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Informação e Tecnologias em Segurança Pública

Instituto Federal do Tocantins - Campus Paraíso do Tocantins


Curso de Tecnologia em Segurança Pública

2022/1

Everton Leandro dos Santos – SUB TEN QPPM


leovertao3@hotmail.com
Termo Circunstanciado de Ocorrência
TCO

Aspectos Teóricos
Aspectos teóricos
Revisão de alguns tópicos do Direito:
• Infração penal;

• Crime e contravenções penais;

• Excludentes de ilicitude;

• Excludentes de culpabilidade;

• Infrações de menor potencial ofensivo;

• Flagrante delito;

• Tipos de ações penais.


• Objetivos da PMTO com a lavratura
do Termo Circunstanciado de
Ocorrência (TCO);

• Vantagens da lavratura do TCO.


Aspectos legais básicos - Porque prender?

Infração penal:
É a conduta em regra, praticada pela pessoa
humana, que lesa ou expõe a perigo um bem
jurídico protegido pela lei penal, para a qual a lei
estabelece uma pena, seja ela de reclusão,
detenção, prisão simples ou multa.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

Espécie de Infrações penais:


➢Crime ou delitos;
É a infração penal a que a lei comina pena de
reclusão ou detenção, isolada ou cumulativamente com a
pena de multa.

➢Contravenções penais.
É a infração penal a que a lei comina pena de
prisão simples ou de multa, quer isoladamente, ou
alternativa ou cumulativamente.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Diferença entre Crimes e Contravenções Penais
CRIMES CONTRAVENÇÕES

PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Reclusão ou detenção Prisão simples

Não pode ser aplicada


MULTA Pode ser aplicada isoladamente
isoladamente

PENA Limite de 30 anos Não superior a 05 anos

REGIDOS Código Penal Lei de Contravenções Penais

TENTATIVA Punível Não Punível

Pública (condicionada/incondicionada) ou
AÇÃO PENAL Privada Pública incondicionada

COMPETÊNCIA Justiça Estadual ou Federal Justiça estadual, como regra


Aspectos legais básicos - Porque prender?
Diferença entre Crimes e Contravenções Penais

Não existe diferença ontológica, de essência, entre crime


(ou delito) e contravenção. O mesmo fato pode ser
considerado crime ou contravenção pelo legislador de acordo
com a necessidade de prevenção social. Assim, uma
contravenção pode no futuro vir a ser definida como delito.
É o comportamento humano (positivo ou negativo)
descrito em lei como contravenção.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
RECLUSÃO DETENÇÃO PRISÃO SIMPLES

Em casos de
Em infrações penais de
QUANDO É APLICADO condenações mais Condenações mais leves.
menor lesividade.
severas.

REGIME INICIAL FECHADO Admite. Não admite. Não admite.

Fechado, semi-aberto ou
REGIMES ACEITOS Semi-aberto ou aberto. Semi-aberto ou aberto.
aberto.

Estabelecimentos de Em casas de albergado


Colônias agrícolas,
LOCAL DE CUMPRIMENTO segurança máxima ou ou estabelecimento
industriais ou similares.
média. adequados.

Homicídio doloso, roubo, Homicídio culposo, dano,


Ameaça, prática de jogos
EXEMPLOS DE CRIMES furto, tráfico de drogas, lesão corporal culposa,
de azar, etc.
entre outros. etc.
Conceito de crime

O crime pode ser conceituado sob três


enfoques, quais sejam, aspecto material, aspecto
formal e aspecto analítico.
É aquele que busca estabelecer a essência do conceito, isto é, o
porquê de determinado fato ser considerado criminoso e outro não.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Infração penal:
Elementos do crime:
• Tipicidade
É toda conduta humana (ação ou omissão) descrita em
lei como infração penal.

• Antijuridicidade ou Ilicitude
É todo o fato praticado pelo agente e que seja
contrário às normas do direito penal.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Culpabilidade
É a possibilidade de se considerar alguém culpado
pela prática de uma infração penal, juízo de censura e
reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato
típico e ilícito.
“A Culpabilidade não se trata de elemento do crime,
mas de um pressuposto para imposição de pena, porque,
sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração
penal, não se concebe que possa, ao mesmo tempo, estar
dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo
externo de valor do agente”.
Sem a culpabilidade não pode haver pena.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Elementos da Culpabilidade:
• Imputabilidade:

É a capacidade física, mental e intelectual que o agente


deve ter para ser capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta,
sendo assim, capaz de sofrer pena. Aquele que não é dotado de
imputabilidade é chamado INIMPUTÁVEL.
• Potencial consciência da ilicitude:
É a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
• Exigibilidade de conduta diversa:
Para que se possa considerar alguém culpado do
cometimento de uma infração penal, é necessário que esta tenha
sido praticada em condições e circunstâncias normais.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Imputabilidade
Causas que excluem a imputabilidade?

1. doença mental

2. desenvolvimento mental incompleto

3. desenvolvimento mental retardado

4. embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou


força maior
Aspectos legais básicos - Porque prender?
1. doença mental
É a perturbação mental ou psíquica de qualquer
ordem, capaz de eliminar ou afetar a capacidade de
entender o caráter criminoso do fato ou a de comandar a
vontade de acordo com esse entendimento. Compreende
a infindável gama de moléstias mentais, tais como
epilepsia condutopática, psicose, neurose, esquizofrenia,
paranoias, psicopatia, epilepsias em geral etc.

Por meio do exame de sanidade mental.

Juiz pode propor medida de segurança.


Aspectos legais básicos - Porque prender?

2. desenvolvimento mental incompleto


É o desenvolvimento que ainda não se
concluiu, devido à recente idade cronológica
do agente ou à sua falta de convivência em
sociedade, ocasionando imaturidade mental
e emocional.
Obs.: No caso dos indígenas, o laudo pericial é
imprescindível para aferir a inimputabilidade.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

3. desenvolvimento mental retardado


É o incompatível com o estágio de vida em
que se encontra a pessoa, estando, portanto,
abaixo do desenvolvimento normal para aquela
idade cronológica.
É o caso dos oligofrênicos, que são pessoas de
reduzidíssimo coeficiente intelectual. Classificam-se
numa escala de inteligência decrescente em débeis
mentais, imbecis e idiotas.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

4. embriaguez completa proveniente de caso


fortuito ou força maior
Causa capaz de levar à exclusão da
capacidade de entendimento e vontade do agente,
em virtude de uma intoxicação aguda e transitória
causada por álcool ou qualquer substância de
efeitos psicotrópicos, sejam eles entorpecentes
(morfina, ópio etc.), estimulantes (cocaína) ou
alucinógenos (ácido lisérgico).
Aspectos legais básicos - Porque prender?

Exigibilidade de conduta diversa


Consiste na expectativa social de um comportamento
diferente daquele que foi adotado pelo agente, fundada no
principio de que só podem ser punidas as condutas que
poderiam ser evitadas:
a) coação moral irresistível:
É o emprego de força física ou de grave ameaça para que
alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa

b) obediência hierárquica:
É a obediência a ordem não manifestamente ilegal de
superior hierárquico, tornando viciada a vontade do subordinado e
afastando a exigência de conduta adversa.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Obediência hierárquica:

Requisitos da obediência hierárquica:

➢ um superior;
➢ um subordinado;
➢ uma relação de direito público entre ambos, já que o poder
hierárquico é inerente à Administração Pública, estando excluídas da
hipótese de obediência hierárquica as relações de direito privado,
tais como as entre patrão e empregado;
➢ uma ordem do primeiro para o segundo;
➢ ilegalidade da ordem, visto que a ordem legal exclui a ilicitude pelo
estrito cumprimento do dever legal;
➢ aparente legalidade da ordem.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

Causas Excludentes de ilicitude

1. Estado de necessidade;
2. Legítima defesa;
3. Estrito cumprimento do dever legal;
4. Exercício regular do direito.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Excludente de ilicitude
1. Estado de necessidade:
Causa de exclusão da ilicitude da conduta de quem, não tendo o
dever legal de enfrentar uma situação de perigo atual, a qual não
provocou por sua vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse
perigo para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda não era razoável
exigir.

2. Legítima defesa:
Causa de exclusão da ilicitude que consiste em repelir injusta
agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando
moderadamente dos meios necessários.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Excludente de ilicitude
3. Estrito cumprimento do dever legal:
Causa de exclusão da ilicitude que consiste na
realização de um fato típico, por força do desempenho de
uma obrigação imposta por lei.
Exemplo: o policial que priva o fugitivo de sua liberdade, ao
prendê-lo em cumprimento de ordem judicial.
4. Exercício regular do direito:
Causa de exclusão da ilicitude que consiste no exercício
de uma prerrogativa conferida pelo ordenamento jurídico,
caracterizada como fato típico.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
• Requisitos específicos:
– Sujeito ativo da infração penal
É a pessoa humana que pratica a figura típica descrita na lei,
isolada ou conjuntamente com outros autores, ou seja, contribui para a
prática da infração penal.
Admite-se a pessoa jurídica nos crimes ambientais.
– Sujeito passivo da infração penal
Titular do bem jurídico protegido.
1. Sujeito passivo mediato ou formal: é o estado (a ele pertence o
dever de manter a ordem pública e punir aqueles que cometem crimes;
2. Sujeito passivo imediato ou material: é o titular do bem jurídico
efetivamente lesado.
Exemplo: a pessoa que sofre lesão no crime de lesão corporal e
o dono do veículo roubado no crime de roubo.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

• Os tipos penais e o resultado da infração penal


– Crimes materiais:
Se caracterizam pela produção de um resultado
naturalístico, ou seja, é necessária a ocorrência de um
resultado para sua consumação, caso contrário, tem-se
apenas uma tentativa. Exemplos de crimes materiais:
- o homicídio (art. 121),
- o furto (art. 155),
- O estelionato (art. 171), justamente porque é
imprescindível a existência respectivamente da morte,
da subtração e a obtenção da vantagem ilícita para a
consumação dos tipos penais arguidos.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

• Os tipos penais e o resultado da infração penal


– Crimes formais:
A sua consumação independe da existência de um
resultado, ainda que este venha a acontecer.
Exemplos:
• a extorsão (art. 158);
• a extorsão mediante sequestro (art. 159).
Não se faz necessária a entrega do que é pedido
quando do crime de extorsão ou do de extorsão mediante
sequestro para a caracterização destes crimes, haja vista
que o simples ato de extorquir (com ou sem sequestro) já
configura uma conduta delituosa.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

• Os tipos penais e o resultado da infração penal

– Crimes mera conduta:

São crime que não produzem um resultado concreto,


por isso não se pune o resultado, mas sim a conduta.
Exemplos:
• porte ilegal de arma de fogo (art. 14 da lei 10.826/2003)
• invasão de domicílio (art. 150).
Aspectos legais básicos - Porque prender?

• Crime consumado:
É aquele que ocorre quando se reúne
todos os elementos do tipo incriminador (art.
14, I CP).
• Crime tentado:
É aquele que ocorre quando o agente inicia
a execução mas não consegue consumar o
crime por circunstâncias alheias à sua vontade
(art. 14, II CP).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Prisão
É a privação da liberdade de locomoção determinada por
ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante
delito.
O direito divide a prisão em diferentes espécies, são elas:
a) Prisão-pena: imposta depois do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Não tem natureza acautelatória, já que visa à
satisfação da pretensão executória do Estado.
b) Prisão sem pena (processual): tem natureza processual, e
assegura o bom andamento da investigação e do processo penal,
evitando, ainda, que o réu volte a cometer crimes, se solto. Deve
satisfazer os requisitos do "fumus bonis juris" e "periculum in
mora". Nela estão incluídas a prisão em flagrante; a prisão
preventiva e a prisão temporária.
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Prisão
c) Prisão civil: não se refere à infração penal, mas sim ao não
cumprimento de uma obrigação civil. Após a inserção no
ordenamento jurídico pátrio do Pacto de San José da Costa Rica,
entende-se que ela apenas é cabível no caso do devedor de
prestações alimentícias.
d) Prisão disciplinar: é a estabelecida pelo art. 5º, LXI, 2ª parte, da
CF, o qual afirma que "ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei".
f) Prisão para averiguação: é aquela feita sem autorização e
apenas para investigação (exceto nos casos de flagrante). É
proibida pela lei por configurar abuso de autoridade.
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Prisão em flagrante delito
“Art. 5º, Inciso LXI. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos
de transgressão disciplinar ou crime propriamente militar, definidos em lei.”
– momentos distintos (da prisão):
– Contenção
– Detenção (prisão-captura)
– Condução
– Apresentação.
– O segundo momento (aspectos formais): documentação.
• Flagrante em infrações penais permanentes e habituais
– “Art. 303 (CPP). Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência”. (Ex.: Crime de extorsão – art.158 do CP)
Já no crime habitual, a consumação implica na prática reiterada de atos, e não a
continuidade de uma mesma conduta típica. O momento consumativo é incerto, pois não se
sabe quando a conduta se tornou um hábito, por essa razão, não cabe prisão em flagrante
nesses crimes. (Ex.: crime de curandeirismo – art. 284 do CP).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Espécies de flagrante delito
– Flagrante próprio (Artigo 302, I e II CPP)
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
– Flagrante impróprio (Artigo 302, III CPP)
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
– Flagrante presumido (Artigo 302, IV CPP)
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Espécies de flagrante delito
– Flagrante esperado (não disciplinado na legislação)
A autoridade policial previamente informada acerca de um crime,
tratar de promover diligências a fim de prender o autor.
– Flagrante prorrogado ou retardado
• artigo 2º, inciso II, da Lei nº 9.034/1995 (organizações
criminosas);
• artigo 53, inciso II, da Lei nº 11.343/06 (drogas); e
• artigo 4º-B, da Lei nº 9.613/98 (lavagem de capitais).
Neste caso a autoridade policial retarda a operação (a execução da
prisão em flagrante) para identificar e responsabilizar o maior
número de infratores penais.
– Flagrante preparado ou forjado (inválido)
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Não podem ser presos em flagrante delito
• os menores de 18 anos (inimputáveis; art. 106 e 107 do Estatuto da criança e do
Adolescente);
• o Presidente da República (art. 86, parágrafo 3º da Constituição Federal)
– Art. 85. São crimes de responsabilidade os crimes contra a constituição e crimes
definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
– STF - Orientação desta Corte, no que concerne ao art. 86, § 3º e § 4º, da
Constituição, na ADI 1.028 (PE), e da ADI 1026 (SE), de referência à imunidade à
prisão cautelar como prerrogativa exclusiva do presidente da República,
insuscetível de estender-se aos governadores dos Estados, que
institucionalmente, não a possuem.
• os diplomatas estrangeiros, em decorrência de tratados e convenções internacionais
– A imunidade diplomática protege tanto os interesses do país emissário (por
exemplo, evitando que seu embaixador seja preso no país hospedeiro sob falsas
alegações), quanto do país hospedeiro (por exemplo, o governo daquele país,
pressionado por sua população a agir contra o agente diplomático, pode sempre
apontar para a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas
– Responde no país de origem
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Só podem ser presos em flagrante delito de crimes inafiançáveis
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Só podem ser presos em flagrante delito de crimes inafiançáveis
Artigo 5º CF
XLII - racismo
XLIII - tortura , o tráfico de drogas, o terrorismo, crimes hediondos
XLIV - ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
• homicídio (atividade típica de grupo de extermínio; art. 121 do CP);
• homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI e VII do CP);
• lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticadas
contra autoridade ou agente descito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
• latrocínio (art. 157, § 3º, do CP);
• extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º, do CP);
• extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º, do CP);
• estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º, do CP);
• estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º, do CP);
• epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º, do CP);
• falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1º, §1º-A, § 1º-B, do CP);
• favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou
de vulnerável;
• genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei 2.889/56).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Aspectos importantes da prisão em flagrante
– Só podem ser presos em flagrante delito de crimes inafiançáveis
• os membros do Congresso Nacional (art. 53, parágrafo 1º da Constituição Federal);
• os deputados estaduais (art. 27, parágrafo 1º, c/c o art. 53, parágrafo 1º, da
Constituição Federal);
• os magistrados (art. 33, II, da Lei de Organização da Magistratura Nacional - LOMN);
• os membros do Ministério Público (art. 20, VIII, da lei de organização do Ministério
Público nacional - LONMP)
• e os advogados, se o crime for cometido no desempenho de suas atividades
profissionais
– Prisão de alienados mentais
• pode aplicar medida de segurança, cabendo no caso a instauração do incidente de
insanidade mental (art. 149 do Código de processo Penal).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
Ação penal
É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito
penal objetivo ao caso concreto.
• Flagrante em crime de ação penal pública e ação penal privada
– Uma conduta é incriminada sempre por interesse do Estado, para promoção do
bem comum.
• Ação Penal Pública
– Dono da ação: Ministério Público
• Incondicionada: independe de manifestação da vítima
• Condicionada: necessita de prévia manifestação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça
• Ação Penal Privada
– o Estado transfere a titularidade da ação penal para o particular e a peça
jurídica para isto é a queixa-crime oferecida pelo ofendido (vítima) ou seu
representante legal
• Infrações penais de ação penal privada ou condicionada - ofendido menor
de 18 anos – não se procede: representante são os pais ou responsáveis
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Prisão em flagrante nas infrações de ação penal pública
condicionada ou ação penal privada

– dois momentos distintos:


• O primeiro momento (aspectos materiais) quando as ações são
físicas, materiais: o uso da força necessária, não requerendo
formalidades. Neste momento a simples manifestação verbal
da vítima pedindo socorro ou solicitando providência do órgão
policial caracteriza representação e queixa.

– O segundo momento (aspectos formais):


• a manifestação formal por meio de representação ou queixa-
crime é obrigatória para a lavratura (ato formal) do flagrante,
por meio do Auto de Prisão em Flagrante (APF).
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Direitos do preso em flagrante
• Artigo 5º CF:
• XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
• L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
• LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
• LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
• LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
• LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
• LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
• LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
• LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
• LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
Aspectos legais básicos – Quando prender?
• Direitos do preso em flagrante
– O próprio Código de Processo Penal em vigor (CPP, Decreto-lei nº
3.689/41) não descreve o conteúdo da voz de prisão
– Os direitos de dignidade constitucional, são garantidos
apropriadamente durante a lavratura do auto de prisão.
– Portanto, durante a detenção, é direito do preso saber a
identificação do responsável por essa prisão-captura e o motivo
da privação de liberdade (não necessariamente o tipo penal, mas
a conduta praticada).
Juizados Especiais
Os juizados especiais na Lei nº 9.099/95, se dividem em:
➢ Juizados Especiais Cíveis; e
➢ Juizados Especiais Criminais (JECRIM).

➢ Com a função de fazer:

▪ Conciliação;
▪ Processo;
▪ julgamento e execução, nas causas de sua competência.
Juizados Especiais
Assim, o critério informativo dos Juizados Especiais Criminais
reside na busca da reparação dos danos à vítima, da conciliação civil e
penal, da não aplicação de pena privativa de liberdade e na observância
dos seguintes princípios:

a) Oralidade: significa dizer que os atos processuais serão praticados


oralmente. Os essenciais serão reduzidos a termo ou transcritos por
quaisquer meios. Os demais atos processuais praticados serão gravados,
se necessário.

b) Informalidade: isso significa dizer que os atos processuais a serem


praticados não serão cercados de rigor formal, de tal sorte que, atingida a
finalidade do ato, não há cogitar da ocorrência de qualquer nulidade.
Exemplo: o art. 81, § 3º, da Lei dispensa o relatório da sentença.
Juizados Especiais
c) Economia processual: corolário da informalidade, significa dizer que
os atos processuais devem ser praticados no maior número possível, no
menor espaço de tempo e da maneira menos onerosa.

d) Celeridade: visa à rapidez na execução dos atos processuais,


quebrando as regras formais observáveis nos procedimentos regulados
segundo a sistemática do Código de Processo Penal.

e) Finalidade e prejuízo: para que os atos processuais sejam


invalidados, necessária se faz a prova do prejuízo. Isso significa dizer
que não vigora no âmbito dos Juizados Criminais o sistema de
nulidades absolutas do Código de Processo Penal, segundo o qual
nessas circunstâncias o prejuízo é presumido.
Atingida a finalidade a que se destinava o ato, bem como não
demonstrada qualquer espécie de prejuízo, não há falar em nulidade.
Juizados Especiais
Juizados Especiais Criminais - JECRIMs
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou
togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a
execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas
as regras de conexão e continência.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a
que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
não com multa.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos
critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual
e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos
sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
O termo circunstanciado é tão informal que
pode ser lavrado até mesmo pelo policial militar que
atendeu a ocorrência, dispensando-o do
deslocamento até a delegacia. Na expressão
“autoridade policial”, contida no art. 69 da Lei n.
9.099/95, estão compreendidos todos os órgãos
encarregados da segurança pública, na forma do art.
144 da Constituição Federal.
Juizados Especiais Criminais e o Termo
Circunstanciado
• O Termo Circunstanciado como base para a denúncia:
– O TC elaborado pelo PM será encaminhado ao JECrim, e será utilizado na
É o registro
audiência quede umnofato
ocorrerá tipificado
dia agendado como
(Na confecção infração
já informa a data de
da
audiência).
menor potencial ofensivo, ou seja, as contravenções
– Na impossibilidade de acordo, será dado à vítima o direito de representação
penais e oosqualcrimes
verbal, de amenor
será reduzido relevância,
termo. Havendo representação que tenham
ou nos casos de
infração penal de ação pública incondicionada, o Ministério Público poderá
a pena máxima cominada de até 02 (dois) anos de
propor a transação penal
cerceamento deoliberdade
– Aceita a proposta, ou
Juiz aplicará uma multa;
pena restritiva de direitos ou multa.
– caso haja recusa deste benefício ou o autor do fato não preencha os requisitos
legais, o Ministério Público oferecerá denúncia na própria audiência, de forma
É um documento elaborado com a finalidade de
oral, e o processo correrá normalmente aplicando-se os demais institutos
vigentes ao processo ordinário até se chegar à sentença.
substituir o auto de prisão em flagrante delito,
– O termo circunstanciado, assim, serve para promover a oralidade, a
especificamente,
informalidade a economia nas ocorrências
processual em queque
e a celeridade mesmo for
não haja a
transação penal e o processo prossiga para outras instâncias do judiciário.
constatada infração de menor potencial ofensivo;
Infração penal

CRIMES CONTRAVENÇÕES
PENAIS

INFRAÇÕES DE MENOR PONTENCIAL


OFENSIVO

CRIMES COM PENA MÁXIMA NÃO


SUPERIOR A 02 ANOS CONTRAVENÇÕES PENAIS
Importante na lavratura desse
tipo de TCO, indicar o tipo de
substância entorpecente que
se assemelha e a quantidade.
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
➢ Definindo as infrações penais que são de menor potencial ofensivo
– Todas as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não-superior a dois anos.
➢ Principais infrações penais de menor potencial ofensivo, previstas no Código Penal
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ou não com multa.
• Lesão Corporal simples (129, caput) e culposa (129, §6º)
– Ação penal pública condicionada Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem...
Pena - detenção, de três meses a um ano
§ 6° Se a lesão é culposa
Pena - detenção, de dois meses a um ano
• Calúnia (138, caput) Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
– Ação penal pública condicionada definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

• Difamação (139) Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:
– Ação penal privada Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial ofensivo, previstas no
Código Penal

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a


• Injúria (140) dignidade ou o decoro:
– Ação penal privada Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto,
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
• Ameaça (147) injusto e grave:
– Ação penal pública condicionada Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação.
• Dano (163, caput) Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
– Ação penal privada
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial
ofensivo, previstas no Código Penal

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,


• Resistência (329) mediante violência ou ameaça a funcionário
– Ação penal pública incondicionada competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos

• Desobediência (330) Art. 330 - Desobedecer a ordem legal


de funcionário público:
– Ação penal pública incondicionada
Pena - detenção, de quinze dias a seis
meses, e multa.

• Desacato (331) Art. 331 - Desacatar funcionário público no


exercício da função ou em razão dela:
– Ação penal pública incondicionada
Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa.
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial
ofensivo, previstas no Código Penal
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém:
• Vias de fato (21) Pena — prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três)
meses, ou multa, se o fato não constitui crime.
– Ação penal pública incondicionada
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até
a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.

De acordo com o art. 17 desta Lei, é pública incondicionada. Dever-se,


contudo, que a lesão corporal leve dolosa transformou-se em crime de ação penal
pública condicionada em face da Lei dos Juizados Especiais Criminais (art. 88 da
Lei n. 9.099/95).
Se a infração mais grave (lesão corporal leve dolosa) é de ação penal
pública condicionada, não se compreende como possa a contravenção de vias de
fato, menos grave, continuar sendo incondicionada.
Vias de fato
O comportamento consiste em
empregar violência física contra a vítima,
como dar tapas no rosto ou nas costas,
pontapés, empurrões, derrubar a vítima
ao chão, lançar objetos contra a vítima,
arremessar líquido, agarrar a vítima pela
roupa, rasgando-a com violência, agarrar
a vítima pelo cabelo, etc.
Damásio, Lei das Contravenções Penais Anotada.
Vias de fato
• Briga ou luta corporal:
Não são exigidas, bastando a “provocação atuante sobre a
pessoa, criando a possibilidade de choque corporal”.
• Empurrão sem expressão física:
Não configura a contravenção.
• Elemento subjetivo do tipo:
É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de
praticar vias de fato contra alguém. O fato culposo é atípico.
• Resultado naturalístico (material):
Não existe. “A lei não se preocupa com o resultado”.
Ocorrendo evento material (ferimentos etc.) o fato passa a
configurar lesão corporal, injúria real etc.
• Momento consumativo:
Ocorre com a conduta de desferir socos, pontapés etc.
A tentativa é impunível (vide art. 4º da LCP).
Damásio, Lei das Contravenções Penais Anotada.
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial
ofensivo, previstas no Código Penal
• Perturbação do trabalho ou do sossego alheios
Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios:
(42) I – com gritaria ou algazarra;
– Ação penal pública incondicionada II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo
com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho
produzido por animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial ofensivo, previstas no
Código Penal
• Lesão Corporal Culposa na Direção (303)
– Ação penal pública condicionada Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

• Direção sem Habilitação, gerando perigo de dano (309)


– Ação penal pública incondicionada Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem
a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou,
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo
de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
• Entrega da direção a pessoa não habilitada (310)
– Ação penal pública incondicionada Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada
ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por
seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez,
não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Reconhecendo as infrações de
menor potencial ofensivo
Principais infrações penais de menor potencial
ofensivo, previstas no Código Penal

• Molestar alguém ou pertuba-lhe a tranquilidade,


por acinte ou por motivo reprovável (65)
– Ação penal pública incondicionada, porém há de se qualificar a vítima.

Art. 65. Molestar alguém ou pertuba-lhe a tranquilidade, por acinte ou


por motivo reprovável:
Penas – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Procedimentos Policiais
• Confirmar a localização e a natureza do atendimento

• Deslocar com rapidez e segurança

• Informar a chegada ao local e a avaliação inicial

• Socorrer vítimas e gerenciar os riscos

• Organizar o local da ocorrência e os envolvidos

• Realizar os procedimentos legais

• Documentar o atendimento

• Retornar ao serviço preventivo


Definindo o procedimento legal

• O fato é uma infração penal?

• Existe flagrante delito?

• A infração é de menor potencial ofensivo?

• É ação penal pública incondicionada, condicionada ou


privada?

• O autor assume o compromisso de comparecer em juízo?

• A vítima deseja se manifestar? (ação penal pública


condicionada ou privada)
Utilizando o procedimento policial padronizado

Três Procedimentos Operacionais Padronizados

– Quando houver flagrante, de infrações de menor


potencial ofensivo, de ação pública incondicionada

– Compromisso de comparecimento do autor dos fatos

Agente Vítima Ação

INDEPENDE TCO

INDEPENDE CONDUZ
Utilizando o procedimento policial padronizado

Três Procedimentos Operacionais Padronizados

– Quando houver flagrante delito, de infração


penal de menor potencial ofensivo, de ação
pública condicionada ou privada
Agente Vítima Ação

TCO

REGISTRO

CONDUZ
Utilizando o procedimento policial padronizado

Três Procedimentos Operacionais Padronizados

Ocorrência com lavratura de Comunicação


de Ocorrência Policial por falta de flagrância

– REGISTRO
Recapitulação III
Os procedimentos de atendimento a ocorrências
padronizados, de um modo geral todos preveem alguns
passos em comum:
– Confirmar a localização e a natureza do atendimento
– Deslocar com rapidez e segurança
– Informar a chegada ao local e a avaliação inicial
– Socorrer vítimas e gerenciar os riscos
– Organizar o local da ocorrência e os envolvidos
– Realizar os procedimentos legais
– Documentar o atendimento
– Retornar ao serviço preventivo
Recapitulação III
Para identificar estas situações e decidir quando
elaborar o Termo Circunstanciado discutimos e exercitamos
casos práticos, utilizando um fluxograma baseado em
algumas perguntas:
– O fato é uma infração penal?
– Existe flagrante delito?
– A infração penal é de menor potencial ofensivo?
– A infração penal é de ação penal incondicionada ou, sendo
condicionada ou privada o ofendido deseja se manifestar?
– O autor assume o compromisso de comparecer ao Juizado
Especial Criminal?
– A vítima se manifesta? (nos casos necessários)
Recapitulação III
Finalmente, vimos padrões de procedimento policial para as
três principais situações que podem ser encontradas pelo policial em
relação à elaboração do Termo Circunstanciado:

– Ocorrência de infração penal de menor potencial ofensivo, de


ação pública incondicionada, havendo flagrante (PPP1) ou (POP)
01.

– Ocorrência de infração penal de menor potencial ofensivo, de


ação pública condicionada ou privada, havendo situação de
flagrante (PPP2) ou (POP) 02.

– Ocorrência com lavratura de Comunicação de Ocorrência Policial


por falta de flagrância (PPP3) ou (POP) 03.
Checando os passos:
PASSO 1 - CHEGADA NO LOCAL DA OCORRÊNCIA Caso as partes não aceitem, a GU procede a condução ou
Fluxograma
Constatado flagrante de infração de menor potencial ofensivo, o
registro
policial militar informa da possibilidade da lavratura o TC no local
Tendo as partes aceitado, a GU PM lavra o TC

PASSO 2 - PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS tem objetos a serem


termo de apreensão e depósito
Formulário de Formulário de Formulário de apreendidos?
Ocorrência Envolvido Trânsito *
requisição de exame de corpo de
tem danos/lesões? delito (na modalidade necessária)

PASSO 3 - AGENDAMENTO DA AUDIÊNCIA NA JECRIM PASSO 4 - ENCERRAMENTO DA OCORRÊNCIA


Vítima:
ação penal Termo de compromisso 1 via do termo de manifestação do ofendido (quando ação penal condicionada)
pública de comparecimento do e/ou notificação da data da audiência (sempre);
incondicionada? autor 1 via das requisições expedidas quando, necessário;

Agente:
Termo de manifestação do
1 via do termo de compromisso de comparecimento (sempre);
ofendido e notificação de
ação penal 1 via da requisições expedidas, quando necessário;
audiência
pública 1 via do termo de apreensão e depósito (quando necessário).
condicionada ou Termo de compromisso
privada? de comparecimento do demais vias:
autor. Encaminhadas para o gestor, juntamente com as possíveis provas produzidas.
Aspectos legais básicos - Porque prender?

Potencial consciência da ilicitude


A errada compreensão de uma determinada regra
legal pode levar o agente a supor que certa conduta injusta
seja justa, a tomar uma errada por certa, a encarar uma
anormal como normal, e assim por diante.
• ex. 1: agente que se depara com seu desafeto e,
imaginando que será atacado, lhe agride; ou
• ex. 2: vende e recebe um cheque sem fundo, no dia
seguinte vai e pega o produto diante da falta de
pagamento.
Aspectos legais básicos - Porque prender?
Elementos da Culpabilidade:
• Imputabilidade:
É a capacidade física, mental e intelectual que o agente
deve ter para ser capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta,
sendo assim, capaz de sofrer pena. Aquele que não é dotado de
imputabilidade é chamado INIMPUTÁVEL.
• Potencial consciência da ilicitude:
É a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
• Exigibilidade de conduta diversa:
Para que se possa considerar alguém culpado do
cometimento de uma infração penal, é necessário que esta tenha
sido praticada em condições e circunstâncias normais, pois do
contrário não será possível exigir do sujeito conduta diversa da
que, efetivamente, acabou praticando.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO E
COLABORAÇÃO

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