de ciclos de aprendizagem, o qual pressupõem a não-reprovação do aluno por
um período que pode variar entre dois e quatro anos, que não o isenta das avaliações sistemáticas anuais.
89
PROUNI: Programa Universidade Para Todos, criado em 2004, busca o acesso às universidades
particulares brasileiras para estudantes de baixa renda que tenham estudado o ensino médio exclu-
FIES: Fundo de Financiamento Estudantil, criado pelo governo federal, em 1999, com o intuito de
SISU: Sistema de Seleção Unificada, criado pelo MEC no qual há o oferecimento de vagas em ins-
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-O Sistema Avaliação da Educação Básica é composto por três avaliações,
sendo elas:
a) ANA, ANEB (ou Prova Brasil) e ENEM.
QUESTÃO 2-O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é composto por meio de:
a) Parâmetros e dados obtidos nas avaliações do SAEB e no PDE.
d) Das médias ponderadas das avaliações do SAEB e dados sobre evasão e aprovação, obtidos
no Censo Escolar.
e) Das médias ponderadas da Prova Brasil, ANA e ENEM, e dados do Censo Escolar.
90
QUESTÃO 3-Sobre ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, assinale a alternativa que me-
lhor define sua obrigatoriedade e dimensão no território nacional:
a) A participação é obrigatória, e devido ao aumento de adesão, o INEP tem criado novas for-
mas de organização para aplicação do exame.
d) A participação é obrigatória, sendo requisito para ingresso em toda rede de Ensino Superior
no Brasil.
91
Referências Bibliográficas
BRASIL. Portaria n° 931, de 21 de março de 2005. Sistema de Avaliação da Educação
Básica - SAEB. Diário Oficial da União, Gabinete do Ministro, 2005. Disponível em: <http://
download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/legislacao/Portaria931_Nov
oSaeb.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2018.
92
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa B.
O SAEB, organizado pelo INEP, é composto pela Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB),
a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC) (ou Prova Brasil) e a Avaliação Nacional de
QUESTÃO 2-Alternativa D.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica apresenta os resultados organizados e ranquea-
dos em níveis que variam de 0 a 10, em que são combinados a aprovação e evasão obtidas no Censo
QUESTÃO 3-Alternativa C.
A participação no ENEM é voluntária, com a possibilidade do uso dos resultados dessa avaliação
como certificação no nível de conclusão do ensino médio e como mecanismo único, complementar
ou alternativo de entrada para o Ensino Superior, associada a outros programas do governo (como
93
7
Educação de
qualidade:
participação social
Objetivos específicos
Nesta unidade temática, você conhecerá os principais espaços democráticos abertos pelo Poder
Público para que toda a sociedade possa participar do desenvolvimento da Educação Nacional, com
– CNE.
• Conhecer a Conferência Nacional de Educação – CONAE, suas funções, os principais temas abor-
• Entender a projeção que tais espaços desempenham nos processos de participação social e
Introdução
A participação da sociedade no monitoramento das políticas públicas educacionais é de grande
importância, tendo em vista que se trata de uma forma de aprimorar essas políticas, pois possibilita
entendimento da população nas questões referentes à educação nacional. Educação é matéria de inte-
resse de todos os cidadãos. Uma vez que o pleno exercício da cidadania é objetivo fundamental da ins-
social nas questões referentes à educação de qualidade são o Conselho Nacional de Educação, a
Conferência Nacional de Educação e o Fórum Nacional de Educação. Cada um desses espaços possibi-
95
da sociedade civil ao poder público no que tange à questão educacional em nosso país. Dessa forma,
esses espaços buscam assegurar a participação da sociedade no diagnóstico de problemas e sua par-
cação nacional. Essa participação se dá por meio de aberturas de espaços democráticos, em que todos
os cidadãos podem engajar-se com vistas à qualidade da educação, bem como a fiscalização do cum-
96
Composto pelas Câmaras de Educação
rados, instaurando um diálogo articulado com os sistemas municipais, estaduais e federal de ensino.
O CNE conta, também, com uma Secretaria Executiva, Conselho pleno e o Presidente do conse-
lho, por onde as diretrizes são regulamentadas, em que ocorrem os diagnósticos de problemas, surgem
debates e iniciativas que promovam melhorias na política nacional. Para suas ações ocorrerem há um
regimento próprio, com diversas finalidades, aprovadas pelo ministro da educação, as quais são apre-
sentadas em forma de resoluções e pareceres (de conteúdo normativo ou decisório), que devem ser
seguidos por municípios, estados e União após homologação do MEC. A ideia é que escolas e redes
Conselho Nacional de Educação (CNE), com a nobre e complexa missão de acompanhar e cobrar a
sociedade civil e o Estado brasileiro, assim como um espaço articulado de decisões e deliberações
97
2010, por uma portaria do Ministério de
no qual lhe competem diversas atribuições e são estruturadas por uma coordenação, comissões, gru-
pos de trabalho temporário e uma secretaria executiva. De caráter permanente, constituiu-se por ser
uma representação dos setores sociais envolvidos com a educação, como movimentos sociais, confe-
derações, centrais sindicais, comunidade científica, comissões, associações, conselhos, entre outros,
mento das metas estabelecidas; conceber, programar e avaliar a política nacional de educação, além
ção de fóruns e conferências, refletindo nas diretrizes e deliberações para o desenvolvimento da uma
de modo a organizar a educação nacional e consolidar o Plano Nacional de Educação para que todos
e participativa. Ela acontece em várias instâncias (Municipal e Estadual), a partir de debates e elabora-
ções vindas de eixos específicos e propostas de políticas, sempre relacionadas ao tema da conferência.
98
Essas propostas vão sendo refinadas em
99
dessa participação é difícil, visto que, muitas vezes, os objetivos das partes interessadas prevalecem
sobre a participação da sociedade civil. Entretanto, mesmo com as barreiras, a participação social ativa
tem o poder de influenciar decisões na implementação e consolidação dos temas referentes à educa-
ção. Sabe-se que as formas de participação podem evoluir para maneiras mais democráticas, depen-
dendo de como a sociedade movimenta-se para lutar por esse direito. Diante disso, quais são as formas
de organização social que podem convergir em ações efetivas, a fim de garantir voz à sociedade nos
Considerações Finais
Esta aula buscou elucidar os dispositivos disponibilizados pela administração pública para participa-
Ministério da Educação, que busca assegurar a participação democrática da sociedade nos pro-
2010, o fórum constitui-se em entidade essencial na busca pela consolidação de uma gestão
• Conferência Nacional de Educação: espaço democrático em que o poder público busca a parti-
Glossário
CNE: Conselho Nacional de Educação.
100
CONAE: Conferência Nacional de Educação.
Verificação de leitura
d) Analisar questões relativas à aplicação da legislação e assessorar o MEC nos assuntos rela-
tivos ao Ensino Superior.
QUESTÃO 2-Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das atribuições do Fó-
rum Nacional de Educação.
a) Centralizar, na Câmara de Educação, o processo de concepção, implementação e avaliação
da política nacional de educação.
101
b) Executar o Plano Nacional de Educação nos âmbitos municipais e estaduais.
d) Delegar aos Estados, Municípios e Distrito Federal a organização de seus fóruns e de suas
conferências de educação.
102
Referências Bibliográficas
BRASIL. Documento Referência da CONAE. Brasília, 2017.
______. Ministério Público Federal. PFDC pede ao MEC explicações sobre realização da
Conferência Nacional de Educação. 2017. Disponível em: <http://www.mpf.mp.br/pgr/
noticias-pgr/pfdc-pede-ao-mec-explicacoes-sobre-realizacao-da-conferencia-nacional-
-deeducacao>. Acesso em: 28 fev. 2018.
103
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa B.
A educação básica é composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Dessa forma,
a Câmara da Educação Básica corresponde as funções referentes a essas etapas do ensino, não con-
QUESTÃO 2-Alternativa E.
São atribuições essenciais do Fórum Nacional de Educação acompanhar e avaliar os impactos da
de Educação.
QUESTÃO 3-Alternativa D.
A Conferência Nacional de Educação busca garantir a participação da sociedade nas discussões per-
tinentes à melhoria da educação nacional; dessa forma, abre espaços de discussão para a colabora-
ção de todos – profissionais da educação, gestores educacionais, estudantes, pais, entidades sindicais,
104
8 Políticas
educacionais,
gestão e cotidiano
escolar
Objetivos específicos
Os principais objetivos desta unidade temática compreendem:
vidade escolar.
e da gestão escolar e o papel dos educadores e da comunidade escolar nas práticas de organi-
Introdução
O conhecimento das políticas educacionais, por meio da análise da legislação, do entendimento
das reformas educacionais realizadas em nosso país e dos planos, e que são norteadores do sistema
escolar, será abordado nesta unidade, a fim de promover a reflexão acerca da organização da insti-
tuição escolar em suas múltiplas dimensões. Apresenta-se um breve retrospecto das políticas educa-
cionais anteriores à Constituição de 1988 e, na sequência, deteremos especial atenção a esse docu-
mento, bem como à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, apresentando as
As teorias da organização e gestão escolar, a partir desses documentos, caracterizam-se por uma
nova concepção que busca o distanciamento das formas de administração anteriormente presen-
do funcionamento global da instituição e das formas como a gestão impacta nessa funcionalidade
cesso educativo.
106
8.1 Políticas educacionais
Políticas públicas educacionais correspondem às ações, iniciativas e medidas do Estado no campo
da educação. Nesta seção, apresenta-se um panorama dessas políticas, inicialmente, desde sua ori-
gem até o período militar e, na sequência, desde a abertura democrática até os dias atuais.
partida da educação escolar em nosso país, marcada pela chegada dos primeiros jesuítas. O primeiro
documento de política educacional que vigorou no Brasil foram os regimentos de Dom João III, datado
de dezembro de 1548, com vistas a orientar as ações do primeiro governador geral do Brasil.
A questão da catequese era o centro dessa primeira forma de legislar sobre política educacional no
Brasil e marca o protagonismo do Estado na educação brasileira, junto à igreja católica. Esse mono-
No ano de 1599, o Ratio Studiorium configura-se como o segundo plano de política da educação
caracterizada por uma proposta educacional universalista e elitista. A educação volta-se, assim, aos
filhos de colonos e não mais aos indígenas, tornando-se instrumento de formação da elite intelec-
tual. Em 1759, ocorrem as Reformas pombalinas da República – fechamento dos colégios jesuítas –,
no país. As políticas públicas passaram por esse longo período de articulação entre público e privado.
O início do período republicano, por sua vez, foi muito fecundo no campo de reorganização da ins-
trução pública. Na década de 20, a partir da influência do movimento da Escola Nova, várias reformas
1930, inaugura-se uma nova política educacional, caracterizada pelas reformas “Francisco Campos” e
ano de 1964, ocorre o Golpe de Estado que instaura o Regime Militar no Brasil, e toda a orientação da
107
8.1.2 Da abertura democrática até os dias atuais
Após a Ditadura Militar, as políticas educacionais brasileiras caracterizam-se, inicialmente, por um
reformas a serem efetivadas na América Latina - nisso se incluem as políticas educacionais. O que se
uma meta que previa, em dez anos, a erradicação do analfabetismo e a universalização do ensino fun-
damental. A Constituição aponta, ainda, as seguintes garantias em seus artigos: a consagração da edu-
cação como direito público subjetivo (Art. 208 § 1°); o princípio da gestão democrática do ensino público
(Art. 206, VI); o dever do Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade (Art.
obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso em idade
na unidade anterior.
108
No ano de 1996, em uma iniciativa inédita, promulga-se a primeira lei de reforma educacional por
iniciativa da sociedade civil, a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96. Estados e municípios comparti-
lham as competências referentes ao ensino fundamental e médio e os municípios têm como compe-
tência prioritária a educação infantil. No ano de 2001, é aprovado o Plano Nacional de Educação, pós
primazia da mensuração por meio de avaliações de larga escala e ineficiência do Estado na garantia de
oferta de educação pública e de qualidade, com garantias não apenas de acesso, mas de permanên-
cia. Assim, a organização da sociedade necessita instituir um verdadeiro sistema de educação público
federativo que permita assegurar, a toda população do país, uma educação com elevado padrão de
humano organizado. Aplicada ao âmbito escolar, é um termo que foi criado para se diferenciar da
administração escolar, surgindo como uma saída do Ministério da Educação (MEC) para questões edu-
Foi a Constituição de 1988 que apresentou, pela primeira vez, em seu capítulo sobre educação, a
gestão democrática do sistema de ensino público como instrumento para garantir o acesso à escola,
Sendo assim, podemos conceber a Gestão Escolar como um sistema de organização interno da
escola, que envolve todos os setores relacionados às práticas escolares, estabelecendo metas, criando
nistrando professores e recursos com a finalidade de promover a aprendizagem efetiva dos alunos. Ela
109
A gestão pedagógica tem como atribui-
lações, direitos e deveres. As competências da gestão financeira, por sua vez, são controlar orçamen-
tos; priorizar gastos e custos; distribuir o orçamento de forma ordenada de modo a atender a neces-
sidade de todos os setores que atuam na educação; administra recursos que entram e saem; mantem
o fluxo de caixa organizado; e faz orçamentos e prestações de contas. A gestão de recursos humanos,
A partir desses pilares, a organização escolar pode avançar dentro da escola e buscar o aprendi-
zado efetivo de seus alunos. É uma ação conjunta e integrada, a democratização da gestão faz com
que alunos, famílias, professores e funcionários cooperem e opinem diretamente sobre os processos
de gestão da escola.
[...] se hoje se pode falar de processo de democratização, ele consiste, não tanto, como erro-
neamente muitas vezes se diz, na passagem da democracia representativa para a democracia
110
direta quanto na passagem da democracia política em sentido estrito para a democracia
social, ou melhor, consiste na extensão do poder ascendente, que até agora havia ocupado
quase exclusivamente o campo da grande sociedade política (e das pequenas, minúsculas,
em geral politicamente irrelevantes associações voluntárias), para o campo da sociedade
civil nas suas várias articulações, da escola à fábrica: falo de escola e de fábrica para indicar
emblematicamente os lugares em que se desenvolve a maior parte da vida da maior parte
dos membros de uma sociedade moderna [...] (BOBBIO, 1998, p. 54-55 apud PARO, 1996,
p. 27-28).
A democratização das instâncias sociais - e nestas inclui-se a escola pública - implica “[...] não
apenas o acesso da população a seus serviços, mas também a participação desta na tomada de deci-
sões que dizem respeito a seus interesses [...]” (PARO, 1996, p. 27).
111
31).
vas pedagógicas num movimento constante de expressão da cultura da escola que vislumbram sua
identidade.
trabalho do professor, ressaltando que cada escola é única em sua rotina, seu
112
reflexão de suas dinâmicas, conflitos e interlocuções. Não se trata simplesmente daquilo que é feito
todos os dias e se configura como hábito, mas sim de um ambiente de complexas interações huma-
nas, no qual faz parte o imprevisível e o inesperado. O cotidiano escolar é, em sua essência, social e
temporal, resultado dos saberes plurais que se configuram e interagem num processo que pode ser de
sas maneiras e contemplar, de maneira mais eficiente, a realidade de seus alunos. Para tanto, faz-se
A escola adquiriu todo o material necessário para o desenvolvimento de seus objetivos pedagógi-
cos por meio de verbas próprias provenientes de recursos federais que possuem essa finalidade. No
entanto, de acordo com os processos administrativos da Secretaria de Educação, existe uma ordem de
atendimento em uma fila que pode demorar até quatro meses para a efetivação do serviço de insta-
lação. Essa espera certamente acarretará em prejuízos pedagógicos aos alunos e financeiros à escola
da efetivação do trabalho da escola em seu contexto devem ser pensadas de forma coletiva, com a
participação de toda a comunidade escolar, diante do problema que se coloca e objetivando o pronto
acesso aos alunos e professores aos recursos de informática, tendo em vista o desenvolvimento do
trabalho pedagógico com qualidade, você, professor membro do conselho de escola, tem a tarefa de
É importante ressaltar que não se trata simplesmente de localizar uma pessoa capacitada para a
113
realização de tal tarefa, isso configuraria na transferência da responsabilidade do poder público aos
indivíduos, mas de sensibilizar, envolver a comunidade como um todo no desafio que se apresenta e
que necessita de rápida solução. Assim, dentro do cotidiano escolar, trazer o debate e os encaminha-
mentos de solução de forma que este seja um processo educativo para toda a comunidade escolar.
direta ao projeto de sociedade, que se pretende implantar (ou manter) àquilo que está determinado
em um dado momento histórico e conjuntura política, visto que o processo educativo forma aptidões
e comportamentos que são necessários ao modelo social e econômico em vigor. As políticas educacio-
nais, nesse contexto, são originárias de uma concepção ideológica do sistema capitalista. Diante disso,
como garantir que ideais, tais como igualdade de oportunidades, participação e autonomia deixem de
ser subordinados à lógica racional do mercado, e as reformas na área educacional não se reduzam ao
Considerações Finais
Nesta unidade temática, fizemos um panorama das políticas educacionais em nosso país desde sua
origem até o período militar e, mais recentemente, desde a abertura democrática até os dias atuais.
Demos especial atenção à Constituição Federal de 1988 e à Lei de Diretrizes e Bases de 1996, reforçando
os aspectos relativos à gestão e ao cotidiano escolar. Os principais aspectos dessa reflexão são:
educação brasileira, junto à igreja católica, seguidas por reformas educacionais elitistas. O perí-
odo republicano, por sua vez, foi muito fecundo no campo de reorganização da instrução pública
a partir da influência do movimento da Escola Nova. No ano de 1964, ocorre o Golpe de Estado
que instaura o Regime Militar no Brasil, e toda a orientação da política educacional neste perí-
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financeiros internacionais na construção do ideário de educação no país, fortalecido pelos gover-
nos democráticos instituídos pelo voto direto na pós-ditadura. As reformas, nesse contexto,
liberalização.
• A gestão escolar é o sistema de administração interno da escola e envolve todos os setores rela-
à cultura da escola que é única em sua rotina, seu ritmo de funcionamento, suas regras, todos
estes determinados pelos sujeitos que a compõe e também pelo ambiente onde está inserida. O
Glossário
Atos Normativos: correspondem às orientações gerais do Poder Executivo, com vistas à correta
berações e portarias.
Grêmio Estudantil: organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que
tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais, sendo o órgão máximo de representa-
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Verificação de leitura
QUESTÃO 1-A Constituição Federal de 1988, no que concerne à educação, aponta as se-
guintes garantias:
a) A consagração da educação como direito público subjetivo e o princípio da gestão demo-
crática do ensino público.
e) O ensino fundamental não mais obrigatório para os que a ele não tiveram acesso em idade
própria.
QUESTÃO 2-A gestão democrática, promulgada como forma de gestão nas instituições esco-
lares a partir da Constituição de 1988, possui, dentre outras, as seguintes características:
I) A transparência e fatores que são operacionalizados por instâncias colegiadas.
II) A preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo-benefício.
III) Compartilhamento de decisões e informações.
IV) Participação de toda a comunidade escolar na construção do projeto político-pedagógico.
Estão corretas as afirmações constantes em:
a) Apenas I, II e III.
c) Apenas II e IV.
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QUESTÃO 3-O cotidiano escolar configura-se como um espaço dinâmico e plural, em que
as relações são construídas dentre de especificidades próprias. A esse respeito, é correto
afirmar que:
a) O cotidiano escolar implica em toda a dinâmica da comunidade no entorno escolar, inde-
pendentemente de sua cultura, configura-se como um espaço de manifestações sociais.
c) O cotidiano escolar implica em toda a dinâmica da escola, indissociável de sua cultura, con-
figura-se, ainda, em um rico espaço de desenvolvimento dos saberes docentes.
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Referências Bibliográficas
AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. Campinas: Autores Associados,
2001. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v. 56).
BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. 7. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2000.
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Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa: A.
A Constituição Federal de 1988, no que concerne à educação, aponta as seguintes garantias: a con-
sagração da educação como direito público subjetivo (Art. 208 § 1°); o princípio da gestão democrática
do ensino público (Art. 206, VI); o dever do Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a
6 anos de idade (Art. 208,IV); a oferta de ensino noturno regular (Art. 208,VI); o ensino fundamental
obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso em idade própria (Art. 208,I);
QUESTÃO 2-Alternativa: D.
São características fundamentais da gestão democrática: a transparência e fatores que são opera-
cionalizados por instâncias colegiadas, a preocupação com a qualidade da educação e com a relação
QUESTÃO 3-Alternativa: C.
O cotidiano implica em toda a dinâmica da escola, indissociável de sua cultura, configura-se, ainda,
em um rico espaço de desenvolvimento dos saberes docentes por meio da formação dos pares que se
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