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Sumário
Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Epílogo
Agradecimentos
Redes Sociais
Brooke Green é a estudante de artes que sonha em ser tatuadora, ela ama a
vida universitária e faz questão de aproveitá-la ao máximo, festas e garotos
são sua prioridade. E quando Aiden, um dos garotos mais populares da
universidade, propõe uma amizade colorida é claro que ela aceita.
Brooke
Antes que consiga identificar o que está me incomodando meu celular vibra
ao meu lado, como estou em uma pausa, uma pausa forçada, mas ainda
assim uma pausa, eu pego o aparelho.
P.S por favor, venham me salvar, porque eu não quero ficar à noite inteira
com esses quatro jogadores imaturos e irresponsáveis.”
Deveria estar tão animada para conhecer quatro garotos só porque eles são
famosinhos? Talvez não, porém eles são amados e praticamente idolatrados
por todos, eu apenas quero ser capaz de dizer que os conheci. Eles podem
ser idiotas? Talvez sim.
Quem sabe, nem goste deles, mas gostaria de ter essa oportunidade, isso
com certeza deve ter alguma vantagem, será que posso colocar em meu
currículo?
E além de tudo eles são lindos, será que consigo flertar com algum? Com
certeza, não me importaria de me divertir com um deles. Ou dois. Mentira,
dois é demais. Eu sorrio com os rumos dos meus pensamentos e para parar
de pensar besteiras leio a reposta que Abby me enviou.
“Finalmente, você poderá conhecê-los, Brooke, mas já aviso que eles são
quatro idiotas, bagunceiros e irresponsáveis.”
Abby tende a ser exagerada e ranzinza e mesmo dizendo que não, sei que
ela não está os achando tão horríveis assim.
Como Dakota ainda não respondeu e sei que ela está acordada, porque
quando fui até a cozinha mais cedo para tomar café ela estava lá, eu deixo
meu caderno sobre o colchão ao meu lado e me levanto. Saio do quarto e
caminho do nosso pequeno corredor até a cozinha/sala do apartamento que
dividimos.
E Dakota está deitada no sofá, ela tem um livro sobre o peito e o celular
sobre o rosto. Eu me sento no puff e fico de frente para minha amiga que
coloca o aparelho sobre o livro e vira o rosto na minha direção.
— Eu li.
— E?
— Não, e para minha defesa essa semana eu ainda não fui em nenhuma
festa.
— É óbvio que eu vou. — Dakota segue rindo, mas existe alguma coisa em
seus olhos que não consigo decifrar. — Algo está acontecendo?
— Hey, Abby não ficará chateada se você não for e eu posso ir sozinha.
— Eu sei e eu vou.
Ela parece estar afirmando mais para si mesma do que para mim.
Nós discutimos o que vamos fazer e quem irá fazer por alguns minutos,
então decidimos que serei eu a cozinhar, porque a última vez foi Dakota.
Derrotada, eu sigo para o que chamamos de cozinha, uma parede com
armário, fogão e geladeira, e faço nosso almoço, frango grelhado, legumes e
uma salada.
horário em que iremos para a festa. Abby virá em casa trocar de roupa e
iremos todas juntas para a casa dos meninos.
Logo após o Sol se pôr eu paro de estudar e vou até a cozinha, preparo algo
para comer, qualquer coisa que vá me sustentar e sustentar o álcool que
pretendo ingerir. Dakota se junta a mim, então preparo um sanduíche para
ela e nos sentamos no sofá.
— Eu talvez prefira o Aiden, embora Ethan seja bem bonito, Josh não seja
de se jogar fora e Dylan seja tão gostoso.
Ela sorri.
Ela fala com tanta convicção e até mesmo com certa raiva o que faz com
que eu ria.
— Pobre Josh.
Nós duas rimos e terminamos de comer em silêncio. Em seguida, volto para
o meu quarto, pego minha toalha e vou para o banheiro.
— Não demore
— Ok.
Grito de volta.
Não demoro, pelo menos não tanto quanto costumo demorar e assim que
saio do banheiro Dakota entra. É sempre um caos quando as três precisam
usá-lo.
Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo bem alto e faço uma maquiagem
básica, base, rímel, um delineador colorido e um gloss.
Enquanto as espero, tiro umas fotos e até posto algumas. Estou fazendo
caretas quando Dakota se aproxima. Ela ri e se senta ao meu lado.
Meus olhos percorrem por Dakota, ela está usando uma saia, uma blusa
curta que mostra parte da sua barriga e uma sandália rasteira, quase não há
maquiagem em seu rosto e seu cabelo está preso em uma trança lateral.
— Você está um arraso.
— Obrigada, obrigada.
— Impressão sua.
Não sinto confiança nas suas palavras, porém não tenho tempo de tentar
descobrir o que está acontecendo, porque a porta é aberta e Abby entra por
ela. Minha amiga está com uma expressão de acabada, os cabelos
bagunçados e as roupas amarrotadas.
— Estou morta. — Suspira mais uma vez. — Que tal ficarmos em casa?
— Eu estou muito animada e empolgada, então é bom que você arraste sua
bunda até seu quarto e escolha uma roupa bem bonita.
— Ela não parece assim tão triste por estar com Ethan.
Dakota comenta assim que Abby entra em seu quarto e eu assinto. Abby
está sendo obrigada a cuidar de Ethan Lewis, o quarterback do time de
futebol americano da universidade, enquanto se recupera de um
deslocamento de ombro, ela o odeia, mas já não parece tão chateada quanto
estava no início.
— Acho que ele realmente não é tão ruim quanto ela acredita que ele é.
Dakota assente.
— Talvez.
— Nem acredito que estou indo a uma festa na casa das Estrelas do
Alabama.
— Esse apelido que deram para eles só alimenta o ego dos quatro que já
não é pequeno.
— Uau.
— Vamos lá.
— Hey, eu cheguei.
— Estamos na cozinha.
Ridículo.
— Vocês se conhecem?
Abby pergunta e eu olho de Dakota para Josh tentando entender o que está
acontecendo. Eu perdi algo?
Dakota responde.
— E eu preciso de horas.
Aiden sorri, espalma suas mãos na ilha e curva seu corpo para a frente até
ter o rosto a centímetros do meu.
Ele está disposto a flertar e isso me anima. Ele olha em meus olhos e o
encaro. Seus olhos brilham e seu sorriso
aumenta. Ótimo.
— E Ethan e Dylan?
Escuto a voz de Abby, porém continuo encarando Aiden, ele também não
olha para minha amiga.
Dessa vez, é uma voz diferente, então desvio minha atenção de Aiden e
olho para o lado. Ethan é quem está falando e ele é o quarto integrante das
estrelas do alabama, que junto com Dylan, o jogador de basquete, estão
cruzando a porta e entrando na cozinha.
Assim que eles terminam com a tensão sexual/briga, Abby se vira em nossa
direção e nos apresenta Ethan e Dylan. Com as apresentações feitas nos
sentamos todos ao redor da ilha e ficamos conversando e bebendo até que
outras pessoas comecem a chegar.
Aos poucos a casa fica repleta de pessoas e Dakota, Abby e eu vamos para
a sala dançar enquanto seguimos bebendo.
Dançamos por um tempo até que Abby parece estar chateada com algo e vai
buscar mais bebida. Dakota e eu ficamos e continuamos dançando.
Suas mãos pairam sobre minha cintura e levo as minhas até o seu pescoço.
A música, o ambiente e o álcool que já ingerimos ajuda a deixar tudo mais
eletrizante e quando sua boca se aproxima do meu pescoço não desvio e
muito menos hesito.
Aiden
com esperança de que não seja o único a querer algo mais que caminho na
sua direção assim que Abby se afasta.
Não
trocamos
nenhuma
palavra,
porém
continuamos nos encarando. É o tipo de troca que deixa claro que estamos
dispostos a testar o quanto temos de química.
A música está ecoando pelo local, pessoas bebem e dançam ao nosso redor,
apesar de ter álcool em meu sistema ainda estou sóbrio o suficiente para ser
responsável pelos meus atos e aparentemente Brooke está no mesmo estado
e é por isso
que levo minhas mãos até sua cintura, ela não se afasta, pelo contrário, se
aproxima e enrola as mãos ao redor do meu pescoço. É o sinal que eu
preciso.
Abaixo minha cabeça até ter meus lábios a centímetros do seu pescoço, eu
respiro fundo sentindo seu perfume, toco sua pele primeiro com meu nariz e
só depois de alguns segundos deixo um beijo logo abaixo da sua orelha.
Estou de olhos abertos e vejo sua pele se arrepiar, eu sorrio e a beijo outra
vez.
Brooke inclina sua cabeça para o lado e amplia meu acesso à sua pele,
distribuo beijos pelo seu pescoço e os subo até estar com meus lábios a
centímetros do seu.
Fecho meus olhos e minha língua pede passagem, ela cede e entramos em
um duelo, que se torna cada vez mais arrojado. Suas mãos arranham meu
pescoço, eu aperto sua pele, subo uma das minhas mãos até sua nuca e a
mantenho pressionada contra meu corpo.
Seu peito toca o meu, suas pernas estão entre as minhas e ela continua
rebolando no ritmo da música. Paramos apenas um segundo para recuperar
o fôlego e voltamos a nos beijar. O
desejo e a vontade por mais aumenta e a cada beijo nos tornamos mais
insanos.
Puxo seu rabo de cavalo e a afasto, abro meus olhos, ela faz o mesmo e me
encara com os olhos repletos de luxúria. Eu sorrio e mordo seu lábio
inferior, solto-o devagar e meus dentes raspam o seu lábio. Sua respiração
se altera e sinto seu peito subindo e descendo cada vez mais rápido.
Ela continua olhando em meus olhos e assim que liberto seu lábio volto a
cobrir sua boca com a minha. Entrego tudo de mim, esquecendo-me de
onde estamos e de todos ao nosso redor, Brooke parece fazer o mesmo,
porque geme entre nossos beijos e quando levo minha mão até sua bunda
não a afasta.
Não sei por quanto tempo continuamos nos beijando, mas é tempo
suficiente para que uma necessidade por mais ecoe em meu corpo. Aperto
sua bunda e ela geme em meus lábios.
Droga!
Brooke continua dançando e sente minha ereção. Aperto sua bunda mais
uma vez e seguro sua nuca enquanto tento manter o meu controle. Não
precisamos de pressa. Está tudo bem.
Ela me provoca descendo sua mão pelo meu peito e parando perto da frente
da minha calça. Afasto minha boca alguns centímetros e apoio minha testa
na sua.
— Se você não quiser subir para o meu quarto nesse instante é melhor não
me provocar.
Fica de costas e minha mão deixa sua bunda. O que ela irá fazer? Afastar-
se? Ir embora?
Brooke fica onde está, ela dá um passo para trás, apoia suas costas em meu
peito, pega minhas mãos e as deixa na sua cintura. Ela dança e rebola no
ritmo da música, eu a acompanho e distribuo beijos pelo seu pescoço.
Nós dois estamos suando e com as respirações alteradas quando ela se vira
ficando de frente para mim e faz um biquinho com seus lábios.
Entrelaço sua mão na minha e vamos para a cozinha. Eu pego e encho dois
copos com cervejas e voltamos para a sala.
Mordo o lóbulo da sua orelha e ela se encolhe, então sorrio e por fim beijo
seus lábios. Ela se vira ficando totalmente de frente para mim e nos
beijamos. Seus lábios têm gosto de cerveja e de luxúria.
Eu os devoro até que somos interrompidos por Josh e Dylan, que param ao
nosso lado e me afasto de Brooke assim que percebo a presença dos dois
idiotas.
Pisco na sua direção e ele apenas balança a cabeça de um lado para o outro.
Brooke sorrindo se afasta e vai até Dakota que está conversando com um
cara e pela expressão em seu rosto não está nem um pouco feliz.
Meu primo pode ser o melhor no jogo, mas caralho ele está com o braço
deslocado.
— Ethan é maluco.
Brooke e Dakota se aproximam, a ruiva fita Josh com certo olhar de raiva,
encaro meu amigo curioso e ele apenas dá de ombros. É óbvio que esses
dois escodem alguma coisa.
— Precisamos de mais cerveja.
Dylan grita e nenhum de nós protesta, então vamos para a cozinha e assim
que entramos no cômodo encontramos Ethan e Abby, os dois não parecem
estar brigando pelo contrário pela
primeira vez desde que Abby está supervisionando Ethan eles parecem estar
tendo uma conversa civilizada.
Olho em seus olhos e eles estão brilhando. Ela está sorrindo e está tão
bonita.
— Você é linda.
Paramos de dançar e apenas seguro sua cintura enquanto tenho minha testa
apoiada na sua.
— O mais bonito?
Eu sorrio satisfeito e a beijo. Mais uma vez, seus lábios recebem os meus e
minha língua explora a sua boca. O sabor amargo da cerveja deixa o beijo
ainda melhor e nos perdemos um no outro. Minhas mãos descem e sobem
pela sua barriga, ela coloca as suas por dentro da minha camisa e arranha
meus ombros. Brooke se afasta alguns centímetros e morde meu lábio
inferior.
Guio-a para meu quarto enquanto beijo seu pescoço, os pedaços de pele que
não estão cobertos pela blusa, seu rosto e seus lábios. Quase caímos quando
estamos subindo as escadas, porém conseguimos nos equilibrar, somente
rimos e ficamos um tempo nos beijando enquanto tenho as costas apoiadas
na parede.
Ela se vira ficando de costas para mim quando estamos em frente à porta do
meu quarto, então ela empurra sua bunda contra minha ereção enquanto a
abro.
— Não é sempre que temos a chance de estar com uma estrela da UA. [2]
— Realmente foi.
Suas pernas tocam a cama, então ela se joga sobre ela e praticamente me
leva junto, preciso deixar minhas mãos sobre o colchão ao seu lado. Brooke
toca meu peito e me encara com malícia.
Minha boca encontra a sua e a beijo até que sinta meus lábios dormentes.
Minhas mãos seguem sustentando seu peso e ela desce as suas pelo meu
corpo e quando paira sobre a frente das minhas calças um gemido deixa
meus lábios. Ela curva sua boca em um sorriso e paro com o beijo. Abro
meus olhos e encontro os seus, eles estão tão escuros quanto os meus.
Brooke puxa meu zíper para baixo e enfia sua mão dentro da minha cueca.
Engulo em seco e quando ela me toca preciso me concentrar para não
fechar meus olhos e deixar me perder nas sensações que percorrem meu
corpo.
Respiro fundo e ela sorri vitoriosa. Um gemido me escapa e antes que ela
prossiga e me faça gozar em sua mão, seguro seu pulso e afasto.
Sorrio, apoio meu corpo em minhas pernas e fico de joelhos na cama com
ela entre mim. Não desvio meus olhos dos seus e levo minhas mãos até a
barra do seu vestido, puxo-a e Brooke inclina seu corpo para cima para que
possa tirá-la do seu
corpo. Assim que jogo o tecido para o lado foco meus olhos em seus seios
empinados.
Sua voz soa ofegante e continuo sem tomá-lo em minha boca, demoro mais
alguns segundos e só o faço quando ela sobe suas mãos pelas minhas costas
e toca minha cabeça incentivando-me a fazer logo o que ela quer e precisa.
Cubro seu seio com minha boca, chupo e comprimo seu bico com meus
lábios. Provoca-o até que ela traz seu corpo na direção do meu e tenta
aplacar a necessidade que está se formando no meio das suas pernas.
Enrolo o tecido em meus dedos e o desço pelas suas pernas. Sigo beijando
sua pele e só paro quando estou no fim da cama. Depressa, eu fico em pé,
tiro minha roupa, pego uma camisinha no móvel ao lado e volto a me
debruçar sobre ela.
Beijos seus lábios enquanto minhas mãos descem pelo seu corpo, meus
dedos alcançam o seu interior e a encontro encharcada.
— Porra, Aiden.
Meus dedos entram e saem de dentro dela enquanto ela inclina o corpo na
direção da minha mão. Eu afasto minha boca da sua, abro meus olhos, ela
geme e observo seu rosto. A sua expressão e a forma como aperta meus
dedos dizem que ela está perto de gozar, por isso eu paro, pego a camisinha,
coloco-a e me guio para dentro dela.
Suspiro assim que a penetro e ela abre seus olhos, apoio minha testa na sua
e Brooke enrola suas pernas ao redor da minha cintura fazendo com que a
posição se torne ainda mais prazerosa.
Saio e entro de dentro dela e nós dois gememos. Palavras desconexas
deixam a boca de Brooke, assim como eu falo alguns palavrões. Caralho, é
demais.
Levo meu dedo ao seu clitóris e o toco até que ela me aperte e goze. Eu
preciso apenas de mais algumas estocadas para gozar também. Jogo-me
para o lado e fecho meus olhos.
Minha mente está em outro lugar e meu corpo está desfrutando da sensação
pós-orgasmos.
Caralho, ela é linda e porra, com certeza foi uma das melhores transas que
tive nos últimos tempos.
Brooke
Acordo quando o Sol está nascendo, Aiden segue dormindo ao meu lado.
Bocejando, com a cabeça doendo e com a garganta seca deixo a cama, pego
meu vestido que está jogando no chão, o tênis que tirei e Aiden nem
percebeu, visto-me e saio do seu quarto.
O sexo foi ótimo e seria algo que com certeza repetiria, algumas figurinhas
são tão bonitas e raras que devem ser
repetidas, infelizmente não é todo homem que sabe fazer uma mulher gozar.
Não há mais música e não encontro mais ninguém pela casa, só Ethan e
Abby dormindo abraçados no sofá no canto da sala, eu sorrio com a cena,
minha amiga realmente bebeu muito.
Dakota já deve ter ido embora, mas mesmo assim vou até a porta de
entrada, abro-a e olho para fora. Para minha surpresa o carro da minha
amiga está em frente à casa dos meninos, franzo minha testa e volto para
dentro. Onde será que ela está?
Eu vou até a cozinha beber água e pela porta aberta que leva até o jardim
vejo Dakota sentada em uma espreguiçadeira e olhando fixamente em
frente.
— Hey.
Olha para trás assustada e sorri ao se dar conta que sou eu.
— Hey, Brooke.
— Sim.
— Certeza?
Eu fico em pé.
Dakota para assim que a última palavra deixa sua boca, olha na direção dos
dois e eu faço o mesmo.
— Devemos acordá-la?
Balanço a cabeça negando.
— Foi incrível.
— Irá repetir?
Ela sabe que não costumo pegar número de telefone dos caras com quem eu
fico, se for para acontecer de novo o universo fará questão de nos
aproximar outra vez.
— Não.
Olho para o lado e minha amiga tem a testa franzida enquanto dirige na
direção do nosso apartamento.
Estreito meus olhos quando me dou conta de que Dakota está criando
histórias românticas em sua cabeça.
Dá de ombros.
Sorrio maliciosa.
Balanço minha cabeça e sorrio, não que não queira encontrar alguém para
amar um dia, só não será por agora, pelo amor de Deus, eu tenho vinte anos
e uma vida toda pela frente.
Continuo negando.
...
Em duas semanas Aiden e eu não voltamos a nos encontrar. O máximo que
aconteceu foi passarmos a nos seguir no Instagram e curtir os stories um do
outro, algumas vezes trocamos algumas palavras por direct, mas nada muito
uau.
Prometo a mim mesma que essa sexta-feira será diferente, porém saio de
uma aula sobre práticas de arte contemporânea exaustiva, deixo o prédio
derrotada como se um carro tivesse passado por cima de mim e dirijo para
casa praticamente arrastada.
— Estou morta.
— Convite?
Pondero sobre o convite, eu estou cansada, mas faz malditas duas semanas
que estou em casa. Além do mais posso encontrar Aiden, ainda me lembro
perfeitamente da nossa noite e
— Você irá?
— Não sei.
Ela parece determinada a não falar por isso não insisto e mudo de assunto.
Aceno para minha amiga e vou para meu quarto, jogo minha mochila de
qualquer jeito sobre a minha mesa de estudo e me deito na cama. Envio
uma mensagem para Abigail dizendo que iremos jantar com eles, somente
depois fecho meus olhos e não demoro a estar dormindo.
Eu vou para a sala e não encontro Dakota, então me sento no sofá e espero
por ela. Enquanto a espero, pego meu celular, envio mensagem para Abby
avisando que daqui a pouco estaremos lá e confiro minhas redes sociais.
Estou com o aparelho em mãos quando recebo uma mensagem de Aiden em
meu Instagram.
“Daqui a pouco estou aí e tente não ficar ansioso pela minha chegada.”
— Vamos.
Fico em pé, guardo meu celular na bolsa novamente e deixamos nosso
apartamento. Dessa vez, vamos no meu carro e sou eu quem dirijo. Quando
chegamos não fico tão impactada quando estaciono na frente da mansão que
Aiden divide com seus três amigos.
— Olha só, Dakota ela já age como se a casa fosse dela, será que iremos
perder a nossa colega de apartamento?
— Hey, jogadores.
Paro entre Josh e Aiden e toco as costas dos dois. Costas malhadas e
grandes. Eles têm várias qualidades, quais os defeitos desses homens?
— É claro, gatinha.
Sento-me de frente para Ethan, Dakota e Abigail. Eu dou uma cerveja para
Dylan dividir com Josh, Aiden e eu dividimos outra, e a última fica com
Dakota e Abby já que Ethan não está bebendo, porque está medicado.
Dakota e Josh falam ao mesmo tempo e minha amiga faz uma careta. Eu
sorrio animada, porque gosto da ideia de uma festa, posso até mesmo me
candidatar para ajudar.
Dylan se voluntaria.
Bebemos todas as cervejas e eu corro até a cozinha para pegar mais. Minha
visão está começando a ficar embaçada e estou um pouco tonta, não
completamente bêbada, porém um pouco alcoolizada.
Ao voltar para o jardim, Aiden me olha, eu olho para ele, então largo as
cervejas no cooler e vou até ele. Eu me sento em seu colo e ele toca minha
cintura com suas mãos. Apoio minhas costas em seu peito e ele afasta meu
cabelo para o lado para beijar meu pescoço.
— Piscina, então?
— Piscina.
Gostoso.
Traz suas mãos até a minha cintura e eu levo as minhas até seu pescoço.
Nós dois sorrimos e sua boca cobre a minha. É
um beijo molhado com gosto de cerveja, seus lábios são o suficiente para
despertarem cada célula do meu corpo.
Aiden afasta sua boca da minha quando uma explosão de água acontece ao
nosso redor, eu olho para o lado e me deparo com Dylan e Josh, eles
pularam na piscina.
— Acho que estamos atrapalhando o casal.
Eu vou até a borda da piscina e apoio minhas costas contra o azulejo, fico
observando os três tentando se afogar e fingindo estarem brigando. A risada
dos três ecoa pelo jardim e desvio o olhar deles quando Abby e Ethan ficam
em pé e caminham para dentro de casa, eles parecem bem íntimos e me
pergunto quando minha amiga irá perceber que ela gosta do quarterback e
não somente como amiga...
Dylan deixa a piscina e Josh me chama, eu olho para ele, que aponta para
Dakota dormindo na espreguiçadeira.
— Josh...
— Enfim, sós.
Suas mãos descem e sobem pela minha barriga até que ele abre o meu short
e seus dedos descem até o meio das minhas pernas. Ele empurra minha
calcinha para o lado e me toca, primeiro, delicadamente, só um encostar,
mas é o suficiente para me fazer desejar mais. Ele continua me
pressionando levemente, suspiros e gemidos escapam dos meus lábios,
então seus beijos descem para meu pescoço e ele sussurra em minha orelha.
— Eu vou.
Aiden
Assim que escuto sua resposta afasto meus dedos do meio das suas pernas e
levo minhas mãos até suas coxas, faço com que ela enrole suas pernas ao
redor da minha cintura e a carrego para longe da piscina. Eu caminho com
ela em meu colo e ela apoia sua testa na minha.
Ela zomba e mordo seu lábio inferior. Preciso me concentrar para carregá-
la, olhar em seu rosto e encostar meus lábios em sua pele e não cair, ou
tropeçar. Não ligo e deixamos um rastro de água por onde passamos, ela só
deixa meu colo quando estamos subindo as escadas, então olha em frente e
apoia as costas contra meu peito.
Subo os degraus beijando seu pescoço e sua pele à mostra pela blusa que
está usando.
— Você é linda.
Não minto.
É claro que ela não entende o que estou querendo dizer e somente ri.
Seguimos para o meu quarto e assim que entramos no cômodo a empurro
contra a porta e minha boca cobre a sua.
Beijo-a como se ela fosse tudo o que mais preciso agora e ela me
corresponde da mesma forma. Nada importa no momento a não ser nós dois
e a necessidade dos nossos corpos.
Levo minhas mãos até a barra da sua blusa e me afasto para tirá-la do seu
corpo, jogo-a longe e meu olhar encontra o seu, seus olhos estão brilhando,
inflamados pelo desejo. Não trocamos nenhuma palavra e é a vez de ela
tirar a minha camiseta, assim que o tecido está longe do meu peito suas
mãos sobem pelo meu abdômen e sorri maliciosa.
Sorrio e aperto sua cintura enquanto meus olhos seguem fixos nos seus.
— Ah, é?
Assente.
hesita e seus seios ficam à minha disposição. Trago meus dedos até a frente
do seu corpo e ainda olhando em seus olhos brinco com seus bicos
entumecidos, ela suspira e se controla para manter os olhos abertos.
Meus lábios percorrem seu pescoço, sua clavícula, seu peito, seus seios, sua
barriga até que estou de joelhos à sua frente. Engancho meus dedos em seu
short e junto com sua calcinha as empurro para baixo, Brooke as chuta e
fica completamente nua.
Beijo sua coxa e ela suspira, sorrindo me aproximo do meio das suas pernas
e ela traz suas mãos até meus cabelos. Toco-a com a minha língua e sua
respiração se altera ainda mais, ela tenta fechar suas pernas para aplacar sua
necessidade, mas a impeço segurando-as abertas com as minhas mãos.
Empurro
minha língua para dentro dela e ela geme. Um dedo se junta à minha língua
e a fodo com meus dedos. Ela geme, suspira e mantém seu corpo apoiado
na porta.
Eu continuo a explorando até que ela goza, continuo a chupando até que
obtenho o máximo dela que eu consigo no momento, então beijo suas coxas
e fico em pé. Ela está com a cabeça jogada para trás e totalmente apoiada na
porta, seus olhos estão fechados, sua respiração está ofegante, suas
bochechas
coradas
e
seus
lábios
inchados,
porque
Beijo-a e faço com que ela sinta seu próprio gosto, chupo e mordo seus
lábios, então ela passa suas pernas ao redor da minha cintura e a levo até a
minha cama. Deixo-a esparramada e vou até a cômoda pegar a camisinha,
tiro minha calça e cueca e quando volto a olhar em sua direção ela tem as
pernas abertas, com os pés sobre a cama e me encara.
Não desvio meu olhar do seu enquanto volto. A forma como me olha é
excitante e respiro fundo. Eu deixo a embalagem de camisinha ao seu lado e
pairo sobre ela com minha boca sobre a sua, porém antes que possa beijá-la
ela espalma suas mãos em meu peito.
Engulo em seco e meu pau pulsa. Brooke sorri, porque ela sabe o que fez
comigo e se arrasta para baixo. Beija meu peito, minha barriga e por fim
aproxima sua boca do meu pau.
Toca-me com sua língua, estremeço e seguro os fios dos seus cabelos ao
redor dos meus dedos. Raspa seus dentes por toda minha extensão e fecho
meus olhos. E quando me toma completamente em sua boca gemidos e
suspiras escapam entre meus lábios.
— Porra, Brooke.
Abro meus olhos e ela está com as costas eretas e com os joelhos sobre o
colchão, ela sorri e pisca em minha direção.
Aperto e bato em sua bunda e pelo som que deixa sua boca ela gosta, o que
faz com que faça novamente. Ela me aperta e sei que está perto, então levo
meu dedo até seu clitóris e me controlo para não gozar antes dela. Ela não
demora em chegar a seu orgasmo e eu inverto nossas posições, estoco mais
algumas vezes até enfim gozar.
Apoio minha testa em seu ombro e continuo dentro dela por alguns minutos
curtindo a sensação de prazer total e plenitude que ecoa em meu corpo e em
minha alma.
Porra, essa garota é demais.
...
— Bom dia.
— Até você?
Sorri maliciosa.
Analiso-a por alguns segundos e me dou conta que ela está vestindo a
camisa de Ethan.
— Você está usando uma camisa de Ethan, com o nome e número dele.
Ela arrega seus olhos e olha para baixo para seu próprio corpo como se
pudesse fazer desaparecer o tecido que está usando.
— Vocês transaram?
Ou seja, eu não acertei que ela e Ethan demorariam duas semanas desde a
última festa que fizemos para ficarem, porque é nítido que há uma tensão
entre os dois e não é uma tensão de ódio.
Dylan se vira para Ethan que está caminhando na direção de Abby e sorri.
Ele beija o topo da cabeça de Abby, senta-se ao seu lado e ela apoia a
cabeça em seu ombro. Eles são muito um casal e é óbvio que gostam um do
outro.
— Brooke Green.
Abby cantarola o nome da amiga e os idiotas dos meus amigos riem. Eu não
tenho nem como me defender, porque seria apenas pior, ainda mais que já
nos beijamos na frente de todos.
A pequena garota que tem sido parte da nossa casa desde que começou a
auxiliar Ethan na sua recuperação dá de ombros e sorri.
— Isso é verdade.
Estudo o máximo de tempo que consigo sem desviar minha atenção para
mais nada, porém depois de três horas se torna insuportável e mesmo
tentando fazer pequenas pausas simplesmente me distraio com qualquer
coisa, então desisto, pego meu celular e confiro minhas redes sociais.
Normalmente não fico mais de duas vezes com a mesma garota, porém
Brooke parece tão desapegada e tão livre quanto eu, talvez possamos
transar uma terceira vez, ela com certeza merece ser uma exceção.
Brooke
Suspiro enquanto caminho pelo prédio onde fica o espaço que o time utiliza
como sede. Ok, eu precisava de horas para me formar e fala sério jogar
dama não deveria ser tão difícil, porém é, o pessoal é competitivo e muito
inteligente. Isso pelo menos serve para eu aprender a nunca mais subestimar
ninguém.
Isso foi comigo? Olho para os lados e não encontro ninguém, porém a voz
não é desconhecida, então me viro para trás e me deparo com Aiden.
— Hey, é você.
Ele está sorrindo e se aproxima até estar ao meu lado, então caminhamos
um ao lado do outro.
— Sou eu. — Passa seu braço pelo meu ombro e beija a lateral da minha
cabeça. — Estou surpreso de encontrar você por aqui.
Ele continua com o braço ao redor dos meus ombros enquanto caminhamos
na direção da saída do prédio.
— Administração.
Encaro-o surpresa.
Ele para e faço o mesmo, ele continua me encarando e mordo meu lábio
inferior.
Abaixo meu olhar pelo seu corpo. — E não imagino você trabalhando em
uma empresa.
Ele dá de ombros e segue em frente, agora não mais com o braço sobre
meus ombros. Eu o acompanho e espero por uma explicação.
NHL[3].
Sorrio.
— Não, mas Abby, sim e ela disse que vocês são bons.
— Sabe, essa universidade é enorme, deve ter algum motivo para nos
encontrarmos.
— Tem?
— Com certeza. — Inclina seu corpo e abaixa sua cabeça até ter sua boca
perto da minha orelha. — Aposto que você está com saudades.
Nenhum de nós dois sentiu falta do outro, sabemos disso e estamos apenas
flertando. É ótimo flertar com Aiden.
— Você precisa dizer que sentiu minha falta para não estragar minha
cantada e meus planos, gata.
Encara-me malicioso.
— Mal estou conseguindo continuar respirando de tanto que senti sua falta.
Assim que chegamos em sua casa vamos aos beijos para o seu quarto. Por
sorte nenhum dos meninos está e somos apenas nós dois. Nossas roupas
deixam nossos corpos logo que entramos no seu quarto e mais uma vez,
esquecemos de tudo e nos perdemos um no outro.
Estar com Aiden é ótimo, ele sabe onde me tocar e o que fazer, ele não é
como a maioria dos caras, somente preocupado em gozar, ele se preocupa
comigo e com o que estou sentindo.
Cada toque, cada beijo, cada vez que ele entra em mim é mais intenso que
das outras vezes.
Não adormeço após gozar, pelo contrário eu visto sua camisa e fico deitada
em sua cama, com a cabeça para baixo e meus pés na direção da cabeceira,
posição contrária à do Aiden.
Eu estou esperando-o falar que irá me levar para buscar meu carro, mas a
verdade é que não tenho pressa, não estou incomodada de estar aqui.
Apoio meus cotovelos na cama e inclino parte do meu tronco para a frente.
— O que exatamente?
Ergo minhas sobrancelhas e ele se senta com as costas apoiadas na
cabeceira da cama.
Inclino minha cabeça para o lado. Ele está falando sobre ser desapegada?
— Explique-se.
— Pensar é?
Assinto.
Ele dá de ombros.
Ele pisca na minha direção e nós dois rimos. Aiden parece ser alguém legal,
além do mais Abby está convivendo com ele há semanas, minha amiga é
muito seletiva, então se ela gosta e confia nele, significa que eu posso
confiar.
— Eu gosto dessa ideia de amigo de foda, confesso que não será a primeira
vez.
— Ela é experiente.
Debocha e jogo um dos travesseiros que está sobre a cama em sua direção.
Dá de ombros.
— Então, essa é a minha primeira exigência, você não pode ser um idiota.
Eu uso seu xampu, seu sabonete e me seco em sua toalha. Eu visto a roupa
que estava usando e ao sair do banheiro, ele deixa sua cama e entra no
banheiro. Eu apoio meu ombro contra o batente da porta e o assisto tomar
seu banho.
— Apreciando a vista.
Percorro meus olhos pelas suas coxas grossas e sua barriga trincada. Eu
poderia usar seu abdômen para lavar minhas roupas.
— Eu adoraria receber um nude seu.
— Sinto muito, não envio nudes, porque seria muito vantajoso para alguém
vendê-los.
Mesmo que ele não possa ver meu rosto, porque está se ensaboando ergo
minhas sobrancelhas.
Eu afasto meu ombro da porta e Aiden se vira ficando de frente para mim,
apesar do vidro consigo vê-lo nitidamente.
Dou de ombros.
— Nem eu.
Assinto e abaixo meus olhos, dou uma boa secada no volume entre suas
pernas e ele ri.
— Vá logo, Brooke, antes que eu traga você para baixo do chuveiro outra
vez.
Sua oferta não é tão ruim, mas viro-me e deixo seu banheiro. Eu pego meu
celular que está sobre sua cômoda e saio do seu quarto. Estou descendo a
escada quando escuto barulho e vozes. Não estamos mais sozinhos.
Eu vou até ela e me sento ao seu lado de frente para a ilha que há no meio
da cozinha e que permite ficar de frente para quem está cozinhando.
Balanço a cabeça e finjo estar chateada, a verdade é que não ligo para sua
inconveniência.
— Até você?
Sorri e dá de ombros.
— Mas não é.
— Eu tenho um coração, ele apenas não bate mais forte diante dos homens.
Abby ri diante da pergunta de Ethan e eu olho para ele com a testa franzida.
Reformulando minha frase, no momento não quero que meu coração bata
por ninguém do sexo oposto.
Ele ri e assente.
— Então, você e Aiden não estão namorando?
— Sanduíches.
É Ethan a responder.
— Quero um.
Suspira.
— Ok, folgada.
Eu apenas sorrio e espero pelo meu pão com queijo e presunto. Continuo
conversando com os três e não demora para Aiden surgir na cozinha e eles
voltarem com as provocações.
É divertido e leve estar aqui com eles. Não me sinto deslocada e nem
desconfortável. Nossa aproximação foi repentina, inesperada e incomum,
porém é como se nos conhecêssemos há meses. Simplesmente tinha que ser
assim.
— Você é perfeita.
— Preciso?
— Amigo?
Faço um biquinho.
Sorrio satisfeita.
Nós dois sorrimos e ele dita seu número enquanto eu anoto em meu celular.
Assim que chegamos no estacionamento onde
está meu carro inclino meu corpo na sua direção e minha boca paira a
centímetros da sua.
Aiden
Perder o controle me deixa frustrado, faz com que sentimentos que odeio
venham à tona. De repente, sou aquele garoto perdido, com pena de si
mesmo e confuso, novamente.
— Aiden...
De todos meus colegas de time, Jagger é o único que não queria que eu me
tornasse o capitão, porque queria o posto para si.
Sorrio irônico e como já tenho os patins longe dos meus pés apoio meu
cotovelo em minhas pernas e encaro o chão.
Não deveria ter me importado com ele falando que palestrinhas não fariam
com que nossas habilidades no gelo
Passo as mãos pelo meu cabelo, fecho meus olhos e pressiono as pontas dos
meus dedos contra minhas pálpebras.
Abro meus olhos e me viro para Kevin Brock que faz uma careta.
— Eu confio em você.
— Mas eu não.
Com minha cabeça doendo e repleto de sentimentos ruins ocupando minha
mente me afasto do meu treinador. Eu amo o hóquei, é a melhor parte da
minha vida e mesmo assim eu falho.
É uma droga! Tudo porque não consigo manter o controle e sou impulsivo
quando não deveria ser.
Sigo para o vestiário, tomo um banho, visto minha roupa, ajeito meus
equipamentos e saio do complexo que usamos para treinar e jogar os jogos
em casa. Por sorte, o restante do time segue treinando e não tenho que me
encontrar com ninguém.
A única mensagem que há é um “Olá, aqui é a Brooke, sua amiga” que ela
me enviou na terça para que eu pudesse salvar seu número e eu salvei como
Brooke, minha amiga. Não trocamos nenhuma mensagem desde então e
hoje, quinta-feira, será a primeira vez. Escrevo e apago algumas frases e por
fim decido ser direto.
“Depende...”
“Queria te ver...”
Sexo é uma ótima alternativa para esquecer o fracasso que eu posso ser.
“Meu amigo quer me ver?”
Sou sincero e meu sorriso se desfaz. Ela não irá entender a profundidade do
que acabei de enviar, mas eu entendo.
Dirijo o mais rápido que eu consigo por sorte não há muito trânsito,
algumas vezes é uma droga que o complexo seja fora da cidade. Por mais
que tente não ficar pensando sobre o que
Lamentável.
Brooke mora em uma das habitações estudantis, Bryce Lawn, lugar com
alguns prédios e pequenos apartamentos. Eu estaciono em frente ao prédio e
sigo para seu apartamento, que ela me enviou por mensagem o número.
Aperto a campainha e ela não demora a abrir a porta.
— Hey, gatinha.
Sorrio, mas não é um sorriso que chega até meus lábios e pela careta que
ela faz Brooke também entende.
— Nada.
para me dar. Brooke não hesita e traz suas mãos até meu pescoço. Ela me
corresponde da mesma forma.
Levo minhas mãos até a barra da camisa e a ergo até que consiga tocar sua
barriga. Meus dedos sobem e descem pela sua pele. Afasto minha boca dos
seus lábios e distribuo beijos pelo seu pescoço e até sua orelha.
Ela se vira ficando de costas para mim, segura minha mão e me guia para
uma das quatro portas do corredor. Assim que entramos no cômodo ela se
volta para mim e sua boca encontra a minha. Beijo-a por alguns minutos e
só nos distanciamos para tirarmos a roupa um do outro, primeiro, tiro a sua
blusa, então, ela tira a minha camiseta e enquanto tira seu short e calcinha,
eu pego uma camisinha em minha carteira e tiro meu tênis, calça e cueca.
Solto seu cabelo e ela empurra sua bunda contra minha ereção.
Fecho meus olhos e aperto sua cintura com força, beijo seu pescoço e seu
corpo se arrepia.
Abro meus olhos e a guio até sua cama, então ela fica de joelhos e empina
sua bunda em minha direção. Minha mão encontra sua pele em um tapa e
Brooke geme, um gemido de dor e prazer. Meus dedos encontram seu
clitóris e a toco, deixando-a molhada e pronta para me receber.
Não deixo que ela goze, não sem mim. Eu coloco a camisinha e me guio
para dentro dela. Esqueço-me de tudo que aconteceu quando estou com
Brooke, segurando seus fios de cabelo, escutando seus gemidos e a
penetrando.
Ela goza junto comigo, então saio de dentro dela, retiro a camisinha e me
jogo ao seu lado. Ela se deita de barriga para cima e fecho meus olhos.
Minha respiração está alterada assim como a sua e demoramos alguns
minutos até que um de nós fale algo.
— Se quiser tomar banho antes das meninas chegarem tem que ser logo.
Ela continua de olhos fechados, então pego minha calça, cueca, uma toalha,
enrolo-a ao redor da minha cintura e vou para o banheiro. O cômodo é
apertado e o seu sabonete cheira a morango.
Volto para seu quarto vestindo minha calça e cueca e secando meu cabelo
com a toalha. Ela está sentada na cama vestindo um roupão e mexendo em
seu celular.
— Eu amo morango.
Faço uma careta.
Há algumas fotos em um mural e em todas ela está rindo, seja com Abby e
Dakota, ou com o que julgo ser sua família. Ela é parecida com seus pais e
seu pai tem muitas tatuagens. Brooke tem algumas tatuagens pelo corpo
deve ser algo que aprendeu a gostar com o pai. Em uma das fotos está ela,
seu pai, sua mãe e eles estão de costas mostrando uma tatuagem no canto
esquerdo das costas que os três têm em comum, o desenho são as asas de
um anjo.
Seu quarto é pequeno e depois de uma volta por ele coloco minha camisa e
me sento na beirada da sua cama. Eu pego meu celular e há algumas
mensagens dos meus colegas de time, eles estão me defendendo. Não os
respondo, mas o assunto não me incomoda, não como antes, Brooke foi
uma ótima distração.
— Você desenha.
— Incrível.
— Incrível?
Assinto.
— Desenho é treino.
Ela olha para baixo e abre seu caderno deixando à mostra seu primeiro
desenho, são várias flores de diferentes tipos e tamanhos, seu traço é fino e
delicado.
— Igual a desenhar.
Ela assente e folheio seu caderno. Seus desenhos são incríveis e variados.
Flores, caveiras, palavras, princesas, animais e alguns rostos.
— Obrigada.
Dá de ombros.
Ela sorri e dá um passo para trás criando uma certa distância entre nós dois.
— É a minha preferida.
Ergo minha mão e toco sua pele. Apesar de ser delicada é sexy. Afasto-me
do móvel e dou um passo em sua direção. Paro com minha boca a
centímetros da sua orelha.
Vira o rosto na direção do meu e seus lábios quase encostam nos meus.
— Talvez, um dia.
— Eu preciso ir.
Ela assente, mas nenhum de nós dois se afasta. Demoro alguns segundos
para dar um passo para trás.
— Foi um prazer.
— Estou indo.
Dou um passo na direção da saída do quarto, porém continuo olhando para
Brooke.
— Eu vou levar você até a porta para que volte outras vezes.
Nós dois deixamos seu quarto e um ao lado do outro seguimos para a porta,
ela a abre e eu paro à sua frente.
Brooke
Seus beijos, seu toque e mesmo que dessa vez tenha sido mais carnal e cru
que das outras vezes pareceu mais intenso.
Posso me recordar dos seus puxões em meu cabelo e um arrepio
Encaro a televisão e vejo Mônica brigando com alguém por causa de uma
calça, mas meu foco não dura por dois segundos, porque volto a pensar em
Aiden, porém dessa vez é sobre nossa conversa em meu quarto, ela parece
mais profunda do que parecia quando estávamos conversando.
São poucas as pessoas que sabem que eu sei tatuar, entretanto somos
amigos e amigos compartilham informações pessoais. Não há mal nenhum.
É algo absolutamente normal e não preciso me preocupar.
Nada incomum.
— Hey, Brooke.
Ela suspira e minha amiga não parece estar em seus melhores dias.
— Hey, Dakota. — Ela apoia sua cabeça contra o sofá e encara o teto,
Dakota realmente não parece bem. — Você está
bem?
— Odeio idiotas.
Eu me viro em sua direção, ficando de lado no sofá e sobre uma das minhas
pernas.
— De um idiota que você não conhece.
— Um papel pequeno?
Dakota faz teatro há pouco tempo, não é provável que seja uma personagem
com grande destaque, além do mais ela está fazendo a aula com o intuito de
se desenvolver.
Minha amiga ergue sua cabeça, senta-se ereta e me encara com um olhar
desesperador.
— Mas faz semanas que começou a fazer teatro, não faz sentindo você ser a
protagonista, ou você é tão boa assim?
— Sinto muito.
Dakota sorri, um sorriso sem humor e que deixa evidente seu desespero.
— Calma que a história fica pior.
— Fica?
Dakota suspira.
Tenho certeza de que a expressão em meu rosto deixa claro o quanto estou
com pena da minha amiga. O show de talentos é um evento enorme
organizado pela universidade.
— Eu odeio falar em público e vou ter que fazer uma peça teatral sendo a
protagonista.
— Por quê?
— Porque não posso deixar o idiota que será o protagonista acreditar que eu
sou uma fujona.
— Você irá se submeter a fazer algo que odeia por causa de um idiota?
— Esse é o espírito.
Nós duas rimos por alguns segundos e quando Dakota para ela se vira em
minha direção com a testa franzida.
Suspiro.
— Hey.
— Eu também quero.
Deixa sua mochila jogada ao lado da porta e vai até a cozinha, pega uma
colher e se senta no sofá ao lado de Dakota.
— Virgin River.
Dakota assente.
Leva a colher até sua boca e eu aponto meu dedo na direção de Dakota.
Abby e eu rimos.
— Confesso que não é tão ruim. — Confesso assim que paro de rir. — E
Dakota me chantageou.
Abby ergue suas sobrancelhas.
— Ela disse que estava triste e que assistir um filme de romance seria a
única forma de animá-la, como não achamos nenhum filme colocamos essa
série.
Abby olha para Dakota, então nossa amiga suspira e conta o que a está
deixando triste.
— Quem é o idiota?
Abby grita e me dou conta de que faz total sentido, porque eles falaram que
foi na aula de teatro que se conheceram. Dakota fica em silêncio e desvia os
seus olhos de nós duas. Abby está certa!
Olho para Abby, porque parece ter mais nessa história do que Dakota está
contando, Abby dá de ombros.
Falo na intenção de Dakota falar algo, porém ela apenas fica em silêncio.
Abby a analisa e faz uma careta.
— Você quer que eu converse com ele?
— Não.
Abby abre a boca, porém Dakota balança a cabeça negando. Ela não quer
mais falar do assunto.
— E você e Ethan?
Viro-me para Abby e espero por sua resposta, apesar de ter não ter sido eu a
perguntar, estou curiosa com o que irá dizer, porque é óbvio que minha
amiga está gostando do seu ex-inimigo e atual amigo.
Dakota joga na cara de Abigail o tempo que ela passa com Ethan e ela nos
encara indignada.
— É o meu trabalho.
— Ele nem está mais com o braço imobilizado e nem precisa mais tanto
assim de você.
Aponto meu dedo em sua direção enquanto falo e ela cruza os braços logo
abaixo dos seus seios.
Sorrio e assinto.
— Sua praga não irá me atingir, porque meu lance e o do Aiden é apenas
sexo, querida.
Aponta a língua para mim como uma criança malcriada e dou de ombros.
Ela realmente não está conseguindo me provocar.
Assim que escuto a última palavra de Abby minha gargalhada ecoa pela
sala. As duas me encaram com as sobrancelhas erguidas e respiro fundo
para conseguir parar de rir.
Eu me levanto do sofá.
— Se você está dizendo...
Sigo até a cozinha e deixo minha colher na pia. Ao voltar para sala encontro
Abigail me encarando preocupada.
— Espero que você realmente esteja certa, porque odiaria ver um de vocês
machucados.
— Isso não vai acontecer, Abby. — Ela faz uma careta, mas assente. —
Bom, eu estou indo dormir.
Despeço-me das duas e sigo para o meu quarto, assim que abro a porta e
olho para baixo me deparo com um metal no chão.
Sorrio ao me dar conta de que deve ser de Aiden e ele deve ter perdido. Eu
pego meu celular, tiro uma foto do chaveiro e envio para Aiden por
mensagem.
pijama, em seguida vou até o banheiro escovar meus dentes e na volta pego
o celular e vou para minha cama. Aiden me respondeu.
“Não é mais, bonitão... talvez agora, ele seja o meu amuleto da sorte.”
Aiden
Estar com Brooke depois do que houve no treino foi uma ótima distração,
saí do seu apartamento bem melhor do que quando cheguei, embora ainda
continuasse remoendo o que aconteceu e lá no fundo o sentimento de
fracasso seguisse ecoando em meu peito.
noite ideal, mas foi muito melhor do que seria senão tivesse visto Brooke.
Acordo na sexta-feira com uma mensagem do treinador marcando uma
reunião com todos os jogadores de time, ele irá com certeza nos passar um
sermão. Pelo menos será no campus mesmo e não precisarei dirigir por uma
hora até Pelham Civic Complex o lugar onde treinamos e realizamos os
nossos jogos.
Jagger passa por mim quando estamos deixando o auditório, me encara com
raiva e apenas dou de ombros. Essa briga é sua, não minha.
Guardo o celular de volta em meu bolso e sigo para o meu carro. Será que
deveria chamar Brooke para ir junto? Não, acho melhor não. Não há um
motivo para chamá-la, assim como não há motivo para não a chamar.
Dirijo para casa listando os prós e contras sobre enviar uma mensagem para
ela. Uma parte em mim diz que não há nada demais em chamá-la, a outra
diz que posso aproveitar para conhecer outras pessoas, afinal não somos
exclusivos, porém não quero parecer que apenas a uso quando estou mal.
Deixo meu carro na garagem ao lado do carro de Josh e enquanto sigo para
dentro, volto a pegar meu celular e a conferir as mensagens. Existem
mensagens de Josh e Ethan.
“Eu topo, é sexta-feira, dia de festas, último fim de semana antes dos jogos
começarem (e eu ser obrigado a ser responsável). “
É claro que Josh não recusaria um convite para festa, mesmo se tivesse jogo
ele iria, porque ele assim como eu ama uma festa.
Josh pergunta se devemos esperar por eles, mas Ethan nega, ele diz que nos
encontrará na festa. Como não há mais nenhuma mensagem guardo meu
celular e sigo para dentro.
— Deveria ser proibido eu ter que me deparar com uma imagem dessas em
minha própria casa.
— Ok.
Sigo para meu quarto, tomo um banho rápido, visto minha roupa e desço
para o primeiro andar. Encontro Josh na sala, então nós dois seguimos para
a garagem e vamos para o seu carro, é a sua vez de dirigir.
Ele dirige para a casa que Kim, a líder das cheerleaders pode não ser uma
pessoa muito agradável, mas sabe dar uma festa como ninguém.
Indago Josh ao perceber que é estranho que tenha sido Dylan a nos chamar
para uma festa na casa de Kim.
Não preciso ser um gênio para saber que ele está falando de Kim e seu
interesse por atletas.
— Se você é um atleta e Kim não veio atrás de você algo não está certo.
Assim que chegamos Josh estaciona a alguns metros da casa, porque não há
mais espaço em frente, então deixamos o carro e seguimos na direção da
festa. Conforme nos aproximamos podemos perceber que o lugar já está
repleto de universitários.
Torço para que Abigail traga Brooke com ela, porque ela é do tipo que
gosta de festas assim como eu. Entramos e somos recepcionados por Kim e
uma das suas amigas que também faz parte do time de cheerleaders do
futebol americano.
Kim sorri animada depois de beijar meu rosto e o de Josh, eu apenas pisco
na sua direção.
Dou um passo para o lado, ela assente e ergue o copo que tem em mãos em
minha direção.
Há muitas pessoas, mas não demoramos a encontrar Dylan, ele está apoiado
em uma das paredes e bebendo a sua cerveja, então pegamos nossas
próprias bebidas e vamos até ele.
— Apenas soube.
Josh faz a dita pergunta e Dylan não nos responde imediatamente, seu pomo
de Adão desce e sobe em sua garganta.
— Não estou.
Não acreditamos nele, porém para sua sorte somos interrompidos por
alguns calouros, eles querem dicas de como serem tão populares e bons
quanto nós.
Não demora para uma garota se aproximar e dançar comigo. Ela é bonita e
deixa claro o quanto está a fim de mim, porém falta algo. Eu até a beijo,
entretanto é estranho. Posso estar empolgado e se continuar a beijando sei
que ficarei excitado em algum momento, mas existe um mas e é
inexplicável.
Caralho!
Eu beijo mais duas garotas, mas tudo fica em beijo e nego até um boquete.
Porra, eu estou excitado, eu quero, porém não vou. Fico o restante da festa
sentado em uma espreguiçadeira no jardim com cara de bunda e tentando
entender o que aconteceu.
Assinto.
— Ok.
Eu deixo a casa, envio uma mensagem para Josh avisando que estou indo
embora com nosso amigo e procuro pelo carro de Dylan, não demoro a
encontrá-lo, então me apoio contra seu Jeep e fico mexendo nas minhas
redes sociais. Eu tinha postado uma foto na festa do meu copo e Brooke me
enviou uma mensagem, abro a sua notificação assim que me deparo com
seu nome.
Será que ela está apenas brincando, ou algo realmente aconteceu? Ela está
precisando de ajuda? Fico agoniado esperando pela sua resposta e para
minha sorte ela está online e me responde.
“Estudando, porque uma professora minha decidiu repor uma aula que não
deu essa semana amanhã e ainda por cima TERÁ uma prova.”
Respiro aliviado.
“O que adianta ser uma das Estrelas do Alabama, se você não tem poder
de mudar o horário de uma aula?”
— Por que você está rindo? — Olho para cima e me deparo com Dylan
caminhando em minha direção. — E se afaste do meu carro, você o está
arranhando.
Ele me ignora, desliga o alarme do seu carro e ocupa seu banco atrás do
volante, eu abro a porta e me sento ao seu lado.
— Acredite, eu sei e aliás, cuidado com ela, Kim só quer status, ela não
gosta de ninguém — Dylan assente e seu pomo de Adão desce e sobe em
sua garganta. — Cuidado para não se machucar.
— Obrigado pelo conselho, Aiden, mas não sou um otário que precisa ser
protegido pelos amigos.
Suspira.
Assinto e nós dois deixamos o carro. Ele segue à minha frente e sei que está
chateado. Droga! Dylan sobe direto para o seu quarto, então me jogo no
sofá e pego meu celular, abro o perfil de Brooke e envio uma nova
mensagem para ela.
Olho na direção dos dois e eles estão parecendo tão mais leves e estão
sorrindo, eles finalmente transaram.
Abro a boca para responder, mas é Dakota que está deixando seu quarto que
responde.
— Sim.
Abigail nos encara indignada, então entrelaça sua mão com a de Ethan e o
arrasta na direção do corredor.
Suspiro.
Dá de ombros.
— É amor, acredite.
— Dormir.
— Eu vou estudar.
— Eu topo.
— Não, obrigada.
Dakota faz uma careta, eu trago uma garfada de macarrão até minha boca
enquanto observo minhas melhores amigas.
Ela suspira.
— Ok, eu vou.
— Eu espero, eu espero.
Ela resmunga e apoio minha cabeça em seu ombro. Nós encontramos Abby
e Ethan na sala e seguimos para o carro do quarterback, Dakota e eu nos
sentamos no banco traseiro. Eu aproveito o caminho para pegar o celular e
conferir minhas redes sociais, a primeira mensagem que aparece é de
Aiden.
Mordo o lábio para não sorrir e depois de alguns segundos encarando meu
celular olho para Abby e Ethan.
— Dylan e Aiden também irão?
— Sei.
Droga, Brooke.
— Hey, bonitão.
Ele passa seu braço pelo meu ombro e beija a lateral da minha cabeça.
— Eu vim.
Passam vendendo copos com cervejas e claro que nós compramos. Abigail
e Ethan não escondem que estão juntos e é óbvio que nós os provocamos.
Não sei quantos copos de cerveja eu bebo e muito menos quantos meus
amigos beberam ao fim do jogo, o fato é que estamos bêbados, ou
parecemos estar pelo menos.
Viro meu rosto e minha boca quase toca a sua. Ele respira fundo e fixa seu
olhar em meus lábios.
— Todos devem ir para o bar Crimson Giants, mas acho que você e eu
deveríamos ir para outro lugar, um lugar mais sossegado, sem companhia
nenhuma, somente você e eu.
Ele morde meu lábio inferior e antes que possa aprofundar o beijo espalmo
minha mão em seu peito e o empurro para trás.
Pisco em sua direção e estendo minha mão para ele. Aiden coloca seus
dedos sobre os meus e fica em pé. Juntos com
nossos amigos deixamos o estádio. Dakota, Dylan e Abby vão com Ethan, e
eu vou com Aiden para seu carro.
Apesar de não estar olhando para mim consigo ver o seu sorriso debochado.
— Claro que é.
há tempo para festa, porém queremos fazer uma grande festa e precisamos
iniciar nosso planejamento.
Segura os fios do meu cabelo entre seus dedos, diminui ainda mais a
distância entre nós dois e me beija. É um beijo intenso.. Perdemos nosso
fôlego, nossas línguas duelam e só nos separamos quando precisamos de ar.
Então, apoio minha testa na sua, nos encaramos por alguns segundos e é
como se não conseguíssemos fazer nada a não ser manter o olhar um no
outro.
Suas mãos descem pelas minhas costas e pairam sobre a minha bunda. Ele
fecha os olhos e sua boca mais uma vez se aproxima da minha. Eu o quero
tanto quanto ele me quer, porém sei que se não pararmos agora não
conseguiremos mais parar,
por isso me jogo de volta para o banco ao lado. Aiden suspira como se
estivesse com dor e me encara com um olhar de pesar, dou de ombros e
pisco para ele.
Ele continua me encarando como se estivesse com dor. Eu abaixo meu olhar
e encaro sua ereção. Mordo meu lábio inferior para não rir e ele faz uma
careta.
— É sim.
— Eu preciso de um tempo.
Ele apoia sua cabeça no banco e olha em frente, eu faço o mesmo e depois
de alguns minutos desisto de ficar no carro.
Deixo seu carro, fecho a porta e me apoio nela enquanto espero por ele.
Para nosso azar antes de Aiden sair do seu carro nossos amigos se
aproximam e me encaram com malícia.
— E Aiden?
Dylan pergunta do amigo e dou de ombros como se não fosse nada demais.
Ele beija meu pescoço e me empurra contra a porta que acabou de fechar.
— Eu preciso de você.
Sua boca cobre a minha enquanto sua mão arrasta minha saia para cima e a
deixa enrolada na minha cintura. Seus dedos me tocam onde mais preciso
dele, porém ele não me deixa gozar, ele para e faz uma pausa para abaixar
suas calças, eu o ajudo e quando ele está livre o guio para dentro de mim.
Nós dois gememos com o contato, e é tão bom que nem nos importamos
com nada a não ser com o prazer que se
A tensão entre nós é tanta que não demoro a gozar e Aiden me acompanha.
Ficamos um tempo nessa mesma posição e por fim ele beija meu pescoço.
— Feliz um mês.
— Um mês?
— Hoje Brooke. — Beija-me mais uma vez. — Faz um mês que transamos
pela primeira vez.
Aiden
antes do fim da aula já estou disperso outra vez. Suspiro, fecho meus olhos
e pressiono as pálpebras com a ponta dos meus dedos.
Sigo pelo corredor do prédio na direção da saída, tenho mais uma aula, mas
decido voltar para casa. Não vai adiantar tentar assistir uma próxima aula
no estado de distração que eu estou. É melhor ir para casa e talvez um
cochilo ajude a melhorar meu humor.
Eu vou para meu carro no estacionamento e dirijo para casa. Como os caras
estão no campus não esbarro com nenhum
deles ao chegar, então eu pego uma garrafa de água e subo para meu quarto.
Acordo com um barulho . É uma música. Abro meus olhos e tento me situar
onde estou e o que está acontecendo, é o meu celular. Recordo-me da
minha mensagem para o meu terapeuta e pego o aparelho que está ao meu
lado, estou meio zonzo e aceito a ligação sem realmente conferir se é Paul.
Trago o celular até minha orelha e escuto uma voz, não é Paul.
— Hey, Aiden.
Brooke.
— Hey, Brooke.
que ela está querendo dizer com estou aqui na sua porta?
— Sim, eu fiquei de vir aqui hoje para falarmos sobre a festa de Halloween,
lembra?
— Ok.
— Hey, Brooke.
Ela está afirmando e dou de ombros enquanto fico de lado para que ela
possa passar.
— Estava com um pouco de dor de cabeça, vim para casa depois da minha
primeira aula e acabei dormindo.
Conto meia verdade para Brooke que entra em minha casa e caminha na
direção da sala.
— Você está melhor? — Ela olha para trás e não espera por minha resposta.
— Podemos deixar para outro dia.
— O que iremos almoçar? Porque vim direto para cá depois da minha aula
e não comi nada.
— Um dia você pode me provar que estou errada, mas hoje quero comer da
sua comida.
Ela solta uma gargalhada que faz com que novamente sinta uma sensação
de satisfação em meu peito. Entramos na cozinha, ela fica em pé, em frente
da ilha e me encara ainda sorrindo.
Brooke traz suas mãos até meu pescoço e continua olhando em meus olhos.
— Você me ganha.
Zombo e ela ri. Nós dois rimos até que tudo muda e precisamos um do
outro, então minha boca cobre a sua e nos beijamos
como
se
dependêssemos
disso,
como
se
dependêssemos um do outro.
Dá de ombros.
— Eu faço pipoca.
Ela sorri.
— Então, eu fico.
Eu faço a pipoca e vamos para a sala. Brooke se senta com o corpo apoiado
em meu peito e segura a pipoca. Não escolhemos um filme, e sim uma
série, de drama e suspense em que mortos voltam à vida. Glitch. Não é uma
série incrível, mas por curiosidade continuamos assistindo.
Brooke é uma ótima companhia, porque assim como eu ela adora comentar
durante a série, então criamos teorias e rimos das nossas ideias toscas.
Assim que terminamos o terceiro episódio Brooke pega o controle, pausa a
série, deixa a pipoca na mesinha que fica ao lado do sofá e se vira na minha
direção.
Coloco minhas mãos sobre sua cintura e puxo mais para cima para que seus
lábios fiquem acessíveis aos meus.
— Você é tão parecida comigo que me assusta. — Mordo seu lábio inferior.
— Minha versão feminina.
Ela olha em meus olhos e é o que fazemos até que a sua boca encontre a
minha e nos perdemos em um beijo. É um beijo simples que ganha
intensidade aos poucos, buscamos mais um do outro e agimos como se
fôssemos dois necessitados. Minhas
mãos descem da sua cintura até a bunda, aperto-a e Brooke geme em meus
lábios.
Desço meus lábios pelo seu pescoço enquanto meus dedos encontram a
barra da sua camiseta. Puxo-a para cima e me separo dela apenas para jogá-
la no chão e logo em seguida minha boca volta a encontrar sua pele.
Beijo seu pescoço, a parte exposta dos seus seios acima do sutiã e estou
com meus lábios sobre sua barriga quando escuto o barulho da porta sendo
aberta. Eu suspiro e subo rapidamente até estar com meu corpo escondendo
o de Brooke.
É o maldito do Josh.
— Feche os olhos.
Resmungo.
— Me respeite, Josh.
Brooke grita.
— Seria divertido.
— Ele é possessivo.
Dou de ombros e ela sorri. Nós voltamos a assistir a série chata, porque
estamos curiosos com o desfecho e só paramos quando somos
interrompidos pela chega de Ethan e Abby.
Reviro meus olhos, porque sei que meu amigo e Abby irão nos provocar
com alguma gracinha.
— Exatamente, um casal.
— Eu nunca a odiei.
Ethan aponta para a cozinha e segue Abby, o fato de ligar para Dylan foi
apenas uma desculpa para ir atrás de Abigail.
— Pobrezinhos.
Ela sorri.
— Muito sensatos.
Coloco um fio do seu cabelo para trás da sua orelha, curvo-me na sua
direção e beijo seus lábios.
Aiden
Depois de terça tudo dá certo, meus treinos tanto na quarta quanto na sexta,
acontecem sem briga nenhuma, por mais que Jagger continue com suas
provocações, não me esqueço dos
“Que horas?”
“Às nove.”
Sua pergunta tem duplo sentido e digito minhas próximas palavras com um
sorriso em meu rosto.
“Sempre, querida.”
Ainda estou sorrindo quando guardo meu celular em meu bolso e coloco o
carro em movimento. Estou de bom humor enquanto dirijo para casa e
mesmo estando exausto estou animado. Os treinos estão mais pesados por
conta dos jogos, porém isso me faz bem, faz com que seja mais fácil focar e
não ficar entediado.
— Tenho um compromisso.
— Ele está tão empenhado que deve ganhar o próximo Oscar de melhor
ator.
Ele joga uma almofada em minha direção, desvio do objeto e deixo a sala
rindo. Aula de teatro... não vejo a hora de ver essa peça.
Assim que eu acordo desço para a cozinha e como algo, pretendo ingerir
álcool, então é melhor estar alimentado. Não encontro nenhum dos caras e
isso significa que o tempo que fico aqui embaixo é um tempo em silêncio.
Após terminar de comer, eu volto para o meu quarto e vou para o banheiro,
tomo um banho demorado e assim que saio do chuveiro, enrolo a toalha ao
redor da minha cintura e vou até meu guarda-roupa escolher uma roupa, não
é uma tarefa muito difícil e visto uma calça jeans, tênis branco e uma
camiseta preta. Arrumo meu cabelo em dois segundos e estou pronto,
porém ao olhar
para o relógio percebo que ainda há alguns minutos até a hora de ir buscar
Brooke.
Eu fico andando de um lado para o outro em meu quarto, porque uma parte
em mim está ansioso para vê-la. Brooke e eu nos encontramos na terça, não
faz sentindo estar tão ansioso, hoje é sexta, apenas três dias depois e
conversamos durante esses dias por mensagem.
Apesar de tentar me convencer que não há motivos para estar assim não
consigo me controlar e continuo andando de um lado para o outro até o
momento de ir buscá-la.
Olho em frente e bato com meu dedo na borda da direção, por que continuo
ansioso? Droga! Brooke não demora a deixar
seu apartamento e a observo caminhando até meu carro. Desço meu olhar
pelo seu corpo e ela está linda.
Está vestindo um vestido curto e colado ao seu corpo, ela está de tênis e seu
cabelo está solto. Seus lábios estão pintados de vermelho. Perfeita!
Assim que entra no carro, curvo-me na sua direção e aproximo meus lábios
dos seus.
— Você está linda. — Beijo a lateral da sua boca. — Não vou beijar sua
boca para não tirar seu batom.
Respondo-a e espero por sua próxima pergunta, porque sei que ela fará
mais.
— E quem é Cameron?
Gostaria de conversar com Brooke olhando para ela, porém não é possível,
porque estou dirigindo.
Assinto.
— Um dos caras que joga na posição de center queria ser o capitão, ele não
concordou com a escolha do treinador.
— Sim, mas sendo sincero não acho que seja algo pessoal, ele só queria ter
sido o capitão.
— Irá demorar mais um mês para a temporada começar, mas você pode
assistir um dos treinos.
— Posso?
Pergunta animada.
— Marcado, bonitão.
Vamos até a casa de Cameron conversando sobre o que ela pode esperar da
festa. Bebida e pessoas bêbadas basicamente, além de não encontrar pudor
algum, é claro.
Cameron é um cafajeste e putão, mil vezes pior que eu e putaria deveria ser
seu sobrenome.
Ela não fica nem um pouco chocada e muito menos decepcionada. Perfeita,
como sempre.
Assim que estaciono em frente à casa de Cameron, Brooke se vira para mim
surpresa.
Dou de ombros.
— Nós que jogamos hóquei não temos bolsas e nem muitos recursos, então,
sim a maioria de nós somos ricos e temos condição de nós mesmos
financiarmos o esporte.
— Playboys esnobes.
Ela somente ri e seguimos para entrada da casa de Cameron. Ele está logo
na porta acompanhado com parte do time, eu sou recepcionado por eles,
trocamos algumas provocações e apresento-lhes Brooke. Eles olham para
ela e faço questão de beijar seu pescoço, afinal ela está comigo.
— Vamos dançar?
Mais uma vez, entrelaço seus dedos com os meus e a guio para o bar. Eu
peço uma dose de tequila, limão e sal.
Ela faz um biquinho enquanto se senta no banco que está de frente para o
bar.
Encaro-a com malícia e ela sorri. Eu pego o sal que está em um pequeno
prato de alumínio e o espalho sobre a parte dos seus seios exposta pelo
decote do vestido.
— Não se mexa.
Ela apenas assente de forma delicada. Estou concentrado nela, mas percebo
as pessoas se aproximando, elas querem presenciar o nosso show. Apesar
da sua respiração alterada Brooke segue tentando se movimentar o menos
possível.
Eu levo o limão até seus lábios e ela o segura, então levo meus dedos até
seu queixo e a incentivo a inclinar um pouco sua cabeça, assim ela faz, eu
seguro o copo com shot e abaixo minha cabeça. Aproximo meus lábios dos
seus seios e pego o sal direto
da sua pele. É totalmente excitante e tudo piora quando derramo um pouco
da tequila em seu pescoço.
Bebo da bebida chupando e lambendo sua pele, sua palpitação está alterada
e sinto na minha língua. Foda-se, eu a quero ter mais uma vez. Mantenho
minha boca em sua pele até não haver nenhum vestígio da bebida, então
bebo o restante que há no copo e pego o limão da sua boca com a minha.
Nossos lábios se tocam e a tensão entre nós piora.
Rapidamente, ergo minha mão e afasto o limão dos seus lábios, ambos
estamos ofegantes e quando nos beijamos é como se uma explosão estivesse
acontecendo.
— Minha casa?
— Sua casa.
O caminho para minha casa é feito em silêncio, minha mão em sua coxa e é
como se existisse uma tensão entre nós dois prestes a explodir.
Assim que chegamos, eu paro o carro na garagem, deixo-o e vou até o seu
lado. Abro a sua porta e a ajudo a descer, no mesmo instante seus lábios
encontram os meus, seguro suas coxas e ela mantém suas pernas ao redor
da minha cintura.
Levo-a para meu quarto e não demoramos para termos nossas roupas longe
dos nossos corpos e estarmos em minha cama. Ignoramos as preliminares,
eu coloco a camisinha e me guio para dentro dela.
Nós dois gememos, suamos e obtemos o máximo que conseguimos.
Gozamos juntos e exaustos nos deitamos um ao lado do outro.
Dessa vez, quando Brooke se levanta para ir embora, seguro seu pulso e
peço para que ela fique e ela fica. Brooke dorme e acorda em meus braços.
Brooke
Eu deveria sair com outras pessoas e fazer outras coisas nos meus fins de
semana, porém simplesmente não tenho vontade. E que mal há em estar
com Aiden? Nós somos amigos e
nos damos bem, além do mais nenhum de nós dois irá confundir as coisas.
No fim de semana retrasado foi o jogo de Beisebol que terminou com nós
dois bêbados transando em um deposito de materiais de limpeza, se bem
que naquele dia todos perdemos um pouco da dignidade. Josh e Dylan
fizeram uma tatuagem e Ethan e Abby uma tatuagem de casal. Quem faz
uma tatuagem de casal ficando a menos de uma semana com a pessoa?
E no fim de semana passado Aiden e eu fomos as mesmas festas, na sexta e
no sábado. Nós não ficamos com ninguém. Eu voltei com ele para sua casa
nos dois dias, dormi lá e em seus braços.
Sigo o endereço que está no GPS e disperso meus pensamentos, não gosto
de ficar pensando muito em um assunto.
“Garoto, coloque essa energia na minha vida Coloque seu braço no meu
pescoço enquanto eu estou andando
O uniforme é branco com vermelho e eles ficam gigantes por causa das
proteções, eu não sei qual é o número que Aiden
joga, mas não demoro a identificá-lo, seu sobrenome Lewis e o seu número
98, estão estampados em sua camisa.
Alguém marca um ponto e escuto o som de um apito, olho para o local onde
está o treinador, logo ao lado da pista de patinação e ele está gritando treino
encerrado. Os jogadores patinam na direção da saída, mas Aiden faz o
contrário ele vem em minha direção, então fico em pé e vou até ele.
— Hey, gatinha.
— Hey, bonitão.
— Sexy?
Dou de ombros.
— Sim.
camisa preta, tênis e seu cabelo está molhado indicando que tomou banho.
Assim que paro à sua frente ele passa seu braço pela minha cintura.
Olha em meus olhos e mais uma vez, meu coração dá uma leve acelerada.
— Ótimo, vamos?
Encara meus olhos e assinto, então ele passa seu braço pelos meus ombros e
caminhamos na direção da saída.
Nós dois sorrimos e o guio até onde está meu carro no estacionamento. Nós
jogamos nossas mochilas no banco de trás e ocupamos nossos lugares à
frente. Dessa vez, não preciso de GPS, porque Aiden nos direciona até a
loja. Um megaloja de decorações.
Assim que saímos do carro, Aiden volta a passar seu braço pelos meus
ombros e eu me apoio contra ele. Paramos alguns segundos para apreciar a
vitrine que está repleta com itens de Halloween e em seguida entramos na
loja.
que iremos usar para decorar a casa dos meninos. Não temos pressa e nos
divertimos escolhendo os itens, ou simplesmente experimentando as
fantasias disponíveis, como as máscaras de monstros e chapéus de bruxas,
tiramos algumas fotos e rimos a ponto da minha barriga doer.
— É justo que tanto Luigi quanto Mario tenham suas próprias princesas.
— Não.
Ele assente e entramos no carro.
— Podemos ir a um lugar?
— Que lugar?
— Surpresa.
Suspiro dramaticamente.
— Confie em mim.
Ele está rindo, mas há algo mais em sua voz como se realmente quisesse
que eu confie nele.
— Eu confio em você.
Nós dois trocamos de lugar, Aiden puxa meu banco para trás e é ele quem
dirige. Eu não conheço a cidade e aproveito o trajeto para olhar pela janela.
É um lugar pequeno que mais parece um vilarejo. Aiden começa a se
afastar das construções e me dou conta de algo.
Pergunto animada.
Saio do carro primeiro e espero por Aiden e enquanto ele dá a volta, olho ao
redor. Há muitas árvores, muito verde e um lago lindo. Aiden se aproxima e
segura minha mão.
— Aqui é lindo.
— Eu sempre vinha aqui depois do treino com meus pais, às vezes Ethan
vinha junto e fazíamos trilhas, ou apenas um piquenique.
— Oito.
Encaro-o surpresa.
Ele assente.
Ele solta minha mão e nós dois nos sentamos no deck com nossos pés a
centímetros da água.
Ele assente.
— Não, e você?
Abro e fecho minha boca, eu não esperava por essa pergunta. Antes de
respondê-lo olho em frente e encaro o lago à nossa frente.
— Não, mas deveria ter, eu tive uma irmã gêmea, mas ela morreu horas
depois de nascer.
— Sinto muito.
Sorrio.
— É por isso que você e seus pais têm as asas de um anjo tatuado em um
ombro?
pela minha irmã que tatuamos as asas de um anjo, porque foi nossa maneira
de eternizar Evelyn.
— Sim.
Apoio meu rosto em seu ombro e ele beija o topo da minha cabeça.
— É um bonito nome.
— É sim.
Assistimos o Sol se pôr e eu me dou conta de que gostaria de ter uma irmã
para conversar sobre Aiden.
Aiden
Estou sentado no banco de frente para a ilha que fica no meio da nossa
cozinha enquanto Dylan e Ethan estão cozinhando. Hoje é quarta-feira e o
dia deles prepararem a janta.
Estamos bebendo cerveja e Ethan está dizendo o quanto está nervoso para o
jogo no sábado.
Josh dá de ombros.
— Detalhes e detalhes.
Dylan para de mexer na panela em que estava mexendo e passa seu braço
pelos ombros de Ethan.
— Chega de se lamentar.
— E Abby?
— Ele está todo triste, porque foi obrigado a se desgrudar da garota que ele
gosta.
— Eu odeio vocês.
Dylan o rebate e nós rimos. Meu celular vibra em meu bolso e o pego, é
uma mensagem de Brooke. Aperto na notificação e ignoro as vozes dos
meus amigos, concentro-me totalmente nela.
Realmente, não estou ocupado, só estou aqui esperando os idiotas dos meus
amigos cozinharem.
estamos nos vendo. Talvez, quase dois meses. Caramba, faz dois meses que
não saio, nem transo com uma pessoa diferente.
É muito melhor quando ela fica e dorme comigo, por algum motivo é
melhor quando Brooke está por perto.
“Ok.”
Até Dylan está debochando de mim. Bufo e bebo um gole da minha cerveja.
— Essa sua amiga tem dormido mais vezes aqui do que eu.
Josh continua com sua provocação. Eu não tenho argumentos e quanto mais
tentar me defender mais eles irão me provocar por isso fico em silêncio.
Dylan pergunta para Ethan e Josh e os dois idiotas assentem. O que eu fiz
para merecer esses três?
Pergunto para provocá-lo e ele faz uma careta denunciando que terá cena de
beijo. Nós três rimos e ele continua com uma expressão de quem comeu e
não gostou.
Dou de ombros.
— Nós não iriamos te julgar se fosse isso.
Ethan pergunta e Josh olha para o quarterback com uma expressão de pesar.
Ethan exclama
— Como assim?
— Você não pode soltar essa bomba e simplesmente dizer, não quero falar
sobre isso.
— Eu posso.
Josh nos dá as costas e deixa a cozinha. Encaro Dylan e Ethan e eles me
encaram tão surpresos quanto eu.
Ethan e eu olhamos para Dylan, nós dois sabemos o que significaria Josh
gostar de alguém depois de tudo que aconteceu.
— Você acha?
— Ele sempre parece ser mais babaca do que o normal perto dela.
Bebo o restante da minha cerveja e olho para Ethan, ele assente e é seu
modo de dizer, sim, ele reagiria sendo um babaca com Dakota se gostasse
dela por causa do que aconteceu passado.
Eu conheço Josh há muito tempo, porque ele sempre foi o melhor amigo de
Ethan e nós somos primos. Presenciei o que aconteceu com ele, porém foi
de longe, não tão perto quanto Ethan.
Antes que possamos continuar criando teorias sobre Josh e Dakota nossa
cozinha é invadida por Brooke e Abby.
— Chegamos.
— Ninguém bate mais na porta? Vocês sabiam que nós temos uma
campainha?
Ethan parece empolgado por ver Abby, mas não me viro para ele para
conseguir ver sua expressão de bobão, porque estou muito concentrado
encarando Brooke. Ela não usa maquiagem e está de legging e um
moletom, mas continua linda.
Apenas rio do drama de Dylan e Brooke vem até mim. Eu giro o banco e
ela para entre minhas pernas.
— Hey, bonitão.
— Hey, gatinha. — Ergo meu rosto e ela traz suas mãos até meus ombros.
— Então, você precisava de uma pausa?
Suspira e assente.
Ela balança a cabeça, desvencilha-se de mim, deixa sua mochila que estava
em seu ombro no chão e ocupo o lugar vago ao meu lado.
Viro-me para Dylan e ele está colocando comida em seu prato. Ele
realmente deixa a cozinha, mesmo quando insistimos para ele ficar. Nós
quatro, Brooke, Abby, Ethan e eu, ficamos e jantamos, logo em seguida eu
limpo a bagunça feita por Dylan e Ethan, porque segundo o quadro branco
pendurado na parede hoje é o meu dia de lavar a louça da janta. Abigail e
Ethan deixam a cozinha e ficamos somente Brooke e eu.
Balanço a cabeça negando, mesmo assim Brooke deixa seu banco e para ao
meu lado da pia.
— Não gosto, acho que as coisas não ficam bem limpas quando a usamos.
— E isso é?
— Preciso fazer um desenho baseado em memórias, baseado no que há em
minha mente e não no que estou vendo e meu professor especificou que
precisa ser uma memória afetiva, além disso é preciso passar emoção
através dos traços.
Assente.
— Além disso realmente estou sem inspiração todas as ideias que tentei
colocar no papel ficaram ridículas.
Dou de ombros e assim como ela deixo meus pés à frente do meu corpo e
me apoio contra o balcão da pia.
Minha gargalhada ecoa pela cozinha e quando consigo parar de rir beijo o
topo da sua cabeça.
— Eu não sou fofo, Brooke.
Nós ficamos em silêncio por alguns segundos até que eu entrelaço minha
mão na sua.
— Vamos.
Guio Brooke até que ela esteja com as costas apoiadas em meu peito, beijo
seu pescoço e caminhamos na direção do meu quarto. Quase caímos na
escada e começamos a rir. Ainda estamos rindo quando entramos, então
Brooke se vira e espalma as mãos em meu peito.
— Seria péssimo ter que explicar para meu treinador que fraturei alguma
parte do meu corpo enquanto subia com uma garota para meu quarto.
Olho em seus olhos e é um gesto simples, mas que faz com que uma onda
de excitação percorra meu corpo e com que
uma sensação de anseio vibre em meu peito. E pelo brilho em seus olhos ela
sente o mesmo.
Desço minha boca até a sua e encosto meus lábios nos seus em uma carícia
leve. Fecho meus olhos e continuo explorando sua boca, não tenho pressa e
sou delicado. Suas mãos seguem em meu peito descendo e subindo. Minha
língua pede passagem e Brooke não hesita. O beijo segue calmo e intenso,
porque intensidade não está relacionada com desespero e luxúria. É mais
que isso, nossa conexão é mais que desejo o que por ironia torna tudo ainda
melhor e mais excitante.
Brooke geme em meus lábios e eu afasto minha boca da sua, abro meus
olhos e ela faz o mesmo, existe algo na forma que nos olhamos que nos
atrai um na direção do outro, que faz a necessidade de estar um com o outro
insuportável.
Venero-a e seus gemidos ecoam pelo quarto. Ela é tudo que eu preciso. Eu
me afasto para tirar minha roupa e colocar a camisinha, seus olhos
encontram os meus e a forma como nos encaramos rouba meu fôlego, e
reduz o tempo a nada. Mais nada importa a não ser nós dois
quando me guio para dentro dela é diferente, ainda é lento, mas é intenso e
arrebatador. Nunca foi assim, o prazer é o mesmo, porém existe algo mais
que faz com que seja sublime.
Nós dois gozamos juntos e assim que consigo me levantar, tiro a camisinha,
descarto-a e volto a me deitar ao seu lado, puxo Brooke na minha direção e
ela apoia sua cabeça em meu peito.
Sigo zonzo e perdido nas sensações que percorrem meu corpo. Sequer sei
descrever os sentimentos que ecoam em meu peito.
Brooke sussurra.
— Eu pego.
— Vá se fuder, Josh.
Passo por ele que resmunga algo que não entendo e sigo para meu quarto.
Ao entrar deparo-me com Brooke vestindo minha camiseta e analisando o
mural de fotos que há sobre a minha mesa de estudos.
Dá de ombros.
Apenas sorrio e vou até ela. Deixo sua mochila sobre a minha cadeira e
paro ao seu lado.
Pego mais uma foto em que há o restante da minha família e a entrego para
ela.
— Esses são meus avôs, tia Karen, a mãe do Ethan e o próprio Ethan.
— Nós somos.
Brooke
Assim que entro na casa dos meninos, olho ao redor e sorrio satisfeita.
Planejar a festa e a organizar deu muito trabalho, porém valeu a pena. O
lugar está todo decorado com abóboras, teias de aranhas e aranhas, além de
músicas com tema mais macabro ecoarem pelo cômodo que agora é uma
pista de dança, porém costuma ser uma sala.
O local está repleto de universitários, a maioria das pessoas eu não conheço,
porque são convidados dos meninos,
Uma parte de mim está satisfeita por ter feito parte disso tudo, porque com
certeza será uma festa que será lembrada por todos. Todo nosso empenho
nas últimas semanas valeu à pena.
Hoje, Dakota, Abby eu viemos para cá logo após nossas aulas e ajudamos
os meninos a decorar e arrumar o que faltava. Dakota e eu só fomos para
casa quando tudo estava pronto, então nos arrumamos e voltamos.
— Eu também.
Como nós estávamos juntos até poucas horas atrás não nos
cumprimentamos, apenas nos intrometemos na conversa, apesar disso eu
encaro Aiden e meu olhar encontra o seu.
Nós dois estivemos juntos durante à tarde, mas quero estar com ele agora.
Existe algo que sempre me puxa na sua direção e que me faz querer estar
perto dele.
Quando Dakota se desvencilha de mim para ir buscar uma bebida, Aiden se
aproxima. Um arrepio percorre meu corpo e me mantenho olhando para
nossos amigos, como se não estivesse sentindo nada diante da sua
proximidade.
Ele para logo atrás de mim e sua mão encontra a minha barriga. Minha
respiração se altera e meu coração dispara.
Ele está lindo na sua fantasia de Luigi, mesmo que o macacão azul, e o
bigode sejam ridículos. A camisa e o chapéu
Não nos separamos em nenhum momento e eu não olho para nenhum cara,
assim como não o percebo procurando por outra garota. Nós nos bastamos.
Uma música animada inicia, dou um passo para trás, ergo minhas mãos para
cima, seguro meu corpo no alto e canto junto com o cantor. Aiden fica à
minha frente rindo e se balançando de um lado para o outro. Ele é um
péssimo dançarino. A música muda e dessa vez é uma mais romântica.
Faço uma careta, baixo meu braço e me aproximo de Aiden.
Assinto, porque ele tem razão. Essa é uma das músicas preferidas da minha
amiga. Falando nela, procuro por Dakota e não a encontro.
— Dakota?
— Sim.
Aponta com o queixo na direção de Dylan que está apoiado em uma das
paredes, bebendo e interagindo com o pessoal do time de basquete.
— Quero.
não estou completamente sóbria, sei que senão parar de beber em breve
estarei bêbada.
— Hey.
Viro-me para o lado e deparo-me com um cara que não conheço.
— Hey.
Sorrio, assinto e aponto para uma porta que fica perto do hall de entrada.
— Obrigado.
— De nada.
Nós dois sorrimos de forma educada e ele se afasta. Ao olhar para o lado
encontro Aiden caminhando em minha direção, ele tem uma ruga em sua
testa e não parece feliz.
— O quê?
— Ele não fará. — Segue com uma expressão estranha e eu continuo sem
entendê-lo. — O que aquele cara queria com você?
Abro e fecho minha boca, não por não saber como lhe responder, mas
caramba, não estava esperando por essa
pergunta.
— Não. — Respondo por fim. — Desde você nunca houve outra pessoa,
Aiden.
Sorrio animada e meus olhos brilham, porque também não gosto de pensar
nele com outra pessoa, a simples ideia me deixa embrulhada.
— Você me tem.
Sua boca encontra a minha em um beijo digno de cinema, molhado, com
muita língua e que deixa meus lábios inchados.
Assim que nos separamos ele volta a apoiar sua testa na minha.
Eu sorrio, uma ideia ecoa em minha mente, então dou um passo para trás e
bebo o restante de cerveja que há em meu copo.
— Siga-me
Com sua mão na minha e a cerveja na outra, subimos para o seu quarto.
Assim que entramos no cômodo, desvencilho-me dele e fico à sua frente.
Meu olhar percorre pelo seu corpo e sorrio.
Ele faz o que eu peço e enquanto tira suas roupas, seus olhos seguem nos
meus. Minha calcinha está molhada e eu anseio por estar com ele, meus
seios estão pesados em meu sutiã e uma sensação de necessidade se instala
entre as minhas pernas.
Aiden fica apenas de cueca e seu olhar percorre meu corpo. Ele analisa
minhas coxas expostas pela saia rosa curta, as meias brancas que estou
usando e suspira.
A blusa rosa e a coroa em minha cabeça são o que preciso para dar o ar de
princesinha, a saia precisava ser curta. Aiden segue me olhando e me
fazendo desejar deixar minha ideia para depois e correr em sua direção.
— Deite-se.
Viro-me e aponto para a cama antes que perca o controle, Aiden faz o que
eu peço e sorrio animada.
Sua respiração está alterada e me sinto satisfeita, porque sou eu a fazer isso
com ele. Eu inclino o copo e deixo que um pouco de cerveja escorra pelo
seu peito. Ele se arrepia por conta da diferença de temperatura.
Curvo-me para a frente e passo minha língua sobre seu peito, sugando a
cerveja. Continuo derramando-a e a bebendo diretamente da sua pele. Ele
solta alguns gemidos quando chupo seus mamilos e traz suas mãos até meus
cabelos. Não é apenas excitante para Aiden e eu rebolo contra ele, o que faz
com que o meio das minhas pernas friccione contra sua ereção, nós dois
suspiramos e ele desce sua mão até minha calcinha, então a empurra para o
lado e me toca.
Eu subo meus lábios pelo seu abdômen, beijo seu pescoço e por fim sua
boca. Ele suga meus lábios e jogo o copo para o chão. Não demoro a estar
nua e chamando seu nome.
...
Mais uma vez, durmo com Aiden. Perdi na contagem e não sei quantos
noites já passei com ele. No dia seguinte, tomo um banho e visto um
vestido que tinha deixado em sua casa, eu me despeço dele que continua na
cama para ir embora, porém ele segura meu pulso e me puxa na sua direção.
— Tudo bem, mas tome banho que você está fedendo a cerveja.
Logo após Aiden sair do banho descemos para a cozinha e nos deparamos
com Dakota tomando uma xícara de café.
— Com Josh?
Aiden pergunta enquanto nos sentamos de frente para ela, Dakota não o
responde e ela não parece nada bem, por isso não faço mais nenhuma
pergunta e nem Aiden.
nós, é óbvia a tensão existente entre Dakota e Josh, porém não fazemos
nenhuma pergunta.
Por mensagem para que Abby não ficasse sabendo, Ethan nos explicou
como pediria minha amiga oficialmente em namoro.
— Escute.
Ela pega o celular da minha mão, leva os fones ao seu ouvido e Dylan,
Josh, Dakota, Aiden e eu observamos. Seus olhos ganham um brilho ao
notar o que está acontecendo e ela não precisa escutar tudo o que ele tem
para falar para me devolver o celular e descer da arquibancada para o
campo.
Aiden coloca a mão em minha cintura e sussurra em meu ouvido. Ele está
me provocando, porém há um pouco de verdade em sua pergunta. Deveria
continuar no deboche, não deveria incentivá-lo, porém faço totalmente o
contrário.
Viro-me para ele, seu olhar encontra o meu e nós dois sorrimos.
Brooke
— Vamos, caralho.
Eu grito como se realmente eles fossem me ouvir, aliás todos ao meu redor
estão gritando como se os jogadores que se encontram na pista de patinação
fossem ouvir. Nós estamos ganhando de 4 a 1 do time da Universidade de
West Chester. É o primeiro jogo que estou assistindo dos Tide, ou melhor, o
primeiro que estou assistindo com muito interesse em um dos jogadores.
O principal jogador, Aiden, está jogando muito bem. Não tenho muito
conhecimento no esporte, mas sei que ele está arrasando. O que faz com
que esteja orgulhosa dele. Eu tenho visto o quanto ele se dedica e o
acompanhei em alguns treinos.
Ele incentiva a equipe sempre que pode e faz o possível para ajudá-los.
Abby, Ethan e Dylan estão ao meu lado, porém quase não converso com
eles, porque estou concentrada demais e nervosa.
Ele está sendo marcado e por isso joga o puck na direção de um jogador
central, eles patinam em frente e são extremamente rápidos, se piscar sou
capaz de perder uma jogada. O central joga para o Winger à esquerda que
consegue vantagem, porém logo chega um cara para marcá-lo, ele olha para
o lado, esbarra
com o adversário e joga o disco para Aiden, que mais uma vez o controla e
dessa vez joga na direção da baliza e marca mais um ponto.
Abby que está do meu outro lado dá uma cotovelada em meu braço.
— É para você.
Ela soa debochada, mas a ignoro, sorrio e mesmo que ele não consiga ver,
ergo minhas mãos e faço um coração para Aiden.
— Cafonas.
Abby resmunga, eu olho para ela assim que Aiden volta para o centro da
pista e a encaro com deboche.
Ela faz uma careta com a minha menção do seu pedido de namoro há três
semanas. Sorrio vitoriosa e olho em frente.
— Aiden está de carro e vou esperar por ele. — Abby me encara com
malícia e reviro meus olhos, porque sei que ela está morrendo de vontade
de me provocar. — Não fale nada.
— Sei.
Enquanto o espero, confiro minhas redes sociais e tiro uma foto com e
legenda. Vencemos! Algumas pessoas me perguntam desde quando sou
amante de esporte, principalmente do hóquei, eu apenas respondo com uns
“hahahaha”, aposto que alguns
Alguns dos seus colegas de time caminham ao seu lado, mas nem de
relance olho para eles. Meu olhar encontra o de Aiden e nos encaramos. Um
sorriso bobo surge em meus lábios.
Meu coração bate acelerado em meu peito. Namorada. É a primeira vez que
ele rotula o que nós temos. É a primeira vez que diz para alguém que eu sou
sua namorada.
Viro-me para o lado e me deparo com Cameron. Ele está nos encarando
com um sorriso no rosto e ergue as sobrancelhas para mim, eu dou de
ombros.
Cameron sorri e quando volto a olhar para Aiden ele está me encarando
com orgulho. Cameron e os outros caras que estão com ele se despedem de
mim e de Aiden e se afastam.
— Hey, gatinha.
Sorrio e enquanto ele leva suas mãos até minha cintura, eu levo as minhas
até seu pescoço.
— Hey, bonitão.
Assinto.
— É lógico, precisamos comemorar, não é!?
Puxa meu lábio inferior com seus dentes e quando o solta passo minha
língua sobre ele e o pomo de Adão de Aiden sobe e desce em seu pescoço.
— Namorada, é?
Meu coração acelera outra vez e preciso me controlar para que ele não
perceba o quanto o assunto me deixa ansiosa.
Ergue sua mão e coloca algumas mechas do meu cabelo para trás da minha
orelha. E ele está certo, desde a festa de Halloween estamos agindo como
namorados, talvez até antes desse dia.
Assim que a última palavra deixa minha boca seus lábios encontram os
meus e nos beijamos como se esse fosse o nosso último beijo. Ele me tem
por completo, muito mais do que ele pensa, muito mais do que eu mesmo
acredito que ele tenha.
Aiden apoia sua testa na minha, seus dedos acariciam a lateral do meu rosto
e por alguns segundos, apenas nos encaramos até que ele suspira.
O que aconteceu? Por que ele acha que desistiria dele? Não entendo e
quando ele volta está sorrindo, apesar da sombra continuar em seus olhos.
— Vamos?
Ele pergunta assim que estamos ambos sentados. Ele está mudando de
assunto, porém é nítido que está realmente curioso.
— Eu adorei.
— Continua.
Nós vamos conversando sobre o jogo e demoramos um pouco menos de
uma hora para chegarmos em Tuscaloosa.
Abro meus olhos, o que é uma péssima ideia, o sol está tentando se infiltrar
pelas frestas da janela e causando uma
iluminação horrível.
— Droga.
— Volte a dormir.
Aiden resmunga.
Eu não consigo parar e minha barriga dói. Estou um caos quando Aiden se
aproxima e segura meu cabelo. Deveria ter vergonha, mas no momento só
sinto dor e ânsia de vômito. Foda-se tudo.
Assinto, então ele deixa o banheiro. Eu puxo a descarga, pego a escova que
deixei aqui em sua casa e escovo meus dentes. Estou me sentindo
deplorável e vou para o banho na tentativa de melhorar, mesmo depois não
me sinto bem.
Aponta para a cômoda, então enrolada em sua toalha eu vou até lá, tomo os
remédios e bebo boa parte da água que existe na garrafa. Apesar do meu
estômago arder não se revolta contra o remédio e a água, para minha sorte.
Eu aproveito que estou na cômoda para pegar as minhas roupas que estão
ocupando a primeira gaveta.
— Por que você não falta a aula hoje?
— Eu tenho uma prova, não posso faltar. — Afasto a toalha do meu corpo e
visto minha calcinha. — Você não tem aula, né?
— Não.
— Me empresta a picape?
— Não.
— Eu levo você. — Abro a boca para dizer que não precisa, mas ele é mais
rápido. — Você não está bem e não vou deixar você dirigir.
Ele não parece a fim de ceder, por isso assinto. Assim que estou pronta
deixamos seu quarto, Aiden segue usando apenas sua calça e como está frio
estou usando seu moletom.
— Pare o carro.
Aiden faz o que eu peço, então abro a porta, dou um pulo e me curvo para a
frente, dessa vez, não há nada em meu
Ele pergunta assim que consigo parar de vomitar e balanço minha cabeça
negando.
Mas não passa. Continua pela próxima semana, todos os dias de manhã, eu
acordo e tenho que correr direto para o banheiro.
Brooke
Acordo e mais uma vez, corro para o banheiro e deixo tudo que comi na
privada. Faz uma semana que estou assim, o que significa que tem algo
errado. Não posso continuar achando que irá passar.
É a voz de Abby.
— Vomitando de novo? — Assinto. — Faz uma semana que está assim, não
é?
Assinto mais uma vez e ela morde seu lábio inferior, Abby está pensando
em algo e pela sua expressão não é algo agradável.
— Sei que vômito pode significar várias outras coisas, mas existe a
possibilidade de você estar grávida?
Dou de ombros.
— Nada é cem por cento eficaz e você não toma anticoncepcional, não é?
— Eu sou meio surtada com essa possibilidade... morro de medo de ser mãe
cedo demais.
Abby fica em silêncio e assim que termino de escovar meus dentes ela
deixa o banheiro para que eu possa tomar banho.
Enquanto dirijo para casa, forço minha mente e tento me recordar se alguma
vez esquecemos a camisinha e isso não aconteceu, Aiden e eu estamos
transando há praticamente três meses e nunca nos esquecemos do
preservativo.
Não preciso ter medo e nem deveria fazer o teste, porque é ridículo.
— Sua vez.
Minha amiga grita, então deixo meu celular de lado e pulo da minha cama,
eu pego minha toalha e estou caminhando na direção da porta quando meu
olhar cruza com a minha mochila.
Eu faço o teste e vou para o banho, não me preocupo e nem tenho medo do
resultado. Só olho para o bastão que deixei sobre a pia depois de desligar o
chuveiro e enrolar a toalha ao redor do meu corpo e meu coração dispara ao
me deparar com duas listrinhas.
Com o bastão em mãos deixo o banheiro e vou até a sala onde Abby está
sentada e esperando a sua vez de usar o banheiro. Ela me encara assim que
percebe minha aproximação e faz uma careta ao se dar conta do que estou
segurando.
— Eu preciso que você me faça um favor. — Digo antes que ela fale algo e
ela assente. — Preciso de mais um teste de
gravidez.
Ela coloca seus tênis, pega a chave do seu carro e sai do nosso apartamento.
Eu me sento em nosso sofá e fico encarando a porta. Não consigo pensar e
um medo aterrorizante se instala em meu peito.
Dakota se senta ao meu lado e não a respondo. Ao mesmo tempo que minha
mente é um turbilhão de pensamentos, é como se eu estivesse vazia, como
se minha alma deixasse o meu corpo.
Dakota está errada, nada irá ficar bem se aquele teste estiver certo. Pelo
amor de Deus, Aiden e eu somos jovens, só
Eu respiro fundo e digo a mim mesma que foi um falso positivo. Não é real.
Minha mente é uma desordem, uma parte tenta mentalizar que tudo ficará
bem, e projetar um uma cena em que o próximo teste resultará em um
negativo, entretanto outra parte projeta mais um positivo e um bebê
chorando em meus braços.
Os minutos se arrastam, Dakota passa seu braço pelos meus ombros e apoio
minha cabeça em minha amiga. Eu não choro, mas sinto meu peito
apertado.
Digo a mim mesma que tudo ficará bem e depois apenas irei rir desse
desespero.
— Trouxe vários.
Assinto e sigo para o banheiro. Minhas mãos estão tremendo enquanto faço
xixi nos cinco bastões que minha amiga trouxe. Coloco-os em cima da pia
assim que termino, lavo minhas mãos e os encaro.
semanas. Uma lágrima escorre pelo meu rosto e me recordo do dia do jogo
de Beisebol, o dia em que fomos para o bar e transamos bêbados no
depósito de materiais de limpeza. Nós não usamos camisinha e foi há mais
de 6 semanas. O que foi que eu fiz? O que foi que Aiden e eu fizemos?
Os outros quatro testes são positivos. Lágrimas escorrem pelo meu rosto e
soluços escapam da minha garganta. Eu saio do banheiro transtornada e
minhas amigas estão me esperando apoiadas na parede em frente, assim que
elas veem meu estado, já sabem o resultado. As duas me abraçam e choro
abraçadas a elas.
É real.
— O que irei fazer? — Espero por uma resposta, mas é claro que elas não
têm nenhuma resposta. Ninguém tem. — Eu não sei o que fazer.
Ela está tentando ser o apoio que eu preciso, porém no momento isso não
me conforta. Algo será capaz de me tranquilizar? Provavelmente, não.
Arrependo-me de não ter saído assim que Dakota abre a porta e nos
deparamos com Aiden. Arregalo meus olhos e me sento depressa, seu olhar
encontra o meu e preocupação toma conta do seu rosto.
Mais uma vez assinto para Dakota e em seguida ela e Abby seguem para
seus quartos e nos deixam sozinhos.
— Eu estou aqui.
Aiden
Assim que o jogo é encerrado, olho para o placar e sorrio, mais uma vitória
dessa vez contra o time de Auburn, nosso principal rival, nós ganhamos de
apenas 4 a 2, mas o importante é que vencemos.
Logo após sair da pista de patinação, eu tiro meus patins e pego meu celular
que está na mochila em que deixei no banco onde se encontravam o
treinador e os reservas. Eu converso brevemente com o treinador, ele está
feliz e empolgado, assim que se afasta envio uma foto para Brooke do
placar.
— Vamos, capitão?
jogo, porque não estamos em casa e aquele dia Brooke estava me esperando
ao fim do jogo. Eu queria que ela estivesse aqui.
Meu peito aperta ao me lembrar dela, eu disse que nós estamos namorando,
porém uma parte de mim sabe que ela não ficará por muito tempo. Nem
todos estão prontos para lidarem comigo, alguns dias nem eu estou pronto
para lidar comigo mesmo.
Ethan ergue a sua xícara com café na minha direção e eu encosto a garrafa
na porcelana. É o nosso brinde.
Assinto concordando com Ethan e trago a garrafa até minha boca, bebo um
pouco da água e assim que a afasto, olho ao redor procurando algo para
comer.
— Não?
— Ela não precisa saber. — Dou de ombros. — Em algum momento ela irá
desistir de mim e seguiremos nossas vidas separados.
— Somos jovens e é óbvio que não iremos ficar juntos para sempre. —
Sinto uma pressão em peito ao pronunciar as palavras, engulo em seco e
continuo. — E você sabe que nem todos conseguem lidar comigo.
Balanço minha cabeça, desvio meus olhos dos seus e encaro meu prato
vazio.
— Meu único namoro terminou por causa de mim.
Eu não fiquei devastado quando Ava terminou comigo, nós tínhamos quinze
anos e nem sabíamos direito o que era amor, então meu único
relacionamento fracassado não é um trauma, porém de toda forma Ava
terminou comigo por causa de quem eu sou.
Ethan sempre esteve ao meu lado, ele sabe o quanto foi complicado, e o
quanto às vezes ainda é complicado.
— O que eu sei é que você deveria dar uma chance real para Brooke e
contar tudo para ela. — Ele se levanta e pega o seu caderno. — E eu acho
que você não está preparado para perdê-la como acha que está.
Eu preciso vê-la.
Levanto-me, deixo o prato na pia para lavar quando voltar para casa e sigo
para a garagem.
Eu dirijo para a casa de Brooke enquanto tento não pensar sobre as palavras
de Ethan, porém é inevitável. E talvez ele esteja certo, eu não estou
preparado para quando Brooke me deixar, o problema é que ela irá. Será
que eu deveria acabar com o que nós temos? Se eu a afastar agora o dano
em meu coração será menor, se continuar com ela irei me apaixonar ainda
mais e quando ela desistir não restará nada do meu coração, estará
completamente destruído.
É Dakota quem abre a porta, ela me encara surpresa e abre a boca, porém
antes que ela possa dizer algo um movimento chama minha atenção, olho
para dentro do apartamento e encontro Brooke se sentando no sofá, ela tem
lágrimas escorrendo pelo seu rosto e seus olhos estão vermelhos.
Dakota e Abby seguem para os seus quartos e depressa vou até Brooke e
paro à sua frente.
— Eu estou aqui.
Ela continua chorando, ergue seu rosto, porém não me encara, porque fecha
seus olhos.
Brooke sussurra e quando me dou conta do que ela falou dou um passo para
trás.
— Você não pode estar falando sério.
A palavra grávida ecoa em minha mente e tudo que consigo pensar é que
ela só pode estar brincando.
— Infelizmente, eu estou.
Nós estávamos bêbados, mas foi uma única vez. Não pode ter acontecido
por um único erro. Passo as mãos pelo meu cabelo. Nós temos vinte anos e
falta um ano e meio até nossa formatura.
melhor para todos se eu não tiver nada a ver com essa gravidez.
Seus olhos imploram para que pare de machucá-la, mas eu não consigo.
— Nós dois sabemos que você sempre transou com vários caras...
Não termino de falar, porque ela se aproxima e sua mão encontra o meu
rosto.
— Saia da minha casa, Aiden. — Ela grita e o tapa arde em meu rosto. —
Saia, agora.
Volta a gritar e soca meu peito. Eu deixo que ela me bata e me empurre,
então quando estou perto da porta o suficiente me viro e suspiro.
Uma bagunça por completo. Ao mesmo tempo que estou sentindo demais,
eu não estou sentindo nada.
Vou para o meu carro, ocupo o lugar atrás do volante e dirijo para o bar
mais próximo. Sento-me de frente para o balcão de pedido e peço a bebida
mais forte.
Eu fui um idiota com Brooke, mas o que eu iria falar? Como iria reagir?
Bebo de uma vez a dose de uísque, é a terceira, e peço mais uma. Tudo que
eu quero é ficar bêbado.
É óbvio que Brooke não estava mentindo, é óbvio que não ficou com mais
ninguém depois de mim, é impossível não ser o pai do filho dela. O barman
me entrega mais um copo e bebo metade do uísque, ele me encara
preocupado e apenas dou de ombros.
Eu nunca serei quem ela precisa, nunca serei merecedor dela e muito menos
de uma criança.
Apesar de tudo estar girando ao meu redor não me esqueço de tudo, ainda
me lembro de Brooke e das suas lágrimas.
Sorrio e balanço a cabeça, o que faz com que tudo gire ainda mais.
Ele suspira.
O cara faz uma careta e se afasta. Ele me traz mais uma dose e me deixa em
paz. Ele percebeu o quanto sou um perdedor e me deixou ficar aqui.
Uma voz soa atrás de mim e mesmo bêbado sei que é Ethan.
Sussurro.
Josh pergunta.
— Brooke.
— Porra.
Não sei distinguir quem disse soltou o palavrão, mas concordo. Porra!
Ele fecha a porta e se afasta. Ethan liga o carro e dirige para nossa casa, eu
apoio minha cabeça no vidro da janela e encaro a noite lá fora, repleta de
estrelas e as lâmpadas nos postes estão tão brilhantes, bem diferente da
escuridão em meu interior.
— Josh recebeu uma mensagem de uma pessoa desconhecida dizendo que
você estava bêbado e se recusando a ir embora, sorte que ele te reconheceu.
— Ethan suspira e continua. — Ele sabia que você era um dos caras
conhecidos como Estrelas do Alabama.
Não deveria ter dito nada do que eu disse a Brooke e agora não há como
voltar no tempo.
Olho para a parede à minha frente e respiro fundo. Não foi um pesadelo,
mas foi intenso, como se realmente estivesse sentindo cada um dos
sentimentos, muito real. Minha consciência acusa que é culpa e ela está
certa. Jamais deveria ter feito o que fiz com Brooke. Como vou consertar o
que eu fiz? Não acredito que tenha como.
Minha cabeça está doendo, meu estômago está embrulhado, e minha boca
seca e com um gosto horrível. Estou deplorável. Dobro meus joelhos, apoio
meus cotovelos em minhas pernas e deixo meu rosto entre minhas mãos.
Não posso simplesmente bater na sua porta e dizer que estou arrependido,
até mesmo porque posso estar arrependido, mas as questões continuam.
Como vou ser pai? E se a criança tiver que passar pelo mesmo que eu
passei?
Eu fico nessa posição por minutos, talvez horas e não encontro nenhuma
solução, nada que eu possa fazer. Levanto-me e vou para o banheiro, tomo
meu banho enquanto continuo pensando sobre o que fazer da minha vida a
partir de agora.
Busco meu celular que ainda estava no bolso da minha calça, primeiro
confiro as horas, é fim da manhã, perdi minha aula
Enquanto espero para fazer a ligação, visto uma roupa e deixo meu quarto
para ir até a cozinha pegar alguns remédios e água. Torço para não
encontrar meus amigos, entretanto não tenho sorte.
Não respondo Josh, não imediatamente. Eu vou até a geladeira pego uma
garrafa de água, sento-me de frente para os meus amigos, engulo os
remédios, bebo um pouco da água e só depois o respondo.
— Eu fui até a casa das meninas e Brooke me contou que está grávida.
— Péssimo, não quero ser o pai de ninguém, não quero que ninguém passe
o mesmo pelo que passei. — Minha voz embarga e lágrimas se acumulam
em meus olhos. — Não sei o que fazer, não sei nem mesmo se sou capaz.
— Sinto muito, mas sobre ser capaz é claro que você é, você é um dos
melhores jogadores de Hóquei que eu conheço, se esforça para ser o melhor
em tudo e para vencer qualquer limitação que surja à sua frente.
Eu encerro a chamada mais tranquilo, não com a certeza de que posso ter
um futuro com Brooke e nem que posso ser um pai, mas talvez eu possa.
Talvez, eu consiga ser quem eles precisam que eu seja.
— Hey, querido.
— Hey, mãe.
Minha mãe tem a voz suave, porém é como se fosse capaz de solucionar
qualquer problema, sempre acreditei que ela seria capaz de acabar com uma
guerra.
— Tudo bem? — Posso supor pela entonação da sua voz que ela está
sorrindo e nem espera que eu responda para continuar com suas indagações.
— O mundo está acabando para que meu filho que nunca me liga estar me
ligando?
Deus... eu vou ser avó. Aiden, eu não tenho nem cinquenta anos.
Sorrio da última frase dita pela minha mãe, mas é a primeira pergunta que
ela fez que respondo.
— Nós nos conhecemos há pouco tempo e nosso namoro é recente, por isso
a senhora não sabia.
— Não acredito que você engravidou alguém, Aiden, você não usa
camisinha?
— Uma única vez, mãe. — Sei que ela está prestes a me dar um sermão,
entretanto não é disso que eu preciso no momento. — Eu não tive a melhor
das reações quando ela me contou.
Fecho meus olhos e respiro fundo. — E você deveria ter sido sincero com
essa garota, se ela gosta de você ela escolheria ficar.
Abro meus olhos e encaro o jardim pela janela que fica à frente da minha
mesa.
— Ela é uma boba. — Sua voz soa leve, porém ela suspira e sei que está
prestes a me dar uma bronca. — Aiden, você a abandonou em um momento
delicado, além de dizer coisas horríveis, nada justifica o que você fez.
— Você teria feito diferente, mãe, se soubesse que eu sou como eu sou?
— Obrigado, mãe.
— Talvez.
Gostaria de levar Brooke para conhecer meus pais, mas no momento não
sou sua pessoa preferida.
— Hoje é sexta, o feriado é na quinta, você tem quase uma semana para
correr atrás dela, querido.
Nós conversamos por mais alguns minutos, falamos sobre meu pai e sobre
como eles estão, ela me garante que eles estão ótimos e trabalhando muito,
então nos despedimos e encerro a ligação.
“Podemos conversar?”
“Sinto muito.”
Brooke
Aiden deixa meu apartamento e eu me sinto devastada.
Não esperava essa atitude dele. Tudo que eu queria era um abraço e
conforto, esperava que ele me dissesse que tudo ficaria bem e que daríamos
um jeito, porém tudo que ouvi foram acusações e palavras que destruíram
meu coração.
Como ele pôde falar daquela forma comigo ? Nós dois sabemos que você
sempre transou com vários caras... suas palavras ecoam em minha mente,
uma parte minha está com
raiva, porém o que mais sinto é mágoa. Eu acreditava que ele gostava de
mim, que ele me conhecia.
Lágrimas descem pelo meu rosto e soluções escapam dos meus lábios,
minhas amigas se aproximam e Abby me puxa para seus braços.
Deixo que ela me abrace e choro em seu ombro. Mesmo quando me afasto
sigo chorando, Dakota segura minha mão com a sua e a aperta.
Assinto.
Abby e Dakota trocam um olhar, mas finjo não notar. Não quero a pena de
ninguém, mas foda-se, no momento eu só quero chorar e dormir.
Faculdade nunca foi meu sonho, meu sonho sempre foi um estúdio, não
estaria desistindo de nada, só antecipando algumas
Nem sei se gostaria de ter filhos, eu sou jovem, eu amo a minha liberdade,
eu amo a minha juventude e de repente estou grávida. Aiden, o cara que
achei ser meu par perfeito, me abandonou, duvidou de mim e me deixou
sozinha no momento em que eu mais precisei dele.
Estou com medo do futuro, de ter alguém dependendo de mim, de ter que
enfrentar tudo sozinha.
Encaro o chaveiro que nunca mais entreguei para Aiden e está no cômodo
ao lado da cama e me pergunto pela milésima vez, por que ele fez isso
comigo?
tudo que comi na privada e assim que não há mais nada em meu estômago,
levanto-me e vou tomar um banho.
Finalizo meu banho, desligo o chuveiro, uso a toalha que deixamos para
emergências no banheiro e a enrolo ao redor do meu corpo, então paro em
frente à pia e encaro meu reflexo no espelho logo acima.
Eu saio do banheiro, vou para meu quarto e visto uma calça de moletom e
uma regata, não seco meu cabelo e o deixo molhado. Procuro pelo meu
celular e não encontro, então sigo para a sala e o encontro sobre o sofá,
pego-o e me sento no estofado. Há algumas mensagens de Aiden, meu
coração bate acelerado. Deveria excluí-las sem ler, mas não consigo, abro
seu perfil e leio o que ele me enviou.
“Podemos conversar?”
“Sinto muito.”
Não gosto nem de pensar no que realmente ele está querendo dizer. Suas
últimas palavras ecoam em minha mente.
Mesmo que fosse meu, Brooke. Eu não o iria querer, eu não quero um filho,
Brooke.
Não quero mais ser magoada por Aiden. Dakota assente e sorri, um sorriso
discreto e sem mostrar seus dentes.
— Ainda estou um pouco enjoada, mas assim que meu estômago estiver
mais calmo eu almoço.
— Não.
É difícil falar a frase em voz alta, porque torna tudo ainda mais real.
Meus pais tiveram muita dificuldade para terem filhos, só conseguiram por
inseminação artificial e minha irmã morreu no parto, sei que não tem nada a
ver, mas eles passaram por tanta coisa para que eu nascesse. Talvez, seja
maluquice minha, porém não consigo nem pensar em renunciar a uma
criança quando lutaram tanto para que eu nascesse.
Logo após conversar com a coordenadora, volto para casa, as meninas não
estão e fico sozinha assistindo Friends, o seriado é tudo que preciso para
conseguir me distrair um pouco.
É início da noite quando Dakota retorna para casa, ela me pergunta como
foi e conto tudo para minha amiga, ela diz que conseguirei dar conta de
tudo e agradeço o seu apoio. Abby chega alguns minutos depois e jantamos
pizza assistindo um documentário sobre seriais killers.
Mais uma vez, durmo chorando, acordo com os olhos vermelhos e enjoada.
Novamente, corro para o banheiro. Vomito, tomo um banho e quando volto
para meu quarto me sento de frente para minha mesa de estudos e tento
desenhar, não consigo. Tudo que eu faço fica feio e sem graça, é como se
minha criatividade tivesse me abandonado.
seu treino, somos nós de costas, sentados no deck com os pés no lago, um
lago imenso e o Sol se pondo.
Lágrimas se acumulam em meus olhos, mas não deixo que elas caiam.
Aiden não merece que eu chore. Guardo meus desenhos e desisto de
desenhar.
— Hoje é sábado e tenho certeza de que vocês têm algo para fazer.
As duas negam, mas sei que estão mentindo. Insisto para que elas façam
algo. Até mesmo Dakota que não gosta de festas hoje está animada, algo
está acontecendo com a minha amiga.
Discutimos até que por fim eu venço e elas decidem ir para o quarto se
arrumarem, e estou sozinha na sala quando recebo uma mensagem de
Aiden.
Sua mensagem me causa raiva e por isso deixo o sofá. Eu vou para a festa.
Preciso me distrair, esquecer Aiden e além do mais, não estou morta. A vida
continua e preciso seguir em frente.
— Eu vou junto.
Visto o primeiro vestido que encontro, calço um tênis e prendo meu cabelo
em um rabo de cavalo. Minha maquiagem é batom, rímel e blush. Forço um
sorriso quando deixo meu quarto e encontro minhas amigas na sala, elas me
encaram desconfiadas, porém não falam nada.
Como não posso beber, vamos no meu carro e eu dirijo. A festa é na casa de
um dos jogadores de futebol americano, é uma festa universitária, porém é
nítida a organização e realmente, não está repleta de pessoas. Encontramos
Ethan logo que chegamos e Aiden assim como Dylan não estão na festa,
mas Josh sim e ele e Dakota trocam alguns olhares estranhos, algo entre os
dois parece ter mudado, eles não parecem se odiarem.
— Bebendo água.
Ela praticamente grita a última frase e como estava em uma troca de música
muitas pessoas escutam, recebo olhares estranhos e pessoas começam a
cochichar ao meu redor.
— Eu preciso ir embora.
Como Kim soube? Aiden esteve com ela? Crio os piores cenários possíveis
em minha mente.
Assim que entro em nosso apartamento, eu vou para o meu quarto e pego
uma das minhas malas pequenas, eu estou antecipando o feriado de Ação de
Graças e dirigindo para casa.
Aiden
estou pronto e minha mochila está em meu ombro pego meu celular e não
há nenhuma mensagem de Brooke.
Como meu estômago ainda está sensível, saio sem comer nada e dirijo para
o complexo. Eu confiro meu celular para ver se não recebi nenhuma
mensagem de Brooke ao parar nos sinais, nenhuma resposta.
Meu treino é péssimo, estou distraído, aqui é minha zona de conforto, onde
consigo ser ao menos eu, porém não hoje.
— Irei resolver.
Não converso com nenhum dos meus colegas de time, eu apenas assinto
quando falam comigo. Eu tomo meu banho depressa, arrumo minhas coisas
e corro para minha picape, a primeira coisa que confiro ao entrar em meu
carro é o celular.
Nem um sinal de Brooke, eu entro em suas redes sociais e não há nenhuma
atualização.
E se eu for até seu apartamento? Desisto da ideia, porque não parece uma
boa ideia simplesmente aparecer lá depois de tudo que eu disse a ela.
Volto para casa e vou direto para a cozinha, porque estou com fome. Espero
não encontrar meus amigos, mas falho, porque Ethan está na cozinha. Ele
está com uma água em mãos e deixando o cômodo, mas para quando entro.
— Ela ou Brooke?
Olho para meu primo que está alguns centímetros da porta e ele apenas me
encara com uma expressão séria, ele não vai amenizar meus atos e muito
menos passar a mão em minha cabeça. Eu sou mais velho cinco meses,
porém hoje Ethan fará o papel de primo mais velho.
— Estava falando da Abby, mas pelo que sei Brooke chorou bastante e
ficou extremamente abalada.
— Só queria ser capaz de voltar no tempo e não ter reagido como reagi,
mas não posso e agora a garota que estou apaixonado está magoada comigo
e não sei se ela será capaz de me perdoar.
Suspiro.
Recuso o convite de Ethan para ir a uma festa e meus planos para sexta-
feira, será ficar trancado em meu quarto remoendo o que fiz e pensando em
como consertar o meu erro.
Ela visualiza, mas não me responde. Estou sentado com as costas apoiadas
na cabeceira, então encaro o teto e suspiro. O
que irei fazer? Mais uma vez, eu penso em ir até ela, mas não vou. Eu não
quero magoá-la ainda mais.
Ela não sai da minha mente em nenhum momento sequer. É uma das sextas-
feiras, mais deploráveis da minha vida.
Eu espero que ela se divirta, gostaria que fosse comigo, ao meu lado, com
nós dois compartilhando risadas, mas como é impossível no momento,
espero que ela esteja bem e se divertindo. Eu só quero que ela fique bem.
Volto a assistir minhas séries e adormeço. Acordo com gritos e uma pessoa
furiosa.
— Eu vou matá-lo.
Não demoro a reconhecer a voz da garota. É Abby. Será que meu primo fez
algo? Desnorteado levanto-me da cama e saio do meu quarto. Escuto a voz
de Ethan, ele está tentando acalmar a namorada. Que merda está
acontecendo?
— Eu vou te matar.
Abby está transtornada. Não pode ser pela minha conversa com Brooke na
noite passada, se fosse ela já teria me procurado. Um medo assustador se
instala em meu peito ao pensar que algo possa ter acontecido a Brooke.
Ela está bem? Acidentou-se? Tentou alguma coisa contra sua vida? Mil
possibilidades ecoam em minha mente e não gosto de nenhuma delas. Ethan
está segurando Abby e a impede de vir em minha direção, e eu vou até eles.
— O que aconteceu?
Encaro Ethan que está sério e ergo minhas sobrancelhas, ele vai entender
que não sei do que Abby está falando.
— Óbvio que não falei para Kim, eu nem converso com essa garota e
jamais faria isso com Brooke.
— Dylan?
— Eu vou matá-lo.
Ignoro Abby e encaro Ethan, ele conhece Dylan tanto quanto eu, ele não é
assim, mas como ela saberia?
— Eu não sei, cara... eu não sei. — Viro-me para ir até seu quarto, porém a
voz de Ethan me detém. — Ele não está em casa.
Digo em voz alta, abro meus olhos e me viro na direção da porta do meu
quarto para buscar a chave do meu carro.
— Ela não está mais aqui.
Abby suspira e deixa visível em seus olhos toda sua preocupação com sua
amiga.
— Por quê?
Brooke
Dirijo por quase duas horas até a casa dos meus pais, por sorte consegui
parar de chorar logo após me despedir das minhas amigas com um abraço e
entrar em meu carro, seria péssimo dirigir chorando.
Dirijo para o distrito dos jardins onde meus pais moram e assim que
estaciono em frente à casa branca meus olhos se enchem de lágrimas, é
como se tudo que tentei conter nas últimas horas viesse à tona. Antes de
descer encaro a residência à minha frente, uma casa branca, com uma
varanda, cerca preta, um jardim e gramado imensos e uma árvore que está
florindo chama a atenção.
Minha mãe pergunta e encaro a lareira à minha frente, não consigo olhar
para eles. Abro minha boca e as palavras simplesmente não saem.
— Eu estou grávida.
— Oh, querida.
Minha mãe me puxa na sua direção e apoio minha cabeça em seu peito.
Meu pai continua segurando minha mão e eles são o que preciso para ter
certeza de que tudo ficará bem.
Aos poucos minhas lágrimas cessam e é como se uma parte do peso que
havia sobre mim tivesse sido removido. Eu me afasto e encaro meus pais.
Os dois assentem. Meu pai beija a lateral da minha cabeça e minha mãe
toma meu rosto entre suas mãos.
— Obrigada, mãe.
Meu pai sorri, o sorriso que me diz que tudo ficará bem independente da
situação.
É a mesma frase que me diziam quando era uma criança e não queria
dormir sozinha, eu sempre poderia bater na porta do quarto deles e eles me
salvariam dos monstros.
Assim que os dois me deixam sozinha, eu largo minha mochila sobre a
cadeira que fica em minha mesa de estudo e dou uma volta sobre meu
quarto. Há fotos, quadros, pinturas e desenhos meus espalhados pelo
cômodo.
Eu sigo para o meu banheiro, tomo um banho, porque ainda estou vestindo
as roupas que fui para a festa e estão suadas, então volto para o quarto visto
um dos meus pijamas e me deito em minha cama.
Como estou de pé, fecho a geladeira e vou até a porta, assim que a abro
deparo-me com a única pessoa que não gostaria de encontrar no momento.
Eu ergo minha cabeça e meu olhar encontra o seu e no momento que isso
acontece, todas as dúvidas somem da minha mente, eu sei exatamente o que
fazer, porque meu maior medo é perdê-la. Eu traço novos planos e mudo
meu futuro.
Brooke tenta fechar a porta, mas coloco meu pé entre o vão e espalmo
minha mão na madeira.
— Por favor, eu dirigi duas horas apenas para conversar com você.
Ela continua empurrando a porta e machuca meu pé, mas não cedo. Não irei
embora tão fácil.
— Estou arrependido do que eu disse para você, eu nunca deveria ter dito
aquilo. — Ela dá uma vacilada, mas não abre a porta. — Eu só não queria
que você tivesse um filho comigo, eu não queria ser um péssimo pai e
muito menos sentenciar uma criança a passar o mesmo que eu.
— Por isso, você tem post its colados pelo quarto com lembretes.
Assinto e suspiro.
Ela abre e fecha a boca e antes que possa dizer algo me apresso.
Brooke hesita, eu imploro com meu olhar e finalmente ela assente e abre a
porta. Ela fica de lado para que eu possa entrar, eu dou um passo em frente
e paro à sua frente.
Beijo sua testa e ela não fala nada, mas sua respiração muda, ela também
sentiu minha falta.
Essa eu mereci.
— Eu sei, mas não falei nada para ninguém, ah não ser para Dylan, Josh,
Ethan e minha mãe.
— Ela falou que deveria levar você para a Ação de Graças em nossa casa.
— Encara-me incrédula e dou de ombros. —
— E você entendeu?
— Eu sou o namorado.
— Pai, mãe, esse é Aiden. — Vira-se para mim. — Aiden, esses são meus
pais.
— É um prazer conhecê-los.
Explica para os pais, eles assentem e Brooke aponta na direção das escadas.
Seu pai é um cara alto e apesar dos
cabelos brancos, um pouco ameaçador, ainda mais pela forma como está me
encarando, ele claramente não está feliz comigo.
— Vamos, Aiden.
— Fique à vontade.
— Eu iria terminar com você na quinta-feira, porque não queria lidar com
os sentimentos que sentiria quando você desistisse de mim.
É possível perceber a mágoa em sua voz, mas não olho em sua direção.
dificuldade para aprender a ler e isso fez com que a minha professora e
alguns dos meus colegas zombassem de mim, além do mais meu jeito
impulsivo e explosivo principalmente na forma como reagia às minhas
notas aumentaram a chacota.
— Eu tinha oito quando meus pais perceberam algo diferente e desde então,
eu faço acompanhamento com psicólogo e psiquiatra, alguns dos sintomas
foram reduzidos, porém não desaparecerem, porque TDAH não tem cura.
Aprendi na terapia a reconhecer alguns gatilhos, a ter certas reações
funcionais diante de determinadas circunstâncias, e desenvolvi algumas
formas de manter minha atenção. Eu também fiz e faço uso de
Respondo algumas das suas possíveis perguntas antes mesmo que ela as
faça.
— E o Hóquei?
Brooke está em silêncio, viro-me para ela e seguro sua mão com a minha.
— Eu deveria ter lhe contado sobre o TDAH, mas fui um idiota, além do
mais não conversei sobre você com meu psicólogo por medo de admitir
meus sentimentos.
— Sentimentos?
Sussurra enquanto traço círculos invisíveis na sua mão com a ponta dos
meus dedos.
— Eu estou apaixonado por você, Brooke. — Seus olhos brilham e ela
continua me encarando. — Eu fui um idiota com você na quinta e odeio ter
magoado a garota por quem estou apaixonado.
— Alguns estudos dizem que filhos de pais com TDAH tem 80% de chance
de ter a doença, eu só não queria que isso acontecesse, além do mais um
medo incontrolável de ser um péssimo pai tomou conta de mim, imagina eu
posso esquecer de buscar meu filho na escola. Não existe justificativa para
o que eu disse para você, mas eu quero seu perdão, Brooke.
— Sinto muito, Brooke, aquele dia, eu só deveria ter te abraçado e dito que
tudo ficaria bem.
Ela para em frente à pia e dou um passo para trás me apoiando na parede.
Assim que a última palavra deixa minha boca, Brooke se vira, ela apoia sua
bunda contra a pia, eu olho na direção da sua barriga e ela faz o mesmo.
Ainda é estranho, ainda não é uma situação confortável.
— Eu tenho dinheiro.
— Você tem?
Assinto.
Nós dois sabemos que não é tão simples assim, mas faremos dar certo.
— É isso.
Eu estendo minha mão em sua direção e assim que coloca seus dedos sobre
os meus, puxo-a em minha direção e beijo sua testa.
Brooke
Tanto eu quanto Aiden sabemos que será complexo, afinal estamos falando
de uma criança, talvez nem tenhamos dimensão do quão será difícil, mas
temos um plano. Nós faremos funcionar.
— Bom dia.
A voz grave do meu pai ecoa e ele volta a encarar nossos rostos.
— Bom dia.
Ela enche meu copo com suco e apenas assinto. Meu pai coloca bacon e
ovos mexidos em seu prato, minha mãe toma seu café e Aiden e eu não
tocamos em nada. Eu estou sem fome e o cheiro do bacon está começando a
me deixar enjoada.
Faço uma careta e minha mãe no mesmo instante pega o prato de bacon e o
bacon do prato do meu pai e os tira para longe, colocando-os dentro do
forno impedindo que o cheiro se espalhe ainda mais pela cozinha.
— Obrigada.
Ela volta a sentar-se à nossa frente e ao lado do meu pai, nós quatro nos
encaramos e meu coração dispara. Droga!
Meu pai inicia a conversa, eu abro a boca para responder, mas Aiden é mais
rápido.
— Um namoro recente.
É nítido que está preocupado por eu estar grávida de um cara que namoro
há três meses, melhor ele não saber que o namoro oficial é menos de um
mês. Com certeza, podemos omitir que no início era apenas sexo casual que
evoluiu para uma amizade colorida.
Meu pai não está me fazendo uma pergunta, mas de toda forma o respondo.
— Eu estou grávida.
Encaro meu pai e ele me encara de volta. Ele apenas me analisa e meu
coração continua batendo acelerado, nervoso e ansioso, além de estar
repleto de medo.
— Sempre vamos apoiar você, querida.
Olho para minha mãe e respiro fundo, não quero chorar mais.
— Obrigada, mãe.
Ela assente.
— Se vocês quiserem podemos ficar com o bebê, vocês são novos, ele não
precisa saber que vocês são os pais biológicos...
Viro-me para Aiden, porque espero que ele não tenha mudado de ideia
diante da proposta da minha mãe, ele aperta a minha mão, assente e olha em
meus olhos, ele está me garantindo que nada mudou. Nosso plano continua
o mesmo.
— Dinheiro?
— Eu recebi uma herança quando minha avó materna morreu, dinheiro não
é um problema.
Meu pai assente e suspira mais uma vez, eu perdi as contas de quantas
vezes ele já suspirou desde que começamos a conversar.
— E depois da faculdade?
Ele não irá sacrificar seus sonhos, nenhum de nós dois irá.
Dou de ombros.
Ele assente. Isso é algo que irá acontecer daqui um ano e meio, nós não
sabemos o que nos espera, mas estamos agindo como se nosso futuro fosse
juntos.
Aiden e meu pai iniciam uma conversa sobre hóquei e o assunto futuro,
gravidez e bebê ficam esquecidos. Minha mãe me faz um relatório de como
estão o restante da minha família e alguns dos seus amigos, a fofoca alheia
é tudo que precisava depois de uma conversa tensa. Inclusive consigo
comer algumas panquecas.
— Claro.
Nós dois nos despedimos dos meus pais, então subo para meu quarto, onde
pego a chave do carro e coloco meus tênis.
— A conversa com seus pais foi melhor do que imaginei que seria.
— Talvez, talvez.
Perdoar Aiden não foi difícil, foi mais fácil que imaginei que seria. Eu
tentei fechar a porta e expulsá-lo, mas não queria, eu queria ouvi-lo e
quando ele falou que tem TDAH foi o motivo suficiente para deixá-lo
entrar.
Aiden tem TDAH, eu nunca suspeitei e partiu meu coração saber o que ele
passou na infância. Uma parte minha ainda está magoada, a outra o
perdoou, eu o entendo e compreendo seus medos.
Nunca passei pelo que ele passou, mas somente de imaginar sei o quanto
deve ser desesperador. E se nosso filho
tiver TDAH também? Não preciso pensar muito para ter uma resposta para
minha pergunta, faremos de tudo para que ele se sinta bem consigo mesmo
e para que o processo seja o menos doloroso.
— Surpresa.
Sorrio debochada.
Nós dois rimos e caralho... é bom sermos apenas nós novamente. Estou
mais leve quando paro o carro em um estacionamento perto do parque,
então deixamos o veículo e um do lado outro e de mãos dadas caminhamos
na direção do Riverfront Park que como o próprio nome diz é um parque
em frente a um rio.
Dou de ombros.
Aiden estava confuso, com medo...tudo bem que ele conversou com seu
psicólogo, mas quando foi que ele ficou tão determinado? Em nenhum
momento ele vacilou sobre termos o bebê e ele quer que aluguemos um
apartamento , ele e eu.
— Quando bati na sua porta hoje pela manhã. — Viro-me para ele que
continua encarando o rio. — Porque me dei conta de que meu medo de a
perder era maior que qualquer outro medo, eu posso lidar com TDAH, eu
posso lidar com uma criança e com a complexidade de um relacionamento.
Olha em minha direção e a intensidade com que me encara faz com que
meu coração bata mais rápido.
— Mas não poderia lidar com sua ausência, eu não saberia como seguir em
frente se você não me perdoasse. — Ergue sua mão e acaricia a lateral do
meu rosto. — Quando meu olhar encontrou o seu, todas minhas dúvidas
desapareceram, os meus medos continuam aqui, mas prefiro enfrentá-los a
perder você.
minhas e rimos. Aiden pergunta para meu pai sobre suas tatuagens e sobre
seu trabalho como tatuador, Aiden também mostra as suas.
Desvio minha atenção para minha mãe que está ao meu lado e assinto.
— Ele é.
— Vocês tiveram problemas, por isso que você chegou chorando aqui de
madrugada?
Suspiro.
— Sim, Aiden não teve a melhor das reações e alguém que não deveria
descobriu que estou grávida, foi uma junção de acontecimentos que me
fizeram correr para casa.
Nós duas rimos, porque meu pai não seria capaz de matar uma mosca, mas
eu sei que minha mãe está querendo dizer que eles sempre estarão ao meu
lado.
Assim que eles deixam o jardim e entram na cozinha minha mãe pega um
pote de sorvete na geladeira e ficamos ao redor do balcão comendo o doce e
conversando. Meus pais nos deixam sozinhos logo após terminarem a
sobremesa e Aiden me encara com um sorriso estranho, ergo minhas
sobrancelhas, ele espalma as mãos sobre o balcão e se curva na minha
direção, deixando seu rosto a centímetros do meu.
Segue sorrindo.
Encaro-o surpresa.
...
Aiden e eu vamos para o estúdio do meu pai. É tão excitante estar aqui onde
aprendi e fiz minhas primeiras tatuagens, ainda mais que eu vou tatuar
Aiden, marcar sua pele para sempre. Estou nervosa e ansiosa.
Arrumo as agulhas, as tintas, então pergunto para Aiden o que ele irá querer
e ele sorri.
Assinto e sorrio.
— E qual o motivo da data?
E nesse momento, eu tenho certeza de que amo esse homem que está à
minha frente.
Aiden
— Ouvi boatos que se você continuar encarando esse pedaço de papel ele
irá desaparecer.
Desvio meus olhos do papel que na verdade, é uma foto e olho na direção
de Brooke que está apoiada no batente da porta e com um sorriso
debochado em seu rosto.
— Você já olhou tantas vezes para esse ultrassom que eu não sei como não
o decorou.
Ela se senta na sua cama ao meu lado e é minha vez de encará-la com
deboche.
— Acredite se tem alguém que tem noção do quanto isso é real sou eu,
afinal quem vomita todos os dias? Exato, eu mesma.
—Ouço boatos que se você continuar encarando esse pedaço de papel ele
irá desaparecer.
Faço uma careta, apesar de continuar sorrindo e passo minha mão em meu
braço como se estivesse doendo.
Nós dois rimos, ela apoia a cabeça em meu ombro e encaramos a foto em
sua mão. Nós vamos ser pais. Ver a pequena coisinha na segunda foi
impactante , nós criamos um ser humano. Não é fácil e nem estamos
pulando de alegria, afinal nós temos 20 anos, estamos na faculdade e nosso
relacionamento é recente, mas gradualmente vamos nos adaptando à nossa
realidade e voltando a ser nós mesmos.
— Sim.
Eu beijo o topo da sua cabeça e pela primeira vez levo minha mão até sua
barriga e a espalmo ali. Por alguns segundos, Brooke fica tensa, porém
relaxa logo em seguida.
Ela traz sua mão até sua barriga e a deixa sobre a minha.
Ela puxa a barra da minha camiseta para cima e a tira do meu corpo.
Ela revira seus olhos, deixa a foto sobre o colchão e fica em pé à minha
frente.
— Ficou linda. — Traça a data logo abaixo do meu ombro e apoio minhas
mãos em sua cintura. — Assim que estiver liberada para fazer farei uma
igual.
Olho para seu rosto, ela está concentrada encarando a obra de arte que fez
em meu ombro.
— E nós chamamos Abby e Ethan de emocionados por fazerem uma
tatuagem de casal.
Brooke segue encarando seu trabalho, ela está procurando algum defeito
como fez nos outros dias, mas não irá encontrar, porque está perfeito.
Dou um tapa em sua bunda e ela se senta em meu colo, deixa seus joelhos
apoiados no colchão ao redor da minha cintura e enrola suas mãos em volta
do meu pescoço. Nós voltamos a ficar em silêncio, Brooke brinca com os
fios do meu cabelo e eu toco sua cintura, puxo sua blusa para cima e
acaricio sua pele.
O clima entre nós se transforma, minha respiração muda, assim como a de
Brooke. Olho em seus olhos e encontro luxúria e saudade, não nos tocamos
mais intimamente há dias, estávamos focados em não surtar, tudo que
fizemos nos últimos dias foi dormir em sua cama, ela dormia com sua
cabeça em meu peito e eu a abraçava, mas agora eu sinto como se fosse
morrer se não a tocar.
Minha mão sobe pelas suas costas, seu peito sobe e desce depressa e sinto
sua respiração em meu rosto, a expressão em seu rosto denuncia que ela
está tão desesperada quanto eu.
Forço-a a inclinar sua cabeça para o lado, então abaixo meu rosto e beijo
seu pescoço. Aperto sua cintura e respiro fundo para não perder o controle.
Eu preciso dela como nunca precisei de ninguém antes.
Ela mantém as mãos em meu cabelo e eu subo a minha por dentro da sua
blusa, tocando a sua barriga e subindo até seus seios, apalpando-os por cima
do sutiã e puxo o tecido para baixo.
— Precisamos descer.
— Precisamos descer.
Ela não se desvencilha de mim, aperto o bico dos seus seios e ela geme. Se
continuarmos não conseguiremos parar, por isso coloco seu sutiã no lugar e
afasto minhas mãos do seu corpo. Apoio-as no colchão, curvo-me para trás
e observo Brooke, ela está de olhos fechados, corada, ofegante e sorrio
malicioso.
— Você parece uma bagunça. — Ela suspira, abre seus olhos e ergue seu
dedo do meio em minha direção. — Tão adorável.
Passo a mão pelos fios do meu cabelo, detesto esquecer o nome das
pessoas, mas não há muito o que fazer a respeito.
— Ok.
Suspiro.
— Nem todo mundo entende que não é desinteresse, é a minha mente que
não para e as informações se misturam e se perdem.
— Está tudo bem, eu sou boa em me lembrar de nomes, sempre posso ficar
os sussurrando.
Sussurra a última parte e seus olhos brilham, não é um fardo, não é por
pena.
— Obrigado.
Vamos?
— Vamos.
Ela está com a mão na maçaneta quando para e olha na minha direção com
uma expressão estranha. Ela está com receio de algo?
— Estou ouvindo.
— Meu primeiro namorado foi o enteado do meu tio e ele está aqui.
Encaro-a sem reação. Seu ex está aqui e ainda é da família, eu não estava
preparado para isso.
— Não deve ser algo muito difícil, ele e eu somos amigos e o que
aconteceu entre nós ficou no passado. — Sinto-me estranho, não gosto de
pensar em Brooke com outra pessoa. —
Só estou te falando para caso alguém fale algo, sempre rola uma piadinha.
— Dezesseis.
Ela assente.
— Dois anos.
— Sim.
Idiota!
nos despedimos, porque temos que viajar para minha cidade a fim de
jantarmos com meus pais, e subimos para seu quarto.
— Cuidado.
Ela pisca em minha direção e ocupa seu lugar atrás do volante. Eu vou para
o meu carro, acenamos para seus pais que estão na varanda e dirijo para
casa dos meus pais.
não para Brooke. Assim que passamos pelo portão, sigo pela pequena rua e
estaciono em frente à garagem, Brooke para ao meu lado.
Deixo o carro e ela faz o mesmo, ela está me encarando preocupada e com a
testa franzida. Eu pego minha mochila e vou até ela.
— Algo aconteceu?
— Eu não sabia que você era tão rico. — Olha para o lado, observa a
fachada da casa dos meus pais e suspira. — Sua família irá achar que estou
aplicando o golpe da barriga.
Brooke
Encaro a casa dos pais de Aiden com extrema preocupação, tudo bem que
eu sabia que ele era rico, mas essa casa é uma mansão, eu só vi algo assim
na série das Kardashians e em filmes.
Não consigo nem contar quantas janelas tem e não é uma simples varanda,
é uma entrada com colunas. Pelo amor de Deus, há uma rua do portão até a
casa, jardim dos lados com algumas esculturas e não consigo nem enxergar
o fim do terreno.
— Golfe não, meus pais não gostam muito do esporte, só uma quadra de
vôlei.
Ele fala como se fosse tão normal ter uma quadra de vôlei em casa.
Encara-me perdido.
Nenhum de nós fala mais nada, porque nos aproximamos da entrada da casa
e há uma pessoa nos esperando na porta. Um mordomo. O cara baixinho
que deve ter em torno de uns quarenta anos cumprimenta Aiden com um
abraço e em seguida se vira em minha direção.
— Esse é Joseph, Joseph, essa é Brooke, minha namorada.
— O prazer é meu.
Sorrio e assim que solto sua mão, ele fica de lado para que possamos entrar.
O interior da casa é tão incrível quanto o exterior, no hall as paredes são
claras e há um lustre pendurado no teto, é luxuoso, porém ao mesmo tempo
simples.
Aiden assente e nos guia para dentro da casa. Entramos em uma sala,
paredes claras, um imenso sofá em frente a uma lareira e uma enorme
televisão, ao fundo há uma parede de vidro e é possível ver o jardim, é tudo
muito chique, grande, porém há um toque de simplicidade que não
esperava.
Vamos até o fim da sala, cruzamos uma porta e entramos em uma cozinha.
É grande, os móveis são pretos e brancos, os eletrodomésticos em inox e as
paredes como a sala e hall de entrada são pintadas com uma cor clara.
Há uma mulher loira abaixada em frente ao forno, ela está vestindo jeans e
um suéter.
— Hey, mãe.
Aiden a chama de mãe e meu coração acelera. Vou conhecer a sua mãe, eu
que estou vestindo um vestido, jaqueta jeans e tênis.
— Hey, querido.
Com um sorriso no rosto ela vêm até nós dois, Aiden solta minha mão para
abraçar a mãe e assim que os dois se separam ela se aproxima de mim.
— Sou eu.
— Obrigada.
— E o meu pai?
— Vou subir com Brooke para deixarmos nossas mochilas em meu quarto.
Callie assente e Aiden nos guia para longe da cozinha, subimos as escadas
de mármore e vamos parar em um imenso corredor. Aiden abre a segunda
porta à direita e entramos em seu quarto. Há apenas uma cama, uma mesa
de estudos e alguns quadros de anotações, existem duas portas que presumo
serem o banheiro e o closet.
Solto sua mão, coloco minha mochila ao lado da sua sobre a cama e
caminho pelo quarto observando cada detalhe. Existem algumas fotos
penduradas nos quadros e muitas anotações, anotações com o que ele deve
fazer, cada passo de uma rotina.
— Eu anoto tudo sempre, assim fica mais fácil de me lembrar de tudo que
preciso fazer, porém algumas vezes esqueço de olhar as anotações.
— Nós vamos morar juntos e precisa saber que vou me esquecer de coisas
simples, como arrumar a cama, toalhas e objetos espalhados, fazer comida e
não será de propósito.
— É por isso que você e os meninos têm um quadro com as atividades que
cada um precisa desempenhar?
— Não é um fardo, Aiden. — Ergo minha mão e toco seu rosto. — Estar
com você não é um fardo.
Aiden diminui a distância entre nós e ainda estamos com nossos olhares
presos quando sua boca encontra a minha. Seus lábios se encostam nos
meus e fecho meus olhos. É como se
uma explosão acontecesse, como se fôssemos um encaixe perfeito. E talvez
sejamos.
O beijo começa calmo, mas ganha intensidade. Sua língua pede passagem,
enrola seus dedos nos fios do meu cabelo e conduz o ritmo do beijo.
Explora minha boca com vontade e com força. Aperta minha cintura e dá
um passo em frente, minha bunda encontra a sua mesa de estudos e ele me
impulsiona para cima até que esteja sentada sobre ela.
Levo minhas mãos até a barra da sua camiseta, abro meus olhos e ele dá um
passo para trás a fim de que possa jogar a peça de roupa para longe. Ele me
encara com os olhos repletos de luxúria e ainda está olhando em meus olhos
quando toca meus
ombros e empurra as alças do meu vestido para baixo, abre meu sutiã e o
jogo no chão.
Suas mãos encontram meus seios e seus dedos brincam com meus mamilos
excitados.
Suspiro e assinto, porque não consigo falar. Há uma dor entre minhas
pernas que se intensifica quando sua boca se junta às suas mãos. Volto a
fechar meus olhos, apoio minhas mãos contra a mesa e deixo que as
sensações percorram meu corpo.
Uma de suas mãos desce pelo meu corpo e encontra meu clitóris, rebolo
contra seus dedos e meus gemidos ecoam pelo quarto. Meu corpo todo se
encontra tenso e estou perto de gozar quando ele para, abro meus olhos e o
encaro furiosa.
— Porra, Aiden.
Depressa tira suas calças e cueca. Volta a se aproximar de mim e sua boca
paira a centímetros da minha orelha.
— Não precisamos.
Guio-o para dentro de mim e ele aperta minha cintura para facilitar a
posição, sei que ficarei marcada e isso me deixa ainda mais excitada. Ele
desliza para dentro e fora de mim, arrancando-me gemidos e deixando que
os seus próprios gemidos deixem sua boca.
Aiden continua me segurando e apoio minha testa contra seu ombro. Por
alguns segundos, a sensação de tranquilidade e prazer continuam
percorrendo meu corpo, respiro fundo várias vezes e ao falar é um sussurro,
porque é como se não tivesse mais nenhuma força em meu corpo.
— O bom da sua casa ser imensa é que temos certeza de que ninguém nos
escutou.
Ele apenas ri e beija a lateral da minha cabeça. Ficamos assim mais um
minuto até que Aiden nos leva para seu banheiro.
imploro para a usarmos e Aiden cede. Nós dois entramos, eu fico com meu
corpo logo em frente ao seu e apoio minhas costas contra seu peito. É
divertido e trocamos vários carinhos.
...
É lógico que com o tempo que demoramos quando descemos para a sala sua
família está toda presente, ao contrário da minha, sua família é pequena,
seus pais, seus avós por parte de pai e sua tia Karen, a mãe de Ethan.
Sua mãe e sua tia organizam o jantar na sala de jantar e nos sentamos todos
ao redor da mesa, uma enorme mesa de vinte lugares. A comida está uma
delícia, o pessoal conversa sobre trabalho e fico sabendo que a empresa de
jogos e tecnologia da família Lewis é uma das maiores do país. O assunto
A mãe de Aiden continua doce e gentil, o que faz com que fique menos
nervosa.
Seu pai olha para nós dois e não há julgamento em seus olhos, apesar da
situação e de estar nervosa não me sinto envergonhada e nem constrangida.
Mais uma vez Aiden assente e então Callie olha em minha direção.
— Ok. — Sua mãe suspira aliviada. — Ainda bem que vocês têm um plano,
porque eu não tinha.
Seu pai se joga para trás e apoia suas costas contra o estofado.
Os dois estão aliviados. Olho para Aiden que apenas dá de ombros e sorri.
Sorrio.
Ele ri, puxa-me na sua direção, então me apoio contra seu peito enquanto
ele se encosta no sofá,
Suas palavras fazem com que uma cena surja em minha mente, apesar de
ser assustadora, não tenho medo.
— Não, mas vou ficar, desde que você esteja comigo tudo ficará bem.
— Bom dia.
— Bom dia. — Nenhum de nós dois tem aula no primeiro horário e por isso
não temos pressa de deixar a cama. — Minha
Sorrio e abro meus olhos, Aiden está segurando o celular com a mão livre e
o observo com a testa franzida.
Faz uma semana do dia de Ação de Graças, cinco dias que voltamos para
Tucasloosa e sua mãe todos os dias nos envia novos apartamentos. Tanto
para Aiden quanto para mim, já que agora temos o número de telefone uma
da outra.
— Sinto muito.
Suspiro.
— Eu também.
Escovo meus dentes e ele faz o mesmo. Em seguida, Aiden me puxa para
um banho e eu vou. Ele lava meu corpo e eu lavo o seu, trocamos alguns
sorrisos e alguns olhares repletos de cumplicidade. Desde que voltamos, eu
tenho dormido aqui com ele, não é dependência, mas é porque somos
melhores juntos.
Ele assente.
— Impossível.
Beija o canto da minha boca e prende meus lábios entre seus dentes, o gesto
faz com que uma onda de excitação percorra meu corpo. Olho em seus
olhos e me deparo com luxúria, dou um passo para trás e sorrio.
— Acho bom.
Apenas sorrio e pego a minha roupa, não tenho vergonha e me visto na sua
frente. Estou de jeans e um suéter, olho para baixo e analiso meu corpo, não
há um sinal que indique estou grávida a não ser meus seios um pouco
inchados, mas em breve minha barriga irá crescer... eu me dou conta de algo
e me viro para Aiden.
Reviro meus olhos e ele vai até o guarda-roupa e escolhe algo para vestir,
eu me sento na beirada da cama e coloco meus tênis. E quando estou pronta
volto a pensar sobre minha barriga crescer, levo minha mão até ela e a deixo
espalmada sobre.
Eu vou ser mãe! Ainda estou assustada, porém quando penso em um bebê
em meus braços não fico apavorada. E
Aiden pergunta surpreso, afasto minha cabeça do seu ombro e limpo meu
rosto com a manga do meu suéter.
— Tudo bem?
Assinto.
— Não ria.
Comprime seus lábios um no outro e ergue suas mãos para o alto. Estreito
meus olhos em sua direção e ele fica em pé.
Estende-me a sua mão, então coloco meus dedos sobre os seus e de mãos
dadas descemos para a cozinha. Dylan está aqui, ele olha para nós dois e o
ignoramos, ele suspira e balança a cabeça.
Nós presumimos que foi Dylan quem contou para Kim, ele negou, mas não
acreditamos, porém e se estivermos sendo injustos?
— Não sei.
Ele faz uma careta, mas por fim assente. Nós dois preparamos nosso café,
comemos e subimos para escovarmos nossos dentes e pegarmos nossas
coisas.
— Só irá ficar tudo bem quando provar que não fui eu que falei sobre vocês
para Kim.
Ele entra em seu quarto, Aiden faz uma careta e toco seu braço.
Espero impacientemente pelo fim da minha aula e logo que termina, pego
minhas coisas, deixo a sala e vou encontrar Aiden para almoçar em um dos
restaurantes perto do departamento de Artes.
Ele está à minha espera, abraça-me e nos beijamos rapidamente, então
ocupamos uma das mesas e nos sentamos um de frente para o outro. Eu
sorrio e Aiden ergue suas sobrancelhas.
Entrego o desenho para que ele possa ver e ele encara o papel surpreso.
Encaro Aiden e as três palavras que tenho guardadas só pra mim imploram
para serem ditas, porém não as pronuncio, continuo mantendo-as em
segredo.
Nós almoçamos e cada um segue para sua aula. No final da tarde Aiden me
busca e me deixa em casa. Ele estaciona em frente ao meu prédio, vira-se
em minha direção, ergue sua mão e coloca alguns fios do meu cabelo atrás
da minha orelha.
— Claro.
Beijo a palma da sua mão que está em meu rosto. Ele se curva e aproxima
sua boca da minha.
— Estarei te esperando.
— Irei ganhar.
Estou sorrindo quando deixo seu carro e caminho na direção da entrada do
prédio. Eu não preciso abrir a porta, porque alguém faz por mim. Josh. O
que ele está fazendo aqui?
— Hey, Brooke.
— Hey, Josh.
Não tenho tempo de fazer nenhuma pergunta, porque ele passa por mim. Eu
entro em meu apartamento e encontro Dakota sentada no sofá, ela está
corada e suas roupas estão amassadas, encaro-a surpresa.
— Você e Josh?
Vou até ela e me sento ao seu lado. Pelos próximos minutos, Dakota me
conta o que está acontecendo entra ela e Josh, eu a escuto atentamente.
Ethan vem nos buscar e vamos nós e Josh com ele para Pelham Civic
Complex, demoramos uma hora para chegar e o
O jogo inicia e precisamos ser rápidos para acompanhar, os dois times são
bons e agressivos, há alguns embates e o disco corre de um lado para o
outro na pista. Aiden faz ótimas jogadas e marca duas vezes logo no
primeiro tempo.
Eu grito e xingo como nunca fiz na vida. O jogo é emocionante, mas por
fim vencemos de 7 a 4. Os jogadores do Crimson ocupam a pista e
incentivam os torcedores a fazerem barulhos e nós fazemos. Aiden tira seus
equipamentos de proteção e vira-se em nossa direção, eu sorrio e ele faz um
sinal me chamando, então desço a arquibancada e vou até ele.
Praticamente, corro na sua direção, invado a pista e assim que estou perto o
suficiente, ele me toma em seus braços. Ele nos mantém equilibrados sobre
os patins e tenho minhas pernas ao redor da sua cintura.
— Eu te amo, Aiden.
Sua boca cobre a minha e nos beijamos. Um beijo que marca o início de um
novo ciclo das nossas vidas.
4 anos depois
Brooke
Coloco meus brincos rapidamente e pego minha bolsa, então saio correndo
do meu quarto e depressa vou na direção da sala. Assim que entro no
cômodo sei que deixei meu pequeno ser humano muito tempo sozinho,
foram menos de dez minutos.
Droga, eu só fui ao quarto para colocar o brinco que tinha esquecido e pegar
minha bolsa.
Encaro Evelyn sentada no tapete da sala, ela tem uma caneta em suas mãos
e está sorrindo. Droga, eu jurei que tinha guardado todas as canetas. Acho
que me enganei.
— Eu achei que nós já tínhamos conversado que você não iria desenhar na
sua pele.
Ela aponta para meu pulso tatuado. Eu vou até ela e me abaixo ficando de
joelhos e na sua altura.
Suspira.
— Que chato.
Ela está falando que os rabiscos em seu braço é o mascote do time em que o
pai joga. Não parece o tigre dente-de-sabre que os torcedores e jogadores
chamam de Gnash, porém sua intenção é ótima e tenho certeza de que é
influência de Aiden que recentemente me fez tatuar o mascote em sua
perna.
Ela faz um biquinho fofo e suspiro. Eu não deveria cair nessa sua
expressão, mas caio.
Eu aproveito que ela está em meus braços para ficar em pé com ela em meu
colo.
— Muito pronta.
Com ela em meus braços, com minha bolsa em meu ombro e sorrindo deixo
nosso apartamento em Nashville[9]. Vamos até o elevador e descemos para
a garagem, no carro, eu a coloco em sua cadeirinha, em seguida ocupo meu
lugar atrás do volante.
Dirijo até a arena onde fica a pista de patinação do time e vou conversando
com Evelyn. O melhor dos jogos em casa é poder ir assisti-los.
Nós duas estamos vestidas com a camiseta amarela estampada com o tigre e
atrás tem o número de Aiden, além disso na minha camiseta há o seu nome
e na de Evelyn está escrito Daddy.
— Papai.
Evelyn fica em pé em meu colo e Aiden acena em nossa direção. Seus olhos
estão brilhando como só brilham quando ele está olhando para nós duas.
Ele vem até nós e fico em pé. Existe o muro de proteção entre a gente, mas
ele coloca sua mão no vidro e Evelyn faz o mesmo, como se estivesse
tocando o pai.
— Hey, gatinhas.
Meu olhar encontra o seu e como sempre o coração em meu peito bate
acelerado.
— Hey, bonitão.
Ele só desvia o olhar de mim quando nossa filha chama a atenção, ela
mostra sua tatuagem e Aiden diz que é linda. Eles conversam por um tempo
até que seu treinador o chama. Eu volto a me sentar e Evelyn apoia suas
costas contra o meu peito. Minha pequena dorme e não vê o pai marcar,
nem ganhar a partida. Eu comemoro com algumas outras esposas que estão
ao meu lado e espero por Aiden. Ele veio de carona e voltaremos juntos.
Assim que deixa o vestiário, ele caminha em nossa direção com um sorriso
em seu rosto.
Aiden
Ganhar um jogo para o time para o qual fui recrutado logo após a faculdade,
Nashville Predators, é incrível, mas nada supera ter para quem voltar depois
das partidas.
Brooke está me esperando com Evelyn em seu colo e se levanta assim que
eu saio do vestiário e vou até elas. Nossa filha está apagada em seus braços.
Nossa pequena coisinha que não é mais tão pequena.
Ser pais tão jovens não foi algo fácil, porém foi menos difícil que
acreditávamos que seria. Brooke e eu nos mudamos cinco meses antes do
seu nascimento, estabelecemos uma rotina e uma parceria perfeita. Sempre
fomos perfeitos um para o outro.
Evelyn nasceu e tudo em nossas vidas mudou, menos a forma como nos
sentíamos em relação um ao outro e isso fez toda a diferença. Nunca
descontamos as frustações no outro e
sempre optamos por conversar, nós fizemos o possível para mantermos
nosso relacionamento saudável.
Meus amigos ainda são meus melhores amigos mesmo com a distância
entre nós.
E quando olho para minha vida e para tudo que conquistei, um orgulho ecoa
em meu peito. Eu consegui. O TDAH ainda está aqui, mas ele não governa
mais minha vida, ele não guia mais meus medos e nem sussurra que eu sou
um fracasso. Brooke sabe lidar com as minhas falhas durante o dia e nós
dois sempre estamos tentando vencer meu cérebro, algumas vezes ele
vence,
Brooke pergunta assim que estamos perto o suficiente, então passo meu
braço pelo seu ombro. Beijo a lateral da sua cabeça e a testa da nossa filha.
— Papai.
— Hey, querida.
Ela me abraça e deixa a lateral do seu rosto apoiado em meu ombro, sinto
seu cheiro de bebê, meu coração triplica de
Brooke fecha o carro e vai à nossa frente, ela chama o elevador, abre a porta
assim que chegamos em nosso andar, vamos para sala, sentamo-nos os três
no sofá e Evelyn se afasta do meu peito, sentando-se minhas pernas.
Olho para Brooke e ela assente, então pedimos pizza e a comemos enquanto
assistimos desenhos infantis. Em certo momento, Evelyn desce para o
tapete e Brooke se aproxima de mim, deixa seu corpo apoiado no meu e eu
a abraço. Beijo-a e seus olhos brilham.
— Não. — Espalma sua mão sobre meu coração. — Vocês são a minha
melhor parte.
Abigail Jones ama esportes com uma única exceção: futebol americano,
além disso, é claro, tem uma total aversão aos jogadores, principalmente os
quarterbacks agenciados pelo idiota do seu pai. Tudo que ela queria era um
estágio na equipe de
Abigail está prestes a passar parte do seu dia sendo babá de um cara que
odeia. Ethan está prestes a descobrir que ele não é amado por todas as
garotas da Universidade do Alabama como acreditava ser.
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TikTok: lannaa_silva
[7] Mario Bros. é um jogo eletrônico de plataforma para arcades criado por
Shigeru Miyamoto, desenvolvido pela Nintendo Research & Development.