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(semana nº 4)
Boletim Criminal Comentado 167-
Dezembro 2021
Procurador-Geral de Justiça
Mário Luiz Sarrubbo
Assessores
Fernanda Narezi P. Rosa
Ricardo José G. de Almeida Silvares
Rogério Sanches Cunha
Valéria Scarance
Paulo José de Palma (descentralizado)
Danilo Orlando Pugliesi (descentralizado)
Analistas Jurídicos
Ana Karenina Saura Rodrigues
Victor Gabriel Tosetto
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SUMÁRIO
AVISOS...................................................................................................................................................4
1-Tema: Busca e apreensão em residência sem mandado judicial. Divergência entre STF e
STJ.........................................................................................................................................................7
DIREITO PENAL....................................................................................................................................10
1-Tema: STJ anula acordo de não persecução penal firmado em caso de crime de estelionato, e aplica
princípio da insignificância.............................................................................................................10
1-Tema:...............................................................................................................................................13
1- Tema: No tribunal do júri é possível, mediante acordo entre as partes, estabelecer uma divisão de
tempo para debates de acusação e defesa que melhor se ajuste às peculiaridades do caso...............20
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AVISOS
1- RECOMENDAÇÃO Nº 85 do CNMP:
2- RECOMENDAÇÃO Nº 86 do CNMP:
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ESTUDOS DO CAOCRIM
Nos moldes dos Enunciados do CAOCRIM que versam sobre a Lei 14.132/2021, a Quinta Turma do
STJ decidiu que a perseguição ocorrida ao menos duas vezes, cometida e encerrada antes da Lei
14.132/21, então caracterizadora da contravenção penal do art. 65, quando presentes as
elementares do art. 147-A do CP, pode continuar sendo objeto de persecução penal, aplicando, na
hipótese, o princípio da continuidade normativo-típica.
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no âmbito do ANPP, sendo todas aprovadas e agora fazem parte da Carta de Araxá. As teses
apresentadas e aprovadas foram as seguintes:
Reparação de dano – condição obrigatória – vulnerabilidade financeira do (a) investigado (a) – ônus
da prova
Quando presente dano material suportado por vítima(s) certa(s) e determinada(s), a sua reparação
deve constar do ajuste celebrado entre o Ministério Público e o (a) investigado (a), salvo quando
demonstrada a impossibilidade de fazê-lo, incumbindo ao investigado a prova cabal de sua
vulnerabilidade financeira, não bastando a mera alegação.
Considerando que a norma do art. 28-A, do CPP não limitou o ressarcimento da vítima em relação
aos prejuízos sofridos, o órgão de execução do Ministério Público pode, diante do caso concreto,
fixar o valor mínimo do dano moral.
Não possuindo as condições fixadas no acordo de não persecução penal natureza de sanções penais,
posto que pactuadas e não impostas pelo Estado, o cumprimento parcial da prestação pecuniária
não pode ser considerado para fins de detração.
Com fundamento nos arts. 8o., 141, 356, 492 e 515, III, todos do Código de Processo Civil, aplicados
ao Código de Processo Penal (art. 3o.), o capítulo do acordo de não persecução penal relativo à
composição de danos civis poderá ser pactuado com caráter de autonomia, consHtuindo Itulo
execuHvo de natureza cível apto à execução, mesmo na hipótese de posterior rescisão do ajuste.
No caso de ter havido fixação de fiança e esta ter sido efetivamente paga pelo investigado (a), mostra-
se possível pactuar como cláusula do ajuste, considerando o disposto no art. 336 do CPP, que o valor
depositado judicialmente seja revertido a título de reparação de danos civis.
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1-Tema: Busca e apreensão em residência sem mandado judicial. Divergência entre STF e STJ.
Decisão monocrática da PRIMEIRA TURMA, o STF atendeu pedido do Ministério Público de São Paulo
para declarar incabível em sede de habeas corpus individual, ao Poder Judiciário determinar ao Poder
Executivo o aparelhamento de suas polícias, assim como o treinamento de seu efetivo e a imposição
de providências administrativas como medida obrigatória para os casos de busca domiciliar, sob o
argumento de serem necessárias para evitar eventuais abusos, além de suspeitas e dúvidas sobre a
legalidade da diligência, em que pese inexistir tais requisitos no inciso XI, do artigo 5° da Constituição
Federal, nem tampouco no Tema 280 de Repercussão Geral julgado por essa SUPREMA CORTE.
Leia aqui o inteiro teor do acórdão nos autos do RE 1.342.077 SÃO PAULO
COMENTÁRIOS DO CAOCRIM
Este tema foi objeto de análise do CAO-Crim nos boletins 128 e 133. Na oportunidade ressaltamos
que a busca domiciliar, como o próprio nome indica, é aquela feita na casa de alguém. Sendo a casa,
nos termos de preceito constitucional, o “asilo inviolável do indivíduo” (art. 5º, XI, da CF), somente
nas hipóteses expressamente previstas em lei, admite-se exceção a tal princípio. Preocupou-se o
constituinte, assim, em homenagear remotos dogmas da civilização, que sempre procuraram
privilegiar o direito do indivíduo de não ser molestado, quando em sua casa ou de ninguém nela
adentrar sem sua prévia autorização.
Regra geral, portanto, não é permitido o ingresso na casa alheia sem o consentimento do morador
e, por conta disso, somente nas hipóteses previstas no próprio texto constitucional, é que se admite
exceção a tal mandamento.
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2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza
permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se
encontra a droga. Apenas será permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir
que do atraso decorrente da obtenção de mandado judicial se possa, objetiva e concretamente,
inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada.
3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em sua casa e a busca e
apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário e livre de qualquer tipo de
constrangimento ou coação.
5) A violação a essas regras e condições legais e constitucionais para o ingresso no domicílio alheio
resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência da medida, bem como das demais provas que
dela decorrerem em relação de causalidade, sem prejuízo de eventual responsabilização penal dos
agentes públicos que tenham realizado a diligência.
Sem desconsiderar a louvável intenção dos Ministros da Corte Cidadã, nos parece que trabalharam
com a prova tarifária em tema que admite a liberdade de provas. O consentimento do morador pode
ser comprovado de qualquer forma.
Não bastasse, a Corte interveio no ciclo de política de segurança pública a partir de um caso concreto
(individual). Não houve o necessário debate para ser tratado como litígio estrutural. Ignorou tese
firmada pelo STF, em sede de repercussão geral:
“A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que
dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e
penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados”. (STF. Plenário. RE 603616/RO,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 - repercussão geral – Tema 280 -Info 806).
No julgado em comento, o Min. Alexandre de Moraes deu razão ao Ministério Público de São Paulo,
declarando incabível, em sede de habeas corpus individual, ao Poder Judiciário determinar ao Poder
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Executivo o aparelhamento de suas polícias, assim como o treinamento de seu efetivo e a imposição
de providências administrativas como medida obrigatória para os casos de busca domiciliar, sob o
argumento de serem necessárias para evitar eventuais abusos, além de suspeitas e dúvidas sobre a
legalidade da diligência, em que pese inexistir tais requisitos no inciso XI, do artigo 5o da Constituição
Federal, nem tampouco no Tema 280 de Repercussão Geral julgado por essa SUPREMA CORTE.
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DIREITO PENAL:
1-Tema: STJ anula acordo de não persecução penal firmado em caso de crime de estelionato, e
aplica princípio da insignificância
O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu ordem em habeas corpus
para anular acordo de não persecução penal celebrado entre investigado e o Ministério Público, em
caso em que o agente havia sido preso em flagrante por crime de estelionato, ao comercializar um
passe livre de “categoria deficiente”, relativo a transporte público, no valor de R$ 4,50. In casu,
diante da excepcionalíssima situação verificada, foi aplicado o princípio da insignificância, apesar de
que a jurisprudência do STJ ser, usualmente, no sentido de não se aplicar o referido princípio ao
crime do art. 171, §3º, do CP:
(…)Inicialmente, é importante ressaltar que o acordo de não persecução penal, por si só, não é óbice
ao reconhecimento da atipicidade material da conduta.”
COMENTÁRIOS DO CAOCRIM
Como se nota da simples leitura do acórdão acima, o STJ reconheceu a possibilidade do remédio
heroico, mesmo após a celebração do ajuste. Em acórdão mais antigo, o STF já vinha admitindo a
possibilidade de impetração de Habeas Corpus para discutir justa causa em hipótese de aceitação da
transação penal:
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"1. AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito de furto. Subtração de garrafa de vinho estimada
em vinte reais. Res furtiva de valor insignificante. Crime de bagatela. Aplicação do princípio da
insignificância. Atipicidade reconhecida. Extinção do processo. HC concedido para esse fim.
Precedentes. Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por delituoso, é de ser extinto
o processo da ação penal, por atipicidade do comportamento e consequente inexistência de justa
causa.
2. AÇÃO PENAL. Suspensão condicional do processo. Inadmissibilidade. Ação penal destituída de
justa causa. Conduta atípica. Aplicação do princípio da insignificância. Trancamento da ação em
habeas corpus. Não se cogita de suspensão condicional do processo, quando, à vista da atipicidade
da conduta, a denúncia já devia ter sido rejeitada (STF - HABEAS CORPUS 88393-1 - Origem: RJ - RIO
DE JANEIRO - Relator: MIN. CEZAR PELUSO)".
Contudo, alertamos que a questão está longe de ser considerada pacificada. É que em julgado
contemporâneo, o STJ, em decisão monocrática no HC 619.751 (STJ), rejeitou Habeas Corpus
impetrado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo em que se pleiteava a aplicação do
princípio da insignificância em caso em que fora celebrado acordo de não persecução penal (ANPP).
Assim agindo, a defesa quebra a boa-fé e a lealdade processual na sua relação com o órgão acusatório
ao admitir o acordo em favor de seu assistido e posteriormente impugnar a validade da avença
firmada.
Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o mesmo Tribunal, no ano de 2019, decidiu que a aceitação
de transação penal pelo autor do fato o impede de discutir a própria justa causa para a ação penal:
"A defesa impetrou, perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Habeas
Corpus, no qual aduziu a inépcia da denúncia e a ausência de justa causa para a ação penal. Nesse
interregno, sobreveio alteração da capitulação legal dos fatos narrados e, por conseguinte, a
formulação de proposta de transação penal, que foi aceita pela defesa, razão pela qual o referido
writ foi julgado prejudicado de forma monocrática. A transação penal, prevista no artigo 76 da Lei n.
9.099/1995, prevê a possibilidade de o autor da infração penal celebrar acordo com o Ministério
Público (ou querelante), mediante a imposição de pena restritiva de direitos ou multa, obstando,
assim, o oferecimento da denúncia (ou queixa). Trata-se de instituto cuja aplicação, por natureza e
como regra, ocorre na fase pré-processual. Por conseguinte, visa impedir a instauração da persecutio
criminis in iudicio. E é por esse motivo que não se revela viável, após a celebração do acordo,
pretender discutir em ação autônoma a existência de justa causa para ação penal. Trata-se de
decorrência lógica, pois não há ação penal instaurada que se possa trancar. Por fim, vale asseverar
que a impossibilidade de impetração de habeas corpus neste caso não significa malferimento à
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garantia constitucional insculpida no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal. Tal entendimento
decorre da constatação de que, por acordo das partes, em hipótese de exceção ao princípio da
obrigatoriedade da ação penal, deixou-se de formular acusação contra o acusado, possibilitando a
solução da quaestio em fase pré-processual, de forma consensual. Portanto, seria incompatível e
contraditório com o instituto da transação permitir que se impugne em juízo a justa causa de ação
penal que, a bem da verdade, não foi deflagrada" (STJ - HC 495.148-DF, Rel. ministro Antonio
Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por maioria, julgado em 24/9/2019, DJe 3/10/2019).
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1-Tema: divergência acerca do enquadramento legal dos fatos, com reflexo na atribuição funcional.
Autos n.º 15057xx-6x.2021.8.26.0050 – MM. Juízo da Vara do Juizado Especial Criminal do Foro
Central Criminal da Barra Funda (Comarca da Capital)
Suscitante: 73ª Promotora de Justiça Capital, oficiante junto ao JECRIM Central
Suscitada: 22ª Promotora de Justiça da Capital
Assunto: divergência acerca do enquadramento legal dos fatos, com reflexo na atribuição
funcional.
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Segundo consta, no dia 25 de agosto de 2020, por volta das 13h30min, policiais civis, em
cumprimento de ordem de serviço expedida no âmbito da operação “Fashion e High Tech”,
compareceram ao Shopping Lotte, localizado na Rua Galvão Bueno, nº 200, Liberdade, nesta cidade.
Em diligências realizadas no local, verificaram que no box 35/36, onde funcionava a loja
“Daiana Presentes” eram comercializados produtos que aparentavam estar em desconformidade
com a legislação consumerista. Na oportunidade, diversas mercadorias foram apreendidas (fls. 8/7)
e encaminhadas para perícia.
A diligência foi acompanhada por Woon Ja Um, a qual indicou DAIANA EUN JOO LEE como
proprietária da loja (fls. 11).
O laudo pericial de fls. 19/24 confirmou as irregularidades, sobretudo por violação ao direito
à informação, previsto no art. 6º, inciso III, e art. 31, ambos do Código de Defesa do Consumidor.
Ouvida em solo policial, a investigada disse que não sabia sobre as irregularidades e
acreditava que estava comercializando os produtos conforme a regulamentação sobre a matéria.
Após o ocorrido obteve a orientação de como proceder com seus produtos expostos à venda,
procedendo a regularização das mercadorias conforme preceito legal pertinente (fls. 36).
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mesmo que aplicada eventual redução da modalidade culposa, ainda assim extrapola os limites
previstos na Lei n.º 9.099/95 (fls. 73/76).
Vieram os autos a esta Chefia Institucional para a resolução do impasse (fls. 77).
Como destaca HUGO NIGRO MAZZILLI, tal incidente tem lugar quando o membro do
Ministério Público nega a própria atribuição funcional e a atribui a outro, que já a tenha recusado
(conflito negativo), ou quando dois ou mais deles manifestam, simultaneamente, atos que importem
a afirmação das próprias atribuições, em exclusão às de outros membros (conflito positivo) (Regime
Jurídico do Ministério Público, 6.ª edição, São Paulo, Saraiva, 2007, pág. 486-487).
Pois bem.
Assiste razão à Ilustre Suscitante, com a devida vênia da Douta Suscitada; senão, vejamos.
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A confrontação dos dispositivos legais revela que, em parte, coincidem em seu campo de
abrangência. O princípio do non bis in idem, entretanto, obsta a dupla incidência das normas
incriminadoras para regular fato único.
Dois critérios podem ser utilizados para dirimi-lo, pois a infração prevista na Lei n.º 8.137/90,
além de posterior, revela-se especial em comparação com a do Código Consumerista.
O laudo pericial encartado à investigação, nessa ordem de ideias, assenta com clareza
meridiana que as peças examinadas não atendiam às especificações exigidas pelo CDC, porque
algumas estavam com inscrições e instruções de uso em língua estrangeira, desprovidas de marca,
origem de fabricação e composição do material, ao passo que outros objetos estavam desprovidos
de dados do fabricante, origem de fabricação e composição do material (fls. 19/24).
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O art. 7.º da Lei n.º 8.137/90 é apenado com detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Não há falar-se, portanto, em infração de menor potencial ofensivo. Nesse sentido, a tranquila
jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça:
Diante do exposto, conhece-se deste incidente para dirimi-lo, a fim de declarar que a
atribuição para oficiar nos autos compete à Insigne Suscitada, DD. 22ª Promotora de Justiça da
Capital, oficiante junto ao Juízo Comum Criminal do Foro Central.
Para que não haja menoscabo à sua independência funcional, dada a diversa capitulação
jurídica do fato, caso a Ilustre Representante Ministerial subscritora da manifestação de fls. 61/62
ainda esteja em exercício no cargo, designa-se outro promotor de justiça para intervir nos autos,
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1-Tema: No tribunal do júri é possível, mediante acordo entre as partes, estabelecer uma divisão
de tempo para debates de acusação e defesa que melhor se ajuste às peculiaridades do caso.
A plenitude de defesa é um dos princípios constitucionais básicos que amparam o instituto do júri
(art. 5º, XXXVIII, da CF/1988), razão pela qual é louvável a decisão do magistrado que busca efetivar
tal garantia aos acusados.
Entretanto, é importante que as normas processuais que regem o referido instituto sejam
observadas, a fim de que sejam evitadas futuras alegações de nulidades.
Dessa forma, considerado o rigor formal do procedimento do júri, não é possível que,
unilateralmente, o juiz de primeiro grau estabeleça prazos diversos daqueles definidos pelo
legislador, para mais ou para menos, sob pena de chancelar uma decisão contra legem.
Não obstante, nada impede que, no início da sessão de julgamento, mediante acordo entre as partes,
seja estabelecida uma divisão de tempo que melhor se ajuste às peculiaridades do caso concreto.
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