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O grande acúmulo de processos na execução fiscal e a

baixa efetividade na quitação dos débitos

RODRIGO REIS CYRINO


Mestre em Direito do Estado e Cidadania, Pós-Graduado
em Direito Privado e Direito Processual Civil, Professor de
Direito Público da Faculdade Municipal Faceli e da pós-
graduação de Direito Tributário e de Família da Faculdade
de Direito de Vitória - FDV. Diretor do Conselho Federal
do Colégio Notarial do Brasil. Membro da Comissão de
Segurança e Tecnologia da Comissão de Assuntos
Americanos da União Internacional do Notariado (UINL).
Ex-presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção
Espírito Santo (CNB-ES), ex-diretor do CNBPrev, ex
Gestor da Escola Notarial e Registral do Estado do
Espírito Santo - ENORES. Diretor de Notas do Sindicato
dos Notários e Registradores do Espírito Santo (Sinoreg-
ES). Palestrante em Direito Notarial e Registral. Autor de
diversos artigos e das obras "Temas de Direito Notarial e
Registral" e "Temas de Direito Tributário". Atualmente é
Tabelião de Notas do 2º Ofício de Vitória (ES). E-mail:
professor.rodrigoreis@gmail.com.
LUDYMILLA GUIMARÃES COSWOSK
Graduanda do Curso de Direito da Faculdade de Ensino
Superior de Linhares (FACELI). E-mail:
ludymilla.coswosk@outlook.com.

Áreas do Direito: Tributário e Administrativo.

SUMÁRIO: 1. INTRODUÇÃO – 2. DA EXECUÇÃO FISCAL; 2.1 DA OBRIGAÇÃO


TRIBUTÁRIA – 2.2 DO FATO GERADOR – 2.3 DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO – 2.4 DA INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA – 3 EFETIVIDADE NA
EXECUÇÃO FISCAL; 3.1 ÍNDICES DAS EXECUÇÕES FISCAIS NO SISTEMA
JUDICIÁRIO BRASILEIRO – 3.2 DEFICIÊNCIA NA COBRANÇA JUDICIAL – 4
MECANISMOS UTILIZADOS ATUALMENTE PARA O RECEBIMENTO DO
CRÉDITO; 4.1 PROTESTO DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA – 4.2 AÇÃO
CAUTELAR FISCAL – 5. NECESSIDADE DE MELHORAMENTO NAS EXECUÇÕES
FISCAIS; 5.1 A IMPORTÂNCIA DO RECEBIMENTO DAS DÍVIDAS ATIVAS PARA A
APLICAÇÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS – 6. CONCLUSÃO – 7. REFERÊNCIAS.

RESUMO
A temática abordada é a efetividade na cobrança dos débitos fiscais, e qual o
melhor mecanismo deve-se adotar para chegar à liquidação, bem como
elucidar as falhas rotineiras que vêm acarretando a baixa eficácia e lotado o
sistema judiciário. Todavia, o presente estudo tem como objetivo estudar
alternativas de cobranças para obter mais efetividade no recebimento dos
créditos fiscais, de forma que desafogue o judiciário. A pesquisa foi elaborada
utilizando como método a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental,
apresentando estudo de doutrinadores, artigos, jurisprudências e outras fontes
do direito, que defendem a necessidade da criação de critérios objetivos para
haver melhoras na eficiência da cobrança dos tributos, visto que os devedores
têm se capacitado, devendo o Estado se reorganizar a fim de sanar os vícios
nas cobranças fiscais.

Palavras-chave: Eficiência. Liquidação. Cobranças fiscais. Alternativas de


cobrança. Judiciário.

ABSTRACT

The theme addressed is the effectiveness in the collection of tax debts, and
what is the best mechanism to adopt to reach liquidation, as well as elucidating
the routine failures that have resulted in low efficiency and crowded the judicial
system. However, this study aims to study collection alternatives to obtain more
effectiveness in receiving tax credits, in a way that relieves the judiciary. The
research was developed using bibliographic research and documentary
research as a method, presenting the study of scholars, articles, jurisprudence
and other sources of law, who defend the need to create objective criteria to
improve the efficiency of tax collection, since debtors have been trained, and
the State must reorganize itself in order to remedy the defects in tax collections.

Keywords: Efficiency. Sale off. Tax collections. Billing alternatives. Judiciary.

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi desenvolvido para demonstrar a forma que tem se
desenvolvido as ações de execuções fiscais no sistema judiciário brasileiro, e
importância dos tributos para a realizações de políticas públicas.

Se faz importante este estudo pois 93,5% das verbas das administrações públicas
diretas e indiretas advém de impostos, e quando não há o pagamento, os cofres
públicos sentem a falta do montante. Mas, por quê não há o pagamento? Talvez a
forma de cobrar esteja errada, talvez o tempo de cobrar esteja impróprio, talvez o
valor cobrado tenha sido injusto, mas pelos números se nota que há algo errado no
mecanismo de impor, de cobrar e executar.

Uma execução fiscal nasce com o inadimplemento do pagamento de tributos, e é


regida por Lei própria, sendo essa a Lei de Execução Fiscal (LEF), Lei nº 6.830, de
22 setembro de 1980. Antes de ajuizar essa ação é necessário já terem tentado a
cobrança administrativamente, que é a cobrança que o ente fazendário cobrará
diretamente o devedor, não tendo êxito, é que caberá a execução fiscal. Na ação
supracitada o rito é diferente do comum, o executado é citado para pagar, e não
tendo como pagar de forma pecuniária, deve-se oferecer bens a fim de garantir à
execução, assim, não fazendo, se a citação se der por meio de oficial de Justiça,
esta ordem será de citação, penhora e avaliação, e não havendo o pagamento e nem
a garantia no prazo de 05 (cinco) dias, ocorrerá a penhora e o executado já ficará
intimado para apresentar embargos à execução no prazo de 30 (trinta) dias, ou seja,
é uma ação mais agressiva, não se discute o mérito, só se espera o pagamento.

Porém, mesmo sendo uma ação direta e objetiva, na maioria dos casos como será
exposto no decorrer do estudo, há demora excessiva no trâmite destas ações, e a
grande maioria é extinta devido a prescrição intercorrente, com resolução do mérito,
ou seja, a Fazenda ao invés de receber o crédito, teve mais prejuízo devido ao custo
da ação judicial, apesar de, na maioria dos casos extintos por este motivo os Juízes
têm adotado a doutrina majoritária, isentando as fazendas de custas processuais.

Para tanto, desenvolve-se o presente estudo em quatro capítulos, além da introdução


e da conclusão.

O primeiro capítulo contempla a ação de execução fiscal, que surge através da


obrigação tributária, e quando descumprida essa obrigação há a constituição do
crédito e a inscrição em dívida ativa
No segundo capítulo, será abordado sobre a efetividade na execução fiscal,
mostrando os índices de sua baixa eficácia e apontando que é necessário um estudo
sobre qual o melhor mecanismo que deve se adotar para chegar à liquidação, e
elucidar os erros que tem se cometido.

No terceiro capítulo, foi feito um estudo sobre os atuais mecanismos utilizados para
a cobrança do crédito tributário, sendo pesquisado a execução fiscal, o protesto da
CDA e a ação cautelar fiscal.

Por fim, no último capítulo foi feito um estudo acerca de ideias visando melhorar a
problemática, alcançando a efetividade, para que o Estado receba o que lhe é devido
para que possa instituir políticas públicas, que beneficiem a qualidade de vida de
todos, e a instituição de mecanismos mais efetivos a fim de aliviar o sistema judiciário
que se encontra sobrecarregado de execuções fiscais.

2 DA EXECUÇÃO FISCAL
2.1 DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A obrigação tributária “surge com a ocorrência do fato gerador, que tem por objeto o
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente (...)¹, em razão do que o vínculo jurídico – unindo o Poder
Público e os particulares – nasce em virtude das atividades/situações tipificadas
legalmente como tributos, taxas, multas, e implicam o recolhimento do respectivo valor
pecuniário"²

2.2 DO FATO GERADOR

Fato gerador é circunstância de fato ou de direito que impulsiona o nascimento da


obrigação tributária, sobrevindo o tributo, concomitantemente, é o conjunto dos
pressupostos abstratos descritos na norma de direito material, de cuja concreta
realização decorrem os efeitos jurídicos previstos.

____________________________

¹ Art. 113, § 1º do CTN - A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.

² MELO, José Eduardo Soares de. Curso de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Dialética, 2005. p.
213/214.
A hipótese de incidência divide-se em dois: o principal e o acessório. Na prática, o fato
gerador principal se dá quando a obrigação for definida em lei como necessária
suficiente à sua ocorrência.

2.3 DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Na visão de Wambier “por dívida ativa entendem-se os créditos tributários ou não da


União, dos Estados e do Distrito Federal, bem como suas respectivas autarquias” ³

Portanto, dívida ativa é toda aquela que deriva de tributos e da penalidade deles
decorrentes, cujo contribuinte não satisfez, dentro do prazo fixado por lei ou através
de decisão administrativa, o crédito tributário. Em sendo assim, dívida ativa nada mais
é do que o crédito que o Estado possui para com o contribuinte, o qual será cobrado
através do processo de execução fiscal.

Aliás, antes da cobrança judicial o contribuinte deverá ser notificado, em vias


administrativas, para pagar ou defender-se no prazo de trinta dias. Caso o contribuinte
não dê andamento ao processo administrativo, será extraída uma nota de débito que
conterá a qualificação do contribuinte, os valores do tributo e demais encargos legais
e será encaminhada à repartição competente para sua inscrição em dívida ativa. E
somente após a inscrição da dívida é que o Estado poderá cobrar o débito através
das vias extrajudiciais por meio do protesto, pelo processo administrativo e em ação
judicial própria denominada de execução fiscal.

Desta forma, somente ocorrerá a dívida ativa quando esgotar as possibilidades de


cobrança do débito pela Fazenda Pública, tal prática deverá sempre estar apoiada ao
controle administrativo da legalidade, razão pela qual o crédito que constitui-la será
apurado e inscrito no livro de registro, para, desta forma, ser dotado de certeza e
liquidez. ⁴
2.4 DA INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA
Sobre a inscrição da dívida ativa, o doutrinador Chimenti afirma que:
Não sendo efetuado o pagamento do valor lançado, no prazo fixado em lei, a Fazenda
Pública inscreve a dívida, o que permite o controle da legalidade da exigência; a nota
em um livro específico ou em banco de dados o nome, o endereço do devedor e dos
co- responsáveis conhecidos, o valor originário da dívida, o termo inicial dos juros e da

____________________________
³ WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil: processo de execução v. 2. 7. ed.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005., p. 383
⁴ CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário, p. 542.
correção monetária, a origem do crédito, sua natureza tributária ou não tributária, seu
fundamento legal ou contratual, a data da inscrição e, se for o caso, o número do
processo administrativo no qual o débito foi constituído (art. 201 do CTN e art. 2º, § 5º,
da Lei 6.830/80). ⁵

Nesse entendimento, nota-se que a inscrição da dívida ativa possui como finalidade
legal tornar o título executivo algo certo e líquido, para que, desta forma, a Fazenda
Pública ou suas autarquias possam cobrá-lo.

3 EFETIVIDADE NA EXECUÇÃO FISCAL

A efetividade na cobrança dos débitos fiscais, atualmente, tem tido índices muito
baixos, desta forma, se faz necessário um estudo sobre qual o melhor mecanismo
que deve se adotar para chegar à liquidação, e elucidar os erros que tem se
cometido, os quais tem acarretado baixa eficácia e lotado o sistema judiciário.

O que se entende por efetividade? Pois bem, pode-se argumentar, como já


mencionado, que será efetiva a execução fiscal se, ao final, dela puder resultar a
arrecadação da dívida em questão. Assim, não seria efetiva, por exemplo, a
execução fiscal ajuizada em face de débito que não havia sido inscrito em dívida
ativa no prazo legal, a execução que diga respeito a débito consubstanciado por
lançamento que ignorou os prazos decadenciais concernentes, ou aquela ajuizada
após cinco anos contados da inscrição do débito em dívida ativa ou em data muito
próxima do encerramento do prazo prescricional.

Tampouco poderia ser tida como efetiva a execução fiscal que se refere a termo de
inscrição de dívida ativa ou certidão de dívida ativa que padeça de vícios graves (que
não observe os mais elementares requisitos previstos nos parágrafos 5º e 6º do art.
2º da Lei 6.830/1980). Não seria efetiva, enfim, a execução fiscal que não respeita
os requisitos legais, mas essa primeira noção não pode se limitar apenas aos
requisitos de origem para o ajuizamento de uma execução fiscal capaz de alcançar
o seu fim imediato: uma execução fiscal que respeite todos os requisitos formais,
prescricionais e decadenciais. ⁶

____________________________

⁵ CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário: com anotações sobre direito financeiro, direito
orçamentário e lei de responsabilidade fiscal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 85.

⁶ Alves, Henrique Napoleão. Um ensaio para a efetividade da execução fiscal. Rio de Janeiro, pág. 38.
2012.
3.1 ÍNDICES DAS EXECUÇÕES FISCAIS NO SISTEMA JUDICIÁRIO BRASILEIRO

Como estudado, a execução fiscal é um importante instrumento da Fazenda Pública


para o recebimento dos créditos inscritos em dívida ativa, tanto que, no ano de 2019,
arrecadou através da justiça o total de R$ 47,9 bilhões, isso se deve às receitas de
execução fiscal que cresceram em quase R$ 10 bilhões em um ano (26%), em
particular, na Justiça Estadual. ⁷

No entanto, os processos de execução fiscal têm a segunda maior taxa de


congestionamento, esta taxa foi de 86,9%, no ano-base 2019, sendo essa a média de
todos tribunais de justiça, e especificamente a do Tribunal de Justiça do Espírito Santo
a taxa de congestionamento foi de 82%, representando as execuções fiscais 39% do
total de casos pendentes e 70% das execuções pendentes no Poder Judiciário, no
gráfico abaixo extraído também do relatório “Justiça em Números”, fica evidente que
os processos de execuções são os que tem o menor índice de baixa e maior índice
de processos pendentes.

____________________________

⁷ CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em Números 2020. Brasília: CNJ, 2020. Disponível
em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-V3-Justi%C3%A7a-em-
N%C3%BAmeros-2020-atualizado-em-25-08-2020.pdf. Acesso em 01 set. 2021.
Por conseguinte, o presente estudo tem o objetivo explanar as ações de execução
fiscal, mostrando os dados, e sua baixa efetividade, bem como propor mecanismos
para que a supracitada ação possa melhorar em celeridade e liquidação.

3.2 DEFICIÊNCIA NA COBRANÇA JUDICIAL


Observando o que foi levantando anteriormente, que a baixa efetividade faz com
que as Fazendas Públicas gastem ainda mais, sem a certeza de vir receber o débito.
Isto acontece pois as mesmas vêm ignorando os princípios da eficiência, da
moralidade e da razoabilidade, ao ajuizarem milhares de execuções fiscais de
valores irrisórios, cujo custo de movimentação do Poder Judiciário acaba sendo
maior que o valor cobrado, ou mesmo na cobrança de valores razoáveis, tem se
frustrado a execução, não conseguindo o exequente obter nenhuma satisfação do
crédito, pois na grande maioria das ações os devedores não são localizados, sendo
realizadas as citações por editais, ou quando é citado pessoalmente, não possui
bens suficientes para a quitação do débito.

Nesse diapasão, o Conselho Nacional de Justiça mostra todos os anos em seu


relatório, Justiça em números, que os processos de execução fiscal são os
principais responsáveis pela alta taxa de congestionamento do Poder Judiciário ao
afirmar que:

“Os processos de execução fiscal representam 39% do total de casos


pendentes e 70% das execuções pendentes no Poder Judiciário, com taxa
de congestionamento de 87%. Ou seja, de cada cem processos de execução
fiscal que tramitaram no ano de 2019, apenas 13 foram baixados”

E, sobre a baixa efetividade do crédito tributário nestas execuções fiscais, o


referido relatório assinala:

“Historicamente as execuções fiscais têm sido apontadas como o principal


fator de morosidade do Poder Judiciário. O executivo fiscal chega a juízo
depois que as tentativas de recuperação do crédito tributário se frustraram na
via administrativa, provocando sua inscrição na dívida ativa. Dessa forma, o
processo judicial acaba por repetir etapas e providências de localização do
devedor ou patrimônio capaz de satisfazer o crédito tributário já adotadas,
sem sucesso, pela administração fazendária ou pelo conselho de fiscalização
profissional. Acabam chegando ao Judiciário títulos de dívidas antigas e, por
consequência, com menor probabilidade de recuperação.”

Tal deficiência na cobrança judicial de débitos fiscais se dá muitas vezes por não
conseguirem ao menos encontrar o devedor, tendo processos que tramitam por 08
(oito) anos aguardando que o executado citado por edital quite as dividas. Outro
fator, que acarreta a deficiência é a dissolução irregular das empresas, ou de bens
que possam ser penhorados, tornando as buscas por localiza-las infrutíferas.

Vale mencionar a Respeitável Sentença que o Juiz substituto da Vara da Fazenda


Pública Est., Mun., Reg. Púb. e Meio Ambiente, André Bijos Dadalto, prolatou:

“(…) A inscrição do crédito tributário em dívida ativa ocorre pelo


inadimplemento da obrigação tributária nascida com o fato gerador. Assim, o
crédito tributário não suspenso, não extinto ou não excluído, poderá, como
resposta à necessidade de cobrança judicial do sujeito ativo, ser inscrito em
dívida ativa. Tal procedimento tem o condão de conferir exequibilidade à
relação jurídico-tributária. Desse modo, a dívida ativa pode ser definida como
o crédito tributário inscrito.

Após a inscrição, cria-se o cenário hábil à propositura da ação para cobrança


do crédito tributário – Ação de Execução Fiscal. Nos termos do artigo 174 do
Código Tributário Nacional, a ação de execução fiscal prescreve em cinco anos
contados da data da sua constituição definitiva.

(…)

Nesse sentido, o seguinte julgado do colendo Superior Tribunal de Justiça,


submetido ao rito dos recursos especiais repetitivos representativos de
controvérsia:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO
FISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRAR
JUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. [...]

13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio de


ajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,
revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazo
prescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do crédito
tributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do
devedor (ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante
a anterior redação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN). 14.
O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção da
prescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na
seara tributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar
118/2005, conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à
prolação do despacho que ordena a citação do executado retroage à data do
ajuizamento do feito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo
prescricional. […] 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies ad
quem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para sua
recontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174,
parágrafo único, do CTN. […] 19. Recurso especial provido, determinando-se
o prosseguimento da execução fiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo
543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro
LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010).

O termo inicial da contagem do prazo de prescrição intercorrente, portanto, é o


dia da distribuição do executivo fiscal.

Proposta a execução fiscal dentro do prazo legal de cinco anos, esta, como de
ordinário qualquer execução, tem seu desenvolvimento regular com a citação
do devedor e a procura de bens que possam satisfazer o credor, devendo, ao
fim, dar a este efetivamente a prestação a que tem direito. Neste sentido, cito
os ensinamentos do Professor Barbosa Moreira:

(…) diversamente do processo de conhecimento, a “finalidade do processo


de execução, a saber, é atuar praticamente aquela norma concreta”
(MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro, Rio de
Janeiro: Forense, 1999, p. 185).

Para evitar uma inércia da Fazenda Pública na recuperação do crédito, o


legislador estabeleceu mecanismos para que não se deixasse, uma vez
proposta a execução fiscal, a Fazenda de dar o regular e efetivo andamento
processual e com isso se criou a figura da “prescrição intercorrente”.

A prescrição intercorrente é a que ocorre no curso da Execução Fiscal quando,


interrompido o prazo prescricional pelo despacho do Juiz que determina a
citação, o sujeito ativo exequente deixar de promover o andamento efetivo da
execução, quedando-se inerte. A inércia do exequente dá ensejo ao reinício do
prazo quinquenal.
(…)

Considerou o Relator que “O que importa para a aplicação da lei é que a


Fazenda Pública tenha tomado ciência da inexistência de bens penhoráveis no
endereço fornecido”, concluindo que isso é o suficiente para inaugurar o prazo
prescricional, de acordo com a lei.

O ministro enfatizou que, não havendo a citação de qualquer devedor


(marco interruptivo da prescrição) ou não sendo encontrados bens sobre
os quais possa recair a penhora, inicia-se automaticamente o
procedimento previsto no artigo 40 e o respectivo prazo, ao fim do qual
estará prescrito o crédito fiscal. "Em execução fiscal, não localizados
bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se
inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente. Esse é o teor da
Súmula 314 do STJ."

Conforme ressalvado pela Corte, “os requerimentos feitos pelo exequente,


dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo
de prescrição aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo)
deverão ser processados, ainda que para além da soma desses dois prazos”.

Destarte, a propositura da ação constitui o dies ad quem do prazo prescricional


e, simultaneamente, o termo inicial para sua recontagem, caso haja inércia do
credor, sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,
do CTN.

Assim, ultrapassada a fase de propositura da ação fiscal com o despacho do


juiz que ordena a citação (nos termos dos artigos 8º, parágrafo 2º da LEF e
174, parágrafo único, inciso I do CTN com a redação da Lei Complementar
118/2005), afastando a prescrição tributária em si, este, em regra, interrompe
a prescrição, iniciando então, o suposto prazo quinquenal de uma provável
prescrição intercorrente.

In casu, considerando o momento em que a exequente teve ciência da


inexistência de bens penhoráveis (mencionado no relatório) até a
presente data, vejo que os prazos de suspensão da execução e de
prescrição intercorrente fluíram em sua totalidade, ainda que se
considere a data da última petição em que o fisco requereu diligências.

Ademais, não houve requerimento pretérito de diligências no sentido de


localizar bens penhoráveis, conforme tese firmada pelo STJ no item “3)”
do Resp 1.340.553.

Importa registrar que à luz do ordenamento jurídico, o prazo prescricional está


sujeito a causas de suspensão e de interrupção.

A suspensão do prazo prescricional ocorre por força da própria suspensão da


exigibilidade do crédito tributário, nas hipóteses do art. 151 do CTN: moratória,
depósito do montante integral, impugnação e recurso administrativo, liminar em
mandado de segurança, liminar ou antecipação de tutela em outras ações,
parcelamento. Isso porque, suspensa a exigibilidade, resta afastado um dos
requisitos para a execução, que pressupõe título certo, líquido e exigível. Não
há outras causas suspensivas da exigibilidade que não estas decorrentes
diretamente do CTN, sendo inconstitucionais as leis ordinárias que
estabeleceram hipóteses diversas, pois invadiram a reserva de lei
complementar constante do art. 146, III, b, da CF.

(…)
Mas, antes mesmo da Execução Fiscal, pode ser interrompido o prazo
prescricional. O art. 174, parágrafo único, inciso II, do CTN estabelece, como
causa interruptiva, o protesto judicial promovido pelo Fisco, o que se dá nos
termos do art. 726, §2º, do CPC. Já o inciso III do mesmo parágrafo estabelece,
como causa interruptiva, “qualquer ato inequívoco que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor”, no que se enquadram as declarações
ou confissões de débito pelo contribuinte, inclusive para fins de parcelamento,
e o oferecimento de caução em garantia através de ação cautelar.

Note-se que a interrupção do prazo prescricional deve dar-se durante o


quinquênio, sob pena de consumação da prescrição.

Decorridos mais de cinco anos do marco interruptivo da prescrição, sem


qualquer resultado útil à sua satisfação, deve ser extinta a execução fiscal.

Oportuno ressaltar, que reiterados pedidos por parte da Fazenda Pública


exequente no sentido de que seja realizado BacenJud, RenaJud e suspensão
do processo não são suficientes para demonstrar interesse do exequente na
obtenção de diligência com resultado útil. Quanto requeridas na fluência do
prazo de suspensão (de um ano) e/ou da prescrição intercorrente, embora não
tenham o condão de suspender ou mesmo interromper a fluência deles, são
consideradas com efeito retroativo caso impliquem em fato capaz de se ajustar
a alguma hipótese de suspensão ou interrupção do prazo de prescrição.

Todavia, se já evidenciado o decurso dos dois prazos ou se as diligências,


quando deferidas, não resultem em efeito prático relevante para suspender ou
interromper a execução fiscal, deve-se pronunciar a prescrição intercorrente.

Cito o entendimento que vem sendo adotado pelos tribunais:

(…) REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS NÃO IMPEDE O CURSO DO


PRAZO PRESCRICIONAL. “2. ‘Os requerimentos para realização de
diligências que se mostraram infrutíferas em localizar o devedor ou seus
bens não têm o condão de suspender ou interromper o prazo de
prescrição intercorrente’ (AgRg no REsp 1.208.833/MG, Rel. Min. CASTRO
MEIRA, Segunda Turma, DJe 3/8/12).” (STJ, 1ª T., AgRg no AREsp
383.507/GO, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, out/2013)

(…)

Vale transcrever, ainda, o voto do Des. Carlos Roberto Lofego Caníbal, no


julgamento da Apelação Cível nº 70058361007, em 12/03/2014:

(...) Vê-se, pois, que se configura o abandona da causa em havendo


transcorrido prazo superior a cinco anos sem impulsionamento útil,
sendo este o pressuposto inarredável da prescrição intercorrente, como
reconhecido pela doutrina e jurisprudência, independente do motivo para
tanto.

Os autos permaneceram sem resultado útil, inexistindo causa suspensiva


ou interruptiva, por mais de cinco anos, em decorrência a inação do
exequente em promover atos de sua competência na esfera
administrativa no sentido de localizar bens ou endereço atualizado da
parte executada.

Na tese firmada em Recurso Repetitivo o STJ esclareceu que o “magistrado,


ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial por
meio da delimitação dos marcos legais que foram aplicados na contagem do
respectivo prazo, inclusive quanto ao período em que a execução ficou
suspensa”.
(…)

O precedente vinculante do STJ não deixa margem para que o exequente


impute ao Judiciário a culpa pela prescrição de sua pretensão (seja no
primeiro ou segundo grau – em caso de recurso pendente), uma vez que
os pedidos de pesquisa (Bacenjud/infojud/Renajud ou penhora de bens
etc) que porventura sejam diligentemente realizados pela parte
exequente, antes do implemento do prazo prescricional, devem ser
apreciados pelo juízo (Tese 3), de modo que resultando em êxito para
garantir a execução, como por exemplo a penhora, ter-se-ia uma causa
interruptiva a partir de então.

Além disso, mesmo durante o prazo em que os autos aguardam alguma


deliberação por parte do Judiciário, nada impediu que o exequente
diligenciasse para localizar outros bens do devedor, no intuito de garantia
a totalidade da dívida.

(…)

Enfatizo que os requerimentos feitos a este juízo para que fossem feitas
pesquisas através dos sistemas informatizados (BACENJUD, RENAJUD,
INFOJUD-DOI, INDISPONIBILIDADE DE BENS PELA CNIB) jamais tiveram o
condão de exigir a parte exequente de diligenciar administrativamente para
localizar bens passível de constrição. O maior interessado na satisfação do
crédito é o exequente, portanto, a ele recai o ônus de sempre imprimir
diligências concretas para tentar localizar bens penhoráveis. [grifo
nosso]

Ao longo dos anos, observo que o Fisco reluta em se estruturar para


buscar a efetividade necessária à satisfação de seus créditos. Por outro
lado, o Judiciário não deve substituir a parte exequente na tentativa de
localizar bens. A substitutividade inerente à jurisdição se dá em atos
constritivos e expropriatórios.

Com tais razões de decidir, pronuncio a prescrição intercorrente do crédito


tributário cobrado na presente ação e, em consequência, JULGO EXTINTO o
processo, com resolução do mérito, nos moldes previstos no art. 156, V, do
CTN, c/c artigo 487, II, do Código de Processo Civil.

(…)”

Nessa sentença, fica claro que as procuradorias têm sua parcela de culpa no baixo
índice de quitação do débito, visto que muitos processos são extintos por prescrição
pela falta de indicação de bens passíveis de penhora, o que interromperia a
prescrição, mas como já assinalado é difícil para esses orgãos confrontar um devedor
que se qualifica conforme os anos de tramitação da execução, enquanto o exequente
fica preso a seguir a Lei 6830/1980, pelo princípio da legalidade. Embora a faustosa
coerência do M.M Juiz prolator, em não condenar os exequentes em custas ou
honorários sucumbenciais por entender que seriam duplamente prejudicados, mas o
Estado ou a União são oneradas, visto que a tramitação de um processo gera custos
altíssimos, ainda mais quando se trata de execuções que se perduram por anos.
Nesse sentido, foi feito uma pesquisa com quem julga as demandas de execuções
fiscais no município de Linhares/ES, o Excelentíssimo Juiz de Direito André Bijos
Dadalto, vejamos a pesquisa:

Pergunta: Quais são as principais razões da demora das execuções ficais?


Resposta: Primeiro, grande volume de processos de execuções fiscais e de outras
matérias que tramitam na vara da fazenda pública mas nos últimos anos tem
diminuído bastante, porque está se investindo nas formas extrajudiciais de cobrança,
então, por exemplo, se você estiver devendo IPTU, a prefeitura não ajuizará direto a
execução fiscal, dependendo do valor da dívida, ela protesta a CDA inscrevendo o
nome do devedor no SPC e SERASA, então essa inscrição vem ajudando a diminuir
as demandas judiciais, e também o investimento no sistema do PJE agiliza as
execuções fiscais, mas acho que a demora é principalmente devido ao grande volume
de processos.

Pergunta: O que pode melhorar a celeridade?

Resposta: investir em meios extrajudiciais de cobrança que já vem sendo feito e no


processo eletrônico.

Pergunta: O incentivo do protesto pode ser uma via mais célere?

Resposta: Com certeza, porque evita-se o ajuizamento de ação judicial e mexer com
a máquina do judiciário, para o contribuinte é melhor por pagar menos, não ter que
arcar com as custas judiciais, somente com as custas do cartório o que é menos
custoso, então com certeza esse é um caminho.

Por conseguinte, a mesma pesquisa foi realizada com o Procurador do Estado do


Espírito Santo, José Alexandre Rezende Bellote que é o chefe do setor de dívida ativa:

Pergunta: Quais são as principais razões da demora da execução fiscal?

Resposta: Falta de qualificação do devedor, inclusive em relação a sua situação


patrimonial e morosidade da justiça.

Pergunta: O que pode melhorar a celeridade?

Resposta: Investimento em tecnologia para qualificação devedor.


Pergunta: O incentivo do protesto pode ser uma via mais célere?

Resposta: Sim. O protesto embora limitado, já que não há expropriação de bens, é


um incentivo.

4 MECANISMOS UTILIZADOS ATUALMENTE PARA O RECEBIMENTO DO


CRÉDITO.

Conforme preceitua o caput do art. 2º da LEF, constitui dívida ativa da fazenda pública
aquela definida como tributária ou não tributária, e o não pagamento desse débito se
constitui em dívida ativa, a qual a inscrição é feita administrativamente pelas
Fazendas, o art 5º da referida Lei traz o que deverá conter no termo de Inscrição da
CDA, que são:

I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o


domicílio ou residência de um e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular
os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;

IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária,


bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;

V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e


VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles
estiver apurado o valor da dívida.

Desta forma, será encaminhada a petição inicial acompanhada da inicial e os demais


requisitos do art. 5º da LEF, ao Juízo competente, e este ordenará a citação do
executado, para, no prazo de 05 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multas,
conforme a CDA, se o executado tiver interesse em embargar à execução, deverá
oferecer fiança ou seguro garantia, bem como nomear bens à penhora, a fim de
garantir a ação executória.

Em contrapartida, como já exposto, na grande maioria das execuções fiscais o


executado não é localizado ou é revel, tornando mais difícil a satisfação do crédito,
nesses casos, o art. 10º da LEF traz o que segue:

Art. 10. Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata
o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os
que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

Após a localização de bens, se for em dinheiro, esse será convertido em depósito, se


for bem móvel será removido para depósito judicial particular ou do exequente,
recaindo a penhora sobre bem imóvel, após as devidas intimações, será o bem
avaliado para posterior realização de praça, porém, conforme relatado pelo “Justiça
em números” apenas 2,6% das ações de execução fiscal resultam em algum leilão
judicial, com ou sem êxito. Do total de processos, o leilão gera recursos suficientes
para satisfazer o débito em apenas 0,2% dos casos.

Ademais, na maioria das ações de execuções fiscais não se acham bens do devedor
e não há garantia da execução, fazendo com que essas ações fiquem suspensas por
01 (um) ano, e arquivadas provisoriamente até o prazo prescricional.

4.1 PROTESTO DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA

Segundo a norma contida no art. 1º da Lei 9.492/97, "Protesto é o ato formal e solene
pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em
títulos (Cheque, Duplicata Mercantil, Nota Promissória, etc) e outros documentos de
dívida" e serve também para fixação do termo inicial de encargo, quando o título não
lhe trouxer expresso.

O protesto tem a finalidade de provar publicamente o atraso do devedor e a de


resguardar o direito de crédito.

A Lei Federal nº 12.767/12, em seu artigo 25, incluiu o parágrafo único no artigo 1º da
Lei Federal nº 9.492/97, conforme se observa:

Art. 25. A Lei no 9.492, de 10 de setembro de 1997, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

“Art. 10…
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de
dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das
respectivas autarquias e fundações públicas.”

Desse modo, o artigo 1º da Lei 9.492/97, passou a vigorar com a seguinte redação:

Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida.

Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de


dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das
respectivas autarquias e fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 12.767, de
2012)

Portanto, a Certidão de Dívida Ativa (CDA) goza de presunção de certeza e liquidez,


nos termos do artigo 204 do CTN, sendo facultado ao credor, no caso ao Fisco,
compelir, extrajudicialmente, o contribuinte inadimplente a quitar seus débitos, para
realizar o protesto o título precisa ser apresentado no Cartório de Protesto de títulos,
competindo privativamente ao Tabelião lavrar e registrar o protesto.

O protesto da CDA é uma medida que visa melhorar a eficiência na cobrança dos
créditos inscritos em dívida ativa, sendo este, atualmente, um dos melhores meios
para obter o recebimento desses créditos e, ao mesmo tempo, diminuir a quantidade
de ações judiciais que seriam iniciadas, ou a conseguir a quitação de um débito que
já esteja sendo cobrado judicialmente, acarretando a extinção do processo por
satisfação do crédito.

Conforme uma pesquisa feita pela revista “Cartórios com Você”⁸, o protesto das CDAs
em 2016 possuía taxa de recuperação de 19%, sendo um índice alto se comparado
com as demais formas diretas de cobrança tributária.

Importante mencionar, que o bom resultado do protesto da CDA incomodou a


Confederação Nacional da Indústria (CNI), a qual ajuizou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade 5.135, contra dispositivo da Lei 9.492/1997, que regulamenta os
serviços referentes ao protesto em cartórios de títulos e outros documentos de dívidas
tributárias, no julgamento da ADI, o relator Ministro Luís Roberto Barroso, votou pela
improcedência da ação, embasado no argumento que o protesto efetuado pelo Fisco
visa promover a cobrança extrajudicial de CDAs, sendo este um meio constitucional e
legítimo de cobrança do crédito, o entendimento do relator se sagrou vitorioso.

4.2 AÇÃO CAUTELAR FISCAL

A lei nº 8.397/92, alterada pelo art. 65 da Lei nº 9.532/97, autoriza a Fazenda Pública
da União, dos Estado, do Distrito Federal e dos Municípios, e respectivas
autarquias, a instaurar procedimento cautelar fiscal para garantir seus créditos
tributários ou não tributários contra o sujeito passivo, determinando o rito
processual, que pode ser instaurado após a constituição do crédito, inclusive no
curso da execução judicial da Dívida Ativa. A ação cautelar pode ser requerida em
face do sujeito passivo do crédito tributário ou não tributário, quando o devedor: ⁹

____________________________

⁸ Revista Cartórios com Você - Edição 2. Versão on-line · Versão em PDF. Disponível em:
https://www.anoreg.org.br/site/revistas/cartorios/Cartorios-Com-Voce-02.pdf. Acesso em 16 out. 2021.
⁹ BRASIL, Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9532.htm. Acesso em 18 out. 2021.
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;

IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu


patrimônio;

V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do


crédito fiscal:

a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;

b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;

VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem


trinta por cento do seu patrimônio conhecido;

VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da


Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;

VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo


órgão fazendário;

IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do

crédito." ¹º

Na hipótese do inciso VII, o requerimento da medida cautelar independe da prévia


constituição do crédito tributário. Para a concessão da medida cautelar fiscal é
essencial que haja prova literal da constituição do crédito fiscal e prova documental.

5 NECESSIDADE DE MELHORAMENTO NAS EXECUÇÕES FISCAIS

Se faz necessário o melhoramento do mecanismo de cobrança, devendo os Estados,


Municípios e União repensarem a atuação entre as Procuradorias e a Administração
Fazendária, através de uma ação concatenada e harmônica, especialmente no que
concerne à coleta de informações.
Por conseguinte, o aperfeiçoamento da execução fiscal, irá beneficiar os cofres
públicos e o poder judiciário, pois o processo exitoso, tramita mais rápido. Desta
forma, vejamos a exortação feita por Leonardo Greco:¹¹

“... o desafio que a execução apresenta aos juristas do nosso tempo é o de


abandonar uma atitude meramente contemplativa e conformista de
sistematização exegética do ordenamento existente, em busca de novos
paradigmas que sirvam de fundamentos para construção de um novo
sistema normativo, para que num futuro não distante a execução se torne
instrumento efetivo e célere da mais ampla satisfação de qualquer tipo de
crédito, com a menor onerosidade possível para o devedor, sempre

____________________________
¹¹ GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo justo. Campos dos
Goytacazes: Ed. Faculdade de Direito de Campos, 2005.
assegurado o respeito integral às garantias processuais dos direitos
fundamentais, como o devido processo legal, o contraditório e a ampla
defesa”.

Além disso, é imprescindível buscar os elementos principais da eficiência nesse


campo: a criatividade, a inovação a criação de novas estratégias processuais
(medidas cautelares, reconhecimentos de grupos econômicos etc). Pois, não faz
sentido despejar todos os dias milhares de execuções fiscais no Judiciário com o
mero propósito de interromper a prescrição, afigura-se necessário empreender uma
reforma legislativa para que a prescrição se interrompa com a simples intimação
administrativa do devedor, a quem há de se impor o dever de indicar quais são e
onde estão seus bens penhoráveis, sob pena de multa.

Outra proposta, seria o ajuizamento da execução somente quando a Fazenda tiver


indicação de bens ou demonstrar algum nível de viabilidade da cobrança, para evitar
o desperdício de recursos públicos, dessa forma, caberia às procuradorias
diligenciarem a busca de bens dos devedores, antes de ajuizar a execução.
Pode-se refletir, sobre instrumentos novos a serem debatidos e, eventualmente,
incorporados à prática administrativa tributária, como por exemplo:

adjudicação de bens penhorados, quando for de interesse do Estado; (ii) alienação


por iniciativa particular, acelerando a alienação sem necessidade de leilão judicial;
(iii) disponibilização de acesso a sistemas de identificação de patrimônio (imóveis,
embarcações, aeronaves etc.) pelos próprios procuradores, em articulação com o
Fisco; (iv) equipe de apoio para identificação específica de fraudes à execução; com
formação de grupo especializado; (v) instrumentos de consensualidade para causas
em que haja baixa probabilidade de êxito, garantindo- se maior autonomia do
representante fazendário na escolha pública consensual e assim por diante. O
procedimento executivo não pode mais ser mantido com base exclusivamente
normativa, em uma lei que nos remete ao ano de 1980. Os devedores se
especializam e se qualificam, devendo a Administração Tributária e as entidades de
representação judicial seguir o mesmo caminho para não viabilizar uma assimetria
de informações e, consequentemente, elidir a evasão fiscal.¹²

____________________________

¹² Marcílio da Silva Ferreira Filho. Pesquisador do Grupo de Pesquisa: “Desafios do Controle da


Administração Pública Contemporânea” Aceso em:
dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/5159404190882666. Disponível em: 12 ago 2021.
Outrossim, foi proposto pelo Conselho Nacional de Justiça à Faculdade de Direito
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que eles realizassem uma pesquisa
sobre as inter-relações entre o processo administrativo e o judicial na esfera fiscal,
essa pesquisa foi realizada entre fevereiro e dezembro de 2010, ao final os
pesquisadores apresentaram três propostas visando à melhoria no mecanismo de
cobrança:

1)melhorias na instância administrativa, exigindo a obrigatoriedade de as questões


tributárias e administrativas serem submetidas à apreciação dos organismos
julgadores administrativos antes de serem levadas à jurisdição judicial; declarar a
impossibilidade de os órgãos administrativos se absterem de resolver qualquer
reclamação recebida; impor à instância administrativa prazo para resolver seus
processos (possivelmente um ano); realizar a apreciação administrativa por alçadas

(pelo valor da contenda, estabelecendo procedimentos processuais sumários e


comuns); selecionar os membros julgadores administrativos por concurso público;
proibir a reformatio in pejus (os órgãos jurisdicionais administrativos deverão julgar as
lides dentro dos limites e das pretensões formuladas pelas partes) e, por fim, instituir
a obrigatoriedade de apreciação de provas praticadas no procedimento administrativo
dentro do processo judicial.

2) Converter a atual instância administrativa tributária em órgão julgador de 1ª


instância, que faria coisa julgada quanto aos fatos, sendo os eventuais recursos
encaminhados aos tribunais judiciais competentes (Tribunais Regionais Federais ou
Tribunais de Justiça), a exemplo do modelo americano em que há o direito
constitucional ao recurso. Acresce-se que, ao órgão jurisdicional, caberia apenas a
revisão das questões de direito. Para tanto, seria necessário prover os órgãos
julgadores administrativos de cargos de vogais administrativos, por via de provimento
por concurso público e, a fim de garantir imparcialidade e independência, retirar esses
órgãos da hierarquia do Ministério ou das Secretarias da Fazenda.

3) Separar as jurisdições, criando dois novos órgãos no Poder Judiciário brasileiro:


1) Os Tribunais Tributários Federais e Juízes Tributários Federais; e 2) Os Tribunais
Tributários e Juízes Tributários dos Estados e do DF e Territórios. A fim de extinguir
a duplicidade, tornar-se-ia necessário aplicar uma das três ações: (a) findar os
órgãos julgadores administrativos; (b) transformá-los em órgãos julgadores de 1ª
instância; ou (c) tornar essa instância administrativa obrigatória com o fim de
fortalecê-la. Essa proposta, inspirada nos modelos francês e português, encontra
paradigma no modelo da Justiça Eleitoral, que é um Poder Judiciário
administrativo.¹³

Ademais, dentre os estudos expostos acima, com o objetivo de obter maior êxito na
cobrança da dívida ativa, a proposta que seria mais viável pela praticidade e

sem ter que mudar tantas coisas o que demandaria mais tempo, é a primeira
proposta, a qual visa funcionamento com eficácia do processo administrativo, dando
poderes às administrações para resolverem com propriedade essas demandas, e
só aceitar as demandas no judiciário com as provas praticadas no processo
administrativo.

Sobre as outras propostas, embora sejam boas e tenham como o objetivo a


eficiência no recebimento dos débitos, são medidas mais drásticas que precisariam
de muito mais tempo para serem executadas.

5.1 A IMPORTÂNCIA DO RECEBIMENTO DAS DÍVIDAS ATIVAS PARA A


APLICAÇÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Quando o contribuinte deixa de arcar com seus tributos ele prejudica o coletivo, pois
essas verbas são destinadas à saúde, educação, lazer, segurança, entre outros.

Por políticas públicas se entende as ações do Estado que visam fornecer bens da vida
reputados úteis ou necessário pela sociedade.
Vejamos o que diz o Tesouro Nacional¹⁴ sobre o tema:
“A sociedade brasileira vive um dilema. Se, por um lado, a demanda da
população por serviços públicos é crescente, por outro, a capacidade de

____________________________

¹³ BRASIL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Inter-relações entre o processo


administrativo e o judicial (em matéria fiscal) a partir da identificação de contenciosos cuja solução
deveria ser tentada previamente na esfera administrativa. Porto Alegre: UFRGS, 2010-2011. 2 v. em 1.
Relatório final da pesquisa jus-doutrinária comparada, realizada pela Faculdade de Direito da UFRGS.
Disponível em: <https://bibliotecadigital.cnj.jus.br/jspui/handle/123456789/141>. Acesso em 25 outubro
2021.
¹⁴ Qualidade do Gasto e Avaliação de Políticas Públicas: Estatisticas Fiscais e Planejamento. Disponível
em: < https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/estatisticas-fiscais-e-planejamento/qualidade-do-
gasto-e-avaliacao-de-politicas-publicas>. Acesso em 25 outubro 2021.
extrair recursos da sociedade para financiamento dos serviços públicos é
limitada. A solução para esse dilema está na Qualidade do Gasto Público,
que compreende essencialmente a racionalização e priorização da
eficiência, da eficácia, da equidade e da sustentabilidade das políticas
públicas. Ou seja, fazer mais, com menos recursos e da melhor forma
possível. O tema Qualidade do Gasto tem se tornado cada vez mais
presente na discussão orçamentária e financeira no âmbito do Governo
Federal.”

Como é sabido, o Estado é uma máquina que funciona em prol de todos e a


arrecadação dos tributos é fundamental para a economia nacional, conforme traz
inciso IV do artigo 3º da Constituição Federal, a promoção do bem-estar social é um
de seus objetivos, e isso se faz por meio de políticas públicas, mas para que o
Estado consiga cumprir com a sua finalidade é preciso que tenha receita. Sobre
isso, o Saudoso professor Ricardo Lobo Torres (2010, pág. 3):

“Atividade financeira é o conjunto de ações do Estado para a obtenção da


receita e a realização dos gastos para o atendimento das necessidades
públicas. Os fins e os objetivos políticos e econômicos do Estado só podem
ser financiados pelos ingressos na receita pública. A arrecadação dos
tributos — impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios —
constitui o principal item da receita. Mas também são importantes os
ingressos provenientes dos preços públicos, que constituem receita
originária porque vinculada à exploração do património público. Compõem,
ainda, a receita pública as multas, as participações nos lucros e os
dividendos das empresas estatais, os empréstimos etc.
Com os recursos assim obtidos, o Estado suporta a despesa necessária para
a consecução dos seus objetivos. Paga a folha de vencimentos e salários dos
seus servidores civis e militares. Contrata serviços de terceiros. Adquire no
mercado os produtos que serão empregados na prestação de serviços públicos
ou na produção de bens públicos. Entrega subvenções económicas e sociais.
Subsidia a atividade econômica.
A obtenção da receita e a realização dos gastos se faz de acordo com o
planejamento consubstanciado no orçamento anual.
Todas essas ações do Estado, por conseguinte, na vertente da receita ou da
despesa, direcionadas pelo orçamento, constituem a atividade financeira.”

6 CONCLUSÃO
O presente estudo tem por fim demonstrar que o conceito de efetividade da
execução fiscal é gradativo, pois depende da observância de muitas camadas de
requisitos e expectativas para ser alcançado de forma plena; e que somente a partir
de um conceito amplo de execução fiscal efetiva é possível examinar criticamente
as diferentes iniciativas que se relacionam com esta busca, visto que a identificação
de todos os elementos é importante quando se visa melhorar.
Ademais, conforme debatido no estudo, são vários os fatores que cooperam para a
baixa efetividade nas cobranças da dívida ativa e no acúmulo dos processos de
execuções fiscais, fatores esses que demonstram que o mecanismo de cobrança está
mascavado, pois o devedor tem se qualificado, é cotidiano as procuradorias ajuizarem
ações contra empresas que se dissolveram de forma irregular, e após a certificação
dessa dissolução o processo começa praticamente do 0 (zero) novamente, tendo em
vista o entendimento do STJ pela desconsideração da personalidade jurídica quando
comprovado a dissolução irregular, começando ali as tentativas de citação dos sócios,
sendo essa uma grande chance de receber o crédito, porém, é muito moroso sendo
esse um dos exemplos que faz com que o processo se arraste por longos anos, como
demonstrado por essa pesquisa.

Outrossim, através das pesquisas bibliográficas e doutrinárias pode-se identificar as


causas da baixa eficácia das execuções fiscais, identificando as falhas das
procuradorias, das fazendas públicas e do judiciário, se fazendo importante um aporte
para reflexões e ações mais profundas.

Pode-se concluir com a presente pesquisa, que é preciso uma discussão no poder
legislativo a fim de alterar o mecanismo de cobrança, nota-se que não é equilibrado a
Lei reguladora ser de 1980, enquanto os devedores se qualificam em ludibriar o
ordenamento, ferindo inclusive o princípio da isonomia, pois pelo princípio da
legalidade não se pode criar métodos de cobrança divergente da Lei, não sendo ato
discricionário, portanto é imprescindível uma reforma.

Diante de tudo o que fora explorado, é razoável defender a proposta mais viável pela
praticidade e a que não precisaria de tantas mudanças para colocar em prática o novo
projeto, como dar mais autonomia para a administração apreciar com os organismos
julgadores as demandas tributárias, visando assim o funcionamento com eficácia do
processo administrativo, dando poderes e liberdade às administrações para
resolverem com propriedade, e ser esse processo como requisito de admissibilidade
da execução fiscal no judiciário.

Por derradeiro, conclui-se que as mudanças são necessárias para um judiciário mais
leve e para o principal objetivo do presente estudo que é a eficácia no recebimento
dos créditos
7 REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9532.htm. Acesso em 18 out. 2021.

BRASIL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Inter-relações


entre o processo administrativo e o judicial (em matéria fiscal) a partir da
identificação de contenciosos cuja solução deveria ser tentada previamente
na esfera administrativa. Disponível em:
https://bibliotecadigital.cnj.jus.br/jspui/handle/123456789/141. Acesso em 25 out.
2021.

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impostos, incentivos à exportação, doutrina, prática e jurisprudência; I prefácio de
Ives Gandra da Silva Martins I. 11. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário.17. Ed. São Paulo:


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CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário: com anotações sobre direito


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GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo justo.


Campos dos Goytacazes: Ed. Faculdade de Direito de Campos, 2005

MELO, José Eduardo Soares de. Curso de direito tributário. 6. ed. São Paulo:
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WAMBIER, Luiz Rodrigues, et al. Curso avançado de processo civil: processo de


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