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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

ÁREA DO CONHECIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


ARQUITETURA E URBANISMO

RUDIANE ZACARIA

PARQUE DE EVENTOS NA CIDADE DE VERANÓPOLIS - RS

Bento Gonçalves
2021
RUDIANE ZACARIA

PARQUE DE EVENTOS NA CIDADE DE VERANÓPOLIS - RS

Trabalho apresentado como requisito para


aprovação na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso I, no curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de Caxias do Sul.

Orientador: Profa. Me. Arq. e Urb. Eliza


Bergamaschi
Coordenador: Prof. Msc. André Melati

Bento Gonçalves
2021
“Após muito tempo guardando, os limites
do Sul do Brasil; o gaúcho migrou para o
Norte, e do Norte mudou o perfil. Deixou
para traz a campanha, e a beleza dos
campos dourados; e se foi a buscar nova
vida, numa terra de mato fechado. Este é o
Brasil de bombacha, é a saga da raça
guerreira; nos fundões desta pátria se
acha, um gaúcho abrindo fronteiras.”
Léo Ribeiro.
RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo de revisão e atualização do plano


diretor do Parque de Eventos de Veranópolis, Nadyr Mário Pelegrino Peruffo, e projeto
arquitetônico das edificações. O objetivo principal é transformar este local em um
ambiente com infraestrutura mais adequada para atender às necessidades dos
rodeios, além de oferecer um ambiente saudável para a cidade, visando atividades
municipais, durante todo o ano, além de proporcionar à população atrativos que
caracterizem o parque como um equipamento urbano convidativo e seguro.

A metodologia deste trabalho baseia-se no principal evento realizado


atualmente pelo local de intervenção, o Rodeio Nacional. Reconstruir está área para
manter e dar continuidade à tradição, bem como um local para manter a sociabilidade
da população em geral. A área do terreno necessita de uma atenção, embora a
estrutura existente seja relativamente grande, não consegue dar resposta às
necessidades locais e algumas edificações estão em estados precários, devido à falta
de manutenção. Além da bela paisagem à beira dos lagos, o espaço agrega também
com uma área verde, de valor relativo para proteção ambiental, útil para atividades de
campo e cuidado com o bem-estar dos usuários. Para mais, o estudo conta com um
projeto de uma escola de montaria, fazendo com que o espaço tenha mais atrações e
utilização durante o ano todo.

Além da análise crítica durante o evento, a proposta foi formulada com o apoio
de entrevistas com usuários, pesquisa bibliográfica, visitas in loco, levantamentos
fotográficos e legislação vigente.

Palavras-chave: Eventos; Veranópolis; Rodeio; Tradição; Projeto.


LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Brasão de Armas MTG...............................................................................16


Figura 02: Brasão da 11ª Região Tradicionalista........................................................17
Figura 03: Localização do Rio Grande do Sul no Brasil, Corede Serra no Rio Grande
do Sul e o município de Veranópolis no Corede Serra.................................................26
Figura 04: Delimitação do perímetro atual de Veranópolis..........................................27
Figura 05: Parque José Bin (Pavilhão da Femaçã e Ginásio Poliesportivo)................29
Figura 06: Sociedade Alfredochavense......................................................................29
Figura 07: Casa da Cultura Frei Rovilho Costa e Museu Municipal............................30
Figura 08: Sociedade dos Motoristas Profissionais de Veranópolis............................30
Figura 09: Imagem de satélite com delimitação do Parque de Rodeios de
Veranópolis/RS...........................................................................................................32
Figura 10: Bandeira oficial da entidade.......................................................................34
Figura 11: Topografia área de intervenção..................................................................37
Figura 12: Visuais privilegiados da área......................................................................38
Figura 13: Mapa de vias de acesso da área de intervenção........................................39
Figura 14: Visuais dos acessos ao parque..................................................................40
Figura 15: Mapa síntese do lugar................................................................................41
Figura 16: Fluxograma atual do Parque Nadyr Mário Pelegrino Peruffo......................42
Figura 17: Ocupação dos veículos no parque durante eventos...................................43
Figura 18: Vista do complexo do Stadium Ger na França............................................45
Figura 19: Vista frontal das arquibancadas do Stadium Ger na França.......................45
Figura 20: Cobertura do Centro de Congresso Dakar.................................................46
Figura 21: Fachada principal Areeya Clubhouse.........................................................47
Figura 22: Demonstração da suavidade do telhado do Clubhouse..............................48
Figura 23: Organograma parque de eventos de Veranópolis......................................54
Figura 24: Fluxograma do parque de eventos de Veranópolis...................................54
Figura 25: Diretrizes projetuais para proposta de intervenção....................................56
Figura 26: Localização das arquibancadas e cancha de laço existente na área de
intervenção.................................................................................................................57
Figura 27: Localização das edificações removidas para realocação dos programas..59
Figura 28: Pórtico de acesso atual, após a reconstrução............................................60
Figura 29: Pórtico antigo e após ser derrubado por caminhão.....................................60
Figura 30: Secretaria campeira e galpão de veterinários............................................61
Figura 31: Sede CTG Rincão da Roça Reúna.............................................................62
Figura 32: Edificações precárias na área campeira.....................................................62
Figura 33: Banheiros do parque de eventos................................................................63
Figura 34: Implantação indicando o acesso principal, eixos de direcionamento e
edificações..................................................................................................................64
Figura 35: Visual do eixo entre as edificações para o Lago Central.............................65
Figura 36: Visão macro dos acessos e percursos do parque.......................................66
Figura 37: Planta baixa cancha de laço e competições campeiras..............................67
Figura 38: Vista arquibancadas para a cancha de laço...............................................68
Figura 39: Planta baixa da arquibancada e parte superior...........................................69
Figura 40: Corte FF’ da arquibancada.........................................................................70
Figura 41: Fachada principal da Sede do CTG, restaurante e escola de
montaria......................................................................................................................70
Figura 42: Vista do restaurante e escola de montaria..................................................71
Figura 43: Vista redondel da escola de montaria.........................................................72
Figura 44: Planta baixa Sede do CTG e escola de montaria........................................73
Figura 45: Caminho entre edificações com acesso ao Museu...................................74
Figura 46: Diagrama de tecnologias e materialidades do CTG....................................74
Figura 47: Esquema de pré-lançamento estrutural do CTG........................................75
Figura 48: Concreto aparente.....................................................................................76
Figura 49: Madeira ecológica......................................................................................77
Figura 50: Vidro nas fachadas.....................................................................................77
Figura 51: Terraço jardim............................................................................................78
Figura 52: Vista do restaurante para a cancha de laço e esplanada............................79
Figura 53: Planta baixa do restaurante........................................................................80
Figura 54: Esquema com demonstração dos serviços ao público...............................81
Figura 55: Acesso principal – Bilheteria pedestres......................................................82
Figura 56: Espaço de comércios externos e internos do parque.................................82
Figura 57: Vista da esplanada adentrando ao parque e no sentido do setor de
estacionamento..........................................................................................................83
Figura 58: Referência utilizada para os estacionamentos...........................................83
Figura 59: Perspectivas do estacionamento dos veículos de pequeno/ médio porte e
estacionamento dos ônibus........................................................................................84
Figura 60: Planta baixa dos estacionamentos.............................................................85
Figura 61: Demarcação das áreas de acampamentos do parque...............................86
Figura 62: Vista do caminho peatonal com ciclofaixa, bicicletário e deck com vista para
o lago central..............................................................................................................87
Figura 63: Área de lazer com mesas e churrasqueiras................................................87
Figura 64: Ciclofaixa e via peatonal – Lago IBAMA.....................................................88
Figura 65: Vista para o lago central.............................................................................88
LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Programa de necessidades do setor cancha de laço e apoio....................50


Tabela 02: Programa de necessidades do setor sede CTG Rincão da Roça Reúna...51
Tabela 03: Programa de necessidades do setor escola de montaria...........................52
Tabela 04: Programa de necessidades do setor restaurante......................................52
Tabela 05: Programa de necessidades do setor serviços ao público..........................53
Tabela 06: Programa de necessidades do setor acampamentos da campeira e
público........................................................................................................................53
Tabela 07: Classificação das edificações quanto à sua ocupação, com destaque para
as arquibancadas.......................................................................................................58
Tabela 08: Classificação das edificações quanto às suas características construtivas,
com destaque para as arquibancadas........................................................................58
Tabela 09: Distâncias máximas a serem percorridas de acordo com a NBR 9077......59
LISTA DE SIGLAS

AABB Associação Atlética Banco do Brasil


BR Rodovia Federal
CTG Centro de Tradições Gaúchas
IFRS Instituto Federal do Rio Grande do Sul
MTG Movimento Tradicionalista Gaúcho
NBR Norma Brasileira
RGE Rio Grande Energia
RS Rio Grande do Sul
RT Região Tradicionalista
UCS Universidade de Caxias do Sul
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 TEMA ................................................................................................................. 12
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 12
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 12
1.4 PÚBLICO ALVO ................................................................................................. 13
1.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 14
2.1 EVENTOS .......................................................................................................... 14
2.2 ESPAÇOS PARA EVENTOS ............................................................................. 15
2.3 TRADIÇÕES GAÚCHAS E O MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO –
MTG .......................................................................................................................... 15
2.3.1 O Tradicionalismo ....................................................................................... 17
2.3.2 35 Centro de Tradições Gaúchas ............................................................... 18
2.3.3 Origem do Tiro de Laço .............................................................................. 19
2.3.4 Regulamentação para Eventos Tradicionalistas Gaúchos .......................... 21
2.4 CULTURA .......................................................................................................... 23
2.4.1 Cultura Tradicionalista Gaúcha ................................................................... 23
2.4.2 Rodeios e sua função cultural ..................................................................... 24
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 25
4 OBJETO DE ESTUDO....................................................................................... 26
4.1 DADOS DO MUNICÍPIO .................................................................................... 26
4.2 ASPECTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE VERANÓPOLIS ...................... 27
4.3 EVENTOS E LOCAIS UTILIZADOS PARA REALIZAÇÃO DE EVENTOS EM
VERANÓPOLIS......................................................................................................... 28
5 O LUGAR........................................................................................................... 32
5.1 JUSTIFICATIVA DO LUGAR ............................................................................. 32
5.2 PARQUE DE EVENTOS NADYR MARIO PELEGRINO PERUFFO .................. 32
5.3 JUSTIFICATIVA DO NOME DO PARQUE – NADYR MÁRIO PELEGRINO
PERUFFO ................................................................................................................. 35
6 CONDICIONANTES FÍSICOS ........................................................................... 37
6.1 TOPOGRAFIA.................................................................................................... 37
6.2 CLIMA ................................................................................................................ 37
6.3 VIAS DE ACESSO E ELEMENTOS DE DESTAQUE ........................................ 38
6.4 DIAGNÓSTICO DO LUGAR .............................................................................. 41
6.4.1 Zoneamento atual do parque. ..................................................................... 42
7 ASPECTOS PROJETUAIS ................................................................................ 44
7.1 ESTUDO DE REFERENCIAIS ........................................................................... 44
8 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................... 49
8.1 SETOR CANCHA DE LAÇO E APOIO .............................................................. 49
8.2 SETOR SEDE CTG RINCÃO DA ROÇA REÚNA .............................................. 50
8.3 SETOR ESCOLA DE MONTARIA E RESTAURANTE ...................................... 51
8.4 SETOR SERVIÇOS AO PÚBLICO .................................................................... 53
8.5 SETOR DE ACAMPAMENTOS DA CAMPEIRA E PÚBLICO ............................ 53
8.6 ORGANOGRAMA .............................................................................................. 53
8.7 FLUXOGRAMA .................................................................................................. 54
9 PARTIDO ARQUITETÔNICO ............................................................................ 55
9.1 CONCEITO ........................................................................................................ 55
9.2 DIRETRIZES PROJETUAIS .............................................................................. 55
9.3 REMOÇÕES E REQUALIFICAÇÕES ................................................................ 56
9.3.1 Requalificação das arquibancadas ............................................................. 56
9.3.2 Remoções por realocação dos programas, por precariedade e falta de valor
histórico. ................................................................................................................ 59
9.3.3 Banheiros do parque ................................................................................... 63
10 ESTUDOS DE IMPLANTAÇÃO ........................................................................ 64
11 IMPLANTAÇÃO ................................................................................................. 66
11.1 Diretrizes de acessos e caminhos internos do parque ....................................... 66
11.2 Setor cancha de laço e apoio. ............................................................................ 67
11.3 Setor área artística – CTG Rincão da Roça Reúna e setor da escola de
montaria......................................................................................................................70
11.4 Setor restaurante. .............................................................................................. 78
11.5 Setor serviços ao público ................................................................................... 80
11.6 Setor de acampamentos. ................................................................................... 85
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 89
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 90
12

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a realização de um evento depende da existência de um local


adequado para a função. Eventos relacionados às tradições e cultura de uma nação não
são diferentes, como um Rodeio Crioulo, que visa cultivar e manter a vitalidade da tradição
gaúcha. Com isso, esse trabalho tem como objetivo compreender o atual funcionamento
do Parque de Eventos Nadyr Mário Pelegrino Peruffo, o Parque de Rodeios de
Veranópolis, e diagnosticar a partir do plano diretor vigente no parque, os problemas que
surgiram durante o desenvolvimento dos eventos realizados no local.

O projeto de intervenção na área contemplará também a realização de outros


eventos municipais, visando a falta de espaços adequados para este fim no município.
Um dos desafios é a criação de um espaço com infraestrutura adequada e que permita
trazer vida ao local, tornando-o valorizado, convidativo e seguro.

A definição do conceito requalificação, segundo o dicionário Aurélio (Novo


Dicionário da Língua Portuguesa), é “atribuir qualidade novamente a algo; restaurar;
revitalizar”. Este termo é amplamente utilizado em contextos urbanísticos quando a
proposta for a requalificação urbana, com o objetivo de reorganização, preservação e
restauração, agregando questões econômicas, ambientais, sociais e culturais. Neste
caso, a ideia de requalificação é a reordenação do espaço físico por meio de melhoria
arquitetônicas.

1.1 TEMA

Parque de Eventos na cidade de Veranópolis (RS).

1.2 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do trabalho é desenvolver um partido geral de um Parque de


Eventos para a cidade de Veranópolis (RS).

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para atender ao objetivo geral do trabalho, foram definidos os seguintes objetivos


específicos:
13

1) Criar um espaço específico para eventos diversos e exposições;

2) Flexibilizar o atual parque de rodeios com a possibilidade de ser utilizado


para diversos tipos de atividades organizadas pelo município;

3) Proporcionar aos usuários um espaço de lazer e vivência;

4) Adequar os espaços abertos existentes, para melhor aproveitamento do


local.

1.4 PÚBLICO ALVO

População em geral, tradicionalistas da região, público que frequentará o local para


escola de montaria e turistas.

1.5 JUSTIFICATIVA

Ao observar as lacunas existentes da área de intervenção, bem como as


demandas, descritas no plano diretor, notou-se a viabilidade de elaborar um projeto de
intervenção com ênfase na melhoria do Parque de Eventos Nadyr Mário Pelegrino Peruffo.

O Parque de Eventos de Veranópolis constitui-se em um espaço público de


propriedade da Prefeitura Municipal de Veranópolis, abrigando usos e atividades de cunho
cultural das tradições gaúchas, além de atividades esportivas e recreativas.

O parque mantém uma agenda anual de eventos e atividades de cunho


tradicionalista em nível regional, estadual e nacional. O mesmo sedia eventos e atividades
em promoção da tradição gaúcha, dentre as quais se destaca o Rodeio Nacional.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem como objetivo dar suporte à coleta e análise de dados que
deverão sustentar este relatório. Além disso, será feita a conceituação dos seguintes
termos para a melhor compreensão dos mesmos: Eventos e espaços para a realização,
tradições gaúchas, MTG, origem do tiro de laço, rodeios e sua função cultural,
tradicionalismo gaúcho e a cultura tradicionalista.

Dessa forma, o estudo de referenciais teóricos foi de extremo valor para a


concepção e argumentação do tema selecionado, comprovando sua relevância dentro do
tradicionalismo gaúcho com base em autores como Oliveira, Melo, César e outros, além
da importância dos espaços para eventos na cidade.

2.1 EVENTOS

A palavra evento originou-se do latim eventu. Uma atividade que reúne pessoas e
tem um objetivo específico executado pela organização. Existente em uma sociedade com
uma formação específica, seja no domínio institucional (organização pública ou privada),
no domínio sociocultural ou no domínio da propaganda. Essas atividades incluem
celebrações, divulgações, treinamentos, troca de informações, promoção, integração,
educação, etc. Seu objetivo é atrair a atenção do público, bem como da imprensa, através
da utilização de meios de comunicação. (OLIVEIRA, 2014)

Segundo Houaiss (2009), evento é qualquer acontecimento (festa, espetáculo,


memorial, solenidade, etc.) organizado por um especialista com fins institucionais,
comunitários ou promocionais.

De acordo com Meireles (1999), eventos são uma espécie de ferramenta


institucional e de propaganda utilizada para a comunicação direcionada. Com o objetivo
de criar um conceito, e estabelecer a imagem da organização um único espaço de tempo
por meio de atividades previamente planejadas. Seja por meio de recursos físicos, seja
por meio de recursos técnicos.

Em conformidade com Melo et al. (2015) os eventos desportivos e culturais surgem


cada vez mais como facilitadores do turismo. Procurando promover o desenvolvimento
local nos períodos de baixo tráfego, visto que a sua realização implica a utilização de
outros equipamentos e serviços. Esses muitas vezes podem satisfazer os turistas que
15

ingressam na cidade para participar de atividades de procura – rede hoteleiras,


restaurantes, etc.

Assim, eventos culturais, festivais e eventos de grande porte ajudam a valorizar


diversos espaços locais, sejam turísticos ou não, pois há interação entre o turista e a
cultura e os costumes locais, o que é uma opção para os participantes do evento durante
as pausas de suas atividades.

Ainda de acordo com Melo et al. (2015), os eventos culturais de grande porte
podem representar a possibilidade de desenvolvimento local, pois são baseados em
investimentos, recepção de turistas e marketing urbano. Festas de cunho cultural
constituem um grande encontro de pessoas com uma função específico ou tradicional,
geralmente possuindo uma organização, além de uma recepção ao turista com objetivo
da movimentação e participação da comunidade visando a geração de eventos positivos
para o desenvolvimento local.

De acordo com os conceitos apresentados, é fundamental entender que evento


está associado a um acontecimento importante e especial e, que para ser realizado, é
necessária uma organização bem planejada, orientada para a participação de um público-
alvo, e que ocorra em um espaço de tempo único.

2.2 ESPAÇOS PARA EVENTOS

Um local adequado para a prática de um evento deve atender a algumas


recomendações, sendo elas: capacidade de acomodar todos os participantes e estar
equipado com infraestrutura adequada, inclusive para deficientes físicos; deve ter espaço
suficiente para o uso de expositores, e também deve ter espaço para eventos paralelos.
Além disso, deve haver estacionamentos adequados à capacidade do local, boas
condições de abastecimento de água e energia elétrica e coleta de lixo. Deve também
proporcionar local para venda de ingressos, banheiros e áreas de alimentação (MATIAS,
2013).

2.3 TRADIÇÕES GAÚCHAS E O MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO – MTG

Para Maciel (1994), o gauchismo é entendido como qualquer expressão ou prática


cultural que tenha como referência o povo gaúcho e que promova esse sentimento. A
maior diferença entre esta tradição e outras culturas regionais é que ela não só conta a
16

história e mostra as raízes de seu povo, mas também incentiva o culto à identidade e
valoriza a imagem dos gaúchos.

O tradicionalismo gaúcho é uma corrente originária do Rio Grande do Sul,


influenciado pela Argentina e pelo Uruguai. Contém inúmeras ações práticas e metódicas
que valorizam a personalidade e a história do gaúcho, com a preocupação de transmitir
suas tradições para a próxima geração, cultuando o passado e renovando o presente.
Esse tipo de personalidade remete à imagem do agricultor, que está ligada ao campo e à
vida rural, e possui características marcantes de uma cultura regional. (BRUM, 2013).

Embora caminhem juntos e ambos estejam unidos pelo mesmo motivo, há uma
diferença entre gauchismo e tradicionalismo. Embora o primeiro seja a manifestação da
tradição e a representação conceitual do estilo de vida gaúcho, o segundo é a
concretização das diretrizes e das manifestações específicas desses preceitos, de formas
de instruir seus integrantes a respeitar essa cultura (BRUM, 2013).

Para representar efetivamente essa memória do Rio Grande do Sul, em 27 de


novembro de 1947, foi instituído o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), segundo a
página a definição oficial é:
“O MTG é definido como uma entidade civil sem fins lucrativos, dedica-se à
preservação, resgate e desenvolvimento da cultura gaúcha, por entender que o
tradicionalismo é um organismo social de natureza nativista, cívica, literária,
artística e folclórica, conforme descreve simbolicamente o Brasão de Armas do
MTG, com as sete (7) folhas do broto, que nasce do tronco do passado.”
(www.mtg.org.br).

Figura 01: Brasão de Armas do MTG.

Fonte: Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG.

O Movimento Tradicionalista Gaúcho, que reúne atualmente mais de mil e


quatrocentas entidades tradicionalistas, legalmente construídas, conhecidas como Centro
de Tradições Gaúchas - CTGs ou outras denominações.

As entidades tradicionalistas filiadas ao MTG estão distribuídas em trinta Regiões


Tradicionalistas, que agrupam municípios do Rio Grande do Sul. A 11ª Região
Tradicionalista (RT), reúne os municípios de: Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Cotiporã,
17

Dois Lageados, Fagundes Varela, Garibaldi, Guabijú, Guaporé, Montauri, Monte Belo do
Sul, Nova Araçá, Nova Bassano, Nova Prata, Paraí, Protásio Alves, Santa Tereza, São
Jorge, São Valentim do Sul, São Vendelino, Serafina Corrêa, União da Serra, Veranópolis,
Vila Flores e Vista Alegre do Prata, totalizando 24 municípios.

A entidade da 11ª RT, destaca que o tradicionalismo possui um lema de atuação


presente em teses, que incluem o “sentido e o valor do tradicionalismo”, afirmando que:
“No lombo da serra apresilhando a cultura e o telurismo a mais pura tradição.”
(MESQUITA, 1996).

Figura 02: Brasão da 11ª Região Tradicionalista.

Fonte: MTG.

Dessa forma, o intuito do tradicionalismo é o de fortalecer a essência da cultura do


Rio Grande do Sul através de atividades e costumes, sempre destacando a tradição rio
grandense. Através dos Centros de Tradições, instalados em qualquer região, o
tradicionalismo busca por meio destes espaços inserir ao indivíduo a sua cultura mesmo
que distante de sua origem, preservando a história e honrando os valores (LESSA, 1954).

A cultura em si é algo mutável, que está em constante renovação e por mais que
tenha uma base sólida, vive se reinventando de acordo com as mudanças do presente. O
tradicionalismo gaúcho não é diferente, ainda que possua seus princípios pautados na
lendária história e filosofia deste povo, seus costumes são comumente inovados pelas
novas gerações e pelas necessidades do cotidiano.

2.3.1 O Tradicionalismo

A história do Rio Grande do Sul está relacionada à disputa territorial entre Portugal
e Espanha, estabelecendo fronteiras onde hoje se constitui o Brasil, a Argentina e o
Uruguai (CÉSAR, 1980), especialmente nos séculos XVII e XVIII. Antes da influência
europeia, a região sul foi ocupada pelos indígenas da família Tupi-Guaranis, que
18

coexistiram com os primeiros assentamentos promovidos pelos missionários jesuítas.


(CESAR, 1980).

Após os conflitos armados e estabelecidos os euro-descendentes no território,


desde o século XIX, a cultura regional foi regida por movimentos como o Partenon Literário
que foi fundado em Porto Alegre em 1868 e passou a pregar os conflitos entre espanhóis
e os portugueses e o tipo humano rústico resultante, como a tradição gaúcha legítima, que
levou à sua mitificação. Em 1898, surgiu a primeira associação tradicionalista, Grêmio
Gaúcho de Porto Alegre, organização voltada para a promoção de atividades relacionadas
à valorização da imagem do gaúcho campeiro1. Oliven (1988) destaca os aspectos
comuns entre as duas entidades: ambas eram compostas por pessoas comuns que não
possuíam terras ou capital financeiro e expressavam preocupação diante da modernidade
do progresso urbano, a questão da tradição.

Décadas depois, em 1948, foi criado o primeiro Centro de Tradições Gaúchas


(CTG), na cidade de Porto Alegre. Denominado de 35 CTG, sua criação foi a partir de
estudantes secundaristas, filhos de proprietários de terras, que estavam na capital do
estado para estudar. O primeiro evento da Ronda Gaúcha foi realizado em 1947, dando
início à Semana Farroupilha. Para Oliven (1980), os jovens criadores do movimento
queriam construir um grupo que pudesse reviver a tradição, não uma entidade que
refletisse sobre ela. Portanto, era necessário reconstruir os costumes rurais e o ambiente
prático em seu imaginário.

2.3.2 35 Centro de Tradições Gaúchas

Após a cerimônia de translado do corpo de David Canabarro, os piquetes


tradicionalistas almoçaram em uma das poucas churrascarias de Porto Alegre na época e
combinaram de se encontrar novamente na casa da Paixão Côrtes, que deu início a uma
série de encontros. A comunicação entre os jovens tornou-se cada vez mais harmoniosa,
até que decidiram recolher assinaturas de celebridades e fundar o Clube de Tradição
Gaúcha. Com o passar do tempo, à medida que mais pessoas persistiam na ideia de
cultivar e proteger a tradição gaúcha, em 24 de abril de 1948, o grupo finalmente
estabeleceu o "35" Centro de Tradições Gaúchas no porão de uma das casas dos

1
Por ‘campeiro’ entende-se o tipo humano originário da área de fronteira do Rio Grande do Sul com a
Argentina e Uruguai, marcada pelo bioma Pampa e, em temos econômicos, pela produção pecuária.
19

integrantes do grupo em Porto Alegre (MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO,


2006, p.17).

Devido à predominância de gaúchos do campo, a organização dessa entidade foi


baseada na ideia de estância rural (CÔRTES, 1994 apud CIRNE, 2017, p. 45). A
organização quebrou a nomenclatura que é válida na maioria das sociedades e
organizações, apresentando que não se tratava de uma organização comum. Segundo
descreve Savaris (2017, p.124):
“Patrão, capataz, sota-capataz, agregado das pilchas e posteiro substituíram os
títulos de presidente, vice-presidente, secretário, tesoureiro e diretor.” Conforme
Movimento Tradicionalista Gaúcho (2017, p. 21), a sede da organização se
chama “galpão” e os departamentos foram divididos em “invernadas”. Os
homens membros são chamados de “peões” e as mulheres de “prendas” e as
suas roupas são a “pilcha”.

Desta forma, o “35” CTG foi o pioneiro e serve até hoje como modelo organizacional
para os centros de tradição gaúcha espalhados pelo Brasil. Apenas em 1948 e 1954 foram
fundados 38 CTG’s no estado, sempre em núcleos urbanos (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 2017, p.22).

2.3.3 Origem do Tiro de Laço

O Rio Grande do Sul, com sua imagem fortemente associada à pecuária e às


atividades campeiras, presenciou a prática do tiro de laço sair do meio rural e transpondo
para o meio urbano na forma de um rodeio crioulo. Por outro lado, o tiro com laço, como
competição campeira surgiu na década de 1950 no município de Esmeralda, conforme
citado no projeto de lei número 271, de 15 de outubro de 2013 (RIO GRANDE DO SUL,
2013).

Antes dessa data, conforme Jacques (1979) relata, referindo-se aos índios "[...]
Charruas, Minuanos, Tapes, Baicurus [...]",
[...] devemos presumir que esses índios aprenderam a utilizar o cavalo ou a
montálo, depois da criação e do aumento abundantíssimo desse animal nesta
região e na platina, [...] posto que os mesmos índios já soubessem fazer o uso
do “laço” e das “bolas”, talvez para subjugar também os quadrúpedes silvestres
e o avestruz. (JACQUES, 1979, p. 35).

Segundo o mesmo autor, foram construídas "uma ou duas plataformas" sobre as


quais se praticava o "lançamento de laços e bolas", com as quais se reproduzia
posteriormente a captura de bois selvagens (JACQUES, 1979, p. 73).
20

O viajante belga do século XIX, A. Baguet, apresentou em seu relato sobre a


viagem de 1845 ao Rio Grande do Sul um trecho sobre o uso do laço por um “verdadeiro
gaúcho”. Após sua descrição:
O guia que encontramos em São Gabriel era um verdadeiro gaúcho [...] Como a
maior parte de seus compatriotas, era de uma habilidade extrema em lançar o
laço, as boleadeiras e o facão. O laço, que tem quinze metros de comprimento,
é feito de tiras de couro cru, da grossura de um dedo mínimo, artisticamente
trançadas; uma das pontas termina por um anel de ferro bastante grande, que
serve para formar o nó corrediço; e a outra é presa à cilha do recado, à direita
do cavaleiro. Quando este quer jogar o laço, enrola-o em círculos como os
marinheiros e, com a mão direita, rodopia o nó corrediço acima da cabeça.
(BAGUET, 1997, p. 54-55).

Deve-se acrescentar à descrição do viajante que o uso do laço tem suas origens,
e está historicamente ligada às práticas de trabalho rural nos pampas da América Latina.
Essa prática ainda é mantida em áreas onde a atividade econômica está ligada à pecuária,
principalmente em seu caráter mais tradicional. No processo de "invenção de tradições"
da cultura gaúcha (MENASCHE, 1993; OLIVEN, 1984) houve uma nova e reapropriação
pelo MTG, que percebeu uma caracterização do instrumento e nas atividades que o
utilizam "forma da vida gaúcha ", descrição que de alguma forma sustentava as histórias
de um" passado mítico " e foi divulgada pelo mesmo MTG.

Além disso, o tiro de laço é caracterizado como patrimônio imaterial do Rio Grande
do Sul, segundo a Lei Estadual número 15.244 aprovada em 27 de dezembro de 2018,
que posteriormente levantou indícios de vinculação do tiro de laço como uma prática
esportiva e ratificou o texto do projeto. Esta lei estabelece em seu artigo 3º:
A Prova do Laço é considerada um esporte por apresentar as seguintes
características:
I - tratar-se de um jogo com regras previstas em regulamentos da Federação
Gaúcha de Laço;
II - tratar-se de uma competição, com vencedores e perdedores e distribuição de
premiações; e
III - por seu conteúdo pedagógico, uma vez que envolve a manutenção das
tradições gaúchas através da demonstração de coragem exigida aos laçadores
e dos ensinamentos, promovendo o respeito e a interação com as gerações mais
experientes, o conhecimento da história do povo gaúcho e a aprendizagem do
trato e do respeito com os animais. (RIO GRANDE DO SUL, 2017, s/p.).

Diante do exposto, o tiro de laço pode ser entendido como um elemento integrante
de um sistema simbólico de que perpassa gerações e gera uma disputa contemporânea
pela formalização dessa prática como esporte.
21

2.3.4 Regulamentação para Eventos Tradicionalistas Gaúchos

De acordo com regulamento próprio, o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) é


uma entidade sem fins lucrativos cujo objetivo é unir o polo de tradição nacional e
entidades ligadas ao movimento tradicionalista para proteger o cerne da educação gaúcha
e de sua filosofia.

Dentro desta entidade, é realizado um congresso tradicionalista com função da


assembleia para tratar de assuntos relacionados com a entidade e sua subsidiária CTG.
De acordo com o Artigo 30 do Estatuto do MTG, o Congresso do Tradicionalismo tem a
responsabilidade de “traçar as diretrizes, rumos e princípios do Movimento
Tradicionalista”.

Também dentro do MTG, existe uma organização composta por membros de seu
Conselho Diretor, Conselho de Vaqueanos, Junta Fiscal, Conselheiros Beneméritos,
Coordenadores Regionais, 1ª Prenda do estado e o Peão Farroupilha, chamada de
Convenção Tradicionalista, que procura, entre outras coisas, “aprovar, alterar e reformar
o Regulamento Geral do MTG, Códigos e demais Regulamentos” (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 1967).

A regulamentação para a realização de atividades tradicionalistas no Rio Grande


do Sul é feita por meio das Convenções Tradicionalistas. O documento mais recente, o
Regulamento Campeiro do Estado do Rio Grande do Sul, foi implantado na 85ª
Convenção do Tradicionalismo, em 29 de julho de 2017 e tem objetivo de proteger e
difundir os hábitos, os costumes, as tradições e folclore gaúcho campeiro gaúcho,
estabelecer normas para a realização de manifestações e lidas campeiras. Promovendo
a realização das atividades campeiras e torna-las homogêneas, fazendo com que os
competidores conheçam as regras com antecedência, para que além disso, ocorra o
incentivo às cavalgadas de cunho cultural, turístico e ecológico do estado (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 2017).

Segundo suas tradições e folclore, as festas campeiras são consideradas festas


com competições, campeonatos, manifestações e atividades típicas do povo gaúcho. De
acordo com o artigo 4º do Regulamento do Campeiro, o nome das comemorações
administradas pelo MTG no Rio Grande do Sul são:
“I - Rodeio Crioulo: inclui competições campeiras, artísticas e jogos
tradicionalistas;
22

II - Festa Campeira: inclui atividades campeiras, podendo incluir jogos


tradicionais;
III – Torneio de Laço: somente competição de tiro de laço;
IV – Torneio de Gineteadas: somente competição de gineteadas;
V - Festa da Tradição: é uma festa mista, podendo incluir provas campeiras,
artísticas e jogos tradicionais ou qualquer um destes isolado;
VI – Festa da Marcação: esta é uma festa específica que foca na atividade de
marcação;
VII – Cavalhada: esta é uma festa do folclore português, que lembra a luta entre
mouros e cristãos.
Parágrafo único - Se alguma celebração for realizada sem fornecer recompensas
em dinheiro aos participantes, será chamada de tradição. Por exemplo: Rodeio
Crioulo Tradicional, Festa Campeira Tradicional, etc." (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 2017).

Quanto ao seu escopo, as celebrações podem ter sete diferentes abrangências:


interna, local, regional, estadual, interestadual ou nacional e internacional. As partes
internas geralmente são mantidas dentro dos limites da entidade. As festas locais são
realizadas entre várias entidades do mesmo município. Entidades da mesma região
tradicionalista ou entidades de regiões tradicionalistas próximas participam de festivais
regionais. O modelo estadual é caracterizado pela participação de entidades de todo o
estado, enquanto o modelo interestadual ou nacional permite a participação de entidades
de outros estados do Brasil. Uma festa internacional conta com a participação de
delegações de outros ou de outro país que esteja de acordo com os costumes gaúchos
(MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO, 2017).

Em relação ao local adequado para as competições campeiras, a Federação


Gaúcha de Laço, por meio de seu Regulamento Técnico Campeiro, estipula que o campo
de competição deve ser seguro para os competidores e animais, e as mangueiras devem
ser dotadas de água doce e piso macio. Os bretes e corredores devem ser construídos
corretamente, não deixando madeira ou quaisquer outros elementos que representem
perigo para os animais. A pista de laço deve ter 160 metros de comprimento e 40 metros
de largura. O corredor de retorno deve ter no mínimo 3 metros de largura e o corredor dos
competidores deve ter no mínimo 4 metros (FEDERAÇÃO GAÚCHA DE LAÇO, 2013).

Para competições artísticas, os organizadores devem estar sempre cientes das


regras atuais do MTG para cumprir estas regras, incluindo espaço suficiente para provas
de dança tradicional, a área deve ser de no mínimo 12x8 metros. (MOVIMENTO
TRADICIONALISTA GAÚCHO, 2019).

O atual parque de eventos de Veranópolis, segue com as normativas impostas pela


Federação Gaúcha de Laço. A cancha de laço está dentro das medidas oficiais, e o salão
23

onde está localizada a sede do CTG e onde ocorrem as competições artísticas, segue as
dimensões exigidas pelo regulamento.

2.4 CULTURA

Cultura é uma expressão polissêmica, cujo conceito possui diversas definições em


diferentes áreas do conhecimento e diferentes reações conforme os campos abordados
da sociologia, antropologia, história, administração, economia, etc. Em cada área, seu
foco é baseado em seus interesses, sua definição comprova seu processo.

Neste caso, a definição é baseada na identidade de uma pessoa, uma região ou


comunidade. “Cultura é tudo o que constitui a maneira de viver de uma sociedade
especifica” (CEVASCO, 2008, p.188). “A cultura é considerada como o conjunto dos traços
característicos do modo de vida de uma sociedade, de uma comunidade ou de um grupo”
(FORQUIN, 1993, p. 11).

A cultura é o símbolo individual e específico de uma comunidade, entre as


características de diferentes costumes. As características de uma nação determinam a
sua cultura, que pode advir da prática, valores e costumes. Portanto, cultura nada mais é
que um roteiro comportamental que certa comunidade deve seguir, e são esses atributos
que formam a identidade de um povo.

Conforme afirma Boas (1911), o ser humano compreende o mundo pela visão de
sua cultura, e é ela que de alguma forma molda a sua perspectiva sobre tudo que se vê.

2.4.1 Cultura Tradicionalista Gaúcha

Na descrição de Nicolau Dreys, o gaúcho usava roupas mistas, indígenas e


algumas roupas europeias, ele sempre segurava uma faca, laço e boleadeiras. Não
deixava o cavalo nem a pouca distância, característica adotada pelos índios charruas,
vestindo uma chiripa, que é um pano enrolado na cintura. Após, ele mudou para
bombacha, com um avental de couro, camisa, jaqueta sem mangas, lenço na cabeça ou
um chapéu. O entretenimento era um jogo de cartas e apostas em corridas de cavalos em
linha reta. (FLORES, 2013, p. 70.)

O Rio Grande do Sul é um mosaico cultural. Isso determina a origem da cultura


gaúcha, graças ao processo de imigração e colonização com os índios locais, produziu
24

essa mistura de elementos e vestimentas, que originaram como traje oficial e elementos
culturais.

2.4.2 Rodeios e sua função cultural

A história dos rodeios começou quando este termo foi usado para designar os
Rodeios Country, que se originaram nos Estados Unidos, em meados da década de 1800,
após os colonos norte-americanos vencerem a guerra contra o México e os costumes de
origem espanhola, incluindo as festas mexicanas e a domesticação de animais, e a
combinação dessas duas atividades resultaria em um rodeio. A primeira competição oficial
foi realizada no Colorado, Texas em 1869.

No caso do Brasil, essa modalidade de rodeio teve origem em 1956 na cidade de


Barretos, interior de São Paulo, e a polêmica entre humanos e animais foi o centro das
atenções desde o primeiro jogo. O Rodeio Crioulo, conforme descrito no capítulo anterior,
surgiu na década de 1950 no Rio Grande do Sul, através dos Torneios de Tiro de Laço,
que ao longo do tempo conquistaram cada vez mais participantes. O 1º Rodeio Crioulo de
Vacaria, foi o precursor dos rodeios de hoje que se espalharam por todo o estado.
Diferentemente do Rodeio Country - considerando um esporte competitivo que
visa premiação - o Rodeio Crioulo é a manifestação das tradições do campo.
Seu objetivo principal é possibilitar o convívio periódico entre os amantes dos
costumes dos pagos, para reviver aquela infinidade de características que tão
bem definem o sistema de vida na querência, bem como as manifestações
culturais tradicionalistas gaúchas, como música, dança, gastronomia e jogos
(COSTA et al., 2016, p. 11).

Para melhor compreender o rodeio e sua função como manifestação cultural,


Marcantonio (2006, p. 58) o descreve com as seguintes palavras:
Rodeio é a festa do peão, da prenda, do artista de bombacha, do cavalo. É o
reviver dos usos e costumes do campo numa festa na cidade. É o candeeiro
e o fogo de chão trazendo as chamas do passado para uma luz que não se
apaga. É a fibra e a garra do peão de estância chegando no lombo do
aporreado nas demonstrações em cima da força bruta dos corcovos. É o
círculo veloz do laço voando para a certeza da armada. É a beleza e a graça
da prenda roubando os olhares todos para si e para seu vestido rodado. É o
entono do piazito sorridente no orgulho das pilchas novas e no ensaio das
primeiras armadas nos chifres da vaca-parada. É a beleza da arte campeira
que chega no dom natural do gaúcho que toca, dança, canta e declama. É a
festa do cavalo na força dos seus corcovos, na destreza e velocidade das
disputas, na demonstração de seu adestramento e na sua beleza fotográfica.
É a gauchada toda vinda de pagos longínquos para os encantos da festa e
para o abraço dos amigos enfileirados ao correr dos alambrados que cercam
as pistas das disputas. É o olhar que atrai, o sorriso que aproxima nos elos
humanos que fecham o círculo do chimarrão. O cabresto, o laço, a espora
são os instrumentos musicais que a todos emocionam no concerto vivo da
Tradição. É a beleza de uma festa que continua na emoção.
(MARCANTONIO, 2006, p.58).
25

3 METODOLOGIA

A metodologia apresentada neste trabalho divide-se em algumas etapas, sendo


elas:

a) Escolha da área de intervenção, definição de tema e objetivos do presente


trabalho;

b) Estudo de referências bibliográficas adequadas ao tema escolhido –


eventos, cultura e rodeios;

c) Levantamento de dados gerais e fotográficos, diagnóstico da área de


intervenção e compreensão do funcionamento do espaço que abriga usos e atividades de
cunho cultural das tradições gaúchas, além de atividades esportivas e recreativas, e
estudo do histórico do local para a compreensão da sua importância;

d) Compreensão da utilização do espaço durante o Rodeio Nacional e também


no dia-a-dia;

e) Estudo de referenciais formais e funcionais para auxílio na proposta


projetual;

f) Programa de necessidades: definição das necessidades de caráter fixo e


temporários;

g) Elaboração de uma proposta de qualificação para o local escolhido, através


de um partido arquitetônico.
26

4 OBJETO DE ESTUDO

A seguir, serão apresentados os dados do município, juntamente com aspectos


históricos, para melhor compreensão da cidade de Veranópolis.

4.1 DADOS DO MUNICÍPIO

Situado no Nordeste do Rio Grande do Sul, a cidade de Veranópolis faz parte da


região conhecida como Serra Gaúcha e é membro da Associação dos Municípios da
Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul (AMESNE).

O município é confrontante com as cidades de Vila Flores (norte), Bento Gonçalves


(sul), Antônio Prado e Nova Roma do Sul (leste) e Cotiporã e Fagundes Varela (oeste). Já
com a capital do estado do Porto Alegre, está a 170 quilômetros de distância. Veranópolis
também é membro municipal do Comitê de Desenvolvimento Regional Serra Gaúcha,
COREDE Serra.

Figura 03 – Localização do Rio Grande do Sul no Brasil, Corede Serra no Rio Grande do Sul e o
município de Veranópolis no Corede Serra.

Vila Flores

Antônio
Prado

Fagundes Varela

Cotiporã

Bento Gonçalves
Nova Roma do Sul

Fonte: Atlas socioeconômico do Rio Grande do Sul. Adaptado pela autora (2021).

De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),


o município de Veranópolis apresenta em 2020 uma estimativa de população de 26.533
habitantes, sendo que o último censo demográfico realizado no município no ano de 2010
apresentou uma população de 22.810 habitantes. População esta, que se distribui em
289,433 km² de área territorial. Com densidade demográfica de 78,83 habitantes/km²
(censo de 2010), sendo que 80% da população total reside na área urbana (IBGE, Censo
demográfico de 2010 do município de Veranópolis).
27

A cidade de Veranópolis apresenta uma grande variação de relevo ao longo do


território, encontra-se a 705 metros de altitude, e possui um clima subtropical. A região
com relevo mais plano é a região central do município, justificando a ocupação e evolução
urbana, conforme Figura 04.

Os acessos principais do município são através da BR 470, rodovia que corta o


município e faz ligação com a cidade de Bento Gonçalves ao sul e as cidades de Vila
Flores e Nova Prata ao norte, além da RS 359 e RS 355.

Figura 04 – Delimitação do perímetro atual de Veranópolis.


BR470
RS355

RS359

BR470

LEGENDA: Perímetro urbano Rios e arroios BR470 Ruas e estradas Capelas


Fonte: Estudo de Usos e Acessibilidades em Veranópolis (LAGO, 2014).

4.2 ASPECTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE VERANÓPOLIS


Durante o processo de imigração, as colônias de Dona Isabel (hoje Bento
Gonçalves), Fundos de Nova Palmeira (hoje Caxias do Sul) e Conde d'Eu (hoje Garibaldi)
foram fundadas em 1875. Segundo Silva (2014), devido a “crescente imigração para o
Estado, foi necessária a criação de uma nova colônia para abrigar os colonos” (LAGO,
2014).
A colonização de Veranópolis começou em 1884, quando aqui chegaram os
primeiros imigrantes italianos. Antes, a partir de 1830, todo o território da região pertencia
ao município de Santo Antônio da Patrulha e à freguesia mais próximo ao atual município
de Veranópolis ficava Lagoa Vermelha e Vacaria (FARINA, 1992).
28

Ao longo do tempo, os fazendeiros de Lagoa Vermelha abriram caminho e


ingressaram na futura colônia de Alfredo Chaves. Eles ocuparam terras das matas do Rio
das Antas para plantar milho e extrair erva-mate. No local mais aprazível do terreno, havia
um ponto de encontro dos tropeiros que, regularmente se aventuravam a passar por ali,
com destino a Montenegro (FARINA, 1992).
Este lugar favorito para descansar e se encontrar, tem um longo caminho, com uma
elevação rochosa e excelente vertente de água que deram o nome de Roça Reúna. No
local conhecido como Roça Reúna, foi construída em 1884 a colônia Alfredo Chaves,
pertencente à Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha (FARINA, 1992).
Foi a partir dessa decisão que começaram a chegar os primeiros imigrantes
italianos. Logo depois, os primeiros poloneses chegaram à cidade. Em 1898, passou na
categoria de Vila. Por existir outro município denominado Alfredo Chaves, no Espírito
Santos, o nome Veranópolis foi oficializado, com o significando de Cidade Veraneio
(FARINA, 1992).

Os aspectos físicos da antiga colônia Alfredo Chaves foram decisivos para a


ocupação do território. Banhado a sul, leste e oeste por rios sinuosos, apresentando um
relevo montanhoso nas boras destes rios e uma topografia plana na área central,
condicionou a ocupação no centro do território (FARINA, 1992).

4.3 EVENTOS E LOCAIS UTILIZADOS PARA REALIZAÇÃO DE EVENTOS EM


VERANÓPOLIS

Atualmente a cidade realiza diversos eventos, porém nenhum deles com a mesma
dimensão do Rodeio Nacional. Um dos eventos no qual a população mais participa e se
dedica é a Femaçã, realizada de quatro em quatro anos, no Parque José Bin. O evento
movimenta Veranópolis, com uma ampla programação. E também oportuniza aos
visitantes conhecer um pouco mais dobre o "Berço Nacional da Maçã".
29

Figura 05: Parque José Bin (Pavilhão da Femaçã e Ginásio Poliesportivo).

Fonte: VB Vídeos e Produções (2019).

Outros eventos acontecem no município e alguns locais dão suporte a eles, como
a Sociedade Alfredochavense, o salão principal possui espaço para eventos de grande
porte (conferências, congressos, shows, desfiles de moda, festas de casamento,
aniversários, formaturas), além de contar ainda com a Biblioteca Pública Mansueto
Bernardi.

Figura 06: Sociedade Alfredochavense.

Fonte: Jornal O Estafeta (2019).


30

A Casa da Cultura juntamente com o Museu Municipal, o espaço conta com


auditório para eventos culturais e técnicos, além de ser um local para visitação, pesquisas
e exposições temporárias e de longa duração.

Figura 07: Casa da Cultura Frei Rovilho Costa e Museu Municipal.

Fonte: Patrimônio Cultural Brasileiro (http://www.ipatrimonio.org/).

E por fim, a Sociedade dos Motoristas Profissionais de Veranópolis, que recepciona


eventos de diversos tipos, além de possuir um espaço externo com quiosques,
churrasqueiras, campo de futebol e cancha de vôlei de praia, utilizados apenas por
associados.

Figura 08: Sociedade dos Motoristas Profissionais de Veranópolis.

Fonte: Google Earth (2021).


31

Desde modo, nenhum destes locais, são aptos para dar suporte aos eventos
decorrentes do Parque Nadyr Mário Pelegrino Peruffo, onde acontecem eventos como
rodeio promovido pelo CTG Rincão da Roça Reúna, shows, eventos de velocidade
(jeepcross e motocross), encontro de som automotivo, entre outras atividades ao ar livre.
(PREFEITURA DE VERANÓPOLIS).
32

5 O LUGAR

A área escolhida para intervenção é o Parque Municipal Nadyr Mário Pelegrino


Peruffo, local que recebe o Rodeio de Veranópolis, desde 1984, ano da 1ª edição regional.
Em 2020, o evento chegou à sua 32ª edição.

Figura 09: Imagem de satélite com delimitação do Parque de Rodeios de Veranópolis/RS.

Fonte: Google Earth (2021).

5.1 JUSTIFICATIVA DO LUGAR

A escolha do local ocorreu com o objetivo de uma melhoria de modo geral na


infraestrutura do lugar. A acessibilidade do local é um importante fator para a permanência
do parque onde está implantado atualmente, pois possui articulação com outros pontos
da cidade e cidades da região, facilitando o acesso do público.

O parque possui um enorme potencial de desenvolvimento, dessa forma, a


proposta é proporcionar um ambiente saudável, visando atividades para todas as faixas
etárias e durante todo ano, além de proporcionar à população atrativos que caracterizem
o Parque como equipamento urbano convidativo e seguro.

5.2 PARQUE DE EVENTOS NADYR MARIO PELEGRINO PERUFFO

O Centro de Tradições Rincão da Roça Reúna, está localizado em Veranópolis e


foi fundado em 17 de setembro de 1957. Seu lema é “Cultuando a Tradição em busca da
perfeição”.

O CTG foi instituído em congresso promovido pela Sociedade Alfredochavense do


poeta e escritor veranense Mansueto Bernardi.
33

O primeiro quadro de diretoria consistia em muitas pessoas, dentre elas o patrão


de Honra, Mansueto Bernardi, o patrão Elias Ruas Amantino.

O nome CTG "Rincão da Roça Reúna" foi proposto por Saul da Silva Santos para
comemorar o primeiro nome da cidade de Veranópolis (ROÇA REIÚNA- roça do rei, ou
seja, de todos e quaisquer proprietários), como primeiro lote de passagem de pessoas,
por essas terras os tropeiros plantavam alguns alimentos para que os próximos que ali
passassem, tivessem o que comer, e assim por diante. Portanto, a roça não era de
ninguém, mas de todos ao mesmo tempo.

De acordo com as convenções de cada Centro de Tradição Gaúcha, uma prenda


é escolhida para representar a beleza, a cultura e a simpatia da entidade. A prenda que
representou a entidade Rincão foi Regi Faccin.

Uma das principais preocupações do CTG foi criar uma companhia de dança,
chamada invernada artística. Em 1958, estreou-se na inauguração do Posto Ipiranga em
Veranópolis. No dia 06 de setembro do mesmo ano, o CTG comemorou seu primeiro
aniversário e realizou um grande fandango na Sociedade Alfredochavense, com a
presença de poetas rio-grandenses Lauro Rodrigues e Mansueto Bernardi e diversos
CTGs do estado.

Em maio de 1958, o CTG formulou seu próprio regimento, definindo sua finalidade,
classificação dos membros, organização e gestão.

Em meados da década de 1960, o CTG Rincão da Roça Reúna encerrou as


atividades que foram reiniciadas em 1977. Quando um grupo de tradicionalistas da cidade
se reuniu na sede da Associação de Comércio e Indústria de Veranópolis, com a finalidade
de reativar CTG Rincão da Roça Reúna. O então locutor da Rádio Veranense, Rui Siqueira
foi eleito o segundo chefe do CTG e lá serviu por um ano. Nos dias 19 a 20 de novembro
de 1977, foi realizado o primeiro Rodeio do CTG.

No ano de 1978, Waldemar Pértile tornou-se patrono do CTG, onde neste período
foi criada a invernada campeira do CTG. Já em 1977, Honero Castilhos de Lucena foi
eleito como patrão, organizou o Primeiro Torneio de Laço de Integração da 11ª Região
Tradicionalista, e atuou até 1981.

A gestão de 1981 a 1983 foi dirigido pelo patrão Otacílio Nunes de Quadros, e em
sua patronagem realizou a Semana Farroupilha Regional, com os então governadores
34

Pedro Simon, Barbosa Lessa, Jarbas Lima, além de todos os CTGs da 11ª Região
Tradicionalista participaram do encontro.

Luiz Tedesco assumiu a função de patrono de 1983 a 1984, promovendo os


primeiros encontros regionais de folclore e tradição, recebendo o primeiro baile juvenil da
entidade, o Baile da Prenda Jovem. Foi formada uma comissão pró-construção do parque
e inaugurado durante sua gestão, o Parque de Rodeios de Veranópolis, localizado no
Bairro Sapopema em Veranópolis, até os dias atuais.

Já no período de 1986 a 1988, Miguel Olírio Rigo assumiu a patronagem e fez


várias melhorias, como a construção de vestiários no galpão, instalação elétrica e a
construção do alpendre de entrada do parque. Criou a galeria de Ex-patrões e em 1987
criou a bandeira oficial da entidade. Sob seu comando, ocorreu em janeiro 1988, a 33ª
Conferência de Tradicionalistas Gaúchos.

Figura 10: Bandeira oficial da entidade.

Fonte: Adriana Borille - Secretaria Cultural Veranópolis (2021).

Raul Ghelere, foi patrão de 1990 a 1992, e durante sua patronagem, construiu as
arquibancadas de alvenaria, ao lado da cancha de laço e colocou o assoalho na sede do
CTG. Além disso, durante sua gestão, foi realizado o primeiro Rodeio Internacional de
Veranópolis.

Em julho de 1994 a 1997, Ademar Vivan assumiu a patronagem, e aprimorou a


cerca da cancha de laço, construiu uma churrasqueira e sediou o primeiro Laço de Serra
e Campo.

No período de 2005 a 2008, Luiz Paulo Gregol assumiu a patronagem e, como fato
notável, a comemoração aos 50 anos da entidade, e 109 anos da cidade de Veranópolis.
Outro marco importante desse período foi a construção da sede social no centro da cidade.
35

Nos anos de 2014 até 2018, Idevânia Rossatto Sachini, foi a primeira mulher a
assumir a patronagem do local, diversos fatos importantes marcaram esse período, entre
eles a conclusão da reforma do Galpão Crioulo e a inauguração da Biblioteca e Museu,
que recebeu o nome de Beatriz Faccin, em homenagem a primeira prenda.

Em 20 de setembro de 2018, Luiz Paulo Gregol, assume novamente o a


patronagem, exercendo o cargo até os dias atuais. No ano de 2019, um grande marco
sucede em sua patronagem, a conquista do cargo de Prenda Amanda Bissani Tonial como
Segunda Prenda Mirim do Rio Grande do Sul, além da revitalização das invernadas
artísticas, culturais e campeiras, e a reforma total da cancha de laço. Junto novamente
com a comissão da entidade, o Deputado Ronaldo Santini e poder público estadual e
municipal.

No decorrer do histórico foi descrito como um ponto negativo na patronagem de


senhor Gregol a pandemia do Covid-19, que elencou o cancelamento do Rodeio de
Veranópolis de 2020, foram realizadas apenas atividades da campeira, sem a presença
do público. (BORILLE, 2021).

5.3 JUSTIFICATIVA DO NOME DO PARQUE – NADYR MÁRIO PELEGRINO


PERUFFO

Nadyr Mário Pelegrino, nasceu em 11 de julho de 1925, no município de


Veranópolis.

Sua caminhada foi longa, sendo contador, gerente de supermercado, diretor da


Corlac, corretor de seguros. Começou sua vida de político como militante do PTB, sendo
membro do diretório municipal.

O princípio adotado por Nadyr na sua gestão da administração pública sempre foi
de realizar o máximo possível em prol da coletividade em geral, sobrepondo-se a isso ser
humano, um homem em sua plenitude.

O deputado João Reinelli (2015) em justificativa ao nome do parque de eventos,


cita a frase: “O passado é testemunha, o presente confirma.” Comenta que por todo o
exposto, Nadyr Mário Pelegrino Peruffo merecia receber esta grande homenagem que
representava também o desejo da comunidade veranense de conservar na memória a
imagem de um homem íntegro e comprometido com sua cidade para aqueles que
36

compartilharam da sua companhia e, de recordas os seus feitos progressistas e


desenvolvimentistas para as gerações futuras.
37

6 CONDICIONANTES FÍSICOS

Uma vez estabelecido o local de implantação, torna-se necessário estudar as


condições morfológicas, físicas e legais da área de intervenção e seu entorno. Os
diagnósticos permitem a identificar os pontos fortes e fracos e a estabelecer relações
importantes que devem ser consideradas durante o desenvolvimento das intenções
projetuais.

6.1 TOPOGRAFIA

A cidade de Veranópolis está situada em altitudes que variam de 80 m, sendo a


mínima e 790m a altitude máxima, tendo uma altitude média de 496m.

O terreno na área de intervenção também apresenta topografia com algumas


variações. Em relação à cidade como um todo a área encontra-se em uma altitude de
aproximadamente 705 metros.

Figura 11: Topografia área de intervenção.

Fonte: Adaptado pela autora (2021).

6.2 CLIMA

Veranópolis, é uma região onde o verão é longo, morno e úmido, já a estação do


inverno é curta e amena. Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação e de céu
parcialmente encoberto. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 7 °C a 28 °C e
raramente é inferior a 0 °C ou superior a 32 °C. (WEATHERSPARK, 2021)

A área de intervenção e no seu entorno, contam com massas vegetais contendo


diversas espécies ameaçadas de extinção, como a araucária. A acústica não é afetada,
pois o terreno fica a uma distância significativa da BR470, via de maior ruído para o local.
38

O terreno está situado em um ponto afastado da área central do município, mas os


visuais privilegiados ainda são oferecidos, conforme imagens demonstradas na Figura 12.

Figura 12: Visuais privilegiados da área.

Lago Central Lago IBAMA

Visual interno do parque para a BR470.

Fonte: Acervo pessoal (2021).

6.3 VIAS DE ACESSO E ELEMENTOS DE DESTAQUE


A área de intervenção está localizada muito próxima de uma rodovia federal, a BR
470, a qual faz ligação com o centro do município e cidades vizinhas, como Vila Flores,
Nova Prata, ao norte, e Bento Gonçalves, ao sul.
As vias de acesso ao parque podem ser verificadas na Figura 13, bem como a
situação atual dos acessos.
39

Figura 13 – Mapa de vias de acesso da área de intervenção.

Legenda: Limite municipal Limite terreno Via de trânsito rápido (BR470)


Vias coletoras Vias locais Paradas de ônibus
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Alguns pontos foram demarcados para notar a desvalorização do espaço, não


existe uma demarcação visível do espaço, algo que realmente chame atenção e atraia o
público em período fora do rodeio. Quem passa pela rodovia (BR470), percebe o lugar
apenas bem próximo a ele. O local passa a impressão de não ter importância fora do
evento que realiza, conforme visuais que podem ser notados na Figura 14.
40

Figura 14: Visuais dos acessos ao parque.

BR470, acesso sentido Veranópolis – Acesso trevo de acesso, sentido


Vila Flores (RS) Veranópolis – Vila Flores (RS)

Pórtico de acesso principal BR 470, acesso sentido Vila Flores -


Veranópolis (RS)

Visual BR 470, sentido Vila Flores - Acesso trevo de acesso, sentido Vila
Veranópolis (RS) Flores – Veranópolis (RS)

Fonte: Acervo pessoal (2021).


41

6.4 DIAGNÓSTICO DO LUGAR

Percebe-se a grande presença de vegetação, no entorno da área. No meio do


terreno de intervenção existem dois lagos, sendo o lago central com cerca de dois mil e
quarenta metros quadrados área (2.040m²) e o lago do Ibama com aproximadamente três
mil duzentos e setenta metros quadrados (3.270m²). Através do mapa da Figura 15, é
possível verificar a existência desses lagos no local.

O local possui alguns elementos que compõem o entorno, alguns de forma positiva
outros negativos. No geral, são equipamentos de importância distribuídos as margens da
BR470, estes são pontos de referência para a área de intervenção, que também podem
ser localizados através da Figura 15, como o Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS
(1), a AABB (2), a Igreja São Cristóvão (3), os Obreiros do Basalto (5), a subestação da
RGE (6), etc.

Figura 15: Mapa síntese do lugar.

LEGENDA:

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


42

6.4.1 Zoneamento atual do parque.


Atualmente o zoneamento do parque de rodeios visa melhorias, na qualidade dos
espaços do local, bem como uma melhor experiência do usuário ao usufruir essa área.
Conforme pode ser visto na Figura 16, os programas estão divididos entre campo do
futebol, sede do CTG, área de acampamentos, lagos, banheiros, policiamento militar,
galpão crioulo da Prefeitura Municipal de Veranópolis, cozinha campeira, associação dos
músicos, área de preservação permanente, pista de motocross, cocheiras para equinos,
cancha de laço, arquibancada e bar, galpão dos veterinários e secretaria.

Figura 16 – Fluxograma atual do Parque Nadyr Mário Pelegrino Peruffo.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O fluxo do parque é dado através de um caminho central, que dá acesso para os


diversos setores. É possível contornar a cancha de laço, chegar à área do Ibama ou ao
lago central, caminho este que passa pela edificação da Sede do CTG, que possui um
43

salão com estrutura para eventos, disponível para locação do público. Próximo a essa
edificação localiza-se um campo de futebol, situado próximo aos limites do Instituto
Federal e, logo alcança o eixo central novamente. No extremo leste do terreno está
localizada a pista de motocross.

A cancha de laço, abriga a arquibancada de porte médio, com capacidade para


aproximadamente 500 pessoas. Além disso, o local tem uma grande área verde que
integra com o espaço na porção norte do terreno acomodando um pequeno lago central,
que por sua vez, acaba organizando os fluxos. Quando ocorrem grandes eventos, o
espaço fica repleto de barracas. O local é contornado por vias em todo seu perímetro.

Na atualidade, o parque organiza eventos de grande repercussão. Onde nesses


dias, o local é ocupado por veículos de modo desordenado, decorrente da falta de
organização dos acessos e circulação dos mesmos.

Figura 17: Ocupação dos veículos no parque durante eventos.

Eixo principal do parque. Acampantes no Lago do Ibama.

Fonte: Acervo pessoal (2021).


(Fotografias realizada durante um evento na pandemia com público reduzido).
44

7 ASPECTOS PROJETUAIS

As referências projetuais a seguir, contribuíram para a construção funcional e


formal do projeto.

7.1 ESTUDO DE REFERENCIAIS

Para ajudar no desenvolvimento do partido geral do projeto, foram estudadas várias


referências relacionadas com grandes espaços para a realização de eventos, como jogos
desportivos, mas também espaços e edifícios expositivos, preocupados com a divulgação
e manutenção da cultura. Buscou-se também analisar espaços abertos para áreas de
lazer e encontro de pessoas. As referências analisadas serão apresentadas a seguir.

a) Stadium Ger (Camborde Architectes) – Referencial funcional

O Stadium Ger é um estádio em estreita relação com seu entorno, construído em


2019, na França. Sua arquitetura harmoniosa ressoa com a paisagem: As linhas claras e
delgadas das arquibancadas estruturam o local, conferindo ao clube uma forte identidade.
A sutileza do toldo na vanguarda, combinada com a treliça de madeira na parte inferior,
cria uma impressão relaxante em toda a estrutura e contrasta com o concreto "bruto" das
arquibancadas. A base de concreto armado garante a resistência e durabilidade da
estrutura, exigindo pouquíssima manutenção. A tampa consiste em uma parte superior
transparente na parte inferior e uma parte translúcida na parte superior. Este arranjo
permite que a luz solar direta atinja o gramado, evitando áreas sombreadas no solo e,
portanto, o risco de geadas no inverno.

O local é constituído por uma área de 930 metros quadrados. As Figuras 18 e 19


mostram imagens do projeto. Sua implantação foi destacada para os campos agrícolas,
bosques e algumas habitações suburbanas. Seu caráter absorve tecidos rurais para
misturarem delicadamente com o campo alemão. Este projeto serviu de referência para
as arquibancadas do presente projeto do parque de eventos em Veranópolis.
45

Figura 18: Vista do complexo do Stadium Ger na França.

Fonte: Archdaily – Foto de: Xavier Dumoulin (2019).

Figura 19: Vista frontal das arquibancadas do Stadium Ger na França.

Fonte: Archdaily – Foto de: Xavier Dumoulin (2019).

b) Centro Internacional de Congressos Dakar (Tabanlioglu Architects) –


Referencial funcional.
O novo Centro Internacional de Congressos de Dakar foi desenvolvido pelos
arquitetos Tabanlioglu da Turquia, inaugurado para o 15º Encontro da Francofonia, em
2014.
Os valores geográficos e naturais característicos são a inspiração para o projeto.
Os distintos baobás do Senegal são caracterizados por sua grande circunferência.
O complexo do edifício torna-se um refúgio natural para reuniões presidenciais,
proporcionando um ambiente tranquilo e seguro. O edifício une unidades separadas,
46

reunindo fortes identidades coletivas de diferentes países, atendendo às necessidades de


grupos políticos e eventos relacionados.
Os blocos retangulares estão alojados em uma carcaça de metal semitransparente
que atua como um escudo protetor contra luz forte e cria uma implicação de segurança,
protegendo o interior dos fortes raios de sol, mas aproveitando ao máximo a luz, conforme
Figura 20. A aplicação de malha flui ao redor do edifício, protegendo as paredes de vidro
internas para reduzir o calor e melhorar a eficiência energética do edifício.
O referencial foi utilizado com o intuito de criar o mesmo com o partido geral, o
equilíbrio entre luz e sombra, a transparência do espaço comum e a confidencialidade das
partes administrativas. Proporcionando uma compreensão da arquitetura contemporânea
e rústica para o local por todos os meios de infraestrutura tecnológica através dos
materiais pensados para o partido.

Figura 20: Cobertura do Centro de Congresso Dakar.

Fonte: Tabanlioglu Architects. Foto de: Emre Dörter Photography.

c) Areeya Clubhouse (OfficeAT) – Referencial formal.

O clube está localizado em Bangkok, na Tailândia. O projeto é de 2017 e surgiu da


necessidade de ter um clube de primeira linha que servisse como uma porta de entrada
para o plano diretor próximo à estrada principal. A forma deste edifício é concebida como
uma escultura que reflete elementos dinâmicos e suaves, conforme Figura 21.
47

Figura 21: Fachada principal Areeya Clubhouse.

Fonte: Office AT Co., Ltd. Foto de: W-Workspace.

O proprietário, solicitou a instalação de um piso e meio com funções polivalentes


facilmente acessíveis a partir do átrio incluindo escritórios de negócios, piscina e ginásio
no último piso do mezanino. O arquiteto criou um espaço dinâmico e flexível, e a forma
deste edifício é um resultado direto do processo de empurrar. Além disso, o edifício está
equipado com espelhos para criar uma entrada e chamar a atenção do exterior. Para a
função construtiva, a laje de pavimento está dividida em 2 pisos para fácil acesso a partir
do hall. sendo que o piso inferior é os sanitários e o piso superior é a área do ginásio.

O telhado é proveniente de uma estrutura e materialidade simples aço conectada a


121 peças de aletas de aço que servem como paredes e telhado do edifício. A Figura 22,
demonstra que cada seção é uma linha reta, alinhada sucessivamente para criar uma
curva suave. Esta referência foi utilizada para o partido no acesso principal das bilheterias,
juntamente com as coberturas dos edifícios maiores do projeto, com a criação de uma
linguagem como um todo.
48

Figura 22: Demonstração da suavidade do telhado do Clubhouse.

Fonte: Office AT Co., Ltd. Foto de: W-Workspace


49

8 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades foi elaborado visando as demandas dos usuários do


parque de rodeios de Veranópolis, considerando os seguintes pontos norteadores:

a) O principal evento que o parque abriga atualmente é o Rodeio Nacional, e


os programas necessários para o seu funcionamento;

b) Outros eventos que já ocorrem no parque, como competições de motocross,


encontro de escoteiros, casamentos, formaturas, aniversários, leilões de cavalos e o Medi
in Rock, evento que visa a divulgação das bandas de rock de Veranópolis e região;

c) Atrativo e incentivo a prática de montaria com o projeto de uma escola de


montaria dentro do parque;

d) Usos potenciais como feiras de produtos locais, feiras voltadas à pecuária e


agronegócio, festivais de música, shows diversos e festas e comemorações da cidade.

O programa de necessidades foi construído desde o início de forma que o evento


principal que ocorre no local hoje fosse levado em consideração, mas também podendo
ser flexível para hospedar outros eventos entre uma edição e outra do rodeio, tornando
dessa forma o parque como um local adequado para uma maior frequência de eventos e
dando vida ao local. Outro ponto importante é o acréscimo de uma escola de montaria no
local, estimulando o aprendizado e fortalecendo de certa forma a identidade da cultura e
do tradicionalismo gaúcho. A sede do CTG foi projetada para abrigar os shows artísticos
durante o rodeio, mas também pode dar suporte as possíveis feiras e seminários.

O Rodeio Nacional é dividido entre as competições artísticas e os campeiras. A


parte artística inclui a realização de provas de arte e música tradicionais, como danças,
declamações, chulas, gaita, violão, etc. – invernadas artísticas. Já as competições
campeiras tratam da relação do gaúcho com seus animais, domesticando-os e domando-
os – invernadas campeiras. Exemplos dessa categoria são as provas de laço.
8.1 SETOR CANCHA DE LAÇO E APOIO
A área da cancha de laço, inclui o espaço utilizado para as competições das
invernadas campeiras, ou seja, provas de laço. Este setor além de englobar a área da
cancha de laço, compreende espaços para atender aos competidores do rodeio, ao
público que está acampado no local em período de evento e à organização do evento
como um todo. Conforme pode ser visto através da Tabela 1, este setor conta com uma
50

arquibancada para acomodar os visitantes que prestigiam as competições campeiras,


além da secretaria campeira, espaço receptivo para receber as autoridades que visitam o
evento, local para gravações e filmagens, bar para lanches rápidos. Neste setor, estão
incluídos também os bombeiros e pronto socorro, para fins de eventuais ocorrências por
conta do evento.

Tabela 01: Programa de necessidades do setor cancha de laço e apoio.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

8.2 SETOR SEDE CTG RINCÃO DA ROÇA REÚNA


As competições artísticas que ocorrem no Rodeio Nacional dividem-se em
diferentes categorias, sendo elas: declamação, intérprete vocal, chula e danças
tradicionais gaúchas (BORILLE, 2021). Além disso, o evento também recebe shows de
músicos tradicionalistas gaúchos, além do Baile da Prenda Jovem.
As competições artísticas permanecerão acontecendo na estrutura da sede do
CTG, além dos bailes. A Tabela 2 apresenta o programa de necessidades do setor da
sede do CTG Rincão da Roça Reúna.
51

Tabela 02: Programa de necessidades do setor sede CTG Rincão da Roça Reúna.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

8.3 SETOR ESCOLA DE MONTARIA E RESTAURANTE


A escola de montaria proposta no estudo visa um atrativo para o público em geral.
Oferecendo aulas de equitação para sócios da entidade e também aulas particulares.
Além das aulas e o manuseio com os equipamentos e com os cavalos, o espaço irá ofertar
passeios de cavalos, no período que não estiver acontecendo as aulas.
Atualmente o parque não conta com nenhuma infraestrutura para alimentação,
apenas com algumas churrasqueiras em estados precários. Desse modo, além da escola,
o projeto contempla um restaurante, com o intuito de atender ao público durante os
eventos ofertados no local e da mesma forma, em períodos que não estiver ocorrendo
eventos. A Tabela 3 e 4 mostram os programas de necessidades para estes setores.
52

Tabela 03: Programa de necessidades do setor escola de montaria.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Tabela 04: Programa de necessidades do setor restaurante.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


53

8.4 SETOR SERVIÇOS AO PÚBLICO


Estes espaços devem atender ao público em geral que visita o parque, oferecendo
vagas adequadas de estacionamento, banheiros, lojas comerciais e áreas de alimentação
que possam atender a todos os visitantes. Através da Tabela 5 é possível visualizar o
parcelamento do público setor de serviços.

Tabela 05: Programa de necessidades do setor serviços ao público.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

8.5 SETOR DE ACAMPAMENTOS DA CAMPEIRA E PÚBLICO


O programa de necessidades apresentado na Tabela 6 mostram as áreas de
acampamentos. Basicamente essa área ficou nos locais remanescentes do parque.

Tabela 06: Programa de necessidades do setor acampamentos da campeira e público.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

8.6 ORGANOGRAMA
A partir do desenvolvimento do programa de necessidades, foi possível organizar
as diferentes funções e acessos no organograma, podendo ser visualizado na Figura 23,
a fim de melhor compreender os acessos de cada usuário, e ter uma ideia geral dos
espaços de organização.
54

Figura 23: Organograma parque de eventos de Veranópolis.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

8.7 FLUXOGRAMA
Conforme Figura 24 observa-se o fluxograma de organização do projeto do Parque
de Eventos de Veranópolis.

Figura 24: Fluxograma do parque de eventos de Veranópolis.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


55

9 PARTIDO ARQUITETÔNICO

A partir do estudo e compreensão dos diagnósticos feitos no local e seu entorno,


estudo do tema e referências, programa de necessidades, história do local e do
tradicionalismo, iniciou-se a proposta de intervenção no local que será apresentado neste
capítulo.

9.1 CONCEITO

Para a elaboração do partido arquitetônico foi baseado no conceito do


reconhecimento cultural e tradicionalismo gaúcho, buscando enaltecer o rodeio nacional
que celebra essas tradições. Além, de priorizar o local para maior diversidade de usos não
apenas em períodos que ocorre o evento principal.

Por conta da consolidação que o local possui em relação ao tradicionalismo na


cidade de Veranópolis, buscou-se a valorização do lugar, dando destaque aos elementos
que compõem o local atualmente, como a Sede do CTG, que é o elemento de ensino e
cultivo das tradições, e a cancha de laço, se apresentando como o elemento importante
dentro das atividades campeiras. Além disso, o conceito propõe edificações com outros
usos que foram levados em conta em relação a demanda, como um restaurante com toda
infraestrutura necessária para os eventos e dia-a-dia, e a escola de montaria, local pelo
qual segue a tradição e ao mesmo tempo passa conhecimento para os eventuais
frequentadores das aulas. Esses pontos foram as âncoras que sustentam o grande parque
de eventos.

9.2 DIRETRIZES PROJETUAIS

Baseado nas problemáticas encontradas na etapa de diagnóstico do lugar, e em


uma nova reestruturação dos programas do local visando a atualização e revisão do plano
diretor do Parque de Eventos, foram definidas algumas diretrizes projetuais, que podem
ser observadas na Figura 25. Essas diretrizes associadas ao conceito auxiliarão nesta
etapa de partido.
56

Figura 25: Diretrizes projetuais para proposta de intervenção.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

9.3 REMOÇÕES E REQUALIFICAÇÕES


Para a implantação da proposta, serão demonstradas em primeiro lugar as
remoções e requalificações necessárias para serem realizadas no parque, em relação às
estruturas pré-existentes, de forma a permitir o cumprimento das diretrizes de projeto
apresentadas acima.
9.3.1 Requalificação das arquibancadas
A estrutura das arquibancadas existentes no parque, não atendem às normas NBR
9050 e NBR 9077, que são normas de acessibilidade e saídas de emergência
respectivamente. Desse modo, a proposta foi realocar ela no outro extremo da cancha de
laço com a proposta de ser maior para abrigar mais pessoas, e também deixando o eixo
central do projeto livre. Além, da melhoria da cancha de laço. Na Figura 26 é possível
identificar a localização dessas estruturas dentro do parque.
57

Figura 26: Localização das arquibancadas e cancha de laço existente na área de intervenção.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

De acordo com a NBR 9050 (2001), os locais de reunião devem possuir salas que
atendam aos requisitos mínimos de acessibilidade e estar localizados em via acessível
conectada a via de fuga, além de serem instalados em piso horizontal de área, entre outras
disposições que as estruturas atuais do local não oferecem.

A NBR 9077 fornece orientações para saídas de emergência. Classificando os


edifícios de acordo com seu uso. Neste caso, as arquibancadas são consideradas como
Locais de Reunião de Público, de tal forma caracterizada na divisão F3, conforme observa-
se na Tabela 7. Em relação a classificação de arena para rodeios, foi considerado um polo
esportivo, pois a NBR não conta com essa classificação específica.
58

Tabela 07: Classificação das edificações quanto à sua ocupação, com destaque para as
arquibancadas.

Fonte: NBR 9077 (2001). Adaptado pela autora (2021).

Em relação à classificação das estruturas, a Tabela 8 mostra as características


construtivas para que possam ser determinadas as distâncias máximas a serem
superadas nas rotas de fuga, conforme mostra a Tabela 9.

Tabela 08: Classificação das edificações quanto às suas características construtivas, com destaque
para as arquibancadas.

Fonte: NBR 9077 (2001). Adaptado pela autora (2021).


59

Tabela 09: Distâncias máximas a serem percorridas de acordo com a NBR 9077.

Fonte: NBR 9077 (2001). Adaptado pela autora (2021).

9.3.2 Remoções por realocação dos programas, por precariedade e falta de valor
histórico.
Alguns edifícios que atualmente abrigam os programas do parque precisam ser
removidos, pois a localização dos mesmos não atende às necessidades de implantação
da nova organização do parque.
A seguir, na Figura 27 será possível visualizar a localização dos edifícios que
preconiza as remoções e/ou realocações nos seus respectivos programas.

Figura 27: – Localização das edificações removidas para realocação dos programas.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


60

Na Figura 28, observa-se o pórtico de acesso principal atual, ele foi reconstruído
no mês de setembro de 2021, pois o pórtico antigo, acabou sendo derrubado por um
caminhão em um torneio de laço que aconteceu no local recentemente, conforme Figura
29.

O mesmo será removido, pois a estrutura atual é inutilizável para passagem de


veículos, assim como, está área não será mais o ponto de acesso principal de veículos, e
sim de pedestres.

Figura 28: Pórtico de acesso atual, após a reconstrução.

Fonte: Acervo pessoal (2021).

Figura 29: Pórtico antigo e após ser derrubado por caminhão.

Fonte: Google Earth (2011) e Rádio Studio 87.7 FM.


Fonte: Acervo pessoal (2021).
61

Outras edificações estão dispostas no parque de forma a desvalorizar a paisagem


do local. Esses elementos fazem com que os visitantes do parque se afastem dos locais
como os lagos existentes, e se fechem completamente as edificações do parque.

Além disso, alguns edifícios que têm pouca ou nenhuma manutenção e que estão
no parque há muito tempo. Se encontram em estado precário muito avançado, também
foram identificados para remoção. A maioria deles nem é mais utilizado, devido ao seu
mau estado ou localização inadequada. Nenhum valor histórico ou arquitetônico foi
identificado impedindo as remoções. A sede atual do CTG sofreu algumas melhorias e
manutenções nos últimos tempos, mas devido ao novo programa, ela será realocada para
melhor localização, visualização e acesso do público. Essas edificações podem ser vistas
nas figuras a seguir.

A Figura 30 mostra as edificações que estão próximas a cancha de laço, atendendo


a secretaria campeira e o galpão de veterinários.

Figura 30: Secretaria campeira e galpão de veterinários.

Fonte: Acervo pessoal (2021).

A Figura 31 mostra a atual edificação da sede do CTG.


62

Figura 31: Sede CTG Rincão da Roça Reúna.

Fonte: Acervo autora (2021).

A Figura 32 mostra algumas edificações que estão localizadas na área atual da


campeira.

Figura 32: Edificações precárias na área campeira.

*Desativada
Cozinha dos integrantes do CTG Churrasqueira campeira

Cocheiras para animais, uso restrito Arquibancadas área campeira


para integrantes do CTG
Fonte: Acervo pessoal (2021).
63

9.3.3 Banheiros do parque


Os banheiros instalados no local também são edificações antigas que não oferecem
acessibilidade ou equipamentos suficientes para seus usuários. Estes edifícios serão
demolidos e novos serão propostos para atender a demanda de todo o local, com
qualidade e acessibilidade, bem como fossas sépticas adequadas para armazenamento
das águas residuais produzidas para a sua posterior recolha e encaminhamento para
estações de tratamento. A Figura 33 mostra o estado de conservação dos banheiros
atuais.

Figura 33: Banheiros do parque de eventos.

Fonte: Acervo pessoal (2021).


64

10 ESTUDOS DE IMPLANTAÇÃO

Para o estudo de implantação, inicialmente considerou-se o plano diretor vigente,


a sua localização atual e à necessidade de um lugar agradável. Além de ser considerado
o bom estado de conservação dos edifícios do local. Com base nesse contexto, surgiu a
ideia de chamar a atenção para o local ao passar pela BR470. Dessa forma, criaram-se
principais pontos para definição do novo zoneamento do parque, conforme mostrado na
Figura 34.

A ideia da implantação tomou base nas diretrizes projetuais, considerando novo


usos e sendo estes os principais programas do projeto, possibilitando aproveitar a ideia
de criar uma grande explanada ao adentrar no parque, mas chamando atenção para as
edificações.

Desde os estudos iniciais, os programas foram posicionados com base de criar


efeitos de perspectiva para os utilizadores, dando maior legibilidade ao parque e formando
rotas interessantes para os usuários.

Figura 34: Implantação indicando o acesso principal, eixos de direcionamento e edificações.


Restaurante
Escola de
Lago Central Montaria Lago IBAMA
Estacionamentos
Redondel
Pórtico de acesso veículos

Sede CTG Rincão da Roça


Reúna

Acesso veículos

Acesso principal

Saída veículos

Pórtico de acesso Arquibancadas


principal Comércios

Cancha de laço

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


65

Outro caminho que se destaca é o que leva o público ao museu, concluindo seu
efeito visual para o lago central. O ponto de vista é um lugar privilegiado pelas
possibilidades de visuais interessantes que o espaço oferece. A Figura 35 mostra a
direção que os usuários tomam entre a edificação da Sede do CTG e da Escola de
Montaria.

Figura 35: Visual do eixo entre as edificações para o Lago Central.

Lago central

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


66

11 IMPLANTAÇÃO

11.1 Diretrizes de acessos e caminhos internos do parque

O acesso do parque de rodeios é dado pela principal via de ligação a BR470, ponto
pelo qual possibilitou a criação de um pórtico de acesso demarcado, contemplando com
uma grande esplanada para o acesso principal de pedestres. Além disso, facilitou o
acesso para os comércios que estão localizados logo na entrada da implantação, como
mostra a Figura 36.

Dessa forma, o projeto passou a oferecer uma maior estrutura de acessos por conta
das dimensões do programa de necessidades que um parque de eventos deste porte
necessita. As vias laterais do parque, são voltadas apenas para entrada e saída de
veículos, cuja os mesmos transitam no perímetro do parque, direcionando para os
estacionamentos e melhorando o fluxo entre pedestres e veículos.

Figura 36: Visão macro dos acessos e percursos do parque.


VEÍCULOS
ACESSO
PRINCIPAL
ACESSO

SAÍDA VEÍCULOS

Legenda: Acesso público (eixo principal) Apoio pronto socorro


Acesso veículos (eixo periférico) Caminhos peatonais
Acesso comércios Ciclofaixa
Apoio artístico e serviços (sede, restaurante e escola) Visuais
Carga e descarga de animais
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
67

O projeto conta com áreas de apoios em algumas partes da implantação, propondo


uma área de parada temporária, a fim de permitir que as pessoas utilizem as mesmas
para cargas e descargas. A proposta inicial também possui caminhos peatonais, e alguns
servem como apoio para a área de acampamentos não ocasionando conflitos entre si.

11.2 Setor cancha de laço e apoio.

A área das competições campeiras contempla a cancha de laço, e todos os


programas de serviços necessários para o funcionamento das provas realizadas neste
local, que podem ser vistos através da Figura 37. A cancha de laço existente atualmente
no parque, seguem as exigências do regulamento tradicionalista, conforme explicado no
capítulo 2, item 2.3.4 deste trabalho. Dessa forma, foi mantida no seu local original, apenas
com melhorias de infraestrutura.

Além disso, é possível ver a localização dos programas que compreendem as


invernadas campeiras em planta baixa. Destaca-se a utilização da área livre abaixo do
espaço dos juízes e narradores como corredor de volta dos animais (número 5). Os
demais espaços têm como finalidade finalizar a estrutura, próxima às áreas de serviços,
mangueiras e baias, tendo em vista a necessidade de uso destes espaços eventualmente.

Figura 37: Planta baixa cancha de laço e competições campeiras.

Acesso competidores Saída competidores

7
2
7
3 4
6
7 7 7 7
5 8
Acesso ambulância cancha de laço Carga/ descarga animais
na cancha de laço
Demarcação das edificações na implantação

LEGENDA: 1 – Corredor de espera competidores 2 – Mede laço 3 –


Brete de solta 4 – Cancha de laço 5- Corredor de espera do gado 6 –
Saca laço 7 – Mangueiras 8 – Cabine juízes e narradores.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


68

Figura 38: Vista arquibancadas para a cancha de laço.

Canha de laço Sede CTG Restaurante


Escola de montaria

Arquibancadas

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

As arquibancadas existentes, foram realocadas. Atualmente elas se encontram no


eixo principal do parque, dessa forma, sua realocação foi feita para o outro extremo da
cancha de lado (lado sul) possibilitando uma maior fluidez na esplanada proposta.

A nova proposta para a realocação e melhorias das arquibancadas estão


adequadas às normas de acessibilidade e de saídas de emergência, conforme explicado
anteriormente no capítulo 9, item 9.3.1. A Figura 39 mostra a implantação dessa proposta.
Através das plantas e cortes esquemáticos, é possível notar que o espaço inferior foi
aproveitado para o setor de apoio, além de contar na parte superior com o espaço
receptivo para entidades e também para as rádios locais convidadas para transmissões e
filmagens nos dias de evento.

Com relação a nova estrutura, o intuito foi proporcionar aos usuários maior conforto
visual e acessibilidade. Os degraus das arquibancadas, foram projetados mais largos do
que os atuais, fazendo com que o público presente no local, tenha mais espaço para
sentar ou até mesmo instalar assentos futuramente.
69

Figura 39: Planta baixa da arquibancada e parte superior.

Acesso veterinária e
depósito alimentos
Plataforma elevatória

Acesso bar

Acesso bar
1 12 13
Acesso ambulância

4 5 8
3 2
10
2

2 6 7 9 11
7 2

Acesso pronto socorro 7 Acesso sanitários


e secretaria campeira públicos

Planta baixa térreo

Rampa de acesso Rampa de acesso

14 14

15 16 2
15 15 2
16 15
2 2 2 2 2 2

18 19
2 20 2

17 2

Acesso espaço Acesso espaço


2
receptivo filmagens/ rádio

Planta baixa
primeiro pavimento
LEGENDA: 1 – Enfermaria 2 – Pronto socorro 3 – Secretaria campeira 4 – Depósito limpeza 5 –
Sanitários 6 – Copa 7 – Área coberta e aberta bar 8 – Bar 9 – Sanitários masculino 10 – Depósito 11 -
Sanitário feminino 12 – Depósito alimentação animais 13 – Veterinário 14 – Rampa de acesso
arquibancadas 15 – Escadas acesso arquibancadas 16 – Arquibancadas 17 – Corredor de passagem 18
– Espaço receptivo 19 – Espaço filmagens/rádio 20 – Sanitários.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Além disso, visando as demandas do local, foi proposta uma cobertura para as
arquibancadas. Foi criado um elemento que oferece uma linguagem com as demais
estruturas do parque, criando uma cobertura em toda arquibancada trazendo unidade ao
elemento do parque.

Esta cobertura deverá ser construída em módulos de madeira ecológica, que


reforçam a identidade do local. Tais módulos poderão ser utilizados tanto nas
arquibancadas quanto nas demais edificações do parque. A Figura 40 mostra o corte
esquemático (FF’) da proposta para a cobertura.
70

Figura 40: Corte FF’ da arquibancada.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

11.3 Setor área artística – CTG Rincão da Roça Reúna e setor da escola de montaria
Para o CTG, foi proposto um novo edifício, localizado em uma área onde a
topografia permite que a estrutura seja posicionada de forma especial. Sua forma segue
uma linguagem clara e linear dando continuidade com as demais edificações desse
complexo. O novo bloco da sede é grande, e abrigará os principais programas do CTG,
além disso, contará com um eixo entre as edificações permitindo a realização de conexões
com a área externa do parque, conforme é observado na Figura 41.

Figura 41: Fachada principal da Sede do CTG, restaurante e escola de montaria.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O acesso principal dessa edificação está conectado com a esplanada proposta,


com visual para a cancha de laço e arquibancadas. O mesmo abriga um espaço
71

museológico, com galeria dos ex-patrões do CTG e oferece um espaço de acervo


permanente para contar e preservar a história dos gaúchos. O museu tem seu acesso
principal no eixo entre as edificações do CTG e da escola de montaria, em seu interior,
deve ter uma pele de vidro voltada para o salão do CTG, para criar uma conexão com ele.
Além da sede do CTG, uma escola de montaria foi proposta para o local, afim de
atrair o público e ter mais atrativos diariamente e não somente em eventos. Para mais, o
parque atualmente não conta com uma área de alimentação adequada, conta apenas com
uma tenda com lanches rápidos. Dessa maneira, foi projetado juntamente com a
edificação da sede e da escola de montaria, um restaurante suprindo as necessidades
existentes.

Figura 42: Vista do restaurante e escola de montaria.

Restaurante Escola de montaria

Sede CTG

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


72

Figura 43: Vista redondel da escola de montaria.

Arquibancadas
Redondel

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Na edificação da escola de montaria, os ambientes foram pensados visando o bem


estar dos alunos e de toda população que frequentará o local. Contanto com sala
administrativa, sala de reuniões, sala espera, juntamente com a recepção, sala multiuso,
enfermaria e sanitários para dar apoio a esse módulo. Em outra parte desse mesmo
edifício, foi projetada o setor de manejo dos animais. O acesso do manejo dos animais é
dado através de um eixo que também faz ligação com o museu e o redondel, parte da
edificação onde ocorrerão as aulas de montaria e terão arquibancadas para o público
prestigiar os alunos. Os ambientes desse espaço de manejo, distribuem-se conforme o
programa de necessidades, tendo uma sala de equipamentos para amparo dos alunos,
uma enfermaria para os animais presentes no local, um espaço de banho e escova,
depósito de alimentação e ferragens, além de sanitários de apoio para os funcionários do
manejo desses animais. As localizações desses programas podem ser verificadas através
das plantas na Figura 44.
73

Figura 44: Planta baixa Sede do CTG e Escola de montaria.

Acesso Acesso Acesso


Sanitários Serviços Salão Serviços Restaurante

12 14 18 18 18 18 18 18 18 18

Acesso Serviços
11
Acesso Artística

8 9 13 15 16 17 17 17 17 17 17 17 17
10

Acesso Redondel
Acesso Museu
7 11 12 13 14 15 16
6 17 19
5 26 Acesso Manejo Animais
4

Acesso Restaurante
5 10
3 4 9
6

1º pvto.
2 23 22 19 18 2 8
25 21 3
1 24 20 1 7

Acesso Sede CTG


Acesso Escola de Montaria

Demarcação das edificações na implantação


LEGENDA:
SEDE CTG 1 – Sanitário feminino (salão) 2 – Sanitário masculino (salão) 3 – Camarim coletivo 4 – Camarim
individual 5 – Copa 6 – Sanitário feminino (artística) 7 – Sanitário masculino (artística) 8 – Sanitário feminino
(salão + externo) 9 – Sanitário masculino (salão + externo) 10 – Bar/copa 11 – Churrasqueira 12 – Espaço
higiene (cozinha salão) 13 – Cozinha 14 – Depósito 15 – Sanitários e vestiários (serviços salão) 16 – Espaço
higiene (restaurante) 17 – Museu 18 – Sanitários (museu) 19 – Sanitários (administrativo) 20 – Sala de
reunião 21 – Administração 22 – Chapelaria 23 – Bilheteria 24 – Foyer 25 – Secretaria artística 26 – Salão.

ESCOLA DE MONTARIA 1 – Sala reunião 2 – Sala instrutor 3 – Direção 4 – Secretaria 5 – Sanitários 6 –


Foyer + recepção + sala de espera 7 – Sala multiuso 8 – Enfermaria 9 – Sanitários feminino 10 – Sanitário
masculino 11 – Sanitários 12 – Farmácia veterinária 13 – Sala equipamentos 14 – Sala ferragens 15 –
Depósito de alimentos 16 – Banho e escova com espaço externo 17 – Baias 18 – Piquetes 19 – Redondel
com arquibancadas.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

As divisórias internas da sede do CTG, do restaurante e da escola de montaria,


devem receber um sistema de divisórias drywall. O salão do CTG, além de servir de apoio
para ensaios, jantares e etc., poderá ser utilizado durante os eventos ou em feiras e outros
eventos que ocorram no parque. O espaço ainda pode ser disponibilizado para aluguel de
eventos, operando de forma independente do CTG por ter acesso restrito da área
administrativa.
O setor artístico da sede, foi posicionado na fachada oeste, contando com o
acesso individual para os artistas e entrada de equipamentos necessários, apoios
destas áreas, apoio para as artistas, e o palco. A parte de apoio do salão ficou próxima
74

da via que chega do acesso dos veículos do parque, sendo um acesso exclusivo para
atender os serviços do CTG, do restaurante e da escola de montaria.
O fechamento do museu em vidro gera uma relação da área coberta (eixo) com
a paisagem exterior. O posicionamento deste ambiente teve como proposta inicial a
visualização do lado externo e interno. Tal relação verifica-se através da perspectiva
apresentada na Figura 45.

Figura 45: Caminho entre as edificações com acesso ao Museu.

Acesso Lago
museu central

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Algumas tecnologias foram predefinidas durante esta etapa do partido. Visando que
forma, função e estrutura do CTG foram trabalhadas juntas. O diagrama apresentado na
Figura 46 mostra que tais definições precisarão ser revisadas e aprofundadas com maior
refinamento no TCC II.

Figura 46: Diagrama de tecnologias e materialidades do CTG.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O pré-dimensionamento foi realizado nesta etapa, também será revisado no


TCC II. Foi lançada uma grelha estrutural não rígida, com variação de vãos, sendo
eles: 7,5m x 7,5m; 7,5m x 3,75m e 7,5 x 5,5m. Na sede do CTG em função da
75

necessidade de vãos maiores, exigidos pelo MTG para sediar as competições


artísticas, foi utilizado um vão de 15x15m na parte do salão. A Figura 47, mostra
esquema a distribuição desses vãos, na sede do CTG, na escola de montaria e no
restaurante.

Figura 47: Esquema de pré-lançamento estrutural do CTG.

Restaurante

Sede do CTG Escola de montaria

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Além das tecnologias estruturais, foram estudas tecnologias de conforto e


materialidade para serem empregadas em todos os edifícios do parque, conforme sua
necessidade.

Dessa forma, levou-se em conta diversos fatores, pois ao projetar um edifício,


devemos estar sempre atentos a vários pontos, e um deles é a materialidade e conforto,
detalhes esses que podem reduzir ou aumentar o valor da edificação. Durante o processo
de implantação e estudos, essa questão sempre ficou presente, pensando sempre na alta
qualidade, mas também visando um menor impacto ambiental. Desse modo, foram
utilizados concreto aparente, madeira ecológica, vidro, terraço jardim, energia solar,
iluminação e ventilação natural e sistema drywall com isolante térmico.
76

Conforme a Figura 46, o concreto aparente foi um dos materiais estudados para as
fachadas dos edifícios. Por ter personalidade e beleza peculiar, conecta diversos estilos
de decoração, variando do rústico ao contemporâneo. Além disso, a escolha foi feita, pois
o concreto aparente acaba se tornando uma alternativa mais econômica na construção
uma vez que não necessita de reboco e demais revestimentos para cobrir sua superfície.
Para mais, sua estrutura demanda de menos manutenções no decorrer dos anos.

Figura 48: Concreto aparente.

Fonte: Matheus Pereira. ArchDaily Brasil (2020).

A madeira ecológica também foi uma escolha projetual, utilizada nos detalhes das
coberturas e fachadas. Se assemelha muito a madeira natural, no entanto, em sua
composição não há nenhum resíduo de madeira, apenas plástico e matérias-primas
recicláveis. É claro que a atenção nessa escolha, também se deu ao meio ambiente e o
melhor uso dos recursos naturais que fazem com que as pessoas cada vez mais
considerem soluções ecologicamente responsáveis. Além disso, evita principalmente o
desmatamento sem poluir o solo e as águas subterrâneas. Portanto, esse material pode
ser considerado 100% ecológico. Dessa forma, a madeira ecológica/ plástica oferece a
resistência do plástico, mas com aparência de madeira natural como resultado, composta
por material completamente sustentável.
77

Figura 49: Madeira ecológica.

Fonte: Ecopex Materiais Ecológicos.

Outra escolha de materialidade para o projeto, foi o vidro, presente nas fachadas
dos comércios, das bilheterias, da sede, do restaurante e da escola. Essa seleção foi feita
para manter a interação entre o interior e o exterior dos edifícios. Outro ponto importante,
foi a priorização da iluminação natural, dando maior luminosidade para os ambientes
internos, garantindo maior conforto com vidros que não aqueçam o ambiente, e reduzindo
os gastos com energia.

Figura 50: Vidro nas fachadas.

Fonte: Office AT Co., Ltd. Foto de: W-Workspace


78

O terraço jardim, que contempla na laje do edifício da sede, oferece vantagens de


sustentabilidade paisagística e construtiva, permitindo também a redução do uso de
energia, a utilização de recursos naturais, além de contar com o conforto visual
proporcionado através de quem estiver frequentando o restaurante e as arquibancadas
nos níveis superiores, fazendo um jogo de materiais do espaço verde em meio ao concreto
e madeira, conforme Figura 51.

Figura 51: Terraço jardim.

Fonte: Marcon Arquitetura e Construções.

E por fim, mas não menos importante, outros recursos visando a sustentabilidade
e conforto do local foram escolhidos. A energia solar, com instalação de placas
fotovoltaicas, tornando a energia dos edifícios renováveis, alternativas e sustentáveis,
além de não gerar resíduos. O sistema drywall com isolamento térmico, esse material foi
escolhido pelas suas inúmeras vantagens, principalmente por sua leveza, oferecendo uma
redução significativa de carga na estrutura e, outra questão levantada nessa escolha foi a
liberdade que essas paredes dão para a criação dos ambientes, adequando perfeitamente
a qualquer layout necessário, com a vantagem de ter uma execução muito mais simples
e limpa.

11.4 Setor restaurante.


O restaurante está localizado no primeiro pavimento da edificação do CTG e da
escola de montaria, seu acesso acontece pelo eixo existente entre as edificações,
através de escada e elevadores, conforme a norma de acessibilidade, NBR 9050 e a
norma de saídas de emergências NBR 9077.
79

Esse módulo foi inserido de forma a proporcionar melhor visual para os


frequentadores do local. Com vistas privilegiadas para o redondel, para a esplanada,
para a cancha de laço e também para o lago do IBAMA.

Figura 52: Vista do restaurante para a cancha de laço e esplanada.

Arquibancadas

Cancha de laço
Esplanada

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O restaurante conta com ambientes administrativos e de serviços, todos


localizados na fachada norte do projeto, ao oeste estão dispostos os sanitários do salão,
ao centro da edificação, localiza-se o salão com mesas e o buffet e grelhados, ao sul
está localizado a área aberta da edificação, contando com mesas para refeições e
proporcionando os visuais do entorno. Conforme observa-se na Figura 53.
80

Figura 53: Planta baixa do restaurante.

Acesso Serviços
Restaurante

13 4 5 6 7
2 8 9
12 11
14 10

17 13
15

Restaurante
Saída
16

Demarcação das edificações na implantação

LEGENDA:
1- Acesso vertical (serviços) 2 – Sanitário feminino com vestiário 3 – Sanitário masculino com vestiário
4 – Depósito material de limpeza 5 – Sala administração 6 – Sala de reuniões 7 – Armazenamento alimentos
frios 8 – Armazenamentos alimentos secos 9 – Cozinha 10 – Grelhados 11 – Caixa 12 – Bar 13 – Salão 14
– Sanitários feminino 15 – Sanitários masculino 16 – Área externa 17 – Terraço.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

11.5 Setor serviços ao público

As áreas destinadas ao público de modo geral, foram distribuídas ao longo de todo


o parque. Através da Figura 54, é possível ter uma visualização geral dos programas,
sendo eles: Bilheterias de pedestres e veículos, comércios e estacionamentos.
81

Figura 54: Esquema com demonstração dos serviços ao público.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Uma bilheteria individual para pedestres foi criada para venda de ingressos e uma
área comércio, com espaço gastronômico, café, loja de rouparia e souvenirs. A área de
controle de acessos contará com catracas instaladas somente durante grandes eventos,
permitindo acesso livre ao parque durante todo o ano. Quando estiver acontecendo
eventos, o público que estiver no lado comercial externo, terá que passar pelas catracas
para adentrar ao parque. Os comércios foram projetados para suprir o desnível existente
no terreno, optando-se em dois pavimentos, em forma de patamar. Dessa forma, os
comércios contam com a possibilidade de terem atendimentos reversíveis, com e sem
feiras ou eventos.
82

Figura 55: Acesso principal – Bilheteria pedestres.

Bilheteria
Acesso

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Figura 56: Espaço de comércios externos e internos do parque.

Bilheteria Comércios

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Tendo o posicionamento das âncoras projetuais definidas, optou-se por uma


grande esplanada, com enfoque no direcionamento das edificações principais. Essa
esplanada servirá como um grande local de encontro, possibilitando flexibilidade no dia-
a-dia, onde poderá abrigar manifestações culturais, feiras, festas, reuniões, área de
passeio, etc. Quando acontecerem outros eventos no local, tais como leilões, feiras e
exposições está área servirá como apoio à área da cancha de laço ou a edificação maior
do projeto (sede, restaurante e escola de montaria). Na Figura 57 é possível visualizar
essa esplanada que promove possibilidades de uso do espaço descritas acima.
83

Figura 57: Vista da esplanada adentrando ao parque e no sentido do setor de estacionamento.

Restaurante
Sede CTG
Escola de montaria

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Em relação a área de estacionamentos, sua localização está na área menos


favorecida do parque. Ela conta com espaços destinados para ônibus, da parte artística e
visitantes, e também para veículos de menor porte, designado para organizadores,
autoridades, público geral e expositores (durante eventos).

A Figura 58, mostra uma referência de piso que deverá ser utilizado no
estacionamento mantendo sua permeabilidade.

Figura 58: Referência utilizada para os estacionamentos.

Fonte: Atelier Paul Arène – Paysage & Urbanisme.

A Figura 59 duas perspectivas da área de estacionamento, com o intuito de auxiliar


no conforto e sombreamento dos veículos, árvores serão plantadas nos canteiros que
fazem a divisão das vagas.
84

Figura 59: Perspectivas do estacionamento dos veículos de pequeno/médio porte e


estacionamento dos ônibus.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Conforme visto no item 11.1, projeto conta com outras áreas de apoio, sendo estas
localizadas em vários pontos do parque, dedicados aos vários programas propostos,
obtendo um bom fluxo entre pessoas e veículos, embarque e desembarque, cargas e
descargas etc. Porém, mais áreas de apoio serão necessárias para esse programa, sendo
o mesmo revisado no TCC II.

No que diz respeito as normativas, todas as vagas seguem a NBR 9050 (2015) e
as Leis Federais 10.048 e 10.098, que preveem que o número de vagas deve equivaler a
2% do total, o local totaliza uma área com duzentas e sessenta e cinco (265) vagas para
veículos de pequeno/médio porte, sendo quatorze (14) para portadores de necessidades
especiais e, quarenta (40) vagas para ônibus, sendo três (3) para portadores de
necessidades especiais. A Figura 60 mostra a planta baixa dessa área.
85

Figura 60: Planta baixa dos estacionamentos.

Acesso parque Acesso parque Acesso parque Acesso parque

2 1

Entrada/ saída
veículos
Entrada/ saída
veículos

Entrada Entrada/ saída


veículos veículos

Demarcação das edificações na implantação

LEGENDA:
1-Estacionamento ônibus 2- Estacionamento veículos de menor/médio porte.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

11.6 Setor de acampamentos.


Conforme previsto no programa de necessidades apresentado no capítulo 8, os
acampamentos estão distribuídos na área remanescente do parque. As áreas
basicamente foram mantidas em suas localizações originais.
Os acampamentos são divididos entre campeira e público geral. Os acampamentos
da campeira normalmente são utilizados pelos participantes das competições oferecidas,
com espaço suficiente para que possam abrigar seus animais, além dos caminhões e
motorhomes.
Já os acampamentos do público, são destinados para a população simpatizante do
tradicionalismo ou pessoas que se identificam de alguma forma com a cultura gaúcha e
simplesmente querem prestigiar o evento e estar no local. Os espaços ainda contaram
com churrasqueiras e locais para lazer, podendo esses serem utilizados no dia-a-dia e
não apenas nos eventos. Além, de vias peatonais e ciclofaixa para realização de
caminhadas, ciclismo e outras atividades, conforme podem ser observadas na Figura 61.
86

As dimensões dos terrenos não foram revisadas nessa etapa de partido, sendo que
a mesma será contemplada no TCC II, juntamente com áreas de apoios como sanitários
que ficaram faltando para a demanda do público do parque.

Figura 61: Demarcação das áreas de acampamentos do parque.


VEÍCULOS
ACESSO

PRINCIPAL
ACESSO

SAÍDA VEÍCULOS

Legenda: Acesso público (eixo principal) Apoio pronto socorro


Acesso veículos (eixo periférico) Caminhos peatonais
Acesso comércios Ciclofaixa
Apoio artístico e serviços (sede, restaurante e escola) Visuais
Carga e descarga de animais
Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Além de toda área de acampamentos, o parque conta com áreas para práticas de
atividades, áreas de lazer e convívio, com churrasqueiras, ciclofaixas e equipamentos
urbanos para dar apoio a esses ambientes, conforme imagens a seguir.
87

Figura 62: Vista do caminho peatonal com ciclofaixa, bicicletário e deck com vista para o lago
central.

Deck com vista


para o lago

Bicicletário Bancos

Ciclofaixa
Via peatonal

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Figura 63: Área de lazer com mesas e churrasqueiras.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


88

Figura 64: Ciclofaixa e via peatonal – Lago IBAMA.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Figura 65: Vista para o lago central.

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


89

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema proposto para este trabalho é o Parque de Eventos no município de


Veranópolis. Através de diagnósticos da área e onde atualmente acontecem os rodeios
na cidade, pode-se observar o enorme potencial de desenvolvimento do Parque Nadyr
Mário Pelegrino Peruffo, em se tornar um ambiente saudável, visando atividades para
todas as faixas etárias e durante todo ano, além de proporcionar à população atrativos
que caracterizem o parque como equipamento urbano convidativo e seguro. Ao longo da
história dos rodeios, e visualizando o Rodeio Nacional de Veranópolis, o evento vem
atraindo cada vez mais participantes e apreciadores, exigindo melhores organizações e
infraestrutura para o local. No entanto, devido à falta de recursos, muito dos edifícios
presentes no parque atualmente, não foram devidamente mantidos, encontrando-se assim
em más condições.

Atualmente a estrutura principal do parque é destinada basicamente para receber


rodeios, eventualmente acontece outro evento. Portanto, o objetivo deste trabalho é criar
um espaço específico para a realização de qualquer tipo de evento, adaptar-se de forma
flexível a exposições e festas de diferentes escalas, e ainda destinar o local como um
parque urbano de lazer e vivência ao longo de todo o ano.

A proposta apresentada neste relatório demonstra um aproveitamento melhor


dessa área, dividindo os fluxos de acesso dos diferentes usuários por meio de
zoneamentos e soluções adequadas, fazendo com que não exista mais o fluxo de veículos
e pedestres juntos, além de priorizar a segurança relacionadas com os animais. Além
disso, as novas edificações passam a atribuir grande importância à flexibilidade do espaço
para atender às necessidades dos diferentes tipos de atividades. E também, contam com
uma área de estar contemplativa com o contato à natureza, estacionamentos dentro do
parque, e serviços exclusivos, além do CTG poder realizar eventos com mais frequência
e criar mais recursos para a entidade.

Portanto, a nova proposta visa introduzir um novo conceito, mais funcional para o
local, com fluxos adequados, solucionando os problemas atuais e com novas tecnologias,
mas, sobretudo, sem perder a identidade original do parque, construindo e pautando a
vigente concepção em moldes tradicionalistas que se refere à cultura gaúcha.
90

REFERÊNCIAS

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edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077: Saídas de


emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

BAGUET, A. Viagem ao Rio Grande do Sul. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1997.

BORILLE, Adriana. Diretora Cultural. Entrevista concedida a Rudiane Zacaria.


Veranópolis, 20 de ago 2021.

BRUM, Ceres Karam. O Gauchismo e as Escolas: a diversidade cultural em questão.


Santa Maria, 2013.

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ed. Porto Alegre: Ministério Público do Estado de Santa Catarina, 2016. 26 p. Disponível
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1995/1996.

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Brasília, 2014. Disponível em:
https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/arquivos/arquivosPorRange/0000000447/text
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JACQUES, João Cezimbra. Assuntos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia
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91

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disciplina de Estágio Curricular de Arquitetura e Urbanismo. Curso de Arquitetura e
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LESSA, Luiz Carlos Barbosa. O sentido e o valor do tradicionalismo. Santa Maria: Tese
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MARCANTONIO, Getúlio. Vacaria dos Rodeios. Vacaria: 2006.

MATIAS, Marlene. Organização de Eventos: procedimentos e técnicas. 6. ed. Barueri,


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Tradicionalista. Porto Alegre: Fundação Cultural Gaúcha, 2017. 80 p.

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92

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MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO (Rio Grande do Sul). 87ª Convenção


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RIO GRANDE DO SUL. Lei Nº 15.244, de 27 de dezembro de 2018. Declara como bem
integrante do patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio Grande do Sul e considera
como atividade desportiva a Prova de Laço e dá outras providências. Porto Alegre 2018.
Disponível em: https://leisestaduais.com.br/rs/lei-ordinaria-n-15244-2018-rio-grande-do-
sul-declara-como-bem-. Acesso em: 30 out. de 2021.

RIO GRANDE DO SUL. Projeto de Lei n. 144, 14 de julho de 2017. Declara como bem
integrante do patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio Grande do Sul e considera
como atividade desportiva a Prova de Laço e dá outras providências. Diário Oficial da
Assembleia Legislativa. Porto Alegre, [s/n], 2017. Disponível em
93

http://proweb.procergs.com.br/Diario/DA20170810-01- 100000/EX20170810-01-100000-
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WEATHER SPARK. Condições meteorológicas em Veranópolis. In: Condições


meteorológicas em Veranópolis . [S. l.], 2021. Disponível em:
https://pt.weatherspark.com/td/29711/Condi%C3%A7%C3%B5es-
meteorol%C3%B3gicas-m%C3%A9dias-em-Veran%C3%B3polis-Brasil-hoje. Acesso em:
19 out. 2021.

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