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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 1

2021
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
PONTE DE ACESSO TRANCOSO

Fernando
Diagnóstico Ambiental
22/7/2021

Fernando Damasceno - Biólogo: CRBio 77.414/08-D


Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5
2. OBJETIVO .................................................................................................................................. 6
3. INFORMAÇOES GERAIS ......................................................................................................... 7
3.1 - Dados do Cliente ................................................................................................................. 7
3.2 - Equipe Técnica Diagnóstico Ambiental ............................................................................. 7
4. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 7
4.1 - Inteligência Geográfica ....................................................................................................... 8
5. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA ...................................................................................................... 9
6. ENQUADRAMENTO POLÍTICO ........................................................................................... 10
7. DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO ......................................................................................... 10
8. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................................... 11
8.1. Histórico de ocupação do trecho em estudo ....................................................................... 11
8.2. Características gerais .......................................................................................................... 15
8.1.1. Geologia ...................................................................................................... 27

8.1.2. Solos ........................................................................................................... 29

8.1.5. Pluviometria ................................................................................................ 31

8.2. Meio Biótico ....................................................................................................................... 38


8.2.1. Vegetação ................................................................................................... 38

9. IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS ...................................................................... 49


16. CONSIDERAÇOES FINAIS .................................................................................................. 61
17. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ............................................................................................... 62
17.1. Federal .............................................................................................................................. 62
Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente ............................................................. 63
17.2. Estadual ............................................................................................................................ 64
17.3. Municipal ......................................................................................................................... 65
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 66
19. RESPONSÁVEL TÉCNICO .................................................................................................. 70

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Principais acessos para Trancoso, Sul do município de Porto Seguro. ........................... 5
Figura 2: Planta de Localização ponte de entrada para Trancoso. ................................................ 10
Figura 3: Ortocarta do Governo da Bahia/SEI do ano de 1999..................................................... 12
Figura 4: Aerofotogrametria de alta resolução da área em estudo executada no dia 22/07/2021 . 13
Figura 5: Mapeamento da vegetação que cresceu durante o período de 22 anos. ......................... 14
Figura 6: Comparação entre os períodos em estudo...................................................................... 15
Figura 7: Estado de conservação da ponte existente. .................................................................... 16
Figura 8: Estado de conservação da ponte existente. .................................................................... 17
Figura 9: Processo erosivo na margem do rio Trancoso em desabamento coberto com grama.... 18
Figura 10: Estado de conservação da ponte como paleativo. ........................................................ 18
Figura 11: Uso de um tubo metálico inoxidável de alta liga propiciando o uso, há necessidade de
mais um tubo no local, ou a total interdição.................................................................................. 19
Figura 12: Danos estruturais. ........................................................................................................ 19
Figura 13: Danos estruturais. ........................................................................................................ 20
Figura 14: Família atravessando a ponte com riscos. Embaixo uso de tubo de inox para paliativo
de segurança. ................................................................................................................................. 21
Figura 15: Engarrafamento na margem da ponte aguardando a travessia, no sopé da ladeira. ..... 22
Figura 16: Bicicleta colocada como homenagem a cozinheira Izabelle Lima Soares, morta em
uma acidente na ladeira, próximo à ponte na chegada de Trancoso. ............................................ 23
Figura 17: Fundo de um veículo quase arrastando na estrutura da ponte. .................................... 24
Figura 18: Fundo de um veículo quase arrastando na estrutura da ponte. .................................... 24
Figura 19: Resíduos Sólidos Descartados de forma irregular na margem do rio e estrada. .......... 26
Figura 20: Resíduos Sólidos Descartados de forma irregular na margem do rio e estrada........... 26
Figura 21: Medicamentos descartados de forma irregular na margem do rio e estrada. ............... 27
Figura 22: Geomorfologia local. ................................................................................................... 29
Figura 23. Linhas de Isoietas Extremo Sul Bahia. ........................................................................ 32
Figura 24: Pontos de transposição entre o manguezal e as porções brejosas. ............................... 34
Figura 25. Perfil de Elevação. (Aerofotogrametria de alta resolução) .......................................... 36
Figura 26: Corte Longitudinal da área em estudo. ........................................................................ 37
Figura 27: Perfil comparativo de elevação do local em estudo. .................................................... 37
Figura 28. Mapa de vegetação do Imóvel Praia de Itaquena. Fonte ECONANF – USP –
VERACEL. ................................................................................................................................... 39
Figura 29: Croqui de cobertura vegetal. ........................................................................................ 40
Figura 30: Matas de Tabuleiro ao redor da zona em estudo. ........................................................ 41
Figura 31: Pontos com assoreamento próximo à ponte depositando sedimentos no rio. .............. 49
Figura 32: Contenção irregular próximo à ponte em estudo. ........................................................ 50
Figura 33: Margem assoreada do rio Trancoso ao lado da ponte. ................................................. 51
Figura 34: Sedimentos e espuma e mancha de óleos acumulados em uma curva do Rio Trancoso
ao lado da ponte............................................................................................................................. 51
Figura 35: Excesso de sedimentos na borda de entrada da plataforma da ponte. ......................... 52
Figura 36: Tubo metálico para medida de remediação de riscos de acidente de trânsito sobre o rio
Trancoso. ....................................................................................................................................... 52
Figura 37: Ausência de contenções e parâmetros de controle do excesso de sedimentos lixiviados
para o leito do rio. ......................................................................................................................... 53
Figura 38: Efeito da incorporação de lama e outros sedimentos no ecossistema costeiro. ........... 54
Figura 39: Excesso de barro disperso na via de acesso à ponte a ao distrito de trancoso. ............ 54
Figura 40: Descarga de sujidades sem filtragem ou separação física despejada sobre o leito do
rio, no sopé da ladeira de acesso ao distrito. ................................................................................. 55

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Figura 41: Descarga de sujidades sem filtragem ou separação física despejada sobre o leito do
rio, no sopé da ladeira de acesso ao distrito. ................................................................................. 55
Figura 42: Aspecto da margem do rio Trancoso ao lado da ponte. ............................................... 56
Figura 43: Margem do leito do rio Trancoso com plantas exóticas dominando o terreno e
impedindo o crescimento de essências nativas.............................................................................. 56
Figura 44: Aspecto da vegetação ao entorno da ponte e que necessita ser enriquecida e manejada
conforme e parâmetros estabelecidos nas leis vigentes. ............................................................... 57
Figura 45: Aspecto da vegetação ao entorno da ponte e que necessita ser enriquecida e manejada
conforme e parâmetros estabelecidos nas leis vigentes. ............................................................... 57
Figura 46: Paisagem ao lado da margem que pode ser utilizado para fins de contemplação. ...... 58
Figura 47: Foto ensaio em campo, onde podemos enumerar diversos danos à paisagem e ao
ecossistema. ................................................................................................................................... 61

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1. INTRODUÇÃO

O acesso ao distrito de Trancoso no município de Porto Seguro é composto por


uma malha viária com duas vias coletoras principais, correspondente à BA – 987,
sendo uma entrada na porção SUDOESTE pavimentada e outra na porção NOR-
NORDESTE sem pavimentação e em péssimo estado de conservação. Na Fig. 01,
onde lemos a grafia PONTE, no segundo acesso descrito, que se concentra o foco
deste estudo, e como não poderia deixar de ser, as áreas entorno e diretamente
afetadas pela intervenção a que será descrita abaixo.

Figura 1: Principais acessos para Trancoso, Sul do município de Porto Seguro.

A área em estudo está situada ao nível da planície litorânea, tendo em sua


porção leste o ecossistema manguezal, em sua porção oeste mosaicos de
ecossistemas brejosos, sul a subida do Tabuleiro Costeiro para acesso à Trancoso e
norte a estrada velha de Trancoso.

Cortando esse trecho está situado o braço principal da microbacia hidrográfica


do Rio Trancoso, entre o rio dos frades e rio da barra, e seus diversos afluentes que
compõem cerca de 5.0% da cobertura das bacias entre Porto Seguro e Santa Cruz
Cabrália, segundo dados da CEPRAM.

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A cobertura vegetal do local é bem heterogenia abrangendo várias formações ao


longo da área em estudo, tais como: pasto limpo, pasto sujo, comunidade aluvial
arbórea, campo úmido, vegetação florestal em estágio inicial e médio, manguezais,
apicuns, além de plantações perenes e os diversos extratos de restinga.

2. OBJETIVO

Este trabalho visa apresentar informações e dados gerais do local em estudo, a


fim de apresentar subsídios que auxiliem no planejamento da reforma e adequação da
ponte de acesso à Trancoso com responsabilidade, amoldando a mesma às
legislações vigentes e possibilitando o delineamento do projeto com planos de manejo
que visem melhorar as condições locais no entorno ponto de vista ambiental, social e
econômico.

A ideia é promover o acesso de veículos e pedestres ao centro histórico do


distrito conciliado a questão ambiental e ecológica na temática geral, com uma gestão
responsável dos recursos naturais e paisagísticos.

Portanto, elaborar um diagnóstico ambiental é interpretar a situação


problemática dessa área, a partir da interação e da dinâmica de seus componentes,
quer relacionado aos elementos físicos e biológicos, quer aos fatores sócio culturais.

Os aspectos analisados buscaram atender as principais informações de forma


holística abrangendo de forma geral e detalhando ao nível de precisão que tragam
informações pertinentes ao entendimento da questão analisada, no entanto, os estudos
de cunho estrutural e engenharia civil não estão elencados nesta análise.

Assim, será realizada a caracterização verificando;

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os


recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o
regime hidrológico;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora,


destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e
econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação
permanente;

Análises químicas e microbiológicas serão realizadas no andamento do projeto.

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3. INFORMAÇOES GERAIS

3.1 - Dados do Cliente

NOME: INCA CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA

CNPJ: 65.122.533/0001-91
ENDEREÇO: Rua Pirapora 661/302, Maria Eugênia - Governador Valadares MG.
CEP: 35.058-210

Engenheiro Resp. técnico pelo projeto da ponte:

MANOEL G. BARRETO FILHO


CREA mg 52.009-D

3.2 - Equipe Técnica Diagnóstico Ambiental

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Fernando George Freitas Damasceno
Biólogo – - CRBio 77.414/08-D
Técnico em Geoprocessamento
Mestre em Ciências Ambientais - UESB
Pós Graduando em direito Ambiental
Cadastro Técnico Federal IBAMA – 5468666
Professor Convidado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) no curso de Pós
Graduação em Gerenciamento Costeiro.

EQUIPE TÉCNICO-CONSULTIVA
Ava Isadora
Geógrafa e Pós-Graduada em Ciências Ambientais
Outros técnicos terceirizados

4. METODOLOGIA

Os trabalhos tiveram por base dados obtidos durante as atividades de campo,


que ocorreram no período de 25 a 27 de julho de 2021. Nestas visitas ao local foram
coletadas as informações sobre as características locais.

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Para coleta de dados e registro das informações utilizou-se de máquina


fotográfica digital, aparelho de GPS marca Garmin MOD. MAP 64, binóculo, além de
pranchetas, e cadernetas de campo e um Quadrcópitero da Marca DJI modelo Phanton
para análise fotogramétrica.

Nos levantamentos dos grupos de fauna estudados (aves, répteis e mamíferos)


foram utilizadas as seguintes metodologias:

 Contato Visual: Esta técnica foi desenvolvida percorrendo-se a área


compreendida pelo perímetro da amostragem e adjacências, com finalidade de
inventariar as espécies ali ocorrentes. Para tanto utilizou-se de binóculos, guias
de referência, anotações em listagem previamente elaborada com o auxílio
bibliográfico bem como anotações em caderneta de campo. Não sendo possível
a identificação imediata, observações foram lançadas na caderneta de campo
para posterior análise.
 Contato Auditivo: Em relação à presença de algumas espécies, principalmente
das aves e primatas, foi evidenciada por esta técnica, pelo reconhecimento
direto da vocalização das espécies em campo.
 Indícios/Vestígios: Esta técnica teve por objetivo evidenciar espécies de
hábitos pouco conspícuos, espécies arredias e de difícil visualização. Para tanto,
registros indiretos que denotassem a passagem de espécimes por determinados
locais foram à base para a identificação específica. Neste caso as pegadas
foram os indícios mais representativos. Também entraram nesta categoria fezes,
penas, local de dormitório, ninhos, marcas em frutos e carcaças de animais
mortos.
 Entrevistas: Foram realizadas entrevistas com moradores locais para obter
informações sobre a ocorrência de espécies da fauna silvestre existentes no
local ou que por ventura, visitassem a área sazonalmente.
O levantamento de dados geográficos foi efetuado através de entrevista com
moradores da região, busca junto a arquivos público e pesquisa bibliográfica na internet
além de metodologias de geoprocessamentos com dados de Órgãos Públicos.

4.1 - Inteligência Geográfica

Por se tratar de uma área com grande dimensão, difícil acesso e pouco tempo
para esse tipo de análise foram usadas técnicas de geoprocessamento aplicado a este
tipo de estudo, para isto utilizou-se:

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 Imagens de alta resolução adquiridas com sobrevoo no dia 22/07/2021;


 Arquivos SRTM que consiste em dados de altimetria estereoscópica, que conta
com dois reflectores de antenas de radar a resolução espacial das células nos
dados fonte é de 1 arco segundo (1"). Os dados foram baixados dos arquivos
eletrônicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Topodata
(Banco de Dados Geomorfométricos do Brasil). Os dados originais pertencem ao
Governo dos Estados Unidos da América (NASA World Wind).
 Dados processados do projeto Monitoramento Independente da Cobertura
Florestal das Bacias Setentrionais do Extremo Sul da Bahia. O projeto executou
a primeira etapa do monitoramento multitemporal da cobertura e uso da terra em
escala de detalhe (1:25.000) das bacias setentrionais do Extremo Sul da Bahia,
incluídas na Região de Planejamento para Gestão de Águas – RPGA IV,
perfazendo aproximadamente 2.300.000 hectares. Realização: Instituto
Bioatlântica, Econamfi, Laboratório de Ecologia da Paisagem (LEPAC/USP) e
Laboratório de Ecologia de Espacial e Conservação (LEEC/UNESP).

5. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A transposição em estudo está localizada nas seguintes Coordenadas


Geográficas aproximadas:

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Figura 2: Planta de Localização ponte de entrada para Trancoso.

6. ENQUADRAMENTO POLÍTICO

O local objeto deste estudo está localizado no Distrito de Trancoso, município de


Porto Seguro, região econômica do Extremo Sul da Bahia, região Administrativa de
Eunápolis e região de identidade Costa do Descobrimento. A área não está inserida na
Unidade de Conservação Estadual de Proteção Ambiental (APA) Caraíva –Trancoso,
nem na zona de amortecimento da Unidade de Conservação Federal Parque Nacional
do Pau Brasil – PARNA Pau Brasil – ICMBio, no entanto, está inserida na região
tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN).

7. DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO

Porto Seguro ocupa um território de 2.408,59 km2, estando a sua sede, a cidade
de Porto Seguro, distante 707 km de Salvador, situada entre as seguintes coordenadas
geográficas: 16°26'00'' de latitude Sul e 39°05'00''de longitude W. Gr. Limita-se ao norte
com município de Santa Cruz Cabrália, ao Sul com Itabela, a Oeste com Eunápolis e o
Leste é banhado pelo Oceano Atlântico.

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Considerado um dos pontos mais visitados do Brasil, recebe turistas,


principalmente, do Centro Sul do país e de países como a França, Israel, Portugal,
Estados Unidos da América, Argentina etc, assim, o turismo movimenta a maior parte
da economia da cidade e da região. No entanto, além do turismo há outras atividades
econômicas importantes como a agricultura, extração vegetal áreas; a pecuária; a
agricultura o comércio e os serviços, que são movimentados o ano inteiro.

A população estimada em 2020 pelo IBGE em Porto Seguro é de 150.658


habitantes, comparando esses dados com o ano de 2010 que foi de 126.929 habitantes
observa-se um crescimento relevante. A densidade demográfica (hab/km²) é de 52,70.
Nas altas temporadas essa população cresce de forma exponencial aumentando
drasticamente a densidade demográfica reduzindo a mobilidade urbana.

8. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

8.1. Histórico de ocupação do trecho em estudo

O histórico de ocupação do local em estudo é bem antigo, chegando a se


confundir com o “descobrimento” do Brasil. Por estar em uma zona transitória entre os
principais vilarejos e distritos do município, a travessia, sempre ocupou um papel
importante na história da região.

Tratando-se de uma região histórica tão intimamente relacionadas com a história


do País, que este estudo se preocupou em focar em uma análise temporal, em busca
de dados e informações que ajudem a elucidar as condições atuais, observando sua
analogia aos fatores históricos de ocupação que alteraram de alguma forma os
ecossistemas locais com a influência da travessia naquele local em particular.

Algumas informações foram coletadas de moradores antigos entre outras


diversas fontes, sobre a história daquele trecho do rio e seu arredor. Nessas
entrevistas foi possível verificar que a travessia já passou por diversas alterações
estruturais e com o ambiente ao seu redor não foi diferente, até porque se trata de uma
região de planície litorânea onde a morfodinâmica é constante.

Em uma análise cartográfica comparando dados de uma imagem do ano de


1999 com uma produzida no dia 21 de julho de 2021, podemos observar que foram
poucas mudanças no curso do rio entre este intervalo de tempo de 22 anos em análise,
por outro lado, diversas intervenções de caráter antrópico foram inseridas no local.

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Assim, em primeira mão, podemos deduzir que o leito não sofreu interferências em seu
curso, porém não se pode afirmar que se tratando de outras caraterísticas, tais como,
físicas, químicas, físico-químicas, biológicas, sedimentares, etc. não se pode afirmar o
mesmo. Essa evidencia é notória pois não temos dados comparativos para fazer
analogias.

Figura 3: Ortocarta do Governo da Bahia/SEI do ano de 1999.

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Figura 4: Aerofotogrametria de alta resolução da área em estudo executada no dia 22/07/2021

Alguns pontos continuam com o mesmo perfil aparente, o regime hídrico do


trecho apresentado na figura 03 também não apresenta diferenças significativas, como
supracitado, as intervenções antrópicas foram diversas ao longo do tempo com a
inserção de diversas obras arquitetônicas, à primeira vista, bem harmonizadas ao
ambiente, inversamente ao que se imagina o senso comum, em diversos locais,
obteve-se ganhos em relação à cobertura vegetal, principalmente nos terrenos
particulares. Pode-se ver claramente com base nas imagens georreferenciadas que
cerca de 9.000,00 m2, passaram a compor o mosaico de vegetação local, são cerca de
500 m2 de ganho de cobertura por ano. Essa vegetação remanescente que cresceu e
desenvolveu ao longo do tempo, aprisionou cerca de 36000 m3 de carbono.

Restando evidenciado os dados dispostos, devemos levar em consideração que


outros aspectos pormenorizados não foram contabilizados, e que passam
despercebidos em uma análise cartográfica com técnicas de geoprocessamento
avançadas e, portanto, para uma análise mais aprofundada, a supervisão de campo se
torna fundamental, análises físico químicas, microbiológicas, físicas, sedimentares etc.

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vão compor o leque de dados que serão norteadores para a análise dos impactos e os
planos de controle para a reforma da ponte.

Figura 5: Mapeamento da vegetação que cresceu durante o período de 22 anos.

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Figura 6: Comparação entre os períodos em estudo.

8.2. Características gerais

A região em estudo é composta por moradias e condomínios incorporados ao


ecossistema costeiro, acomodações e leitos hoteleiros, a ponte é a transição entre um
centro amplamente denso que se encontra ao subir o tabuleiro costeiro e centro
histórico e comercial, e de outro lado a zona de expansão urbana com estrada de barro
composta predominantemente por empreendimento de médio e alto padrão.

A travessia de madeira funciona como uma transposição do pequeno vale do Rio


Trancoso, composto por estuários, manguezais, brejos de ciperáceas, comunidades
arbóreas aluviais. Tem uma importância fundamental no escoamento, na mobilidade
urbana, no transito de veículos e pedestres etc.

O estado de conservação da ponte ou travessia é de avançado estágio de


deterioração, oferecendo a estes ecossistemas riscos por exemplo de cunho; Social:
quando impossibilita a rápida locomoção de viaturas, ambulâncias, entrada alimentos,
turistas etc. “travando” a mobilidade urbana, Ambiental: quando a falta de manutenção
resulta em compactação extrema do solo de entrada da plataforma da ponte,

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resultando na falta de drenagem nas zonas de transição solo/água. Quando acumula


veículos no trânsito e aumenta a emissão de CO2, elimina a mata ciliar, lixivia óleos e
graxas do pavimento adjacente, Etc.;

Abaixo serão apresentadas uma série de registros fotográficos, acompanhado


de legendas descrevendo o resultado de alguma condição que oferece danos
ambientais em escala de microbacia, mas que, no entanto, causa ou possui a iminência
de causar perda de biodiversidade como resultado final ou problemas de saúde pública
em caráter de vinculação hídrica.

Figura 7: Estado de conservação da ponte existente.

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Figura 8: Estado de conservação da ponte existente.

Estágio atual da ponte com a presença de diversas espécies vegetais invasoras


e dominantes, compondo a paisagem da mata ciliar. Estado de conservação da ponte
em total desacordo com as normas de trânsito e principalmente ao que estabelece a
NBR 7187, termos de Cooperação Técnica SEINFRA/SIT/DETRAN, e qualquer outra
norma ou Lei em vigência sobre o tema, principalmente em um centro urbano turístico
consolidado ao qual Trancoso se transformou, mesmo mantendo uma identidade
própria.

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Figura 9: Processo erosivo na margem do rio Trancoso em desabamento coberto com grama.

Desgastes na
mesoestrutura

Escora

Figura 10: Estado de conservação da ponte como paleativo.

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Figura 11: Uso de um tubo metálico inoxidável de alta liga propiciando o uso, há necessidade de mais um
tubo no local, ou a total interdição.

Danos estruturais

Figura 12: Danos estruturais.

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Figura 13: Danos estruturais.

Os processos erosivos avançados na margem do leito do rio Trancoso onde se


encontram as fundações estruturais, conciliado com o péssimo estado de conservação
da ponte, fez com que a empresa contratada em caráter de urgência instalasse um
tubo de metal como forma de manter o curso do rio e oferecer o mínimo de segurança
na estabilidade, enquanto a obra não é iniciada. A medida é de caráter paliativo e
apenas aumenta a estabilidade do eixo central gravitacional da mesoestrutura que
atravessa as cessões do terreno. Uma ponte com a sobrecarga como essa na entrada
de um distrito como Trancoso, sem nenhum controle como por exemplo proibição de
circulação de caminhões de carga ou ônibus de turismo, sem nenhuma infraestrutura
que segure a superestrutura deveria ser interditada de imediato, no entanto, a
colocação da estrutura de segurança em quem ocasionou o embargo da obra, porém,
os veículos continuam a transpor a ponte sem nenhuma segurança pois nenhum laudo
foi emitido pelos órgãos competentes até o presente momento.

Como visto nas imagens acima, a estrutura do tubo metálico está justaposta as
madeiras da ponte e a retirada imediata do mesmo incorre no risco de colocar qualquer
pessoa que transponha a ponte ao risco de acidente, dessa forma, até o momento de
desmonte e interdição total da ponte a recomendação deste estudo e manter a
estrutura metálica no local.

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Família atravessando a
Carreta carregada com
ponte
telhas de cerâmica

Figura 14: Família atravessando a ponte com riscos. Embaixo uso de tubo de inox para paliativo de
segurança.

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Figura 15: Engarrafamento na margem da ponte aguardando a travessia, no sopé da ladeira.

Os riscos de acidentes de pedestres e engavetamentos de veículos é


completamente possível, já que o auto desnível da via para adentrar ou sair do distrito
próximo a ponte que não possui via dupla e muito menos capacidade de suportar dois
veículos ao mesmo instante e ainda pedestres. A acumulação de veículos à espera de
travessia não condiz mais com a realidade atual e o simples fato de uma carreta
carregada de telhas como na figura acima sofrer qualquer dano em seus mecanismos
de frenagem uma tragédia pode ocorrer. A figura abaixo representa uma homenagem a
vítimas de atropelamentos no local justamente pelo mesmo fator.

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Izzabele

Figura 16: Bicicleta colocada como homenagem a cozinheira Izabelle Lima Soares, morta em uma acidente
na ladeira, próximo à ponte na chegada de Trancoso.
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Figura 17: Fundo de um veículo quase arrastando na estrutura da ponte.

Figura 18: Fundo de um veículo quase arrastando na estrutura da ponte.

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O desnível em excesso entre a plataforma e o solo, devido ao exaustivo


processo de compactação propiciado pelo contínua e intermitente batida do pneu faz
com que veículos mais rebaixados choquem com a madeira deteriorando ainda mais.
Este mesmo choque faz com que areia e lama presa no veículo, devido ao fato do
percurso até ali ser composto exclusivamente por este material se desprenda do
liberando no local óleos, graxas, lubrificantes, partículas metálicas, combustível, etc.

A suavização da entrada do veículo na plataforma da ponte é um fator


fundamental nas normas que estabelecem os padrões construtivos de pontes não só
pela questão lógica de evitar acidentes, danos aos veículos, etc, mas também pela
questão descrita acima, porém há de se ressaltar que nas descrições de NBRs como a
7187 de março de 2003 que dispõe sobre Projeto de pontes de concreto armado e de
concreto protendido, com procedimentos, entre outras normas as pontes são de
alvenaria, pois, as de madeira não oferecem a segurança necessária para veículos de
maior peso.

A norma estabelece que o choque das rodas, considerado em pontes é


equiparado a uma força horizontal móvel, aplicada na altura do topo do trilho, normal
ao eixo da linha, com um valor característico igual a 20% da carga do eixo mais
pesado. Em pontes curvas em planta, não se deve somar o efeito do choque lateral ao
da força centrífuga, considerando-se entre os dois apenas o que produzir maiores
solicitações. Nas pontes rodoviárias, a força longitudinal devida à frenação ou à
aceleração dos veículos deve ser considerada aplicada na superfície de rolamento e
igual ao maior dos seguintes valores: 5% do peso do carregamento do tabuleiro com as
cargas móveis distribuídas, excluídos os passeios, ou 30% do peso do veículo tipo.

As pontes além dos diversos métodos construtivos ainda devem calcular muitos
outros aspectos, tais como carga de vento de de acordo com a NBR 6123. No projeto
de cálculo estrutural devem ser consideradas as ações das cargas passíveis de ocorrer
durante o período da construção, notadamente aquelas devidas ao peso de
equipamentos e estruturas auxiliares de montagem e de lançamento de elementos
estruturais e seus efeitos em cada etapa executiva da obra como forma de sanar
qualquer risco de sobrecargas.

Fernando Damasceno - Biólogo: CRBio 77.414/08-D


Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 26

Figura 19: Resíduos Sólidos Descartados de forma irregular na margem do rio e estrada.

Figura 20: Resíduos Sólidos Descartados de forma irregular na margem do rio e estrada.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 27

Figura 21: Medicamentos descartados de forma irregular na margem do rio e estrada.

As lixeiras rústicas distribuídas nas margens da rodovia e na margem do rio


Trancoso deixam os resíduos mal acondicionados e por traz da beleza estética da
lixeira é exposto no chão longe dos olhos dos turistas que passam de veículos,
resíduos dos mais diversos, e por conta das chuvas e declividade do terreno são todos
depositados no leito do rio.

8.1.1. Geologia

As formações geológicas mais expressivas na área abrangida pelo município de


Porto Seguro e região são rochas pré-cambrianas (gnaisses migmatíticos, gnaisses
kinzigíticos, quartzitos, xistos aluminosos e leucogranitóides) e formações superficiais
cenozóicas, dentre quais se destaca o grupo Barreiras, cujos sedimentos recobrem
cerca de 80% da superfície total da região sul do Estado da Bahia.

Conforme estudos efetuados pela CPRM - Serviço Geológico do Brasil, contidos


no PROJETO PORTO SEGURO – SANTA CRUZ CABRÁLIA o trecho em estudo está
inserida na planície flúvio-marinha, constituídas por sedimentos quaternários.

As planícies flúvio-marinha consistem de cordões arenosos de idade holocênica


e foram gerados a partir do último máximo transgressivo com a consolidação de ilhas-

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 28

barreiras paralelas ao litoral. Durante o posterior período de regressão marinha,


ocorreu uma progradação da linha de costa com uma sucessiva incorporação de
cordões arenosos à ilha-barreira inicial, frequentemente associada à colmatação de
incipientes lagunas gerados à sua retaguarda.

A ponte está centralizada na menor distância acima de depósitos arenosos


quartzosos indiferenciados recentes, bem selecionados, situados ao longo das
planícies costeiras e com maior desenvolvimento junto às desembocaduras dos
principais rios da região, devido ao “efeito de molhe” produzido pela descarga fluvial
(Dominguez et al., 1983), ou devido ao aprisionamento das areias marinhas em
circulação pela corrente de deriva por recifes de arenitos de praia, como visto no cabo
consolidado de Ponta Grande em Coroa Vermelha.

De acordo com o Mapa Geológico do Estado da Bahia, CBPM (Companhia


Baiana de Pesquisa Mineral, 2000), o local está inserido geologicamente, numa
classificação do tipo ag e Cd91.

A tectonoestratigrafia local é descrita da Era Cenozóica, formações superficiais


Tércio-Quaternárias, arenosas e/ou argilosas, carbonáticas e lateríticas (Mapa
Gemológico do Estado da Bahia, CPRM 2000).

Tratando-se de uma zona de acumulação com transposição de grande


quantidade de sedimentos, a construção de pilares estruturais de infraestrutura não
oferecem riscos no transporte de sedimentos, no entanto, no projeto proposto foi feito
os cálculos de mecânica hídrica medindo-se de pressão da água em movimento, efeito
dinâmico do movimento das águas, além da previsão de ações excepcionais cuja
ocorrência se dá em circunstâncias anormais e compreendem os choques de objetos
móveis, os fenômenos naturais pouco frequentes, como ventos ou enchentes
catastróficos e sismos, entre outros.

Assim, como troncos e outros objetos são carregados com pouca força nas
zonas de acumulação devido sua baixa inclinação, os pilares devem ser passíveis de
serem atingidos e devem ter sua segurança verificada quanto aos choques assim
provocados. As zonas de acumulação, o arraste de sedimentos para o oceano funciona
como uma importante fonte de areia nas praias e ainda nutrientes para o oceano.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 29

As Planícies Quaternárias ocupam as regiões mais baixas da zona costeira


adentrando também os grandes vales encaixados nos tabuleiros costeiros e é
constituída essencialmente por sedimentos quaternários de origem marinha e
transacional. A largura da planície quaternária é em grande parte determinada pela
disponibilidade de sedimentos ao longo da linha de costa.

Figura 22: Geomorfologia local.

8.1.2. Solos

Nos trechos mais a oeste na observação do solo verificou-se que se trata de


solo de massapé, um tipo de solo encontrado no litoral nordestino e é constituído a
partir da decomposição de rochas que tem em suas características minerais de
gnaisses que tem uma tonalidade mais escura e também de filitos e calcários. Tem em
sua composição uma elevada presença de argila. Ele se forma através da

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 30

decomposição do granito, em regiões tropicais que possuem estações seca e úmida


bem definidas.

O solo é de cor bem escura, quase preta é um solo muito fértil e, portanto,
excelente para a prática da agricultura. No período colonial, foi muito explorado na
agricultura de cana-de-açúcar.

Na época úmida, o massapé apresenta uma consistência pegajosa e no período


de seca ele fica rígido.

No ponto 2 nas porções baixas entre o manguezal e restinga arbustiva podemos


verificar a presença de latossolo amarelo com textura arenosa média. De acordo com a
EMBRAPA SOLOS os Argissolos Amarelos (PA) são solos desenvolvidos
principalmente de sedimentos do Grupo Barreiras, mas, são também desenvolvidos de
rochas cristalinas ou sob influência destas. São solos que apresentam como
característica principal um horizonte de acumulação de argila, B textural (Bt),
tipicamente de coloração amarelada, com cores mais frequentes ocorrem no matiz
10YR com valor e croma maiores que 4. Geralmente apresentam baixos teores de
ferro, porém, com amplo predomínio do óxido de ferro goethita. São profundos e muito
profundos com sequência de horizontes A, BA, Bt; A, AB, BA, Bt, Btx; A, BA, Bt, BC; A,
EB, Bt, Bw etc. Apresentam textura variando de arenosa/média até média/muito
argilosa, com o horizonte superficial A do tipo moderado e proeminente. São solos com
muito baixa a baixa fertilidade natural, forte a moderadamente ácidos e que podem
apresentar horizontes coesos, que ao serem umedecidos, tornam-se friáveis, exceto
quando são cimentados, os quais podem ocorrer em relevo abaciado e com restrições
de drenagem, apresentando mosqueados e concreções ferruginosas nos horizontes

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 31

sub superficiais, principalmente nos solos que ocorrem próximos às bordas dos
Tabuleiros Costeiros.

No ponto 3, nas proximidades da restinga, podemos identificar o tipo de solo


formado por areias Quartzosas hidromórficas sobre as planícies flúvio-marinhas, estas
ocorrem associados às areias quartzosas marinhas, que são muito profundas,
excessivamente drenadas e com predominância quase total de quartzo na sua
composição mineralógica. Possuem aptidão restrita para agricultura, exceto para a
cultura do coco, que se adapta bem a esses solos. Essas coberturas perfazem um total
de 5,54% das terras de Porto Seguro e 9,7% da área de Santa Cruz Cabrália.

Estes solos são formados a partir de sedimentos holocênicos arenoquartzozos de


origem ou com influência marinha, situam-se ao longo do litoral ou em lençóis de dunas
antigas, como em Caraíva. Não são propriamente solos, pois não se caracteriza um
horizonte A típico, pelo menos nos locais onde foram mapeadas como principais
componentes de associação AM1 e AM2.

8.1.5. Pluviometria

No extremo sul da Bahia, especificamente, as chuvas determinam o regime dos


rios, a ocupação do solo e a existência da Mata Atlântica, sendo imprescindível ao
planejamento de qualquer atividade o conhecimento da sua dinâmica.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 32

Vê-se que os municípios de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Belmonte


inserem-se na faixa de isoieta superior a 1.400mm, sendo então classificados com o
grau úmido, tendo Belmonte o registro de 1.767mm de total médio anual, de
pluviosidade.

O regime pluviométrico da região caracteriza-se pela distribuição uniforme


durante todo o ano e pelos altos índices médios anuais, variando entre 1447,0mm na
estação pluviométrica de Barrolândia (Município de Belmonte) e 1797,0mm em Porto
Seguro, segundo dados da estação automática do INMET instalado na CEPLAC.
Resultados semelhantes foram obtidos na análise dos dados das estações
pluviométricas da SUDENE, quando se obteve: 1556,8mm em Belmonte e 1787,6mm
em Porto Seguro.

Figura 23. Linhas de Isoietas Extremo Sul Bahia.

Por conta da alta drenagem do terreno e proximidade do oceano atlântico,


longos períodos de chuvas são facilmente dissipados para o oceano e não oferecem

Fernando Damasceno - Biólogo: CRBio 77.414/08-D


Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 33

riscos de transposição da ponte, no entanto é bom prever casos excepcionais e elevar


a altura da mesma.

Como pode ser observado no gráfico abaixo (Figura 12), em Porto Seguro as
chuvas são bem distribuídas durante o ano, com ligeira predominância no mês de
maio. Ao longo dos anos o nível de chuvas tem se mantido estável, sendo que em
1998 houve um nível um pouco maior.

8.1.6. Hidrografia
A hidrografia regional é composta principalmente, pelos rios Caraíva, do Frade,
da Barra, Verde e Buranhém com seus afluentes, além de pequenos riachos (Córregos
Itapororoca, do Padre, Taipe, etc.), que vão desaguar diretamente no mar. São cursos
d’água perenes, alimentados pelos aquíferos dos sedimentos Barreiras.

É possível verificar diferentes paisagens no curso do rio, indo desde áreas


degradadas a áreas com mata ciliar bem conservada.

Por estar em uma situação topográfica inferior, compondo o vale de recepção, o


eixo principal do rio é alimentado por drenagens dos pontos mais elevados, o que faz
com que nas épocas de muita chuva o leito principal do rio se eleve transbordando em
sua calha o excedente de água, seu escoamento é limitado devido ao solo argiloso que
compõe suas margens o que conduz diretamente para o oceano suas águas.

A profundidade do rio variou de 0,9 m a 2,1 m, essa variação teve relação direta
com as áreas ao redor do leito do rio, ou seja, as áreas mais preservadas
apresentaram uma profundidade maior do que as áreas menos florestadas e com
processos erosivos, apensa este dado não pode ser usado como referência direta, pois
fatores como topografia e largura do rio podem influenciar nestes resultados. As
margens encontram-se em pleno processo erosivo em grande parte do local em
estudo, no entanto, verifica-se que por se tratar de um solo argiloso o processo não
acelerou, nos trechos de apicum nas áreas de restinga o processo erosivo foi mais
intensificado, não chegando a oferecer riscos graves.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 34

Figura 24: Pontos de transposição entre o manguezal e as porções brejosas.

Trata-se de um rio perene, com bom volume de água, que deságua no distrito de
Trancoso. Também atravessa RPPNs após nascer no Parque Nacional do Pau Brasil.
Dessa forma se tratando de uma microbacia municipal
bem conservada em suas margens, se tornando menos protegido ao se aproximar da
ponte.

Em relação a largura do rio, essa varia de 2 à 12 metros de leito regular e


conforme a Lei Nº 12.651, de 25 de Maio de 2012, conhecida como novo Código
Florestal em seu Capítulo II que Trata das Delimitação das Áreas de Preservação
Permanente;

“Art. 4° Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas,


para os efeitos desta Lei:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,


excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima
de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de


largura;

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 35

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50


(cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a
600 (seiscentos) metros de largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a
600 (seiscentos) metros;

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima
de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;


O trecho mais largo do rio a partir de seu leito regular é de 170 m. enquadrando-se no
ítem “C” = 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a
200 (duzentos) metros de largura

Neste caso por se tratar de uma transposição de utilidade pública essa regra não
se aplica.

Conforme supracitado por se tratar de uma ponte com caráter dr utilidade


pública a mesma pode ser instalada no local.

8.1.7. Relevo
O relevo da área é pouco acidentado, principalmente nas zonas de várzea do rio
Trancoso, ou seja, na planície costeira, a subida de terreno inicia logo após a ponte nas
formações de tabuleiro costeiros. As margens do rio são razoavelmente planas, sem
alterações morfoestruturais significativas, não há formações de dunas nas áreas de
restinga, no entanto, o trecho analisado de forma global, varia de altitude entre 2 à 40m
constando o tabuleiro.

O Modelo Digital de Elevação apresentado na Fig. 19, representa de forma bem


didática o terreno e expõe algumas evidencias mais facilmente do que quando
observado a olho nu como por exemplo a calha do leito regular e a calha de
escoamento das paredes do tabuleiro na forma de outeiros que ao encontrarem a
pavimentação da subida seguem por gravidade para o leito do rio carregando tudo que
encontra no caminho, porém a lixiviação de elementos químicos que caem dos veículos
automotivos, adubos e possíveis efluentes sanitários oriundos de instalações de

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 36

esgotamento mal feitas e que contaminam a água do rio Trancoso pois segue de forma
natural o escoamento pelo terreno em direção as porções mais baixas atingindo a foz
onde encontra o rio verde e desagua no mar em frente a praia dos nativos.

No MDE o escore pela tonalidade das cores é do terreno mais baixo com a cor
cinza e o mais auto com a cor azul.

Figura 25. Perfil de Elevação. (Aerofotogrametria de alta resolução)

Em um corte longitudinal traçando na várzea obteve-se a inclinação


demonstrada abaixo.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 37

Figura 26: Corte Longitudinal da área em estudo.

Utilizando o software Google Earth Pró e traçando o perfil do leito do rio observa-
se o mesmo contexto do perfil longitudinal do terreno. A inclinação média varia de 7,2%
a 9,8%, apresentando condições viáveis para processos sedimentares de forma
continua, sem afetar fatores como erosão costeira ou progradação por falta de
sedimentos, pois essa inclinação constitui uma condição bastante viável.

Figura 27: Perfil comparativo de elevação do local em estudo.

8.1.8. Ventos
A variação sazonal dos ventos em Porto Seguro mostra que, no verão e na
primavera, enquanto predominam em todo o estado os ventos de SE, ali os ventos de
NE são os dominantes. No outono e no inverno, observa-se o ligeiro predomínio dos
ventos de SE. A direção dos ventos reflete a atuação das correntes da circulação
atmosférica, e a predominância dos ventos de SE no outono e no inverno pode estar
associada à passagem das frentes frias, mais frequentes nessa época do ano.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 38

8.2. Meio Biótico

8.2.1. Vegetação

A vegetação ao entorno da ponte nas zonas diretamente afetadas foi


classificada de acordo com as fitofisionomias observadas durante ida a campanha de
campo e tendo como base a literatura especializada. As espécies observadas, além de
fundamentarem a classificação das formações vegetais, constituíram a base para a
formação de um conceito fitofisionômico.

Para uma caracterização mais precisa é necessário um estudo sobre a florística


local mais detalhado, o que não é o caso deste estudo, assim, foi realizado um estudo
sobre o extrato vegetacional.

As formações florestais nas zonas da área do empreendimento foram mapeadas


no trabalho executado em 2012 em consórcio entre o Instituto Bioatlântica, Econanfi,
Laboratório de Ecologia da Paisagem (LEPAC/USP), Veracel e Laboratório de Ecologia
Espacial e Conservação (LEEC/UNESP), onde foi realizado o Monitoramento
independente da cobertura Florestal das bacias setentrionais do extremo Sul da Bahia
gerando um mapa de uso e ocupação do solo. Dessa forma, as feições identificadas
foram classificadas conforme imagem abaixo.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 39

Figura 28. Mapa de vegetação do Imóvel Praia de Itaquena. Fonte ECONANF – USP – VERACEL.

A classificação usando como referência o estudo acima não demosntra com


clareza a realidade local isso devido à escala de trabalho e inspeção de campo.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 40

Figura 29: Croqui de cobertura vegetal.

O mosaico de vegetação é bem diversificado e, por mais que seja uma


paisagem humanizada ainda guarda traços bem marcantes de uma paisagem natural,
isso se deve ao fato de os órgãos competentes serem muito atuantes na questão da
fiscalização ambiental tanto de âmbito municipal, estadual e federal.

Aproximando-se do vale a vegetação assume uma fisionomia


herbácea/arbustiva de porte baixo, com espécies lenhosas e DAP médio inferior a 8
cm. Esta é representada por manchas esparsas longitudinais a base do platô,
apresentando composição florística heterogênea, com espécies pioneiras abundantes
de porte variado, desde herbáceo, como o camará (Lantana camara), a carqueja
(Borreria verticilata), até o arbóreo como a embaúba (Cecropia sp.). A cobertura
vegetal é aberta. As epífitas e serapilheiras são praticamente ausentes nos trechos
analisados

Adentrando o interior da mata de tabuleiro logo adjacente, subindo a baixa


inclinação do platô, numa cota mais elevada tanto a norte quanto a sul, podemos notar
a presença de mata em estágio médio de regeneração, apresentando fisionomia

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 41

arbórea e/ou arbustiva predominando sobre a herbácea, algumas vezes formando


dossel fechado e relativamente uniforme no porte, evidente mais na porção mais
elevada do platô, ou em. Há predominância de espécies arbóreas de pequeno
diâmetro. A serapilheira está presente variando, entretanto, de espessura, nos trechos
próximos as rios a um aumento do volume de serapilheira. A diversidade biológica é
significativa e ocorrência eventual de espécies emergentes como a matataúba
(Didimopanix moro-totoni).

Figura 30: Matas de Tabuleiro ao redor da zona em estudo.

As Características da classificação acima seguem os regulamentos


conforme a Resolução CONAMA Nº 05, de 7 DE dezembro de 1994;

Pasto limpo: predominam as espécies brachiaria decumbens e brachiaria


humidícola (quicuio) e em menor quantidade a brachiaria ruziziensis, além de espécies
forrageiras adaptadas aos solos da região. Próximo a ponte a maior incidência é de
pasto limpo predominantemente coberto por pastagens isentas de estruturas herbáceo-
arbustivas sendo dedicadas a atividades de lazer. Já e em menor parte o pasto sujo

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 42

predominantemente coberto por pastagens, onde estruturas herbáceo-arbustivas são


frequentes, ocorrendo em algumas condições à presença de árvores isoladas ou
mesmo pequenas manchas arbóreas com porte inferior a 5 m de altura.

Comunidade aluvial arbórea: São as florestas que ocorrem na base do platô


onde há ocorrência do transbordamento do rio Trancoso, constantemente inundadas ou
saturadas por água, numa frequência e duração suficientes para restringir a ocorrência
de espécies não adaptadas a tais condições, sendo que, em geral, apresentam baixa
diversidade e alta dominância, comparativamente às áreas não saturadas de água
adjacentes, como nas áreas mais drenadas na porção superior do platô e arenosas ao
redor.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 43

Foram identificadas nestas formações os ingás (Inga sp) e as caixetas (Tabebuia


cassinoides). Há também canelas-do-brejo (Ocotea squamosa), carobas-miúda (J.
tomentosa), carobas-d'água (Jacaranda nitida), malungus-do-brejo (Erytrina falcata),
genipapos (Genipa americana), capororocas (Rapanea umbellata), araticuns (Anona
palustris), congonha-do-rios (Ilex amara), pau-pretos (Humiria sp), pau-pombos
(Tapirira guianensis), guairanas (Peschiera sp), guanandi (Calophyllum brasiliensis), a
gameleiras-brava (Ficus obtusiscula), sangues-de-drago (Croton lagoensis), santa-rita
(Laplacea fruticosa) e pau-breu (Symphonia globulifera).

Brejo Litorâneo
Na literatura especializada são raras as caracterizações sobre o termo, não há
uma definição determinando os parâmetros para brejo litorâneo, no entanto, fica
evidente que se trata de um ecossistema costeiro associado a ao regime hídrico, ou
seja, com as características que o configure como Brejo (com terrenos úmidos e
vegetação característica) e “Litorâneo” (localizado na faixa costeira associado à
restinga), dessa forma, em alguns estudos o mesmo recebe outras denominações
como: brejo de restinga, brejo de ciperáceas, brejos de dunas e brejos costeiros.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 44

De acordo com Silva (2012), os brejos litorâneos são formações típicas das
áreas mais abertas ao longo dos cursos d’água da planície costeira, nas depressões
situadas entre os cordões litorâneos ou no entorno das lagunas e lagoas costeiras,
onde geralmente espécies herbáceas cespitosas das famílias Cyperaceae e Poaceae
são dominantes e responsáveis pelo aspecto mais característico da vegetação. O
mesmo autor ainda afirma que, este ocorre nas faixas de praia e ante-dunas, em locais
que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou então em
depressões alagáveis, situação em que comumente são denominadas de “brejos” ou
“banhados”.

No brejo litorâneo a vegetação sofre permanente inundação do solo (ARAÚJO e


LACERDA, 1987), sendo essa maior no período das chuvas onde há o afloramento do
lençol freático. O brejo litorâneo ocorre em manchas limitando-se em sua maioria a
formação arbustiva de moitas. Trata-se de um ecossistema no qual as espécies
possuem a capacidade de resistir à submersão permanente ou sazonal (Amaral et al.
2008). A vegetação deste tipo de ambiente desenvolve-se sobre um solo orgânico de
espessura variável sobre um horizonte de areia.

O “brejo de ciperáceas”, descrito por ARAUJO (1992), é uma formação ocorrente


nas depressões entre os cordões litorâneos, com densidade, cobertura e composição
variadas, e tem sido registrado por outros autores que descreveram a vegetação
costeira brasileira, utilizando a mesma denominação e apresentando descrições
semelhantes, tais como HENRIQUES et al. (1986), PEREIRA (1990), BARROS et al.
(1991) e SÁ (1992).

Em REITZ (1961) formações dominadas por ciperáceas associadas a outras


espécies higrófilas foram incluídas nas séries sucessionais da “hidrossere”, com
variações tanto na cobertura como na composição florística. O sistema de classificação
da vegetação brasileira de EITEN (1983) reconheceu na zona litorânea os “brejos
permanentes”, com características semelhantes a estas formações.

Definição

Ensaiemos uma definição no sentido de buscar um ponto de partida mais


consistente. Brejo é um terreno mais baixo que as áreas circundantes onde o lençol
freático aflora ou onde as águas das chuvas se acumulam ou onde ainda a água
oriunda de transbordamento de córregos, rios e canais contíguos fica retida

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 45

permanente ou periodicamente formando lama e favorecendo o crescimento de plantas


aquáticas que tendem a ocultar o espelho d'água.
Por estas definições podemos concluir que temos na área um brejo, pois parte
do trecho possui lâmina d’água coberta pela vegetação citada, fixas no fundo,
flutuantes livres ou flutuantes presas no fundo. Foi visualizado em campo que próximo
às bordas do leito do rio trancoso, a alguns trechos com água parada ou com curso
reduzido formando ambientes parcialmente lóticos onde é possível notar a presença de
espécies característica de brejo.

Nymphoides humboldtiana – Ambientes aquáticos Lênticos e Lóticos

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 46

Considerando os diversos fatores que diferem o vale de um brejo litorâneo, tais


como divergência nas características edáficas, além de outros, o mesmo não pode ser
designado como Brejo Litorâneo, restando uma designação mais abrangente que
conceitue de forma generalizada. Dessa forma, diante dos fatos acima descritos, o
melhor enquadramento proposto para o trecho é o de brejo de ciperáceas por conter o
gênero em maior concentração, e o de Campo Úmido Degradado, citado no trabalho
executado em 2012 em consórcio entre o Instituto Bioatlântica, Econanfi, Laboratório
de Ecologia da Paisagem (LEPAC/USP) e o Laboratório de Ecologia Espacial e
Conservação (LEEC/UNESP), onde foi realizado o Monitoramento independente da
cobertura Florestal das bacias setentrionais do extremo Sul da Bahia que cita mangue
para todo o trecho não condiz com a realidade.

8.2.2. Fauna

8.2.2.1. Vertebrados

Apesar dos remanescentes florestais encontrados na propriedade e redondezas


poucos animais foram observados durante os trabalhos de campo, a exceção das aves.
Tal fato deve-se a grande proximidade do centro de Trancoso as moradias e o fluxo

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 47

constante de pessoas pela ponte e vias de acesso. Segundo levantamentos efetuados


a partir de relatos de trabalhadores e moradores da região, os principais representantes
da macrofauna que podem ser vistos, com certa frequência são: guaxinim, gambá,
paca, quati, tatu, capivara, jacaré, cobra sucuriúba, dentre outros. Podem ser citadas
também algumas espécies comuns à região.

Tabela 1.Animais encontrados na região em estudo e região.


Nome Comum Nome Científico
Boipeba Waglerhophis merremii
Cobra-cipó-verde Philodryas olfersii
Coral Micrurus sp.
Cutia Dasyprocta sp.
Gambá Didelphis aurita
Guaxinim Procyon sp
Jararaca Bothrops jararaca
Jibóia Boa constrictor
Jupati Metachirus nudicaudatus
Lagartixa Tropidurus torquatus
Paca Agouti paca
Quati Nasua nasua
Raposa Cerdocyon thous
Rato-do-brejo Chironectes minimus
Sucuri/ Sucuruiuba Eunectes murinus
Tatu Euphractus sexcintus
Lagartinho nativo Cnemidophorus nativo

Dentre as aves foram observados apenas alguns indivíduos de espécies comuns


e de ampla distribuição geográfica (Tabela 3), que são facilmente encontrados em
ambientes costeiros e algumas delas de grande adaptação ao meio antropizado, como
o bem-te-vi, suiriri, sabiá-da-praia, gavião-piem, carcará, guacho, aratinga, garça
grande, pica-pau, socó, quero-quero e outros.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 48

Tabela 2. Lista de aves registradas em Itaquena e região, em ordem alfabética de famílias.


Família Espécie Nome vulgar
Alcenidae Ceryle torquata Martim-pescador-grande
Ardeidae Egretta thula Garça-branca-pequena
Falconidae Milvago chimanchina Carrapateiro
Furnariidae Furnarius rufus João-de-barro
Icterinae Gnorimopsar chopi Melro
Mimidae Mimus gilvus Sabiá-da-praia
Picidae Celeus flavescens Pica-pau-da-cabeça-amarela
Psittacidae Aratinga leucophthalmus Periquitão
Psittacidae Pionus maximiliani Maitaca
Scolopacidae Actitis macularia Trinta-réis
Thraupinae Conirostrum bicolor Figuinha-do-mangue
Thraupinae Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento
Trochilidae Aphantochroa cirrhochloris Beija-flor-cinza
Turdinae Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira
Tyrannidae Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada
Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi
Tyrannidae Tyrannus melancholicus Buiriri

8.2.2.2. Espécies Ameaçadas e Extinção

Dentre as espécies de animais e vegetais identificadas no local, nenhuma delas


consta na lista do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. No
entanto, Departamento de defesa Florestal da Bahia e SEAGRI (in Estatísticas dos
Municípios Baianos, SEI, 2009) compilando dados para o Estado menciona para a
região de Belmonte e imediações a ocorrência do pássaro Chocó (Carponis
melanocephalus) e das plantas Pau-Brasil (Cesalpinia echinata), Canela-sassafrás
(Ocotea pretiosa), Oiti-boi (Couepia schotti), Dracena-da-praia (Phyllantus gladiatus),
todos estes incluídos na lista de espécies ameaçadas do IBAMA ou do Estado da
Bahia.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 49

9. IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Tratando-se da reforma de uma ponte de pequena dimensão, que tem por


finalidade melhorar as condições do tráfego local, além de proporcionar segurança em
sua transposição, evitando assim consequentemente os riscos e danos já descritos
neste estudo, não foi possível avaliar riscos negativos que possam causar qualquer
acidente ambiental que não seja facilmente sanado e de autocontrole. Não há por
exemplo desequilíbrio no balanço de sedimentos oceânico, pois não existe barramento
por nenhuma composição, e o que deve ser sanado na verdade é o aumento do fluxo
pois o assoreamento do rio causa o transbordamento lateral fora do canal da ponte
alagando as imediações e deixando de despejar a areia das zona de acumulação para
o oceano o que será devolvidos pelas ondas, porém a falta de acréscimo de
sedimentos no oceano pode acarretar desde danos como processos erosivos em
praias a desequilíbrios na cadeia alimentar marinha.

Assoreamento

Erosão por ausência


de cobertura vegetal

Figura 31: Pontos com assoreamento próximo à ponte depositando sedimentos no rio.

O fator fundamental para controle de processos erosivos, bem longe de qualquer


outro método, são as espécies vegetais, a sua ausência faz com o que a chuva incida
diretamente no solo encarrilhando sedimentos para o leito do rio causando diversos
danos.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 50

Na imagem abaixo a vegetação foi suprimida e uma contenção de madeira foi


colocada no local, porém o que se observa é que não foi constituído um processo
paisagístico que propiciasse um maior beleza estética e proteção do solo.

Figura 32: Contenção irregular próximo à ponte em estudo.

Abaixo estou posicionado na linha da contenção e sua margem possui uma


grande quantidade de sedimentos não consolidados resultante de aterro para
compactação da via de entrada e da contenção de madeira, instalada provavelmente
para conter o processo erosivo, porém está ampliando o mesmo.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 51

Figura 33: Margem assoreada do rio Trancoso ao lado da ponte.

Na figura abaixo pode-se observar no centro da imagem, grande quantidade de


sedimentos assentados no leito do rio, trata-se de resíduos de obras civis e uma
espuma aparente de esgoto sanitário ou detergente, as margens estão também
assoreadas e com péssimo aspecto.

Figura 34: Sedimentos e espuma e mancha de óleos acumulados em uma curva do Rio Trancoso ao lado da
ponte.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 52

Figura 35: Excesso de sedimentos na borda de entrada da plataforma da ponte.

A margem da atual ponte possui também resíduos arenosos e argilosos


conduzidos pelos automóveis que circulam pela via e despejam estes por conta do
impacto com a via. Na imagem abaixo também é possível verificar o mesmo aspecto
com acumulação de barro no sopé da estrutura da ponte.

Figura 36: Tubo metálico para medida de remediação de riscos de acidente de trânsito sobre o rio Trancoso.

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Figura 37: Ausência de contenções e parâmetros de controle do excesso de sedimentos lixiviados para o
leito do rio.

Um dano grave e que chamou muita atenção é a presença de barro amarelo


minando no manguezal, o que pode indicar contaminação do lençol freático pelo barro
da via em contato constante com o rio, essa situação é relativamente grave pois
compromete a Demanda Química de Oxigênio expulsando os crustáceos dali, sem
contar que não há mais vegetação de manguezal neste trecho, isso pode ser um
indicador do problema e deve ser sanado urgentemente.

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Figura 38: Efeito da incorporação de lama e outros sedimentos no ecossistema costeiro.

Figura 39: Excesso de barro disperso na via de acesso à ponte a ao distrito de trancoso.

Para piorar a situação esse excedente de barro é conduzido para o leito do rio
através de uma caixa de concreto, de forma consequente todo esse barro é levado
para o oceano que está bem próximo. É de extrema importância que a substituição por

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 55

uma ponte de concreto seja justaposta a mais uma entrada de concreto que
sobrepusesse as vias eliminando de forma total a chegada de barro e lama de vias
públicas ao leito do rio. Este é um grave crime cometido pelo poder público caso não
seja resolvido com a mais rápida emergência.

Figura 40: Descarga de sujidades sem filtragem ou separação física despejada sobre o leito do rio, no sopé
da ladeira de acesso ao distrito.

Figura 41: Descarga de sujidades sem filtragem ou separação física despejada sobre o leito do rio, no sopé
da ladeira de acesso ao distrito.

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Figura 42: Aspecto da margem do rio Trancoso ao lado da ponte.

A reconstrução da ponte não deve ser vista como um processo de licenciamento


como o de uma empresa por exemplo, pois se trata de uma obra de utilidade pública e
deve ser responsável por sanar todos os impactos apontados neste estudo e ainda
melhorar de forma significativa toda a paisagem circunvizinha.

Figura 43: Margem do leito do rio Trancoso com plantas exóticas dominando o terreno e impedindo o
crescimento de essências nativas.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 57

Toda a região circunvizinha à ponte deve ser restaurada com substituição de


toda a vegetação exótica, por vegetação nativa e toda a margem do rio deve ser
replantada. Na imagem abaixo a leucina cobriu o espelho d’água e a incidência de luz
agrava a falta de oxigenação na água pois impede a fotossíntese com consequente
liberação de oxigênio molecular. Outro problema com essa espécie é que seu legume
não serve de alimento para peixes frutívoros nem, outros animais.

Figura 44: Aspecto da vegetação ao entorno da ponte e que necessita ser enriquecida e manejada conforme
e parâmetros estabelecidos nas leis vigentes.

Figura 45: Aspecto da vegetação ao entorno da ponte e que necessita ser enriquecida e manejada conforme
e parâmetros estabelecidos nas leis vigentes.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 58

A substituição de espécies exóticas e a restauração da paisagem irá


propiciar passeios contemplativos e novos pontos turísticos sustentáveis, como por
exemplo o espaço abaixo.
Os ganhos secundários, como supracitados podem proporcionar ganhos de
caráter ecológico, ambiental, etc.

Figura 46: Paisagem ao lado da margem que pode ser utilizado para fins de contemplação.

Conceitualmente podemos classificar a obra em tela como uma “OBRA DE


UTILIDADE PÚBLICA”, isso, conforme o que se estabelece no Código Florestal LEI Nº
12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012. Isso significa dizer que, enquadrado nessa classe, o
tratamento em relação a aplicação do Código Florestal não é o mesmo por exemplo o
que seria aplicado a um empreendimento particular. Dessa forma, a construção de uma
ponte por exemplo, necessariamente deverá ser construída em uma Área de
Preservação Permanente (APP) pois, ela estará localizada na margem do leito regular
do rio, sempre quando se tratar de transpor um rio. Conforme as hipóteses legais,
quais sejam: utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, o caso
descrito em tela, deve estar caracterizado como hipótese de utilidade pública, haja vista
tratar-se da reforma de uma de ponte (sistema viário). Essa é a disposição do art. 3º:
Art. 3° Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 59

VIII - utilidade pública:

(...)

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos


serviços públicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele
necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações,
radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições
esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração,
exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho;

Seção II

Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente

(...)

Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área


de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade
pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta
Lei.

§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes,


dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade
pública.

§ 2º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de


Preservação Permanente de que tratam os incisos VI e VII do caput do
art. 4º poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função
ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de obras
habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização
fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas
por população de baixa renda.

§ 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente


para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança
nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e
mitigação de acidentes em áreas urbanas

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 60

Conforme demonstrado acima, existe previsão legal para intervenção no local, e


os impactos inerentes a obra são mínimos, não há como mensurar impactos
ambientais negativos à reforma de uma ponte da dimensão apresentada nas plantas do
projeto, e quaisquer que sejam os impactos durante a obra são de fácil controle e
rápida recuperação. O gradiente hídrico não será comprometido, a circulação da fauna
local também não, pois o sistema de enrocamento sobrepostos a manilhas de grande
dimensão não causam choques de impactos pois a energia se dissipa nas pedras que
compõem o bolsão do enrocamento, e em poucos meses toda a parte inferior será
tomada por vegetação aquática.
A questão de impacto negativo, qual seja o fator mensurado nas condições
apresentadas, caracterizada como uma obra de pequena dimensão, é insignificante
frente aos ganhos nos mais diversos fatores apresentados e transcendem hipóteses de
perdas ecológicas e ambientais pois na oportunidade de reforma da ponte, deve-se
considerar também a recuperação do ambiente ao seu arredor, que por sinal encontra-
se com certo nível de degradação, como veremos abaixo.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 61

Espécies
exóticas
Invasoras.

Profundidade útil
comprometida pelo
processo erosivo. Erosão da margem.

Figura 47: Foto ensaio em campo, onde podemos enumerar diversos danos à paisagem e ao
ecossistema.

Indico a execução de um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD)


em toda região circunvizinha à ponte, com retirada de espécies exóticas e plantio de
nativas raras da Mata Atlântica, dragagem parcial para retirada de areia acumulada no
fundo por conta dos processos erosivos, telas e filtros nos escoamentos pluviais para
reduzir a quantidade de resíduos lixiviados para o leito do rio, análise de pontos de
lançamento de efluentes sanitários irregulares, campanhas para incentivar o uso do
transporte público buscando também melhorar a qualidade dos ônibus proporcionando
mais conforto aos usuários e ainda a adequação de uma ciclovia entre os distritos,
proporcionando segurança a integridade de ciclistas já que o esporte vem crescendo
na região e se apresenta como uma forte alternativa ambiental sustentável.

16. CONSIDERAÇOES FINAIS

Com o presente exposto, concluímos, entre diversos aspectos que a ponte de


acesso para Trancoso possui um papel fundamental na vertente socioeconômica,
cultural e, sobretudo no que diz respeito às questões de cunho ecológico e ambiental

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 62

da região onde está inserida, tendo em vista que em sua presença infere diretamente
para a desembocadura do rio Trancoso para uma importante praia da região que é a
dos nativos, além de possuir em suas fronteiras Unidades de Conservação
fundamentais para o equilíbrio ecológico macro regional.

Sua presença possibilitou atividades que contribuíram com o desenvolvimento


econômico da região, o que se observa entretanto, é que diante de um histórico um
tanto quanto perturbador do ponto de vista ambiental, o quadro atual e instável,
apresentando alterações que podem ser remediadas com planos de restauração que
visem entre outras coisas, conter os processos erosivos das margens do rio e impedir o
acesso de substâncias nocivas em seu leito, além de outras adequações na paisagem
que pode incluir a população em cursos preparatórios para que os mesmos participem
integralmente do processo de restauração da paisagem de entrada do ditrito.

Contudo, devido à fragilidade do ambiente, a evolução e implantação de


qualquer projeto para o local deve ser prescindido das devidas licenças e
acompanhado por técnicos responsáveis, deve ter um foco na sustentabilidade,
contemplando todas as alternativas disponíveis para amenizar o impacto local.

Logo após as obras deverá ser iniciado os planos de recuperação.

17. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

A utilização e desenvolvimento de qualquer projeto deve ter por parâmetros a


legislação ambiental pertinente. Segue citação das leis ambientais vigentes usadas
como referência neste estudo;

17.1. Federal

 CONSTITUIÇÃO FEDERAL-
 Artigo 30 - “Compete aos municípios”:
 Artigo 225 - “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente...”.
 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL –
 Artigo 214 - “linha de preamar máxima”
 LEI Nº 12.651/2012 - Código Florestal
 LEI Nº 5.197/6 - Dispõe sobre a proteção da fauna.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 63

 LEI Nº 6.938/81 - Definiu a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA


 LEI Nº 7.754/89 - Dispõe sobre florestas em nascentes de rios.
 LEI Nº 7.797/89 - Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente.
 LEI Nº 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais.
 LEI Nº 9.985/00 - Institui o Sistema Nac. de Conservação da Natureza – SNUC
 LEI No 11.284/06- Florestas públicas
 LEI Nº 11.428/06- Lei da Mata Atlântica
 DECRETO Nº 750/93 - Decreto da Mata Atlântica.
 DECRETO Nº 3.179/99 - Sanções a crimes ambientais.
 DECRETO Nº 4.339/02 - Biodiversidade.
 DECRETO Nº 4.339/02 - Diretrizes para Política Nacional da Biodiversidade.
 DECRETO Nº 4.703/03 - Dispõe sobre o Programa Nacional da Diversidade
Biológica - PRONABIO.
 DECRETO N 6514/2008- Dispões sobre infrações e sanções administrativas ao
Meio Ambiente.

Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente

 RESOLUÇÃO CONAMA 004/85 - Reservas Ecológicas.


 RESOLUÇÃO CONAMA 04/85 - Estabelece as áreas consideradas como
reservas ecológicas (Código Florestal).
 RESOLUÇÃO CONAMA 01/86 - Estabelece a necessidade de estudos
ambientais.
 RESOLUÇÃO CONAMA 13/90 - Estabelece normas referentes ao entorno
das Unidades de Conservação.
 RESOLUÇÃO CONAMA 10/93 - Parâmetros básicos para análise dos
estágios de sucessão da Mata Atlântica.
 RESOLUÇÃO CONAMA 005/94 - Estágios de sucessão da Mata Atlântica
Bahia.
 RESOLUÇÃO CONAMA 003/96 - Define vegetação remanescente da Mata
Atlântica.
 RESOLUÇÃO CONAMA 009/96 - Define corredores entre remanescentes.
 RESOLUÇÃO 28/1994 -

 RESOLUÇÃO CONAMA 237/97 - Municipalização.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 64

 RESOLUÇÃO CONAMA 248/99 - Manejo florestal no estado da Bahia.


 RESOLUÇÃO CONAMA 278/01 - Corte de espécies florestais em extinção.
 RESOLUÇÃO CONAMA 303/03 - Parâmetro, definições e limites para Áreas
de Preservação Permanente.
 RESOLUÇÃO CONAMA 369/06- Dispõe sobre casos excepcionais de
intervenção em APP
 RESOLUÇÃO CONAMA 378/06- Define empreendimentos potencialmente
poluidores.
 RESOLUÇÃO CONAMA 379/06- Cria sistema de dados de gestão florestal.
 RESOLUÇÃO CONAMA 380/06-Regulamenta o decreto 99.274
 RESOLUÇÃO CONAMA 388/07- Classificação dos estagio de regeneração
da Mata Atlântica
 RESOLUÇÃO CONAMA 437/2011 - Lista de espécies indicadoras dos
estágios sucessionais de vegetação de restinga para o Estado da Bahia.
 PORTARIA IBAMA Nº 1522/89 - Apresenta a lista oficial de espécies da
fauna brasileira ameaçadas de extinção.
 PORTARIA IBAMA Nº 37/92 - Apresenta a lista oficial das espécies da flora
brasileira ameaçadas de extinção.
 IN XXX-08 Mn. Meio Ambiente- Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de
extinção.

17.2. Estadual

 CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA-


 Capítulo VIII - Do Meio Ambiente
o Art. 212 - Ao Estado cabem o planejamento e a administração dos
recursos ambientais...

 LEI ESTADUAL N º 6.569/94 - Política Florestal do Estado da Bahia.


 LEI ESTADUAL Nº 7.799/01 - Política Estadual de administração dos recursos
ambientais.
 LEI ESTADUAL Nº 10.431/07 – Política estadual de recursos ambientais
 LEI ESTADUAL Nº 10.432/07 – Política estadual de recursos hídricos
 DECRETO ESTADUAL N.º2.215/93.- Cria a APA Caraíva Trancoso
 DECRETO ESTADUAL 7.967/01 - Aprova Política Estadual de Meio Ambiente.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 65

 DECRETO ESTADUAL 8.883/04 - Altera lei 6.569/94.


 DECRETO ESTADUAL Nº 9.958-06 - Regulamenta o Decreto 7767

Resoluções do Conselho Estadual de Meio Ambiente

 RESOLUÇÃO CEPRAM 2.196/99 - Dispõe sobre a Análise do Processo de


Licenciamento de Projetos Urbanísticos de Empreendimentos em APA.
 RESOLUÇÃO CEPRAM 2.532-00 Zoneamento APA Caraíva-Trancoso
 RESOLUÇÃO CEPRAM 2.965/02 - Estabelece as diretrizes para cooperação
técnica e administrativa com os órgãos municipais de meio ambiente.

 RESOLUÇÃO CEPRAM 2.929/02 - Aprova a Norma Técnica - NT, que dispõe


sobre o processo de AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL...
 RESOLUÇÃO CEPRAM 2.983/02 - Requerimento para Licença Simplificada.
 RESOLUÇAO CEPRAM 3712/06- Revisão de Zoneamento
 RESOLUÇÃO CEPRAM 3908/08- Processo de Anuência de APA
 RESOLUÇAO CEPRAM 3925-09 – Programa Estadual de Gestão
Compartilhada.
 RESOLUÇAO CEPRAM 4031-09 – Reconhece a competência do município de
Porto Seguro para Licenciamento Ambiental
 RESOLUÇAO CEPRAM 4327-13 – Dispõe sobre as atividades de impacto local
de competência dos municípios

17.3. Municipal

 LEI Nº 0619/05 – Institui o código municipal do meio ambiente de Porto Seguro.


 LEI Nº 651/06 – Aprova o plano diretor de Porto Seguro.
 LEI Nº 017/89 – Código municipal de obras de Porto Seguro.
 LEI Nº 623/06 – LEI de poluição sonora.

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Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 66

18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 AMARAL, M.C.E.; BITTRICH, V.; ANDERSON, L.O. & AONA, L.Y. 2008. Guia de
campo para plantas aquáticas e palustres do estado de São Paulo. Holos/FAPESP,
Ribeirão Preto. 452p.
2 ARAUJO, D. S. D. & HENRIQUES, R. P. B. Análise florística das restingas do
estado do. Rio de Janeiro. In: Lacerda, L.D. et al. (org.). Restingas: Origem,
estrutura e processos. CEUFF: Niterói. 1984. p. 150-193.

3 ARAUJO. D. S. D. Vegetation types of sandy coastal plains of tropical Brazil: a first


approximation. In: Seeliger, U. (ed). Coastal Plant Communities of Latin America.
Academic Press: New York. 1992. p. 337-347.

4 ASSIS, A. M. 2001. Análise florística e fitossociológica de uma formação


florestal de restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, município
de Guarapari (ES). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória.

5 Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Vocabulário Básico


de Recursos Naturais e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.

6 Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Manual Técnico da


Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1992.

7 CARDOSO, M. S. R. 1995. Análise fitossociológica na formação Palmae de


restinga no Parque estadual Paulo César Vinha - Guarapari/ES. Vitória,
(monografia de especialização). UFES. 67 p.

8 DANTAS, R. M. Plano de Manejo – Área de Proteção Ambiental – APA Santo


Antônio. Salvador Pallotti.1999.

9 FERNANDES, A. J. & PERIA, L. C. S. 1995. Características do ambiente. Pp. 13-


16. In: SCHAEFFER-NOVELLI, Y. (coord). Manguezal: ecossistema entre a terra
e o mar. São Paulo: Caribbean Ecological Research.

10 JARDIM, J. G. 2003. Uma caracterização parcial da vegetação na região sul da


Bahia, Brasil. In: Prado P.I., Landau E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B.,

Fernando Damasceno - Biólogo: CRBio 77.414/08-D


Diagnóstico Ambiental Ponte de acesso Sul - Trancoso 67

Alger K.N. (orgs.) Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da


Bahia. Publicação em CD-ROM, Ilhéus, IESB / CI / CABS / UFMG / UNICAMP.

11 LORENZI, H. 2000. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas


e tóxicas. 3ª ed. Editora Plantarum, Nova Odessa.

12 PEREIRA, O. J. & ARAUJO, D. S. D. Análise florística das restingas dos Estados do


Espírito Santo e Rio de Janeiro In: ESTEVES, F. A. & LACERDA, L. D. (eds.).
Ecologia de Restingas e Lagoas Costeiras. Macaé: NUPEM/UFRJ, 2000.

13 PEREIRA, O. J. 1990. Caracterização fitofisionômica da restinga de Setiba -


Guarapari, ES. Pp. 207-219. In: Anais do II Simpósio de ecossistemas da costa
sul e sudeste brasileira. Estrutura, função e manejo. v.3, ACIESP, São Paulo.

14 PEREIRA, O. J.; Assis, A. M. & Souza, R. L. D. 1998. Vegetação da restinga de


Pontal do Ipiranga, Município de Linhares (ES). Pp.117-128. In: ACIESP-SP (org.)
IV Simpósio de Ecossistemas Brasileiros, Águas de Lindóia, SP. Vol. 3.

15 PEREIRA, O. J.; THOMAZ, L. D. & ARAUJO, D. S. D. 1992. Fitossociologia da


vegetação de ante dunas da restinga de Setiba/Guarapari e em Interlagos/Vila
Velha, ES. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova Série) 1:65-75.

16 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE BELMONTE –


RELATÓRIO DO PLANO DIRETOR. Vol. II - Análises e Cenário Urbano Regional.
CAR – Companhia de Desenvolvimento de Ação Regional; AST CONSULTORIA E
PLANEJAMENTO LTDA. Setembro de 2004.

17 PROJETO PORTO SEGURO – SANTA CRUZ CABRÁLIA; Programa Informação


para Gestão Territorial. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Salvador, 2000.
(Publicação em CD-Rom).

18 PROJETO COSTA DO DESCOBRIMENTO; Programa de Avaliação de


Potencialidades Minerais – PAPM. CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa
Mineral. Salvador, 2000. (Publicação em CD-Rom).

19 RIZZINI, C. T. Tratado de Fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos,


sociológicos e florísticos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições LTDA, 1997.

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19. RESPONSÁVEL TÉCNICO

Nome

Fernando George Freitas Damasceno

Qualificação Profissional Nº no Conselho de Região


Classe
Biólogo Bahia
CRBio - 77.414/08-D

Logradouro Bairro

Av. Pero Vaz de Caminha n° 500, sala Centro


07

Município CEP Fone (DDD –


Nº)
Porto Seguro 45810-000
(73) 3288-3774

Assumo sob as penas da lei que as informações prestadas são verdadeiras

Local e data Assinatura do responsável técnico

Porto Seguro - BA
23/07/2021

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