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RUDIANE ZACARIA
Bento Gonçalves
2021
RUDIANE ZACARIA
Bento Gonçalves
2021
“Após muito tempo guardando, os limites
do Sul do Brasil; o gaúcho migrou para o
Norte, e do Norte mudou o perfil. Deixou
para traz a campanha, e a beleza dos
campos dourados; e se foi a buscar nova
vida, numa terra de mato fechado. Este é o
Brasil de bombacha, é a saga da raça
guerreira; nos fundões desta pátria se
acha, um gaúcho abrindo fronteiras.”
Léo Ribeiro.
RESUMO
Além da análise crítica durante o evento, a proposta foi formulada com o apoio
de entrevistas com usuários, pesquisa bibliográfica, visitas in loco, levantamentos
fotográficos e legislação vigente.
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
1.5 JUSTIFICATIVA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem como objetivo dar suporte à coleta e análise de dados que
deverão sustentar este relatório. Além disso, será feita a conceituação dos seguintes
termos para a melhor compreensão dos mesmos: Eventos e espaços para a realização,
tradições gaúchas, MTG, origem do tiro de laço, rodeios e sua função cultural,
tradicionalismo gaúcho e a cultura tradicionalista.
2.1 EVENTOS
A palavra evento originou-se do latim eventu. Uma atividade que reúne pessoas e
tem um objetivo específico executado pela organização. Existente em uma sociedade com
uma formação específica, seja no domínio institucional (organização pública ou privada),
no domínio sociocultural ou no domínio da propaganda. Essas atividades incluem
celebrações, divulgações, treinamentos, troca de informações, promoção, integração,
educação, etc. Seu objetivo é atrair a atenção do público, bem como da imprensa, através
da utilização de meios de comunicação. (OLIVEIRA, 2014)
Ainda de acordo com Melo et al. (2015), os eventos culturais de grande porte
podem representar a possibilidade de desenvolvimento local, pois são baseados em
investimentos, recepção de turistas e marketing urbano. Festas de cunho cultural
constituem um grande encontro de pessoas com uma função específico ou tradicional,
geralmente possuindo uma organização, além de uma recepção ao turista com objetivo
da movimentação e participação da comunidade visando a geração de eventos positivos
para o desenvolvimento local.
história e mostra as raízes de seu povo, mas também incentiva o culto à identidade e
valoriza a imagem dos gaúchos.
Embora caminhem juntos e ambos estejam unidos pelo mesmo motivo, há uma
diferença entre gauchismo e tradicionalismo. Embora o primeiro seja a manifestação da
tradição e a representação conceitual do estilo de vida gaúcho, o segundo é a
concretização das diretrizes e das manifestações específicas desses preceitos, de formas
de instruir seus integrantes a respeitar essa cultura (BRUM, 2013).
Dois Lageados, Fagundes Varela, Garibaldi, Guabijú, Guaporé, Montauri, Monte Belo do
Sul, Nova Araçá, Nova Bassano, Nova Prata, Paraí, Protásio Alves, Santa Tereza, São
Jorge, São Valentim do Sul, São Vendelino, Serafina Corrêa, União da Serra, Veranópolis,
Vila Flores e Vista Alegre do Prata, totalizando 24 municípios.
Fonte: MTG.
A cultura em si é algo mutável, que está em constante renovação e por mais que
tenha uma base sólida, vive se reinventando de acordo com as mudanças do presente. O
tradicionalismo gaúcho não é diferente, ainda que possua seus princípios pautados na
lendária história e filosofia deste povo, seus costumes são comumente inovados pelas
novas gerações e pelas necessidades do cotidiano.
2.3.1 O Tradicionalismo
A história do Rio Grande do Sul está relacionada à disputa territorial entre Portugal
e Espanha, estabelecendo fronteiras onde hoje se constitui o Brasil, a Argentina e o
Uruguai (CÉSAR, 1980), especialmente nos séculos XVII e XVIII. Antes da influência
europeia, a região sul foi ocupada pelos indígenas da família Tupi-Guaranis, que
18
1
Por ‘campeiro’ entende-se o tipo humano originário da área de fronteira do Rio Grande do Sul com a
Argentina e Uruguai, marcada pelo bioma Pampa e, em temos econômicos, pela produção pecuária.
19
Desta forma, o “35” CTG foi o pioneiro e serve até hoje como modelo organizacional
para os centros de tradição gaúcha espalhados pelo Brasil. Apenas em 1948 e 1954 foram
fundados 38 CTG’s no estado, sempre em núcleos urbanos (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 2017, p.22).
Antes dessa data, conforme Jacques (1979) relata, referindo-se aos índios "[...]
Charruas, Minuanos, Tapes, Baicurus [...]",
[...] devemos presumir que esses índios aprenderam a utilizar o cavalo ou a
montálo, depois da criação e do aumento abundantíssimo desse animal nesta
região e na platina, [...] posto que os mesmos índios já soubessem fazer o uso
do “laço” e das “bolas”, talvez para subjugar também os quadrúpedes silvestres
e o avestruz. (JACQUES, 1979, p. 35).
Deve-se acrescentar à descrição do viajante que o uso do laço tem suas origens,
e está historicamente ligada às práticas de trabalho rural nos pampas da América Latina.
Essa prática ainda é mantida em áreas onde a atividade econômica está ligada à pecuária,
principalmente em seu caráter mais tradicional. No processo de "invenção de tradições"
da cultura gaúcha (MENASCHE, 1993; OLIVEN, 1984) houve uma nova e reapropriação
pelo MTG, que percebeu uma caracterização do instrumento e nas atividades que o
utilizam "forma da vida gaúcha ", descrição que de alguma forma sustentava as histórias
de um" passado mítico " e foi divulgada pelo mesmo MTG.
Além disso, o tiro de laço é caracterizado como patrimônio imaterial do Rio Grande
do Sul, segundo a Lei Estadual número 15.244 aprovada em 27 de dezembro de 2018,
que posteriormente levantou indícios de vinculação do tiro de laço como uma prática
esportiva e ratificou o texto do projeto. Esta lei estabelece em seu artigo 3º:
A Prova do Laço é considerada um esporte por apresentar as seguintes
características:
I - tratar-se de um jogo com regras previstas em regulamentos da Federação
Gaúcha de Laço;
II - tratar-se de uma competição, com vencedores e perdedores e distribuição de
premiações; e
III - por seu conteúdo pedagógico, uma vez que envolve a manutenção das
tradições gaúchas através da demonstração de coragem exigida aos laçadores
e dos ensinamentos, promovendo o respeito e a interação com as gerações mais
experientes, o conhecimento da história do povo gaúcho e a aprendizagem do
trato e do respeito com os animais. (RIO GRANDE DO SUL, 2017, s/p.).
Diante do exposto, o tiro de laço pode ser entendido como um elemento integrante
de um sistema simbólico de que perpassa gerações e gera uma disputa contemporânea
pela formalização dessa prática como esporte.
21
Também dentro do MTG, existe uma organização composta por membros de seu
Conselho Diretor, Conselho de Vaqueanos, Junta Fiscal, Conselheiros Beneméritos,
Coordenadores Regionais, 1ª Prenda do estado e o Peão Farroupilha, chamada de
Convenção Tradicionalista, que procura, entre outras coisas, “aprovar, alterar e reformar
o Regulamento Geral do MTG, Códigos e demais Regulamentos” (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 1967).
onde está localizada a sede do CTG e onde ocorrem as competições artísticas, segue as
dimensões exigidas pelo regulamento.
2.4 CULTURA
Conforme afirma Boas (1911), o ser humano compreende o mundo pela visão de
sua cultura, e é ela que de alguma forma molda a sua perspectiva sobre tudo que se vê.
essa mistura de elementos e vestimentas, que originaram como traje oficial e elementos
culturais.
A história dos rodeios começou quando este termo foi usado para designar os
Rodeios Country, que se originaram nos Estados Unidos, em meados da década de 1800,
após os colonos norte-americanos vencerem a guerra contra o México e os costumes de
origem espanhola, incluindo as festas mexicanas e a domesticação de animais, e a
combinação dessas duas atividades resultaria em um rodeio. A primeira competição oficial
foi realizada no Colorado, Texas em 1869.
3 METODOLOGIA
4 OBJETO DE ESTUDO
Figura 03 – Localização do Rio Grande do Sul no Brasil, Corede Serra no Rio Grande do Sul e o
município de Veranópolis no Corede Serra.
Vila Flores
Antônio
Prado
Fagundes Varela
Cotiporã
Bento Gonçalves
Nova Roma do Sul
Fonte: Atlas socioeconômico do Rio Grande do Sul. Adaptado pela autora (2021).
RS359
BR470
Atualmente a cidade realiza diversos eventos, porém nenhum deles com a mesma
dimensão do Rodeio Nacional. Um dos eventos no qual a população mais participa e se
dedica é a Femaçã, realizada de quatro em quatro anos, no Parque José Bin. O evento
movimenta Veranópolis, com uma ampla programação. E também oportuniza aos
visitantes conhecer um pouco mais dobre o "Berço Nacional da Maçã".
29
Outros eventos acontecem no município e alguns locais dão suporte a eles, como
a Sociedade Alfredochavense, o salão principal possui espaço para eventos de grande
porte (conferências, congressos, shows, desfiles de moda, festas de casamento,
aniversários, formaturas), além de contar ainda com a Biblioteca Pública Mansueto
Bernardi.
Desde modo, nenhum destes locais, são aptos para dar suporte aos eventos
decorrentes do Parque Nadyr Mário Pelegrino Peruffo, onde acontecem eventos como
rodeio promovido pelo CTG Rincão da Roça Reúna, shows, eventos de velocidade
(jeepcross e motocross), encontro de som automotivo, entre outras atividades ao ar livre.
(PREFEITURA DE VERANÓPOLIS).
32
5 O LUGAR
O nome CTG "Rincão da Roça Reúna" foi proposto por Saul da Silva Santos para
comemorar o primeiro nome da cidade de Veranópolis (ROÇA REIÚNA- roça do rei, ou
seja, de todos e quaisquer proprietários), como primeiro lote de passagem de pessoas,
por essas terras os tropeiros plantavam alguns alimentos para que os próximos que ali
passassem, tivessem o que comer, e assim por diante. Portanto, a roça não era de
ninguém, mas de todos ao mesmo tempo.
Uma das principais preocupações do CTG foi criar uma companhia de dança,
chamada invernada artística. Em 1958, estreou-se na inauguração do Posto Ipiranga em
Veranópolis. No dia 06 de setembro do mesmo ano, o CTG comemorou seu primeiro
aniversário e realizou um grande fandango na Sociedade Alfredochavense, com a
presença de poetas rio-grandenses Lauro Rodrigues e Mansueto Bernardi e diversos
CTGs do estado.
Em maio de 1958, o CTG formulou seu próprio regimento, definindo sua finalidade,
classificação dos membros, organização e gestão.
No ano de 1978, Waldemar Pértile tornou-se patrono do CTG, onde neste período
foi criada a invernada campeira do CTG. Já em 1977, Honero Castilhos de Lucena foi
eleito como patrão, organizou o Primeiro Torneio de Laço de Integração da 11ª Região
Tradicionalista, e atuou até 1981.
A gestão de 1981 a 1983 foi dirigido pelo patrão Otacílio Nunes de Quadros, e em
sua patronagem realizou a Semana Farroupilha Regional, com os então governadores
34
Pedro Simon, Barbosa Lessa, Jarbas Lima, além de todos os CTGs da 11ª Região
Tradicionalista participaram do encontro.
Raul Ghelere, foi patrão de 1990 a 1992, e durante sua patronagem, construiu as
arquibancadas de alvenaria, ao lado da cancha de laço e colocou o assoalho na sede do
CTG. Além disso, durante sua gestão, foi realizado o primeiro Rodeio Internacional de
Veranópolis.
No período de 2005 a 2008, Luiz Paulo Gregol assumiu a patronagem e, como fato
notável, a comemoração aos 50 anos da entidade, e 109 anos da cidade de Veranópolis.
Outro marco importante desse período foi a construção da sede social no centro da cidade.
35
Nos anos de 2014 até 2018, Idevânia Rossatto Sachini, foi a primeira mulher a
assumir a patronagem do local, diversos fatos importantes marcaram esse período, entre
eles a conclusão da reforma do Galpão Crioulo e a inauguração da Biblioteca e Museu,
que recebeu o nome de Beatriz Faccin, em homenagem a primeira prenda.
O princípio adotado por Nadyr na sua gestão da administração pública sempre foi
de realizar o máximo possível em prol da coletividade em geral, sobrepondo-se a isso ser
humano, um homem em sua plenitude.
6 CONDICIONANTES FÍSICOS
6.1 TOPOGRAFIA
6.2 CLIMA
Visual BR 470, sentido Vila Flores - Acesso trevo de acesso, sentido Vila
Veranópolis (RS) Flores – Veranópolis (RS)
O local possui alguns elementos que compõem o entorno, alguns de forma positiva
outros negativos. No geral, são equipamentos de importância distribuídos as margens da
BR470, estes são pontos de referência para a área de intervenção, que também podem
ser localizados através da Figura 15, como o Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS
(1), a AABB (2), a Igreja São Cristóvão (3), os Obreiros do Basalto (5), a subestação da
RGE (6), etc.
LEGENDA:
salão com estrutura para eventos, disponível para locação do público. Próximo a essa
edificação localiza-se um campo de futebol, situado próximo aos limites do Instituto
Federal e, logo alcança o eixo central novamente. No extremo leste do terreno está
localizada a pista de motocross.
7 ASPECTOS PROJETUAIS
8 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Tabela 02: Programa de necessidades do setor sede CTG Rincão da Roça Reúna.
8.6 ORGANOGRAMA
A partir do desenvolvimento do programa de necessidades, foi possível organizar
as diferentes funções e acessos no organograma, podendo ser visualizado na Figura 23,
a fim de melhor compreender os acessos de cada usuário, e ter uma ideia geral dos
espaços de organização.
54
8.7 FLUXOGRAMA
Conforme Figura 24 observa-se o fluxograma de organização do projeto do Parque
de Eventos de Veranópolis.
9 PARTIDO ARQUITETÔNICO
9.1 CONCEITO
Figura 26: Localização das arquibancadas e cancha de laço existente na área de intervenção.
De acordo com a NBR 9050 (2001), os locais de reunião devem possuir salas que
atendam aos requisitos mínimos de acessibilidade e estar localizados em via acessível
conectada a via de fuga, além de serem instalados em piso horizontal de área, entre outras
disposições que as estruturas atuais do local não oferecem.
Tabela 07: Classificação das edificações quanto à sua ocupação, com destaque para as
arquibancadas.
Tabela 08: Classificação das edificações quanto às suas características construtivas, com destaque
para as arquibancadas.
Tabela 09: Distâncias máximas a serem percorridas de acordo com a NBR 9077.
9.3.2 Remoções por realocação dos programas, por precariedade e falta de valor
histórico.
Alguns edifícios que atualmente abrigam os programas do parque precisam ser
removidos, pois a localização dos mesmos não atende às necessidades de implantação
da nova organização do parque.
A seguir, na Figura 27 será possível visualizar a localização dos edifícios que
preconiza as remoções e/ou realocações nos seus respectivos programas.
Figura 27: – Localização das edificações removidas para realocação dos programas.
Na Figura 28, observa-se o pórtico de acesso principal atual, ele foi reconstruído
no mês de setembro de 2021, pois o pórtico antigo, acabou sendo derrubado por um
caminhão em um torneio de laço que aconteceu no local recentemente, conforme Figura
29.
Além disso, alguns edifícios que têm pouca ou nenhuma manutenção e que estão
no parque há muito tempo. Se encontram em estado precário muito avançado, também
foram identificados para remoção. A maioria deles nem é mais utilizado, devido ao seu
mau estado ou localização inadequada. Nenhum valor histórico ou arquitetônico foi
identificado impedindo as remoções. A sede atual do CTG sofreu algumas melhorias e
manutenções nos últimos tempos, mas devido ao novo programa, ela será realocada para
melhor localização, visualização e acesso do público. Essas edificações podem ser vistas
nas figuras a seguir.
*Desativada
Cozinha dos integrantes do CTG Churrasqueira campeira
10 ESTUDOS DE IMPLANTAÇÃO
Acesso veículos
Acesso principal
Saída veículos
Cancha de laço
Outro caminho que se destaca é o que leva o público ao museu, concluindo seu
efeito visual para o lago central. O ponto de vista é um lugar privilegiado pelas
possibilidades de visuais interessantes que o espaço oferece. A Figura 35 mostra a
direção que os usuários tomam entre a edificação da Sede do CTG e da Escola de
Montaria.
Lago central
11 IMPLANTAÇÃO
O acesso do parque de rodeios é dado pela principal via de ligação a BR470, ponto
pelo qual possibilitou a criação de um pórtico de acesso demarcado, contemplando com
uma grande esplanada para o acesso principal de pedestres. Além disso, facilitou o
acesso para os comércios que estão localizados logo na entrada da implantação, como
mostra a Figura 36.
Dessa forma, o projeto passou a oferecer uma maior estrutura de acessos por conta
das dimensões do programa de necessidades que um parque de eventos deste porte
necessita. As vias laterais do parque, são voltadas apenas para entrada e saída de
veículos, cuja os mesmos transitam no perímetro do parque, direcionando para os
estacionamentos e melhorando o fluxo entre pedestres e veículos.
SAÍDA VEÍCULOS
7
2
7
3 4
6
7 7 7 7
5 8
Acesso ambulância cancha de laço Carga/ descarga animais
na cancha de laço
Demarcação das edificações na implantação
Arquibancadas
Com relação a nova estrutura, o intuito foi proporcionar aos usuários maior conforto
visual e acessibilidade. Os degraus das arquibancadas, foram projetados mais largos do
que os atuais, fazendo com que o público presente no local, tenha mais espaço para
sentar ou até mesmo instalar assentos futuramente.
69
Acesso veterinária e
depósito alimentos
Plataforma elevatória
Acesso bar
Acesso bar
1 12 13
Acesso ambulância
4 5 8
3 2
10
2
2 6 7 9 11
7 2
14 14
15 16 2
15 15 2
16 15
2 2 2 2 2 2
18 19
2 20 2
17 2
Planta baixa
primeiro pavimento
LEGENDA: 1 – Enfermaria 2 – Pronto socorro 3 – Secretaria campeira 4 – Depósito limpeza 5 –
Sanitários 6 – Copa 7 – Área coberta e aberta bar 8 – Bar 9 – Sanitários masculino 10 – Depósito 11 -
Sanitário feminino 12 – Depósito alimentação animais 13 – Veterinário 14 – Rampa de acesso
arquibancadas 15 – Escadas acesso arquibancadas 16 – Arquibancadas 17 – Corredor de passagem 18
– Espaço receptivo 19 – Espaço filmagens/rádio 20 – Sanitários.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Além disso, visando as demandas do local, foi proposta uma cobertura para as
arquibancadas. Foi criado um elemento que oferece uma linguagem com as demais
estruturas do parque, criando uma cobertura em toda arquibancada trazendo unidade ao
elemento do parque.
11.3 Setor área artística – CTG Rincão da Roça Reúna e setor da escola de montaria
Para o CTG, foi proposto um novo edifício, localizado em uma área onde a
topografia permite que a estrutura seja posicionada de forma especial. Sua forma segue
uma linguagem clara e linear dando continuidade com as demais edificações desse
complexo. O novo bloco da sede é grande, e abrigará os principais programas do CTG,
além disso, contará com um eixo entre as edificações permitindo a realização de conexões
com a área externa do parque, conforme é observado na Figura 41.
Sede CTG
Arquibancadas
Redondel
12 14 18 18 18 18 18 18 18 18
Acesso Serviços
11
Acesso Artística
8 9 13 15 16 17 17 17 17 17 17 17 17
10
Acesso Redondel
Acesso Museu
7 11 12 13 14 15 16
6 17 19
5 26 Acesso Manejo Animais
4
Acesso Restaurante
5 10
3 4 9
6
1º pvto.
2 23 22 19 18 2 8
25 21 3
1 24 20 1 7
da via que chega do acesso dos veículos do parque, sendo um acesso exclusivo para
atender os serviços do CTG, do restaurante e da escola de montaria.
O fechamento do museu em vidro gera uma relação da área coberta (eixo) com
a paisagem exterior. O posicionamento deste ambiente teve como proposta inicial a
visualização do lado externo e interno. Tal relação verifica-se através da perspectiva
apresentada na Figura 45.
Acesso Lago
museu central
Algumas tecnologias foram predefinidas durante esta etapa do partido. Visando que
forma, função e estrutura do CTG foram trabalhadas juntas. O diagrama apresentado na
Figura 46 mostra que tais definições precisarão ser revisadas e aprofundadas com maior
refinamento no TCC II.
Restaurante
Conforme a Figura 46, o concreto aparente foi um dos materiais estudados para as
fachadas dos edifícios. Por ter personalidade e beleza peculiar, conecta diversos estilos
de decoração, variando do rústico ao contemporâneo. Além disso, a escolha foi feita, pois
o concreto aparente acaba se tornando uma alternativa mais econômica na construção
uma vez que não necessita de reboco e demais revestimentos para cobrir sua superfície.
Para mais, sua estrutura demanda de menos manutenções no decorrer dos anos.
A madeira ecológica também foi uma escolha projetual, utilizada nos detalhes das
coberturas e fachadas. Se assemelha muito a madeira natural, no entanto, em sua
composição não há nenhum resíduo de madeira, apenas plástico e matérias-primas
recicláveis. É claro que a atenção nessa escolha, também se deu ao meio ambiente e o
melhor uso dos recursos naturais que fazem com que as pessoas cada vez mais
considerem soluções ecologicamente responsáveis. Além disso, evita principalmente o
desmatamento sem poluir o solo e as águas subterrâneas. Portanto, esse material pode
ser considerado 100% ecológico. Dessa forma, a madeira ecológica/ plástica oferece a
resistência do plástico, mas com aparência de madeira natural como resultado, composta
por material completamente sustentável.
77
Outra escolha de materialidade para o projeto, foi o vidro, presente nas fachadas
dos comércios, das bilheterias, da sede, do restaurante e da escola. Essa seleção foi feita
para manter a interação entre o interior e o exterior dos edifícios. Outro ponto importante,
foi a priorização da iluminação natural, dando maior luminosidade para os ambientes
internos, garantindo maior conforto com vidros que não aqueçam o ambiente, e reduzindo
os gastos com energia.
E por fim, mas não menos importante, outros recursos visando a sustentabilidade
e conforto do local foram escolhidos. A energia solar, com instalação de placas
fotovoltaicas, tornando a energia dos edifícios renováveis, alternativas e sustentáveis,
além de não gerar resíduos. O sistema drywall com isolamento térmico, esse material foi
escolhido pelas suas inúmeras vantagens, principalmente por sua leveza, oferecendo uma
redução significativa de carga na estrutura e, outra questão levantada nessa escolha foi a
liberdade que essas paredes dão para a criação dos ambientes, adequando perfeitamente
a qualquer layout necessário, com a vantagem de ter uma execução muito mais simples
e limpa.
Arquibancadas
Cancha de laço
Esplanada
Acesso Serviços
Restaurante
13 4 5 6 7
2 8 9
12 11
14 10
17 13
15
Restaurante
Saída
16
LEGENDA:
1- Acesso vertical (serviços) 2 – Sanitário feminino com vestiário 3 – Sanitário masculino com vestiário
4 – Depósito material de limpeza 5 – Sala administração 6 – Sala de reuniões 7 – Armazenamento alimentos
frios 8 – Armazenamentos alimentos secos 9 – Cozinha 10 – Grelhados 11 – Caixa 12 – Bar 13 – Salão 14
– Sanitários feminino 15 – Sanitários masculino 16 – Área externa 17 – Terraço.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Uma bilheteria individual para pedestres foi criada para venda de ingressos e uma
área comércio, com espaço gastronômico, café, loja de rouparia e souvenirs. A área de
controle de acessos contará com catracas instaladas somente durante grandes eventos,
permitindo acesso livre ao parque durante todo o ano. Quando estiver acontecendo
eventos, o público que estiver no lado comercial externo, terá que passar pelas catracas
para adentrar ao parque. Os comércios foram projetados para suprir o desnível existente
no terreno, optando-se em dois pavimentos, em forma de patamar. Dessa forma, os
comércios contam com a possibilidade de terem atendimentos reversíveis, com e sem
feiras ou eventos.
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Bilheteria
Acesso
Bilheteria Comércios
Restaurante
Sede CTG
Escola de montaria
A Figura 58, mostra uma referência de piso que deverá ser utilizado no
estacionamento mantendo sua permeabilidade.
Conforme visto no item 11.1, projeto conta com outras áreas de apoio, sendo estas
localizadas em vários pontos do parque, dedicados aos vários programas propostos,
obtendo um bom fluxo entre pessoas e veículos, embarque e desembarque, cargas e
descargas etc. Porém, mais áreas de apoio serão necessárias para esse programa, sendo
o mesmo revisado no TCC II.
No que diz respeito as normativas, todas as vagas seguem a NBR 9050 (2015) e
as Leis Federais 10.048 e 10.098, que preveem que o número de vagas deve equivaler a
2% do total, o local totaliza uma área com duzentas e sessenta e cinco (265) vagas para
veículos de pequeno/médio porte, sendo quatorze (14) para portadores de necessidades
especiais e, quarenta (40) vagas para ônibus, sendo três (3) para portadores de
necessidades especiais. A Figura 60 mostra a planta baixa dessa área.
85
2 1
Entrada/ saída
veículos
Entrada/ saída
veículos
LEGENDA:
1-Estacionamento ônibus 2- Estacionamento veículos de menor/médio porte.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
As dimensões dos terrenos não foram revisadas nessa etapa de partido, sendo que
a mesma será contemplada no TCC II, juntamente com áreas de apoios como sanitários
que ficaram faltando para a demanda do público do parque.
PRINCIPAL
ACESSO
SAÍDA VEÍCULOS
Além de toda área de acampamentos, o parque conta com áreas para práticas de
atividades, áreas de lazer e convívio, com churrasqueiras, ciclofaixas e equipamentos
urbanos para dar apoio a esses ambientes, conforme imagens a seguir.
87
Figura 62: Vista do caminho peatonal com ciclofaixa, bicicletário e deck com vista para o lago
central.
Bicicletário Bancos
Ciclofaixa
Via peatonal
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, a nova proposta visa introduzir um novo conceito, mais funcional para o
local, com fluxos adequados, solucionando os problemas atuais e com novas tecnologias,
mas, sobretudo, sem perder a identidade original do parque, construindo e pautando a
vigente concepção em moldes tradicionalistas que se refere à cultura gaúcha.
90
REFERÊNCIAS
BAGUET, A. Viagem ao Rio Grande do Sul. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1997.
CÉSAR, Guilhermino. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Globo, 1980.
COSTA, Luís Augusto Gonçalves et al. Cartilha para realização de rodeios crioulos. 2.
ed. Porto Alegre: Ministério Público do Estado de Santa Catarina, 2016. 26 p. Disponível
em: Acesso em: 20 out. 2021.
JACQUES, João Cezimbra. Assuntos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia
União de Seguros Gerais, 1979.
91
LESSA, Luiz Carlos Barbosa. O sentido e o valor do tradicionalismo. Santa Maria: Tese
apresentada no 1º Congresso Tradicionalista, julho de 1954.
OLIVEN, Ruben George. A fabricação do gaúcho. Ciências Sociais Hoje. São Paulo,
ANPOCS, n. especial, p. 57-68, 1984.
PEREIRA, Matheus. ArchDaily Brasil (2020). "Dicas para usar o concreto aparente em
seus projetos" 29 Jul 2020. ArchDaily Brasil. Disponível em: <
https://www.archdaily.com.br/br/899192/dicas-para-incorporar-o-concreto-aparente-em-
seus-projetos>. Acesso em: 15 out. 2021.
RIO GRANDE DO SUL. Projeto de Lei n. 271, 15 de outubro de 2013. Declara o Tiro de
Laço esporte símbolo do Estado do Rio Grande do Sul. Diário Oficial da Assembleia
Legislativa. Porto Alegre, [s/n], 2013. Disponível em
http://proweb.procergs.com.br/Diario/DA20131018-01-100000/EX20131018-01-100000-
PL-271-2013.pdf. Acesso em: 30 out. 2021.
RIO GRANDE DO SUL. Lei Nº 15.244, de 27 de dezembro de 2018. Declara como bem
integrante do patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio Grande do Sul e considera
como atividade desportiva a Prova de Laço e dá outras providências. Porto Alegre 2018.
Disponível em: https://leisestaduais.com.br/rs/lei-ordinaria-n-15244-2018-rio-grande-do-
sul-declara-como-bem-. Acesso em: 30 out. de 2021.
RIO GRANDE DO SUL. Projeto de Lei n. 144, 14 de julho de 2017. Declara como bem
integrante do patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio Grande do Sul e considera
como atividade desportiva a Prova de Laço e dá outras providências. Diário Oficial da
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