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FACULDADES INTEGRADAS - IESGO

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS

ANA CLARA DE SOUSA ALENCAR

Direito Penal – Solução de caso

Formosa-GO

Setembro/23

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ANA CLARA DE SOUSA ALENCAR

DIREITO PENAL – SOLUÇÃO DE CASO

Trabalho acadêmico apresentado ao docente João


Ederson como parte dos requisitos necessários
para obtenção de nota e complemento de
aprendizagem.

Formosa-

GO
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Setembro /23

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1 FATO OCORRIDO

A peça acusatória apresenta, que no dia 02 de novembro do ano de 2022, por


aproximadamente 18h00min, o Acusado Mévio furtou dois frascos de Shampoo Anticaspa
Palmolive do Supermercado Carrefour.
A peça acusatória narra que o Acusado foi surpreendido e detido, pelos seguranças
do Supermercado, ainda dentro do estabelecimento comercial, mas que somente foi possível
a prisão, porquanto existiam câmeras de segurança dentro do citado estabelecimento.
Cada produto possuia o preço de R$ 16,00, totalizando R$32,00.O Mévio foi
denunciado como incurso nas penas art. 155, caput c/c art. 14, inc. II do CP, mesmo que não
tenha cometido outros delitos.

2 OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo verificar a possível aplicação do princípio da


insignificância ou bagatela, perante a um caso que apresenta um delito de pequena
gravidade e relevância.

3 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA


O princípio da insignificância, ou bagatela determina a não punibilidade de crimes
com irrelevante ofensa ao bem jurídico, excluindo assim a conceituação de crime do ato
praticado.
O princípio deriva da ideia que o Direito Penal é a última ratio, ou seja, se preocupa

apenas condutas graves, de relevância. A natureza jurídica do princípio é de exclusão da


tipicidade, ou seja, o fato se torna atípico.

3.1 DOUTRINA
De acordo com o jurista brasileiro, especialista em Direito penal, Damásio
Envagelhista de Jesus, recomenda-se que Direito Penal, pela adequação tipica, somente
intervenha nos casos de lesão jurídica de certa gravidade, admitindo a atipicidade do
fato.Esse princípio atua na jurisprudência brasileira em casos de furto, lesão ao Fisco, maus-
tratos , descaminho e dano de pequena monta, levando-se em consideração que os crimes
devem ser insignificantes e irrelevantes.
O professor e membro do Ministério Público, Rogério Sanches Cunha afirma que
mesmo que o legislador crie tipos incrirninadores em observância aos princípios, poderão ter

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situações em que a ofensa seja incapaz de atingir materialmente e de forma relevante e
intolerável o bem jurídico protegido. Nesses casos, estaremos diante do que se denomina
"infração bagatelar", ou "crime de bagatela".O princípio seria irrestrito, seguindo uma série
de requisitos, popularmente conhecidos como “MARI”.

4 VETORES DO PRINCÍPIO
Segundo o STF existem quatro vetores necessários para a aplicação do princípio da
insignificância, que são eles: (a) mínima ofensividade da conduta; (b) ausência de
periculosidade social da ação; (c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e
(d) inexpressividade da lesão jurídica. Requisitos esses presentes na jurisprudência do STF.

4.1 MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA


Se analisa a pontecialidade lesiva da conduta, e não a do fato ocorrido.Dado que, apenas
será crime a conduta que apresente real existência de perigo aos bens juridico.

4.2 AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL DA AÇÃO


São circunstâncias em que a conduta não causa grande risco de periculosidade a
sociedade.Nesse vetor analisasse o grau da ação e seus impactos sociais.

4.3 REDUZIDO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO


O agente não pode possuir comportamento que gerem reprovações sociais pela
sociedade.

4.4 INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA


A conduta realizada deve ser irrelevante, não vindo a trazer danos e grandes prejuízos
para a pessoa atingida.

5 FATO TIPICO E TIPICIDADE


Fato típico, pode ser conceituado como ação ou omissão humana, norteada pelo
princípio da intervenção mínima, consiste numa conduta resultante que se subsume ao modelo
de conduta proibida pelo Direito Penal, seja crime ou contravenção penal. Do seu conceito
extraímos seus elementos: conduta, nexo causal, resultado e tipicidade.
Com destaque na tipicidade, esse elemento é utilizado para determinar se um
comportamento é considerado crime ou não , e se divide dois:
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- Tipicidade formal: A adequação da conduta à lei penal, nela a ação deve conter a
conduta, o resultado, o nexo de causalidade e a adequação a norma.
- Tipicidade material: Mostra que a conduta necessita ameaçar ou ofender, um bem
jurídico protegido pela lei penal.

6 CONCLUSÃO FINAL

Ao fazer a análise do caso, por meio do princípio da insignificância, ou bagatela,que


apresenta a ideia de que condutas criminosas irrelevantes não devem ter persecução penal,
levando em consideração que o Direito Penal é a última “ratio”, ou seja, foca em fatos graves e
relevantes, o princípio será aplicado pelos seguintes motivos:
Em sua obra “Direito Penal- Volume” (2010, p. 52) , Damásio Jesus enfatiza que o
Direito apenas intervirá em casos de condutas de lesão juridica de certa gravidade, além de citar
que na jurisprudência brasileira furtos leves são reconhecidos como crimes que podem ser
aplicados o princípio.
Além disso, considera-se os vetores para afirmar essa aplicação, destacando:

 Mínima ofensividade da conduta: O réu não apresentou aparente lesividade em sua


conduta.

 Ausência de periculosidade social: A ação do acusado não terá impactos relevantes para
a sociedade.

 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento: O agente não furtou um produto


de alto valor, e além disso não cometeu outros crimes.

 Inexpressividade da lesão jurídica: O estabelecimento, apesar do prejuízo em relação ao


furto, não será de nivéis extremos.

Conclui-se que caberia a aplicação do princípio da insignificância para o caso em


função do cumprimento de seus requisitos, excluindo assim o fato tipico e a tipicidade.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
PINTO, Julián. O Que É O Princípio Da Insignificância No Direito Penal?. cltlivre, 2023.
Disponível em: https://cltlivre.com.br/blog/assistencia-juridica/o-que-e-o-principio-da-
insignificancia-no-direito-penal.html. Acesso em: 01 set. 2023.
SILVA, Douglas. Princípio da Insignificância: Conceito, natureza jurídica, requisitos
(objetivo e subjetivo), aplicabilidade, finalidade, crimes que admitem ou não o princípio,
jurisprudência do STJ e STF. JusBrasil, 2018. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/principio-da-insignificancia/637178393. Acesso em: 01
set. 2023.
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, volume I: parte geral. 31.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
p. 52-23.

SANCHES, Rogerio. Manual de Direito Penal : parte geral . 3. ed. [S.l.]: juspodivm, 2015. p.
31-537.
CRUZ DO NASCIMENTO, Guilherme. Conceito de tipicidade. JusBrasil, 2018. Disponível
em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/conceito-de-tipicidade/605608211. Acesso em: 01 set.
2023..

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