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Disciplina: Clínica Jurídica Cível

Ações de Alimentos
Ação de Alimentos

Hipóteses de Cabimento: Quando o/a (s) Requerente (s) necessitar (em) que seja fixado judicialmente
pensão alimentícia, com o objetivo de prover suas necessidades fundamentais, tais como: alimentação,
moradia, assistência médica, educação, vestuário, remédios etc.
Os atos que incitam a requisição dos alimentos = dissolução ou anulação de casamento; divórcio ou, até
mesmo, o reconhecimento da paternidade ou de parentesco entre credor e devedor.

Legitimidade Ativa: qualquer pessoa, seja criança, idoso, mulher, homem, parente com grave enfermidade,
etc desde que precise da pensão alimentícia, em face de quem tem a obrigação de prestá-la, normalmente um
parente próximo.

Obs: A parte obrigada a prestar os alimentos também pode tomar a iniciativa de oferecê-los AÇÃO DE OFERTA
DE ALIMENTOS (art. 24, Lei nº 5478/68).
Ação de Alimentos

NATUREZA DA OBRIGAÇÃO: POSSIBILIDADE X NECESSIDADE X PROPORCIONALIDADE = pode ter


caráter transitório, provisional e provisório.

BASE LEGAL: CC/2002, Arts. 1694 a 1710 ; Lei nº 5.478/68 - LA.

PROCEDIMENTO: Rito especial, sumaríssimo, qual seja:

- PETIÇÃO INICIAL (ART. 3º, LEI Nº 5.478/68 - LA):

a) além dos requisitos dos Arts. 319 e ss, CPC, o Alimentando/Requerente deverá expor necessidades e as
possibilidades do alimentante (quanto ganha ou recursos de que dispõe), requerendo a fixação de alimentos
provisórios;
b) o autor deverá fazer prova da responsabilidade do (a) Requerido (a);
c) formados os autos, esses são conclusos para o Juiz, que poderá:
C.1 determinar que o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias (Art. 321, CPC);
C.2 não recebê-la, extinguindo o feito (Arts. 485 e 330, CPC);
C.3 recebê-la, fixando imediatamente os “alimentos provisórios” e designando audiência de conciliação,
instrução e julgamento
Ação de Alimentos

CITAÇÃO: (ART. 5º, §2º, LEI Nº 5478/68-LA): O/A (s) Requerido/a (s) será (m) citado/a (s) para comparecer
(em) na audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento. Uma vez tendo sido fixado os alimentos provisórios,
será também intimado para efetuar o pagamento nos termos requeridos na exordial.

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO:

a) O não comparecimento do/a (s) Requerente (s) implica arquivamento do pedido, e a ausência do/a (s)
Requerido/a(s) importa em revelia, além de confissão quanto à matéria de fato (art. 7º, Lei nº 5478/68);

b) As Partes comparecerão à audiência de mediação/conciliação (Art.695/696 cpc)

C) As Partes comparecerão a audiência de Instrução acompanhados de suas testemunhas, (3) três no


máximo, apresentando, nessa ocasião, as demais provas (art. 8º, Lei 5478/68);

c) Comparecendo as partes, o juiz tentará a conciliação que, se frutífera, será reduzida a termo e homologada
por sentença. Não obtida a conciliação, o juiz tomará o depoimento pessoal das partes e das testemunhas,
passando, em seguida, a palavra para os Advogados das partes e para o representante do Ministério Público
para suas alegações finais, após o que o juiz renovará a proposta de conciliação, proferindo em seguida sua
decisão.
Ação de Alimentos

SENTENÇA: Não transita em julgado (art. 15, Lei nº5478/68). O Ministério Público deve ser intimado a
intervir em todas as fases do procedimento (art.9º, Lei nº 5.478/68-LA).

FORO COMPETENTE: Art. 53, II, CPC = domicílio ou residência do alimentando, id est, aquele que
pede o alimento, o credor. Por liberalidade permite-se o ajuizamento perante o domicílio do Requerido
(a).(Art. 46, CPC), visto que a competência, neste caso, é relativa.

VALOR DA CAUSA: CPC, Art. 292, III = equivalente à soma de 12 (doze) prestações mensais. No caso
de o alimentando estar pedindo apenas uma porcentagem sobre os rendimentos do alimentante, cujo total
é desconhecido no momento da interposição da ação, deve-se lançar como valor da causa uma
importância meramente estimativa, vez que a toda causa deve necessariamente ser atribuído um valor
(art. 291, CPC).
Ação de Alimentos

Questões importantes a serem esclarecidas ao longo da AÇÃO:

• qual o motivo do pedido (separação do casal/doença/desemprego/obrigação paterna ou materna


etc.)?
• quais são as necessidades do autor (gerais)?
• o autor possui conta corrente onde poderá ser depositada a pensão? Caso negativo, desejam a
abertura de uma?
• quais são as condições financeiras do alimentante?
• qual a renda aproximada do alimentante?
• o alimentante trabalha? Onde?
CONCLUSÕES:

- É preciso comprovar: parentesco/vínculo + obrigação de se pagar pensão alimentícia + a situação


financeira da pessoa que deve prestar com os alimentos + necessidade de quem pede pelos alimentos
(arts.1º e 2º da Lei nº 5.478/68);

- Os alimentos são estipulados pelo juiz com base no salário líquido do devedor. Bem como, é possível
pagar pensão alimentícia sem ser em dinheiro, ex: pagamento de curso ou colégio ou qualquer outro tipo
de obrigação;

- Se o devedor da ação estiver desempregado ou não tenha renda fixa = permanece obrigado a pagar a
prestação, porém é reduzida em relação ao salário mínimo vigente;

- A única hipótese em que a ação pode ser finalizada é se o autor não comparecer em audiência, conforme
as disposições do art.7º da Lei nº5.478/68;

- fatores externos, como por exemplo, as publicações em redes sociais, poderão servir como embasamento
probatório para a efetivação do disposto no §1º do art. 1.694 do Código Civil, e comprovar a capacidade
financeira do alimentante

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