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Concurso de pessoas
Fala ai galera! Dando continuidade ao nosso curso. Tudo que vimos até hoje está na
Teoria do Crime. É a ampla teoria onde estudamos um bom nível de assuntos ligados
ao Direito Penal. Esses assuntos, chamados tecnicamente de “institutos jurídicos”, são
aplicados a qualquer crime, esteja ele no próprio Código Penal, ou em leis especiais
que tipifiquem condutas criminosas.
Pois bem, estudaremos hoje o instituto chamado “concurso de pessoas”, situação que
se verifica quando duas ou mais pessoas resolvem cometerem crimes de forma
conjunta! Naturalmente, ambas responderão pelo crime, mas com qual fundamento?
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2.2 Relevância causal e jurídica de cada uma das condutas
Exemplo: Abraim instiga José a matar Roberto, amante de sua esposa. José,
que desconhecia a traição, fica enfurecido e, convencido por Abraim, acaba
realmente matando Roberto. Perceba que se não fosse a conduta de Abraim,
instigando José, o crime não teria ocorrido. Diferente é se, antes mesmo de
Abraim ter a conversa com João, ele já estivesse decidido a matar Roberto,
nesse caso, João não instigou ninguém. Sua conduta não teve relevância
causal.
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A isso se dá também o nome de homogeneidade do elemento subjetivo,
ou seja, a ideia na cabeça de cada agente criminoso deve ser a mesma,
estando em convergência de vontade de praticar o mesmo crime.
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Por essa razão há quem diga que o Código adotou na verdade a teoria
monista temperada (relativizada), já que prevê penas diferentes para os
concorrentes ao mesmo crime.
3. Conceito de autor.
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Exemplo: duas pessoas, com intenção de matar um desafeto, aplicam
facadas em seu corpo. Sendo, portanto, coautores do crime de homicídio.
Esse domínio pode ser dar através do domínio da própria ação, caso
em que se dá o nome de autor imediato.
O domínio pode se dar também sobre a vontade de um terceiro que é
utilizado como instrumento para a prática do crime, situação em que o
sujeito que domina a vontade alheia é chamado de autor mediato.
Bem como, pode ser o domínio funcional do fato, quando, em uma
atuação conjunta (com divisão de tarefas) para realizar um só fato, é autor
aquele que pratica um ato relevante na execução do plano delitivo global,
chamado de autor funcional.
Para essa teoria partícipe é aquele que contribui no crime sem ter o
domínio do fato.
Repare que para a teoria do domínio não é necessário que o autor
pratique o verbo do tipo.
4. Conceito de partícipe.
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penal, ou seja, não praticam o verbo. Bem como, não possuem o domínio
final do fato.
A participação pode se dar de três formas: induzimento; instigação;
prestação de auxílio.
Induzir é uma ação sobre a vontade do autor, fazendo nascer o
propósito criminoso. É plantar a semente na cabeça do autor. Já o instigar
conta com a semente já plantada, vai, então, reforçar a ideia já existente.
São situações de participação moral ou intelectual, já que o agente só fala,
cria ideias.
A prestação de auxílio é modalidade de participação material, uma vez
que realmente pratica uma conduta física, visando auxiliar o autor ou
coautores. Aqui há um comportamento ativo por parte do partícipe, como o
agente que empresta a arma de fogo, sabendo que o sujeito ia usá-la para
matar alguém.
Exemplo: João empresta a arma a José para matar um bandido que o ataca.
José pratica o fato em legítima defesa, logo, não há antijuridicidade ou
ilicitude. Nesse caso, não há uma conduta principal para o partícipe auxiliar.
Pois houve apenas fato típico, e não ilicitude. Diferente é se João empresta
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a arma para José, inimputável (retardado mental), matar alguém, ai sim,
haverá um fato típico e ilícito, que, apesar de não culpável, já constitui um
injusto penal (uma conduta principal) para que o partícipe concorra.
Exemplo: Roberto empresta uma faca cega para José matar Pedro. A faca foi
usada inicialmente, mas como não era eficaz para matar, José começa a dar
pedradas na cabeça de Pedro, que vem, enfim, a morrer. Note que a
contribuição de Roberto é de eficácia mínima, logo, terá sua pena diminuída.
Não pode ficar sem pena, só não terá a mesma pena que teria se sua faca
fosse totalmente eficaz para a morte de Pedro.
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Artigo 29...§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
Exemplo: João induz José a praticar um furto na casa de seu vizinho, que
estava de férias e não voltaria antes do mês seguinte. José, percebendo a
facilidade da empreitada criminosa, adere ao induzimento de João e vai até
a casa de seu vizinho para furtar os bens de valor que lá se encontravam.
Ocorre que uma empregada estava na casa aguando plantas, quando, então,
José resolve estupra-la. Ora, não era previsível que José iria praticar tal
atrocidade e muito menos que tivesse alguém na casa. Portanto, João
responderá como partícipe apenas do crime de furto.
Por fim, se o crime mais grave era previsto e aceito como possível de
ocorrer, o concorrente por ele responderá, uma vez que houve dolo eventual.
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pratica um crime com arma em punho está ciente de que poderá ter que
usá-la para acertar a vítima.
7. Elementares e circunstâncias.
8. Casos de impunibilidade.
9. Questões específicas.
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