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BENTO GONÇALVES
2017
DEBORA NATALIA SCALCO
Campo de estágio:
Prefeitura Municipal de Veranópolis-RS
Supervisor:
Arq. Joanna Peruffo
Orientador:
Prof.ª Arq. M.ª Margit Arnold Fensterseifer
BENTO GONÇALVES
2017
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9
ANEXOS ................................................................................................................... 78
ANEXO A – CAPELAS RELIGIOSAS DO MUNICÍPIO DE VERANÓPOLIS ........... 79
ANEXO B – GRUPOS DE EDIFICAÇÕES ............................................................... 80
ANEXO C – MAPA SÍNTESE DA ÁREA DE ESTUDO ............................................ 84
9
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
[...] que se impõe a uma grande maioria dos membros de um grupo. [...] uma
memória forte é uma memória organizadora no sentido de que é uma
dimensão importante da estruturação de um grupo e, por exemplo, da
representação que ele vai ter da sua própria identidade. (CANDAU, 2012, p.
44).
2 Bahia e Pernambuco adotaram as primeiras medidas legislativas estaduais, criando órgãos para
proteção de seus patrimônios históricos em virtude de serem os detentores das heranças monumentais
mais ricas do país. (MICHELON et al., 2012).
3 Em 1946, o SPHAN tem o seu nome alterado para Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico
4A Associação de Turismo da Serra Nordeste foi criada em 1985, pela Secretaria de Turismo de Caxias
do Sul, sendo constituída, inicialmente, por onze municípios: Antônio Prado, Bento Gonçalves, Caxias
21
do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guaporé, Nova Prata, São Marcos, Serafina Corrêa e
Veranópolis. Atualmente, mais de trinta membros compõem a associação. (ATUASERRA, 2017).
5 A casa foi construída em 1907 por Erasmo e Domênico Saretta, imigrantes italianos, e abrigava a
residência da família, a coletoria federal e os correios e telégrafos da localidade. Após adquirida pela
Prefeitura de Veranópolis, em 1983, foi transferida de seu terreno original para as margens da atual
BR-470, quando passou a abrigar a Secretaria de Turismo, a Central de Informações Turísticas e a
comercialização de produtos artesanais. A casa de dois pavimentos, totalmente em madeira, foi erguida
em forma de chalé, com lambrequins e telhas de madeira conhecidas como "scandole". (IPHAE, 2017).
22
Europa, em 1975.
23
Brambatti (2002), por sua vez, ao fazer uma relação entre roteiros turísticos,
patrimônio histórico e turismo rural, o define como “[...] um turismo de encontro, um
turismo local, desejado e gerido pelos próprios residentes; um turismo de partilha...
um turismo de gestão local, de impacto local, marcado pelas paisagens locais e
valorizador da cultura local” (2002, p. 11).
Neste contexto, Spindler (2013) aponta para a importância do patrimônio
arquitetônico como um dos principais atrativos, no qual a materialidade das
edificações representa o suporte do tempo in loco. Através da valorização e
preservação do patrimônio histórico e cultural, seja material ou imaterial, aumenta o
sentimento de pertencimento das pessoas nesses locais. De acordo com Spindler
(2013), características como estas podem ser observadas nos roteiros turísticos
desenvolvidos na região da Serra Gaúcha, onde os saberes e fazeres transmitidos ao
longo de gerações são transformados em produtos oferecidos aos visitantes.
Brambatti (2002) ressalta:
A paisagem que se funde com a arquitetura. Esta por sua vez abriga as
atividades produtivas, dando lugar ao movimento e à dinâmica econômica.
Tudo adquire cor e vida pela cultura, pelas marcas características das
identidades locais, expressas na língua, na gastronomia, nos costumes, na
forma de viver, de interagir, de estar no mundo e de se comunicar com os
outros. O roteiro surge então como algo próprio do lugar. (BRAMBATTI, 2002,
p. 16).
Além desses aspectos, o turismo rural é uma atividade que une a valorização
do ambiente rural à exploração econômica, a qual resulta em melhorias significativas
nas condições de vida das famílias que vivem no campo. Ao estimular a permanência
dos moradores nas áreas rurais, a diversificação das formas de trabalho com a
atividade turística gera um significativo retorno econômico aos proprietários rurais,
agricultores familiares e camponeses, uma vez que as atividades não-agrícolas
constituem, cada vez mais, formas complementares de geração de renda no meio
rural. Ainda que recentes, o setor já conta com uma série de investimentos, com
projetos que visam à conservação do patrimônio histórico e cultural, a preservação do
meio ambiente, a qualificação e capacitação das pessoas envolvidas e o
aproveitamento de seu potencial de utilização para o turismo. (SPINDLER, 2013).
O turismo desempenha um papel essencial na preservação e no resgate do
patrimônio cultural edificado de um local, a partir do interesse que o turista demonstra
pela história e cultura do mesmo. Por isso, é fundamental associá-lo ao mercado
turístico, de modo a preservar sua integridade. (SPINDLER, 2013).
27
Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2017), adaptado pela autora.
28
O ano de 1824 foi marcado pela chegada dos primeiros imigrantes, alemães,
em terras do estado do Rio Grande do Sul, instalando-se inicialmente em São
Leopoldo, e aos poucos, apropriando-se da região da planície. De acordo com
Baldissera (2011), as condições físicas e geográficas inviabilizaram a ocupação
espontânea em parte do território, sendo necessário um projeto de colonização, por
iniciativa dos governos imperial e provincial, para o povoamento das terras da Região
Nordeste do estado. Quase ao final do século XIX, inicia-se o processo de ocupação,
principalmente por imigrantes italianos, da encosta superior nordeste da então
Província, hoje Estado do Rio Grande do Sul.
O processo de colonização no sul diferenciava-se do restante do país, onde o
objetivo primordial era a substituição da mão-de-obra escrava. O modelo era proposto
“[...] com base no regime da pequena propriedade, com mão-de-obra composta por
brancos livres, através do trabalho familiar” (BALDISSERA, 2011, p. 52). Além disso,
segundo Baldissera (2011), o território era dividido em léguas ou travessões, com
locais previamente estabelecidos como sedes, encarregados da administração-geral
e controle da ocupação.
Os primeiros núcleos da região, estabelecidos em 1870, Conde D’Eu9 e Dona
Isabel10, não obtiveram sucesso nos primeiros anos quanto à ocupação, recebendo
levas significativas de imigrantes apenas a partir de 1875. Com o aumento do fluxo de
imigração, implantou-se um terceiro núcleo neste mesmo ano, a Colônia Fundos de
Nova Palmira, a qual em 1877 passou a se chamar Colônia Caxias11. (FROSI e
MIORANZA, 2009).
De acordo com Farina (1992), embora algumas das colônias de imigrantes
terem sido formadas a partir da ocupação de áreas devolutas, as terras que originaram
o atual município de Veranópolis pertenciam à fazendeiros de Lagoa Vermelha, não
se encontrando totalmente desocupadas. Em 1878, a Estrada Buarque de Macedo
permitiu o surgimento de um importante caminho para os tropeiros, ligando o
município de Lagoa Vermelha à São João de Montenegro e possibilitando o
9 Da Colônia Conde D’Eu foram desmembrados os atuais municípios de Garibaldi e Carlos Barbosa
(FROSI e MIORANZA, 2009).
10 A Colônia Dona Isabel representa hoje o município de Bento Gonçalves (FROSI e MIORANZA, 2009).
11 A Colônia Caxias compreende os municípios de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha e São
12 A Colônia de Alfredo Chaves constitui os atuais municípios de Veranópolis, Nova Prata, Vista Alegre
do Prata, Nova Bassano, Vila Flores, Fagundes Varela e Cotiporã (FROSI e MIORANZA, 2009). O
nome foi escolhido em homenagem ao político Alfredo Rodrigues Fernando Chaves, Diretor Geral da
Colonização em 1875 (FARINA, 1992).
13 A Colônia Antônio Prado é representada pelo atual município de mesmo nome (FROSI e MIORANZA,
2009).
14 A Colônia Guaporé compreende, hoje, os municípios de Muçum, Guaporé, Serafina Correa, Casca
Na Colônia Alfredo Chaves, segundo Farina (1992, p. 23), tendo como “[...]
espinha dorsal a Estrada Buarque de Macedo, foram traçadas linhas ou secções de
dois em dois quilômetros em cada lado da futura Estrada Geral”. Em seguida, eram
demarcados os lotes coloniais, com uma área de aproximadamente 250 mil metros
quadrados, onde cada colono possuía o prazo de dois anos para a liquidação da dívida
referente à aquisição da colônia de terras. A ocupação inicial da vila ocorreu na porção
mais baixa do território, atual Palugana, devido à presença de inúmeras vertentes no
local. Conforme as demais linhas foram sendo ocupadas, surgiram as primeiras
aglomerações fora da zona central da localidade, que vieram a se tornar distritos de
Alfredo Chaves. No mapa abaixo, observa-se a distribuição dos lotes coloniais e as
áreas inicialmente de posse dos fazendeiros, loteadas somente em um segundo
momento (LAGO, 2014):
substituída pela atual Igreja Matriz, em 1910. Assim como em outras cidades, o
conjunto praça e igreja foi de fundamental importância para a formação da vila,
atuando como uma forte centralidade, em torno do qual o traçado e os principais
equipamentos urbanos se consolidaram. (FARINA, 1992).
Farina (1992) ressalta que, em 1892, o rápido desenvolvimento da localidade
resultou no desmembramento de Lagoa Vermelha, elevando a colônia à categoria de
Vila, com o nome de Benjamin Constant. Entretanto, devido à enorme carga tributária
que começou a ser cobrada, a mesma retornou a condição de distrito, de modo que o
desmembramento oficial ocorreu somente em 1898, quando foi definitivamente
emancipada à condição de Vila de Alfredo Chaves. Nessa época, a mesma era
constituída por quatro distritos, Capoeiras15, Monte Vêneto16, Bela Vista17, e Sede, os
quais são demonstrados no mapa a seguir:
18 Em 1941, o Conselho Nacional de Geografia (IBGE) oficializa um decreto, a nível nacional, que
elimina o nome de vilas e cidades duplicados. Devido à existência de um município mais antigo no
Espírito Santo com o mesmo nome, Alfredo Chaves passa a se chamar Veranópolis, cujo nome significa
“cidade de veraneio”. A escolha do nome ocorreu em função da vocação que o local possuía para o
turismo, sendo este o cenário de veraneio de muitas famílias, inclusive da capital, em períodos
anteriores à 1944. (FARINA, 1992).
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[...] seções de cinema com seus filmes mudos, animados por músicos ou,
posteriormente, sonorizados. Possibilitava aos teatros, clubes e sociedades
recreativas, como a Principe di Piemonte, a Cavalheiros do Luar ou a
Sociedade Carnavalesca dos Tiriricas, maior animação nas várias
festividades realizadas. A urbanidade se refletia na Orquestra Carlos Gomes,
nas bandas de música, nos passeios realizados pela cidade e pelo interior.
(COMARÚ, 2011, p. 90).
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Figura 8 - Foto da década de 1940, com o antigo prédio da Sociedade Alfredochavense (Principe di
Piemonte), com o Banco do Comércio, à esquerda e a antiga Prefeitura, à direita (todos demolidos)
19Segundo Dalla Coletta (1998, apud COMARÚ, 2011), era tão grande a procura por vagas no Hotel
Zanchetta, um dos principais da cidade, que as reservas para os visitantes que vinham veranear em
Veranópolis eram realizadas ainda na capital, através de familiares do então diretor do hotel, residentes
em Porto Alegre.
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Figura 9 (à esquerda) - Vista da ponte Ernesto Dornelles (1952) sobre o Rio das Antas (Foto: 1962)
Figura 10 (à direita) - Vista aérea do vale e da Estação São Luiz (Foto: 1962)
ocupação mista com predominância das atividades residencial, comercial, de prestação de serviços e
pequenas indústrias voltadas à vocação peculiar de cada região, incentivando a geração de emprego
e renda.” (TONUS, 2007, p. 20).
24 “SIH - São áreas formadas por sítios, locais, ruínas e conjuntos antigos de relevante expressão
e permanência, como representantes das formas de viver e fazer. A fim de dar conta
destas atividades, o projeto contou com serviços prestados pela Universidade de
Caxias do Sul, por intermédio do estudo dos Elementos Culturais da Imigração Italiana
no Nordeste do Rio Grande do Sul (ECIRS)25, além de profissionais e alunos do curso
de graduação em Arquitetura e Urbanismo. (TONUS, 2007).
Para o cadastramento dos bens, adotou-se a Ficha de Inventário de
Identificação produzida pelo ECIRS, baseada no modelo do Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural da Bahia (IPAC/BA), que necessariamente foi adaptada às
condições do levantamento em um segundo momento.
Inicialmente, a Prefeitura Municipal de Caxias do Sul propôs o levantamento
geral das sessenta capelas elencadas no mapeamento do Plano Diretor Municipal,
apontadas como objetos de interesse de preservação. A partir da localização das
mesmas, estabeleceram-se então as regiões principais e os percursos pelos quais
seriam cadastrados os bens considerados excepcionais, em número máximo de cinco
elementos por localidade. No entanto, com o andamento do projeto, além das capelas
listadas previamente, o levantamento contemplou outras capelas, bem como um
número maior de edifícios de caráter civil.
O mapeamento e levantamento de dados resultantes do projeto são de
fundamental importância no sentido de alimentar diretrizes, ações e programas que
possam garantir a permanência e preservação do patrimônio cultural regional.
(TONUS, 2007).
25Desde 1978, o Programa ECIRS, vinculado ao Instituto Memória Histórica e Cultural (IMHC), da
Universidade de Caxias do Sul, se dedica ao levantamento sistemático dos bens e resgate dos valores
culturais das comunidades da região, com o objetivo de preservação e valorização desses elementos.
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Usina Velha26, o Parque dos Três Monges e a Rota Turística Segredos da Maçã27. Na
intenção de compreender sua relevância no processo de formação do município,
serão abordados, a seguir, aspectos históricos fundamentais que envolvem o
desenvolvimento do local.
Anterior ao surgimento da Colônia de Alfredo Chaves, em 1878, a Estrada
Geral Buarque de Macedo28 já configurava um importante eixo de deslocamento entre
os municípios de Lagoa Vermelha e São João de Montenegro, conforme citado
anteriormente, possibilitando o escoamento de mercadorias para o sul do estado.
Conhecida como a antiga Rota dos Tropeiros, a estrada percorria em um dos trechos
a atual comunidade de Vila Azul, onde, inicialmente, viviam algumas poucas famílias
proprietárias de terras. Mais tarde, novas vias começaram a ser configuradas a partir
desta, desenvolvendo progressivamente o fluxo local. (COSTA, 1998).
De acordo com Farina (1992), por volta de 1887, os imigrantes italianos que
residiam na localidade, estabelecidos ao longo de ambas as margens da Estrada
Geral, construíram a primeira capela em madeira29. Com o tempo, em função das
inúmeras famílias que se apropriaram dos lotes da região, houve a necessidade de
erguer um novo edifício em alvenaria. Desse modo, construiu-se o Capitel de San
Marco, o mais antigo do município e que resiste até os dias atuais, cujo campanário é
datado de 1901. (FARINA, 1998).
Vila Azul teve grande importância para o desenvolvimento econômico de
Veranópolis. Além de receber a instalação do primeiro moinho da região, construído
por Alessandro Pagnoncelli, contava com diversos estabelecimentos do setor
alimentício, como abatedouros, indústria de queijos, fábrica de geleias e mandolates.
Ao longo da Estrada Geral, algumas residências ofereciam pouso aos tropeiros.
Havia, ainda, um hotel, de propriedade da família Missaglia, e a ferraria de Fioravante
Pessin, conhecida por todos os viajantes da região, onde os carreteiros que
transportavam madeira até o Rio da Antas costumavam ferrar os animais e consertar
suas carretas, quando necessário. (COSTA, 1998).
26 A Cascata da Usina Velha, como é popularmente conhecida nos dias de hoje, localiza-se próximo à
comunidade de Vila Azul e consiste em um dos principais atrativos turísticos do município.
(PREFEITURA MUNICIPAL, 2016).
27 A Rota Turística Segredos da Maçã compreende as comunidades de Lageadinho e Monte Bérico.
28 Um importante trecho da antiga Buarque de Macedo conecta, atualmente, Vila Azul às comunidades
alvenaria de tijolos artesanais. Este edifício foi utilizado pela comunidade até 1981, quando construiu-
se a atual Capela de Santo Antão Abade, inaugurada em 1985. (PREFEITURA MUNICIPAL, 2016).
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A Usina Velha, como é popularmente conhecida nos dias atuais, foi a primeira
usina de geração de energia elétrica do interior do estado do Rio Grande do Sul. A
construção da represa e casa de máquinas exigiu grandes esforços, principalmente
quanto ao transporte de materiais, em função de sua localização de difícil acesso. Os
geradores da hidroelétrica foram transportados ao longo de caminhos precários, por
meio de “slitas” (trenós) puxadas por juntas de bois. Em julho de 1912, inaugurou-se
a luz elétrica na Vila de Alfredo Chaves, considerada uma das melhores do estado.
(FARINA, 1998).
Por volta da década de 1920, Fioravante Pessin deu início, em Vila Azul, à
indústria de palhas para a fabricação de cigarros e canudos para refrigerantes, com a
marca de nome Satélite. A atividade assumiu tamanha relevância que a Estação
Experimental de Alfredo Chaves, atual unidade da Fundação Estadual de Pesquisa
Agropecuária de Veranópolis (FEPAGRO), começou a realizar pesquisas de
hibridação de milho, no intuito de melhorar a qualidade dos produtos que eram
comercializados para todo o Brasil. A Fábrica de Palhas Satélite era responsável por
empregar diversos funcionários, oferecendo-lhes remuneração considerável e
moradias. Todas as residências de sua propriedade eram pintadas de azul, enquanto
outras, por sua influência, acabaram sendo pintadas da mesma cor, originando, assim,
o nome da comunidade. (COSTA, 1998).
Segundo Costa (1998), a Fábrica de Armas Boito, uma das mais importantes
indústrias de Veranópolis até os dias de hoje, também teve seu começo em Vila Azul.
Em 1921, João Boito, imigrante italiano, ao se estabelecer no local, começou a
produzir, artesanalmente, algumas armas sob encomenda. Na década de 1940,
fundou-se na comunidade uma pequena empresa. Em 1955, Elias Ruas Amantino,
um dos empreiteiros que havia concluído várias obras na ferrovia do Rio das Antas,
associou-se à família Boito, dando início à produção de espingardas em série. Em
épocas de maior produção, a fábrica chegou a ter mais de mil funcionários. (FARINA,
1998).
Atualmente, em virtude desses aspectos, verifica-se que o sítio em questão
apresenta uma série de elementos, tanto edificados quanto naturais, carregados de
valores culturais que permanecem guardados na memória dos moradores e são
fundamentais para a construção da identidade de Veranópolis. Desse modo, a
identificação dos edifícios que contribuem para a preservação desta memória é
42
30O Plano Municipal de Turismo (PMT) apresenta as orientações estratégicas para o desenvolvimento
da atividade turística, de 2016 a 2025, estabelecendo as prioridades e as ações necessárias para
alcançá-las de maneira ordenada, integrada e eficiente. (PMT, 2016).
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devido à presença da Cascata da Usina Velha e o Parque dos Três Monges. A área,
portanto, caracteriza-se como uma região de contínuas paisagens naturais, além de
áreas de cultivo agrícola.
De modo a ampliar a pesquisa, percorreu-se, também, as proximidades dos
caminhos inicialmente estabelecidos. A Figura 13 demonstra o roteiro principal,
Percurso dos Tropeiros e Percurso das Cascatas, juntamente com os caminhos
adjacentes selecionados para o desenvolvimento do trabalho.
31 Além da capela, identificou-se o conjunto de atividades comunitárias, neste caso constituído pela
igreja, salão, campo de futebol e cemitério (TONUS, 2007).
47
Fonte: a autora.
51
(conclusão)
Fonte: a autora.
Quadro 4 - Atribuição de valores das edificações do grupo G6
Fonte: a autora.
53
Fonte: a autora.
54
Fonte: a autora.
56
Fonte: a autora.
57
Fonte: a autora.
58
Fonte: a autora.
59
Fonte: a autora.
60
Fonte: a autora.
61
Fonte: a autora.
62
Fonte: a autora.
63
Fonte: a autora.
64
Fonte: a autora.
65
Fonte: a autora.
66
Fonte: a autora.
67
Fonte: a autora.
68
Fonte: a autora.
69
Fonte: a autora.
70
Fonte: a autora.
71
Fonte: a autora.
72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Figura 35 - Mapa síntese da área de estudo (ampliação do mapa com fotos no Anexo C)
Fonte: a autora.
74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOURDIN, Alain. A questão local. Tradução de Orlando Reis. Rio de Janeiro: DP&A,
2001.
DE BONI, Luis Alberto; COSTA, Rovílio. Os italianos do Rio Grande do Sul. Caxias
do Sul: EDUCS, 1984.
MOESCH, Norma Martini. O Turismo no Século XXI: por uma concepção Holística.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
SOUZA, Mariana Jantsch. A memória como matéria prima para uma identidade:
apontamentos teóricos acerca das noções de memória e identidade. Revista
Graphos, vol. 16, n° 1, 2014.
ANEXOS
GRUPO 4 – CAPITÉIS
81