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Fernanda Veiga
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CIÊNCIAS E EMPREENDEDORISMO
BACHARELADO EM DIREITO
S a n t o A n t ô n io d e J e su s, 1 6 d e d e z e m b ro d e 20 22
BANCA EXAMINADORA
P r of ess or a O r i e n t a d o r a R o s i l e n e C a l d a s M a c h a d o M u n i z ,
M est r anda, U N I F A C E M P
P r of ess or A v a l i a d o r : C a í q u e P i r e s B a r b o s a ,
Especialista, U N I F A C E M P
P r of ess or a A v a l i a d o r a : R o b e r t a F a b i a n a F e l i x d e
O l i v e i r a B o r g e s , E spec ialis t a U N I F A C E M P
PROBLEMA
Atualmente as execuções fiscais são consideradas as principais responsáveis pelo
congestionamento da Justiça Brasileira.
Em 2021 foi realizada pelo CNJ uma pesquisa chamada "Justiça em Números", que
constatou que dos 75 milhões de processos em andamento ativos no ano de 2020, 36%
tinham relação com execução fiscal.
Um dos principais fatores que contribuem para a ineficácia das execuções fiscais são
os problemas mais corriqueiros desse tipo de ação, que será abordado mais adiante.
JUSTIFICATIVA
A escolha deste tema surgiu da necessidade de demonstrar como as execuções fiscais
abarrotam o Judiciário que atualmente já cuida de tantas outras demandas, de forma
que a superlotação desses processos estão afetando diretamente a celeridade
processual como um todo, contribuindo na lentidão até mesmo de processos de outras
matérias.
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é abordar como os processos de execução fiscal
congestionam o judiciário, principalmente as execuções de IPTU, trazendo uma análise
de sua Lei bem como da sua eficácia.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Demonstrar a sua evolução histórica, o seu rito, bem como suas formas de defesa, os seus
dispositivos legais, os problemas mais comuns desses processos com um estudo para a 2ª Vara
Cível desta comarca;
Do Manual de Direito Tributário. 8ª. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2022 de Alexandre Mazza;
De artigos on-lines, dentre eles o que possui os dados do relatório da pesquisa “Justiça em
Número” realizada pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ;
Da análise de processos de execução fiscal, bem como de dados da 2ª Vara Cível da Comarca
de Santo Antônio de Jesus – Bahia.
MARCO TEÓRICO
Alexandre Mazza, consagrado com mais de 60 obras jurídicas na área de Direito Público e
Direito Privado.
Após a inscrição do débito na chamada dívida ativa, extrai-se uma certidão da dívida
ativa (CDA), ela irá fundamentar a execução fiscal e instrui a petição inicial de todos os
processos
No polo ativo a execução fiscal terá em regra o ente federativo: União, Estado, Distrito Federal ou
Município.
Nos casos de parafiscalidade (art. 7º do CTN), o polo ativo da demanda será ocupado pela pessoa jurídica
encarregada de arrecadar o tributo, isto é, autarquia, conselho de classe ou pessoa equivalente.
Já o polo passivo da execução fiscal, nos termos do art. 4º da LEF, pode ser ocupado pelo devedor, o
fiador, o espólio, a massa, os sucessores a qualquer título.
O objetivo principal da criação dessa lei foi trazer uma maior celeridade processual, estabelecendo uma
padronização de ações e prazos que o Fisco deve seguir para cobrar suas dívidas através do judiciário.
Contexto Histórico da Execução de
Crédito Tributário
Decreto-Lei n° 960/38: A CDA naquela época, não era obrigatória em todos os casos,
Quando citado, o réu era obrigado a pagar a quantia cobrada ou então teria os seus
bens penhorados imediatamente. Foi revogado pelo CPC de 1973.
Código de Processo Civil de 1973: Nessa fase era analisada a execução por quantia
certa contra devedor. Esse regulamento não perdurou por muito tempo e logo após
houve a edição da Lei. 6.830/80, atual Lei de Execução Fiscal.
Lei n° 6.830/80 – Lei de Execuções Fiscais
A Lei 6.830/80 também chamada de Lei de Execução Fiscal foi criada em 22 de setembro de
1980.
A competência para julgar esse tipo de processo deve ser no domicílio do devedor, como
está previsto no artigo 5º da LEF.
Após proferido o despacho inicial, o executado será citado via correios, por Oficial de
Justiça ou edital para pagar a dívida com os juros e encargos indicados na CDA no prazo de
5 (cinco) dias ou garantir a execução.
O artigo 9º traz as possibilidades de garantias do processo, que poderão ser pagos mediante
depósito em dinheiro, fiança bancária dentre outros.
Se o devedor não pagar a dívida nem fazer essa garantia o exequente poderá
determinar os recursos do devedor que serão penhoráveis, exceto os impenhoráveis
conforme o artigo 10 da LEF.
Após essa fase, começa a contar 30 (trinta) dias para oposição dos embargos que
deverão conter todo meio de defesa. O Fisco será intimado para em 30 (trinta) dias,
impugná-los, em seguida haverá audiência de instrução e julgamento.
Agora veremos como funciona na prática um processo de execução fiscal na 2ª Vara Cível desta
comarca...
Dívida Ativa - IPTU
O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial- IPTU, como o próprio nome já diz, é voltado às propriedades
que possuam construções no ambiente urbano.
A competência para instrução deste imposto é dos Municípios e do Distrito Federal, conforme art. 156, I, CF.
Segundo Mazza o IPTU é o exemplo mais importante de tributo que é lançado de ofício pelo Fisco.
As execuções de crédito tributário em dívida ativa de IPTU se mostram como grande maioria entre as execuções
fiscais presentes na 2ª Vara Cível Da Comarca de Santo Antônio de Jesus-Ba.
Problemas das Execuções Fiscais
De acordo com Maurício Valle o artigo 40 da LEF que incentiva que o cidadão se
desinteresse pelo pagamento da dívida. Afinal, ele sabe que, depois de alguns
anos, sua dívida será extinta. Já que a lei prevê que caso os bens não sejam
encontrados em um período de cinco anos, os autos são arquivados.
Falta de Efetividade Nas Ações de Cobranças
de IPTU: Análise de ineficácia – 2ª Vara Cível da
Comarca de Santo Antônio de Jesus - Bahia
As execuções de crédito tributário em dívida ativa de IPTU se mostram maioria entre as
ações de execuções fiscais e para demonstrar isso a 2ª Vara Cível da comarca de Santo
Antônio de Jesus Bahia se mostra um grande exemplo para entendermos melhor o que
ocorre com esses processos.
Em o seu acervo geral a 2ª Vara conta com um total de 9.186,00 (nove mil cento e
oitenta e seis) processos;
Dentre eles 6.980,00 (seis mil novecentos e oitenta) são processos de execução fiscal;
E dentro dessas execuções 3.083,00 (três mil e oitenta e três) processos encontram-se
suspensos, na maioria estão relacionados a IPTU e encontram-se suspensos em
decorrência do arquivamento previsto no art. 40 da LEF pela não localização do
devedor ou de bens e uma minoria pelo parcelamento do débito tributário.
No sistema E-SAJ por exemplo dentre os 1.723 (mil setecentos e vinte e três)
processos de execução fiscal que foram baixados definitivamente entre os anos de
2015 e 2022, mesmo a maioria deles sendo de IPTU apenas 462 (quatrocentos e
sessenta e dois) processos relacionados a esse tributo foram baixados.
Esse problema geralmente tem início na juntada da CDA que muitas vezes chega ao
processo com informações inconsistentes, carecendo de dados imprescindíveis como
endereço completo que conste o nome da rua, número da casa, bairro, CEP etc. O que
acaba inviabilizando a localização do devedor.
É preciso que se tenha um olhar cuidadoso para esse tema, pois ele acaba afetando
diretamente o andamento processual de diversas outras áreas no Judiciário. Trata-se
de um problema "interno" e "silencioso" que quem está de fora não vê, mas sente seus
impactos, principalmente na lentidão processual como um todo.
CONCLUSÃO
Neste sentido, diante das altas taxas de ineficácia das execuções fiscais é preciso que
medidas como a melhoria da comunicação entre o Fisco e seus órgãos de cobrança sejam
adotadas, de forma que haja uma manutenção da atualização cadastral dos contribuintes,
bem como outras alternativas para a cobrança dessas dívidas sejam tomadas, como:
A facilitação do pagamento, do parcelamento;
A conciliação extrajudicial;
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