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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
CFC
Nº 70085714574 (Nº CNJ: 0020946-17.2022.8.21.7000)
2022/CRIME
DECISÃO MONOCRÁTICA
Vistos.
Trata-se de Revisão Criminal ajuizada por DANIEL MACHADO, em causa
própria, tendo por objeto a condenação no processo criminal nº 166/2.09.0000165-8, como
incurso nas sanções do artigo 157, § 2°, inciso II, c/c o artigo 14, inc. II, ambos do Código
Penal, à pena privativa de liberdade de 03 (três) anos, 06 (seis) meses e 20 (vinte) dias de
reclusão, em regime inicial aberto, além de 10 (dez) dias-multa, à razão unitária mínima.
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166/2.09.0000165-8
Vara Judicial da Comarca de Ivoti. Proposto em 25/02/2009.
Natureza da Ação: Crimes de Roubo e Extorsão.
--- INQUÉRITO(S) VINCULADO(S) ---
» Inquérito (Policial) número 77/2009, aberto em 26/02/2009, origem:
Ivoti, Ivoti
--- DELITO(S) ---
» Dec. Lei n° 2848 de 1940 Art. 157, § 2, inc. II, cometido em
21/02/2009, combinado com
» Dec. Lei n° 2848 de 1940 Art. 29, cometido em 21/02/2009
» Dec. Lei n° 2848 de 1940 Art. 157, § 2, inc. II, cometido em
21/02/2009
» Dec. Lei n° 2848 de 1940 Art. 14, inc. II, cometido em 21/02/2009
» Denúncia recebida em 14/04/2009.
--- SENTENÇA(S) ---
» Sentença Condenatória em 30/04/2014, transitada em julgadoem
03/06/2014.
» Remessa do PEC à VEC em 12/08/2014.
» Extinção ou cumprimento da pena em 05/04/2017.
--- PENA(S) APLICADA(S) ---
» 3 ano(s) e 6 mes(es) e 20 dia(s) de reclusão, regime aberto
» 10 dia(s) de multa a razão de 1/30 do SM vigente à época do fato
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manifesta. Portanto, só se pode falar em sentença contrária à evidência dos autos quando
esta não se apoia em nenhuma prova produzida no curso do processo, nem tampouco,
subsidiariamente, em elementos informativos produzidos no curso da fase investigatória.
Essa contrariedade pode se referir tanto à autoria do fato delituoso quanto ao crime em si,
ou, ainda, a circunstâncias que determinem a exclusão do crime, isenção ou diminuição da
pena. Portanto, a mera fragilidade ou precariedade do conjunto probatório que levou à
prolação de sentença condenatória não autoriza o ajuizamento de revisão criminal 2.
"( ... )
No dia do fato estava na loja juntamente com sua funcionária
Taís, relatando que entraram dois rapazes, que pediram
informações sobre as marcas de roupas vendidas no local, sendo
2
LIMA, Renato Brasileiro de. Código de Processo Penal Comentado. 3 ed. rev. E atual. Salvador:
Juspodivm, 2018. P. 1514.
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"( ... )
A depoente trabalhava no estabelecimento vítima na ocasião dos
fatos, como vendedora. No momento do fato estava junto com
Angela, referindo que dois indivíduos entraram no
estabelecimento, com uma mochila, perguntando sobre as
marcas que vendiam. Após prestarem as informações um dos
elementos levantou a camisa e mostrou uma arma que portava
na cintura, anunciando o assalto, pedindo que colocassem as
roupas na mochila, o que fizeram. Diz que ficou muito nervosa e
que os elementos passaram a encher as mochilas, sendo que
Angela tentou pegar o celular para fazer uma ligação, mas um dos
indivíduos determinou que largasse. Não recorda se o elemento
que portava a arma a tirou da cintura, apontando para a
depoente ou Angela. Os indivíduos não estavam de máscara e um
deles usava boné. Neste ato a depoente acha que o foi o réu
Valdoir que entrou na loja, juntamente com o terceiro elemento.
Que a depoente reconheceu na audiência realizada no processo
que tramitou no JIJ. Não recorda se era o réu Valdoir quem
portava arma, mas lembra que a pessoa era morena, baixa e
estava de boné. Afirma que ficaram intimidadas com a arma e não
perceberam que se tratava de uma arma de brinquedo. Os
elementos ficaram na loja menos de dez minutos. Havia uma
terceira pessoa aguardando do lado de fora em um carro,
afirmando a depoente que era um Celta preto. Não pode ver o
rosto do condutor, mas relata que quando foi á delegacia o réu
daniel foi apresentado como sendo uma das pessoas abordadas
pela autoridade policial e que conduzia o veículo. O celta estava
estacionado em frente da loja e logo após a saída do carro polícia
passou pelo local, sendo acionada. A polícia conseguiu abordar os
elementos em frente ao boliche, na Presidente Lucena. Os
elementos abordadas foram mostrados por meio de um vidro para
a depoente na delegacia de Novo Hamburgo, afirmando que não
havia mais pessoas com eles. Acha que a arma era de cor prata.
Acha que foram levadas mercadorias no valor de R$ 5.000,00,
mas tudo foi restituído. As mercadorias eram bonés, bermudas,
camisetas e colares de prata. Não houve agressão física. Não
houve ameças verbais, apenas intimidação com a arma. Pelo
Ministério Público: prejudicado. Pela Defesa do réu Daniel: ao
que recorda o veículo era um Celta preto de duas portas. Diz que
antes do assalto o veículo passava devagar pela entrada da loja,
achando a depoente que se tratava do mesmo carro usado para
fuga dos meliantes. Não falou co o réu Daniel na delegacia. Os
elementos que entraram na loja não pareciam estar sob o efeito de
substância entorpecente. Os elementos não pareciam estar
nervosos. Pela Defesa do réu Valdoir: .nada. Nada mais.
( ... )" (grifei)
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"( ... )
Estavam em patrulhamento na Avenida Presidente Lucena,
quando foram informados da ocorrência de um roubo na loja
Agarru, tendo sido informado que os elementos teriam fugido em
um celta preto. Foram em perseguição e na altura do boliche
existente na Presidente Lucena abordaram o veículo, dentro do
qual havia três elementos, entre eles um menor. Ainda relata que
havia uma mochila com peças de roupas da loja vítima, bem
como no porta-luva foi encontrada uma pistola de brinquedo,
que eram tipo cromada, desgastado. As roupas encontradas
tinham etiquetas da loja vítima. Inicialmente os indivíduos
negaram a subtração, porém admitiram a prática delituosa logo
em seguida. O fato ocorreu pela manhã, entre 09 ou 10horas, não
lembrando bem. Não sabe o valor das mercadorias subtraídas,
mas tudo foi restituído à vítima. O depoente reconhece os réus
presentes neste ato como as pessoas abordadas, apontando o réu
Daniel como condutor do celta, achando, embora não recorde
bem, que Valdoir estava no banco de trás do carro. Não recorda
bem, mas lembra que alguém da loja vítima esteve na frente do
boliche reconhecendo as mercadorias que estavam no carro, bem
como os elementos que entraram na loja. Após, os elementos
foram encaminhados para a delegacia, não sabendo o depoente
informar se foi feito reconhecimento pessoal. Se não está
enganado as vítima relataram ameaças verbais. Mas agressão
física não. Confirma que estava com o colega Cristiano Muller.
Pelo Ministério Público: prejudicado. Pela Defesa do réu Daniel:
não houve resistência à abordagem. Pela Defesa do réu Valdoir:
nada. Nada mais.
( ... )" (grifei)
"( ... )
Juiz: O senhor sabe alguma coisa sobre isso?
Testemunha: Sim, é bem como o senhor narrou.
Juiz: Como é que foi a tua participação nisso?
Testemunha: Nós fomos avisados pela sala de operações que
tava acontecendo um assalto nessa loja aí, e a gente chegou ...
eles tavam saindo com esse Celta aí, a gente acompanhou eles e
conseguiu abordar na Presidente Lucena, daí foi retirado ele do
veículo, feito a abordagem e daí encontramos a arma se não me
engano porta luvas, de plástico, parecia com uma pistola e os
objetos furtados numa mochila.
Juiz: Pelo Ministério Público.
Ministério Público: Nada mais.
Juiz: Pela Defesa.
Defesa: Que horas teria o sido o crime?
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IR: o depoente estava em casa quando chegaram seus amigos
Valdoir e Daniel. Eles estavam num Celta de um amigo de Daniel
e queriam marcar um jogo de futebol com o depoente. Depois de
acertarem o jogo, o depoente convidou os dois para irem passar o
dia em Ivoti, onde o depoente tem uma tia. Eles aceitaram e foram
todos para Ivoti. O depoente tinha passado a noite de festa e
fumado maconha com crack e naquela hora ainda estava sob o
efeito da droga. Ainda não tinha dormido. Quando passavam pelo
centro de Ivoti, o depoente pediu que Daniel parasse o carro para
que o depoente comprasse umas roupas numa loja. Daniel parou
no centro e o depoente e Valdoir desceram e foram até uma loja
de material esportivo. Quando estavam dentro da loja, o depoente
tirou da cintura uma pistola de plástico, que imita uma pistola
verdadeira, e anunciou o assalto. Pegou vários objetos e colocou
numa mochila. Depois saíram e voltaram para o Celta, quando o
depoente mandou que Daniel arrancasse e fosse embora.
Quando já estavam a uns cinquenta metros da loja, foram
abordados e presos pelos brigadianos. Quando o depoente pediu
para que Daniel parasse o carro e disse que iria comprar umas
roupas, o depoente já tinha a intenção de assaltar a loja. Daniel
e Valdoir não sabiam de nada. Foi o depoente quem fez tudo,
sem que Daniel e Valdoir tivessem qualquer participação no
assalto. O depoente respondeu a um processo na Vara da Infância
e da Juventude por esse fato e foi “absolvido”. Daniel e Valdoir
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"( ... )
- São verdadeiros os fatos descritos na denúncia.
- Não conhece as provas contra si apuradas deixando-as a
critério de seu Defensor.
- PREJUDICADO.
- refere que na ocasião do fato Douglas, de que era amigo, lhe
convidou para jogar bola, sendo que ele e Daniel passaram na
casa do interrogando. Diz que não sabia ao sair de casa que se
dirigiam para esta cidade, relatando que apenas tomou
conhecimento desse fato quando chegaram em Novo Hamburgo,
ocasião e que perguntou para onde estava indo. Relata que
Douglas referiu que havia encomendado algumas roupas em
uma loja no centro, para onde se dirigiram, parando o veículo
próximo ao local. Douglas convidou o interrogando para lhe
acompanhar, o que fez, sendo que Daniel, condutor do veículo,
permaneceu nele. Ao entrarem na loja Douglas pediu uma
bermuda e quando esta foi alcançada pela vendedor ele então
anunciou o assalto. Douglas portava uma arma na cintura e ao
que recorda o interrogando ele apenas levantou a blusa e mostrou
para a vendedora. A arma era uma pistola, não recordando a cor.
Nega que tivesse conhecimento da intenção de Douglas em
praticar o assalto. Diz que em momento alguma enquanto esteve
com Douglas e Daniel, em direção a esta cidade, ele comentou
sobre a intenção de realizar a subtração. Acha que Daniel
também desconhecia a intenção de Douglas. Douglas mandou
que o interrogando ficasse cuidando o movimento, o que fez,
sendo que ele passou a recolher objetos na loja. Ficaram no local
do fato por mais ou menos quinze minutos. Diz que atendeu à
determinação de Douglas e ficou cuidando porque achou que
não adiantaria nada fugir, pois já havia entrado no local.
Entraram correndo no carro, referindo o interrogando que
Daniel ficou assustado, sendo que Douglas portava uma bolsa
com os objetos subtraídos, mantendo a arma na cintura. Aio
entrar no carro a ele o porque daquilo, ao que respondeu que
tudo estava planejado. Saíram do local, mas foram abordados
pela polícia na Castro Laves, duas quadras mais ou menos
distante da loja. Pararam o veículo que foi revistado pela polícia,
tendo sido a arma encontrada no porta luvas. Nada foi dito na
hora da abordagem. Estudou com Douglas, referindo que não
tinha conhecimento de qualquer envolvimento dele na
criminalidade. Não tem idéia do valor das mercadorias
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"( ... )
- São verdadeiros os fatos descritos na denúncia.
- Não conhece as provas contra si apuradas deixando-as a
critério de seu Defensor.
- PREJUDICADO.
- refere que era conhecido de Valdoir e de Douglas, pois jogavam
futebol juntos. Douglas disse ao interrogando que queria
comprar roupas em Ivoti, pedindo ao interrogando que o
trouxesse nesta cidade. Refere que Douglas já falava há algum
tempo m vir para Ivoti e ao que recorda o interrogando sempre
falava na ausência de Valdoir,. No dia do fato o interrogando
pegou um carro emprestado de um amigo, pegando primeiro
Douglas e depois Valdoir. Quando saíram de São Leopoldo não
sabia exatamente onde iriam, apenas refere que Douglas queria
comprar roupas para o time. Quando estavam na faixa já em
Novo Hamburgo, Douglas pediu para seguir para Ivoti. Ao
chegar nesta cidade pararam próximo de uma loja, tendo
Douglas dito ao interrogando que ficasse aguardando no carro.
Diz que chegou a perguntar a ele porque não poderia ir junto,
tendo Douglas dito que o interrogando não saberia decidir sobre
as roupas do time. Ficou no carro aguardando aproximadamente
de dez a quinze minutos. Valdoir acompanhou Douglas na loja,
afirmando o interrogando que inicialmente Valdoir foi o
primeiro a retornar, pedindo que colocasse o carro um pouco ais
a frente. Douglas veio em seguida e ao entrar no carro mandou
ir embora. Acha que Douglas portava uma sacola e uma mochila.
Diz que ao sair do local Douglas e Valdoir nada referiram sobre a
subtração. Logo em seguida foram abordados pela polícia,
esclarecendo o interrogando que quando iniciou a parada do
veículo viu Douglas tirar uma arma da cintura e colocar no porta
luvas do carro. Até este momento afirma que nada sabia sobre a
subtração. Após parar o veículo a polícia fez revista, encontrando
a arma, que era de brinquedo, no porta luvas. Acha que no local
da abordagem nada foi referido sobre a subtração. Não houve
reação à abordagem policial. Nega que tivesse conhecimento da
intenção de Douglas em praticar o assalto. Afirma que somente
soube da subtração quando a polícia pegou a mochila e começou
tirar as roupas do seu interior. Não tinha conhecimento de que
Douglas tinha envolvimento no crime. Não sabe se Valdoir tinha
conhecimento da intenção de Douglas em praticar o assalto. A
arma que Douglas portava era uma pistola, de brinquedo. Pelo
Ministério Público: não tem inimizade com Douglas ou Valdoir.
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virtude do benefício da Assistência Judiciária Gratuita que ora concedo, nos termos do art.
98, § 3º, do CPC, subsidiariamente aplicado por força do art. 3º do CPP, porquanto atuando
em causa própria.
Intimem-se.
Após, arquive-se.
Diligências legais.
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