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LENÇÓIS/BA
2023
PREFEITURA MUNICIPAL DE LENÇÓIS
SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE
COORDENAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
COORDENAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
LENÇÓIS/BA
2023
Equipe Técnica
CDD
LISTA DE FIGURAS
Figura 9: Centro histórico com prédios tombados, ocupados por restaurantes, no Município de
Lençóis, Chapada Diamantina, Bahia (registro fotográfico obtido pelos autores). .............................................. 23
Figura 10: Mapa geológico com síntese litológica-hidrogeológica de Lençóis, Bahia. ...................................... 25
Figura 11: Mapa de localização e hipsometria da microbacia do Rio Lençóis, Bahia. ....................................... 27
Figura 12: Poço do Diabo, atração turística do Monumento Natural Municipal do Mucugezinho,
em Lençóis, Bahia (registro fotográfico obtido pelos autores). ............................................................................ 28
Figura 13: Poço do Pato, atração turística do Monumento Natural Municipal do Mucugezinho, em
Lençóis, Bahia (registro fotográfico obtido pelos autores). .................................................................................. 28
Figura 15: Áreas do polígono amarelo que comporá o NUC ampliado de Lençóis, Bahia. ..Erro! Indicador não
definido.
Figura 16: Áreas da seta rosa que representam aquelas anteriormente consideradas parte da ZPR,
na porção Centro-Leste da cidade e propostas a serem partes do NUC de Lençóis, Bahia.Erro! Indicador não definido.
Figura 17: A nova área da ZVT identificada na área hachurada em amarelo........ Erro! Indicador não definido.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CONSIDERANDO a sistemática da Lei Federal nº 9.985/2000, em ser artigo 2º que prevê uma
série de mecanismos tendentes a efetivas do objetivo constitucional de promover a preservação do
meio ambiente e o uso sustentável dos recursos naturais em unidades de conservação, a exemplo do
plano de manejo como medida que estabelece o zoneamento, o uso e o aproveitamento da unidade
de conservação, sendo documento disciplinador de todas as ações públicas e privadas que possam
vir a afetar o bem ambiental que a unidade de conservação visa proteger;
CONSIDERANDO que as Unidades de Conservação não são áreas intocáveis, mas tem
fundamental valia para os municípios, visto que podem evitar ou diminuir acidentes naturais por
enchentes e desabamentos, possibilitar a manutenção da qualidade do ar, do solo e dos recursos
naturais hídricos, o incremento de atividades relacionadas ao turismo ecológico e de aventura,
proporcionando a geração de renda e emprego;
CONSIDERANDO que a região, por suas características naturais de apreciável valor cênico,
favorece o desenvolvimento do turismo ecológico, compatível com as exigências para o
desenvolvimento sustentado da região;
A área de gestão ambiental vem adquirindo maior relevância no ensino, pesquisa e gestão
organizacional no Brasil. Parte dessa relevância se deve ao fato de que dificilmente a sociedade
aceitaria retornar ao passado recente em que a relação entre as organizações e meio ambiente era
considerada como praticamente irrelevante. Hoje assume-se que a gestão ambiental é um dever das
organizações. Assim, o desafio reside não mais em se aceitar a gestão ambiental como parte das
atividades diárias das organizações, mas sim em como torná-la mais eficiente e eficaz, tornando as
organizações efetivamente contribuintes de um Desenvolvimento Sustentável. (JABBOUR, 2013)
Nesse contexto, é dever dos municípios realizar a gestão ambiental de suas áreas através de políticas
públicas voltadas a preservação e conservação dos recursos naturais, realizando o planejamento e a
gestão ambiental de espaços territoriais e seus recursos ambientais, com características naturais
relevantes, dando garantias a sua adequada proteção. Para Agarwal & Narain (1991), a preocupação
com o meio ambiente deve ser discutida enfatizando a abordagem sistêmica, com a finalidade de
equacionar os problemas ambientais, e incluindo a variável ambiental no processo de planejamento e
na tomada de decisões.
Dito isso, a criação da ZONA DAS TORRES DE TELECOMUNICAÇÃO 01, do Distrito Sede de
Lençóis, surgiu dos anseios da população local, representada pelos conselheiros do CONSELHO
MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE (COMUMA) e teve sua alternativa locacional escolhida,
considerando que o município encontra-se circundada pela APA MARIMBUS-IRAQUARA, de
acordo com o Zoneamento Ambiental Ecológico estabelecido pela RESOLUÇÃO nº 1.440 de 20 de
junho de 1997 e o PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA (PNCD).
2.0 OBJETIVOS
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Apresentar ESTUDO LOCACIONAL PARA CRIAÇÃO DA ZONA DAS TORRES DE
TELECOMUNICAÇÃO 01, no Distrito Sede do Município de Lençóis, de forma que o zoneamento
permita atingir os melhores resultados no manejo da unidade de conservação, por meio dos usos (ou
não usos) diferenciados de cada zona, segundo seus objetivos e normas estabelecidas, tendo como base
o contexto de conservação da biodiversidade, a funcionalidade ecológica, social e política da área
protegida e da sua região, considerando o ordenamento territorial existente.
A cidade de Lençóis possui uma área de 1.283,328 km² (IBGE, 2021), situa-se na região centro-oeste
da Bahia, aos pés da Serra do Sincorá, e parte da sua área é pertencente ao Parque Nacional da Chapada
Diamantina e a Área de Proteção Ambiental (APA) Marimbus-Iraquara. No século XIX, foi o maior
produtor mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia.
Dados do IGBE, apontam o município com o 4° lugar considerando o PIB per capita da região da
Chapada Diamantina. A cidade apresenta 54.8% de domicílios com esgotamento sanitário adequado e
uma Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade de 97,2 % (dado de 2010). A principal atividade
econômica do município é o turismo, porém na agricultura destaca-se a produção de café e a agricultura
de subsistência enquanto na pecuária o gado de corte é o principal ativo. Ainda existe no município a
prática de extração vegetal comercializando vários tipos de madeira e, a extração mineral, destaca-se
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pelos garimpos manuais de diamante entre outros minerais. Nas atividades industriais prevalecem as
serrarias e casas de farinha.
A dinâmica climática regional, relevo e altitude contribuem para a rica biodiversidade do município.
A região de relevo acidentado é dominada pelo bioma caatinga, apesar de encontrarmos extensas áreas
com predomínio de mata atlântica. O clima apresenta estações bem definidas, com uma alta amplitude
térmica, em um domínio morfoclimático semiárido, com período chuvoso entre os meses de outubro a
abril. A vegetação se apresenta como um mosaico que inclui espécies típicas da caatinga, cerrado,
campos rupestres, e diferentes tipos de mata com grande diversidade. Importante ressaltar que no
município de Lençóis, cerca de 22.770 hectares são destinados à preservação permanente ou reserva
legal, e ainda 4.445 hectares de área cultivada com espécies florestais também usada para lavouras e
pastoreio por animais (IBGE, 2023).
Como lazer o município oferece alguns points naturais no Parque Nacional da Chapada Diamantina,
na APA – Marimbus/ Iraquara e no Parque Natural Municipal da Muritiba, entre outros, como: Serrano
(balneário, antigo garimpo, onde originou a cidade), Salão de Areias (com areias de diversas cores
utilizadas para o artesanato), Poço Haley (balneário), Cachoeira da Primavera (queda d´água e
balneário), Ribeirão do Meio (balneário), Cachoeira do Sossego, Gruta do Lapão (caverna), Praia Zaidã
(praia fluvial no Rio São José) e o Rio Mucugezinho (balneário e mergulho).
3.1.1 LOCALIZAÇÃO
A área do município de Lençóis é de 1.240 Km2, incluindo a sede municipal, que está localizada a 455
metros de altitude, na latitude: 12° 33' 47" Sul e longitude: 41° 23' 47" Oeste. Estão incluídos na
poligonal municipal os distritos de Afrânio Peixoto (Estiva), Otaviano Alves (Tanquinho de Lençóis)
e os povoados de Remanso, Iuna e Barro Branco. Lençóis limita-se com os municípios de Bonito,
Wagner, Lajedinho, Andaraí, Mucugê, Palmeiras e Iraquara.
O município faz parte do território de identidade da Chapada Diamantina que é composto por 23 (vinte
e três) cidades, são elas: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, Iraquara,
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Itaeté, Jussiape, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção, Novo
Horizonte, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Utinga e Wagner.
Território de Identidade foi o conceito trazido pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais
da Bahia (SEI) do Estado da Bahia, com a finalidade de retratar a evolução econômica e social dos
municípios baianos, dentro de um contexto regional, apresentando informações geográficas e
ambientais, com o objetivo de subsidiar os responsáveis pela construção de políticas públicas, estudos
e pesquisas importantes para a produção científica local e regional. A Bahia está dividida em 27 (vinte
e sete) Territórios de Identidade.
Nas proximidades do município de Lençóis são encontradas diversas nascentes, dando origem a rios
que podem percorrer os domínios urbanos que fazem parte da bacia hidrográfica do Paraguaçu.
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3.1.2 HISTÓRICO
Apesar da descoberta de diamantes ter-se dado em Santa Isabel do Paraguaçu, a povoação de Lençóis
destacou-se como principal centro produtivo e econômico da região, em função da quantidade e da
qualidade das pedras. Em menos de meio século de existência (foi elevada à categoria de cidade em
1864), passou a contar, somente em sua sede, com 22.230 habitantes (MANGILI, 2015).
A partir de 1857, a cidade de Lençóis passou a se destacar em relação aos demais núcleos, fazendo
com que o governo transferisse a Repartição Diamantina, criada em 1847 em Mucugê (então Santa
Isabel do Paraguaçu) (GANEM, 2001, p.45-46). O auge da economia de diamantes das Lavras deu-se
“no momento em que a exportação nacional de diamantes alcançou os 4,6% das exportações totais do
país, em 1855” (TOLEDO, 2001, p. 25). A decadência se iniciaria poucos anos depois, com a primeira
grande seca (1859-1862), acompanhada de epidemia de cólera e varíola, e que provocou o início da
migração. A crise se intensificou com a descoberta de diamantes na África do Sul (1867), o que
provocou a queda dos preços e a agravou. Nas duas décadas finais do século XIX descobriu-se o valor
econômico de outra pedra na Chapada Diamantina, o carbonado, que por volta de 1860, despertou
interesse dos compradores estrangeiros. Essa pedra, preta, opaca e amorfa, tem dureza igual ou maior
que o diamante e é empregada na indústria, principalmente para perfuração (MANGILI, 2015).
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Essa época – 1900 a 1930 – também foi o período em que o coronelismo esteve no seu auge, sendo o
coronel mais conhecido, Horácio de Mattos. Após sua morte, em 1931, iniciasse um novo período de
declínio, agravado pela seca de 1932. A industrialização do sul e sudeste do país, e a abertura da BR-
116 atraem e possibilitam a migração para essas regiões (MANGILI, 2015).
Lençóis foi o 12º conjunto tombado pelo IPHAN, depois de Ouro Preto (1933/1938/1986) Sabará
(1953), Mariana (1938), Diamantina (1938), São João Del Rey (1938), Alcântara (1948/1974), Parati
(1958), Porto Seguro (1968), São Cristóvão (1967), Olinda (1968) e Cachoeira (1971). o seu pedido
de tombamento partiu de um grupo de moradores, e não dos técnicos do IPHAN, como no caso dos
conjuntos anteriores ou de outros conjuntos da Chapada Diamantina (Rio de Contas e Mucugê, cujos
pedidos partiram de especialistas da área patrimonial). Ou seja, houve um processo de atribuição de
valores pelos moradores da cidade e, durante o processo de tombamento, uma valoração feita pelos
técnicos.
A região mantém conservada muitas de suas características originais, retratando a época do auge
econômico das vilas e cidades da Chapada. A arquitetura colonial, com casas e sobrados da segunda
metade do século XIX, contribuíram para o tombamento do seu conjunto arquitetônico e paisagístico,
em 1973.
A povoação de Lençóis teve formação e crescimento rápido e espontâneo, com dois núcleos surgindo
às margens do rio Lençóis: o Serrano, do lado direito, e o de São Félix, do lado esquerdo. As primeiras
habitações eram simples e improvisadas, geralmente feitas de barro com o sistema pau a pique, e
cobertas de palha (MANGILI, 2015). O município teve o seu desenvolvimento de forma desordenada,
sob forte influência das atividades de mineração, que determinou o povoamento e a elevação da vila à
categoria de cidade em 1864. Atualmente, com uma população estimada de 11.600 habitantes (IBGE,
2021), Lençóis tem como principal atividade econômica o turismo, sendo considerada pelo GUIA 4
RODAS em 2010, pela quarta vez consecutiva, um dos 10 melhores destinos turísticos do Brasil.
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O município de Lençóis situa-se no centro sul baiano, com uma área territorial de 1.283,328 km², a
394 metros de altitude (IBGE, 2021). Sob domínio morfoclimático úmido a semi-úmido, apresentado
relevo distinto em função do clima atuante, o qual configura-se por elevações como as encostas da
serra do Sincorá, planaltos e pediplanos karstificados adjacentes. A vegetação da região de Lençóis é
marcada por formações do tipo caatinga arbórea, campo rupestre, cerrado, mata ciliar, floresta
estacional e mata de encosta, apresentando também várias tipologias de solo, que vão desde Latossolos
Álicos e Distróficos nas partes mais inferiores do relevo, até Alissolos e Neossolos (Quartzarênico,
Regolitico e Litólico) nas encostas e topos dos modelados (SEI, 2021).
Parte do território de Lençóis está inserido na porção norte do Parque Nacional da Chapada
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Diamantina, uma das maiores reservas ambientais do Brasil. A sede municipal foi tombada como
patrimônio histórico nacional, preservando-se seus traços arquitetônicos antigos, influenciando a
divulgação da região e consequentemente a sua visitação por parte de pesquisadores, turistas e
aventureiros, com o propósito de conhecer as belas paisagens e/ou em busca de informações
relacionadas ao ambiente atípico da região para posteriores estudos devido ao seu clima diferenciado,
espécies vegetais endêmicas, relevos esculturados de forma singular como os localizados na Serra do
Sincorá, o Morro do Pai Inácio, cachoeiras, poços, grutas, trilhas e rios.
O patrimônio cultural de Lençóis retrata a época do auge econômico das vilas e cidades da chapada,
no século XIX, incluindo um impressionante acervo arquitetônico composto por casarões e sobrados
de cores vivas e construídos com diferentes técnicas. O conjunto arquitetônico e paisagístico de
Lençóis foi tombado, pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional-IPHAN, em 1973,
incluindo-se 570 imóveis que mantêm conservadas suas características originais. São Monumentos e
Espaços Públicos Tombados - Lençóis (BA): Praça Horácio de Matos (espaço público mais importante
da cidade), Mercado Público Municipal, ponte sobre o rio Lençóis, Prefeitura Municipal, imóvel onde
funciona o Escritório Técnico do IPHAN, antigo Posto de Saúde, Teatro de Arena, Igreja Nossa
Senhora do Rosário, Igreja de Nosso Senhor dos Passos, Casa de Cultura Afrânio Peixoto e Anfiteatro,
Biblioteca Pública, Arquivo Público, entre outros.
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Chama-se a atenção para a presença de antigo aqueduto em área onde foi criado o MONUMENTO
NATURAL MUNICIPAL DO MUCUGEZINHO, também conhecido como regos ou sucalcas, que no
passado atravessava a serra para conduzir e distribuir água para que o garimpo de diamantes pudesse
acontecer. Os aquedutos, foram construídos unicamente com materiais locais, predominantemente
pedra e barro, e muitas vezes, as pedras eram refugos do material do garimpo (MANGILI, 2015).
A estrutura conhecida como Aqueduto do rio Mucugezinho, foi construída pelo Mestre Adelino José
da Costa, a mando do Sr. Lili Sá, dono de terras e garimpeiro do diamante (FUNCH, 2007, p.55). A
construção é composta de 7 torres de alvenaria, em bom estado de conservação, às margens do rio
Mucugezinho.
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Figura 4: Sede do IPHAN no município de Lençóis, Chapada Diamantina, Bahia
(registro fotográfico obtido pelos autores).
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Segundo artigo de Alei Domingues e Ruzimar Tavares, em estudo sobre a mineração de Ouro Preto, o
desmonte hidráulico era o processo mais comum, aproveitando águas de chuvas ou as captadas de
nascentes. Ainda hoje, estão preservados um grande número de estruturas de captação e, condução
destas águas por toda a serra. O material desmontado era acumulado em pequenas barragens de pedra,
denominadas mundéus escalonadas pelas encostas e, posteriormente, trabalhado por vários processos
para efetivar a separação do ouro. Os aquedutos funcionavam como canais de condução de água
utilizada para promover o desmonte hidráulico dos depósitos de encosta e rocha mais alterada, além de
conduzir sob a forma de lama o material desmontado para os mundéus. O material era então trabalhado,
principalmente segundo os processos empregados nas extrações em aluviões (DOMIGUES e
TAVARES, 2009, p.145/146).
No que se refere as manifestações tradicionais religiosas, destaca-se o Jarê, também conhecido como
“candomblé de caboclo”. O Jarê consolidou-se nas Lavras, “operando-se, basicamente, com
garimpeiros”, tendo posteriormente se expandido para a zona agrícola, onde sofreu transformações
maiores em vista dos agentes dessa região, “advindos do catolicismo popular rural que não mais
possuíam a ‘memória africana’” (SENNA, 1998, p. 36). No Jarê se curavam os males da alma e também
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os do corpo, nesse ambiente (as Lavras Diamantinas) onde a figura do médico e do farmacêutico foi
sempre escassa, os rituais incorporam alguns elementos das manifestações culturais, como a marujada
e o reisado, nas vestimentas e alguns cânticos (MANGILI, 2015).
É importante dizer que o município conta com sede regional do IPHAN, atualmente ocupando casarão
que faz parte do conjunto arquitetônico tombado.
Lençóis se apresenta como uma potência econômica na região da Chapada Diamantina, com PIB per
capita de R$ 11.275,17 e mais de 80% das receitas oriundas de fontes externas, o município apresenta
o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,623 (IBGE, 2020).
Atualmente, a atividade turística é a principal fonte de receita da região de Lençóis, considerada como
grande atração da Chapada Diamantina. O turismo é a principal fonte de renda para os moradores e
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comerciantes, sendo esta atividade proporcionada principalmente pelas belas paisagens encontradas
nesta localidade, visto que “o turismo é uma atividade que pode estar intimamente relacionada com o
meio físico, em especial aquele que está vinculado à exploração das belezas naturais de uma
determinada área”. (GUERRA E MARÇAL, 2006, p. 42)
Figura 9: Centro histórico com prédios tombados, ocupados por restaurantes, no Município
de Lençóis, Chapada Diamantina, Bahia (registro fotográfico obtido pelos autores).
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A economia forma e informal é formada por centenas de hotéis, pousadas, albergues, restaurantes,
cafés e lanchonetes, responsáveis por boa parte da oferta de emprego na cidade, que conta ainda com
centenas de Guias e Condutores habilitados que garantem intenso fluxo de visitantes em seus atrativos
turísticos o ano inteiro. O Parque Natural Municipal da Muritiba, o Parque Nacional da Chapada
Diamantina e a APA Marimbus-Iraquara são exemplos de áreas ambientais bastante visitadas.
Depois da atividade turística, a agricultura de subsistência é uma importante fonte de receita municipal,
principalmente através da produção e comercialização de feijão, milho e mandioca para o suprimento
de pequenos núcleos familiares, bem como para a venda destes produtos em pequenas feiras livres
locais e em nível regional. Os produtos agrícolas podem ser comercializados in natura, ou
artesanalmente transformados em outros produtos alimentares, tais como farinha, goma, beiju etc.
A produção de feijão no município ocupa 65 hectares, com uma produção anual de aproximadamente
50 toneladas, enquanto o milho é cultivado em uma área de 50 hectares e uma produção de 60 toneladas.
Juntas, as produções de feijão e milho geram uma receita de aproximadamente R$ 106.000,00 por ano
(IBGE, 2007). No que se refere a lavoura permanente, a produção de banana e café são as mais
expressivas ocupando aproximadamente 900 hectares de área plantada, com valor de produção na
ordem de R$ 5.000.000,00/ano (IBGE, 2007).
CLIMA
Lençóis está sob o domínio morfoclimático do Semi-árido, e devido às condições especiais de altitude,
o clima da região é mesotérmico do tipo cwb (tropical de altitude) na classificação Koppen (1948),
com máximo de chuvas no verão (novembro, dezembro e janeiro) e um máximo secundário em março-
abril, com verão chuvoso e inverno seco (COUTO et al., 2011). A pluviosidade varia entre 35 mm
(julho e agosto) a 184 mm (dezembro), com precipitação média excedendo 100 mm durante a estação
chuvosa. As temperaturas médias mensais oscilam durante o ano, variando em torno de 18ºC durante
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o inverno (abril-setembro) e excedendo 22ºC nos meses mais quentes (outubro-fevereiro) (FUNCH et
al. 2002).
As estações são bem definidas, com uma alta amplitude térmica, que embora, esteja num domínio
morfoclimático semi-árido, de topografia acidentada (Serra do Sincorá), faz parte de uma dinâmica
climática regional semi-úmida, com presença de chuvas orográficas (Nimer, 1989).
GEOLOGIA
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A geologia em uma escala regional está condicionada por litótipos diversos contidos nos Grupos
Chapada Diamantina (Formações Tombador, Caboclo e Morro do Chapéu), originado na Era
Mesoproterozóica, dispondo de um domínio estratigráfico de rochas quartzíticas e areníticas de grande
espessura e relativa variabilidade, com a presença de intervalos estratigráficos de sedimentação
psamítica; Paraguaçú (Formação Açuruá) composta predominantemente por ardósias e metassiltitos
datados do fim da Era Paleoproterozóica, com origem ligada a dinâmicas marinhas e fluviais; Una
(Formações Bebedouro e Salitre) constituído principalmente por rochas calcárias, dolomiticas e
peliticas da Era Neoproterozóica (TURRA, 2014; MAGALHÃES et al., 2014). Coberturas quaternárias
do tipo areia com níveis de argila e cascalho, crosta laterítica, e depósitos aluvionares recentes (areias
com intercalações de argilas e cascalhos) ocorrem na porção Sul do município. (CPRM 2005).
RECURSOS HÍDRICOS
O município de Lençóis está inserido na bacia hidrográfica do rio Paraguaçu, sendo o rio Santo Antônio
o seu principal tributário e o São José seu afluente, que por sua vez recebe diversos cursos d’água
nascentes na serra do Sincorá, entre esses, o rio Lençóis que atravessa a cidade. A microbacia drenada
pelo Rio Lençóis faz parte da sub-bacia do Rio São José, que conflui com o Rio Santo Antônio que por
sua vez é um dos principais afluentes do Rio Paraguaçu, um dos mais importantes rios da Bahia, que é
integrante de um conjunto de bacias que formam a região hidrográfica do Atlântico Leste. O Rio
Lençóis e seus afluentes drenam áreas dentro do município de Lençóis.
No que se refere às águas subterrâneas, Mattos (2017) identificou duas zonas com hidrogeoquímicas
distintas que definem 3 tipos de água nas estações seca e chuvosa, divididas em cinco agrupamentos,
sendo águas predominantemente doces, com baixa salinidade e apresentando boa qualidade ambiental,
com algumas exceções expostas à interferência antrópica. Os domínios hidrogeológicos desta área, que
são predominantemente compostos por rochas sedimentares e metassedimentares (siltitos, metarenitos,
arenitos, calcarenitos, quartzitos e conglomerados) do Grupo Chapada Diamantina/Estância/Juá,
ocupando cerca de 85% da área, caracterizando um aquífero misto, semi-confinado, com predomínio
de porosidade secundária (Mattos, 2017).
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Figura 11: Mapa de localização e hipsometria da microbacia do Rio Lençóis, Bahia.
O Rio Mucugezinho está localizado às margens da BR-242, é um famoso balneário, muito frequentado
por turistas, moradores ou por quem está só de passagem pela estrada que liga Salvador à Brasília. Dos
vários poços, dois se destacam: o Poço do Pato e o Poço do Diabo, este último um dos maiores de toda
a Chapada, com belíssima queda d’água de cerca de 15 (quinze) metros de altura.
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Figura 12: Poço do Diabo, atração turística do Monumento Natural Municipal do
Mucugezinho, em Lençóis, Bahia (registro fotográfico obtido pelos autores).
RECURSOS FLORESTAIS
Em toda a extensão municipal destacam-se 6 classes de vegetação: Campo Rupestre, Mata de Encosta,
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Floresta Estacional Semi-decídual, Cerrado, Agropecuária e Mata Ciliar em menor extensão (DE
MELO OLIVEIRA; CHAVES, 2005).
Alguns táxons, muito comuns na região, são recorrentes em outras florestas estudadas no Brasil, a
exemplo das famílias Fabaceae, Myrtaceae, Lauraceae e Apocynaceae, e os gêneros Ocotea, Myrcia,
Casearia e Inga.
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semidecídua submontana, com matas perenifólia e semidecidual, distribuídas em diferentes estratos.
As florestas apresentam um estrato superior não contínuo constituído por um dossel formado por
árvores que variam de 10 a 16 m de altura, e abaixo deste dossel, situa-se um estrato arbóreo contínuo,
com cerca de 6 a 9 m de altura, representado pela grande maioria das árvores (COUTO et al., 2011).
SOLOS
No que diz respeito aos solos, são encontrados principalmente os Neossolos, do tipo Litólico,
Regolitico, Quartzarênico e algumas manchas de Latossolos Álicos ou Distróficos (SEI, 2007). Essa
grande quantidade e variação de Neossolos se deve principalmente a forte atuação morfogenética em
relação à pedogenética, impossibilitando o desenvolvimento e amadurecimento dos solos.
Historicamente, o zoneamento aparece no contexto mundial das áreas protegidas (AP) nos anos de
1970, promovido pelo norte-americano Kenton Miller, que propôs essa ferramenta de manejo e a
consagrou por meio da publicação “Planejamento de Parques Nacionais para o Ecodesenvolvimento
de América Latina”, em 1980.
O conceito então proposto por Kenton Miller, 1980 (Pag.161) consolidava o zoneamento como a
distribuição espacial das diferentes ações de manejo, como a seguir: “O zoneamento do planejamento
do parque se diferencia por estar designado para prescrever atividades de gestão de zonas específicas.
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Suas ideias tiveram imensa difusão e repercussão nos meios conservacionistas, especialmente na
América Latina. No Brasil, o Regulamento de Parques Nacionais Brasileiros, promulgado por meio do
Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979, estabeleceu o zoneamento como uma estratégia de
planejamento para as UC ao definir plano de manejo (PM) como: “um projeto dinâmico que, utilizando
técnicas de planejamento ecológico, determina o zoneamento de um Parque Nacional, caracterizando
cada uma de suas zonas e propondo seu desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades”.
Este Decreto absorveu na íntegra os conceitos propostos por Kenton Miller e estabeleceu a mesma
tipologia de zonas de manejo para os parques brasileiros. Dois anos depois, o zoneamento teve sua
abrangência ampliada ao ser incorporado na Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispôs
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e por meio de seu Art 9º, instituiu o Zoneamento
Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei Federal n.º 9.985 de 18 de julho de
2000), regulamentado pelo Decreto Federal n.º 4.340 de 22 de agosto de 2002, após 10 anos de
discussão no Congresso Nacional, consolidou as unidades de conservação como espaços territoriais
especiais e estabeleceu critérios e normas para a criação, implantação e gestão das mesmas. No
Capítulo I, das Disposições Preliminares, o zoneamento é conceituado como “definição de setores ou
zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito
de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados
de forma harmônica e eficaz”.
Segundo Kenton Miller (2001), desde sua publicação de 1980, muitas mudanças aconteceram e hoje
precisamos considerar as dimensões sociais, serviços ecossistêmicos, ferramentas econômicas,
finanças sustentáveis e planejamento biorregional em escala de paisagem. Ele questiona também se o
conceito de “partes interessadas” expandiu e pergunta diretamente: a que distância vamos chegar? Só
até os vizinhos imediatos? Ou em toda a extensão de influência até os centros urbanos?
De acordo com Amend et al (2002), o zoneamento em áreas protegidas, por muito tempo, ignorou as
realidades sociais. No entanto, a presença humana e os usos dos recursos naturais feitos por esses
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grupos sempre foram a chave na definição das diferentes zonas de manejo para essas áreas protegidas.
O mesmo autor ressalta que enquanto os atores com interesses em uma área específica não sentem a
necessidade de criar zonas e regras para as suas atividades, seja porque um não incomoda o outro, ou
porque o comprometimento de algum recurso, objeto natural ou cultural, não foi reconhecido, será
muito difícil chegar a um acordo ou criar regras respeitadas por todos.
Thomas, Lee e Middleton, Julie, (2003), corroboram as ideias de Amend et al. (2002), ao identificar
que o sucesso dos planos de zoneamento é garantido pela realização de uma adequada consulta pública
durante o seu desenvolvimento, sendo que as definições do zoneamento devem ser discutidas e aceitas
pelas partes afetadas na área e em sua área de amortecimento.
Vale destacar ainda que durante os 26 (vinte e seis) anos que intervalam a publicação do Plano de
Manejo e o Mapa de Zoneamento não houve a apresentação dos Relatórios de Informação Ambiental
(RIA), ferramenta importante para uma possível revisão do zoneamento baseada em dados estatísticos
e dentro de um planejamento ambiental que considere o uso dos recursos naturais e a ocupação humana,
bem como o tombamento da cidade, realizado no ano de 1973.
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CONSIDERANDO a existência de ZONA DE PROTEÇÃO RIGOROSA (ZPR) da APA como uma
das alternativas locacionais do projeto, cujas áreas tem o objetivo de proteção ambiental através da
preservação e recomposição das formações florestais identificadas como de Mata Atlântica, a exemplo
da floresta estacional, que constituem expressivos testemunhos de ecossistemas em estágio médio e
avançado de regeneração e a recomposição das formações florísticas remanescentes;
É importante se ter conhecimento que a degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa e a
fauna forem destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil do solo for perdida, removida ou
enterrada; e a quantidade e regime de vazão do sistema hídrico forem alterados. Na verdade, podemos
dizer que a degradação ambiental ocorre quando há perda de adaptação às características físicas,
químicas e biológicas e é inviabilizado o desenvolvimento socioeconômico.
Por outro lado, entende-se por recuperação o retorno de um sítio degradado a uma forma e utilização
de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo. Neste caso, implica que uma condição
estável será obtida em conformidade com os valores ambientais, estéticos e sociais da
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circunvizinhança. Significa também, que o sítio degradado terá condições mínimas de estabelecer um
novo equilíbrio dinâmico, desenvolvendo um novo solo e uma nova paisagem.
Majer (1989) descreve a recuperação (“reclamation”) como um termo genérico que cobre todos os
aspectos de qualquer processo que visa a obtenção de uma nova utilização para a área degradada, inclui
o planejamento e trabalho de engenharia, e normalmente, mas nem sempre, processos biológicos. Já a
reabilitação é definida por este mesmo autor, como o retorno da área a um estado biológico apropriado.
Este retorno pode significar o uso produtivo da área em longo prazo, tal como a implantação de uma
atividade em termos monetários, visando a recreação ou a valorização estético ecológica.
Neste trabalho é utilizado o termo mais genérico de recuperação, pela sua fácil compreensão e pelo seu
uso no texto do parágrafo 2º do artigo 225 da Constituição do Brasil de 1988.
O tema degradação ambiental à medida em que foi cada vez mais sendo democratizado, fez com que
movimentos populacionais forçassem a criação de uma legislação específica que aos poucos foi
evoluindo e atendendo cada vez mais as exigências e o entendimento sobre o tema por parte da
população. Daí apresentamos um breve histórico da Legislação Ambiental no Brasil, advinda de temas
específicos numa linha do tempo que vai desde o Brasil Colônia até os tempos atuais. Salienta-se que
esta linha do tempo leva em conta a legislação ambiental baiana, considerando que a área em epígrafe
está inserida no Estado da Bahia.
Em 1797, a Carta Régia afirma a necessidade de proteção aos rios, nascentes e encostas que passam a
ser declarados como propriedade da coroa;
Em 1799 é criado o Regime de Cortes de Madeiras, cujo teor estabelece rigorosa regra para a derrubada
de árvores;
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Em 1850 é promulgada a Lei 601/850, primeira Lei de terras do Brasil, disciplinando a ocupação do
solo e estabelecendo sanções para atividades predatórias;
Em 1911 é expedido o decreto 8.843 que cria a primeira reserva florestal do Brasil no antigo território
do Acre;
Em 1916 surge o primeiro Código Civil Brasileiro, que elenca várias disposições de natureza ecológica,
embora com visão patrimonial de cunho individualista;
Em 1934 são sancionados o Código Florestal, que impõe limites ao exercício de direito de propriedade
e o Código de Águas;
Em 1965 passa a vigorar uma nova versão do Código Florestal, ampliando políticas de proteção da
flora e estabelece proteção das áreas de preservação permanente;
Em 1967 são editados os Códigos de Pesca, Caça e Mineração, bem como a lei de Proteção à Fauna.
Uma nova Constituição atribui à União a competência para legislar sobre jazidas, floresta, caça, pesca
e águas, cabendo aos Estados tratar de matéria florestal;
Em 1975, por meio do Decreto Lei 1.413, inicia-se o controle da poluição provocada por atividade
industrial, ficando as empresas poluidoras obrigadas a prevenir e corrigir os prejuízos de contaminação
ao meio ambiente;
Em 1977 é promulgada a Lei 6.453 que estabelece a responsabilidade civil em casos de danos
provenientes de atividades nucleares;
Em 1981 é editada a Lei 6.938 que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente e apresenta o
meio ambiente como objeto específico de proteção e criação do SISNAMA e CONAMA;
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Em 1985 é editada a Lei 7.347 que disciplina a ação civil pública como instrumento processual
específico para a defesa do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Em 1988 é promulgada a nova Constituição, sendo a primeira a dedicar capítulo específico ao meio
ambiente. Considerada avançada, esta impõe ao Poder Público e à coletividade, em seu artigo 225, o
dever de defender e preservar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras;
Em 1991 o Brasil passa a dispor da Lei 8.171 referente à Política Agrícola, onde em capítulo específico
obriga ao proprietário rural a recompor sua propriedade com reserva florestal obrigatória;
Em 1998 é publicada a Lei 9.605 que dispõe sobre crimes ambientais, prevendo sanções penais e
administrativas para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;
Em 2000 surge a Lei 9.985 chamada de Lei do Sistema nacional de Conservação (SNUC) que prevê
mecanismos para defesa dos ecossistemas naturais e de preservação dos recursos naturais neles
contidos;
Em 2001 é sancionada a Lei 10.257, Estatuto das Cidades, que dota o ente municipal de mecanismo
visando permitir que seu desenvolvimento não ocorra em detrimento do meio ambiente;
Em 2001 o Decreto Estadual nº 7.967, no seu artigo 165 refere-se ao PRAD como documento contendo
as propostas de medidas mitigadoras para os impactos ambientais;
Em 2002 foi criado o Decreto Federal 4.340 que regulamenta a chamada Lei do SNUC;
Em 2007 foi criada a Lei 11.516, cuja ementa dispões sobre a criação do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade;
Em 2010 foi criada a Lei 12.305 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos;
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Em 2011 o IBAMA publica Instrução Normativa nº 4, estabelece procedimentos para elaboração de
Plano de Recuperação de Áreas Degradas (PRAD) ou Área Alterada, para fins de cumprimento da
legislação bem como Termos de Referência para a sua execução;
Em 2011 a Resolução CONAMA nº 429, dispõe sobre a metodologia para recuperação das áreas de
Preservação Permanente;
Em 2012 a Lei 12.651 que estabelece normas gerais com o fundamento central da proteção e uso
sustentável das florestas e demais ecossistemas;
Em 2014 o Decreto nº 15.180 do Estado da Bahia, define um Termo de Referência para elaboração do
PRAD;
Em 2014 o INEMA publica a portaria nº 8.578 onde se inclui a obrigatoriedade do PRAD (Plano de
Recuperação de Áreas Degradadas) e indica o Termo de Referência; e
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4.2 METODOLOGIA E RESULTADOS OBTIDOS
Como parte da terceira etapa foi realizadas inúmeras reuniões com a equipe multidisciplinar da
secretaria, assessoria jurídica-ambiental e assessoria ambiental de Lençóis e os empreendedores do
local para informamos sobre a necessidade de um Zoneamento para a localização das TORRES DE
TELECOMUNICAÇÃO, pelas questões trazidas por esse Estudo Técnico.
Na quarta etapa foram realizadas visitas técnicas nas áreas do município, com inúmeros sobrevôos de
drone, nos mais diversos bairros do Município, tais como Lavrado, Encontro dos Rios, Alto do
Cajueiro, Águas Claras e Tomba Surrão.
A quinta etapa e última etapa consistiu na elaboração do mapa e desse estudo técnico e aconteceu
entre os dias 01 de agosto e 12 de setembro de 2023 e está sob a coordenação técnica do Gestor
Ambiental Osmani Machado da Ponte Neto, da Equilíbrio Assessoria e Gestão Ambiental Ltda.
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REFERÊNCIAS
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florística e fisionomia de floresta estacional semidecídua submontana na Chapada Diamantina, Bahia,
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turismo nos Municípios de Bragança, Maracanã (Vila de Algodoal) e Salinopólis. In.: SEMINÁRIO
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