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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA

DE VIAMÃO/RS

URGENTE

Cobrança indevida juros abusivo

Dotti calçados LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ sob o n° 00.000.000/0001-00, endereço eletrônico
dotticalçadosmodelos@gmail.com, com sede na Rua Esperança, numero 22,
Bairro Isso Tudo Vai Passar, na cidade de Viamão, no estado do Rio Grande
do Sul, CEP 90000-090, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de
seu Advogado infra assinado, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO

C/C PEDIDO DE LIMINAR

Em face do ato coator iminente a ser praticado pelo Secretário da Secretaria de


Finanças do Município de Viamão – RS, cujas atividades são vinculadas à
Secretaria da Fazenda do Município de Viamão, endereçada na Praça Júlio
Castilhos, s/n - Centro, na cidade de Viamão/RS, CEP 94410-055, pelos
fundamentos jurídicos assim dispostos:
UMA BREVE SÍNTESE DOS FATOS

O impetrante é legitimado e diretamente lesado pelo ato


excessivo do poder publico do município, portanto busca evitar que o ato
administrativo ilegal seja praticado, uma vez que o Município de Viamão, em
agosto de 2021, editou nova lei instituindo a cobrança de uma taxa de limpeza
pública para o custeio do serviço público municipal de limpeza de logradouros
públicos, cuja base de cálculo é o faturamento das empresas estabelecidas no
município e sua alíquota é de 0,5%, dentre elas a impetrante, uma vez que a
supramencionada taxa passará a ser exigida a partir do dia 01º de janeiro de
2022.

O Impetrante requereu previamente nas vias administrativas que


tal ato não fosse praticado, processo que ainda corre sem resposta e, vendo-
se a iminente chegada do ano seguinte e junto à ela a cobrança indébita,
recorre a impetrante Às vias Judiciais, por força do artigo 38, Parágrafo Único,
da Lei de Execuções Fiscais.

Ou seja, há fortes evidências e existência de iminente ameaça a


direito liquido e certo, que impõe justo receio e necessidade de recorrer ao
presente remédio Constitucional.

DO DIREITO

DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA

A Constituição Federal protege, como direito fundamental, a concessão


de mandado de segurança quando da violação de direito líquido e certo, nos
seguintes termos:

Art. 5º [...]

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para


proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
A lei específica do mandado de segurança, Lei 12.016/2009,
complementa:

Art. 1 Conceder-se-á mandado de segurança para


proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
as funções que exerça.

A impetrante foi surpreendida com cobrança de taxa na qual não é


permitida por contrariedade ao ordenamento jurídico, adiantando-se que a
impossibilidade da referida cobrança, viola o direito líquido e certo do
impetrante em abster-se do pagamento, conforme será demonstrado no tópico
seguinte.

DO FLAGRANTE INCONSTITUCIONAL

Cabe salientar a flagrante inconstitucionalidade da Lei editada pelo


município, que salta aos olhos, senão vejamos o que diz o § 2 do artigo 145 da
Constituição Federal:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.”

Logo, em primeiro pllano o município não poderia ter instituído taxa,


ademais com valor oneroso, a partir de seu livre julgamento.

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