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A00 - Definições gerais

Tuesday, June 27, 2023 1:11 PM

Uma definição simples do Direito Tributário:


é o conjunto de normas que regula o comportamento das pessoas de levar dinheiro aos cofres públicos.

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Conceito de Tributos e Princípios do Direito Tributário
Tuesday, June 27, 2023 1:13 PM

Tributos são uma forma de receita pública denominada receita derivada.

Código Tributário Nacional (CTN):

"Art.3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada."

Esta definição do CTN é trazida conforme exigido pela CF88:

"Art. 146. Cabe à lei complementar:


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre:
definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes;”

O pagamento do tributo deve ser efetuado em dinheiro, em moeda corrente, cheque ou


vale postal e nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado ou por processo
mecânico. (Estampilha e papel selado são selos adquiridos por meio de entraga de
dinheiro ao fisco, comprovam a quitação dos tributos devidos).
Já o processo mecânico significa a autenticação promovida pela Fazenda Pública,
atestando o recolhimento do tributo.

CUIDADO! O art. 156 da Lei 5.172 (CTN) prevê o seguinte:

Art.156. Extinguem o crédito tributário:


XI- A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

Bens imóveis podem ser expressos em moeda.

Não confunda bens imóveis com bens móveis, Preste atenção!

Não é possível aceitar bens móveis, pelo motivo de existir a lei da licitação, que impede o
governo de "comprar" produtos ou serviços sem que pesquisem o melhor preço antes.
Logo, não é possível estabelecer dação em pagamento para bens móveis, por exemplo,
uma fábrica de canetas pagar seus tributos com canetas, seria uma forma de burlar a
licitação.

Cada entre tributante que queira receber bens imóveis como forma de pagamento de
tributos deve estabelecer lei própria para isso.

Recentemente, Lei Federal 13.259/2016 passou a prever a possibilidade de haver dação


em pagamento em bens imóveis no âmbito da União.

Prestação Compulsória
É obrigação. Podendo o indivíduo contestar o valor devido ou mesmo a legalidade da
cobrança. Tributo é uma prestação compulsória, sendo considerado uma receita derivada.

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Prestação instituída em lei

Tributos devem ser instituídos por lei. No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem
aceitado a instituição de tributos por meio de medidas provisórias.
Enfim, todo tributo deve ser criado por lei, seja ela ordinária ou complementar e em
alguns casos, ou ato normativo que possua a mesma força de uma lei (medidas
provisórias).

A regra é que, mesmo as alterações de alíquotas também devem ser feitas por lei.

Deve ter previsão legal:

A natureza jurídica
específica do tributo é
Os tributos são cobrados em decorrência de um fato gerador determinada pelo fato
gerador da respectiva
obrigação, sendo
Princípio do pecúnia non olet, que quer dizer "dinheiro não cheira", irrelevantes para qualificá-
dinheiro não se cheira. A origem se deve a um imperador romano la a denominação e demais
que cobrava pelo uso dos banheiros públicos, e , ao ser questionado características formais
sobre o fato pelo seu filho, o imperador segurou uma moeda de adotadas pela lei e a
ouro e lhe perguntou: cheira? Seu filho disse: Não cheira. destinação
legal do produto da sua
arrecadação

Em moeda ou cujo valor nela


possa se exprimir

Obrigatória

Que não seja multa por ato ilícito

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Que não seja multa por ato ilícito

Precisa existir em lei

Vinculada no sentido da forma de


que é cobrada, obrigatoriamente
a todos, não fica à discrição do
agente

Natureza Jurídica

“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato


gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. (parcialmente não
recepcionado pela CF88, pois não é aplicável aos empréstimos compulsórios e às
contribuições especiais).

Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria


(Entendimento do stf é que estes são os tributos cuja competência é comum a
todos os entes federados).

Imposto se dá quando o fato gerador manifesta meio de renda, propriedade ou


consumo. Se o contribuinte auferiu rendimentos, incidirá Imposto de Renda, se
possui um imóvel em zona urbana, IPTU. Se vendeu lote de mercadorias, sobre a
venda pagará ICMS. O tributo surge independentemente de qualquer atividade
estatal relativa ao contribuinte. O fato gerador surge do próprio contribuinte.

Taxa é cobrada quando o poder público presta serviços específicos e divisíveis ao


contribuinte.

Contribuição de melhoria ocorre quando há a realização de uma obra pública que


gera valorização no imóvel do contribuinte.

Todas as contribuições são majoritariamente classificadas na categoria de


contruições especiais, exceto a contribuição de melhoria.

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Cotejo = comparação

Tributo vinculado ou não:

Ao dizer que um tributo é vinculado ou não, estamos dizendo que o fato gerador
está vinculado ou não a uma atividade realizada pelo Estado relativa ao
contribuinte.
(É o Estado quem está realizando a atividade? Se sim, é tributo vinculado(todos
devem pagar))

Como exemplo de tributo vinculado, como já


vimos, pode-se citar as taxas e as contribuições de melhoria. Já os tributos não
vinculados, podemos citar os
impostos.
Há certa diferença entre o que foi dito acima e o conceito de arrecadação
vinculada. Neste caso, estamos
nos referindo a tributos, cujo destino de tudo o que foi arrecadado com sua
cobrança está vinculado ao custeio de algo previsto na lei. Como exemplo,
temos os empréstimos compulsórios (art. 148, parágrafo único, CF/88).

O último ponto, que se refere à atividade de cobrança, nós já abordamos, ao

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O último ponto, que se refere à atividade de cobrança, nós já abordamos, ao
trabalhar com o conceito de tributos. Mas, não custa reforçar, certo? A cobrança
dos tributos é ato administrativo vinculado, que não dá margem de escolha ao
agente público. Todo tributo possui cobrança vinculada, afinal de contas, isso faz
parte do conceito dos tributos.

Impostos são gerados em decorrência de atos do próprio contribuinte e o Estado


ao arrecadar esses valores não tem obrigação direta com o indivíduo contribuinte,
utilizando dessa arrecadação para o bem comum.
São também denominados, portanto, tributos não contraprestacionais e
contributivos, por não exigirem uma retribuição por parte do Estado.

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Receitas Públicas
Monday, June 19, 2023 2:18 PM

Existem duas formas de o Estado conseguir dinheiro. São as chamadas


receitas originárias e receitas derivadas.

As receitas originárias são auferidas com base na exploração do patrimônio


do Estado. Ex: Empresas estatais, aluguéis
A principal carecterística desse tipo de receita é que, além de originar do
patrimônio do próprio Estado, ela também pode ser auferida por
particulares. (Evidentemente, não é receita pública, apenas semelhante à
receita pública originária)
Estão sujeitas ao regime do direito privado.

As receitas originárias se tornaram exceção.


Conforme art. 173 da Constituição Federal:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só sera permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.

O poder público também pode explorar atividade econômica, quando esta


estiver sujeita ao regime de monopólio, por expressa determinação no art.
177, da CF88.

Receitas derivadas têm origem no patrimônio do particular e entram nos


cofres públicos por meio de coação ao indivíduo. (É exigido, arrecadado,
exação)
Os tributos são típicas receitas derivadas. Além dos tributos, temos ainda as
multas e as reparações deguerra, que se enquadram no conceito de receitas
derivadas.

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Receita pública derivada possui a lei como fonte.
Oriunda do patrimônio do particular.

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Impostos
Friday, June 30, 2023 1:13 PM

Impostos são gerados em decorrência de atos do próprio contribuinte ou de


serviços gerais a ele e o Estado, ao arrecadar esses valores, não tem obrigação
direta com o indivíduo contribuinte, utilizando dessa arrecadação para o bem
comum.
São também denominados, portanto, tributos não contraprestacionais e
contributivos, por não exigirem uma retribuição direta ao contribuinte por parte
do Estado.

Impostos previstos na CF88:

Competência do municípios e DF:

1. ISS:
Imposto sobre serviços, se aplica a empresas ou profissionais autônomos que
realizam a prestação de serviços.

2. IPTU:
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2. IPTU:
Imposto Predial e Territorial Urbano, cobrado de quem tem um imóvel
urbano.

3. ITBI:
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, pago em transações imobiliárias
envolvendo pessoas vivas.

Competência dos Estados e Distrito Federal:

1. ITCMD
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, deve ser pago por quem
recebe bens ou direitos, por herança ou doação.

2. ICMS
Imposto sobre Ciruculação de Mercadorias e Serviços, deve ser pago por
quem realize operações que envolvam o transporte interestadual e
intermunicipal.

3. IPVA
Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor, deve ser pago por quem
tem veículo automotor.

Competência da União:

1. II
Imposto de importação

2. IE
Imposto de exportação

3. IR
Imposto de renda

4. IPI
Imposto sobre produtos industrializados

5. IOF
Imposto sobre operações financeiras

6. ITR
Imposto sobre a propriedade territorial rural

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7. IGF
Imposto sobre grandes fortunas

8. IEG
Impostos extraordinários de guerra

9. Impostos Residuais

Princípio da capacidade contributiva:

Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoa e serão graduados


segundo a capacidade econômica do contribuinte.
Considera-se os aspectos pessoais de cada contribuinte.

Embora a CF/88 apenas relacione o princípio da capacidade contributiva aos


impostos, o STF já afirmou que nada impede que ele seja aplicado na criação de
taxas.

A lei complementar tão somente é necessária para o imposto quanto à edição


dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e quem são os contribuintes.

Princípio da não afetação (ou não vinculação)

Conforme artigo 167 da CF88, IV, fica vedada a vinculação do produto da


arrecadação dos impostos, no entanto, há exceções:

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Observação: As exceções mais importantes para uma prova de Direito Tributário
são a primeira (repartição constitucional e saúde/ensino/ADM. Tributária).

Imposto é a exação(atividade de arrecadar ou receber impostos) cuja obrigação


tem por fato gerador("nasce de") uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. (Art 16 CTN)

Fato gerador é o que faz nascer, o pontapé inicial da obrigação de pagar do


contribuinte.

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Taxas
Friday, June 30, 2023 1:17 PM

O fato gerador da taxa é um fato do Estado.

Quando nos deparamos com uma taxa, devemos nos perguntar: há o exercício
regular do poderde polícia ou a prestação de serviço público específico e divisível?
Se sim, é possível instituir a taxa; do contrário não é possível.

É dito que as taxas são tributos retributivos ou contraprestacionais, a atuação


estatal que constitui o fato deve ser direcionada ao contribuinte, e não à
coletividade.

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição."

➢ As taxas podem ser instituídas por qualquer um dos entes


federados.(Generalizando, a competência é comum, qualquer ente pode
instituir. No entanto, é competência privativa de cada ente em relação a
cada taxa a ser instituída.)

➢ As taxas de serviço são compulsórias ao contribuinte, podendo o Estado


optar por tributar ou não determinado serviço.

“Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à


sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo
funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de


intervenção,
de utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte


de cada um dos seus usuários."

A disponibilização do serviço deve realmente acontecer para que haja a


cobrança.
Contudo, segundo o STF, a prestação pode ser potencial - ou a utilização,
sob a ótica do contribuinte.

Serviços específicos são aqueles serviços prestados singularmente a


determinado usuário.
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determinado usuário.
O usuário consegue identificar exatamente o serviço que lhe está sendo
prestado.

Serviços divisíveis são quando suscetíveis de utilização, separadamente, por


cada um de seus usários.
Trazem benefícios individuais a cada usuário, dirigidos a determinadas
pessoas.

Em regra:

As taxas só podem custear serviços específicos e


divisíveis, uti singuli. (De fácil identificação)

Os serviços gerais só podem ser financiados com a


arrecadação de impostos, uti universi.
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa, já que é
impossível identificar todos os beneficiários de tal serviço. E nem por imposto, já
que o fato gerador dos impostos é uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Imposto nasce do
contribuinte.
A iluminação é custeada por um tributo denominado Contribuição de Iluminação
Pública.

➢ Taxas de poder de polícia

Considera-se poder de polícia:

Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado


pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Atividade da administração pública que, limitando os disciplinando direito,


interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público.

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A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a
cobrança da taxa, devendo então ser efetivo o exercício do poder de polícia,
sendo demonstrado pela existência de órgão e estrutura competetentes para
o respectivo exercício.

Como a banca pode cobrar:

- Se disser que o fato gerador da taxa, segundo o CTN, pode ser o exercício
regular do poder de polícia, está correto.

- Se disser que não há necessidade de efetiva visita da fiscalização ao


estabelecimento do contribuinte para que seja cobrada a taxa de polícia
também esta correto.

O exercício do poder de polícia deve ser regular, deve ser desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal
e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou
desvio de poder.

Base de cálculo das taxas


As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. (idêntica)
art. 145 da CF/88: “§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo
própria de impostos”

O STF possui entendimento de que é possível que a taxa seja calculada sobre um
ou mais elementos da base de cálculo de um imposto, desde que não haja
identidade entre uma base e outra. (idênticos)

Ex: O IPTU possui elementos que integram a sua base de cálculo, um deles é a
proporção da área construída de cada imóvel, este um poderia ser utilizado como
base de cálculo de uma taxa.

Taxas não podem ser calculadas em função do capital social das empresas, já que
não haveria relação alguma com a atividade prestada, muito menos com o custo
que ela gerou ao Estado.

O capital das empresas não pode ser utilizado como base de cálculo das taxas,
mas pode ser um fator de referência para calcular um valor fixo de taxa.

Taxas e Preços Públicos (ou tarifas)

Taxas estão sujeitas ao direito público e seus princípios.


Só podem ser cobradas por pessoa jurídica de direito público.
Obrigação é compulsória.
Receita derivada.
X
Tarifas seguem os princípios do direito privado.
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Tarifas seguem os princípios do direito privado.
Podem ser cobradas por pessoa jurídica de direito público OU privado.
Obrigação é facultativa.
Receita originária.

1) Serviços públicos propriamente estatais: serviços em cuja prestação o


Estado atue no exercício de sua soberania, visualizada esta sob o ponto de
vista interno e externo; esses serviços são indelegáveis,
porque somente o Estado pode prestá-los. São remunerados, por isso
mesmo, mediante taxa, mas o particular pode, de regra, optar opor sua
utilização ou não. Exemplos: o serviço judiciário e o de emissão de
passaportes.

2) Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços prestados


no interesse da comunidade. São remunerados mediante taxa. E porque é
essencial ao interesse público, a taxa incidirá sobre a utilização efetiva ou
potencial do serviço. Exemplos: serviço de distribuição de água, de coleta de
lixo, de esgoto, de sepultamento.

3) Serviços públicos não essenciais: são aqueles que, quando não utilizados,
não resultam dano ou prejuízo para a comunidade ou para o interesse
público. São serviços, de regra, delegáveis, podendo ser remunerados
mediante preço público. Exemplo: serviços telefônicos, distribuição de
energia elétrica, de gás etc.

Fornecimento de Água e Tratamento de Esgoto por concessionárias = Tarifa

Somente uma pessoa jurídica de direito público pode ser sujeito ativo de
uma relação tributária.

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Contribuições de Melhoria
Wednesday, July 5, 2023 11:32 AM

Seu fato gerador é a valorização imobiliária, e não a obra pública em si.

CTN
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado. (A CF88 É OMISSA QUANTO A ESTE LIMITE)

Taxas e contribuições de melhoria não têm, em regra, a receita


vinculada a despesa específica. Exceção: taxas judiciais.
A contribuição de melhoria é tributo que NÃO tem a receita vinculada. É
uma confusão comum que se faz: pelo fato de a contribuição de
melhoria ser cobrada em razão da obra pública, pensa-se que a mesma
destina-se a financiar tal obra. Contudo a contribuição de melhoria só é
possível de cobrar após a ocorrência da valorização imobiliária
decorrente de obra pública: ou seja, a cobrança é posteriormente a
realização da obra pública. Logo não faz sentido vincular uma receita a
uma despesa que já aconteceu; a obra pública já foi concluída.

Obras previstas no DL 195/67 Art. 2, como ensejadoras da cobrança de


contribuições de melhoria:

I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização,


esgotos pluviais e outros
melhoramentos de praças e vias públicas;
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes,
túneis e viadutos;
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive
todas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema;
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos,
instalações de redes
elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de
suprimento de gás,
funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública;

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funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública;
V - proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas, e de
saneamento de drenagem
em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais,
retificação e regularização
de cursos d’água e irrigação;
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e
melhoramento de
estradas de rodagem;
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive
desapropriações em
desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico.

Obras de pavimentação asfáltica não justificam a cobrança de taxas,


mas, sim, de contribuições de melhoria, caso valorizem imóveis
particulares.

Requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela
contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para
toda a zona ou para
cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 dias, para impugnação pelos
interessados, de qualquer
dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e
julgamento da impugnação
a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

A contribuição de cada imóvel deve ser determinada pelo rateio da


parcela do custo da obra pública realizada pelos imóveis situados na
zona beneficiada.

Não pode ser cobrado antes da realização da obra, no entanto, nada


impede a instituição do tributo após o término de parte da obra, se já
houver resultado em valorização imobiliária para o contribuinte.

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De fato, é possível que a União venha a ser tributada por algum
Município, em relação à obra pública que tenha realizado da qual tenha
resultado valorização do referido imóvel pertencente à União.

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Empréstimos Compulsórios
Monday, July 10, 2023 1:13 PM

Constituem espécie distinta de tributos.


São uma espécie autônoma de tributos.
Devem ser instituídos por lei complementar, desta forma, podemos afirmar que
as leis ordinárias e medidas provisórias não são capazes de instituir
empréstimos compulsórios conforme artigo 148 da CF88:

SEU FATO GERADOR FICA A CRITÉRIO DO LEGISLADOR!

COMPETÊNCIA SOMENTE DA UNIÃO

CF88 (PREVÊ AS SITUAÇÕES AUTORIZADORAS)

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

E NO CTN:

Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir
empréstimos compulsórios:

I - guerra externa, ou sua iminência;

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com


os recursos orçamentários disponíveis;

III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

(O INCISO III NÃO FOI RECEPCIONADO PELA MAGNA CARTA DEVENDO


SER CONSIDERADAS INCORRETAS AS QUESTÕES QUE MENCIONEM TAL
HIPÓTESE.)

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Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei
(A restituição deve ser feita na mesma espécie em que foi recolhida, ou seja, em
dinheiro).

O plano Collor, denominado "confisco de contas bancárias", deve ser considerado


inconstitucional, já que tratou-se de empréstimo compulsório e usou como base o
pressuposto fático do inciso III da CTN à luz da CF88, que não prevê mais essa
situação e foi implantado por medida provisória, convertida em lei, quando só
pode ser intituído por meio de lei complementar.

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Contribuições Especiais
Monday, July 10, 2023 1:40 PM

As contribuições especiais, assim como os empréstimos compulsórios, são


tributos de arrecadação vinculada (também denominados tributos finalísticos), o
destino do que foi arrecadado é um critério relevante para definir de que tributos
estamos tratando, portanto, a análise do fato gerador é insuficiente para
determinar a natureza jurídica das contribuições especiais.

Se a finalidade da exigência de uma contribuição especial for alterada, nem


sempre ela se tornará inconstitucional.

Art. 149 CF88:


Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado
o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, §
6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”

Cabe somente à União, no entanto, é preciso saber que, em relação à


previdência social dos servidores públicos efetivos (RPPS), existe competência
tributária para os Estados, DF e Municípios instituírem contribuições destinadas
ao financiamento de tais regimes:

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio


de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão
ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos
proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

E no caso da Iluminação Pública, o DF e os Municípios tem competência para


instituir contribuição para custear o serviço.

Tanto as contribuições sociais como as Contribuições de Intervenção no Domínio


Econômico (CIDE) deverão ter as seguintes características:

➢ Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;


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➢ Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

➢ Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

➢ Poderão ter alíquotas ad valorem (específica) (aquelas em que se aplica um


percentual sobre o valor a ser tributado, por exemplo, 10% sobre R$ 500,00.
As alíquotas específicas são diferentes e menos usuais. Elas tomam por base
a unidade de medida adotada. Por exemplo, R$ 1,00 de tributo a cada maço
de cigarros).

No caso da incidência das contribuições sobre as operações de importação,


permitiu-se equiparar a pessoa natural destinatária a pessoa jurídica, na
forma da lei. Conforme art. 149, § 3º CF/88.

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Contribuições Sociais (Seguridade Social, Previdenciárias,
FGTS e Outras)
Tuesday, July 11, 2023 1:22 PM

Contribuições de Seguridade Social

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da
lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser
adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo
contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

Seguridade Social = Saúde, Previdência e Assistência Social.


Base Econômica Contribuição Instituída
-------------------------------- --------------------------------
Receita ou faturamento COFINS(LC 70/91)

Lucro CSLL (Lei 7.689/88)

Importação de bens ou Serviços PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação


do exterior (Lei 10.865/2004)

Além disso, as contribuições sociais poderão incidir sobre as seguintes bases


econômicas:

➢ Folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a


qualquer título, à pessoa física que preste serviço ao empregador;

➢ Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser


adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo
contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;

➢ Receita de concursos prognósticos.


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➢ Receita de concursos prognósticos.

///REGIMES DA PREVIDENCIA:

RGPS → Regime de previdência social aplicável aos trabalhadores da iniciativa


privada em geral. O trabalhador contribui até a aposentadoria, momento em que
passará a não incidir contribuição previdenciária sobre aposentadoria. Também não
incide esse tributo sobre as pensões concedidas pelo RGPS.

RPPS → Regime de previdência social que abrange apenas os servidores públicos


efetivos. Cada ente federativo é competente para instituir o seu RPPS (CF, art. 149, §
1°). Neste caso, a contribuição incide não só enquanto o servidor público está na
ativa, mas também quando se aposenta. Também incidirá contribuição
previdenciária sobre as pensões concedidas pelo RPPS. Cabe observar que os
proventos de aposentadoria e pensões somente sofrerão incidência da contribuição
previdenciária sobre o valor que ultrapassar o teto estabelecido para os benefícios
do RGPS.

Contribuições Previdenciárias (RGPS)

A competência para instituir contribuições previdenciárias voltadas para o RGPS é


exclusiva da União, com base no art. 195, da CF/88.

Contribuições Previdenciárias (Regime Próprio de Previdência Social - RPPS)

No RPPS, existe a possibilidade de a União, os Estados, o DF e os Municípios


instituírem contribuições, visando ao custeio dos seus respectivos regimes próprios
de previdência social, e que serão cobradas dos próprios servidores ativos, dos
aposentados e dos pensionistas

Emenda Constitucional 103/2019 (Reforma da Previdência):

A contribuição ao RPPS pode ser instituída por qualquer ente federado, em


relação aos seus próprios servidores. E que tais contribuições poderão ter alíquotas
progressivas de acordo com o valor da base de contribuição.

o servidor público contribui com o regime de previdência social durante o período


em que está ativo, mas também após a aposentadoria, em regra, sua contribuição
será apenas sobre o que superar determinado valor (que é representado pelo teto
da aposentadoria do Regime Geral de Previdência Social - RGPS), devendo contribuir
somente sobre o valor excedente.

D. Tributário Page 26
///Outras contribuições sociais

A União pode criar outras contribuições sociais especiais, cujas fontes de


financiamento não foram previstas no art 195 da CF88. A permissão para tal advém
da chamada competência residual que só é permitida para a União e deve
respeitar os critérios discriminados no art. 154, I, a saber:

➢ Devem ser instituídas por lei complementar;

➢ Devem ser não cumulativas;

➢ Não podem ter base de cálculo ou fato gerador próprios de outras


contribuições já existentes.

STF:
"Todas as contribuições, sem exceção, sujeitam-se à lei complementar de normas
gerais, assim ao C.T.N. (art. 146, III, ex vi do disposto no art. 149). Isto não quer dizer
que a instituição dessas contribuições exige lei complementar: porque não são
impostos, não há a exigência no sentido de que os seus fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes estejam definidos na lei complementar"

Parte da doutrina intitula “nominadas” as contribuições já previstas na CF e


“inominadas” aquelas que chamamos de residuais. Da mesma forma, os impostos
residuais também são conhecidos por impostos inominados.

o entendimento do STF é que os Impostos Residuais devem ter fato gerador e base
de cálculo diferentes dos outros impostos previstos na lei, e não das contribuições
sociais.
Podemos dizer o mesmo a respeito das contribuições residuais, ou seja, elas
podem ter fato gerador e base de cálculo próprios de outro imposto, mas não
idênticos às contribuições já existentes na CF/88.

Se a CF/88 previu a fonte de financiamento em seu próprio texto, a contribuição


pode ser instituída por lei ordinária.
Se, por outro lado, trata-se de uma nova fonte, deve seguir o rito da lei
complementar.

D. Tributário Page 27
complementar.

///Contribuições Sociais Gerais são as destinadas a custear atividades do poder


público na área social, mas que não sejam diretamente ligadas à seguridade social.
Como as contribuições ao Sistema "S", previstas no art. 240 da CF. Como o o SESC,
SENAI, que são pessoas jurídicas de direito privado, mas realizam atividades de
interesse público, podendo receber recursos públicos, pelo motivo de não serem os
recursos destinados ao Estado, podemos dizer que são tributos parafiscais.

///FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

Lei 8.036/90: Contribuição tradicional, correspondente a 8% da remuneração paga


pelo empregador ao trabalhor.

O FGTS não se caracteriza como crédito tributário ou contribuições a tributo


equiparáveis, em razão de os recursos não serem destinados à União e sim aos
trabalhadores.

Súmula STJ 353 - As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às


contribuições para o FGTS.

///CIDE Contribuições de Intervenção no domínio econômico

Competência somente da União.


Trata-se de tributo extrafiscal, pois sua finalidade é a de intervir no funcionamento
da economia do país.

As CIDES possuem arrecadação vinculada e o destino da arrecadação acaba sendo o


fator responsável pela intervenção direta na economia. Sendo assim, se o governo
decide estimular algum setor, pode instituir um CIDE e usar os recursos arrecadados
para fomentar o setor em questão.

A União possui certa autonomia para criar novas CIDEs.

A CIDE-Combustíveis é a única CIDE cujo fato gerador e o destino da sua arrecadação


estão expressamente previstos na CF/88:

“§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa


às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás
natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes
requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o
disposto no art. 150,III, b;
II - os recursos arrecadados serão destinados:
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás
natural e seus derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do
petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.”

D. Tributário Page 28
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.”

///Contribuição para o Custeio do serviço de Iluminação Pública (COSIP)

O serviço de Iluminação Pública não pode ser custeado por taxas, por não ser
possível sua divisão e especificação.

EC 39/2002:
“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação
pública(vinculada), observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na
fatura de consumo de energia elétrica.

Entendimentos STF:

I) A lei que restringe os contribuintes aos consumidores de energia elétrica dentro


do município não ofende o princípio da isonomia, pois não é possível identificar
e tributar todos os beneficiários de qualquer forma.
II) A progressividade da alíquota não afronta o princípio da capacidade
contributiva. (Podemos deduzir que quem consome mais energia elétrica
possuem condição financeira de contribuir proporcionalmente mais do que os
outros)
III) Tributo de caráter sui generis(sem semelhança com nenhum outro tributo), que
não se confunde com imposto, porque sua arrecadação possui finalidade
específica, nem com taxa, por não exigir a contraprestação individualizada ao
contribuinte.
IV) Exação que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.

STF RE666404:

É constitucional a aplicação dos recursos arrecadados por meio de contribuição


para o custeio da iluminação pública na expansão e aprimoramento da rede.

///Contribuições Corporativas

Competência é exclusiva da União, buscam financiar atividades de entidades


representantes de classes profissionais, sendo portanto, um tributo parafiscal.

As contribuições sindicais perderam a compulsoriedade, pois o STF a julgou


inconstitucional já que a CF diz que ninguém será obrigado a se filiar ou a se manter
filiado a uma entidade sindical, perdendo assim sua natureza tributária.

D. Tributário Page 29
Classificação dos Tributos
Thursday, July 13, 2023 2:46 PM

Hipótese de incidência = fato gerador

Taxas e contribuições de melhoria são tributos vinculados, pois surgem com


alguma atuação do Estado, em relação aos contribuintes.
Taxa = Serviço público específico e divisível ou exerção do poder de polícia
Contribuição de melhoria = Obra pública que valoriza o imóvel

Os impostos são tributos não vinculados. Criados para custear serviços gerais.

Já os empréstimos compulsórios e contribuições especiais devem ser analisadas


caso a caso para determinar se são vinculados ou não.

Se uma questão da prova perguntar se o tributo é vinculado ou não, a questão


está fazendo referência ao fato gerador deste.
Tributos vinculados também podem ser chamados de retributivos, bilaterais,
contraprestacionais ou sinalagmáticos.

///Quanto ao destino da arrecadação


Se um tributo possua arrecadação vinculada, tudo o que for arrecadado com a
sua cobrança será direcionado para um fim específico e;
Caso o tributo não possua arrecadação vinculada, tudo o que for arrecadado com
a sua cobrança será direcionado a custear atividades gerais.

A CIDE-COMBUSTÍVEIS TAMBÉM POSSUI RECEITA VINCULADA A


DETERMINADAS ATIVIDADES. (art. 177, §4º, II, CF88)

Quanto às taxas, no geral, não existe determinação expressa que vincule a


arrecadação a determinada finalidade, a não ser, as taxas judiciárias que possuem
vinculação expressa no art 98, §2º da CF88, que determina o uso das receitas para
custear os serviços das atividades específicas da Justiça.
A lei não poderá vincular a arrecadação de taxas a pessoas jurídicas de direito
privado, mas somente para fundos públicos ou entidades de direito público,
havendo ainda a necessidade da relação causal do destino com a cobrança da
taxa.

///Quanto a finalidade

Temos os tributos fiscais quando a finalidade principal é a simples arrecadação de

D. Tributário Page 30
Temos os tributos fiscais quando a finalidade principal é a simples arrecadação de
recursos.

A tributação pode ser usada para intervir na economia do país, são os chamados
tributos extrafiscais, que possuem função primária de intervenção na economia.

Para Nabais (2009) a principal função da extrafiscalidade é a de


prossecução(perseguição) de objetivos econômico-sociais, englobando as normas
jurídicas de tributação nesta ação, por meio de impostos e majoração de
impostos, e também de normas jurídicas de não tributação quando dado
incentivos, benefícios fiscais.
Para Paulo de Barros Carvalho (2013), não existe tributo que se presta
unicamente à fiscalidade ou à extrafiscalidade. Continua o autor que: “os dois
objetivos convivem, harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo apenas lícito
verificar que, por vezes, um predomina sobre o outro”.

E por fim, temos os tributos parafiscais que ocorrem quando a lei que os criou
nomeia outra pessoa jurídica responsável pela cobrança de tributos e destinação
de recursos arrecadados.

///Classificação quanto à possibilidade de tranferência do encargo tributário

Os tributos indiretos possuem permissão constitucional e legal que têm como


característica a transferência do encargo econômico aos consumidores, o
vendedor inclui o tributo no preço a ser pago pelos clientes. Quem recolhe ainda
é o vendedor, o onerado são os consumidores.
Surge assim a figura dos contribuintes de direito (comerciante, nomeado por lei) e
dos contribuintes de fato (quem sofre o ônus).

Os tributos diretos são os que não permitem a transferência do ônus, como o


IPVA para o sujeito que possui propriedade de veículo automotor. Em alguns
casos, quem acaba arcando com o encargo são os consumidores, se uma empresa
contribui com imposto de renda, ela inclui estre tributo em seu preço de custo.

///Classificação quanto à variação de alíquotas

Em regra, um tributo é calculado pela multiplicação da sua base de cálculo pela


alíquota.

Tributo proporcional é quando a alíquota é invariável independentemente da


variação da base de cálculo.

Tributo progressivo ou regressivo dependerá da forma como a alíquota se


D. Tributário Page 31
Tributo progressivo ou regressivo dependerá da forma como a alíquota se
comporta com a alteração da base de cálculo.

O consumo do mesmo produto gera uma tributação mais onerosa sobre a renda
das pessoas que possuem menor capacidade contributiva, o que seria um efeito
regressivo para as com maior capacidade contributiva.

2+

D. Tributário Page 32
A01 - Princípios e Limitações
Monday, July 24, 2023 12:27 PM

As limitações ao poder de tributar são constituídas por princípios e regras


que disciplinam o exercício da competência para instituir e modificar tributos.

As limitações constitucionais ao poder de tributar são constituídas por princípios


e imunidades.

D. Tributário Page 33
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar
Monday, July 24, 2023 12:32 PM

As limitações constitucionais ao poder de tributar são constituídas por princípios


e imunidades.

A lei complementar apenas regula as limitações constitucionais ao poder de


tributar, não tendo autonomia para instituir novas limitações.

Emenda constitucional não pode reduzir, criar exceções ou mesmo suprimir uma
limitação ao poder de tributar, pois trata-se de cláusula pétra, estaria abolindo
um direito individual. O contrário, logicamente, é permitido quando a emenda
constitucional estiver acrescentando novos direitos aos contribuintes,
instituindo outras limitações ao poder de tributar. Da mesma forma, a
imunidade recíproca proíbe que os entes federados instituam impostos sobre o
patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros, assim, se uma EC permite à União
cobrar impostos sobre o patrimônio dos municípios, por exemplo, também
estaria violando uma cláusula pétrea.

Limitações que já foram consideradas pelo STF como cláusulas pétreas:

•Princípio da anterioridade (previsto no art. 150, III, b, da CF/88);


•Princípio da anterioridade nonagesimal (previsto no art. 195, § 6°, da CF/88)
•Princípio da imunidade tributária recíproca (previsto no art. 150, VI, a, da CF/88);
•Imunidade dos templos de qualquer culto (prevista no art, 150, VI, b, da CF/88);
•Imunidade do patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, entidades
sindicais e instituições
de educação e assistência social sem fins lucrativos (prevista no art, 150, VI, c, da
CF/88);
•Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão
(prevista no art. 150,
VI, d, da CF/88)

D. Tributário Page 34
Princípios Constitucionais Tributários
Monday, July 24, 2023 12:47 PM

Princípio da Legalidade

Exceções:
•Existem 6 tributos, cuja alteração de alíquotas (e não as bases de
cálculos) está excetuada da legalidade, que são: II, IE, IPI, IOF, CIDE-
Combustíveis e ICMS-Combustíveis;

•As exceções da CIDE-Combustíveis e do ICMS-Combustíveis só


entraram na CF com a EC 33/2001 e, são justamente elas, que guardam
peculiaridades;

•A CIDE-Combustíveis, embora possa ter sua alíquota alterada por


decreto do Poder Executivo, este somente poderá reduzir e
RESTABELECER as alíquotas ao máximo que foi inicialmente previsto.

•O ICMS-Combustíveis se submete à deliberação dos Estados e do DF,


mas pode ter a alíquota livremente fixada, sem se sujeitar ao rito legal.

•Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo;

•Alteração do prazo para recolhimento dos tributos.

D. Tributário Page 35
Princípio da Legalidade ou Reserva Legal
Monday, July 24, 2023 12:47 PM

O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de que


uma lei seja editada para instituir ou aumentar um tributo.
Em consonância com o disposto na CF/88 acerca do princípio da legalidade, o
art. 97 do CTN ressalta que a instituição/extinção e a majoração/redução de
tributos será realizada somente por lei.

Art. 97. Somente a lei(+medidas provisórias) pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; ABSOLUTO
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o
disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força de lei. 3. A


Medida Provisória, tendo força de lei, é instrumento idôneo para instituir e
modificar tributos e contribuições sociais.
Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STF, AI 236.976/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Néri da Silva, Julgamento
em 17/08/1999)
Destaque-se que a MP não pode tudo na seara tributária, pois a CF (art. 62,
1°, III) proibiu a edição de MPs que versem sobre matéria reservada a lei
complementar. Há vários temas, em matéria tributária, cujo tratamento é
restrito às leis complementares.

Memorizar os tributos cuja instituição deve ocorrer por meio de lei


complementar (os quais não podem ser instituídos por meio de medida
provisória):
-Imposto sobre Grandes Fortunas;
-Impostos Residuais;
-Contribuições Residuais;
-Empréstimos Compulsórios.

Exceções ao Princípio da Legalidade

D. Tributário Page 36
Exceções ao Princípio da Legalidade
TODOS OS TRIBUTOS SÃO CRIADOS E EXTINTOS POR LEI, SEM EXCEÇÃO!

No texto constitucional inicial, foram previstas quatro exceções ao princípio


da legalidade, no que se refere à alteração unicamente de alíquotas dentro
dos limites legais, quais sejam:

•Imposto de Importação (II);


•Imposto de Exportação (IE);
•Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
•Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo o CTN, é possível a alteração das alíquotas e bases de cálculo. Saiba


que isso não deve ser encarado como verdadeiro, pois a CF recepcionou
apenas a alteração de alíquotas como exceção ao princípio da legalidade.

Além dessas exceções ao princípio da legalidade, duas outras surgiram com a


Emenda Constitucional 33/2001, tratando sobre a tributação de combustíveis.

-CIDE-Combustíveis
A exceção foi prevista no art. 177, § 4°, I, b, da CF/88, que afirma que a
alíquota da referida contribuição poderá ser reduzida e restabelecida por ato
do Poder Executivo

-ICMS-Combustíveis (ICMS-monofásico)
Prevista no art. 155, § 4°, IV, da CF/88. Perceba, pela redação do dispositivo
em análise, que as alíquotas serão fixadas mediante deliberação dos Estados
e do DF, por meio de convênios interestaduais, que, hoje, são realizados
no âmbito do Conselho de Política Fazendária (CONFAZ).
O ICMS-Combustíveis, também denominado ICMS-monofásico, é o imposto
de incidência monofásica (uma incidência em toda etapa de circulação da
mercadoria), que se aplica tão somente aos combustíveis e lubrificantes
definidos em lei complementar, conforme estabelece o art. 155, § 2°, XII, “h”.

Não caia em “pegadinhas”, afirmando que as alíquotas do ICMS podem ser


fixadas por decreto estadual! Não existe essa possibilidade!

A lei, quando cria o tributo, prevê certa alíquota, como, por exemplo, 30%.
Com a redução por ato do Poder Executivo, a alíquota poderia ser reduzida
para 10%. Neste caso, para permanecer como exceção ao princípio da
legalidade, as alíquotas só poderiam ser restabelecidas ao que foi inicialmente
previsto, qual seja, 30%. Caso fosse cobrado algo além desse percentual,
estaria caracterizada a majoração de alíquotas, que deverá
D. Tributário Page 37
estaria caracterizada a majoração de alíquotas, que deverá
ocorrer por meio de uma lei.

•Existem 6 tributos, cuja alteração de alíquotas (e não as bases de cálculos)


está excetuada da legalidade, que são: II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustíveis e
ICMS-Combustíveis;

•As exceções da CIDE-Combustíveis e do ICMS-Combustíveis só entraram na


CF com a EC 33/2001 e, são justamente elas, que guardam peculiaridades;

•A CIDE-Combustíveis, embora possa ter sua alíquota alterada por decreto do


Poder Executivo, este somente poderá reduzir e RESTABELECER as alíquotas
ao máximo que foi inicialmente previsto.

•O ICMS-Combustíveis se submete à deliberação dos Estados e do DF, mas


pode ter a alíquota livremente fixada, sem se sujeitar ao rito legal.

Outras exceções ao princípio da legalidade:


Trata-se da atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo e da
fixação do prazo para da exação tributária.

Súmula STJ 160 – É defeso(proibido), ao Município, atualizar o IPTU, mediante


decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

A majoração do valor venal dos imóveis para efeito da cobrança de IPTU não
prescinde da edição de lei em sentido formal, exigência que somente se pode
afastar quando a atualização não excede os índices inflacionários anuais de
correção monetária. (STF, RE 648245)

“Atualizar” IPTU com base na Taxa SELIC configura majoração!


A Taxa SELIC representa não só a correção monetária, mas também os juros
moratórios.
Por essa razão, não pode ser considerada apenas como correção monetária.
Desse modo, o ato é inválido, pois configura majoração do imposto, não
podendo ser realizada por ato infralegal (decreto), mas tão somente por meio
de lei.
Há exceção ao princípio da legalidade, no que se refere à majoração de
alíquotas, não sendo extensível às bases de cálculo (permite-se, neste caso,
apenas a atualização monetária)

Matérias que não necessitam obedecer ao princípio da legalidade:


•Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo;
•Alteração do prazo para recolhimento dos tributos.
D. Tributário Page 38
•Alteração do prazo para recolhimento dos tributos.

D. Tributário Page 39
Princípio da Isonomia + Capacidade contributiva
Monday, July 24, 2023 1:50 PM

O princípio da isonomia deve ser obedecido não só no momento da elaboração


das leis, mas também na sua aplicação.

É proibido tratar igualmente os contribuintes que são financeiramente desiguais

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado


à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;”

Capacidade contributiva das pessoas:

O parâmetro utilizado para igualar ou desigualar os contribuintes. Trata-se da


capacidade contributiva das pessoas:

“Art. 145: (...):


§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte."(Perceba que tal poder
não é ilimitado, já que devem ser respeitados os
direitos individuais dos contribuintes, e nos termos da lei).

•Equidade Vertical: contribuintes que possuem capacidade contributiva


diferente, devem contribuir de forma desigual.
•Equidade Horizontal: contribuintes que possuem igual capacidade contributiva,
devem ser tributados de maneira igual.

STF (RE 406.955-AgR)


O princípio da capacidade contributiva também pode ser extensível a outras
espécies tributárias, obedecendo, é claro, as singularidades de cada uma delas.

A aplicação da capacidade contributiva aos tributos ocorre de maneira distinta.

D. Tributário Page 40
A aplicação da capacidade contributiva aos tributos ocorre de maneira distinta.

A progressividade ocorre quando a incidência tributária é mais gravosa sobre


aqueles que possuem maior capacidade contributiva. É o que ocorre com o
Imposto de Renda, em que as pessoas que auferem maiores rendas contribuem
com alíquotas maiores.

Impostos reais → São impostos incidentes sobre o patrimônio, desconsiderando


as características pessoais dos contribuintes.
Impostos pessoais → São os impostos que estabelecem diferenças tributárias em
função das condições pessoais de cada contribuinte.
Com base nessa definição, o STF entendia que a progressividade somente seria
aplicável aos impostos pessoais, já que os impostos reais não consideram as
características pessoais dos contribuintes. Em relação
a estes, a progressividade somente seria possível se houvesse norma
constitucional dispondo neste sentido, como atualmente ocorre com o IPTU
(imposto municipal) e com o ITR (imposto federal).

Súmula STF 656 – É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas


para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor
venal do imóvel.
O ITBI, por ser um imposto que incide sobre a transmissão da propriedade, é
considerado um imposto real, e por esse motivo, o STF vedou a sua
progressividade.

Súmula STF 668 – É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes
da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.

Contudo, em 2013, o STF demonstrou estar alterando seu entendimento, ao


julgar o RE 562.045, relativamente à progressividade das alíquotas do ITCMD,
típico imposto real. Vejamos:
“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI
ESTADUAL: PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE
TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS E DIREITOS.
CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.”.
(...)
Transcrição parcial do voto da Min. Ellen Gracie:
“Por revelar efetiva e atual capacidade contributiva inerente ao acréscimo
patrimonial, o imposto sobre transmissão “causa mortis”, também conhecido
como imposto sobre heranças ou sobre a sucessão, é um imposto que bem se
D. Tributário Page 41
como imposto sobre heranças ou sobre a sucessão, é um imposto que bem se
vocaciona à tributação progressiva.”
(STF, RE 562.045/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 06/02/2013,
publicado em 27/11/2013)

Ainda sobre a progressividade das alíquotas dos tributos, em 2016, o STF


caminhou ainda mais em direção à progressividade das alíquotas no momento em
que, ao julgar as ADIs 4697/DF e 4762/DF, foi observado pelo
relator Min. Edson Fachin, que a progressividade deve incidir sobre todas as
espécies tributárias, à luz da capacidade contributiva do contribuinte. De acordo
com o eminente ministro, a progressividade e a capacidade contributiva são os
fundamentos normativos do Sistema Tributário Nacional.

No caso do ITR tem relação com a redação original da CF/88 só estabelecia que o
ITR deveria ter suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas, não fazendo qualquer referência à progressividade
com base na área do imóvel.

Porém, a Lei 9.393/1996, que instituiu o referido imposto (ITR), estabeleceu


alíquotas progressivas, considerando a área do imóvel e o seu grau de utilização.
Em termos simplificados, a lei estabeleceu uma tabela de alíquotas, que prevê
maiores alíquotas para imóveis com menor grau de utilização (como já previa a
CF/88, em seu texto original). Mas a referida tabela também considera a área do
imóvel, ou seja, imóveis maiores, são tributados com alíquotas maiores.
Basicamente, temos uma relação direta das alíquotas com a área do imóvel
(progressividade), e uma relação inversa das alíquotas do imposto com o grau
de utilização do imóvel (com o objetivo de desestimular as grandes
propriedades improdutivas).

→ Súmulas 656 e 668 – que impedem a progressividade do ITBI e do IPTU


(progressividade fiscal antes da EC 29/00) – ainda estão válidas e devem ser
consideradas corretas.

Súmula STF 656 – É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas


para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor
venal do imóvel.
O ITBI, por ser um imposto que incide sobre a transmissão da propriedade, é
considerado um imposto real, e por esse motivo, o STF vedou a sua
progressividade.
Súmula STF 668 – É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes
da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
D. Tributário Page 42
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.

→ Jurisprudência mais recente:


-O ITCMD pode ser progressivo;
-O ITR pode ser progressivo;
-A progressividade pode ser utilizada em todas as espécies tributárias.

A adequação do tributo de acordo com a


capacidade contributiva não é obtida apenas como a alteração de alíquotas,
mas, também, pode ser
concretizada por meio do escalonamento das bases de cálculo. Como assim?
A base de cálculo do IPTU, por exemplo, é o valor venal do imóvel. Contudo, para
se chegar ao valor venal,vários critérios são utilizados pelos municípios. Um dos
critérios poderia ser o tipo de construção (precário, popular, médio, fino e luxo).
Ou seja, à medida que o padrão da construção aumenta, haverá consequente
escalonamento da base de cálculo. Como o tributo é calculado multiplicando-se a
base de cálculo pela alíquota, de acordo com a Suprema Corte, trata-se de “índice
hábil à mensuração da frivolidade ou da essencialidade do bem, além de lhe
conferir mais matizes para definição da capacidade contributiva”.

///

Princípio da Isonomia e a Jurisprudência

•Fere o princípio da isonomia a discriminação com base na função ou ocupação


exercida (STF, AI 157.871-AgR) o STF também já considerou inconstitucional lei
complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do
pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou
emolumentos (ADI 3.260).

•Não fere o princípio da isonomia o tratamento desigual a microempresas (ME) e


empresas de pequeno porte (EPP) cujos sócios têm condição de disputar o
mercado de trabalho sem assistência do Estado (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício
Corrêa, julgamento em 5-12-2002, Plenário, DJ de 14-3-2003.)

A Lei 9.317/96 foi revogada pela Lei Complementar 123/2006!


Com o advento da EC 42/03, incluindo a alínea “d” ao inciso III, do caput do art.
146, da CF/88, passou a ser exigido lei complementar para dispor sobre o
tratamento diferenciado e favorecido às ME e EPP. O objetivo foi estabelecer que
uma lei complementar nacional
dispusesse sobre as normas gerais a respeito desse tema, visando conferir
uniformidade ao tratamento diferenciado.
D. Tributário Page 43
uniformidade ao tratamento diferenciado.
Com isso, em 1º de Julho de 2007, ocorreu a revogação da Lei 9.317/96 pela LC
123/2006, instituindo o Simples Nacional. Esta lei complementar continuou
excluindo os profissionais
liberais da sistemática desse regime tributário diferenciado, com base no seu art.
17, XI. Foi apenas com a edição da LC 147/2014, responsável por diversas
alterações na LC 123/2006, que ocorreu a efetiva revogação do inciso XI, de forma
que, atualmente, os
profissionais liberais passaram a poder optar pelo Simples Nacional.
De qualquer modo, a jurisprudência acima pode vir a ser cobrada na sua prova, ao
tratar do princípio da isonomia. Evidentemente, se a questão estiver versando
sobre o Simples Nacional, sua resposta se pautará na mais recente alteração,
que permite a opção de tais
empresas pelo Simples Nacional.

•Não fere o princípio da isonomia quando a lei estimula a contratação de


empregados com determinadas características (por exemplo, idade mais elevada),
por meio de incentivos fiscais (ADI
1.276, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-8-2002.)

•Não fere o princípio da isonomia a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e


às entidades financeiras, no que se refere à contribuição previdenciária sobre a
folha de salários. (AC 1.109-MC,
Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário, DJ de
9-10-2007.)

•Não afronta o princípio da isonomia norma que proíbe a adoção do regime de


admissão temporária para as operações de importação amparadas por
arrendamento mercantil. (RE 429.306/PR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda
Turma, DJe 16/3/11) De acordo com a Lei 6.099/74, “a entrada no território
nacional dos bens objeto de arrendamento mercantil,
contratado com entidades arrendadoras domiciliadas no exterior, não se confunde
com o regime de admissão
temporária” Consoante a Suprema Corte, “o arrendamento mercantil foi adotado
no Brasil para que os interessados possam usufruir de suas virtudes intrínsecas,
mas não para que obtenham tratamento fiscal mais benéfico, se comparado ao
previsto em relação às operações de compra e venda financiada”.

•Não afronta o princípio da isonomia a vedação de importação de automóveis


usados, sob a alegação de a União estar atuando contra as pessoas de menor
capacidade econômica (STF, RE 312.511, rel.
min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ de 28.06.2002)

D. Tributário Page 44
Princípio da Capacidade Contributiva e o Sigilo Bancário

LC 105/2001 estabeleceu o seguinte:


Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros
e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de
depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo
instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados
indispensáveis pela autoridade administrativa
competente.

Isso significa que as autoridades e os agentes fiscais tributários, sejam eles da


União, dos Estados, do DF ou dos Municípios podem examinar as informações
bancárias do contribuinte, independentemente de ordem judicial nesse sentido,
bastando que haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal
em curso e que tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade
administrativa competente.

De acordo com a jurisprudência do STF, as autoridades fiscais podem requisitar


aos bancos as informações financeiras dos contribuintes, sem prévia autorização
judicial.

D. Tributário Page 45
Princípio do Não Confisco
Thursday, July 27, 2023 2:02 PM

O princípio da vedação ao efeito de confisco também é aplicável às multas


tributárias
(tanto moratórias como punitivas). No entanto, as multas não se confundem
com tributos (aprendemos isso na aula anterior).

Limite estabelecido pelo STF para a multa punitiva: 100% do valor do tributo

Limite estabelecido pelo STF para a multa moratória: 20% do valor do tributo

A aplicação do princípio do não confisco deve ser atenuada, quando se trata de


tributos extrafiscais, já que estes são tributos de mero incentivo ou desistímulo de
determinada conduta.

D. Tributário Page 46
Princípio da Anterioridade Anual
Thursday, July 27, 2023 2:23 PM

Exceção (não se aplica) a anterioridade anual e nonagesimal: II, IE, IOF, IEG e EC.

Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade anual: CIDE combustível quando


for caso de
reestabelecimento das alíquotas, ICMS combustível, IPI e Contribuições da
Seguridade Social.

Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade nonagesimal: Base de cálculo


IPTU, base de cálculo IPVA e IR.

Está ligado ao princípio da segurança jurídica.

Visa proteger o contribuinte de mudanças repentinas que possam trazer prejuízos


inesperados ao seu patrimônio.

Princípio da Anterioridade (anterioridade anual, anterioridade de exercício,


anterioridade geral ou anterioridade comum)

De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a
qualquer dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar
tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou”.

D. Tributário Page 47
A redução e extinção de um tributo obviamente não necessitarão aguardar
tais prazos, produzindo efeitos imediatamente.

Súmula Vinculante 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de


obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

A atualização do valor monetário do tributo também não constitui


majoração de tributo, não sendo necessário que se submeta ao princípio da
anterioridade.
///
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO: REVOGAÇÃO.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. I. - Revogada a isenção, o tributo torna-se
imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se observar o princípio
da anterioridade, dado que o tributo já é existente.
II. - Precedentes do Supremo Tribunal Federal. III. - R.E. conhecido e provido.
(RE 204.062/ES, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 19/12/1996)

Veja que o STF entendia, nos idos de 1996, que a revogação de isenção não
configuraria majoração de tributo, não havendo porque observar o princípio
da anterioridade. Contudo, é muito importante considerarmos a decisão
mais recente da Primeira Turma da Suprema Corte, no sentido da
necessidade de
observância do princípio da anterioridade:

(...) REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE –


DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES.
Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de
observância ao princípio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante
das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente –
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de
minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. (...)
(STF, RE 564.225-AgR/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio,
Julgamento em 02/09/2014)

Veja que, atualmente, o STF entende que a redução de benefício fiscal


caracteriza aumento indireto de tributo, atraindo a aplicação do princípio da
anterioridade anual e nonagesimal, sendo que esta será

D. Tributário Page 48
anterioridade anual e nonagesimal, sendo que esta será
estudada adiante. Ademais, entende a Corte que o prévio conhecimento da
carga tributária tem como base a segurança jurídica e, como conteúdo, a
garantia da certeza do direito

A majoração indireta de tributo, levada a cabo por meio de


redução de benefício fiscal, atrai a aplicação do princípio da anterioridade
(anual e nonagesimal, sendo que este será estudado adiante)

Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em


que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos
sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira
mais favorável
ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
O art. 104 do CTN foi elaborado à luz da Emenda Constitucional nº 18, de
1965. Importa-nos, neste momento, verificar as distinções entre os
regramentos dos incisos I e II do art. 104 e o que estabelece o princípio da
anterioridade, consignado no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal de
1988:

Justamente por conta dessas divergências é que boa parte da doutrina


defende que os incisos I e II não se compatibilizam com a CF/88, não tendo
sido recepcionados por esta. De qualquer modo, a transcrição literal dos
dispositivos em questões de concursos públicos deve ser analisada com
cautela, pois as bancas podem
considerá-las corretas é recomendável ao candidato que procure entender
qual é a fonte utilizada para elaboração da questão, lembrando-se das
palavras-chave do art. 104, do CTN: “vigor” e “impostos sobre o patrimônio
ou a renda”.

D. Tributário Page 49
Os empréstimos compulsórios, instituídos com base na hipótese de
investimento público de caráter urgente, não foram excepcionados da
anterioridade. Então, a princípio, os investimentos não são tão urgentes

D. Tributário Page 50
anterioridade. Então, a princípio, os investimentos não são tão urgentes
assim!

D. Tributário Page 51
Princípio da Noventena (anterioridade nonagesimal,
privilegiada, qualificada ou mitigada)
Thursday, August 10, 2023 9:42 AM

Exceção (não se aplica) a anterioridade anual e nonagesimal: II, IE, IOF, IEG e EC.

Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade anual: CIDE combustível quando


for caso de
reestabelecimento das alíquotas, ICMS combustível, IPI e Contribuições da
Seguridade Social.

Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade nonagesimal: Base de cálculo


IPTU, base de cálculo IPVA e IR.

O princípio da noventena (também denominado anterioridade nonagesimal)


estabelece que a cobrança de
tributos deve ocorrer apenas 90 dias(E NÃO 3 MESES) após a publicação de uma
lei que institua ou majore tributos.

As contribuições para o financiamento da seguridade social estão


sujeitas apenas ao princípio da noventena. Aliás, elas são a única hipótese
prevista no texto constitucional, na data da sua promulgação, em 1988, então a
Emenda Constitucional 42/2003 trouxe uma alteração, ampliando o rol de
tributos que
estariam sujeitos ao princípio da noventena. Portanto, agora a regra é a aplicação
desse princípio, ficando excetuadas apenas as hipóteses previstas no art. 150, §
1°, da CF/88.

Incluído na Carta Magna pela EC 42/03 e aplicável aos tributos de um modo geral,
como princípio da anterioridade mínima, e a referência ao disposto no art. 195, §
6º, da CF/88, aplicável apenas às contribuições para a seguridade social, como
princípio da
anterioridade especial.

O princípio da anterioridade nonagesimal deve ser aplicado juntamente com o


princípio da anterioridade anual. Isso mesmo! A partir da publicação da lei,
devem ser observados esses dois princípios, prevalecendo aquele que tiver o
prazo mais longo.

Um detalhe a ser guardado é que, no entendimento do STF (RE 584.100), a


simples prorrogação de alíquota já aplicada anteriormente não está sujeita ao
prazo nonagesimal, tendo em vista que não há nenhuma surpresa para o
contribuinte.

D. Tributário Page 52
Observem que o II, IE, IOF, IEG e Empréstimos compulsórios decorrentes de
guerra ou calamidade constituem exceções aos dois princípios(anterioridade
anual + nonagesimal)

D. Tributário Page 53
Princípios da Anterioridade e Noventena e as Medidas
Provisórias
Thursday, August 10, 2023 10:10 AM

As medidas provisórias são atos normativos com força de lei e, por isso mesmo,
podem instituir tributos, desde que observados os requisitos de urgência e
relevância, expressos no caput do art. 62, da CF/88.
§ 2° do referido dispositivo menciona que a medida provisória, que implique
instituição ou majoração de impostos, só produzirá efeitos no exercício seguinte
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
A regra só vale para a espécie IMPOSTO, estando excepcionados os seguintes
impostos:
II, IE, IPI, IOF e IEG.

Após o término do prazo de 90 dias, a MP produziria efeitos por 30 dias. Se,


dentro
desse período, a MP for convertida em lei sem alterações substanciais em tal
conversão, a cobrança continua.
De outra forma, se houver alterações substanciais (conversão parcial da MP em
lei) no texto originário da MP, reinicia-se o prazo de contagem a partir da
publicação da lei de conversão. Esse é o entendimento do STF.

Se a questão não fizer nenhuma ressalva quanto às alterações substanciais,


consideraremos que o prazo se conta a partir da publicação da medida
provisória.

Exceção (não se aplica) a anterioridade anual e nonagesimal: II, IE, IOF, IEG e
EC(empréstimo compulsório calamidade+guerra externa)
Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade anual: CIDE combustível quando
for caso de
reestabelecimento das alíquotas, ICMS combustível, IPI e Contribuições da
Seguridade Social.
Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade nonagesimal: Base de cálculo
IPTU, base de cálculo IPVA e IR.

D. Tributário Page 54
Princípio da Irretroatividade
Thursday, August 10, 2023 10:44 AM

Vedado a todos os entes federativos


cobrar tributos “em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”.

Não há exceções ao princípio da irretroatividade na CF/88. Contudo, o CTN


previu situações em que a norma pode retroagir, desde que seja expressamente
interpretativa ou, tratando de infração, que venha a beneficiar os infratores.

CSLL (Contribuição social sobre o lucro líquido)

se uma lei editada no dia 2 de outubro majorar o tributo, em 31 de dezembro


(após 90 dias), ela produzirá efeitos sobre o fato gerador? Para o STF (AI-AgR-ED
333.209/PR), a resposta é positiva.

o STF tem como referência, para análise da irretroatividade, o aspecto temporal


da hipótese de incidência.

Imposto de Renda

Irretroatividade → SIM
Anterioridade Anual → SIM
Anterioridade Nonagesimal → NÃO

O fato gerador do IR é chamado de fato gerador período composto (ou


complexivo).

Atualmente, você pode considerar incorreta a questão que afirma a redação da


Súmula
584, que foi cancelada:
Súmula STF 584 – Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano
base aplicase a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a
declaração.

Surge, portanto, a seguinte dúvida: se uma lei editada no dia 2 de outubro


majorar o tributo, em 31 de dezembro (após 90 dias), ela produzirá efeitos sobre
o fato gerador? Para o STF (AI-AgR-ED 333.209/PR), a resposta é positiva.

D. Tributário Page 55
o fato gerador? Para o STF (AI-AgR-ED 333.209/PR), a resposta é positiva.
Ainda que nos pareça injusto, pois o contribuinte havia planejado certa carga de
tributação sobre seus lucros, quando uma alteração no final do ano repercutiu
sobre todas as suas atividades durante todo o exercício
financeiro. Devemos considerar o posicionamento do STF acerca do tema.

Ainda nesse contexto, há que se observar que o STF tem como referência, para
análise da irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência. Ou
seja, para a Corte, o que importa é o momento definido na lei como ocorrido o
fato gerador do tributo. Registre-se, contudo, que há indícios de que a Suprema
Corte
(RE 587.008) esteja alterando o seu posicionamento, adotando como referência o
aspecto material da hipótese de incidência, conforme se vê na ementa desse
Recurso Extraordinário:

“É o aspecto material – e não o aspecto temporal da norma – que deve ser


considerado para fins de resguardo da irretroatividade e da anterioridade da lei
tributária (...). Havendo afirmação
constitucional expressa da irretroatividade da lei ao fato gerador, bem como da
anterioridade da lei tributária, e considerando-se que tais garantias constituem
desdobramentos inequívocos do
princípio da segurança jurídica, pode-se concluir que não tem lugar, no direito
tributário brasileiro, a chamada retroatividade imprópria.”
(STF, RE 587.008; Voto da Min. Ellen Gracie, Relator: Dias Toffoli, J. 02/02/2011,
DJ 05/05/2011)

D. Tributário Page 56
Princípio da Liberdade de Tráfego
Friday, August 11, 2023 11:06 AM

D. Tributário Page 57
Outros Princípios Constitucionais Tributários
Friday, August 11, 2023 11:11 AM

Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação(União)

O texto constitucional veda, no seu art. 151, I, que a União institua tributo
que não seja uniforme em todo o território nacional ou que venha implicar
em distinção em relação a outro ente federativo, em detrimento dos demais.

Contudo, é permitida a concessão de incentivos fiscais para promover o


desenvolvimento socioeconômico de determinadas regiões do país (Não é
qualquer incentivo fiscal que justifica a tributação diferenciada. Devehaver
um elemento finalístico que justifique tal distinção!).

STF (RE 344.331/PR)


não cabe ao Judiciário substituir o legislador, estendendo a isenção
(incentivo fiscal) a contribuintes que não foram contemplados pela lei, a
título de isonomia

Princípio da Uniformidade da Tributação da Renda

Art151,II, veda-se à união:


“tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos
agentes públicos,

D. Tributário Page 58
agentes públicos,
em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus
agentes”.

Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas

Art. 151. É vedado à União:


III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos
Municípios.

Princípio da Não Discriminação Baseada em Procedência ou Destino dos bens e


serviços(EXCLUSIVAMENTE APLICÁVEL AOS ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS)

os entes federados (a União não está entre eles) devem tratar igualmente o
produto importado e o produto nacional,
com base no GATT e no art. 152, pois diferenciar bem nacional de
importado é uma distinção com base em
procedência

Princípio da Transparência Tributária

Lei Federal 12.741/2012

Art. 1º Emitidos por ocasião da venda ao consumidor de mercadorias e


serviços, em todo
território nacional, deverá constar, dos documentos fiscais ou equivalentes, a
informação
do valor aproximado correspondente à totalidade dos tributos federais,
estaduais e
municipais, cuja incidência influi na formação dos respectivos preços de
venda.

D. Tributário Page 59
venda.

Princípio da Segurança Jurídica

D. Tributário Page 60
TABELA APOIO CLASSIFICAÇÃO CONTAS
Monday, July 17, 2023 1:35 PM

Contabilidade Geral Page 61


Contabilidade Geral Page 62
X + ativa = receita
X + passiva = despesa

- Qualquercoisa ativa = receita de Qualquercoisa (conta de Resultado).


Exemplo:
• Juros ativos = receita de juros.
• Comissões ativas = receita de comissões.

- Qualquercoisa passiva = despesa de Qualquercoisa (conta de Resultado).


Exemplo:
• Juros passivos = despesa de juros.
• Comissões passivas = despesa de comissões.
E se aparecer algo assim:
“Yachin ativos”. Eu não sei o que é “yachin”, mas classifico isso ai como “receita
de yachin”, no
resultado.
“Yachin passivos” = despesas de Yachin, no resultado.

- Qualquercoisa ativa a receber = receita de Qualquercoisa a receber (Ativo).


Contabilidade Geral Page 63
- Qualquercoisa ativa a receber = receita de Qualquercoisa a receber (Ativo).
Exemplo:
• Aluguel ativo a receber = receita de aluguel a receber (Ativo).
• Comissões ativas a receber = receita de comissões a receber (Ativo).

- Qualquercoisa passiva a pagar= despesa de Qualquercoisa a pagar (Passivo).


Exemplo:
• Aluguéis passivos a pagar = despesa de aluguéis a pagar (Passivo).
• Comissões passivas a pagar = despesa de comissões a pagar (Passivo).

- Qualquercoisa ativa a vencer = receita de Qualquercoisa recebida


antecipadamente (Passivo).
Nesse caso, a empresa já recebeu, mas ainda não pode ir para o resultado por
competência.
Também chamada de Receitas a transcorrer ou Receitas antecipadas ou
Adiantamento de receitas.
Exemplo:
• Aluguel ativo a vencer = receita de juros recebida antecipadamente (Passivo).
• Comissões ativas a vencer = Receitas de comissões recebidas antecipadamente
(Passivo).

- Qualquercoisa passiva a vencer = despesa de Qualquercoisa paga


antecipadamente (Ativo).
Sinônimos: Despesas pagas antecipadamente, despesas antecipadas, despesas a
transcorrer.
Exemplo:
• Aluguéis passivos a vencer = despesa de aluguéis pagos antecipadamente
(Ativo).
• Comissões passivas a vencer = despesa de comissões antecipadas (Ativo).

Obs.: sobre o esclarecimento, essa é uma regra geral: contas passivas A VENCER
representam despesas antecipadas, por isso, a regra é classificação no ativo. Mas
no caso específico dos encargos financeiros a vencer ou a transcorrer, elas ficam
como retificadoras do passivo.

- Despesas pré-operacionais: Despesa (resultado). Antigamente, ficava no extinto


Ativo Diferido.

- Despesa diferida: Ativo. É sinônimo de Despesas Antecipadas ou Despesas pagas


antecipadamente

- Obrigações trabalhistas: Fica sempre a dúvida se esse tipo de conta é Passivo


(Obrigações trabalhistas a pagar) ou resultado (despesas de obrigações
trabalhistas). A ESAF (que não deve realizar mais provas de concursos) já
considerou essa conta como passivo. Para outras bancas,
recomendamos a classificação como despesa.

Contabilidade Geral Page 64


- Salários: Despesas (Resultado)

- Salários e encargos: Despesas (Resultado)

- Salários e ordenados: Despesas (Resultado)


(Não confunda com Passivo)

E, finalmente, duas contas para não incluir:

- Títulos endossados (conta de compensação)


- Endosso para descontos (conta de compensação)
Essas contas não devem ser consideradas. São contas de compensação, e não
afetam o saldo do balanço patrimonial.

Ajuste de avaliação patrimonial positivo Resultado?


Adiantamento de Clientes Passivo
Estimativa para Crédito de Liquidação Duvidosa (EPCLD) Credora

Contabilidade Geral Page 65


A00 - Definições gerais
Tuesday, June 27, 2023 1:07 PM

A contabilidade é uma ciência SOCIAL

Segundo a teoria contábil contemporânea, a contabilidade é mais adequadamente


classificada como ciência. (ciências contábeis)

A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover


seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.

Contabilidade Teórica: foco como CIÊNCIA, estudando seus princípios, teorias, axiomas.

Contabilidade Prática: Foca no REGISTRO de fatos

O objeto de estudo da contabilidade é o PATRIMÔNIO das entidades. Patrimônio envolve


até dívidas.

Contabilidade Geral Page 66


As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos
em geral.
Os usuários das demonstrações podem ser externos ou internos, conforme tenham
ou não ligação e acesso às informações da entidade que as reporta.

Externos:
-Empregados
-Investidores
-Credores por empréstimos
-Fornecedores
-Clientes
-Governo e suas agências
-Público

Duas funções da contabilidade:

A base legal encontra-se na Lei 6.404/76 arts 175 a 204.


O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, edita os chamados Pronunciamentos
Contábeis ou CPCs são praticamente traduções de normas emitidas por órgãos
internacionais, com pequenas adaptações à realidade brasileira.

Contabilidade Geral Page 67


Capital social é o valor que os sócios entregam para a sociedade, para que a
entidade possa ter início ou para ingressarem posteriormente no quadro
societário.

As pessoas dos sócios e a sociedade são distintas, não pode haver confusão do
patrimônio.

A riqueza líquida de uma entidade ao final de um período pode ser obtida pelo
confronto de bens x direitos e obrigações.

A Contabilidade pode ser dividida didaticamente em Contabilidade Teórica e


Contabilidade Prática. A primeira se preocupa em apresentar a Contabilidade
como ciência, estudando seus princípios, objeto de estudo e normas. Por sua vez,
a Contabilidade Prática aplica as técnicas e princípios de maneira prática, como
por exemplo, registrar as operações em livros.

Patrimônio = Conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade.

Contabilidade Geral Page 68


Campo de aplicação da contabilidade (Aziendas)
Tuesday, June 27, 2023 2:36 PM

Azienda = Patrimônio de uma entidade que é gerido de maneira organizada. É o campo


de aplicação da contabilidade.

A doutrina costuma classificar a azienda, quanto ao fim a que se destina, em


três tipos, a saber:
1) azienda econômica: Como, por exemplo, as empresas. Objetivo de lucro.
2) aziendas econômico-sociais: São exemplo as associações, cuja sobra líquida é
destinada a outros fins que
não a remuneração do capital empregado. Por exemplo, a associação de
moradores da Barra da Tijuca
reverte o dinheiro que obteve ao término do exercício com a limpeza e o cultivo
de árvores na região.
3) aziendas sociais: Não possui escopo lucrativo, tal como a União, Estados,
Municípios.

Contabilidade Geral Page 69


Componentes Patrimoniais (Ativos, Passivos,
Patrimônio Líquido, Bens)
Tuesday, June 27, 2023 3:13 PM

Ativos
São os bens e direitos da empresa. Assim, quando a empresa compra uma máquina para
ser usada na produção, está comprando um Ativo.

Passivos
São as obrigações da empresa. Aquilo que ela tem que pagar ou, em alguns casos,
transferir a alguém. Digamos que uma empresa compre uma máquina para usar na
produção e irá pagar em 12 prestações mensais. A máquina é um ativo. A dívida com o
fornecedor, em 12 prestações que irá pagar, é um passivo.

Patrimônio Líquido
É a diferença entre os ativos e os passivos de uma entidade. Também conhecido como
RIQUEZA PRÓPRIA ou SITUAÇÃO LÍQUIDA. Imagine que uma empresa decida encerrar
suas operações. Se ela vender todos os seus ativos e pagar as dívidas, o que sobra para
os sócios é seu patrimônio líquido.

Patrimônio bruto ou patrimônio total: total do ativo

Patrimônio líquido: Ativo - Passivo

BENS (Integram o grupo dos ativos)

Os bens hoje podem ser divididos em corpóreos e incorpóreos(tangíveis e intangíveis)

Podem ser classificados em:

Contabilidade Geral Page 70


Direitos
São aquelas quantias que nossa entidade tem a receber ou a recuperar em negócios jurídicos celebrados
com terceiros, tal como uma venda a prazo realizada, um adiantamento feito a um fornecedor, um
cheque que tenho a receber.
Os direitos também integram o grupo que estamos chamando de ativo.

Obrigações
São os valores que a empresa deve a terceiros, tais como impostos a pagar, salários a pagar,
finaciamentos a pagar, empréstimos a pagar etc. As obrigações compõem o grupo que chamamos de
passivo.

Contabilidade Geral Page 71


Técnicas Contábeis (Escrituração, Demonstração,
Período Contábil, Auditoria)
Tuesday, June 27, 2023 3:36 PM

Elaboração das demonstrações contábeis:


Ao fim do exercício social, que é de 1 ano, a entidade deverá
apresentar demonstrações financeiras que é um compilado de tudo o
que aconteceu durante esse período.

Auditoria é o verificar de que a escrituração está correta.

São 4 técnicas:

Contabilidade Geral Page 72


Contabilidade Geral Page 73
A01 - Intro - Elementos Patrimoniais: Estática Patrimonial,
Tipos de Situação Líquida Existentes, Atos e Fatos Contábeis,
Variações de Elementos Patrimoniais

Contabilidade Geral Page 74


Estática Patrimonial (Balanço Patrimonial)
Friday, June 30, 2023 1:52 PM

A Contabilidade atua na seguinte sequência de eventos:

Feita a escrituração, passamos a elaborar as demonstrações contábeis. A principal delas é o balanço patrimonial, que
evidencia a posição patrimonial e financeira da entidade, a chamada estática patrimonial.

Esquema:

Exemplo de balanço patrimonial:

Contabilidade Geral Page 75


- A principal demonstração contábil é o balanço patrimonial!
- O balanço patrimonial é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido!
- O lado esquerdo do balanço patrimonial, POR UMA CONVENÇÃO, é chamado de lado positivo do balanço
patrimonial, apresenta as aplicações de recursos e elenca os bens e direitos que estão sob o controle dessa
entidade. Também por CONVENÇÃO é chamado de lado DEVEDOR OU LADO DOS DÉBITOS. E aqui, meu querido
aluno, eu peço
encarecidamente que você ACEITE essas convenções e seja feliz!

- O lado direito do balanço patrimonial, POR UMA CONVENÇÃO, é chamado de lado negativo do balanço
patrimonial, apresenta as origens de recursos e elenca as obrigações da empresa com seus sócios (Patrimônio
Líquido) ou com terceiros (Passivo). Também por CONVENÇÃO é chamado de lado CREDOR OU LADO DOS
CRÉDITOS.
- Os elementos patrimoniais dessa entidade, bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido estão registados em
CONTAS CONTÁBEIS. Por exemplo, a entidade possui em seu ativo, uma conta para registrar o valor dos seus
terrenos outra no passivo para registrar sua dívida
com fornecedores.

Aplicações de recursos = Origem de recursos


O ativo será sempre igual ao total do passivo + patrimônio líquido.

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

Os ativos mostram como são aplicados os recursos da entidade, e os passivos, quais as origens dos recursos.

Dialeto contábil

Contabilidade Geral Page 76


Dialeto contábil

Tipos de situação líquida existentes:

1. Ativo maior do que passivo

Ativo = Passivo + Situação Líquida


Situação líquida = Ativo - Passivo = 2000 - 500 = 1500
Logo,
➢ Ativo > Passivo exigível
➢ Situação líquida > 0

2. Ativo menor do que passivo

Ativo = Passivo + PL
2000 = 2500 - PL
PL = 2000 - 2500
PL = -500
Trata-se de PASSIVO DESCOBERTO, há um passivo que não tem cobertura.
Mesmo se nos desfizermos de todos os bens e direitos, não será suficiente para quitar
as obrigações.
Passivo a descoberto ocorre quando o passivo exigível é maior que o ativo.
Alguns autores o chamam de patrimônio líquido negativo, mas o nome tecnicamente
correto é passivo a descoberto.
O passivo não fica com valores negativos, o PL é que fica.
Logo,
➢ Ativo < Passivo
➢ Patrimônio Líquido < 0

Contabilidade Geral Page 77


➢ Patrimônio Líquido < 0
Ativo + PL = Passivo

3. Ativo igual ao passivo

A situação líquida neste caso é nula.


➢ Ativo = Passivo
➢ PL = 0

4. Ativo igual à situação líquida

Ativo é igual ao patrimônio líquido. Não há qualquer dívida. Temos:


➢ Ativo = PL
➢ Passivo = 0

Ativo e passivo podem ser maiores ou iguais a zero, nunca negativos.


PL pode ser maior, menor ou igual a zero.

Contabilidade Geral Page 78


Atos e Fatos Contábeis (ou Atos Administrativos e Fatos
Administrativos)
Monday, July 3, 2023 10:12 AM

ATOS são acontecimentos que ocorrem na entidade e não provocam alterações


imediatas do patrimônio. (Reunião administrativa e financeira, demissão,
aplicação de advertência)

FATOS são os acontecimentos que provocam variações no patrimônio da


entidade. (Pgmt de salários)

Contabilidade Geral Page 79


Variações de Elementos Patrimoniais
Monday, July 3, 2023 10:27 AM

1ª Operação - Subscrição do Capital Social:

Sócios A e B decidem investir 12k em dinheiro para começar a empresa ACME


s/a, que atuará no ramo de prestação de serviços.

SUBSCRIÇÃO é o ato pelo qual os sócios se comprometem, formalmente, a


entregar recursos para constituição de uma empresa.
É a PROMESSA para entregar recursos para a entidade.

INTEGRALIZAÇÃO é o ato pelo qual os sócios efetivamente entregam os


recursos.

O capital social representa a ORIGEM de recursos que foram APLICADOS no


caixa da empresa.

Após a ocorrência desse fato, o balanço patrimonial fica assim:

2ª Operação - Aquisição de edifício


A empresa adquire, à vista, um edifício para suas instalações por 3.6k
Valor este que, retirado do caixa inicialmente formado pelo capital social, que
permanece intacto, ficará discriminado da seguinte maneira, sendo
considerada a conta edifícios como ativo da empresa:

Logo, a ORIGEM foi o recurso do caixa.


Contabilidade Geral Page 80
Logo, a ORIGEM foi o recurso do caixa.

Aumentos nos ativos representam APLICAÇÕES de recursos, diminuições no


ativo, como ocorreu na conta caixa, representam ORIGENS de recursos.

Já aumentos nos passivos e no patrimônio líquido representam ORIGENS de


recursos. Porém, diminuições nos passivos e no patrimônio líquido, irão
representar APLICAÇÕES de recursos.

3º Operação - Compra de Materiais

A empresa adquire, a prazo, materiais para prestação de serviços, por R$


6.000,00. Sendo criada uma OBRIGAÇÃO (passivo) de pagar 6k aos
fornecedores, que é a ORIGEM de recursos que foram APLICADOS na aquisição
de materiais.

O balanço fica assim:

4ª Operação - Compra de veículo

A empresa adquire, à vista, um veículo para entrega, por 600 reais.

O balanço fica assim:

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Sendo a criação da conta veículos a aplicação dos recursos e a diminuição da
conta caixa a origem dos recursos.

5ª Operação - Venda de Parte do Edifício

A empresa decidiu vender, por 2.4k, metade do edifício adquirido. O


comprador emitiu uma Nota Promissória e podemos considerar que o edifício
foi dividido em partes iguais.

Surgirá uma nova conta, a de notas promissórias a receber, um direito, um


ativo.

O valor inicial dos edifícios era de 3.6k, metade foi vendido. Sendo necessário
registrar essa diminuição 3.600 * 0,5 = 1.800

Edifício foi vendido por 2.4k - 1.8k, o LUCRO registrado é de 600, devendo este
ser lançado no patrimônio líquido da empresa.

As alterações no patrimônio líquido de uma empresa são oriundas,


basicamente, de operações com os sóciose os lucros/prejuízos apurados pela
empresa.

O balanço ficará assim:

6ª Operação - Pgmt da obrigação

Contabilidade Geral Page 82


6ª Operação - Pgmt da obrigação
A empresa pagou R$ 3.900 referente a parte da dívida efetuada na aquisição
de materiais.
O caixa será a origem, 7.800-3.900=3.900
Registra-se os recursos APLICADOS na obrigação, que resta como parcialmente
quitada 6.000-3.900=2.100

Balanço patrimonial ficará:

7ª Operação - Recebimento de direito

Recebimento de 1.2k referente à venda do edifício.


Ficando assim:

Essa metodologia é chamada de Contabilidade por Balanços sucessivos.

A situação líquida é a diferença entre os Ativo e os Passivo de determinada


entidade.

Podemos representá-la da seguinte forma:

Situação líquida = Ativo – Passivo

Contabilidade Geral Page 83


Veja que ela é diretamente proporcional ao ativo. Isto é, quanto maior o
ativo, maior será a situação líquida:

Situação líquida↑ = Ativo↑ – Passivo

Nota-se, também, que ela é inversamente proporcional ao passivo. Ou


melhor, quanto maior o passivo,
menor será a situação líquida:

Situação líquida↓ = Ativo – Passivo↑

Contabilidade Geral Page 84


A02 - Variações no Patrimônio Líquido
Thursday, July 6, 2023 2:47 PM

Variações no patrimônio líquido ocorrem de duas maneiras:


a) Entrada ou saída de capital oriundas dos sócios.
b) Lucro ou prejuízo

Rédito = resultado do período (lucro ou preju)

Receitas e Despesas

Receitas representam aumentos nos ativos, em DINHEIRO ou em DIREITOS, em


virtude da VENDA de mercadorias, prestação de SERVIÇOS ou APLICAÇÕES
FINANCEIRAS, ganho de capital na venda de um imóvel/terreno por valor
superior ao custo de aquisição, a diminuição de um passivo SEM A
NECESSIDADE DE ENTREGAR UM ATIVO (perdoar dívida).

Reconhecimento de uma receita SEMPRE aumentará o PL.


Transações da empresa com seus sócios não representam despesas nem
receitas.

Contabilidade Geral Page 85


Despesas
Despesa é o CONSUMO DE UM BEM OU DE UM SERVIÇO, geralmente como
ESFORÇO para obter receitas.

DESPESAS = CONSUMO DE BENS OU SERVIÇOS NO


PERÍODO

Despesas representam uma diminuição no ativo ou aumento no passivo


Exemplos de fatos que geram Despesa:
- Consumo de materiais de limpeza e itens de almoxarifado;
- Utilização de Serviços diversos (limpeza, manutenção);
- Despesas Administrativas;
- Consumo de Energia Elétrica;
- Consumo de ativos, como máquinas e equipamentos, em virtude de uso,
obsolescência,
ação da natureza (chamamos essa despesa de DEPRECIAÇÃO);
- Venda de Terrenos por valor inferior ao custo de aquisição; (Perda de
Capital)

DESPESA NÃO É PASSIVO

Contabilidade Geral Page 86


Contabilidade Geral Page 87
Contas e suas Classificações
Thursday, July 6, 2023 3:10 PM

Débito e crédito, para a Contabilidade, servem para aumentar e diminuir o


saldo das contas contábeis.

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Contas de compensação
As contas de compensação são utilizadas para o registro de atos contábeis ou
administrativos e não afetam a apuração de saldos do patrimônio.

Contas retificadoras
São as que corrigem o saldo de uma conta principal, como a depreciação de
alguns ativos, como máquinas. (No caso, conta depreciação acumulada)

Contas Estáveis e Instáveis

Estáveis não mudam sua natureza, ou são deveredoras ou são credoras.


Por exemplo: as contas Caixa, Estoques, Móveis SEMPRE serão devedoras, isto
é, sempre apresentarão saldo devedor.
As contas Fornecedores, Contas a Pagar SEMPRE serão credoras, pois são
passivos. Nunca terão saldo devedor.

Contas unilaterais e bilaterais

Contabilidade Geral Page 89


Contas analíticas e sintéticas

Sintética é o agrupamento de itens em uma conta.(agregadora, resumida)

Analítica é o registro separado de cada um desses itens, é onde ocorrem os


lançamentos contábeis.(desagregadora, detalhada)

Contabilidade Geral Page 90


Funções e Estrutura das Contas
Tuesday, July 11, 2023 3:32 PM

Escrituração deve conter:

Contabilidade Geral Page 91


Contabilidade Geral Page 92
Principais contas utilizadas
Tuesday, July 11, 2023 3:43 PM

• Capital Aplicado: Ativo Total.

• Capital a Realizar ou Capital a Integralizar: Parcela do capital que não foi


integralizada. Os sócios prometeram, mas ainda não entregaram.

• Capital Autorizado: Valor previsto no estatuto para que possamos aumentar o


capital sem necessidade de alterar o estatuto. Esse valor não é contabilizado.

• Capital de Giro ou Capital Circulante: É o ativo circulante, é um tipo de ativo


que se espera converter em dinheiro no curto prazo (12 meses).

• Capital Circulante Próprio ou Capital de Giro Próprio: É o ativo circulante, ou


seja, bens e direitos de curto prazo, menos as dívidas de curto prazo (Ativo
Circulante - Passivo Circulante.

• Capital de Terceiros ou Capital Alheio: É o passivo exigível (empréstimos,


contas a pagar etc.).

• Capital Próprio: Patrimônio Líquido.

• Capital Realizado ou Capital Integralizado: É aquilo que foi entregue


(integralizado) pelos sócios. É a diferença entre o que foi subscrito (o que eles
prometeram entregar) e o que falta integralizar.

Capital Realizado = Capital Subscrito - Capital a Integralizar.

• Capital Social ou Capital Subscrito: É o capital social fixado no estatuto ou


contrato social. Também pode ser conhecido por capital nominal ou capital
declarado.

• Capital total à disposição da empresa: Ativo Total.

Contabilidade Geral Page 93


Contabilidade Geral Page 94
Teoria das Contas
Tuesday, July 11, 2023 3:59 PM

Teoria Personalista

As contas são fictamente como pessoas.

Temos três tipos de pessoas: proprietários, correspondentes e agentes


consignatários. Representa a contabilidade sob uma visão mais jurídica.

A) Proprietários: Os proprietários são os responsáveis pelas contas do patrimônio


líquido e pelas receitas e despesas da sociedade. Portanto, são contas dos
proprietários: capital social, receita de vendas, custo da mercadoria vendida,
ICMS sobre vendas, devoluções de vendas, receitas financeiras, reserva legal.

B) Correspondentes: São as pessoas que representam as contas de direitos (logo,


ativo) e obrigações (logo,
passivo). São as pessoas com quem a entidade mantém esse tipo de relação
jurídica, tal como clientes e fornecedores.

C) Consignatários: São as pessoas a quem a entidade confia a guarda bens (ativo).


Por exemplo, caixa,
veículos, terrenos.

Contabilidade Geral Page 95


///Teoria Materialística

A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigível (obrigações);

B) Contas diferenciais: São contas que geram diferença, alteração no patrimônio


líquido, a saber: contas de patrimônio líquido, receitas e despesas

///Teoria Patrimonialista

A) Contas patrimoniais: Representam as contas de ativo, passivo e patrimônio


líquido.

B) Contas de resultado: Representam as receitas e despesas.

Contabilidade Geral Page 96


Outras teorias:

➢ Contismo: a preocupação central dessa escola é com o processo de


escrituração, com isso, o objeto da
Contabilidade seria, na verdade, o mecanismo de contas. Perdeu força porque a
escrituração não é causa, mas sim “efeito” dos fenômenos patrimoniais.

➢ Controlismo: o objeto da Contabilidade seria o controle aziendal que possui


como modalidades o controle prévio, controle concomitante, controle
subsequente;

➢ Reditualismo: movimento surgido na Alemanha e apresenta como objeto da


Contabilidade o rédito, isto é, o lucro ou prejuízo do exercício;

➢ Aziendalismo: conjunto de ciências que tratam da azienda como objeto da


Contabilidade; para os
aziendalistas, havia uma preocupação com o estudo de outras ciências, além da
contábil, que tinham a
azienda com campo de aplicação, como por exemplo, a Administração.

Contabilidade Geral Page 97


Entendimento CESPE PASSIVO
Wednesday, July 12, 2023 9:29 AM

O entendimento que mais tem prevalecido no CESPE é que o termo "Passivo" é


sinônimo de Passivo Circulante e Não Circulante, sem incluir o Patrimônio Líquido.
É o que mais
temos observado e provas, apesar do que prevê a Lei 6404/76 (ela considera o
passivo como sendo composto dos seguintes grupos: passivo circulante; passivo
não circulante e patrimônio líquido).

Para sua prova, guarde o que diz a letra da lei, especialmente em uma questão
focada na
Lei. Mas se for alguma coisa como um balancete de verificação, considere que o
Passivo
não inclui o Patrimônio Líquido. Esse é o entendimento principal.

Contabilidade Geral Page 98


A03 - Plano de Contas
Friday, July 14, 2023 1:17 PM

O conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade, para


uniformizar os registros contábeis, é denominado plano de contas.

De acordo com o professor Osni Moura Ribeiro, “é essencial que um plano de


contas contenha pelo menos as seguintes partes: elenco de contas, manual de
contas e modelos de demonstrações
contábeis padronizadas”.

De acordo como o nobre autor, o elenco de contas é a relação de contas


utilizadas pela empresa e envolve a titulação (nome) e o código da conta. Por seu
turno, o Manual de Contas tem a função de apresentar informações minuciosas
sobre cada conta, como por exemplo, função, funcionamento, documentos que
suportam os registros contábeis.

Plano de Contas → Elenco de contas + Manual de contas + Modelos de


Demonstrações Contábeis

Elenco de contas → Relação das contas

Manual de contas → Informações Minuciosas

Contabilidade Geral Page 99


Escrituração Contábil (ITG 2000 R1)
Friday, July 14, 2023 1:29 PM

5. A escrituração contábil deve ser executada:

a) em idioma e em moeda corrente nacionais;

b) em forma contábil;

c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;

d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou


emendas;

e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em


elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

Contabilidade Geral Page 100


Método das Partidas Dobradas (Método veneziano)
Friday, July 14, 2023 1:57 PM

Débito é uma operação que aumenta o saldo de uma conta devedora e diminui o
saldo de uma conta credora.

Crédito é uma operação que aumenta o saldo de uma conta credora e diminui o
saldo de uma conta devedora.

- As contas do ativo, retificadoras do passivo, retificadoras do PL e as de despesa


têm natureza devedora.

- As contas do passivo, PL, retificadoras do ativo e as de receita têm natureza


credora.

Saldo devedor = total de débitos supera o total de créditos

Saldo credor = total de créditos supera o total de débitos

Com base no método das partidas dobradas, algumas conclusões


podem ser tomadas:

- A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.

- Um ou mais débitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou


maiscréditos de valor equivalente em uma ou mais contas.

- O total do ativo será sempre igual à soma do passivo exigível com o patrimônio
líquido.

- O total do ativo mais a despesa será sempre igual à soma do passivo exigível
com o patrimônio líquido mais as receitas.

Contabilidade Geral Page 101


Elementos Essenciais de um Lançamento (Item 6, ITG 2000 R1)
Friday, July 14, 2023 2:24 PM

É essencial que conste em um lançamento, conforme previsão da ITG 2000 (R1),


item 6:
a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;
b) conta devedora;
c) conta credora;
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de
histórico
padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;
e) valor do registro contábil;
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que
integram um
mesmo lançamento contábil.

Normalmente, registramos os lançamentos assim:


D – Estoque 100
C – Caixa 100
Mas podemos escrever assim, também:
Estoque
a Caixa 100
A conta precedida pela preposição “a” é a conta creditada. Assim, os dois
lançamentos
acima são iguais, apenas escritos de forma diferente.

Contabilidade Geral Page 102


Fórmulas de Lançamento
Friday, July 14, 2023 2:33 PM

11, 12
21, 22

1ª Fórmula
Envolve UMA conta a débito e UMA conta a crédito. (DC)

Exemplo: compra de mercadoria à vista


D – Mercadorias 100
C – Caixa 100

2ª Fórmula

Envolve UMA conta a débito e DUAS OU MAIS a crédito. (DCC)

Exemplo: compra de mercadoria, metade à vista, metade a prazo.

D – Mercadorias 100
C – Caixa 50
C – Fornecedores 50

Ou assim,

Contabilidade Geral Page 103


Mercadorias 100
a Diversos
a Caixa 50
a Fornecedores 50

Razonetes:

3ª Fórmula
Envolve DUAS OU MAIS contas a débito e UMA conta a crédito. (DDC)

Exemplo: Realização da prestação de serviço, recebida metade à vista e metade


para 30 dias.

D – Caixa 100
D – Clientes 100
C – Receita de prestação de serviços 200

Razonetes:

Contabilidade Geral Page 104


4ª Fórmula (DDCC) - "Lançamento complexo"

Envolve duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito.

Exemplo: compra de canetas, no valor de R$ 100, sendo metade à vista e metade


a prazo, a ser utilizada
metade como estoque de material de consumo e metade como mercadoria para
revenda.
D – Material de consumo 50
D – Mercadoria para revenda 50
C – Caixa 50
C – Fornecedores 50
Aqui cabe a mesma explicação dos itens anteriores, mas o estoque ficará uma
parte para utilização, outra para vender, por isso, são registrados em contas
diferentes. Isto já pode ser destacado:

um mesmo item pode ser classificado contabilmente de maneiras distintas, de


acordo com sua utilização pela entidade.

Contabilidade Geral Page 105


Tipos de Fatos Contábeis
Monday, July 17, 2023 12:49 PM

Fatos contábeis ou Fatos Administrativos são aqueles que promovem alteração no


patrimônio

1. Fatos Permutativos: São aqueles que não alteram o valor do patrimônio


líquido, constituindo apenas permutações entre elementos patrimoniais.
• Permuta entre elementos do ativo
• Permuta entre elementos do passivo
• Permuta entre elementos do passivo e do ativo
• Permuta entre elementos do PL

2. Fatos Modificativos: São os que alteram o valor do patrimônio líquido.


Dividem-se em:
2.1. Fatos Modificativos Aumentativos: Aumentam o valor do PL
2.1. Fatos Modificativos Diminutivos: Diminuem o valor do PL

3. Fatos Mistos ou Compostos: Pode ser:


3.1. Fatos mistos Diminutivos: São simultaneamente permutativos e
modificativos diminutivos.
3.2. Fatos Mistos Aumentativos: São simultaneamente permutativos e
modificativos aumentativos.

Os fatos contábeis são divididos hoje em três grupos:

1) Modificativos provocam aumento ou redução do ativo ou passivo, e como


contrapartida, modificação na situação líquida e necessariamente haverá uma
conta de receita ou despesa.

2) Permutativos tem caráter qualitativo, envolvem apenas contas patrimoniais e


não alteram o valor total do PL e contas de resultado;
Adiantamento de salário é fato permutativo.

3) Mistos.

Contabilidade Geral Page 106


Fato Misto

Contabilidade Geral Page 107


Contabilidade Geral Page 108
Contabilidade Geral Page 109
Retificação de lançamento contábil(Estorno, Transferência,
Complementação, Ressalva)
Wednesday, July 19, 2023 3:13 PM

O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-


o totalmente.

Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta


indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para
a conta adequada.

Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente


complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado.

A complementação para reduzir um lançamento também é conhecida por estorno


parcial.

Estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente,


anulando-o totalmente.

Contabilidade Geral Page 110


anulando-o totalmente.

///

Transferência é aquele que regulariza conta indevidamente devitada ou


creditada, tranposição do registro para a conta adequada.
Ex.: compra que deveria ser a prazo lançada à vista:

Complementação é aquele que vem posteriormente complementar, aumentando


ou reduzindo o valor registrado (Conhecido por estorno parcial).

Positivo:

Negativo:

Ressalva se dá no próprio histórico, ocorre durante um lançamento, e a correção


se dá pela utilização de palavras tais como "digo", "ou melhor", "em tempo".

Por que a ressalva não consta da ITG 2000 como modalidade de retificação?

Isso se deve ao fato de a ressalva ser mais utilizada quando da escrituração


manual dos livros contábeis, fato pouco usual nos dias de hoje

Contabilidade Geral Page 111


manual dos livros contábeis, fato pouco usual nos dias de hoje

Ex.: Histórico: Pela compra de veículo a prazo, ou melhor, à vista, no valor de R$


10.000,00, na empresa XX, CNPJ XX.XXX/XXXX-XX.

Contabilidade Geral Page 112


Insubsistências X Superveniências
Wednesday, July 19, 2023 3:27 PM

Superveniência ativa e passiva:

O que vem depois, posterior, superveniente.

Superveniências ativas aumentam a situação líquida patrimonial da empresa,


superveniências passivas a diminuem.

Contabilidade Geral Page 113


////

insubsistências ativas ou insubsistência do passivo; e

as insubsistências passivas ou insubsistências do ativo

As insubsistências ativas ou insubsistência do passivo são fatos que deixam de


existir, gerando receitas para a empresa. Insubsistência é algo deixa de existir.
Trata-se de uma insubsistência do passivo. É um passivo que deixa de existir,
gerando receita.

Por seu turno, as insubsistências passivas ou insubsistências do ativo são fatos


que deixam de existir, qualquer que seja o motivo, causando uma diminuição do
PL, pela geração de despesas.
O exemplo aqui é a morte de um animal da entidade ou o perdão de uma dívida
de determinado cliente.

Contabilidade Geral Page 114


Contabilidade Geral Page 115
A04 - Livros Contábeis Fiscais + Balancete de Verificação
Thursday, July 27, 2023 3:52 PM

Livro diário é:
- Obrigatório (exigido pelo Código Civil);
- Principal (registra todos os fatos contábeis);
- Comum (para todas as empresas);
- Cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica)

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que
pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o
lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.

Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso,
as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de
Empresas Mercantis.

Contabilidade Geral Page 116


Livro Diário
Thursday, July 27, 2023 3:54 PM

o diário é:

- Obrigatório (exigido pelo Código Civil);


- Principal (registra todos os fatos contábeis);
- Comum (para todas as empresas);
- Cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica)

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um


sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a
levantar anualmente o balanço
patrimonial e o de resultado econômico.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o diário, que
pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o
lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.

O registro de uma operação no livro Diário é denominado de “PARTIDA DE


DIÁRIO”, ou simplesmente “LANÇAMENTO”.
Alguns requisitos existem para essas partidas de diário, a saber:
● ITG 2000, CFC:
Item 6. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no
mínimo:
a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;
b) conta devedora;
c) conta credora;
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de
histórico
padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;
e) valor do registro contábil;
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que
integram
um mesmo lançamento contábil.

O livro diário e o livro Razão possuem algumas formalidades, extrínsecas e

Contabilidade Geral Page 117


O livro diário e o livro Razão possuem algumas formalidades, extrínsecas e
intrínsecas, que, atualmente são apresentadas para livros no formato não digital
e no formato digital:

● Formato Não Digital:


Formalidades Extrínsecas (Finalidade: dificultar adulteração):
- Deve ser encadernado;
- As folhas devem ser numeradas;
- Conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou
representante legal da entidade
e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho
Regional de Contabilidade.
Intrínsecas (Finalidade: resguardar a fidedignidade dos fatos ocorridos em
relação aos fatos registrados):
- Seguir uma ordem cronológica;
- Não deve haver rasuras, borrões, sinais, linhas em branco, entrelinhas,
folhas em branco etc.; e
- A escrituração deve ser feita em língua e moeda nacionais.

● Formato Digital:
Formalidade dos livros em formato digital:
a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da
contabilidade regularmente habilitado;
b) quando exigível por legislação específica, serem autenticados no registro
público ou entidade competente.
(Alterada pela ITG 2000 (R1))
Observação: Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há
necessidade de impressão e
encadernação em forma de livro, porém o arquivo magnético autenticado
pelo registro público competente
deve ser mantido pela entidade.

Contabilidade Geral Page 118


Livro Razão
Friday, July 28, 2023 2:00 PM

O livro razão é facultativo, principal (isto é, registram todos os fatos, principal é o


contrário de sintético) e sistemático (leva em conta principalmente a organização
das informações).

Informações para o balancete são extraídas do Livro Razão e não do


Diário.

Se uma questão fizer menção à ITG 2000 (R1), é possível que o Razão seja
considerado como um livro obrigatório, vejam:

9. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão

Esse livro importantíssimo para a Contabilidade não é um registro cronológico dos


fatos contábeis, como o Diário. Mas a escrituração é feita por contas, por rubricas
contábeis.

O Razão tem a função de apresentar as modificações ocorridas em cada conta,


apresentando, inclusive, o saldo delas

Contribuintes sujeitos à apuração do lucro real devem escriturar o livro razão.

Contabilidade Geral Page 119


Contabilidade Geral Page 120
Outros Livros
Friday, July 28, 2023 2:11 PM

Livro Caixa

Como o nome indica, esse livro Registra as entradas e saídas de numerário.

O livro caixa é obrigatório para contribuintes que estejam no regime


simplificado previsto na Lei Complementar 123/2006.

Livro Registro De Inventário E Entrada E Saída De Mercadorias

Livro Registro De Inventário E Entrada E Saída De Mercadorias


Registra os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-primas e outros
materiais que se achem estocados nas datas em que forem levantados os
balanços. Temos ainda os livros registros de entrada e saída de mercadorias,
que servem para auxiliar os empresários
a apurarem o quanto entra e sai de mercadoria no estoque da empresa
durante o exercício.

Livros Obrigatórios Para As Sociedades Anônimas

Segundo a Lei 6.404, artigo 100, a companhia deve ter, além dos livros
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das
mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas".
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de
"Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas".
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais.
V - o livro de Presença dos Acionistas.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se
houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria.
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.

Contabilidade Geral Page 121


Balancete de Verificação
Friday, July 28, 2023 2:18 PM

O balancete de verificação é um demonstrativo de caráter auxiliar em que são


relacionadas todas as contas, sejam ela patrimoniais ou de resultado.
O objetivo desse demonstrativo é verificarmos se foi aplicado corretamente o
Método das Partidas Dobradas.

As informações necessárias para a elaboração do balancete de verificação são


oriundas do livro Razão e NÃO do livro diário.

Contabilidade Geral Page 122


Se o balancete se destinar a fins externos, deve conter também o nome e
assinatura do contabilista responsável, bem como número do CRC.

• Balancete de Verificação – apenas o Saldo Final das contas.


2 colunas
• Balancete de Verificação – Saldo Anterior + Movimento + Saldo Final
4 colunas
• Balancete de Verificação – Balancete + Saldo Anterior + Movimento do
6 colunas Período + Saldo Final
• Balancete de Verificação – Saldo Anterior + Movimento do Período + Saldo do
8 colunas Período + Saldo Final.

Contabilidade Geral Page 123


Contabilidade Geral Page 124
Contabilidade Geral Page 125
A00 - Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo
Wednesday, June 28, 2023 11:01 AM

Definição:
Objetivo do constitucionalismo é limitar o poder do estado.

Constitucionalismo Antigo:
Não é possível afirmar exatamente o que representa o início do
constitucionalismo antigo.

Constitucionalismo Moderno:
São marcos do constitucionalismo moderno:
a Constituição dos Estados unidos da América (1787)
e a Constituição da França (1791).

O constitucionalismo moderno surgiu no final do século XVIII, momento


da transição da Monarquia Absolutista para o Estado liberal.

No constitucionalismo moderno, as Constituições apresentam um forte


viés liberal, consagrando em seus textos as liberdades individuais e a
valorização da propriedade privada. Posteriormente, é que surgiu o
Estado social de direito, com a garantia constitucional dos direitos
econômicos e sociais.

Neoconstitucionalismo:
Marco do Neoconstitucionalismo:
Pós-Segunda Guerra Mundial

Representa uma resposta às atrocidades cometidas pelos regimes


totalitários da época e tem como fundamento a dignidade da pessoa
humana.

Até então as Constituições se limitavam a estabelecer fundamentos da


organização do Estado e do Poder, agora passam a prever valores em
seus textos (principalmente referentes à dignidadade da pessoa
humana) e opções políticas gerais (redução das desigualdades sociais,
por exemplo) e específicas (como a obrigação doEstado de provar
educação e saúde).

O marco histórico é a formação do Estado Constitucional de Direito em

Direito Constitucional Page 126


O marco histórico é a formação do Estado Constitucional de Direito em
que o Estado Legislativo de Direito dá lugar ao Estado Constitucional de
Direito, em que a legalidade subordina-se à constituição, sendo a
validade das normas jurídicas dependente de sua compatibilidade com
as normas constitucionais.

O marco filosófico é o pós-positivismo, que reaproxima o Direito e a


Ética, cresce o princípio da dignidade da pessoa humana.

O marco teórico se dá pelo conjunto de mudanças que incluem a força


normativa da Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o
desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação
constitucional.

O constitucionalismo tradicional entende a Constituição como um


sistema fechado, limitado à letra da norma. Ao interpretá-la o juiz se
limitava ao seu conteúdo escrito, atuando como "boca da lei".

O neoconstitucionalismo, por outro lado, situa a Constituição como


centro do sistema Jurídico. Atribuem-se valores normativos aos
princípios e há um grande destaque para os valores da dignidade da
pessoa humana e dos direitos fundamentais. Busca-se também a
concretização dos valores constitucionalizados.

Jusnaturalismo, positivismo e pós-positivismo

Jusnaturalismo, direito natural, sempre existiu e vem da razão do homem:

Direito Constitucional Page 127


O positivismo vem para impor, por meio das leis, limites ao poder do Estado.
Direito é diferente de moral. (Pré guerra mundial)

O pós-positivismo, faz o encontro do direito com a moral(pós segunda guerra mundial), deu
abertura para princípios como o da dignidade humana ou a igualdade, que influenciariam
na criação e na aplicação das leis.
O marco foi com a Consituição Alemã de 1949 (Lei Fundamental de Bohn) e a Constituição
Italiana de 1947.
Atrocidades cometidas ao amparo da lei, como as do nazismo e do fascismo, não poderiam
ser repetidas.

O neo constitucionalismo tem como marco filosófico o pós-positivismo, que reaproxima o


direito da ética e da moral.

Direito Constitucional Page 128


Direito Constitucional Page 129
Classificação das Constituições
Friday, June 30, 2023 4:59 PM

A CF/88 é dogmática, analítica, promulgada,


rígida, formal e escrita.
As Constituições se classificam quanto à origem em:

a) Outorgadas (impostas, ditatoriais, autocráticas): são as impostas,


sem participação popular. Constituições brasileiras de 1824, 1937,
1967 e a EC nº 1/1969. Costuma-se nomeá-las de "Cartas".
b) Democráticas (populares, promulgadas ou votadas): nascem com
participação popular, por processo democrático. Normalmente,
são fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte,
convocada especialmente para sua elaboração. Constituições
brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988
c) Cesaristas (bonapartistas): são outorgadas, mas necessitam de
referendo popular. O texto é produzido sem participação do povo,
a quem cabe apenas sua ratificação.
d) Dualistas (pactuadas): são resultado do compromisso instável
entre duas forças antagônicas: de um lado, a monarquia
enfraquecida; do outro, a burguesia em ascensão. Essas
constituições estabelecem uma limitação ao poder monárquico,
formando as chamadas monarquias constitucionais.

Classificação quanto à forma:

a) Escritas (instrumentais): elaboradas por órgão constituinte


especialmente encarregado dessa tarefa e que as sistematiza em
documentos solenes(que requerem forma especial para sua
validade). Podendo ser:

Codificadas(Unitárias): se encontram em um único


texto. Como a CF88, que é escrita e codificada.

Legais(variadas, pluritextuais ou inorgânicas):


quando suas normas se espalham em diversos
documentos solenes.

b) Não escritas (costumeiras ou consuetudinárias): quando estão em


Direito Constitucional Page 130
b) Não escritas (costumeiras ou consuetudinárias): quando estão em
variadas fontes normativas, como as leis, costumes,
jurisprudência, acordos e convenções. São vários centros de
produção de normas. Como acontece com a Constituição inglesa.

Classificação quanto à elaboração:

a) Dogmáticas (sistemáticas) são escritas, segundo os dogmas e


valores então em voga.
Subdividem-se em:
Ortodoxas: refletem uma só ideologia
Heterodoxas(ecléticas): refletem ideologias distintas. A CF88
é dogmática eclética.
b) Históricas: ou costumeiras, são do tipo não escritas. Criadas
lentamente com as tradições. Juridicamente flexíveis, porém
política e socialmente rígidas.

Classificação quanto à estabilidade:

Imutável(granítica, intocável ou permanente): Não pode ser


modificado jamais.

Super-rígida: é a que tem um núcleo intangível (cláusulas


pétras), sendo as demais normals alteráveis por processo
legislativo diferenciado, mais dificultoso que o ordinário.
Trata-se de uma classificação adotada apenas por Alexandre
de Moraes, para quem a CF88 é do tipo super-rígida.

Rígida: é aquela modificada por procedimento mais


dificultoso que aqueles pelos quais se modificam as demais
leis. É SEMPRE ESCRITA, mas vale lembrar que a recíproca
não é verdadeira, nem toda Constituição escrita é rígida. A
CF88 é rígida, pois exige procedimento especial para sua
modificação por meio de emendas constitucionais:
▪ Votação em dois turnos, nas duas Casas do Congresso
Nacional e aprovação de pelo menos três quintos dos
integrantes das Casas Legislativas (art. 60, §2º, CF88) Ex:
CF 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988.

Semirrígida ou semiflexível:
para algumas normas, o processo legislativo de alteração é
mais dificultoso que o ordinário; para outras, não. Um
Direito Constitucional Page 131
mais dificultoso que o ordinário; para outras, não. Um
exemplo é a Carta Imperial do Brasil (1824), que exigia
procedimento especial para modificação de artigos que
tratassem de direitos políticos e individuais, bem como dos
limites e atribuições respectivas dos Poderes. As normas
referentes a todas as demais matérias poderiam ser alteradas
por procedimento usado para modificar as leis ordinárias.
(Admite ser alterada em parte por lei comum e em parte por
emenda constitucional)

Flexível
Prescinde de alguma forma de controle de
constitucionalidade.
Em um sistema de Constituição flexível, não há que se falar
em supremacia da Constituição.
Qualquer lei poderá, afinal, modificar a Constituição. Desse
modo, a Constituição flexível não servirá como
parâmetro para o controle de constitucionalidade. Um dos
pressupostos para o controle de
constitucionalidade é a existência de uma Constituição rígida.

Quanto ao conteúdo:

a. Constituição material: É o conjunto de normas, escritas ou


não, que regulam os aspectos essenciais da vida estatal. Sob
essa ótica, todo e qualquer Estado é dotado de uma
Constituição, afinal, todos os Estados têm normas de
organização e funcionamento, ainda que não estejam
consubstanciadas em um texto escrito.
b. Constituição formal (procedimental): É o conjunto de normas
que estão inseridas no texto de uma Constituição rígida,
independentemente de seu conteúdo. A CF88, considerada
em sua totalidade, é do tipo formal.

Quanto à extensão:
a. Analíticas (prolixas, extensas ou longas): têm conteúdo
extenso, trata de matérias que não apenas a organização
básica do Estado. Contêm normas apenas formalmente
constitucionais. A CF88 é analítica, pois trata minuciosamente
de certos assuntos, não materialmente constitucionais.
b. Sintéticas (concisas, sumárias ou curtas): restringem-se aos
elementos substancialmente constitucionais. É o caso da
Direito Constitucional Page 132
elementos substancialmente constitucionais. É o caso da
Constituição norte-americana, que possui apenas sete artigos.
Destaque-se que os textos constitucionais sintéticos são
qualificados como constituições negativas, uma vez que
constroem a chamada liberdade-impedimento, que serve
para delimitar o arbítrio do estado sobre os indivíduos.

Quanto à correspondência com a realidade:


a. Normativas: regulam efeticamente o processo político do
Estado, por corresponderem à realidade política e social,
limitam de fato o poder. Têm valor jurídico, a CF88 pretende
ser normativa.
b. Nominativas (nominalistas ou nominais): buscam regular o
processo político do Estado, mas não conseguem realizar este
objetivo, por não atenderem à realidade social.
c. Semânticas: não tem por objetivo regular a política estatal,
apenas formalizar a situação existente do poder político, em
benefício dos seus detentores.

Quanto à função desempenhada:


a. Constituição-lei: a Constituição tem status de lei ordinária,
seu papel é de diretriz, não vinculando o legislador.
b. Constituição-fundamento: Constituição não só é o
fundamento de todas as atividades do Estado, mas também
da vida social. A liberdade do legislador é de apenas da
efetividade às normas constitucionais.
c. Constituição-quadro ou moldura: trata-se de uma
constituição que o legislador só poder atuar dentro de
determinado espaço estabelecido pelo constituinte, ou seja,
dentro de um limite.

Quanto à finalidade:
a. Constituição-garantia: objetivo de proteger as liberdades
públicas contra a arbitrariedade do Estado. Chamadas de
negativas, pois buscam limitar a ação estatal.
b. Constituição-dirigente: traça diretrizes que devem nortear a
ação estatal, prevendo, para isso, as chamadas normas
programáticas. Definindo planos e programas vinculantes
para os poderes públicos.
c. Constituição-balanço: é aquela que visa reger o ordenamento
jurídico do Estado durante u mcerto tempo, transcorrido o
prazo, é elaborada nova Constituição ou seu texto é
adaptado.
Direito Constitucional Page 133
adaptado.

Quanto ao conteúdo ideológico:


a. Liberais: São as constituições que buscam limitar a atuação do
poder estatal, assegurando as liberdades negativas aos
indivíduos. Podem ser identificadas com as Constituições-
garantia, sobre as quais já estudamos.
b. Sociais: são constituições que atribuem ao Estado a tarefa de
ofertar prestações positivas aos indivíduos, buscando a
realização da igualdade material e a efetivação dos direitos
sociais. CF88 pode ser classificada como social.

Quanto ao local da decretação:


a. Heteroconstituições: Elaboradas fora do Estado no qual elas
produzirão efeitos. (não será o povo/monarca do Estado que
se dará uma Constituição)
b. Autoconstituições: elaboradas no interior do próprio Estado
que por elas será regido, como é com a CF88.

Quanto ao sistema:
a. Constituição principiológica ou aberta: é aquela em que há
predominância de princípios, normas caracterizadas por
elevado grau de abstração, que demandam regulamentação
pela legislação para adquirirem concretude. É o caso da CF88.
b. Constituição preceitual: é aquela em que prevalecem as
regras, baixo grau de abstração, sendo concretizadoras de
princípios.

Outras

Direito Constitucional Page 134


Class das Constituições MM
Monday, July 24, 2023 11:02 PM

Direito Constitucional Page 135


Direito Constitucional Page 136
Direito Constitucional Page 137
Direito Constitucional Page 138
Classificação das Constituições ESQUEMA
Monday, July 3, 2023 2:20 PM

promulgadas

ou Bonapartistas

ou Pactuadas

Direito Constitucional Page 139


Direito Constitucional Page 140
Direito Constitucional Page 141
Aplicabilidade das Normas Constitucionais
Wednesday, July 5, 2023 2:45 PM

Normas de eficácia absoluta(Maria Helena Diniz):


- Não podem ser suprimidas por meio de emenda constitucional.
- São as denominadas cláusulas pétreas expressas.

Normas de eficácia plena


- Autoaplicáveis.
- Não-restringíveis.
- Aplicabilidade direta, imediata e integral.

Normas de eficácia contida(relativa restringível)


- Autoaplicáveis.
- Restringíveis(ex: direito de greve, salvo serviços essenciais).
- Aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não-integral(é integral até
estarem sujeitas a restrições ou limitações).

Normas de eficácia limitada(relativa complementável ou dependentes de


complementação)
- Não-autoaplicáveis, dependem de complementação legislativa.
- Aplicabilidade indireta(dependem de norma regulamentadora), mediata(não
está apta para produzir efeitos) e reduzida(grau de eficácia restrito),
- Possuem eficácia jurídica, limitada porém existente, diz-se eficácia mínima.

Muito cuidado para não confundir!

As normas de eficácia contida estão aptas a produzir todos os seus efeitos


desde o momento em que a Constituição é promulgada. A lei posterior, caso
editada, irá restringir a sua aplicação.

As normas de eficácia limitada não estão aptas a produzirem todos os seus


efeitos com a promulgação da Constituição; elas dependem, para isso, de
uma lei posterior, que irá ampliar o seu alcance. POSSUEM EFICÁCIA DE
MODO LIMITADO!

Normas de eficácia limitada produzem, imediatamente, dois tipos de efeitos:

a) Efeito negativo

Consiste na revogação de disposições anteriores em em sentido contrário e


na proibição de leis posteriores que se oponham a seus comandos.

b) Efeito vinculativo

Se manifesta na obrigação de que o legislador ordinário edite leis


regulamentadoras, sob pena de haver omissão inconstitucional.

Direito Constitucional Page 142


Segundo José Afonso da Silva, as normas de eficácia plena, contida e limita
possuem as seguintes características:
- Normas Constitucionais de Eficácia Plena: Autoaplicáveis; não-restringíveis
e com aplicabilidade direta,
imediata e integral.

- Normas Constitucionais de Eficácia Contida: Autoaplicáveis; restringíveis e


com aplicabilidade direta,
imediata e possivelmente não integral.

- Normas Constitucionais de Eficácia Limitada: Não-autoaplicáveis e com


aplicabilidade indireta, mediata e
reduzida.
A classificação de José Afonso da Silva é uma classificação tricotômica.

O DIREITO DE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO É NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA

Direito Constitucional Page 143


Hierarquia das Normas (Pirâmide de Kelsen)
Wednesday, July 5, 2023 3:28 PM

Normas inferiores retiram seu fundamento das superiores.

Não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias nem hierarquia


entre originárias e derivadas.
A diferença entre elas é que as originárias não podem ser declaradas
inconstitucionais.

Tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados em cada


Casa do Congresso Nacional (câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser
equivalentes às emendas constitucionais.

Os demais tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados por rito


ordinário, têm status supralegal. Abaixo da Constituição e acima das demais
normas.

Leis federais, estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau


hierárquico.

CF está acima das Constituições Estaduais e das Leis Orgânicas dos Municípios.

Cuidado para não confundir 4os decretos autônomos (normas primárias,


equiparadas às leis) com os decretos regulamentares (normas secundárias,
infralegais).

Direito Constitucional Page 144


Direito Constitucional Page 145
Poder Constituinte
Thursday, July 6, 2023 3:46 PM

Poder Constituinte é aquele que cria a Constituição, sua titularidade é do povo.

A teoria do poder constituinte foi criada por Sieyès, abade francês, no século
XVIII, na obra “O que é o terceiro Estado?”

Poder constituinte originário, primeiro grau ou genuíno é político, inicial,


incondicionado, permanente, ilimitado juridicamente e autônomo:

a) Político: O poder Constituinte Originário é um poder de fato para aos


positivistas e um poder de direito para os jusnaturalistas. É extrajurídico,
anterior ao direito.
b) Inicial: Dá início a uma nova ordem jurídica.
c) Incondicionado: Não se sujeita a qualquer forma ou procedimento
predeterminado em sua manifestação.
d) Permanente: Pode se manifestar a qualquer tempo, não se esgota,
permanece em estado de latência, aguardando um novo chamado.
e) Ilimitado juridicamente: Não se submete a limites determinados pelo direito
anterior.
f) Autônomo: Liberdade para definir o conteúdo da nova Constituição.

Pode ser classificado, quanto ao momento de sua manifestação, em histórico


(fundadores) ou pós-fundacional(revolucionário, estabelecimento de uma
Constituição posterior de um velho país).

Quanto às dimensões, em material e formal (determina quais valores serão


protegidos e depois formalizados em texto).

///

O Poder Constituinte Derivado

É fruto do poder constituinte originário, estando previsto na própria Constituição.


O PC Derivado como características ser jurídico, derivado, limitado (ou
subordinado) e condicionado.
As emendas à Constituição decorrem do poder constituinte derivado, que é o
poder de modificar a Constituição Federal, bem como de elaborar as

Direito Constitucional Page 146


poder de modificar a Constituição Federal, bem como de elaborar as
Constituições Estaduais.

a) Jurídico: é regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no


ordenamento jurídico vigente.

b) Derivado: é fruto do poder constituinte originário

c) Limitado ou subordinado: é limitado pela Constituição, não podendo


desrespeitá-la, sob pena de
inconstitucionalidade.

d) Condicionado: a forma de seu exercício é determinada pela Constituição.


Assim, a aprovação de
emendas constitucionais, por exemplo, deve obedecer ao procedimento
estabelecido no artigo 60 da
Constituição Federal (CF/88).

O Poder Constituinte Derivado subdivide-se em três:

i) Poder Constituinte Derivado Reformador


O poder constituinte derivado reformador é o responsável pela ampliação ou
modificação do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial
prevista na própria Constituição Federal.

ii) Poder Constituinte Derivado Decorrente


É o poder que os Estados têm de elaborar suas próprias constituições;

iii) Poder Constituinte Revisor (eficácia exaurida, aplicabilidade esgotada, acabou


o prazo para revisão)

Direito Constitucional Page 147


Aplicação das Normas Constitucionais no Tempo
Thursday, July 6, 2023 4:18 PM

Efeitos da entrada em vigor de uma nova Constituição:

a) A constituição anterior é integralmente revogada.


b) As normas infraconstitucionais editadas na vigência da Constituição
pretérita que forem materialmente compatíveis com a nova Constituição
serão por ela recepcionadas.
c) As normas infraconstitucionais editadas na vigência da Constituição
pretérita que forem materialmente incompatíveis com a nova
Constituição serão por ela revogadas. Essa revogação é tácita e
automática.

O fenômeno da desconstitucionalização é pelo qual normas da Constituição


pretérita são recepcionadas pela nova com “status” de lei ordinária.

Direito Constitucional Page 148


Interpretação da Constituição
Tuesday, July 11, 2023 4:49 PM

2 correntes:

Os interpretativistas consideram que o juiz não pode, em sua atividade


hermenêutica, transcender o que diz a Constituição. Nesse sentido, o juiz deverá
limitar-se a analisar os preceitos expressos e os preceitos claramente implícitos
no texto constitucional.

Os não-interpretativistas, por sua vez, defendem que o juiz deve pautar sua
atuação em valores substantivos, tais como justiça, liberdade e igualdade. O
nome dessa corrente doutrinária advém do fato de que os resultados da atuação
judicial não decorrem de uma interpretação direta do texto constitucional, mas
sim da aplicação de valores substantivos à apreciação de um caso concreto.

///Métodos:

Direito Constitucional Page 149


///

J.J Gomes Canotilho nos traz a ideia de uma Constituição aberta. Seria um
sistema dinâmico adaptando-se à realidade da sociedade, buscando a
concretização do Estado democrático de direito e a manutenção da sua força
normativa.

Dentro dessa ideia de sistema aberto, na Carta Magna teríamos um sistema


composto por dois tipos de normas constitucionais:
i) normas-regras e; ii) normas-princípios. Analisadas em conjunto, elas
formariam uma unidade material, compreendendo a unidade da
Constituição.

As regras, por serem mais concretas, não admitem uma aplicação parcial. Ou
serão aplicadas ou não serão.
Tem-se aqui a lógica do tudo ou nada. Diferentemente dos princípios, que
possuem valores abstratos. Esses, podem ser mitigados diante de um caso
concreto. Eventual conflito, ensejará ao aplicador do direito a
observância da técnica da harmonização e ponderação de valores.

De acordo com o Princípio da Unidade da Constituição, as normas da


Constituição devem ser interpretadas como um todo, ou seja, não podem ser
analisadas cada uma isoladamente. Baseia-se na lógica de que o texto
constitucional deve ser interpretado como um todo único, não havendo

Direito Constitucional Page 150


constitucional deve ser interpretado como um todo único, não havendo
antinomia reais na Constituição.
A interpretação da constituição deve ser realizada de maneira a evitar
contradições entre suas normas.

Já o Princípio do efeito integrador, ensina que se deve dar preferência a


uma integração política e social e de o reforço da unidade política, ou seja,
na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deverá ser dada maior
primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, bem
como ao reforço da unidade política.

Por fim, o Princípio da conformidade funcional ou justeza, visa impedir que


os órgãos interpretativos das normas cheguem a um resultado que subverta
ou perturbe o esquema organizatório funcional estabelecidos pela carta
maior, o intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma
constitucional, será responsável por estabelecer sua força normativa, não
podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas
pelo constituinte originário.
///

Pela aplicação do princípio da concordância prática(ou harmonização), busca-se


a harmonização dos bens jurídicos em conflito.

o Princípio da Força Normativa da Constituição determina que entre as


interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior
eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais

Interpretação conforme a Constituição diz respeito à atividade judicial de


evitar a anulação da lei em razão de normas dúbias nela contidas, desde que,
naturalmente, haja a possibilidade de compatibilizá-las com a Constituição
Federal. Usada para evitar que normas infraconstitucionais polissêmicas
(com várias interpretações possíveis) sejam declaradas inconstitucionais.

///

Na mutação constitucional, a redação do dispositivo da Constituição não é


alterada, mas seu sentido interpretativo muda. (união estável era só entre
homem e mulher, passou a ser entre mesmo sexo)
A mutação constitucional um processo informal de modificação da Carta
Magna, é a manifestação do Poder Constituinte Difuso. Não há propriamente
uma mudança no texto formal (com alteração de conteúdo). O que há, em
verdade, é alteração no sentido da constituição; na forma de interpretar. O
Supremo Tribunal
reconhece no Brasil a possibilidade de mutação constitucional.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Mudança do substrato fático da norma não há alteração no parâmetro da


Constituição, mas nos novos aspectos de fato que surgem e que não eram

Direito Constitucional Page 151


Constituição, mas nos novos aspectos de fato que surgem e que não eram
claros no momento da primeira interpretação.
(utilização de amianto era permitido, ciência descobriu que são perigosos, stf
declarou inconstitucional)

///

O Preâmbulo não tem força normativa, servindo apenas para orientar a


interpretação da Constituição. O Preâmbulo não se situa no campo do Direito,
mas sim no campo da Política.

///

Direito Constitucional Page 152


Princípios Fundamentais Art. 1º CF
Tuesday, July 11, 2023 5:22 PM

Os princípios constitucionais, segundo Canotilho, podem ser de duas espécies:

a) Princípios político-constitucionais: São os princípios fundamentais,


representam decisões políticas fundamentais, conformadoras de nossa
Constituição. Preveem características essenciais do Estado brasileiro. Ex.:
Separação de poderes, indissolubilidade do vínculo federativo, pluralismo
político e a dignidade da pessoa humana.

b) Princípios jurídico constitucionais: São os princípios gerais, dispersos pelo


texto constitucional. Derivam dos princípos político-constitucionais. Ex.:
Devido processo legal, do juiz natural, da legalidade.

Fundamentos da República Federativa do Brasil

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
A soberania é um atributo essencial ao Estado, garantindo que sua vontade
não se subordine a qualquer outro poder, seja no plano interno ou no plano
internacional.

II - a cidadania;
A cidadania, por sua vez, é simultaneamente um objeto e um direito
fundamental das pessoas; ela representa um verdadeiro status do ser
humano: o de ser cidadão e, com isso, ter assegurado o seu direito de

Direito Constitucional Page 153


humano: o de ser cidadão e, com isso, ter assegurado o seu direito de
participação na vida política do Estado.

III - a dignidade da pessoa humana;


A dignidade da pessoa humana é outro fundamento da República Federativa
do Brasil e consiste no valorfonte do ordenamento jurídico, a base de todos os
direitos fundamentais. Trata-se de princípio que coloca o ser humano como a
preocupação central para o Estado brasileiro: a proteção às pessoas deve ser
vista como
um fim em si mesmo.

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;


A elevação dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa a essa condição
reforça que o nosso Estado é capitalista, e, simultaneamente,
demonstra que o trabalho tem um valor social
A livre iniciativa não pode ser invocada como argumento para se afastar
regras de regulamentação do mercado e de defesa do consumidor (ex.:
norma de agência reguladora que restringe a atividade de distribuição de
petróleo não afronta a livre iniciativa)

V - o pluralismo político.
Visa garantir a inclusão dos diferentes grupos sociais no processo político
nacional, outorgando aos cidadãos liberdade de convicção filosófica e política,
o pluralismo político exclui os discursos de ódio.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Forma de Estado / Forma de Governo / Regime Político

Forma de estado diz respeito à maneira pela qual o poder está

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Forma de estado diz respeito à maneira pela qual o poder está
territorialmente repartido; Estado poderá ser unitário (quando o poder está
territorialmente centralizado) ou federal (quando o poder está
territorialmente descentralizado).

O Brasil é Estado Federal.

O Estado federal possui duas características: autonomia e participação.

Autonomia no sentido da possilibdade de os Estados e Municípios terem sua


própria estrutura governamental e competências, distintas daquelas da União.

A participação consiste em dar aos Estados a possibilidade interferir na


formação das leis (No Brasil, é garantida pelo Senado, órgãos legislativo que
representa os Estados).

No Brasil, a União, os Estados-membros e os Municípios, todos igualmente


autônomos, têm o mesmo status hierárquico, recebendo tratamento jurídico
isonômico. O governo de qualquer um deles não pode determinar o que o
governo do outro pode ou não fazer. Cada um exerce suas competências
dentro dos limites reservados pela Constituição.

A federação brasileiro formou-se por um movimento centrífugo, por


segregação.

A forma de governo adotada no brasil foi a república, que tem como


características o caráter eletivo, representativo e transitório dos detentotres
do poder político e responsabilidade dos governantes.

No Brasil, vigora uma democracia semidireta, na qual se conjuga o princípio


representativo com a participação direta do povo através do voto, plebiscito,
referendo e iniciativa popular.
///
Federação é a forma de Estado.

República é a forma de Governo.

Presidencialismo é o sistema de governo.

Democracia é o regime de governo(ou regime político)


///
No sistema parlamentarista, a Chefia do Poder Executivo é dual. Em uma
República parlamentarista, a Chefia de Estado é atribuída ao Presidente da
República, enquanto a Chefia de Governo compete ao Primeiro-Ministro.
///
Princípios X Regras
Os princípios são abstratos e tem caráter vago e indeterminado. Por isso é que
sua concretização depende da atuação do legislador ou do juiz (“mediação
concretizadora”). As regras, ao
contrário, são aplicadas diretamente.

Direito Constitucional Page 155


contrário, são aplicadas diretamente.
///

Direito Constitucional Page 156


Objetivos Fundamentais da RFB ("CONGA ERRA PRO") Art3 CF
Friday, July 14, 2023 4:17 PM

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Liberdade, justiça e solidariedade seriam os componentes estruturais do princípio
democrático.

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
equaisquer outras formas de discriminação.

Dica para memorizar: Verbos, sempre no infinitivo: construir, garantir, erradicar e


promover

CONGA ERRA PRO

Atentar ao verbo no infinitivo

Direito Constitucional Page 157


Princípios das Relações Internacionais da RFB Art.4 CF
Friday, July 14, 2023 4:27 PM

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais


pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;


O princípio da autodeterminação dos povos confere aos povos o direito de
autogoverno e de decidirem livremente a sua situação política, bem como
aos Estados o direito de defender a sua existência e condição de
independente.

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração


econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Direito Constitucional Page 158


A01 - Direitos Fundamentais x Humanos x do Homem
Tuesday, August 22, 2023 4:40 PM

Não confundir com os fundamentos da república.

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Gerações de direitos fundamentais
Tuesday, August 22, 2023 4:44 PM

a) Primeira Geração(Liberdade):

são os direitos que buscam restringir a ação do Estado sobre o indivíduo,


impedindo que este se intrometa de forma abusiva na vida privada das
pessoas. São, por isso, também chamados liberdades negativas: traduzem a
liberdade de não sofrer ingerência abusiva por parte do Estado. Para o
Estado, consistem em uma obrigação de “não fazer”, de não intervir
indevidamente na esfera privada.

É relevante destacar que os direitos de primeira geração cumprem a função


de direito de defesa dos cidadãos, sob dupla perspectiva: não permitem aos
Poderes Públicos a ingerência na esfera jurídica
individual, bem como conferem ao indivíduo poder para exercê-los e exigir
do Estado a correção das omissões a eles relativas.

Os direitos de primeira geração têm como valor-fonte a liberdade. São os


direitos civis e políticos, reconhecidos no final do século XVIII, com as
Revoluções Francesa e Americana. Como exemplos de direitos de primeira
geração citamos o direito de propriedade, o direito de locomoção, o direito
de associação e o direito de reunião.

Embora os direitos de 1ª geração sejam direitos de defesa (liberdades

Direito Constitucional Page 160


Embora os direitos de 1ª geração sejam direitos de defesa (liberdades
negativas), eles poderão implicar em prestações positivas do Estado. Por
exemplo, não basta que o Estado se abstenha de interferir na propriedade
privada; mais do que isso, é importante que o Estado adote medidas para
garanti-la.

b) Segunda geração(Igualdade):

são os direitos que envolvem prestações positivas do Estado aos indivíduos


(políticas e serviços públicos) e, em sua maioria, caracterizam-se por serem
normas programáticas.

São, por isso, também chamados de liberdades positivas. Para o Estado,


constituem obrigações de fazer algo em prol dos indivíduos, objetivando
que todos tenham “bem-estar”: em razão disso, eles
também são chamados de “direitos do bem-estar”.

Os direitos de segunda geração têm como valor fonte a igualdade. São os


direitos econômicos, sociais e culturais. Como exemplos de direitos de
segunda geração, citamos o direito à educação, o direito à saúde e o direito
ao trabalho.

c) Terceira geração(Fraternidade):

são os direitos que não protegem interesses individuais, mas que


transcendem a órbita dos indivíduos para alcançar a coletividade (direitos
transindividuais ou supraindividuais).
Os direitos de terceira geração têm como valor-fonte a solidariedade, a
fraternidade. São os direitos difusos e os coletivos. Citam-se, como
exemplos, o direito do consumidor, o direito ao meioambiente
ecologicamente equilibrado e o direito ao desenvolvimento.

Direito Constitucional Page 161


Características dos Direitos Fundamentais(Teoria dos Status)
Tuesday, August 22, 2023 5:09 PM

não há direito fundamental absoluto!

Teoria dos Status

a. status passivo
o Estado pode submeter uma pessoa às suas ordens, fazendo com que o
indivíduo fique em uma posição de sujeição. Quando o Estado estabelece
alguma obrigação ou proibição que afeta o indivíduo, tem-se a presença do
status passivo

b. status negativo (status libertatis)


por outro lado, indica que a pessoa tem liberdade perante o Estado,
fazendo com que possa atuar livremente em algumas situações, sem a
interferência do Poder Público.

c. status positivo (status civitatis)


Indica a possibilidade de o indivíduo exigir do Poder Público alguma
prestação positiva.

d. status ativo (status activus civitatis) alude ao exercício dos direitos políticos
por parte do indivíduo. O fato de exercer tais direitos é um dos aspectos
intrínsecos à cidadania.

Classificação Trialista
i) direitos de defesa (ou direitos de resistência),
ii) direitos a prestações
Iii) direitos de participação.

A doutrina aponta as seguintes características para os direitos fundamentais:

a) Universalidade: os direitos fundamentais são comuns a todos os seres


humanos, respeitadas suas
particularidades. Em outras palavras, há um núcleo mínimo de direitos que deve
ser outorgado a
todas as pessoas (como, por exemplo, o direito à vida). Cabe destacar, todavia,
que alguns direitos não podem ser titularizados por todos, pois são outorgados a

Direito Constitucional Page 162


que alguns direitos não podem ser titularizados por todos, pois são outorgados a
grupos específicos (como, por exemplo, os direitos dos trabalhadores).

b) Historicidade: os direitos fundamentais não resultam de um acontecimento


histórico determinado, mas de todo um processo de afirmação. Surgem a partir
das lutas do homem, em que há conquistas progressivas. Por isso mesmo, são
mutáveis e sujeitos a ampliações, o que explica as
diferentes “gerações” de direitos fundamentais que estudamos.

c) Indivisibilidade: os direitos fundamentais são indivisíveis, isto é, formam parte


de um sistema harmônico e coerente de proteção à dignidade da pessoa humana.
Os direitos fundamentais não podem ser considerados isoladamente, mas sim
integrando um conjunto único, indivisível de direitos.

d) Inalienabilidade: os direitos fundamentais são intransferíveis e inegociáveis,


não podendo ser
abolidos por vontade de seu titular. Além disso, não possuem conteúdo
econômico-patrimonial.

e) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não se perdem com o tempo,


sendo sempre exigíveis. Essa característica decorre do fato de que os direitos
fundamentais são personalíssimos, não podendo ser alcançados pela prescrição.

f) Irrenunciabilidade: o titular dos direitos fundamentais não pode deles dispor,


embora possa deixar de exercê-los. É admissível, entretanto, em algumas
situações, a autolimitação voluntária de seu exercício, num caso concreto. Seria o
caso, por exemplo, dos indivíduos que participam dos
conhecidos “reality shows”, que, temporariamente, abdicam do direito à
privacidade.

g) Relatividade ou Limitabilidade: não há direitos fundamentais absolutos.


Trata-se de direitos relativos, limitáveis, no caso concreto, por outros direitos
fundamentais. No caso de conflito entre eles, há uma concordância prática ou
harmonização: nenhum deles é sacrificado definitivamente.

h) Complementaridade: a plena efetivação dos direitos fundamentais deve


considerar que eles compõem um sistema único. Nessa ótica, os diferentes
direitos (das diferentes dimensões) se complementam e, portanto, devem ser
interpretados conjuntamente.
i) Concorrência: os direitos fundamentais podem ser exercidos cumulativamente,
podendo um mesmo titular exercitar vários direitos ao mesmo tempo.
j) Efetividade: os Poderes Públicos têm a missão de concretizar (efetivar) os
direitos fundamentais.
Direito Constitucional Page 163
direitos fundamentais.
l) Proibição do retrocesso: por serem os direitos fundamentais o resultado de um
processo evolutivo, de conquistas graduais da Humanidade, não podem ser
enfraquecidos ou suprimidos. Isso significa que as normas que os instituem não
podem ser revogadas ou substituídas por outras que os diminuam, restrinjam ou
suprimam. A proibição do retrocesso em relação aos direitos fundamentais
também é conhecida como "efeito cliquet"

Direito Constitucional Page 164


A00 - Proposições, Sentença, Expressão
Wednesday, June 28, 2023 12:52 PM

Oração: sentido completo, presença de verbo

Sentença deve ser declarativa (afirmativa ou negativa)

NÃO SÃO PROPOSIÇÕES:

Não são proposições as sentenças abertas, paradoxos e frases com alta carga de
subjetividade.
• " x + 9 = 10" - Sentença aberta (não se sabe a quem se refere x, ele)

• "Ele correu 100 metros em 9,58 segundos no ano de 2009." - Sentença aberta
Muitas bancas não consideram que o uso de pronomes faz com que a sentença
seja aberta. Infelizmente, para esse tipo de questão, é necessário ter
um "jogo de cintura" para perceber se a banca quer que você diga que esse tipo
de frase é uma sentença aberta.

• "Esta frase é uma mentira." - Paradoxo

• "Maria é formosíssima." - Frase que exprime opinião

Quantificadores: "todo", "algum", "nenhum", "pelo menos um", "existe" e suas


variantes transformam
uma sentença aberta em uma proposição

Se tem variável, a sentença é aberta.

Sentença é a exteriorização de um pensamento com sentido completo. Uma


sentença pode ser:
a) Declarativa afirmativa;
b) Declarativa negativa;
c) Exclamativa;
d) Interrogativa;
e) Imperativa (indica uma ordem ou um pedido);
f) Optativa (exprime um desejo);
g) Sentença aberta.

sentenças declarativas são proposições, e as demais sentenças não são

Raciocínio Lógico e Estatística Page 165


Expressões são frases que não exprimem um pensamento com sentido completo.
Ex.: "Um décimo de segundo." A casa de Pedro."

Note que proposição é um caso particular de sentença e que, por exclusão, não
há proposições lógicas em expressões.

PROPOSIÇÕES SIMPLES
Proposição simples: não pode ser dividida proposições menores.
A negação de uma proposição simples p gera uma nova proposição simples ~p.
Uso do "não" e de expressões correlatas: "não", "não é verdade que", "é falso que".
A nova proposição ~p sempre terá o valor lógico oposto da proposição original p.
Se a proposição original é uma sentença declarativa negativa, a negação dela será uma sentença
declarativa afirmativa.
q: "Taubaté não é a capital do Mato Grosso."
~q: "Taubaté é a capital do Mato Grosso."

Negação usando antônimos: nem sempre o uso de um antônimo nega a proposição original. "O
Grêmio
venceu o jogo". É errado dizer que a negação é "o Grêmio perdeu o jogo", porque o jogo poderia ter
empatado. EVITAR O USO DE ANTÔNIMOS.

Para negar uma proposição simples formada por uma oração principal e por orações subordinadas,
devemos negar o verbo da oração principal.
Dupla negação: ~(~p) ≡ p.
Várias negações em sequência:
• Número par de negações: proposição equivalente a original; e
• Número ímpar de negações: nova proposição é a negação da proposição original.
Descompasso entre a língua portuguesa e a linguagem proposicional: para a linguagem
proposicional,
"não vou comer nada" seria equivalente a "vou comer". Na língua portuguesa, tal frase significa que

Raciocínio Lógico e Estatística Page 166


"não vou comer nada" seria equivalente a "vou comer". Na língua portuguesa, tal frase significa que
a
pessoa realmente não vai comer coisa alguma.
p: "Vou comer."
~p: "Vou comer nada."
~ (~p): "Não vou comer nada."

Para negar uma proposição simples formada por uma oração principal e por orações
subordinadas, devemos negar o verbo da oração principal.
Em um período composto por subordinação, nem sempre a oração principal aparece primeiro.
Isso significa que nem sempre é o primeiro verbo que deve ser negado.

Proposições Compostas:

• A palavra "nem" corresponde a uma conjunção "e" seguida de uma negação "não".

• A palavra “Se” aponta para a condição Suficiente: “Se p, então q”

A recíproca de p→q é dada pela troca entre antecedente o e o consequente: q→p. A recíproca é
uma proposição completamente diferente da condicional original.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 167


Raciocínio Lógico e Estatística Page 168
Conectivos
Monday, July 3, 2023 12:50 PM

Os cinco conectivos e as suas formas mais usuais na língua portuguesa são:


Conjunção ("e"), Disjunção
inclusiva ("ou"), Disjunção exclusiva ("ou...ou"), Condicional ("se...então") e
Bicondicional ("se e somente
se").

A negação de uma proposição simples gera uma nova proposição simples. Assim,
o operador lógico de negação (~ ) não é um conectivo.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 169


Tabelas-verdade
Monday, July 3, 2023 12:29 PM

Tabelas estão na ordem de prioridade:

Conjunção p^q:

Raciocínio Lógico e Estatística Page 170


Conjunção p^q:

"mas" é igual ao conectivo "e". O mesmo vale para outras expressões


adversativas que correspondem ao "mas". (Como entretanto etc)

"Paula estuda, mas não passa no concurso" = "Paula estuda e Paula não passa no
concurso."

"nem" corresponde a uma conjunção "e" seguida de


uma negação "não"

"Pedro não estuda nem trabalha." corresponde a ~e∧~t = [Pedro não estuda] e
[não trabalha]

Disjunção inclusiva (pvq):

Na lógica de proposições, o uso do conectivo "ou" sozinho será, na grande


maioria das situações, com sentido de inclusão. Essa inclusão significa que:
• A primeira possibilidade pode ocorrer isoladamente: somente Pedro vai ao
parque e Maria não vai ao cinema;
• A segunda possibilidade pode ocorrer isoladamente: somente Maria vai ao
cinema e Pedro não vai ao parque; e
• A primeira e a segunda possibilidade podem ocorrer simultaneamente: Pedro
vai ao parque e também Maria vai ao cinema.

Disjunção exclusiva

Raciocínio Lógico e Estatística Page 171


Disjunção exclusiva

Na disjunção exclusiva as duas proposições não podem ser verdadeiras ao


mesmo tempo. O sentido de exclusão conferido por esse conectivo significa que:
• A primeira possibilidade pode ocorrer isoladamente: somente Pedro vai ao
parque e Maria não vai ao cinema;
• A segunda possibilidade pode ocorrer isoladamente: somente Maria vai ao
cinema e Pedro não vai ao parque; e
• A primeira e a segunda possibilidade não podem ocorrer simultaneamente, ou
seja:
o Maria não pode ir ao cinema com Pedro indo ao parque; e
o Pedro não pode ir ao parque com Maria indo ao cinema.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 172


Condicional (p→q)

Quando temos uma condicional P→Q, podemos dizer que:


P é condição suficiente para Q;
Q é condição necessária para P.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 173


Se = Suficiente
Então = Condição necessária

Recíproca da condicional

Para uma condicional qualquer p→q, a sua recíproca é dada por q→p

A recíproca de uma condicional é uma proposição completamente distinta da


condicional
original. Em outras palavras, a recíproca da condicional não corresponde à
condicional original.
Ao estudarmos equivalências lógicas, veremos que:

p→q não é equivalente a q→p.

Bicondicional (p<->q)

Raciocínio Lógico e Estatística Page 174


Condição necessária e suficiente
Em uma bicondicional, dizemos que p é condição necessária e suficiente para q,
bem como dizemos que q é condição necessária e suficiente para p.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 175


SE SUFICIENTE ENTÃO NECESSÁRIO

Raciocínio Lógico e Estatística Page 176


Número linhas tabela-verdade
Monday, July 17, 2023 2:04 PM

Raciocínio Lógico e Estatística Page 177


Possibilidades e Construção
Monday, July 17, 2023 2:07 PM

Exemplo:

Raciocínio Lógico e Estatística Page 178


Prioridades, conversão da natural para proposicional
Wednesday, July 12, 2023 10:02 AM

Raciocínio Lógico e Estatística Page 179


Raciocínio Lógico e Estatística Page 180
Tautologia, Contradição e Contingência
Monday, July 17, 2023 2:34 PM

Tautologia(sempre verdadeiro) é o oposto da Contradição(sempre falso)


• p ∨~ p ("p" ou "não p") é uma tautologia;
• p ∧~ p ("p" e "não p") é uma contradição.

Para descobrirmos se uma proposição composta é uma tautologia, podemos


utilizar 3 métodos:

1. Tabela-verdade: se a proposição composta final for sempre verdadeira, ela é


uma tautologia;
2. Absurdo: tentar aplicar o valor lógico falso à proposição. Se nessa tentativa
chegarmos a algum
absurdo, isso significa que a proposição nunca poderá ser falsa e, portanto, é uma
tautologia (sempre
verdadeira); ou
3. Equivalências Lógicas/Álgebra de proposições: desenvolver a expressão por
equivalências lógicas
ou álgebra de proposições e chegar na tautologia t.

Já para sabermos se uma proposição composta é uma contradição, podemos


proceder da seguinte forma:
1. Tabela-verdade: se a proposição composta final for sempre falsa, ela é uma
contradição;

Raciocínio Lógico e Estatística Page 181


contradição;
2. Absurdo: tentar aplicar o valor lógico verdadeiro à proposição. Se nessa
tentativa chegarmos a
algum absurdo, isso significa que a proposição nunca poderá ser verdadeira e,
portanto, é uma
contradição (sempre falsa); ou
3. Equivalências Lógicas/Álgebra de proposições: desenvolver a expressão por
equivalências lógicas
ou álgebra de proposições e chegar na contradição c.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 182


ABSURDO, Provar por
Monday, July 17, 2023 2:57 PM

Raciocínio Lógico e Estatística Page 183


Implicação
Monday, July 17, 2023 3:12 PM

Dizemos que uma proposição p implica q quando a condicional p→q é uma


tautologia. A representação da afirmação "p implica q" é p ⇒ q.

Apesar dessa distinção, algumas bancas utilizam o símbolo de implicação "⇒”


como se fosse o símbolo da condicional "→”.

Além disso, em algumas questões, as bancas podem utilizar a expressão "p


implica q" para se referir simplesmente a uma condicional p→q, sem que ela
necessariamente seja uma
tautologia.

Raciocínio Lógico e Estatística Page 184


A00 - Regime Jurídico Administrativo, Princípios Expressos,
Implícitos ou Reconhecidos
Thursday, June 29, 2023 12:35 PM

Direito Público, os interesses da sociedade são indisponíveis.(O poder público


sofre um conjunto de limitações ou restrições com esse assunto, um bem que
esteja sendo utilizado diretamente na prestação de serviços para a sociedade não
pode ser alienado, por exemplo).

Direito Privado, normalmente é direcionado para os particulares, trata das


relações individuais da população. (Não há prerrogativas do poder público,
colocando os indivíduos em igualdade de condições em suas relações jurídicas
(horizontalidade)).

O regime jurídico da Administração Pública se refere a qualquer tipo de


regramento, seja de direito público ou privado;

Enquanto o regime jurídico administrativo trata das regras que colocam a


Administração Pública em condições de superioridade perante o particular.

Prerrogativas são regras desconhecidas no direito privado, que colocam a


Administração em condições de superioridade em relação ao particular.

Sujeições ou restrições retiram ou diminuem a liberdade da Administração


quando comparada com o particular.

O regime jurídico administrativo se resume a um conjunto de prerrogativas e


sujeições especiais que permitem, de um lado, o alcance da finalidade pública do
Estado e, de outro, a preservação dos direitos fundamentas e do patrimônio
público.

A administração pública pode estar sujeita tanto ao regime jurídico de direito


privado quanto ao regime jurídico de direito público.

Direito Administrativo Page 185


Direito Administrativo Page 186
Princípios EXPRESSOS
Monday, July 10, 2023 3:35 PM

Princípios do D Administrativo previstos EXPRESSAMENTE na CF (LIMPE):

LIMPE

Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e


Eficiência

Legalidade (Costuma ser chamado de estrita legalidade)


- Possui dois significados, o primeiro aplica-se aos administrados(às pessoas e
organizações em geral), ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei.
O segundo significado, é aplicável à Administração e impõe a atuação
administrativa somente quando houver previsão legal.

- A função administrativa se subordina às previsões legais e, portanto, o


agente público só poderá atuar quando a lei determinar (vinculação) ou
autorizar (discricionariedade). A atuação administrativa obedece a vontade
legal. Já os administrados podem fazer tudo o que não estiver proibido em
lei, vivendo, assim, sob a autonomia da vontade.

- Legalidade VS Reserva Legal: Legalidade determina que a atuação


administrativa deve pautar-se na lei em sentido amplo, abrangendo
qualquer tipo de norma, da CF até portarias. Por outro lado, a reserva legal
significa que determinadas matérias devem ser regulamentadas
necessariamente por lei formal (CF exige que "a lei regulará a
individualização da pena" etc).

- Exceções:

a) Edição de medidas provisórias (CF, art 62);

As medidas provisórias são atos normativos, com força de lei, editados pelo
Presidente da República, em situações de relevância e urgência.

Direito Administrativo Page 187


b) Decretação do estado de defesa (CF, art 136);

Poderá ser decretado pelo Presidente, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, para “preservar ou prontamente restabelecer,
em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza” (CF, art. 137). Implicando
na restrição de alguns direitos, logo, exceção ao princípio da legalidade.

c) Decretação do estado de sítio (CF, arts 137 a 139).

Decretado pelo Presidente, após autorização do Congresso Nacional, ouvidos


os Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, em “comoção
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa” ou de “declaração
de estado de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira” (CF, art. 137, caput e incs. I e II). O estado de sítio é
uma medida mais gravosa que o estado de defesa, representando uma série
de medidas restritivas previstas na Constituição.

Princípio da legalidade: a Administração Pública somente poderá agir


quando houver lei determinando ou autorizando a sua atuação. O princípio
envolve qualquer tipo de norma, incluindo atos secundários como os
decretos e instruções normativas. No entanto, os atos
secundários não podem criar direitos e obrigações.

Princípio da autonomia da vontade: significa que os administrados


(particulares) podem fazer tudo que não estiver proibido em lei.

Reserva legal: trata das matérias que a Constituição exige que


obrigatoriamente sejam disciplinadas em lei em sentido estrito (lei formal).

Restrições (exceções) excepcionais ao princípio da legalidade: medida


provisória, estado de defesa e estado de sítio.

Impessoalidade (Atos dos agentes públicos são imputados ao Estado + Interesse


Público + Suspeição + Isonomia - Promoção Pessoal)

Possui 5 sentidos:

Direito Administrativo Page 188


a) Princípio da finalidade: em sentido amplo é sinônimo de interesse público,
em sentido estrito quer dizer que o o ato administrativo deve satisfazer a
finalidade específica prevista em lei, devendo satisfazer ambas condições e
se não for assim, o ato será inválido.

b) Validade do ato do agente de fato: os atos praticados pelos agentes


públicos são imputados ao Estado, em virtude da impessoalidade. Como
consequência, os atos praticados pelos agentes de fato são considerados
válidos, especialmente em relação aos terceiros de boa-fé (agente de fato é o
agente público que não teve investidura regular na função pública).

c) Princípio da igualdade ou isonomia: A Administração deve atender a todos os


administrados sem discriminações.

d) Vedação de promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do


Estado. Dessa forma, não poderá ocorrer a pessoalização ou promoção
pessoal do agente público pelos atos realizados.

e) Impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de


processos administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem
condições de aplicar a lei de forma imparcial, em função de parentesco,
amizade ou inimizade com pessoas que participam do processo.

Moralidade
Impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem
estar presentes em sua conduta, dessa forma, os atos administrativos devem
subordinar-se à moralidade administrativa.
Por exemplo, pode não existir nenhuma lei proibindo um agente público de
nomear o seu cônjuge para exercer um cargo em comissão no órgão em que
trabalha, ou seja, o ato foi legal. Contudo, tal ato mostra-se imoral, pois a conduta
ofende os bons princípios e a honestidade, sendo então passível de anulação.

De acordo com as lições de Gustavo Barchet, o princípio da moralidade em divide-


se em três sentidos:

• Dever de atuação ética (princípio da probidade): o agente público deve ter um


comportamento ético, transparente e honesto perante o administrado. Assim, o
agente público não pode sonegar, violar nem prestar informações incompletas
com o objetivo
de enganar os administrados. Não pode um agente se utilizar do conhecimento
limitado que as pessoas têm sobre a administração para obter benefícios pessoais

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limitado que as pessoas têm sobre a administração para obter benefícios pessoais
ou prejudicar indevidamente o administrado;

• Concretização dos valores consagrados na lei: o agente público não deve


limitar-se à aplicação da lei, mas buscar alcançar os valores por ela consagrados.
Assim, quando a
Constituição institui o concurso público para possibilitar a isonomia na busca por
um cargo público, o agente público que preparar um concurso dentro desses
ditames (proporcionar a isonomia) estará também cumprindo o princípio da
moralidade;

• Observância dos costumes administrativos: a validade da conduta


administrativa se vincula à observância dos costumes administrativos, ou seja, às
regras que surgem informalmente no quotidiano administrativo a partir de
determinadas condutas da Administração. Assim, desde que não infrinja alguma
lei, as práticas administrativas realizadas reiteradamente, devem vincular a
Administração, uma vez que causam no administrado um aspecto de legalidade.

A imoralidade surge do conteúdo do ato. Não sendo preciso a intenção do


agente público, mas sim o objeto do ato praticado.

Publicidade
Apresenta duplo sentido:

a) Exigência de publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia: os


atos administrativos gerais que produzirão efeitos externos ou os atos que
impliquem ônus para o patrimônio público devem ser publicados em órgãos
oficias, a exemplo do Diário Oficial da União ou dos estados, para terem
eficácia (produção de efeitos jurídicos). Não se trata de requisito de
validade, mas tão somente da produção de seus efeitos (Nem todo ato
precisa ser publicado para fins de eficácia, mas tão somente os que tenham
efeitos gerais com destinatários indeterminados e de efeitos externos que
alcançam os administrados ou que tenham potencial de implicar em ônus ao
patrimônio público.
b) Exigência de transparência da atuação administrativa: o princípio da
transparência deriva do princípio da indisponibilidade do interesse público,
constituindo um requisito indispensável para o efetivo controle da
Administração Pública por parte dos administrados. Podendo se manifestar
pelas seguintes formas:
I) Direito de peticionar junto aos órgãos públicos em defesa de direitos ou

Direito Administrativo Page 190


I) Direito de peticionar junto aos órgãos públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder.
II) Direito de obter certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
III) Divulgações de ofício de informações, por intermédio de publicações na
imprensa oficial, em jornais impressos ou pela internet.

A publicidade é regra, mas não é um dever absoluto (exceção dos dados


pessoais (protegidos pela intimidade, honra e imagem das pessoas) e das
informações classificadas por autoridades como sigilosas (informações
imprescindíveis para a segurança da sociedade e do Estado).

Eficiência
Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o princípio da eficiência apresenta dois aspectos:

I) Em relação ao modo de atuação do agente público: espera-se a melhor


atuação possível, a fim de obter os melhores resultados. (Como
consequência foram introduzidas pela EC 19/1998 a exigência de avaliação
especial de desempenho para aquisição de estabilidade e a possibilidade de
perda de cargo público (flexibilização da estabilidade) em decorrência da
avaliação periódica de desempenho).
II) Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração
pública: exige-se que seja a mais racional possível, permitindo que se
alcancem os melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

A Constituição Federal dispõe que os órgãos e entidades da administração


pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
alcançados, na forma da lei, adicionado pela EC 109/2021, com o objetivo de
evidenciar o foco da Administração para os resultados, exigindo a efetividade das
políticas públicas.

NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE PRINCÍPIOS.


Quando houver um aparente conflito entre os princípios, deverá ser adotada uma
ponderação entre eles para aplicar a interpretação que melhor se harmonize com
a situação concreta, sem que exista um princípio que imediatamente esteja
“acima dos demais"

• Legalidade: determina que a Administração Pública só pode fazer o que a lei

Direito Administrativo Page 191


• Legalidade: determina que a Administração Pública só pode fazer o que a lei
permite, no sentido amplo da palavra. Em decorrência disso, temos que a
administração não pode, por simples ato
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor
vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.

• Impessoalidade: a atividade administrativa deve ser norteada pela finalidade


pública, de modo que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas.
Lembrando que o administrador pode, em determinados casos, beneficiar ou
prejudicar alguém, desde que haja previsão legal para tanto. O que não se pode
cogitar é favorecer ou prejudicar alguém
de forma discricionária e indevida.

• Moralidade: impõe que o administrador público não dispense os preceitos


éticos que devem estar presentes em sua conduta.

• Publicidade: exige a publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia de


atos administrativos gerais (efeitos gerais e externos), bem como a transparência
da atuação administrativa, constituindo
um requisito indispensável para o efetivo controle da Administração Pública por
parte dos administrados;

• Eficiência: diz respeito a uma atuação da administração pública com excelência,


fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo
possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo.

Direito Administrativo Page 192


Princípios Implícitos ou Reconhecidos
Monday, July 10, 2023 3:37 PM

1) Princípio da supremacia do interesse público: princípio fundamental do


regime jurídico administrativo, diz respeito à própria razão de existir da
Administração. Predomina o interesse público frente ao interesse particular.
Representa as prerrogativas administrativas.
Aplicações:
a) nos atributos dos atos administrativos, como a presunção de veracidade,
legitimidade e imperatividade;
b) na existência das chamadas cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos, que permitem, por exemplo, a alteração ou rescisão
unilateral do contrato;
c) no exercício do poder de polícia administrativa, que impõe
condicionamentos e limitações ao exercício da atividade privada, buscando
preservar o interesse geral;
d) nas diversas formas de intervenção do Estado na propriedade privada,
como a desapropriação (assegurada a indenização), a servidão
administrativa, o tombamento de imóvel de valor histórico, a ocupação
temporária, etc.
A imposição de restrições ao particular depende de previsão legal.

Supremacia do interesse público X doutrina moderna


No regime jurídico de direito privado, prevalece a autonomia da
vontade e a livre disponibilidade de direito, já no regime jurídico público
prevalece a supremacia do interesse público e a indisponibilidade dos
direitos coletivos. Esses dois princípios são considerados as bases do
Direito Administrativo por Celso Antônio Bandeira de Mello. Ocorre que,
como vimos, tem havido a mitigação da supremacia do interesse público
sobre o interesse privado, em especial com a doutrina de diferenciação
entre interesse público primário (interesse público propriamente dito) e
interesse público secundário (interesses meramente estatais não
necessariamente imbuídos do interesse da coletividade). Essa mitigação
teve início com o doutrinador italiano Renato Alessi e vem se difundindo
no Brasil desde o fim do século passado. Outro motivo de críticas é que
é quase impossível definir o que de fato é interesse público, já que se
trata de um conceito subjetivo.
Por fim, alguns autores defendem que o interesse público não pode ser
superior aos direitos individuais essenciais, tais como o da dignidade da
pessoa humana. Por esses vários motivos, em que pese bastante
consagrado, o princípio da supremacia sofre críticas de diversos setores
da doutrina moderna.

2) Princípio da Indisponibilidade do interesse público: Trata das sujeições


administrativas, das limitações e restrições impostas à Administração.
Há o poder-dever de agir, a Administração deve agir conforme manda o
interesse público, o agente é obrigado a aplicar o Direito(ex. Agente de
trânsito ao multar);
A inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos,
impossibilitar a venda(alienar) bens vinculados à satisfação do interesse
público, ou quando há a concessão, que deveria ser realizada pela
Administração, para terceiro é somente o exercício da atividade que é
concedido e não o direito (ou a atividade propriamente dita).

Direito Administrativo Page 193


concedido e não o direito (ou a atividade propriamente dita).
ESTE NÃO IMPEDE A ADMINISTRAÇÃO DE REALIZAR ACORDOS E
TRANSAÇÕES!
“Em regra, os bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem
à coletividade. É, por isso, o Administrador, mero gestor da coisa pública, não
tem disponibilidade sobre os interesses confiados à sua guarda e realização.
Todavia, há casos em que o princípio da indisponibilidade do interesse
público deve ser atenuado, mormente quando se tem em vista que a solução
adotada pela Administração é a que melhor atenderá à ultimação deste
interesse. (...)”.

3) Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade:

a) A razoabilidade impõe que o agente público deve atuar sob critérios


aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de
pessoas equilibradas. O ato deverá ser razoável ou então passível de
anulação.

b) A proporcionalidade diz respeito ao equilíbrio que o agente deve alcançar


quando pesar os meios usados e os fins alcançados. Visa o controle do
excesso de poder.
O princípio da proporcionalidade possui três elementos que devem ser
observados no caso concreto:
a) adequação (pertinência, aptidão): significa que o meio empregado deve
ser compatível com o fim desejado. Os meios devem ser efetivos para os
resultados que se deseja alcançar.
b) necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso
ou oneroso para alcançar o fim público, isto é, o meio escolhido deve ser o
que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos;
c) proporcionalidade em sentido estrito: a vantagens a serem conquistadas
devem superar as desvantagens.

4) Princípio do controle ou da tutela da entidade


Visa assegurar que as entidades da Administração Indireta observem o
princípio da especialidade, representado pelo controle da Administração
Direta sobre as atividades das entidades administrativas da Administração
Indireta, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades
institucionais. No entanto, a regra é a AUTONOMIA;
sendo o controle a EXCEÇÃO.

5) Princípio da autotutela
Da poder para a Administração Público tutelar seus atos, anulando-os
quando ilegais e revogando-os quando inconvenientes, assim a
Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir seus
próprios atos.

Envolve os seguintes aspectos:

legalidade: em relação ao qual a Administração procede, de ofício ou por


provocação, a anulação de atos ilegais, trata-se de um poder-dever de ofício
da Administração; e
mérito: em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e
oportunidade de sua manutenção ou desfazimento (revogação)

Súmula nº 473 - A Administração pode anular seus próprios atos, quando

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Súmula nº 473 - A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

No aspecto de legalidade a Administração pode agir de ofício, enquanto o


Poder Judiciário só atuará mediante provocação. (Prerrogativa do judiciário
de que lei não afastará do Poder Judiciário lesão ou ameaça)

No controle de mérito a própria Administração que editou o ato poderá


revogá-lo, não podendo o Poder Judiciário anular um ato válido, porém
inconveniente de outro Poder.

Encontra limites no princípio da segurança jurídica e da estabilidade das


relações jurídicas, o prazo de exercer o direito autotutelar da Administração
em anular atos que produzam efeitos favoráveis para os destinatários decai
em cinco anos,contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
Outra limitação se refere à necessidade de oportunizar o contraditório e a
ampla defesa, por meio de processo administrativo, às pessoas quais
interesses serão afetados negativamente em decorrência do desfazimento
do ato.

6) Princípio da motivação

Diz respeito à fundamentação de fato e de direito das decisões que os


administradores adotam dentro da administração pública. Devendo
demonstrar a correlação lógica entre a situação e as providências tomadas.

A maior parte da doutrina ensina que todos os atos administrativos devem


ser motivados, sem eles discricionários ou vinculados, com uma única
exceção, que é a exoneração de ocupante de cargo em comissão, conhecida
como exoneração ad nutum, uma vez que possui tratamento constitucional
próprio.

Os atos administrativos devem ser motivados quando (art.50 Lei


9.784/1999):
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem
de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato

Direito Administrativo Page 195


VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
A motivação deve “ser explícita, clara e congruente, podendo
consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores
pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato” §1º;
“na solução de vários assuntos da mesma natureza”, poderá ser utilizado
meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que isso
não prejudique direito ou garantia
dos interessados (art. 50, §2º);
“decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais” deverá
constar da respectiva ata ou de termo escrito (art. 50, §3º).

7) Princípio da continuidade do serviço público

O princípio da continuidade tem relação com o princípio da supremacia, pois


deve prevalecer o interesse público em detrimento do interesse privado da
empresa ou do agente que pretende paralisar a sua prestação; e também
tem relação com o princípio da eficiência, pois a qualidade do serviço é
diretamente ligada à sua prestação continuada.

Os serviços públicos não podem ser interrompidos, logo, devem ter normal
continuidade.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta as seguintes consequências do


princípio da continuidade:

a) proibição de greve dos servidores públicos – essa não é mais uma


proibição absoluta, uma vez que o art. 37, VII, determina que “o direito
de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica”;

b) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a


substituição para preencher as funções públicas temporariamente
vagas;

c) impossibilidade, para quem contratada com a Administração, de


invocar a cláusula da exceção do contrato não cumprido (exceptio non
adimpleti contractus) nos contratos que tenham por objeto a execução
de serviço público [na verdade, não temos uma impossibilidade, mas
uma limitação. Por exemplo, a Lei 8.666/1993 determina que o
particular deverá continuar a cumprir o contrato, mesmo após um
atraso de até 90 (noventa) dias nos pagamentos devidos (art. 78, XV);

d) faculdade que se reconhece à Administração de utilizar os


equipamentos e instalações da empresa com que ela contrata, para
assegurar a continuidade do serviço;

e) com o mesmo objetivo, a encampação da concessão de serviço


público.

Possibilidade de reversão dos bens necessários à prestação dos serviços


públicos nos contratos de concessão ou permissão.

Direito Administrativo Page 196


○ Direito de greve X Continuidade

a) em regra, os servidores possuem direito à greve, nos termos da


legislação aplicável aos trabalhadores;
b) os militares não possuem direito à greve, conforme expressamente
dispõe a Constituição
Federal (CF, art. 142, IV);
c) os policiais civis são equiparados, em relação ao direito de greve, aos
policiais militares, sendo vedado o direito de greve (ARE 654.432/GO;
Rcl 11246 AgR/BA);
d) uma vez iniciada a greve, a Administração deve proceder ao desconto
dos dias de paralisação, permitindo-se a compensação de horário;
porém, o desconto será incabível se a greve decorreu de conduta ilícita
do poder público (RE 693.456/RJ).

A Administração pode realizar alterações unilaterais nos contratos


administrativos, sem concordância prévia da outra parte, contudo, essas
alterações não podem modificar o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato. Ex.: se o contratado ia receber R$ 100,00 pelo fornecimento de 10
unidades de um produto; deverá receber R$ 120,00 se as quantidades forem
alteradas para 12.

O princípio da continuidade NÃO É ABSOLUTO:

Nesse sentido, a Lei 8.987/1995 prescreve que não se caracteriza como


descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou, após prévio aviso, quando: (a) motivada por razões de
ordem técnica ou de segurança das instalações; (b) por inadimplemento
do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. 6º, §3º). Dessa
forma, é plenamente possível a suspensão de serviço por falta de
pagamento de fatura, mas que deverá ser restabelecido tão logo o
débito seja quitado.

8) Princípio do contraditório e da ampla defesa

Intimamente relacionado com o princípio do devido processo legal,


"ninguem será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal"(CF88, art5, LIV)

O contraditório se refere ao direito que o interessado possui de tomar


conhecimento das alegações da parte contrária e contra elas poder se
contrapor, podendo, assim, influenciar no convencimento do julgador.

A ampla defesa, por outro lado, confere ao cidadão o direito de alegar e


provar o que alega, podendo se valer de todos os meios e recursos
juridicamente válidos, vedando, por conseguinte, o cerceamento do direito
de defesa.
Por fim, a ampla defesa abrange também o direito à defesa técnica. Contudo,
em processos administrativos, cabe ao interessado decidir se precisa ou não
de defesa técnica, conforme entendimento do STF constante na Súmula
Vinculante nº 5:
“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição”.

Direito Administrativo Page 197


9) Princípio da especialidade

Diz respeito à descentralização administrativa, às especificidades do


tema abordado por cada um dos braços da administração pública.

Nessa linha, vale dizer que a Constituição Federal exige edição de lei
específica para a criação ou autorização de criação das entidades da
Administração Indireta (art. 37, XIX). Nesse caso, a lei deverá apresentar
as finalidades específicas da entidade, vedando, por conseguinte, o
exercício de atividades diversas daquelas previstas em lei, sob pena de
nulidade do ato e punição dos responsáveis.
Embora tenha sido criado inicialmente para as autarquias, uma das
espécies de entidades administrativas, o princípio aplica-se
modernamente a todas as pessoas administrativas que integram a
Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista).

10) Princípio da segurança jurídica e proteção à confiança

O princípio da segurança jurídica possui previsão no art. 2º, caput, da Lei


9.784/199930. Além disso, o inciso XIII, do parágrafo único, do mesmo artigo,
determina que a Administração Pública deve obedecer ao critério da
“interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de
nova interpretação”.

Objetivo: assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas

Ocorre principalmente no conflito entre o princípio da legalidade com a


estabilidade das relações jurídicas consolidadas com o decurso do tempo.

Aplicações: proteção ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa


julgada.

É o fundamento da prescrição e da decadência e a base para edição das


súmulas vinculantes.

a doutrina costuma diferenciar os princípios da segurança jurídica e da


proteção à confiança.

O primeiro trata do aspecto objetivo do conceito, indicando a


inafastabilidade da estabilização jurídica;

O segundo, trata do aspecto subjetivo, que reflete o sentimento do


indivíduo em relação aos atos que possuem presunção de legitimidade e de
aparência de legalidade.

Direito Administrativo Page 198


Decadência do direito de anular atos administrativos c/ efeitos favoráveis:
“direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”

o STJ já firmou o entendimento de que é incabível a devolução de parcelas


remuneratórias percebidas de boa-fé pelo agente público, mas que a decisão
que fundamentou o pagamento venha a ser desfeita por se considerar que
foi adotada em virtude de errônea ou inadequada interpretação da lei.

O princípio da segurança jurídica, no aspecto subjetivo (proteção à


confiança), se aplica na preservação dos efeitos de um ato administrativo
nulo, mas que tenha beneficiado terceiros de boa-fé. (ex.: quando uma
pessoa é aprovada em concurso público para o qual se exigia curso superior.
Posteriormente, a pessoa é empossada e passa a expedir autorizações de
anuência de entrada de produtos importados no Brasil. Contudo, alguns
meses depois, constata-se que a pessoa não possuía o curso superior,
fazendo com que sua nomeação seja anulada. Nesse caso, não faria sentido
anular todas as anuências expedidas pelo agente público investido
irregularmente, uma vez que o ato foi praticado com aparência de legalidade
e as pessoas beneficiados sequer tinham ideia de que o agente não estava
legalmente investido no cargo).

////////Outros princípios:

11) Princípio da hierarquia: O subordinado deve cumprir as ordens emanadas de


seus superiores hierárquicos. Com efeito, esse é um princípio típico do
exercício da função administrativa. Logo, em regra, não será um princípio
presente no exercício das funções jurisdicional e legislativa. A Prof. Maria Di
Pietro ressalva, no entanto,
que com o advento das súmulas vinculantes também passou a existir uma
relação de subordinação hierárquica dos órgãos do Poder Judiciário ao
Supremo Tribunal Federal.

12) Princípio da precaução: decorre da ideia de que é preciso evitar a ocorrência


de catástrofes antes que elas ocorram, uma vez que muitos danos são de
difícil reparação quando já consumados. Com isso, a Administração deve
adotar conduta preventiva diante da possibilidade de danos ao ambiente ou
ao próprio interesse público. Uma consequência desse princípio é a inversão
do ônus da prova diante de projetos que possam causar riscos à coletividade.
Caberá ao interessado provar que o seu projeto é seguro para a coletividade,
devendo a Administração sempre avaliar a existência ou não de reais
condições de segurança.

13) Princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade: a presunção de


Direito Administrativo Page 199
13) Princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade: a presunção de
legitimidade significa que o ato foi praticado conforme a lei, ao passo que a
presunção de veracidade significa que os fatos alegados para praticar um ato
são verdadeiros. Por exemplo: quando um guarda aplica uma multa porque
um motorista usava o celular enquanto dirigia, presume-se que a multa foi
licitamente aplicada (presunção de
legitimidade) e que o fato alegado realmente aconteceu, ou seja, que a
pessoa realmente usava o celular (presunção de veracidade). Eles são
analisados como se fossem um único princípio, que, às vezes, é também
chamado de presunção de legalidade.

Logo, os atos administrativos serão de execução imediata.

Essa presunção, no entanto, é relativa (juris tantum), pois admite prova em


contrário, mas ocorre a inversão do ônus da prova, ou seja, o particular que
terá que provar a ilegalidade do ato administrativo.

Princípio da sindicabilidade: significa que todo ato administrativo pode se


submeter a algum tipo de controle. Vale lembrar que, no Brasil, vigora o
princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), de tal
forma que toda lesão ou ameaça de direito poderá ser controlada pelo Poder
Judiciário. Além disso, a sindicabilidade também abrange a autotutela, pois a
própria Administração pode exercer controle sobre os seus próprios atos,
anulando os ilegais e revogando os inconvenientes e inoportunos.

Princípio da responsividade: o administrador deverá prestar contas e poderá


ser responsabilizado pelas suas condutas. Dessa forma, esse princípio é
diretamente ligado ao princípio da indisponibilidade (o agente não é “dono”
da coisa pública e por isso deverá prestar contas da utilização de recursos
públicos. Além disso, caso cometa irregularidades, o agente poderá ser
responsabilizado, sofrendo as sanções previstas em lei e tendo o dever de
ressarcir o dano causado.

Princípio da subsidiariedade: significa que a participação do Estado na vida


da sociedade deverá ser limitada, atentando-se a:
(i) exercer as suas funções próprias (também chamadas de exclusivas), como
a segurança, justiça, defesa, regulação, etc.;
(ii) atuar de forma supletiva em relação às questões sociais e econômicas. A
aplicação desse princípio é bastante controversa, por algumas razões:
(i) há correntes que defendem uma maior atuação e participação estatal;
(ii) é difícil separar objetivamente quais questões são exclusivas e relevantes
ao ponto de exigirem a participação do Estado e, por consequência lógica,
dispensarem a participação em outras questões.

Princípio intranscendência subjetiva das sanções: apesar do nome


“complicado”, a aplicação do princípio é bastante simples: a penalidade
deverá atingir a pessoa que cometeu a irregularidade, não podendo
prejudicar outras pessoas que não tiveram responsabilidade pelo fato. No
mesmo contexto, um administrador não pode ser prejudicado por ato de
outro. Por exemplo: o ex-prefeito de um município não prestou contas sobre
a utilização de recursos federais e, por isso, o município foi considerado
inadimplente para receber recursos federais. Essa penalidade, porém, deverá
ficar restrita ao mandato do prefeito inadimplente. Assim, quando o novo
prefeito assumir, ele não poderá ser prejudicado pelo ato do prefeito

Direito Administrativo Page 200


prefeito assumir, ele não poderá ser prejudicado pelo ato do prefeito
anterior. Logo, a vedação para receber recursos federais não poderá ser
aplicada no mandato do novo prefeito.

Direito Administrativo Page 201


NBC TA 200 - Normas técnicas de Auditoria Independente de
Informação Contábil Histórica (Norma-base da Auditoria
Independente ou Auditoria das Demonstrações Contábeis)
Thursday, June 29, 2023 4:29 PM

Definição de auditoria das demonstrações contábeis:

Auditoria consiste no levantamento, estudo e avaliação sistemática das


transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações
financeiras de uma entidade.
É uma técnica contábil, cujo objetivo precípuo é constatar se as
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes,
em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Em outras
palavras, o Auditor avalia se a entidade auditada seguiu as normas que
orientam a forma de apresentar as demonstrações contábeis, uma vez que
elas são importantes no processo de tomadas de decisões de diversos
usuários.

Auditoria Tributária Page 202


Classificação, Objetivo da Auditoria(Segurança
razoável)
Thursday, June 29, 2023 4:37 PM

Auditoria Interna:
A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e
comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade,
adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de
informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos,
com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos (NBC
TI 01, item 12.1.1.3).

A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com enfoque técnico,


objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da
organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e
dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades
apontadas nos relatórios. (NBC TI 01 item 12.1.1.4)

O auditor interno é funcionário da entidade, estando subordinado diretamente à


Administração/Presidência/Conselho de Administração, o que garante sua autonomia
funcional para o desempenho do trabalho sem influência do avaliado.

O auditor interno deve preservar sua autonomia profissional.

Auditor externo possui grau maior de independência, já que não estão subordinados à
entidade auditada e nem podem estar.

Auditoria Tributária Page 203


O auditor interno (bem como o auditor externo) deve ser Contador.

Requisitos:

Auditoria Tributária Page 204


Escopo do trabalho:

Interno: determinado pela gerência, normas internas da entidade.

Externo (ou independente): determinado pelas leis associadas de forma bem ampla,
visando interesse coletivo.

Auditoria Tributária Page 205


Demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua
administração, com supervisão geral dos responsáveis pela governança.

SEGURANÇA RAZOÁVEL

Como base para opinião do auditor, as NBC Tas exigem que ele obtenha segurança razoável
de que as demonstrações contábeis como um todos estão livres de distorção relevante,
INDEPENDENTEMENTE SE CAUSADAS POR FRAUDE OU ERRO. Asseguração razoável é um
nível elevado de segurança. Esse nível é conseguido quando o auditor obtém evidência de
auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo o risco de
auditoria (isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as
demonstrações contábeis contiverem distorção relevante). Contudo, asseguração razoável
não é um nível absoluto de segurança porque há limitações inerentes em uma auditoria,
as quais resultam do fato de que a maioria das evidências de auditoria, as quais resultam
do fato de que a maioria das evidências de auditoria em que o auditor baseia suas
conclusões e sua opinião, é persuasiva e não conclusiva.

Auditoria Tributária Page 206


conclusões e sua opinião, é persuasiva e não conclusiva.

ASSEGURAÇÃO RAZOÁVEL NÃO É NÍVEL ABSOLUTO DE SEGURANÇA, NEM "ABSOLUTA


CERTEZA" etc.

As limitações inerentes de uma auditoria originam-se da:


• natureza das informações contábeis;
• natureza dos procedimentos de auditoria; e
• necessidade de que a auditoria seja conduzida dentro de um período de tempo razoável e
a um custo razoável.

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Item 13 NBC TA 200 R1 - Definições
Monday, July 10, 2023 4:53 PM

13. Para fins das NBC TAs, os seguintes termos possuem os significados atribuídos
a seguir:
Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatório financeiro
adotada pelaadministração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela
governança na elaboração dasdemonstrações contábeis, que é aceitável em vista
da natureza da entidade e do objetivo das
demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento.
A expressão “estrutura de apresentação adequada” é utilizada para se referir a
uma estruturade relatório financeiro que exige conformidade com as exigências

Auditoria Tributária Page 209


uma estruturade relatório financeiro que exige conformidade com as exigências
dessa estrutura e:
(i) reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação
adequada das demonstrações contábeis, pode ser necessário que a administração
forneça divulgações além das especificamente exigidas pela estrutura; ou
(ii) reconhece explicitamente que pode ser necessário que a administração se
desvie de uma exigência da estrutura para conseguir a apresentação adequada
das demonstrações contábeis. Espera-se que tais desvios sejam necessários
apenas em circunstâncias extremamente raras. A expressão “estrutura de
conformidade” (compliance) é utilizada para se referir a uma
estrutura de relatório financeiro que exija a conformidade com as exigências
dessa estrutura, mas não reconhece os aspectos contidos em (i) e (ii) acima.

-- Esclarecendo: grosso modo, estrutura de relatório financeiro aplicável é o


arcabouço previsto – via de regra – em Lei ou Regulamento, que dita as regras de
elaboração das demonstrações contábeis (no Brasil, por exemplo, a Lei nº
6.404/76 dita as regras gerais para elaboração das demonstrações financeiras,
tais como: Balanço Patrimonial, Demonstração de
Resultado do Exercício, dentre outras; já os famosos CPC, ou pronunciamentos
contábeis, versam sobre a forma correta de contabilização de vários elementos
do patrimônio). As
diferenças entre “estrutura de apresentação adequada” e “estrutura de
conformidade” não são nada intuitivas. Nesse ponto, entenda que, geralmente, as
demonstrações contábeis para fins gerais utilizam uma estrutura de apresentação
adequada. Afinal, a opinião emitida pela auditoria sobre esses tipos de
demonstrações é no sentido de estarem apresentadas adequadamente.
Estruturas de relatório financeiro que abrangem primariamente as normas de
contabilidade a serem usadas pelas entidades na elaboração de demonstrações
contábeis
para fins gerais muitas vezes são estabelecidas para o cumprimento da
apresentação adequada. Diferentemente da estrutura de apresentação
adequada, a chamada estrutura de conformidade (ou compliance) é mais taxativa,
ou seja, não tem a mesma flexibilidade da primeira.

Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para


fundamentar suas conclusões em que se baseia a sua opinião. As evidências de
auditoria incluem informações contidas nos registros contábeis subjacentes às
demonstrações contábeis e outras informações.

Para fins das NBC TAs:

(i) a suficiência das evidências de auditoria é a medida da quantidade da evidência


de auditoria. A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela
avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade
de tal evidência;

(ii) a adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência


de auditoria; isto é, sua relevância e confiabilidade no fornecimento de suporte às
conclusões em que se baseia a opinião do auditor.
-- Esclarecendo: evidências de auditoria são as informações que o auditor utiliza
como base (ou fundamento) para suas conclusões e para a opinião a ser inserida
no relatório de auditoria. Em outras aulas de nossos cursos tratamos,
especificamente, desse tema.

Informação contábil histórica é a informação expressa em termos financeiros em


relação a uma entidade específica, derivada principalmente do sistema contábil
da entidade, a respeito de eventos econômicos ocorridos em períodos passados
ou de condições ou circunstâncias
econômicas em determinada data no passado.

Auditoria Tributária Page 210


-- Esclarecendo: informação contábil (ou financeira) histórica é sempre expressa
em termos
financeiros, deriva principalmente do sistema contábil e se refere sempre a
eventos ou
condições passadas (nunca futuras). Como veremos a seguir, essa informação é
representada
nas demonstrações contábeis

Demonstrações contábeis são a representação estruturada de informações


financeiras históricas, incluindo divulgações, com a finalidade de informar os
recursos econômicos ou as
obrigações da entidade em determinada data no tempo ou as mutações de tais
recursos ou obrigações durante um período de tempo em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro. O termo “demonstrações contábeis” refere-se
normalmente ao conjunto completo
de demonstrações contábeis como determinado pela estrutura de relatório
financeiro aplicável, mas também pode referir-se a quadros isolados das
demonstrações contábeis. As divulgações compreendem informações explicativas
ou descritivas, elaboradas conforme requeridas,
permitidas expressamente ou de outra forma pela estrutura de relatório
financeiro aplicável, incluídas nas demonstrações contábeis, ou nas notas
explicativas, ou incorporadas por referência cruzada.

-- Esclarecendo: no Brasil, as demonstrações contábeis destinam-se a fornecer


informações a respeito da posição patrimonial e financeira, desempenho e fluxos
de caixa da entidade. Para tais estruturas, o conjunto completo de demonstrações
contábeis incluiria balanço patrimonial, demonstração do resultado,
demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração dos fluxos de
caixa e respectivas notas explicativas.

Distorção é a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a


divulgação de uma demonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a
apresentação ou a divulgação que é exigida para que o item esteja de acordo
com a estrutura de relatório financeiro
aplicável. As distorções podem originar-se de erro ou fraude. Quando o auditor
expressa uma opinião sobre se as demonstrações contábeis foram apresentadas
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as distorções também incluem
os ajustes de valor, classificação,
apresentação ou divulgação que, no julgamento do auditor, são necessários para
que as demonstrações contábeis estejam apresentadas adequadamente, em
todos os aspectos
relevantes. Administração é a pessoa com responsabilidade executiva pela
condução das operações da entidade. Para algumas entidades, como no Brasil, a
administração inclui alguns ou todos os responsáveis pela governança, por
exemplo, membros executivos de um conselho de
governança, ou sócio-diretor.

-- Esclarecendo: administração é quem, efetivamente, “toca o barco” dos


negócios da
entidade. Já os chamados Responsáveis pela Governança são uma instância de
supervisão, ou seja, é a pessoa ou organização com a responsabilidade de
supervisionar de forma geral a direção estratégica da entidade e obrigações
relacionadas com a responsabilidade da entidade.
Exemplo de administração seria a diretoria da entidade, ao passo que o conselho
de administração seria um exemplo de responsáveis pela governança. No Brasil, é
comum que as mesmas pessoas façam parte da administração e dos responsáveis
pela governança.

Premissa, relativa às responsabilidades da administração e, quando apropriado,

Auditoria Tributária Page 211


Premissa, relativa às responsabilidades da administração e, quando apropriado,
dos responsáveis pela governança, com base na qual a auditoria é conduzida –
Que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança,
tenham conhecimento e entendido que eles têm as seguintes responsabilidades,
fundamentais para a condução da auditoria em conformidade com as normas de
auditoria. Isto é, a responsabilidade:
(i) pela elaboração das demonstrações contábeis em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo quando relevante sua
apresentação adequada;
(ii) pelo controle interno que os administradores e, quando apropriado, os
responsáveis pela governança, determinam ser necessário para permitir a
elaboração de demonstrações contábeis que estejam livres de distorção relevante,
independentemente se causada por fraude ou erro;
(iii) por fornecer ao auditor:
a. acesso às informações que os administradores e, quando apropriado, os
responsáveis pela governança, tenham conhecimento que sejam relevantes para
a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis como registros,
documentação e outros assuntos;
b. quaisquer informações adicionais que o auditor possa solicitar da
administração e, quando
apropriado, dos responsáveis pela governança para o propósito da auditoria; e
c. acesso irrestrito àqueles dentro da entidade que o auditor determina ser
necessário obter
evidências de auditoria.

Julgamento profissional é a aplicação do treinamento, conhecimento e


experiência
relevantes, dentro do contexto fornecido pelas normas de auditoria, contábeis e
éticas, na
tomada de decisões informadas a respeito dos cursos de ação apropriados nas
circunstâncias
do trabalho de auditoria.
-- Esclarecendo: o julgamento e o ceticismo profissionais compõem as chamadas
características inerentes do auditor. O julgamento se refere à toda “bagagem” do
auditor, ou seja, treinamento, conhecimento e experiência, utilizada no processo
de tomada de decisão.

Ceticismo profissional é a postura que inclui uma mente questionadora e alerta


para condições que possam indicar possível distorção devido a erro ou fraude e
uma avaliação crítica das evidências de auditoria.

-- Esclarecendo: faremos mais comentários sobre o julgamento e o ceticismo


profissionais mais
à frente em nossa aula.

Asseguração razoável é, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis,


um nível alto, mas não absoluto, de segurança.

-- Esclarecendo: como vimos anteriormente, esse nível de segurança é


conseguido quando se obtém evidência apropriada e suficiente para reduzir o
risco, não a qualquer nível, mas a um nível aceitavelmente baixo.

Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria


inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção
relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e
do risco de detecção.

Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor


para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem
uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em

Auditoria Tributária Page 212


uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em
conjunto com outras distorções.

Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis


contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois
componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:

(i) risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma


transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser
relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da
consideração de quaisquer controles relacionados;

(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma
afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que
possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não
seja prevenida, detectada e
corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade. [Grifo nosso]

-- Observação: estudamos mais detalhes acerca do Risco de Auditoria em outras


aulas dos
nossos cursos. Nesse momento, apenas trazemos importantes conceitos desse
tema previstos
(e comumente cobrados) na NBC TA 200.

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Ética profissional (Princípios)
Thursday, July 13, 2023 5:35 PM

Recomendamos o uso do mnemônico C3OI. ou IOC3. para facilitar a


memorização.

Auditoria Tributária Page 214


Ceticismo profissional e Julgamento profissional
Thursday, July 13, 2023 5:45 PM

7. (...) As NBCs TA exigem que o auditor exerça o julgamento profissional e


mantenha o ceticismo profissional ao longo de todo o planejamento e na
execução da auditoria (...).

Ceticismo profissional

15. O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo profissional,


reconhecendo que podem existir circunstâncias que causam distorção relevante
nas demonstrações contábeis.

A20. O ceticismo profissional inclui estar alerta, por exemplo, a:

• evidências de auditoria que contradigam outras evidências obtidas;


• informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos
documentos e respostas a indagações a serem usadas como evidências
de auditoria;
• condições que possam indicar possível fraude;
• circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de
auditoria além dos exigidos pelas NBC TAs.

A21. A manutenção do ceticismo profissional ao longo de toda a auditoria é


necessária, por exemplo, para que o auditor reduza os riscos de:

• ignorar circunstâncias não usuais;


• generalização excessiva ao tirar conclusões das observações de
auditoria;
•uso inadequado de premissas ao determinar a natureza, a época e a
extensão dos procedimentos de auditoria e ao avaliar os resultados
destes.

Esclarecendo: o auditor deve manter o ceticismo para EVITAR as

Auditoria Tributária Page 215


Esclarecendo: o auditor deve manter o ceticismo para EVITAR as
situações acima, ou seja, reduzir o risco de que elas venham a ocorrer.

A22. O ceticismo profissional é necessário para a avaliação crítica das evidências


de auditoria.
Isso inclui questionar evidências de auditoria contraditórias e a confiabilidade dos
documentos e respostas a indagações e outras informações obtidas junto à
administração e aos
responsáveis pela governança. Também inclui a consideração da suficiência e
adequação das evidências de auditoria obtidas considerando as circunstâncias,
por exemplo, no caso de
existência de fatores de risco de fraude e um documento individual, de natureza
suscetível de fraude, for a única evidência que corrobore um valor relevante da
demonstração contábil.

A23. O auditor pode aceitar registros e documentos como genuínos, a menos que
tenha razão para crer no contrário. Contudo, exige-se que o auditor considere a
confiabilidade das
informações a serem usadas como evidências de auditoria. Em casos de dúvida a
respeito da confiabilidade das informações ou indicações de possível fraude (por
exemplo, se condições
identificadas durante a auditoria fizerem o auditor crer que um documento pode
não ser autêntico ou que termos de documento podem ter sido falsificados), as
normas de auditoria exigem que o auditor faça investigações adicionais e
determine que modificações ou adições
aos procedimentos de auditoria são necessárias para solucionar o assunto.

A24. Não se pode esperar que o auditor desconsidere a experiência passada de


honestidade e integridade da administração da entidade e dos responsáveis pela
governança. Contudo, a crença de que a administração e os responsáveis pela
governança são honestos e têm integridade não livra o auditor da necessidade
de manter o ceticismo profissional ou permitir que ele se satisfaça com evidências
de auditoria menos que persuasivas na obtenção de segurança razoável.

///Julgamento Profissional

16. O auditor deve exercer julgamento profissional ao planejar e executar a


auditoria de
demonstrações contábeis.

A25. O julgamento profissional é essencial para a condução apropriada da


auditoria. Isso porque a interpretação das exigências éticas e profissionais
relevantes, das normas de auditoria e as decisões informadas requeridas ao longo
de toda a auditoria não podem ser feitas sem a
aplicação do conhecimento e experiência relevantes para os fatos e

Auditoria Tributária Page 216


aplicação do conhecimento e experiência relevantes para os fatos e
circunstâncias. O julgamento profissional é necessário, em particular, nas
decisões sobre:

• materialidade e risco de auditoria;

• a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria


aplicados para o cumprimento das exigências das normas de auditoria e a
coleta de evidências de auditoria;

• avaliar se foi obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada e se


algo mais precisa ser feito para que sejam cumpridos os objetivos das NBCs
TA e, com isso, os objetivos gerais doauditor;

• avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de


relatório financeiro aplicável da entidade;

• extração de conclusões baseadas nas evidências de auditoria obtidas, por


exemplo, pela avaliação da razoabilidade das estimativas feitas pela
administração na elaboração das demonstrações contábeis.

A29. O julgamento profissional precisa ser exercido ao longo de toda a


auditoria. Ele também
precisa ser adequadamente documentado. Neste aspecto, exige-se que o auditor
elabore
documentação de auditoria suficiente para possibilitar que outro auditor
experiente, sem
nenhuma ligação prévia com a auditoria, entenda os julgamentos profissionais
significativos
exercidos para se atingir as conclusões sobre assuntos significativos surgidos
durante a
auditoria. O julgamento profissional não deve ser usado como justificativa para
decisões que,
de outra forma, não são sustentados pelos fatos e circunstâncias do trabalho
nem por
evidência de auditoria apropriada e suficiente.

Auditoria Tributária Page 217


Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de
auditoria
Tuesday, July 18, 2023 4:07 PM

Para obter segurança razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria


apropriada e suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo
aceitável e, com isso, possibilitar a ele obter conclusões razoáveis e nelas basear a
sua opinião.

Para que seja possível fundamentar a opinião do auditor, as evidências devem


possuir dois atributos essenciais: adequação e suficiência.

a norma diz que quanto melhor a qualidade, menos evidência pode ser
necessária. O contrário, no entanto, não necessariamente é verdade, ou seja, a
obtenção de mais evidência de auditoria pode não compensar a sua má
qualidade.

A31. A suficiência e adequação das evidências de auditoria estão inter-


relacionadas. A suficiência é a medida da quantidade de evidência de auditoria.
A quantidade necessária de evidência de auditoria é afetada pela avaliação pelo
auditor dos riscos de distorção (quanto mais elevados os riscos avaliados, maior
a probabilidade de que seja necessária mais evidência de auditoria)

e também pela qualidade de tais evidências de auditoria (quanto melhor a


qualidade, menos evidência pode ser necessária). A obtenção de mais evidência
de auditoria, porém, pode não compensar a sua má qualidade.

A32. A adequação é a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a


sua relevância e confiabilidade no suporte das conclusões em que se baseia a
opinião do auditor. A confiabilidade da evidência é influenciada pela sua fonte e
sua natureza e depende das circunstâncias individuais em que são obtidas.

//// Risco de distorção relevante

A36. Os riscos de distorção relevante podem existir em dois níveis:


• no nível geral da demonstração contábil; e
• no nível da afirmação para classes de transações, saldos contábeis e
divulgações.

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A37. Riscos de distorção relevante no nível geral da demonstração contábil
referem-se aos riscos de distorção relevante que se relacionam de forma
disseminada às demonstrações contábeis como um todo e que afetam
potencialmente muitas afirmações.

A38. Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação são avaliados para


que se determine a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais
de auditoria necessários para a obtenção de evidência de auditoria apropriada e
suficiente. [...] [grifos nossos]

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Condução da auditoria em conformidade com NBCs TA
Tuesday, July 18, 2023 4:30 PM

O auditor deve entender o texto inteiro de cada NBC TA, inclusive sua aplicação e
outros materiais explicativos para entender os seus objetivos e aplicar as suas
exigências adequadamente.

O auditor não deve declarar conformidade com as normas de auditoria


(brasileiras e internacionais) o seu relatório, a menos que ele tenha cumprido
com as exigências da NBC TA 200 e de todas as demais NBCs TA relevantes para a
auditoria.

Finalmente, em circunstâncias excepcionais, o auditor pode julgar necessário não


considerar uma exigência relevante em uma NBC TA. Em tais circunstâncias, o
auditor deve executar procedimentos de auditoria alternativos para cumprir o
objetivo dessa exigência.

Auditoria Tributária Page 220


NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL - Estrutura Conceitual para Trabalhos
de Asseguração
Tuesday, July 18, 2023 4:35 PM

Trabalho de asseguração é o trabalho no qual o auditor independente visa


obter evidências apropriadas e suficientes para expressar sua conclusão, de
forma a aumentar o grau de confiança dos usuários previstos sobre o
resultado da mensuração ou avaliação do objeto, de acordo com os critérios
que sejam aplicáveis.

São 5 (cinco) os elementos dos trabalhos de asseguração:

(a) relação de três partes TRIPARTITE envolvendo o auditor independente, a


parte responsável e os usuários previstos;

Define que a responsabilidade da preparação das


demonstrações contábeis é da administração da companhia a ser auditada,
além das outras partes.

(b) objeto apropriado;


O objeto do trabalho de asseguração pode ter várias formas, tais como:
- Histórico de desempenho ou condição financeira (por exemplo,
histórico de posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de
caixa) para o qual a informação do objeto pode ser o reconhecimento, a
mensuração, a apresentação e a divulgação representada nas
demonstrações contábeis;
- Condição ou desempenho financeiro futuro (por exemplo, posição
financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa prospectivos) para o
qual a informação do objeto pode ser o reconhecimento, a mensuração,
a apresentação e a divulgação representada na projeção ou previsão
financeira;
- Condições ou desempenhos não financeiros (por exemplo,
desempenho da entidade) para o qual as informações do objeto podem
ser os indicadores principais de eficácia e eficiência [...].

(c) critérios aplicáveis;

Critérios são referências usadas para mensurar ou avaliar o objeto. Os


critérios podem ser formais, por exemplo, na elaboração das demonstrações
contábeis; e os critérios podem ser as normas internacionais de relatórios
financeiros ou as normas internacionais de contabilidade do setor público.

Auditoria Tributária Page 221


financeiros ou as normas internacionais de contabilidade do setor público.
Ao emitir relatório sobre a efetividade operacional dos controles internos, os
critérios podem ser baseados na estrutura estabelecida de controle interno
ou objetivos de controles individuais, especialmente desenvolvidos para o
propósito; e ao emitir o relatório sobre a conformidade, os critérios podem
ser estabelecidos por leis e regulamentos ou contratos. Um exemplo de
critério menos formal seria o código de conduta desenvolvido internamente
ou o nível de desempenho acordado (tal como o número de vezes que se
espera que um comitê específico se reúna no ano).

(d) evidências apropriadas e suficientes; e

A evidência suficiente e apropriada está correlacionada. A suficiência é a


mensuração da quantidade de evidências. A quantidade de evidência
necessária é influenciada pelos riscos de a informação do objeto ser
distorcida de forma relevante (quanto maior forem os riscos, mais evidência
será necessária) e também pela qualidade dessas evidências (quanto melhor
a qualidade, menos será necessária). Obter mais evidências, contudo, pode
não compensar a sua
baixa qualidade.

Adequação é a mensuração da qualidade da evidência, ou seja, sua


relevância e confiabilidade em fornecer fundamentação para a conclusão do
auditor independente.

(e) relatório de asseguração escrito no formato apropriado ao trabalho de


asseguração razoável ou de asseguração limitada.
O auditor independente forma sua conclusão com base nas evidências
obtidas e emite o relatório escrito contendo uma expressão clara dessa
conclusão de asseguração. As normas de asseguração estabelecem
elementos básicos para os relatórios de asseguração. No trabalho de
asseguração razoável, a conclusão do auditor independente é expressa na
forma positiva para transmitir a sua opinião sobre o resultado da
mensuração ou avaliação do objeto.

Os trabalhos de asseguração dividem-se em trabalhos de asseguração razoável e


limitada:

No trabalho de asseguração razoável, o auditor independente reduz o risco


do trabalho para um nível aceitavelmente baixo nas circunstâncias do
trabalho como base para a sua conclusão. A conclusão do auditor
Auditoria Tributária Page 222
trabalho como base para a sua conclusão. A conclusão do auditor
independente é expressa de forma que transmita a suaopinião sobre o
resultado da mensuração ou avaliação de determinado objeto de acordocom
os critérios aplicáveis.

No trabalho de asseguração limitada, o auditor independente reduz o risco


do trabalho para um nível que é aceitável nas circunstâncias do trabalho,
mas que ainda é maior do que para um trabalho de asseguração razoável.
Dessa forma, sua conclusão deve transmitir se, com base nos procedimentos
realizados e evidências obtidas, algum assunto chegou ao seu conhecimento
de forma a levá-lo a acreditar que a informação do objeto está
relevantemente distorcida. A natureza, a época e a extensão dos
procedimentos executados no trabalho de asseguração limitada são restritos
(menos
extensos), quando comparados com os que são necessários no trabalho de
asseguração razoável, mas são planejados para obter um nível de segurança
que seja, no julgamento profissional do auditor independente, significativo.
Para que seja significativo, o nível de
segurança obtido pelo auditor deve ser capaz de aumentar a confiança dos
usuários previstos sobre a informação do objeto em nível que seja mais do
que irrelevante.

Importante salientar que, quando se tratar de trabalho de asseguração de


informações contábeis históricas (ex.: demonstrações contábeis), um exemplo de
trabalho de asseguração razoável é a própria auditoria, e um exemplo de
trabalho de asseguração limitada é o trabalho denominado
revisão.

Auditoria Tributária Page 223


Independência
Friday, July 21, 2023 5:33 PM

Entende-se como independência o estado no qual as obrigações ou os interesses


da entidade de auditoria são suficientemente isentos dos interesses das
entidades auditadas para permitir que os serviços sejam prestados com
objetividade.

NBC TA 200 (R1) (item A18), “No caso de trabalho de auditoria ser de interesse
público e, portanto, exigido pelo Código de Ética Profissional do Contabilista e
pelas normas profissionais do CFC, se exige que o auditor seja independente da
entidade sujeita a auditoria. O Código de Ética Profissional do Contabilista e as
normas profissionais descrevem a independência
como abrangendo postura mental independente e independência na aparência. A
independência do auditor frente à entidade salvaguarda a capacidade do auditor
de formar opinião de auditoria sem ser afetado por influências que poderiam
comprometer essa opinião.
A independência aprimora a capacidade do auditor de atuar com integridade,
ser objetivo e manter postura de ceticismo profissional”.

Independência é a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar


com integridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios ou
pareceres imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios,
aos quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar
relacionadas com o seu trabalho.

Os conceitos sobre a independência devem ser aplicados por auditores para:

(a) identificar ameaças à independência;


(b) avaliar a importância das ameaças identificadas;
(c) aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-
las a um nível
aceitável.

Auditoria Tributária Page 224


Salvaguardas
Salvaguardas são ações ou outras medidas que podem eliminar ameaças à
independência ou reduzi-las a um nível aceitável.

(a) salvaguardas criadas pela profissão, pela legislação ou por regulamento


(incluem, por exemplo, requisitos educacionais e de desenvolvimento profissional;
normas profissionais; etc.); e

(b) salvaguardas no ambiente de trabalho (como é o caso, por exemplo, de


obrigação explicitamente declarada de comunicar desvios de exigências éticas)

Caracterizam perda de independência:


Honorários

Auditoria Tributária Page 225


Políticas de Remuneração e Avaliação: as políticas de avaliação e remuneração
da firma podem criar uma ameaça de interesse próprio. Quando um membro da
equipe de auditoria para cliente específico é avaliado ou remunerado pela venda
de serviços que não são de
asseguração para esse cliente, o nível da ameaça de interesse próprio depende:
(a) da proporção da remuneração ou da avaliação que é baseada na venda desses
serviços;
(b) do papel da pessoa na equipe; e
(c) se a venda desses serviços influencia decisões de promoção.

Presentes e afins: a aceitação de presentes e afins de cliente de auditoria pode


criar ameaça de interesse próprio, de familiaridade ou de intimidação. A firma,
firma em rede ou membro da equipe de auditoria não deve aceitar presentes e
afins de cliente de
auditoria a menos que o valor seja trivial e inconsequente, exceto:
Os requisitos relacionados com a oferta ou a aceitação de incentivos não
permitem que a firma, firma em rede ou membro da equipe de auditoria aceite

Auditoria Tributária Page 226


permitem que a firma, firma em rede ou membro da equipe de auditoria aceite
presentes e afins quando a intenção é a de influenciar um comportamento de
maneira inadequada, mesmo que o valor seja trivial e inconsequente.

Litígio real ou ameaça de litígio: quando ocorre litígio com cliente de auditoria,
ou quando ele parece provável, são criadas ameaças de interesse próprio e de
intimidação. O relacionamento entre a administração do cliente e os membros da
equipe de auditoria
deve ser caracterizada pela transparência completa e divulgação integral de todos
os aspectos das operações do cliente. Posições contrárias podem resultar de
litígios reais ou ameaças de litígio entre o cliente de auditoria e a firma, a firma
em rede ou membro da
equipe de auditoria. Essas posições contrárias podem afetar a disposição da
administração para fazer divulgações completas e criar ameaças de interesse
próprio e de intimidação. Os fatores relevantes na avaliação do nível dessas
ameaças incluem: a materialidade do
litígio; se o litígio refere-se a trabalho de auditoria anterior.

Interesses financeiros: são os interesse em ações ou outros títulos, debêntures,


empréstimos ou outros instrumentos de dívida de entidade, incluindo direitos e
obrigações de adquirir esse interesse e derivativos diretamente relacionados com
esse interesse,
dividindo-se em diretos e indiretos. A manutenção de interesse financeiro em
cliente de auditoria pode criar uma ameaça de interesse próprio.

a) Interesses financeiros diretos são aqueles detidos diretamente por e sob o


controle de pessoa ou entidade (incluindo aqueles administrados,
discricionariamente, por outros); ou de usufruto por meio de veículo de
investimento coletivo, espólio, trust ou outro
intermediário sobre o qual a pessoa ou a entidade tem o controle ou a
capacidade de influenciar as decisões de investimento.

b) Interesses financeiros indiretos são aqueles sobre os quais o detentor não tem
controle algum, ou seja, são interesses em empresas ou outras entidades,
mantidas por titular beneficiário mediante um plano de investimento global,
sucessão, fideicomisso, fundo comum de investimento ou entidade financeira
sobre os quais a pessoa não detém o controle nem exerce influência significativa.
Em outros termos, é o interesse financeiro de usufruto por meio de veículo de
investimento coletivo, espólio, trust ou outro intermediário sobre o qual a pessoa
ou a entidade não tem o controle nem a capacidade de influenciar as decisões de
investimento. Para determinar se o interesse é material para a pessoa, o
patrimônio líquido combinado da pessoa e dos familiares imediatos da pessoa
pode ser levado em consideração. Os fatores que são relevantes na avaliação do
nível de ameaça de interesse próprio criada pela manutenção de interesse
financeiro em cliente de auditoria incluem:

• O papel da pessoa que detém o interesse financeiro;


• Se o interesse financeiro é direto ou indireto;
• A materialidade do interesse financeiro.

Interesses financeiros detidos pela firma, por firma em rede, por membros da

Auditoria Tributária Page 227


Interesses financeiros detidos pela firma, por firma em rede, por membros da
equipe de auditoria e outros Interesse financeiro direto ou interesse financeiro
indireto relevante no cliente de auditoria
não deve ser detido:

(a) pela firma ou por firma em rede;

(b) por membro da equipe de auditoria ou qualquer familiar imediato dessa


pessoa;

(c) por qualquer outro sócio do escritório no qual o sócio do trabalho realiza
o trabalho de auditoria ou qualquer familiar imediato desse outro sócio; ou

(d) por qualquer outro sócio ou profissional de nível gerencial que presta
serviços que não são de auditoria para o cliente de auditoria, exceto por
aqueles cujo envolvimento é mínimo, ou qualquer familiar imediato dessa
pessoa.

Empréstimos e garantias: empréstimo ou garantia de empréstimo com cliente de


auditoria pode criar ameaça de interesse próprio. Para determinar se o
empréstimo ou a garantia é material para a pessoa, o patrimônio líquido
combinado da pessoa e dos familiares
imediatos da pessoa pode ser levado em consideração.

Relacionamentos comerciais com a entidade auditada: o relacionamento


comercial próximo com cliente de auditoria ou sua administração pode criar
ameaça de interesse próprio ou de intimidação.

Relacionamentos familiares e pessoais com a entidade auditada: os


relacionamentos familiares ou pessoais com o pessoal do cliente podem criar uma
ameaça de interesse próprio, de familiaridade ou de intimidação.

Familiar Imediato2 de membro da equipe de auditoria


A ameaça de interesse próprio, de familiaridade ou de intimidação é criada
quando familiar imediato de membro da equipe de auditoria é empregado em
posição de exercer influência significativa sobre a posição financeira, o
desempenho financeiro ou os fluxos de caixa do
cliente.
Um exemplo de ação que pode eliminar essa ameaça de interesse próprio, de
familiaridade ou de intimidação é a remoção da pessoa da equipe de auditoria.
Já um exemplo de ação que pode ser salvaguarda no tratamento dessas
ameaças é a estruturação das responsabilidades da equipe, de forma que o
membro da equipe de auditoria não trate de assuntos que são de
responsabilidade do familiar imediato.

Familiar próximo de membro da equipe de auditoria


A ameaça de interesse próprio, de familiaridade ou de intimidação é criada
quando familiar próximo de membro da equipe de auditoria é:

(a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; ou

Auditoria Tributária Page 228


(a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; ou

(b) empregado em posição de exercer influência significativa sobre a


elaboração dos registros contábeis ou das demonstrações contábeis do
cliente sobre as quais a firma emitirá uma opinião. Os exemplos de
eliminação das ameaças ou salvaguarda aplicável são os mesmos do caso de
familiar imediato (remoção da pessoa da equipe de auditoria; e estruturação
das responsabilidades da equipe, respectivamente).

Serviço recente em cliente de auditoria: se membro da equipe de auditoria atuou


recentemente como conselheiro ou diretor, ou empregado de cliente de
auditoria, a ameaça de interesse próprio, de autorrevisão ou de familiaridade
pode ser criada.
A equipe de auditoria não deve incluir pessoa que, durante o período coberto
pelo relatório de auditoria, foi:

(a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; ou

(b) empregado em posição de exercer influência significativa sobre a


elaboração dos registros contábeis ou das demonstrações contábeis do
cliente sobre as quais a firma emitirá uma opinião.

As ameaças podem ser criadas se, antes do período coberto pelo relatório de
auditoria, membro da equipe de auditoria foi:

(a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; ou

(b) empregado em posição de exercer influência significativa sobre a


elaboração dos registros contábeis ou das demonstrações contábeis do
cliente sobre as quais a firma
emitirá uma opinião. Por exemplo, a ameaça seria criada se uma decisão
tomada ou trabalho realizado pela
pessoa no período anterior, enquanto contratado pelo cliente, tiver que ser
avaliada no período atual como parte do trabalho de auditoria atual.

Serviço recente em cliente de auditoria: se membro da equipe de auditoria atuou


recentemente como conselheiro ou diretor, ou empregado de cliente de
auditoria, a ameaça de interesse próprio, de autorrevisão ou de familiaridade
pode ser criada.
A equipe de auditoria não deve incluir pessoa que, durante o período coberto
pelo relatório de auditoria, foi:

(a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; ou

(b) empregado em posição de exercer influência significativa sobre a


elaboração dos registros contábeis ou das demonstrações contábeis do
cliente sobre as quais a firma emitirá uma opinião.

As ameaças podem ser criadas se, antes do período coberto pelo relatório de
auditoria, membro da equipe de auditoria foi:

Auditoria Tributária Page 229


(a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; ou

(b) empregado em posição de exercer influência significativa sobre a


elaboração dos registros contábeis ou das demonstrações contábeis do
cliente sobre as quais a firma emitirá uma opinião. Por exemplo, a ameaça
seria criada se uma decisão tomada ou trabalho realizado pela pessoa no
período anterior, enquanto contratado pelo cliente, tiver que ser avaliada no
período atual como parte do trabalho de auditoria atual.

Função de conselheiro ou diretor em cliente de auditoria: atuar como


conselheiro ou diretor de cliente de auditoria cria ameaças de autorrevisão e de
interesse próprio. Sócio ou empregado da firma ou da firma em rede não deve
atuar como conselheiro ou diretor de cliente de auditoria da firma. As ameaças
de autorrevisão e de interesse seriam tão significativas que nenhuma salvaguarda
poderia reduzi-las a um nível aceitável.

Emprego em cliente de auditoria: vínculos empregatícios com cliente de


auditoria podem criar ameaças de interesse próprio, de familiaridade ou de
intimidação. A ameaça de familiaridade ou de intimidação pode ser criada se
qualquer uma das pessoas a seguir tiver sido membro da equipe de auditoria,
sócio da firma ou da firma em rede: conselheiro ou diretor do cliente de auditoria;
empregado em posição de exercer influência significativa sobre a elaboração dos
registros contábeis ou das demonstrações contábeis do cliente sobre as quais a
firma emitirá uma opinião.

Rodízio dos responsáveis técnicos (ou sócios-chave) da auditoria

Pré-NBC PA 400:
A regra geral para o rodízio dos responsáveis técnicos pela auditoria,
portanto, era que a alternância ocorresse a cada 5 anos, havendo ainda um
período de 2 anos para o profissional retornar à empresa auditada (5+2).

Pós-NBC PA 400:
Com relação à auditoria de entidade de interesse público, a pessoa não deve
desempenhar nenhum dos papéis a seguir, ou a combinação desses papéis,
por período superior a sete anos cumulativos
(período em exercício):

(a) sócio do trabalho;


(b) pessoa nomeada como responsável pela revisão do controle de
qualidade do trabalho; ou
(c) qualquer outro sócio-chave da auditoria.

Após o período em exercício, a pessoa deve observar ainda o “período de


carência”, que varia de 2 a 5 anos, conforme descrito a seguir:

• Se a pessoa atuou como sócio do trabalho por sete anos cumulativos, o


período de carência deve ser de cinco anos consecutivos;

• Quando a pessoa foi nomeada como sendo responsável pela revisão do

Auditoria Tributária Page 230


• Quando a pessoa foi nomeada como sendo responsável pela revisão do
controle de qualidade do trabalho e atuou como tal por sete anos
cumulativos, o período de carência deve ser de três anos consecutivos.

• Se a pessoa atuou como sócio-chave da auditoria em funções diferentes


das acima descritas por sete anos cumulativos, o período de carência deve
ser de dois anos consecutivos.

No cálculo do período em exercício, a contagem dos anos não deve ser


recomeçada a menos que a pessoa deixe de desempenhar qualquer um dos
papéis acima mencionados pelo chamado período mínimo (que é igual ao
período de carência).
Por exemplo, a pessoa que atuou como sócio do trabalho por quatro anos e ficou
três anos fora, somente pode atuar como sócio-chave da auditoria no mesmo
trabalho de auditoria por mais três anos (totalizando sete anos cumulativos).
Como o período de carência do sócio do trabalho é de 5
anos, os 3 anos que ele ficou parado não reiniciaram o prazo de contagem.

Auditoria Tributária Page 231


Noções iniciais(Sons, Letras,
Fonemas, Dígrafos)
Tuesday, June 27, 2023 3:52 PM

Acento tônico e acento gráfico:

Fonema é uma unidade sonora.

Letra é a representação gráfica de um som, é o símbolo "visual" do fonema.


Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba.
Dígrafo ou digrama é o encontro de 2 letras com som de uma só.

Dígrafos de consoantes:

Dígrafos para vogais nasais:

Para separar sílabas precisamos lembrar que cada sílaba tem que ter uma vogal.

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Encontros Vocálicos(Ditongos, Tritongos, Hiato,
Número de sílabas)
Tuesday, June 27, 2023 4:39 PM

Ditongo (semivogal + vogal ou vogal + semivogal)


Ex.: Glória, Sai, Meu, Céu, Imóveis, Gíria

Tritongo (semivogal + VOGAL + semivogal)


É o encontro de uma vogal entre duas semivogais, numa mesma sílaba.
U-RU-GUAI
I-GUAIS
SA-GUÃO
Á-GUAM
DE-SÁ-GUEM

Hiato ( VOGAL + VOGAL)


Cada sílaba deve ter uma única vogal, então o hiato é o encontro de duas vogais em
sílabas diferentes.
IN-CLU-Í-RAM / SA-Ú-DE / PA-Í-SES / PRE-JU-Í-ZO / VE-Í-CU-LO / CA-Ó-
TI-CO / SA-BÍ-A-MOS
PE-RÍ-O-DO

RS não é dígrafo em Perspectiva, traz sons diferentes no r e s.

QUalidade também não é dígrafo é ditongo, traz dois sons. QUero, traz dígrafo, com o som únco de /K/

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