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INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL

O inventário extrajudicial é o procedimento feito em cartório, visando a


regularização dos bens deixados pelo falecido e consequente partilha, sem a
necessidade de homologação de um juiz, fruto da lei 11.441/07 (CPC, art. 610,
§§1º e 2º), que surgiu para tornar fácil a vida do cidadão e acima de tudo
desburocratizar, de forma célere, simples e segura.

Esse dispositivo legal traz alguns requisitos para que se possa realizar o
inventário extrajudicial (em cartório), sem a necessidade de judicialização, a
saber:

1. Não pode haver herdeiros menores ou incapazes (entretanto, se o filho


menor de idade for emancipado, será possível a realização do inventário
em cartório);
2. Deve haver consenso entre os herdeiros a respeito da partilha dos bens;
3. O finado não pode ter deixado testamento, ou se deixou, e o mesmo foi
revogado.

Qual é o cartório competente para realização de um inventário?


Não é necessário que o inventário extrajudicial seja feito no domicílio do
falecido ou no domicílio de localização dos bens, portanto, o procedimento
pode ser realizado em qualquer cartório de notas, de qualquer cidade.

Caso existam bens do falecido situados no exterior, será necessário o


inventário pela via judicial.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O INVENTÁRIO E PARTILHA:

Documentos do falecido:

 RG e CPF;
 Certidão de casamento ou nascimento;
 Certidão de óbito/ sentença de declaração de ausência;
 Comprovante de endereço;
 Certidão negativa conjunta de débitos da união;
 Certidão de inexistência de testamento;
 Certidão de inexistência de dependentes vinculados à pensão por morte;
 Certidão negativa de débitos trabalhista.
Documentos do cônjuge / companheiro:

 RG e CPF;
 Certidão de casamento;
 Certidão de união estável / sentença / escritura;
 Documentos dos Herdeiros;
 RG e CPF;
 Certidão de casamento ou nascimento;
 Certidão de união estável / sentença / escritura;
 Sentença declaratória de filiação;
 Documentos dos veículos (CRLV);
 Tabela Fipe referente aos veículos.

Documentos dos imóveis:

 Certidão de matrícula atualizada;


 Certidão negativa de débitos imobiliários;
 Certidão de valor venal / venal de referência.
 Certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis
(atualizada até 30 dias);
 Carnê de IPTU;
 Certidão negativa de tributos municipais incidentes sobre
imóveis; Declaração de quitação de débitos condominiais.

Para imóveis rurais:

 Certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis


(atualizada até 30 dias);
 Cópia autenticada da declaração de ITR dos últimos cinco anos ou
Certidão Negativa de Débitos de Imóvel Rural emitida pela Secretaria da
Receita Federal – Ministério da Fazenda;
 Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) expedido pelo INCRA.

Para bens móveis:

 Documento de veículos;
 Extratos bancários;
 Certidão da junta comercial ou do cartório de registro civil de pessoas
jurídicas;
 Notas fiscais de bens e joias, etc.

Atenção: o pagamento do Imposto de Transmissão Causa Mortis (ITCMD)


deve ser efetuado em até 180 dias da data do óbito, sem incidência de multa.

PASSO A PASSO:

Passo 01 - Contratar um advogado:

A lei exige a participação de um advogado como assistente jurídico das


partes nas escrituras de inventário. O tabelião, assim como o juiz, é um
profissional do direito que presta concurso público, e age com
imparcialidade na orientação jurídica das partes.

O advogado comparece ao ato na defesa dos interesses de seus


clientes. Os herdeiros podem ter advogados distintos ou um só
advogado para todos.

O advogado deverá assinar a escritura juntamente com as partes


envolvidas. Não é necessário apresentar petição ou procuração, uma
vez que esta é outorgada pelos interessados na própria escritura de
inventário.

Atenção: Se um dos herdeiros for advogado, ele pode atuar também na


qualidade de assistente jurídico na escritura.

Passo 02 - Reunir a documentação:

Reúna toda a documentação acima descrita para a formulação do


pedido de inventário.

O advogado e o tabelião do cartório irão se incumbir de fazer a


conferência dos documentos.

Passo 03 - Recolher o imposto:

Após a conferência dos documentos, deverá ser declarado o ITCMD


(Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações), providência essa
que incumbirá ao advogado, via internet, junto ao site da Secretaria da
Fazenda de seu Estado, onde emitirá as guias para pagamento.

Esse é um imposto estadual, que deve ser pago para viabilizar a


autorização da partilha dos bens.
Será emitida uma guia para cada herdeiro, eis que cada um irá recolher
o imposto relativo à sua parte da herança.

Passo 04 - Lavrar minuta de partilha:

Após o recolhimento do imposto e de posse dos demais documentos, o


advogado lavrará uma minuta da partilha, constando as dívidas e o
montante de bens (monte mor) e será realizada a partilha entre os
herdeiros.

Para isso, serão verificados todos os bens, os direitos e as dívidas que o


falecido deixou.

Passo 05 - Protocolar requerimento no cartório de notas:

Com a minuta pronta, o advogado entrará com o pedido do inventário


extrajudicial no cartório de notas.

O Tabelião conferirá toda a documentação e o recolhimento do imposto.

Estando tudo correto será lavrada a Escritura Pública de Inventário, que


substitui o Formal de Partilha e agendada uma data e hora para que
todos a assinem.

No procedimento de inventário é nomeado um inventariante,


responsável por representar o espólio (conjunto de bens deixados pelo
falecido).

Via de regra é o cônjuge do falecido ou um de seus filhos (por praxe o


mais velho).

Todo esse procedimento é feito pelo tabelião do cartório e acompanhado


pelo advogado contratado, que deve ser especialista em Direito
Sucessório.

Com a escritura pública de inventário em mãos, as partes deverão tomar


as atitudes finais, como por exemplo, registrar os imóveis, no cartório de
registro civil, transferir os veículos, Junta Comercial etc.

Derradeiramente, temos a asseverar que a via extrajudicial é


indubitavelmente a mais interessante, obviamente considerando-se o
prévio atendimento de seus requisitos legais, exigindo-se que o
advogado contratado deva ser amplo conhecedor de Direito Sucessório,
das Regras do Direito Notarial e Registral, de Direito Imobiliário e das
normativas e regulamentos de todo o microssistema extrajudicial,
especialmente os Códigos de Normas de regulamentação Estadual.

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