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AQUIDAUANA – MS
2021
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CAMPUS DE AQUIDAUANA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
AQUIDAUANA – MS
2021
DEDICATÓRIA
La Dias da Silva.
RESUMO
The Córrego da Porteira watershed (BHCP) is located to the east of the urban
perimeter of the city of Aquidauana – (MS), it has approximately 88,017 km² draining
the Maracaju-Campo Grande Plateau where its main springs and its tributaries are
located. In the last 53 years the Porteira stream has undergone significant changes
in its landscape and has been suffering a siltation process mainly in its medium and
low course as a result of the loss of soil within the limits of its basin, caused by
natural phenomena influenced by anthropogenic actions due to the replacement of its
autochthonous vegetation by exotic grasses for cattle feeding. This work aimed to
perform a multitemporal analysis of the environmental fragility of the Porteira stream
located in the city of Aquidauana – (MS), using remote sensing in a Geographic
Information System (GIS) environment. The theoretical-methodological procedures
were based on systemic and ecodynamic theories for empirical analysis of
multitemporal environmental fragility and on digital image processing routines and
spatial data processing in a GIS environment. The results show that from a natural
point of view, there is a predominance of 44.29% of the area occupied by the middle
class with potential fragility. Between 1966 and 2019, there was an increase in
environmental fragility of 59.49%, evidenced by the low class of environmental
fragility. It was found that the strong increase in the levels of environmental fragility
translates into negative environmental impacts printed on the landscape over the
period analyzed, which highlights the need for public policies for the recovery and
prevention of environmental damage in BHCP.
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13
1.1 Problema........................................................................................................ 16
1.2 Justificativa................................................................................................... 16
2. OBJETIVOS..................................................................................................... 17
2.1 Objetivo Geral........................................................................................... 17
2.2 Objetivos Especificos.............................................................................. 17
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 18
3.1 Bacia Hidrográfica como Unidade de Estudo e Planejamento............ 18
3.2 Mudanças do Uso e Cobertura da Terra................................................. 19
3.3 Fragilidade Ambiental e Modelagem de Perda de Solos...................... 21
3.4 Teoria Geral dos Sistemas....................................................................... 23
3.5 Sensoriamento Remoto e SIG no Estudo de Bacias
Hidrográficas................................................................................................... 26
4. METODOLOGIA............................................................................................... 30
4.1 Área de Estudo......................................................................................... 30
4.2 Procedimentos Metodológicos............................................................... 31
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 40
6.1 Hipsometria da BHCP............................................................................... 40
6.2 Solos.......................................................................................................... 41
6.2.1 Neossolo Litólico................................................................................. 42
6.2.2 Argissolo Vermelho Distrófico............................................................. 43
6.2.3 Gleissolo Háplico................................................................................ 43
6.2.4 Latossolo Vermelho Distrófico............................................................ 43
6.3 Geologia.................................................................................................... 44
6.4 Geomorfologia......................................................................................... 50
6.5 Declividade................................................................................................ 52
6.6 Direção de Fluxo....................................................................................... 53
6.7 Uso e Cobertura da Terra na Bacia Hidrográfica do Córrego da
Porteira............................................................................................................ 54
6.8 Avaliação dos Índices de Fragilidade Potencial, Emergente e
Ambiental da BHCP ao longo dos anos 1966, 1991 e 2019........................ 61
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 69
REFERÊCIAS....................................................................................................... 71
13
1. INTRODUÇÃO
1.1. Problema
1.2 Justificativa
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BILBIOGRÁFICA
A bacia hidrográfica é uma unidade física, caracterizada por ser uma área
drenada por um curso d’água limitada por um divisor de águas, tendo como
principais componentes naturais solo, água, vegetação e fauna.
Para Vilaça et al. (2008) a bacia hidrográfica é uma excelente unidade física
de gestão dos elementos naturais e sociais, pelo seu caráter integrador e que o
estudo não deve ser pautado apenas sob o ponto de vista natural. Porque são
ecossistemas com predomínio de uma única saída, possibilitando uma série de
experimentos e a mensuração dos impactos causados pelas atividades antrópicas
(SOUZA e FERNANDES, 2000). Para Siqueira e Henry Silva (2011) a bacia
hidrográfica é um modelo para se conceituar e compreender os ecossistemas, que
envolvem os aspectos geológicos, vegetação, clima, uso e ocupação do solo,
formados por um subsistema interligados por processos bióticos e abióticos.
Segundo Ross e Del Prette (1998) a bacia hidrográfica quer seja a sua
ordem, constitui uma unidade natural, cujo elemento integrador está representado
pelos leitos fluviais ou canais de drenagem naturais. A bacia hidrográfica, embora
seja um sistema natural, não se torna automaticamente um único sistema ambiental,
do ponto de vista natural, quando levado em conta os demais componentes naturais,
como relevo, solos, subsolo, flora e fauna e as atividades transformadoras do
ambiente, atividades econômicas e político-administrativas.
Espindula (2012 p. 12) afirma que: “o uso e cobertura da terra em uma bacia
hidrográfica é um fator determinante na degradação ambiental das águas, pois é a
partir dele que serão definidos os usos prioritários da bacia”. Para Rosa e Sano
(2014) o conhecimento atualizado do uso e ocupação da terra, bem como seu
histórico, é indispensável para se entender os processos atuantes e o efeito do mau
uso da terra como, por exemplo: os processos de erosão, desertificação, inundações
e assoreamentos de cursos d’água. Desse modo, existe a necessidade de
atualização dos registros de uso da terra e cobertura vegetal, para que suas
tendências possam ser analisadas e o sensoriamento remoto constitui-se uma
técnica de grande utilidade, que permite em curto espaço de tempo, a obtenção de
informações a respeito de registro do uso da terra e cobertura vegetal.
A Teoria Geral dos Sistemas surge nos anos de 1950, proposta por Ludwig
Von Bertalanffy, tendo como ideia geral que os fenômenos naturais devem ser
organizados como sistemas abertos, que se baseia na troca de matéria e energia,
buscando assim entender a natureza através da inter-relação entre seus elementos
(BARROS, 2012). A teoria de sistemas constitui o amplo campo teorético tratando
dos sistemas, com seus conceitos e noções. Levando a uma visão de mundo
integradora, a respeito da estrutura, organização, funcionamento e desenvolvimento
dos sistemas (CHRISTOFOLETTI, 1990).
4. METODOLOGIA
Obtenção de 400 pontos amostrais dentro dos limites da BHCP (Figura 06);
Realização de trabalho de campo para identificação das categorias de
classes;
Montagem da matriz de confusão e cálculo do Coeficiente de Kappa, dos
levantamentos do uso e cobertura da terra;
35
Equação (I):
Onde:
Equação (II):
Onde:
EG = Exatidão Global;
A = Acerto geral (pontos amostrais com acertos);
N = Número de pontos amostrais;
Para auxiliar as análises de valores de índice Kappa utilizou-se dos limiares
estabelecidos por Landis e Koch (1977), Tabela 01:
Quadro 01. Chave de interpretação para os mapas de uso e cobertura da terra dos anos de
1991 e 2019.
DC = Declividade
SO = Solos
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.2 Solos
6.3 Geologia
Figura 11. Arenito em processo de degradação com granulometria de média a grossa (A),
Marmita em leito rochoso do córrego Ponte de Pedra (B), Vegetação com caraterísticas de
Caatinga composta de bromélias e cactáceas (C).
Figura 13. Vista de detalhe dos sedimentos arenosos da Formação Aquidauana, no leito
do Córrego Porteira (A, B e C) e fora dele (D). Notar as cores camurça e avermelhada,
bem como a estrutura maciça.
6.4 Geomorfologia
convexa de até 6% de declividade (área 48,71 km²); relevo dissecado com colina
convexa de até 12% de declividade (área 23,54 km²), conforme a Tabela 05 e Figura
10. O que pôde-se verificar na área de estudo que as rochas estão passando por
processo de sedimentação e formando vários de tipos de faces geomorfológicas,
principalmente no alto e médio curso do córrego onde o escoamento superficial das
águas são os principais agentes que esculpem essas formas de relevo.
Devido à declividade alta em determinados pontos da BHCP, as águas
ganham competência e o cisalhamento das águas com as rochas areníticas há
maior degradação e carreamento de sedimento, esculpindo diversas fácies
geomorfológicas, dissecando e transformando a paisagem dentro de cada
compartimento.
6.5 Declividade
elaboração do mapa de Uso e cobertura da Terra do ano de 1966 foi utilizado dados
da Carta topográfica, Folha Aquidauana SF 21-X-A-III e não foi possível obter
“Chave de Interpretação” para o ano.
Tabela 08. Índice de Kappa e Acurácia Global dos Mapas Temáticos de 1991 e 2019.
Ano 1991 2019
Classes AP AU AP AU
% % % %
Pastagem 98,00 98,57 98,99 100,00
Solo Exposto 100,00 100,00 100,00 100,00
Mata 100,00 100,00 98,85 100,00
Índice Kappa 0,7965 0,7978
Acurácia Global 97,8635% 98,9576%
Fonte: Próprio Autor, 2021.
Tabela 13. Área ocupada por classes de fragilidade ambiental da BHCP em 1966.
Grau de Fragilidade Ambiental Área km² % Relativa ao Total
1-Muito Fraca 55,562546414676 63,13
2-Fraca 17,5592357 19,94
3-Média 3,81096921393699 4,33
4-Alta 7,895291736151 8,97
5-Muito Alta 3,18915606570699 3,63
Total 88,017187 100
Fonte: O próprio autor, 2021.
64
Tabela 14. Área ocupada por classe de fragilidade ambiental da BHCP em 1991.
Grau de Fragilidade Ambiental Área Km² % Relativa ao Total
1-Muito Fraca 41,70941824 47,38
2-Fraca 32,5283592662949 36,95
3-Média 10,01580348 11,37
4-Alta 1,674622532583 1,92
5-Muito Alta 2,088983484911 2,38
Total 88,017187 100
Fonte: O próprio Autor, 2021.
65
Tabela 15. Área ocupada por classe de fragilidade ambiental da BHCP em 2019.
Grau de Fragilidade Ambiental Área Km² % Relativa ao Total
1-Muito Fraca 10,38445208 11,80
2-Fraca 52,368044717562 59,49
3-Média 21,7286626633759 24,69
4-Alta 3,12001144481099 3,55
5-Muito Alta 0,416016096697 0,47
Total 88,017187 100
Fonte: O próprio Autor, 2021.
66
BHCP está situada em uma área que possui altitudes entre 152 a 673
metros, possui maior parte de sua área composta por Argissolo Vermelho Distrófico
55,86% e Neossolo Háplico 41,77%, que segundo Oliveira et al., (1999) possuem
fragilidade muito forte e o uso e cobertura da terra conforme o passar dos anos entre
1966 a 2019 a cobertura vegetal natural da terra que é considerada forte como grau
de proteção, acabou sendo substituída por gramíneas exóticas pra alimentação de
bovinos.
A geomorfologia da área foi classificada em grande parte da bacia como
relevo dissecado em colinas convexas totalizando 82,11% da BHCP, alternando
entre 6 a 12% de declividade, sendo que esses intervalo de declividade é
predominante em grande parte da área, com cerca de 84,68% classificadas como
muito baixa e baixa. Todas essas características estão assentadas sobre rochas do
Permo-Carbonífero do grupo Itararé, Formação Aquidauana composta, por rochas
areníticas em uma complexa rede de direção de fluxo, sendo predominantes as
direções norte 22,58%, sudeste 15,69%, noroeste 15,32%, leste 11,31% e sul
11,24%.
Os resultados dos mapas de fragilidade demostraram que apesar da
fragilidade potencial da bacia terem se destacado as classes média 44,29% e baixa
27,12%, e os mapas de fragilidade ambiental do ano de 1966 destacaram as classes
muito baixa 63,13% e baixa 19,94%, assim como aconteceu para o ano de 1991,
onde destacaram-se as classes muito baixa 47,38% e baixa 36,95%. No ano de
2019 houve pequena mudança nas classes onde se destacaram as classes de baixa
(área de 59,49%) e média fragilidade ambiental (área de 24,69%) essa mudança foi
determinada pelo aumento da supressão da vegetação natural, principalmente no
alto curso da bacia onde há maior declividade e o tipo de solo (Neossolo Háplico)
que é classificado com fragilidade muito alta.
Independentemente das classes predominantes de fragilidade para os anos
analisados, o córrego da Porteira está passando por um processo de assoreamento
célere, e o que ficou evidente durante as expedições a campo foi que o tributário
Ponte de Pedra possui leito rochoso e em seu exutório suas águas não possuem
competência para carrear sedimentos até o canal tronco. O córrego da Porteira
também possui leito rochoso (Figura 27) até próximo ao exutório do córrego da
Campina. Durante os trabalhos de campo pode-se perceber que o córrego da
Campina vem passando por um processo de alargamento de sua calha que durante
67
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
sobre os fenômenos que vêm ocorrendo na calha deste curso d’água e recuperar
boa parte de suas matas ciliares.
Nesse sentido é de vital importância respeitar a ordenação do uso dos
recursos naturais que ainda restam e utilizar esses recursos de forma racional para a
preservação desse bem comum.
71
REFERÊNCIAS
AVANZI, J. C.; SILVA, M. L. N.; CURI, N.; NORTON, L. D.; BESKOW, S.; MARTINS,
S. G. Distribuição Espacial do Risco de erosão Hídrica em uma Bacia
Hidrográfica com Eucalipto e Mata Atlântica. Ciênc. Agrotec. Vol. 37 n. 5 Lavras
Sep/Oct. 2013. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
70542013000500006&lng=en&tlng=en>. Acesso em Ago./2020.
CAMPOS, S.; ARAÚJO JUNIOR, A. A.; BARROS, Z. X.; CARDOSO, L. G.; PIROLI,
E. L. Sensoriamento remoto e Geoprocessamento Aplicados ao Uso da Terra
em microbacias Hidrográficas, Botucatu – SP. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.24, n.2,
p.431-435, maio/ago. 2004. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/330262305>. Acesso em: Ago./2020.
IORIATTI, M. C. S.; AIELLO, L. A.; RIGOLIN, O.; BONANDO, P. A.; MORAIS, M. L.;
CAPUCCI, S.; LABELLA, M.; OLIVEIRA, J. C.; SHIEL, D.; TUNDISE, J. G. A
utilização do conceito de bacia hidrográfica como base para a atualização de
professores em ciências e geografia. Anais. São Carlos: EESC-USP, 1987.
Disponível em: <https://repositorio.usp.br/item/001823346>. Acesso em: JUl./2020.
<http://www.seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/viewFile/24277/15593>. Acesso
em Jun./2020.