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0093
SENTENÇA
Narrou a exordial que, no dia 28 de julho de 2020, por volta das 13h11min, na
residência situada na Avenida São Pedro, n° 63, Setor Santa Terezinha, neste município, o
acusado ALTEMAR CRISOSTOMO DO NASCIMENTO, imbuído de animus laedendi, ofendeu a
integridade física de seu pai VACIOMAR CRISOSTOMO CARVALHO, causando-lhe as lesões
descritas no laudo de exame de corpo de delito (evento nº 48).
Foi instaurado incidente de insanidade mental do acusado (evento nº 31), tendo sido
confeccionado Laudo Médico Pericial, homologado judicialmente no evento nº 45.
Quanto à autoria, de igual modo, tenho-a como comprovada, uma vez que as provas
produzidas, tanto documentais quanto testemunhais e periciais, são fortes o bastante para
apontar a pessoa do acusado como sendo o autor da prática criminosa que lhe foi imputada, qual
seja: o crime de lesão corporal contra a vítima Vaciomar Crisostomo Carvalho.
O acusado foi submetido à avaliação pela Junta Médica Oficial do Poder Judiciário, que
confeccionou o Laudo Médico Pericial (evento nº 45), cuja parte conclusiva restou redigida nos
seguintes termos, in verbis:
"VIII – CONCLUSÃO
Disso resulta, pois, que na hipótese vertente, o acusado Altemar Crisostomo enquadra-
se na condição de inimputável, amoldando-se à causa de isenção de pena traçada no artigo 26,
do Código Penal.
Sobre o tema, ensinam Celso Delmanto, Roberto Delmando, Roberto Delmando Júnior
e Fábio M. de Almeida Delmando, in Código Penal Comentado, Editora Saraiva, 2010, pág. 364,
ipsis litteris:
"Noção: Se o juiz reconhecer, nos termos e formalidades do art. 26, do CP, que o
autor do fato típico punível é inimputável, o absolverá por essa razão, mas,
obrigatoriamente, deverá aplicar-lhe medida de segurança nos termos deste art. 97.
Todavia, essa sentença, ainda que se atenha aos ditames do Código de 1941,
Ademais, em que pese o crime ora julgado ser punido com detenção, a internação do
paciente se justifica também, pela gravidade e repulsa social do crime, vez que ele agrediu seu
pai, idoso, com 88 (oitenta e oito) anos de idade, durante o final de semana, e não acionou
socorro médico, sendo que a vítima só foi receber atendimento médico na segunda-feira, o que
demonstra sua periculosidade social e seu desprezo com a vida humana.
Considerando que o réu permaneceu preso durante a instrução processual, que ostenta
maus antecedentes (evento nº 81) e que ainda se fazem presentes os requisitos da segregação