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SÃO PAULO
Avenida Rio Branco, 37, sala 1.904, Centro, Rio de Janeiro – RJ, endereço eletrônico
MANDADO DE SEGURANÇA
(com base no art. 24 da Lei 11.457/2007 c/c art. 5º, LXXVIII da CF/88)
extinção do processo sem julgamento do mérito por falta de interesse de agir sendo certo
que tem sido rotineiro, em outras ações similares, a Impetrante efetivar as análises
não havendo que se cogitar de perda de objeto tampouco o que se falar em extinção
do processo sem resolução do mérito pelo que os pedidos devem ser julgados
I - DOS FATOS
de protocolo diversos e datas diversas (v. tabela abaixo), sendo certo que até hoje não
referidos nos termos da legislação vigente ocorre que até o momento não analisou os
Por fim, vale lembrar que em outros tempos, quando sequer havia
informatização, tais pedidos, justamente por sua simplicidade técnica, eram decididos
segurança.
II - DA ORDEM CRONOLÓGICA DAS ANÁLISES DOS REQUERIMENTOS
Receita é proceder à análise dos pedidos de acordo com a ordem cronológica de entrega
dos mesmos pelos contribuintes interessados (ou seja, a data da transmissão dos Pedidos
Eletrônicos).
respeitada, tendo em vista que existem requerimentos mais recentes com análise
concluída enquanto que, aqueles mais antigos, ainda se encontram sob análise, como
impetrante não pode ser prejudicada pela inércia dos demais postulantes que se
verificações preliminares, não foi possível confirmar a existência do crédito, pois ainda
sem que haja toda essa complexidade informada nas suas manifestações, inclusive
IV - DO DIREITO
Art.24 É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos
contribuinte.
Sendo certo que já transcorreu em muito o prazo acima de 360 dias, vale
lembrar o que consta da Lei 9.784/99, a qual prescreve que a Administração Pública deve
decidir os processos no prazo de 30 (trinta) dias, excepcionando tal prazo apenas quando
dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
também é requisito dos atos administrativos a motivação, pois somente deste modo
cabíveis.
Art. 98. No prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, contado da data em que a compensação
II - creditar o montante utilizado para a quitação dos débitos à conta do respectivo tributo
e dos respectivos acréscimos e encargos legais, caso devidos. (Alterado(a) pelo(a) Instrução
III - expedirá aviso de cobrança, caso haja saldo remanescente de débito, ou ordem
dezembro de 2021).
V – DA JURISPRUDÊNCIA
do tema, a saber:
Conclusão
Com efeito, não se está, pela via do mandado de segurança,
determinando pagamento de valores como sucedâneo de ação de
cobrança. O que não se pode admitir é a prolação de uma decisão
sem a previsão de uma solução definitiva.
Em caso de saldo disponível, o juízo a quo determinou a emissão
de ordem bancária de pagamento, em até 90 dias, contados da
conclusão da decisão administrativa. Reputo razoável o prazo
concedido ao Fisco, razão pela qual a apelação da União e a
remessa necessária devem ser desprovidas.
Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO à
apelação e ao reexame necessário.
Documento eletrônico assinado por WILLIAM DOUGLAS
RESINENTE DOS SANTOS, Desembargador Federal Relator, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de
2006 e Resolução TRF 2ª Região nº 17, de 26 de março de 2018. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no
endereço eletrônico https://eproc.trf2.jus.br, mediante o
preenchimento do código verificador 20001463229v2 e do código
CRC a71d9300. (grifo nosso)
EMENTA
8. Por certo, não existe previsão legal específica, nem mesmo há qualquer prazo
estabelecido nas normas infraconstitucionais que obrigue a Administração ao
imediato pagamento, o que, em tese, não caracteriza como ilegal a demora na
sua efetivação. No entanto, o princípio da eficiência determina que a atividade
administrativa seja desenvolvida para suprir as necessidades dos administrados
através de serviços públicos de qualidade, o que não se coaduna com a
postergação indefinida da conclusão integral de procedimentos administrativos.
11. O Supremo Tribunal Federal tem decisões que afastam a vedação de uso do
mandado de segurança, quando não há debate sobre valores e está evidente a
omissão da Autoridade em proceder ao pagamento. E ainda é expresso que o
óbice orçamentário para cumprimento deve ser objetivamente mensurável e não
pode ser motivação para justificar o reiterado descumprimento da obrigação de
fazer. Precedentes: (RMS 26881, Relator(a): CARLOS BRITTO, Primeira
Turma, julgado em 20/05/2008, DJe-211 DIVULG 06-11-2008 PUBLIC 07-
11-2008 EMENT VOL-02340-02 PP-00326 RT v. 98, n. 882, 2009, p. 108-
111 LEXSTF v. 30, n. 359, 2008, p. 170-175); ARE 1348690, Relator(a):
NUNES MARQUES, Segunda Turma, julgado em 04/11/2021, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-023 DIVULG 07-02-2022 PUBLIC 08-02-2022.
12. Uma vez que inexiste previsão legal específica e tomando as informações
expostas pela própria Superintendência da Receita Federal da 7ª Região,
reconhecido o direito creditório do contribuinte, deve a RFB proceder à
requisição ao Tesouro Nacional da verba necessária para o pagamento, o que
deve ocorrer em até 90 dias, contados da conclusão da decisão administrativa.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia
3a. Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu,
por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO à remessa necessária e DAR
PARCIAL PROVIMENTO à apelação, nos termos do voto do Relator, nos
termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
“(...)
Afirma que, nesse contexto, constitui seu direito líquido e certo ver seu
requerimento administrativo respondido e seu direito devidamente
efetivado no prazo legal de 30 (trinta) dias úteis.
VOTO
Entendo que a solução desta demanda não perpassa pela aplicação pelo
texto rígido do art. 24 da Lei nº 11.457/2007, que estabelece o prazo de 360
dias para que a administração decida os requerimentos administrativos
de matéria tributária, como segue:
Por essa ótica, não seria razoável, tampouco praticaria o bom direito,
esperar as consequências negativas daqueles débitos, por estarem em
aberto, tendentes a provocar embaraços à vida do contribuinte, para
somente a partir daí o Poder Judiciário atuar na preservação de seu
direito.
mormente quando o caso concreto demonstra ínfima complexidade, viola direito líquido
e certo do Impetrante, não amparado por habeas corpus ou habeas data, ensejando o
IV – DA COMPENSAÇÃO/RESTITUIÇÃO
Decreto 70.235/72 - Lei do Processo Administrativo Fiscal -, o qual era silente quanto ao
prazo razoável para a análise e decisão das petições, defesas e recursos administrativos
do contribuinte.
(noventa) dias para a emissão de ordem bancária, conforme informações prestadas pela
mesma nos autos com o mesmo objeto da lide, cujo processo se encontra em trâmite na
parágrafo 4).
A não adoção de um prazo para efetivação deste ato, viola
indefinidamente uma resposta, pois com isso, as alternativas ora apontadas não
existirão.
EMENTA
ACÓRDÃO
RELATÓRIO
Intimem-se.
É o relatório.
Peço dia para julgamento.
VOTO
1. Admissibilidade
Por seu turno, a Lei n° 11.457/07, visando suprir a lacuna legislativa existente,
em seu art. 241, preceituou a obrigatoriedade de ser proferida decisão
administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do
protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.
Nesse diapasão, havendo omissão administrativa por prazo superior a 360 dias,
a concessão da segurança é medida que se impõe.
4. A Lei nº 11.457, de 2007, estabelece, em seu art. 24, o prazo de 360 (trezentos
e sessenta) dias para que a administração decida os requerimentos
administrativos de matéria tributária.
3. Compensação/restituição
No que toca ao pedido de compensação abatendo/reduzindo os débitos da
Impetrante eventualmente reconhecidos pelo Fisco ou, em caso de saldo/crédito
remanescente, que seja emitida ordem bancária (OB), pontuo que não há
previsão legal específica quanto ao prazo para se efetivar, na via administrativa,
a restituição do indébito, motivo pelo qual este Julgador comungava do
entendimento de que, uma vez proferida a decisão administrativa reconhecendo
o direito de crédito do contribuinte, não caberia ao Judiciário fixar prazo para a
efetivação da restituição, que seguiria, pois, a dotação orçamentária.
8. Por certo, não existe previsão legal específica, nem mesmo há qualquer prazo
estabelecido nas normas infraconstitucionais que obrigue a Administração ao
imediato pagamento, o que, em tese, não caracteriza como ilegal a demora na
sua efetivação. No entanto, o princípio da eficiência determina que a atividade
administrativa seja desenvolvida para suprir as necessidades dos administrados
através de serviços públicos de qualidade, o que não se coaduna com a
postergação indefinida da conclusão integral de procedimentos
administrativos.
11. O Supremo Tribunal Federal tem decisões que afastam a vedação de uso do
mandado de segurança, quando não há debate sobre valores e está evidente a
omissão da Autoridade em proceder ao pagamento. E ainda é expresso que o
óbice orçamentário para cumprimento deve ser objetivamente mensurável e não
pode ser motivação para justificar o reiterado descumprimento da obrigação de
fazer. Precedentes: (RMS 26881, Relator(a): CARLOS BRITTO, Primeira
Turma, julgado em 20/05/2008, DJe-211 DIVULG 06-11-2008 PUBLIC 07-
11-2008 EMENT VOL-02340-02 PP-00326 RT v. 98, n. 882, 2009, p. 108-
111 LEXSTF v. 30, n. 359, 2008, p. 170-175); ARE 1348690, Relator(a):
NUNES MARQUES, Segunda Turma, julgado em 04/11/2021, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-023 DIVULG 07-02-2022 PUBLIC 08-02-2022.
12. Uma vez que inexiste previsão legal específica e tomando as informações
expostas pela própria Superintendência da Receita Federal da 7ª Região,
reconhecido o direito creditório do contribuinte, deve a RFB proceder à
requisição ao Tesouro Nacional da verba necessária para o pagamento, o que
deve ocorrer em até 90 dias, contados da conclusão da decisão administrativa.
4. SELIC
5. Ônus sucumbenciais
6. Conclusão
V - DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
autos, ou seja, o Impetrante até hoje não teve as análises de seus requerimentos
concluídas em total afronta ao art. 24 da Lei 11.457/2007 c/c art. 5º, LXXVIII da CF/88.
documentos acostados, que garantem o próprio direito perseguido, pois delimita a data
5º, LXXVIII da CF/88) pelo que não faz sentido que a Impetrada reconheça o direito do
ter o seu direito perecido caso a tutela jurisdicional só venha a ser concedida na
pedido, seja porque os documentos que instruem a inicial demonstram de modo cabal a
a impetrante ser obrigado a aguardar a demora natural do processo para poder fruir do
provocação desta via dá-se por razões de indiferença da Autarquia Ré com os direitos
súmula vinculante, o art. 311, incisos II e III do CPC prevê a hipótese de evidência do
em caráter liminar, inaudita altera pars, afim de que seja reconhecido e efetivado
termos do art. 300 e seguintes do CPC/15 c/c art.7º, III da lei 12.015/99, sob pena de
à Receita Federal do Brasil a obrigação de fazer para que efetive a análise e determine
desobediência, seja aplicada multa diária (astreintes) no valor de R$1.000,00 (mil reais),
autos.
OAB/RJ 201203
OAB RJ 139779