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EM FACE:
1. DOS FATOS
A Autora é proprietária de um imóvel fruto de herança deixado pelos pais no qual está
localizado na Rua: Santo André n°89 Bairro: Campestre Município de Teresina – Piauí.
Ocorre que em janeiro de 2021 o Prefeito de Teresina sancionou uma lei municipal
que aumentou a alíquota de Imposto de Propriedade Territorial Urbana (IPTU) de 3%
para 15% do valor venal do imóvel, valendo o aumento para aquele mesmo mês e
cobrado em um boleto de fevereiro de 2021.
Surpreendida pela inesperada despesa com esse tributo, a autora não pôde mais
pagar os seus impostos, no qual no mês de março de 2021, teve os impostos inscritos
na Dívida Ativa do município desse modo foi citada para a cobrança dos atrasados,
multas e honorários advocatícios. Após 5 meses a autora se viu com uma dívida no
qual atualmente se perfaz o valor de R$ 110.000,00. Dessa forma não tendo outra
alternativa a não ser procurar ajuda judicialmente para resolver essa cobrança
abusiva.
2. DO DIREITO
Dispõe o artigo 150 I E III do CTN, requisitos cujos não foram respeitados pela ré ao
efetuar o lançamento do tributo em tela. Pois reza o artigo referido que:
Como visto no art. Citado acima a cobrança é ilegal e não deve prosperar visto
que inflige a lei da legalidade, visto uma vez que foi lançado sem lei que o
estabeleça, não pode ser cobrado antes dos 90 dias após ser publicado a lei
que autorize o aumento, desse modo o valor cobrado se torna ilegal.
b. DA BASE DE CÁLCULO
Para apurar o quantum tributário devido pelos autores, que deveriam custear as
despesas de IPTU, adotou a ré procedimento ilegal, em contradição ao artigo 150 do
CTN e orientações da doutrina e jurisprudência. Pois, em vez de adotar como base de
cálculo o percentual perante a o princípio da legalidade, a ré preferiu equivocadamente
calcular o custo para cada autor/contribuinte mediante o previsto em lei.
c. Do Princípio da anterioridade
Dito acima a ré deixou de observar o Artigo 150, III, b, da Constituição Federal na qual
é uma importante garantia contra a tributação surpresa que impede a organização
fiscal e econômica dos contribuintes. A CF dispõe que é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em
que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Em regra, os tributos não
poderão ser cobrados no mesmo ano do exercício financeiro em que a lei que os
institui ou aumentou foi publicada.
Assim, se uma lei que institui ou aumenta um tributo é publicada em 2021, somente
em janeiro de 2022 é que esse tributo poderia ser cobrado, de acordo com as novas
regras e valores.
Conforme narrado nos itens acima e com os documentos acostados aos autos, ficou
demonstrado que a ré deixou de observar os artigos 146, 148 ,154 e 150 e incisos do
CTN:
Percebe-se, pois, que a ré, na verdade, deixou de aplicar ao caso concreto o princípio
constitucional da legalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, o qual
dispõe que: "A Administração Pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da
legalidade".
Vale dizer que todo ato praticado pela Administração Pública tem que ser previsto em
lei, de tal forma que podemos afirmar que a legislação municipal da ré vem a
complementar o Código Tributário Nacional, cujas disposições não poderiam ser
inobservadas por parte da ré que veio a infringir o artigo 37 da Constituição Federal.
Conclui-se, pois, que os lançamentos tributários de (IPTU) do autor deve ser declarado
nulo, por estar em total desacordo com a legislação municipal, com o CTN e com a
Constituição Federal, vez que seus atos deveriam todos estar vinculados à reserva
legal.
e. DO PEDIDO DE LIMINAR
Por sua vez, o "periculum in mora" encontra-se patente no receio do autor de ser
autuado pela ré, com inscrição do débito em dívida ativa, o que impossibilitará ao autor
a obtenção de certidões negativas de débito fiscal municipal, por estarem deixando de
recolher as “contribuições de IPTU" flagrantemente ilegais e inconstitucionais, na
medida em que as mesmas se tornaram exigíveis a partir do lançamento tributário.
Ademais, dano grave e de difícil reparação sofrerá o autor se tiver de pagar o tributo,
que é de valor expressivo, para depois repeti-lo em demorada demanda judicial. Ou,
se optarem por não pagar, haverá a inscrição da dívida e o ajuizamento de execução
fiscal, com todos os gravames daí resultantes, além de se sujeitarem a multa e juros
de mora.
Por tais razões, estando presentes o "fumus boni júris" e o "periculum in mora", os
autores requerem a concessão de medida liminar inaudita altera para suspender a
exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso V, do Código
Tributário Nacional, e a impedir a ré de lançar o nome dos autores no rol de dívida
ativa e ou em quaisquer cadastros administrativos de inadimplentes.
3. DOS PEDIDOS
c. Protesta-se por provar o alegado pelos meios de provas admitidos pelo Direito.
Dá-se à causa o valor de 110.000,00 (Cento e dez mil) (CPC, art. 259, I).
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AMANDA C.
OAB/PI 4555.88