Você está na página 1de 11

CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO (ART.

359-A)
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa:
Operação de crédito interno é aquela realizada no âmbito nacional; externa é a operação levada
a efeito no exterior. Quando se tratar de operação de crédito externo tem a necessidade da
autorização específica do Senado Federal (Art.32, inciso IV do §1º da lei complementar
101/2002.)
Sujeitos:
 Ativo: somente o funcionário público competente para ordenar, autorizar ou realizar
operação de crédito.
 Passivo: É o Estado (União, Estado, DF e Municípios).
Crime Próprio: somente é praticado pelo agente público com as atribuições descritas.
Objeto material: é a operação de crédito.
Bem jurídico protegido: As finanças públicas e, em um sentido mais amplo, a própria
Administração Pública.
Elemento subjetivo: Dolo, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.
Modalidades comissiva e omissiva: Os núcleos ordenar, autorizar e realizar pressupõem um
comportamento comissivo por parte do agente, podendo, no entanto, ser praticados via
omissão imprópria
Consumação e tentativa: consuma-se quando o agente, efetivamente, ordena, autoriza ou
realiza operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa, ou com
inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado
Federal, ou quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado
por lei. A tentativa é admissível
Ação penal pública Incondicionada
Modalidade equiparada (art. 359-A, parágrafo único, do CP):
Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou
externo:
I - Com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução
do Senado Federal
II - Quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.
Pena, competência para julgamento e suspensão condicional do processo:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Competência: compete, pelo menos inicialmente, ao Juizado Especial Criminal o processo e
julgamento do delito. Será possível, também, a confecção de proposta de suspensão
condicional do processo.
Crimes de responsabilidade do Presidente da República:
Previsto no Art.10 da lei 1.079/1950: São crimes de responsabilidade contra a lei
orçamentária:
9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente
Crimes de responsabilidade pelos prefeitos municipais:
Previsto no Art. 1, XX, do decreto lei 201/67
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do
Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
XX – Ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente;
Resolução Nº 48/07- Dispõe sobre os limites globais para as operações de crédito externo e
interno da União, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal
e estabelece limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno.
Crime Contra as Finanças Públicas –
Réu que, na qualidade de Prefeito, ordenou despesas nos dois últimos quadrimestres do último
ano de seu mandato, que não podiam ser pagas no mesmo exercício financeiro - Autoria e
materialidade comprovadas -Absolvição - Impossibilidade - Circunstâncias que comprovam
a prática delitiva pelo acusado -Condenação mantida - Penas e regime bem fixados -Recurso
improvido (TJ-SP - APL: XXXXX SP, Relator: Ribeiro dos Santos, Data de Julgamento:
04/03/2010, 15ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 23/03/2010).
INSCRIÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR (ART.
359-B)
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos.
Conduta: Aplicando-se as leis e normas de Administração Financeira Orçamentária, a regra
é a seguinte: Quando a administração pública vai realizar algum tipo de despesa, deve primeiro
realizar o seu empenho. Empenho, portanto, é um ato praticado por uma autoridade
competente que irá criar para o Estado o dever de pagamento.
Administração pública
Deseja realizar despesa Autoridade competente
emana ato que cria o dever Ocorre o empenho da
de pagamento para a adm. despesa a ser paga
publica

Todo empenho gera a chamada nota de empenho, na qual consta o nome do credor e a
importância devida.
Uma vez que ocorre o empenho, no entanto, não se pode efetuar o pagamento diretamente. É
primeiro necessário fazer a chamada liquidação. Liquidar uma despesa nada mais é do que
confirmar o direito do credor de receber a quantia empenhada. Ocorrendo a liquidação,
finalmente a autoridade responsável irá emitir a chamada ordem de pagamento, e assim o
trâmite se resolve nos ditames da lei. Resumindo, temos o seguinte:

Ocorre a liquidação Emite-se a ordem de


Adm. Publica quer Gera-se a nota de
Ocorre o empenho da despesa pagamento da
realizar despesa empenho
empenhada despesa em questão

E é aqui que chegamos à conduta criminal em estudo. Note que, para a inscrição em restos a
pagar, a despesa deve respeitar limites legais e deve ter sido previamente empenhada. Se a
autoridade competente decide inscrever em restos a pagar (autorizando ou ordenando tal
inscrição) de despesas que não foram empenhadas ou que excedam o limite estabelecido em
lei, irá incorrer no delito do art. 359-B.
O delito em estudo, portanto, é crime próprio, que só pode ser praticado pelo agente público
responsável pela ordenação ou autorização de inscrição da despesa em restos a pagar.
Bem Jurídico Tutelado: É a regularidade das finanças públicas.
Características: O delito em estudo não admite a forma culposa. Sua consumação ocorre
quando é dada a ordem ou a autorização para a inscrição da despesa. É, para a maioria da
doutrina, crime formal. A tentativa é considerada possível. A ação penal é pública
incondicionada.
ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU
LEGISLATURA (ART. 359-C)
Art. 359-C. Promover, ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, no último ano do
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou,
caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
Crime de ordenar despesas em fim de mandato exige especificação das obrigações
assumidas art. 359-C.
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, concedeu
parcialmente uma ordem de habeas corpus para afastar a condenação do ex-prefeito de
Biritiba-Mirim (SP) Carlos Alberto Taino Junior pelo crime de ordenar despesa sem cobertura
financeira em final de mandato (artigo 359-C do Código Penal – CP).
O ex-prefeito teria sido advertido seis vezes pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
sobre o não atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e sobre a situação de iliquidez no
caixa da prefeitura – problema que se agravou em cerca de R$ 5 milhões durante o período
em que o político exerceu a chefia do Executivo. O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou
o ex-prefeito pelo crime previsto no artigo 359-C do CP O relator ressaltou que, mesmo
verificada a atipicidade quanto ao artigo 359-C do CP, a conduta pode guardar relação com
outros dispositivos da legislação federal – por exemplo, com o artigo 1º, inciso V e parágrafo
1º, do Decreto-Lei 201/1967, mais geral em relação ao que consta do acórdão condenatório.
ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA (ART.359-D)
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
É um Crime Formal; a lei descreve a conduta, não o resultado.
Bem jurídico lesado: Finanças Públicas;
Sujeito ativo: Gestores Públicos e Contratados pela Administração Pública como
Ordenadores de despesas públicas;
Sujeito passivo: Administração Pública;
Consumação: O crime estaria consumado e seria punível no momento em que a despesa
ordenada é então efetivamente executada pelo Poder Público, não sendo relevante se o seu
resultado é lesivo ao patrimônio público ou não.
É uma AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.

Porém o STJ em 2006 estabeleceu o entendimento de que "quando devidamente explicável a


despesa, deslegitima-se a possibilidade de punição da conduta ao menos no âmbito penal. A
inexistência de autorização de despesa em lei constitui, tão-somente, indício de irregularidade.
Para se criminalizar a conduta, é necessária a existência de lesão não-justificada ao bem
jurídico": Esse entendimento tem eco na doutrina, que cita que "Quando devidamente
justificada a defesa, deslegitimada encontra-se a possibilidade de se punir a conduta, ao menos
penalmente" (Luiz Flávio e Alice Bianchini, "Crimes de responsabilidade fiscal", Revista dos
Tribunais, 2001, pág. 50).
Mas a conduta de ordenar despesa não autorizada por lei deixa de ser crime?
A norma prevê punições a atos de improbidade administrativa:

Lei nº 8.429/92, Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IX - Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
A Lei de Improbidade Administrativa prevê, independentemente das sanções penais, civis e
administrativas, o ressarcimento integral do dano. Além disso, prevê perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas
vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos (artigo 12, II da Lei 8.429).

Mas a conduta de ordenar despesa não autorizada por lei deixa de ser crime?
A norma prevê crime de responsabilidade fiscal:
A Lei 1.079/50 prevê expressamente que ordenar despesas não autorizadas por lei são crimes
de responsabilidade. Lei nº 1.079/50, Art. 11. São crimes contra a guarda e legal emprego dos
dinheiros públicos:
1 - Ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observância das prescrições legais
relativas às mesmas; A realização de despesa não autorizada por lei causa graves incômodos
aos gestores públicos e aos contratados pela Administração. Isso porque a contratação sem
empenho posteriormente impede o pagamento e causa graves lesões aos contratados.
Essa situação tira a credibilidade da entidade contratante e afasta licitantes sérios dos contratos
públicos. Portanto, é importante a provocação dos órgãos de controle, para punição dos
ordenadores de despesas que dão causa a lesões ao patrimônio público e às empresas licitantes.
TCU – A autorização para realização de procedimento licitatório ou para sua dispensa é ato
próprio de competência do ordenador de despesas e não da comissão permanente de licitação
Recursos de reconsideração interpostos por gestores e servidores do município de
Tufilândia/MA questionaram deliberação mediante a qual o TCU julgou irregulares suas
contas, condenando-lhes ao recolhimento de débito e de multa em virtude de irregularidades
na utilização de recursos do SUS, do Fundef e do Programa de Alfabetização de Jovens e
Adultos (EJA), transferidos à municipalidade nos exercícios de 2005 e 2006. Embora acatando
parte das razões recursais apresentadas, entendeu o relator pendentes justificativas apropriadas
para algumas das irregularidades consignadas. No que diz respeito à ausência de licitação e
fracionamento de despesas nos exercícios de 2005 e 2006, concluiu o relator assistir razão aos
recorrentes, com exceção da ordenadora de despesas (ex-prefeita). Em seu entendimento, “a
autorização para realização de procedimento licitatório ou para sua dispensa é ato próprio de
competência do ordenador de despesas e não da Comissão Permanente de Licitação (CPL)”.A
propósito, lembrou, “o art. 6º, XVI, da Lei 8.666/1993 estabelece que a função da CPL é
apenas ‘receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos ao
cadastramento de licitantes, à habilitação e ao julgamento das licitações’”. Nesse passo,
rejeitou o relator as alegações de defesa da ex-prefeita, tendo em vista que, em sua gestão, “o
fracionamento de despesa traduziu-se em prática recorrente nas aquisições de medicamentos
e material hospitalar, nas aquisições de material didático, material de limpeza e combustíveis,
bem como nos serviços de capacitação de docentes e nas aquisições de livros didáticos e
materiais pedagógicos, sem contar a desorganização contábil encontrada, caracterizada pela
ausência de assinatura nas notas de empenho e nas ordens de pagamentos”. Assim, acolheu o
Plenário a proposta do relator, dando provimento parcial aos recursos, para, entre outros
comandos, reduzir o valor das multas aplicadas aos recorrentes.
PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA (ART. 359-E)
Art. 359-E. - Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída
contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
Tipicidade objetiva e subjetiva
Prestar significa: conceder, fornecer, dispensar. No caso, o sujeito ativo – chefe do Executivo
de quaisquer das esferas – autoriza a concessão de garantia, em operação interna ou externa,
em nome da Federação ou de algum de seus entes, responsabilizando-se pelo pagamento de
alguma dívida de terceiro, sem a existência de contragarantia deste que assegure recebimento
de valor igual ou superior, caso se veja obrigado a honrar o débito.
O Elemento subjetivo: do tipo é o dolo, vontade livre e consciente de conceder a garantia
nos termos não autorizados por lei
Quem são os Sujeitos Ativo e Passivo?
SUJEITO ATIVO: é o agente público que possui a atribuição para prestar garantia em
operação de crédito, isto é, os chefes do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios (Crime próprio, ou especial). Somente os ocupantes de tais cargos
podem realizar o fato, conforme o direito pátrio. Os demais poderes não detêm tal
prerrogativa.
SUJEITO PASSIVO: é o estado.
Qual o Bem Jurídico Tutelado?
Consiste nas finanças públicas, ou seja, a gestão do dinheiro público. Além do equilíbrio das
contas públicas, protege-se o patrimônio do Estado, considerando que se trata de oferecimento
de garantia sem contragarantia constituída em valor igual ou superior a ela.
Consumação e tentativa:
O delito se consuma no instante em que o agente concede a garantia nas condições vedadas,
independentemente de qualquer lesão ao erário, por se tratar de crime de perigo abstrato.
Cuida-se de crime formal, de consumação antecipada, ou de resultado cortado
Pena e Ação Penal:
O delito de prestação de garantia graciosa é sancionado com pena de detenção, de três meses
a um ano.
A ação penal é pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal, uma
vez que se trata de infração penal de menor potencial ofensivo

NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR (ART. 359-F)


Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de
restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:
AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO
MANDATO OU LEGISLATURA (ART. 359-G)
O Art. 359-G prevê a conduta daquele que ordena, autoriza ou executar ato que acarrete
aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato
ou da legislatura:
A Pena é de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Um dos objetivos do legislador foi o de evitar que o detentor de mandato com atribuição para
aumentar a despesa com pessoal utilize tal prerrogativa a seu favor, por exemplo, durante o
pleito eleitoral.
Trata-se de um crime próprio.

Sujeito Passivo: O sujeito passivo será o ente público ao qual está vinculado o autor do
delito (União, Estado, DF ou Município).

Bem Jurídico Tutelado: É a regularidade das finanças públicas

Características
O crime só admite a modalidade dolosa.

TJ-SP - : XXXXX20158260140 SP XXXXX-25.2015.8.26.0140


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS - ART. 359-C
E 359-G, AMBOS DO CP . Preliminar – Pretendida concessão de suspensão condicional do
processo (art. 89 , da Lei nº 9.099 /95)– Descabimento – Proposta de iniciativa exclusiva do
Ministério Público – Prolação da sentença que torna inviável a aplicação do instituto, em razão
da preclusão lógica – Ademais, a soma das penas aplicadas à acusada supera o patamar
mínimo de um ano, o que obsta o a concessão da benesse legal – Inteligência da Súmula 243
, do STJ – Preliminar rejeitada. Mérito – Pretendida absolvição por atipicidade das condutas
– Impossibilidade – Materialidade e autoria delitivas sobejamente comprovadas por farta
prova documental e oral colhidas durante a instrução – Acusada que, na condição de Prefeita
Municipal de Chavantes, autorizou a assunção de obrigações nos dois últimos quadrimestres
do último ano do mandato, sem contrapartida em caixa. Despesas que remanesceram para
pagamento na gestão subsequente – Da mesma forma, ordenou, autorizou e executou atos que
acarretaram aumento de despesa com pessoal nos últimos 180 dias anteriores ao final do
mantado – Dolo evidenciado na conduta da agente que, mesmo alertada pelo Tribunal de
Contas e pela contabilidade municipal sobre a impossibilidade de ordenar despesas, não se
absteve do ato – Parecer do Tribunal de Contas que aponta violação à Lei de Responsabilidade
Fiscal , uma vez que comprovada a realização de despesas sem a suficiente dotação
orçamentária – Condenação mantida. Penas e regime corretamente fixados, bem como a
substituição da reprimenda corporal por restritivas de direitos – Recurso desprovido.

OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO (ART. 359-H)


Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Classificação doutrinária.

1. O crime é próprio, pois só pode ser praticado pelo chefe do Poder Executivo federal.
2. Os núcleos do tipo implicam ação, portanto, o crime é comissivo.
3. É delito de perigo concreto, já que a efetiva emissão dos títulos sem autorização legal
ou fora de controle coloca em risco o erário público.
4. Também é crime formal, uma vez que a consumação não depende de dano efetivo ao
bem jurídico.

Bem jurídico
O tipo penal tutela o controle da emissão de títulos da dívida pública

Sujeitos:
Sujeito Ativo: Trata-se de crime próprio, exigindo qualidade de servidor público ou agente
político responsáveis por ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou inserção no
mercado financeiro de títulos de dívida pública sem prévia autorização legal ou, ainda,
sem o devido registro no sistema competente de autorização e custódia.
O sujeito passivo é a administração pública (direta ou indireta) e, secundariamente, a
sociedade em geral.
Consumação e tentativa

 O delito se consuma quando o agente, efetivamente, ordena, autoriza ou promove a


oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem
que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema
centralizado de liquidação e de custódia.
 A tentativa é admissível.

Você também pode gostar