Rela To Rio 1706050750167

Processo: 0156946-07.2018.8.09.
0175
Usuário: MILENA SANTOS - Data: 23/01/2024 19:59:10

GOIÂNIA - UPJ JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR: 1º, 2º, 3º E 4º
PROCESSO CRIMINAL -> Procedimento Comum -> Ação Penal - Procedimento Sumário
Valor: R$ 0,00
EXCELENTÍSSIMO (A) DESEMBARGADOR (A) RELATOR (A) DA 2ª CÂMARA
CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
Processo n°: 0156946-07.2018.8.09.0175

Embargante: WASHINGTON ALVES GOMES
WASHINGTON ALVES GOMES, devidamente qualificado

nos autos, assistido pela DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE
GOIÁS, por intermédio do Defensor Público que esta subscreve,
vem perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 609,
parágrafo único, do Código de Processo Penal, interpor
EMBARGOS INFRINGENTES
tendo em vista a existência de decisão não unânime que lhe
fora desfavorável nos presentes autos.
Requer seja recebido e processado o presente
recurso, com as inclusas razões.
Nestes termos, pede deferimento.
Goiânia, 06 de maio de 2022.
MARCO T. PAIVA SIVLA

Defensor Público do Estado
2ª Defensoria Pública de 2º Grau
em substituição
Fórum Cível de Goiânia, localizado na Avenida Olinda, esquina com a Rua PL-03, Quadra G, lote
4, Park Lozandes, sala 230. Telefone: (62) 3201-7047.
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 06/05/2022 15:25:31
Assinado por MARCO TADEU DE PAIVA SILVA:00603381138; MARCO TADEU DE PAIVA SILVA:00603381138
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Processo: 0156946-07.2018.8.09.0175

Valor: R$ 0,00
RAZÕES DOS EMBARGOS INFRINGENTES
Egrégio Tribunal,
Colenda Seção,
Excelentíssimos Desembargadores,
I – Prerrogativas dos membros da Defensoria Pública

Inicialmente, vale ressaltar a necessidade de
observância das prerrogativas dos membros da Defensoria
Pública, em especial as que dizem respeito ao prazo em dobro;
à intimação pessoal mediante vista dos autos; à atuação
independentemente de apresentação do mandato e à manifestação
por cota, nos termos do art. 128 da LC 80/94, com a nova
redação dada pela LC 132/2009.
II – Pressupostos recursais
Acerca da tempestividade, verifica-se que a
Defensoria Pública foi pessoalmente intimada do acórdão em
09/05/2022, iniciando-se o cômputo do prazo no próximo dia
útil subsequente. Considerando que o prazo para a interposição
dos embargos infringentes é de 10 dias, bem como a
prerrogativa de prazo em dobro da Defensoria Pública para

Processo: 0156946-07.2018.8.09.0175

Valor: R$ 0,00
prática do ato processual, de rigor a conclusão no sentido de
ser o presente recurso tempestivo.
Quanto ao cabimento e interesse recursal, tem-se
nos presentes autos acórdão não unânime desfavorável ao
acusado, o que, nos termos no parágrafo único do art. 609 do
Código de Processo Penal, autoriza o oferecimento dos embargos
infringentes pela defesa, a fim de que seja o feito levado a
novo julgamento e reconhecido como prevalecente o voto
sucumbido, justificando, assim, a interposição do recurso em
questão.
III – Relato do processo

O embargante foi denunciado pela prática do crime
previsto no artigo 147 do Código Penal, c/c a Lei n° 11.340/06
(Lei Maria da Penha). Após o trâmite processual, foi condenado
pela prática do crime descrito no artigo 147 do Código Penal,
c/c a Lei n° 11.340/06, à pena-base de 01 (um) mês de detenção
em regime inicial aberto.
Nada obstante o posicionamento majoritário da 2ª
Câmara Criminal, foi proferido voto divergente, que deu
provimento ao recurso para conceder o sursis especial,
previsto no art. 78, § 2º, do CP.
Oportunamente, a Defensoria Pública oferece os
presentes embargos infringentes, porquanto não merece
prevalecer o entendimento delineado no acórdão embargado, mas
sim aquele externado no voto vencido, tal como será a seguir
demonstrado.

Processo: 0156946-07.2018.8.09.0175

Valor: R$ 0,00
IV – Fundamentos
Escorreita a decisão minoritária que concedeu ao
embargante o sursis especial do art. 78, § 2º, do CP, uma vez
que atendidos os requisitos legais para sua concessão, bem
como diante da ausência de motivação adequada na decisão
prevalecente que lhe negou o benefício em questão, impondo-lhe
a limitação de final de semana enquanto condição do sursis
simples (art. 78, § 1º, do CP).
Em se tratando do sursis especial, a legislação
que rege a matéria não veda sua incidência aos crimes
praticados no contexto de violência contra a mulher. Perceba
que quando o legislador pretendeu afastar a concessão de
“benefícios” ou medidas despenalizadoras aos delitos
contemplados pela Lei nº 11.340/06, previu expressa e
previamente na própria Lei essa vedação, como no caso da
proibição da incidência das medidas despenalizadoras da Lei nº
9.099/95.
Por outro lado, reitera-se, quanto ao sursis do
art. 78, § 2º, do CP, não existe nenhuma proibição neste
sentido. Uma vez atendidos os requisitos previstos na redação
do dispositivo, deve ser aplicado. No caso concreto, estão
preenchidos, não havendo razão para negar-lhe ao embargante.
Pertinente à alegação quanto à impossibilidade de
deferimento do sursis especial, ante a ausência de reparação
do dano causado pela infração, cumpre salientar que a própria
redação do dispositivo que regulamenta o sursis especial
permite sua concessão quando o dano causado pela infração não
houver sido reparado, ao estabelecer “se o condenado houver
reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo”.

Processo: 0156946-07.2018.8.09.0175

Valor: R$ 0,00
Por esta razão, ausente de fundamentação concreta
na escolha da sanção mais grave (limitação de final de semana
como condição do sursis).
Neste ponto, como não houve fundamentação idônea a
embasar o arbitramento da condição, umas das restritivas de
direitos mais severas, a limitação de final de semana, a qual,
tem cunho de restrição de liberdade, por determinado período,
em todas as semanas.
A aplicação de medida gravosa ao réu exige

fundamentação idônea, não demonstrando, no caso concreto,
razões para limitar a liberdade do processado, com a limitação
do final de semana, com o fim de cumprir o sursis, quando a
pena total é de 1 mês.
Nota-se que, se somados os dias que permanecerá

privado de liberdade, para cumprir a limitação de final de
semana, será superior ao tempo total da pena privativa de
liberdade.
Logo, de rigor seja julgado como prevalecente o

voto vencido, que modificou a condição de cumprimento da
suspensão condicional da pena, afastando a limitação de final
de semana.
V – Pedidos
Por todo o exposto, requer o embargante, pela
Defensoria Pública de Goiás, sejam os presentes embargos
infringentes conhecidos e no mérito providos, para seja o voto
vencido julgado como prevalecente, e, em seus termos, tendo em
vista restarem atendidos todos os requisitos legais – a pena

Processo: 0156946-07.2018.8.09.0175

Valor: R$ 0,00
corporal imposta não é superior a dois anos, o réu não é
reincidente em crime doloso, as circunstâncias judiciais são
favoráveis e não é possível a reparação do dano –, conceder o
sursis especial (art. 78, § 2º, CP) ao embargante.
Nestes termos, pede deferimento.
Goiânia, 06 d maio de 2022.
MARCO T. PAIVA SIVLA

Defensor Público do Estado
2ª Defensoria Pública de 2º Grau
em substituição


Rela To Rio 1706050750167

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I – Prerrogativas dos membros da Defensoria Pública

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III – Relato do processo

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A aplicação de medida gravosa ao réu exige

Nota-se que, se somados os dias que permanecerá

Logo, de rigor seja julgado como prevalecente o

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