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2022/1
Aspectos Teóricos
Aspectos teóricos
Revisão de alguns tópicos do Direito:
• Infração penal;
• Excludentes de ilicitude;
• Excludentes de culpabilidade;
• Flagrante delito;
Infração penal:
É a conduta em regra, praticada pela pessoa
humana, que lesa ou expõe a perigo um bem
jurídico protegido pela lei penal, para a qual a lei
estabelece uma pena, seja ela de reclusão,
detenção, prisão simples ou multa.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
➢Contravenções penais.
É a infração penal a que a lei comina pena de
prisão simples ou de multa, quer isoladamente, ou
alternativa ou cumulativamente.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Diferença entre Crimes e Contravenções Penais
CRIMES CONTRAVENÇÕES
Pública (condicionada/incondicionada) ou
AÇÃO PENAL Privada Pública incondicionada
Em casos de
Em infrações penais de
QUANDO É APLICADO condenações mais Condenações mais leves.
menor lesividade.
severas.
Fechado, semi-aberto ou
REGIMES ACEITOS Semi-aberto ou aberto. Semi-aberto ou aberto.
aberto.
• Antijuridicidade ou Ilicitude
É todo o fato praticado pelo agente e que seja
contrário às normas do direito penal.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Culpabilidade
É a possibilidade de se considerar alguém culpado
pela prática de uma infração penal, juízo de censura e
reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato
típico e ilícito.
“A Culpabilidade não se trata de elemento do crime,
mas de um pressuposto para imposição de pena, porque,
sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração
penal, não se concebe que possa, ao mesmo tempo, estar
dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo
externo de valor do agente”.
Sem a culpabilidade não pode haver pena.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Elementos da Culpabilidade:
• Imputabilidade:
1. doença mental
b) obediência hierárquica:
É a obediência a ordem não manifestamente ilegal de
superior hierárquico, tornando viciada a vontade do subordinado e
afastando a exigência de conduta adversa.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Obediência hierárquica:
➢ um superior;
➢ um subordinado;
➢ uma relação de direito público entre ambos, já que o poder
hierárquico é inerente à Administração Pública, estando excluídas da
hipótese de obediência hierárquica as relações de direito privado,
tais como as entre patrão e empregado;
➢ uma ordem do primeiro para o segundo;
➢ ilegalidade da ordem, visto que a ordem legal exclui a ilicitude pelo
estrito cumprimento do dever legal;
➢ aparente legalidade da ordem.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
1. Estado de necessidade;
2. Legítima defesa;
3. Estrito cumprimento do dever legal;
4. Exercício regular do direito.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Excludente de ilicitude
1. Estado de necessidade:
Causa de exclusão da ilicitude da conduta de quem, não tendo o
dever legal de enfrentar uma situação de perigo atual, a qual não
provocou por sua vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse
perigo para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda não era razoável
exigir.
2. Legítima defesa:
Causa de exclusão da ilicitude que consiste em repelir injusta
agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando
moderadamente dos meios necessários.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Excludente de ilicitude
3. Estrito cumprimento do dever legal:
Causa de exclusão da ilicitude que consiste na
realização de um fato típico, por força do desempenho de
uma obrigação imposta por lei.
Exemplo: o policial que priva o fugitivo de sua liberdade, ao
prendê-lo em cumprimento de ordem judicial.
4. Exercício regular do direito:
Causa de exclusão da ilicitude que consiste no exercício
de uma prerrogativa conferida pelo ordenamento jurídico,
caracterizada como fato típico.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
• Requisitos específicos:
– Sujeito ativo da infração penal
É a pessoa humana que pratica a figura típica descrita na lei,
isolada ou conjuntamente com outros autores, ou seja, contribui para a
prática da infração penal.
Admite-se a pessoa jurídica nos crimes ambientais.
– Sujeito passivo da infração penal
Titular do bem jurídico protegido.
1. Sujeito passivo mediato ou formal: é o estado (a ele pertence o
dever de manter a ordem pública e punir aqueles que cometem crimes;
2. Sujeito passivo imediato ou material: é o titular do bem jurídico
efetivamente lesado.
Exemplo: a pessoa que sofre lesão no crime de lesão corporal e
o dono do veículo roubado no crime de roubo.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
• Crime consumado:
É aquele que ocorre quando se reúne
todos os elementos do tipo incriminador (art.
14, I CP).
• Crime tentado:
É aquele que ocorre quando o agente inicia
a execução mas não consegue consumar o
crime por circunstâncias alheias à sua vontade
(art. 14, II CP).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Prisão
É a privação da liberdade de locomoção determinada por
ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante
delito.
O direito divide a prisão em diferentes espécies, são elas:
a) Prisão-pena: imposta depois do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Não tem natureza acautelatória, já que visa à
satisfação da pretensão executória do Estado.
b) Prisão sem pena (processual): tem natureza processual, e
assegura o bom andamento da investigação e do processo penal,
evitando, ainda, que o réu volte a cometer crimes, se solto. Deve
satisfazer os requisitos do "fumus bonis juris" e "periculum in
mora". Nela estão incluídas a prisão em flagrante; a prisão
preventiva e a prisão temporária.
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Prisão
c) Prisão civil: não se refere à infração penal, mas sim ao não
cumprimento de uma obrigação civil. Após a inserção no
ordenamento jurídico pátrio do Pacto de San José da Costa Rica,
entende-se que ela apenas é cabível no caso do devedor de
prestações alimentícias.
d) Prisão disciplinar: é a estabelecida pelo art. 5º, LXI, 2ª parte, da
CF, o qual afirma que "ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei".
f) Prisão para averiguação: é aquela feita sem autorização e
apenas para investigação (exceto nos casos de flagrante). É
proibida pela lei por configurar abuso de autoridade.
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Prisão em flagrante delito
“Art. 5º, Inciso LXI. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos
de transgressão disciplinar ou crime propriamente militar, definidos em lei.”
– momentos distintos (da prisão):
– Contenção
– Detenção (prisão-captura)
– Condução
– Apresentação.
– O segundo momento (aspectos formais): documentação.
• Flagrante em infrações penais permanentes e habituais
– “Art. 303 (CPP). Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência”. (Ex.: Crime de extorsão – art.158 do CP)
Já no crime habitual, a consumação implica na prática reiterada de atos, e não a
continuidade de uma mesma conduta típica. O momento consumativo é incerto, pois não se
sabe quando a conduta se tornou um hábito, por essa razão, não cabe prisão em flagrante
nesses crimes. (Ex.: crime de curandeirismo – art. 284 do CP).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Espécies de flagrante delito
– Flagrante próprio (Artigo 302, I e II CPP)
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
– Flagrante impróprio (Artigo 302, III CPP)
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
– Flagrante presumido (Artigo 302, IV CPP)
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Espécies de flagrante delito
– Flagrante esperado (não disciplinado na legislação)
A autoridade policial previamente informada acerca de um crime,
tratar de promover diligências a fim de prender o autor.
– Flagrante prorrogado ou retardado
• artigo 2º, inciso II, da Lei nº 9.034/1995 (organizações
criminosas);
• artigo 53, inciso II, da Lei nº 11.343/06 (drogas); e
• artigo 4º-B, da Lei nº 9.613/98 (lavagem de capitais).
Neste caso a autoridade policial retarda a operação (a execução da
prisão em flagrante) para identificar e responsabilizar o maior
número de infratores penais.
– Flagrante preparado ou forjado (inválido)
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Não podem ser presos em flagrante delito
• os menores de 18 anos (inimputáveis; art. 106 e 107 do Estatuto da criança e do
Adolescente);
• o Presidente da República (art. 86, parágrafo 3º da Constituição Federal)
– Art. 85. São crimes de responsabilidade os crimes contra a constituição e crimes
definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
– STF - Orientação desta Corte, no que concerne ao art. 86, § 3º e § 4º, da
Constituição, na ADI 1.028 (PE), e da ADI 1026 (SE), de referência à imunidade à
prisão cautelar como prerrogativa exclusiva do presidente da República,
insuscetível de estender-se aos governadores dos Estados, que
institucionalmente, não a possuem.
• os diplomatas estrangeiros, em decorrência de tratados e convenções internacionais
– A imunidade diplomática protege tanto os interesses do país emissário (por
exemplo, evitando que seu embaixador seja preso no país hospedeiro sob falsas
alegações), quanto do país hospedeiro (por exemplo, o governo daquele país,
pressionado por sua população a agir contra o agente diplomático, pode sempre
apontar para a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas
– Responde no país de origem
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Só podem ser presos em flagrante delito de crimes inafiançáveis
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Só podem ser presos em flagrante delito de crimes inafiançáveis
Artigo 5º CF
XLII - racismo
XLIII - tortura , o tráfico de drogas, o terrorismo, crimes hediondos
XLIV - ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
• homicídio (atividade típica de grupo de extermínio; art. 121 do CP);
• homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI e VII do CP);
• lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticadas
contra autoridade ou agente descito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
• latrocínio (art. 157, § 3º, do CP);
• extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º, do CP);
• extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º, do CP);
• estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º, do CP);
• estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º, do CP);
• epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º, do CP);
• falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1º, §1º-A, § 1º-B, do CP);
• favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou
de vulnerável;
• genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei 2.889/56).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Só podem ser presos em flagrante delito de crimes inafiançáveis
• os membros do Congresso Nacional (art. 53, parágrafo 1º da Constituição Federal);
• os deputados estaduais (art. 27, parágrafo 1º, c/c o art. 53, parágrafo 1º, da
Constituição Federal);
• os magistrados (art. 33, II, da Lei de Organização da Magistratura Nacional - LOMN);
• os membros do Ministério Público (art. 20, VIII, da lei de organização do Ministério
Público nacional - LONMP)
• e os advogados, se o crime for cometido no desempenho de suas atividades
profissionais
– Prisão de alienados mentais
• pode aplicar medida de segurança, cabendo no caso a instauração do incidente de
insanidade mental (art. 149 do Código de processo Penal).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Ação penal
É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito
penal objetivo ao caso concreto.
• Flagrante em crime de ação penal pública e ação penal privada
– Uma conduta é incriminada sempre por interesse do Estado, para promoção do
bem comum.
• Ação Penal Pública
– Dono da ação: Ministério Público
• Incondicionada: independe de manifestação da vítima
• Condicionada: necessita de prévia manifestação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça
• Ação Penal Privada
– o Estado transfere a titularidade da ação penal para o particular e a peça
jurídica para isto é a queixa-crime oferecida pelo ofendido (vítima) ou seu
representante legal
• Infrações penais de ação penal privada ou condicionada - ofendido menor
de 18 anos – não se procede: representante são os pais ou responsáveis
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Prisão em flagrante nas infrações de ação penal pública
condicionada ou ação penal privada
▪ Conciliação;
▪ Processo;
▪ julgamento e execução, nas causas de sua competência.
Juizados Especiais
Assim, o critério informativo dos Juizados Especiais Criminais
reside na busca da reparação dos danos à vítima, da conciliação civil e
penal, da não aplicação de pena privativa de liberdade e na observância
dos seguintes princípios:
CRIMES CONTRAVENÇÕES
PENAIS
• Difamação (139) Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:
– Ação penal privada Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial ofensivo, previstas no
Código Penal
• Documentar o atendimento
INDEPENDE TCO
INDEPENDE CONDUZ
Utilizando o procedimento policial padronizado
TCO
REGISTRO
CONDUZ
Utilizando o procedimento policial padronizado
– REGISTRO
Recapitulação III
Os procedimentos de atendimento a ocorrências
padronizados, de um modo geral todos preveem alguns
passos em comum:
– Confirmar a localização e a natureza do atendimento
– Deslocar com rapidez e segurança
– Informar a chegada ao local e a avaliação inicial
– Socorrer vítimas e gerenciar os riscos
– Organizar o local da ocorrência e os envolvidos
– Realizar os procedimentos legais
– Documentar o atendimento
– Retornar ao serviço preventivo
Recapitulação III
Para identificar estas situações e decidir quando
elaborar o Termo Circunstanciado discutimos e exercitamos
casos práticos, utilizando um fluxograma baseado em
algumas perguntas:
– O fato é uma infração penal?
– Existe flagrante delito?
– A infração penal é de menor potencial ofensivo?
– A infração penal é de ação penal incondicionada ou, sendo
condicionada ou privada o ofendido deseja se manifestar?
– O autor assume o compromisso de comparecer ao Juizado
Especial Criminal?
– A vítima se manifesta? (nos casos necessários)
Recapitulação III
Finalmente, vimos padrões de procedimento policial para as
três principais situações que podem ser encontradas pelo policial em
relação à elaboração do Termo Circunstanciado:
Agente:
Termo de manifestação do
1 via do termo de compromisso de comparecimento (sempre);
ofendido e notificação de
ação penal 1 via da requisições expedidas, quando necessário;
audiência
pública 1 via do termo de apreensão e depósito (quando necessário).
condicionada ou Termo de compromisso
privada? de comparecimento do demais vias:
autor. Encaminhadas para o gestor, juntamente com as possíveis provas produzidas.
Aspectos legais básicos - Porque prender?