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Introdução ao Estudo do Direito - Venosa

“O Direito se apresenta com lógica intocável, sendo a ciência que governa o ser humano na sociedade;
os desacertos e a violência pertencem a esta nos piores momentos de sua existência.”

“O Direito, mais acentuadamente talvez do que qualquer outra ciência, permite que, a partir de
determinado estágio de conhecimento, o estudioso dê seus próprios saltos e escolha seus caminhos,
pelas estradas muito conhecidas ou por aquelas ainda por desbravar.”

“O Direito – complexo como é, com múltiplas facetas que constituem uma das suas maiores dificuldades
e exigem dos seus cultores, mais do que qualquer outro ramo de conhecimento, uma variedade enorme
de qualidades, por vezes um tanto contraditórias – pode ser visto a muitas luzes, sob muitos ângulos, e
nomeadamente pode ser objeto de indagação filosófica, que não é mais do que a Filosofia aplicada a
este setor particular do mundo e da vida.”

“Ordenamento deve ser entendido como o conjunto de normas do direito de um país, seus conceitos e
teorias jurídicas, também conhecido como sistema jurídico. Os Códigos Civil, Penal, Processual Civil etc.
são exemplos de sistemas jurídicos parciais que integram o sistema mais amplo, com toda legislação
complementar, mas não somente leis escritas, pois no ordenamento também há normas de caráter
costumeiro e princípios gerais de direito, como veremos.”

“O Direito não se limita a apresentar e classificar regras, mas tem como objeto analisar e estabelecer
princípios para os fenômenos sociais tais como os negócios jurídicos; a propriedade; a obrigação; o
casamento; a filiação; o poder familiar etc. Já nesse ponto, muito singelamente se posta a grande díade:
o direito posto pelo Estado, ou seja, o ordenamento jurídico ou direito positivo, a configurar, portanto, o
positivismo; e, por outro lado, a norma que se sobreleva e obriga independentemente de qualquer lei
imposta, o idealismo, cuja maior manifestação é o chamado direito natural, o jusnaturalismo. Para esta
última vertente, adiante-se que existe um Direito muito mais amplo e sobreposto às leis elaboradas pelo
Homem; um Direito que se aplica independentemente de norma, um Direito imanente à natureza
humana, o justo e equitativo que independe da Lei: o direito natural. Ou, em termos absolutamente
singelos, o sentido do que é justo independe da lei.”

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