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ENCONTRO 05

Infração Penal

Quando ouvimos falar em crimes, temos em mente que toda norma penal traz
condutas tipificadas como crimes, e não existe outra coisa! Porém, não é bem
assim... Existem espécies distintas de infrações à lei penal.
Pela primeira classificação temos o gênero “Infração penal”, que se divide em duas
espécies: crimes (delitos) e contravenções penais. Praticadas por adultos (maiores
de 18 anos).
Temos, ainda, uma segunda classificação, chamada “ato infracional”, este ato
infracional não se divide, é um só! Que abrange ao mesmo tempo condutas
tipificadas como crime e também como contravenções penais. O que o diferencia
da infração penal é apenas o sujeito ativo da prática do ato, que aqui
necessariamente será um menor de idade, ao qual se aplicará o Estatuto da Criança
e do Adolescente, Lei Federal n. 8069/90

Infração penal e seus sujeitos.

1. Infração Penal.

Não existe diferença essencial entre crimes e contravenções penais.


Ocorre que quando se misturam coisas de somenos importância com
outras de maior valor, correm estas o risco de se verem amesquinhadas,
desmerecidas.
O que se pretendeu, portanto, foi apenas separar os diplomas
normativos que tratariam de condutas miúdas, sem um maior grau de
prejudicialidade à sociedade, daquele onde seriam estabelecidas condutas
mais graves, para as quais haveria um tratamento bem mais rigoroso.
As contravenções são condutas tão menores em relação aos crimes
que são chamadas por alguns doutrinadores de crime anão, delito
liliputiano, ou até, para os mais críticos, de crime vagabundo.
Desta forma o Brasil adota o sistema binário no tocante às infrações
penais.
A Lei de Introdução ao Código Penal traz a diferença entre os dois
conceitos, dispondo que a pena privativa de liberdade para os crimes pode
ser de reclusão ou detenção. Já a pena privativa de liberdade para a
contravenção penal é a prisão simples. Ou seja, o verdadeiro norte para
diferenciar as duas espécies de infrações penais é mesmo o tipo de pena
privativa de liberdade que poderá ser aplicada ao indivíduo.

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Além disso, há também diferença quanto ao limite de cumprimento
de pena. Para crimes é de 30 anos (artigo 75 do CP), enquanto que
contravenções admitem prisão simples por, no máximo, 5 anos (art. 10 da
LCP, Decreto 3688/1941).

2. Sujeitos da infração penal.

A infração penal envolve sempre um autor e uma vítima, no mínimo.


Claro que podem envolver mais de um autor ou mais de uma vítima. Assim
diz-se que o crime possui um (ou mais) sujeito ativo e um (ou mais) sujeito
passivo. Mas quem são esses sujeitos?

Uma grande discussão envolve o conceito de sujeito ativo de


infração penal. Porém, não vamos tratar dela agora. A aula sobre “concurso
de pessoas” será o momento adequado para tratar desse assunto, por
hora, basta entendermos esse simples, mas importante conceito. Que
segue.

2.1 Sujeito ativo.

O sujeito ativo é o autor de um crime, e pode ser tanto quem realiza


o verbo típico (chamado de autor executor), quanto quem possui o
domínio finalista do fato, ou seja, domina o fato criminoso, é o chefe, ainda
que não pratique o verbo típico descrito na norma penal (chamado de
autor funcional).

É também sujeito ativo do crime aquela pessoa que, embora sem ser
seu autor executor ou funcional, participa do crime, induzindo, instigando
ou prestando auxílio ao autor. Esse é chamado de partícipe.

Exemplo: art. 155, caput, do CPB. Subtrair (verbo), para si ou para outrem,
coisa alheia móvel. Ou seja, será autor quem praticar esse verbo (também
chamado de núcleo do tipo, ou ainda, verbo nuclear): quem subtrair. Já o
partícipe é, por exemplo, aquele que convenceu o agente a furtar a coisa.
Veja, ela não praticou o verbo, mas induziu o agente a praticar.

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2.2 Sujeito passivo.

No que se refere ao sujeito passivo, ou seja, a vítima da infração


penal, se divide em:

a) Material ou eventual: é o titular do bem jurídico violado ou


ameaçado pela conduta do autor;
b) Formal ou constante: é o titular do mandamento proibitivo, ou seja,
a lei. E, como sabemos, quem elabora a lei é o Estado.

Observações importantes:

1) O Estado pode ser sujeito passivo eventual ou material também, a


exemplo dos crimes contra a administração pública;
2) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em alguns crimes, bem
como sujeito ativo em crimes ambientais e em crimes contra ordem
econômica e financeira e contra a economia popular (artigo 173, §
5º e 225, § 3º, da Constituição Federal);
3) O morto não pode ser sujeito passivo, pois não é titular de direitos;
4) Considera-se prejudicado a pessoa que sofreu algum prejuízo com a
prática da infração penal;
5) Ninguém pode ser ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo de sua
própria conduta. Ora, eu não posso furtar a mim mesmo.

3. Objeto do crime.

O objeto do crime subdivide-se em objeto jurídico e objeto material.

O objeto jurídico é o bem ou interesse tutelado pela norma. É o bem


da vida protegido. Todo crime tem necessariamente um objeto jurídico,
sob pena de não ser necessária a própria existência norma penal.

Exemplos: no crime de homicídio, o bem é a vida; no furto, o bem jurídico é


o patrimônio.

Já o objeto material é a coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta


delituosa. É o atingido materialmente pela infração penal. Nessa hipótese

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pode ocorrer de alguns crimes não terem objeto material, como o crime de
falto testemunho, ou crimes contra a honra. Nesses casos não existe algo
material que sofrerá com a conduta criminosa.

Exemplo: no crime de homicídio, o objeto material é a pessoa, seu corpo;


no furto, o objeto material é a coisa subtraída.

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