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1. DA PROGRESSÃO DE REGIME
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Em decorrência disso, os prazos processuais foram suspensos até o
fim do mês de abril em todo o país, conforme a Resolução 313/2020 do
Conselho Nacional de Justiça.
Portanto, considerando
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OMS em 11 de março de 2020, assim como a Declaração de
Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional da
Organização Mundial da Saúde, em 30 de janeiro de 2020, da
mesma OMS, a Declaração de Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional – ESPIN veiculada pela Portaria no
188/GM/MS, em 4 de fevereiro de 2020, e o previsto na Lei no
13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas
para enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional decorrente do novo coronavírus;
(grifamos).
[…]
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instalações que favoreçam a propagação do novo coronavírus;
(grifou-se)
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CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Sistema Prisional em números.
Disponível em https://www.cnmp.mp.br/portal/relatoriosbi/sistema-prisional-em-numeros.
Acesso em 08/04/2020.
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Plural: Presídio tem 20 presos com sintomas de Covid-19; TJ diz que isolamento é impossível
https://www.plural.jor.br/noticias/vizinhanca/presidio-tem-20-presos-com-sintomas-de-covid-19-
tj-diz-que-isolamento-e-impossivel/
Plural: PR registra primeiro caso de covid-19 entre presos
<https://www.plural.jor.br/noticias/vizinhanca/pr-registra-primeiro-caso-de-covid-19-entre-
presos/>
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Medidas como a ora postulada estão sendo tomadas em todo o país
como forma de combate a doença. Segundo informações do Conselho
Nacional de Justiça3 No Piauí, o Tribunal de Justiça concedeu prisão domiciliar
a 600 pessoas que cumprem pena no regime semiaberto e prevê a concessão
de prisão domiciliar às pessoas privadas de liberdade no regime fechado e que
estão no grupo de risco até 31 de maio. No Tribunal de Justiça do Ceará,
portarias estabeleceram que os presos que tiveram saída temporária antes de
18 de março ficarão em prisão domiciliar sob monitoramento eletrônico por 90
dias. E também foi determinada a suspensão de apresentação em juízo pelo
mesmo período.
Além disso o crime pelo qual o detento foi condenado foi praticado
sem o emprego de violência ou grave ameaça, de modo que já na sentença
foram anotadas condições favoráveis a sua conduta social.
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disseminação do vírus", sempre que razoavel, deve ser concedida a
"prisão domiciliar em relação a todas as pessoas presas em
cumprimento de pena em regime aberto e semiaberto, mediante
condições a serem definidas pelo Juiz da execução". 2. Outrossim,
nos termos do artigo 7º, caput e inciso II da Portaria Conjunta nº
834/PR/2019, "o Juiz Corregedor e de Execução Penal de cada
unidade prisional do Estado, durante a vigência do mutirão, mantida
sua independencia funcional, verificará a possibilidade de
implementação das seguintes medidas emergenciais: (...) II -
conceder prisão domiciliar aos presos de regime semiaberto que
estão a até 6 (seis) meses de benefício de progressão de regime, do
livramento condicional ou do fim da pena". Dessarte, considerando
que o paciente se encontra cumprindo pena em regime semiaberto,
bem como não está respondendo a processo disciplinar por suposta
falta grave e que o requisito objetivo para a progressão de regime
aberto, em tese, ocorrerá em menos de 06 (seis) meses, mostra-se
razoavel a sua liberação excepcional e provisória para continuar
cumprindo a sua pena privativa de liberdade em seu domicilio. 3.
Concedido o habeas corpus. (TJ-MG-HC: 10000200354736000 MG,
Relator: Eduardo Brum, Data de Julgamento: 04/05/2020, Data de
Publicação: 13/05/2020)
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Decisão: Trata-se de petição incidental nos autos do agravo
regimental no habeas corpus. Aduz a requerente que há fato novo.
Afirma que ante a pandemia do Covid 19 foi concedida Tutela
provisória incidental na arguição de descumprimento de preceito
fundamental 347 Distrito Federal, que em seu item b, perfeitamente
se enquadra ao caso da Paciente. Alega que a paciente padece de
doença cardíaca e tem mais de sessenta anos. É o relatório. Decido.
(...). Quanto à pandemia provocada pelo COVID-19, frise-se que o
Plenário do STF na ADPF 347, de relatoria do Ministro Marco
Aurélio, negou referendo à medida liminar, nos termos do voto do
Ministro Alexandre de Moraes. Dessa forma, a análise deverá ser
feita caso a caso segundo a Recomendação n. 62/2020 do
Conselho Nacional de Justiça. Ante o exposto, não conheço do
pedido, mas determino ao Juízo de primeiro grau que reavalie a
prisão preventiva da paciente, à luz da recomendação n.
62/2020 do CNJ, consideradas as peculiaridades do caso concreto.
Publique-se. Comunique-se e arquivem-se os autos. Brasília, 24 de
março de 2020. Ministro Gilmar Mendes Relator Documento
assinado digitalmente. (STF - TPI HC: 178663 SP - SÃO PAULO
0033576-31.2019.1.00.0000, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data
de Julgamento: 24/03/2020, Data de Publicação: DJe-072
26/03/2020)
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relativos ao regime de cumprimento de pena, com base na Súmula
n. 192 do Superior Tribunal de Justiça, que determina que cabe ao
Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela Justiça Federal.2. A mesma decisão
impugnada determinou a expedição de guia de execução definitiva.
De acordo com as informações prestadas pela autoridade
impetrada, em 17.03.20, foi encaminhada Guia de Recolhimento
Definitiva para a Vara de Execução Penal da Comarca de Bauru
(SP), a qual foi distribuída sob o n. 0002253-82.2020.8.26.0026,
Unidade Regional de Departamento Estadual de Execução Criminal
DEECRIM 3ª RAJ - Bauru/DEECRIMUR3, Controle VEC
2020/004903, conforme extrato processual anexado (ID n.
127263001, fls. 18/20).3. Considerando a declaração pública de
situação de pandemia em relação ao novo coronavírus pela
Organização Mundial da Saúde - OMS, em 11.03.20, assim como a
Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância
Internacional da Organização Mundial da Saúde - OMS, em
30.01.20, a Declaração de Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional - ESPIN veiculada pela Portaria no
188/GM/MS, em 04.02.20, e o previsto na Lei n. 13.979, de
06.02.20, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do novo coronavírus, bem como que grupo de risco para
infecção pelo novo coronavírus - Covid -19 compreende "pessoas
idosas, gestantes e pessoas com doenças crônicas,
imunossupressoras, respiratórias e outras comorbidades
preexistentes que possam conduzir a um agravamento do estado
geral de saúde a partir do contágio, com especial atenção para
diabetes, tuberculose, doenças renais, HIV e coinfecções", o
Conselho Nacional de Justiça editou a Recomendação n. 62/2020.4.
Cotejando-se a possibilidade de concessão de prisão domiciliar em
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relação a todas as pessoas presas em cumprimento de pena em
regime aberto e semiaberto, prevista no art. 5º, III, da
Recomendação CNJ n. 62/2020, com a idade avançada do paciente,
que conta com 73 (setenta e três) anos (ID n. 126849844), e a sua
condição de saúde atual, como hipertenso e diabético, que o
classifica como integrante do grupo de risco e pode se agravar a
partir do contágio, pelo novo coronavírus - Covid -19 (ID n.
126849837), reputo adequada a concessão da ordem de habeas
corpus para que cumpra pena em prisão domiciliar, expedindo-se o
contramandado de prisão, só podendo ausentar-se de sua
residência com autorização judicial, e devendo a autoridade
impetrada ser informada de eventual mudança de endereço.5.
Ordem de habeas corpus concedida para que cumpra pena em
prisão domiciliar, expedindo-se o contramandado de prisão, só
podendo ausentar-se de sua residência com autorização judicial, e
devendo a autoridade impetrada ser informada de eventual
mudança de endereço. (TRF 3ª Região, 5ª Turma, HC - HABEAS
CORPUS - 5005991-46.2020.4.03.0000, Rel. Desembargador
Federal ANDRE CUSTODIO NEKATSCHALOW, julgado em
07/04/2020, Intimação via sistema DATA: 14/04/2020)
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2. DA ISENÇÃO DA PENA DE MULTA POR
IMPOSSIBILIDADE DO RÉU
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absoluta impossibilidade econômica do apenado em pagar a
multa, ainda que parceladamente. 3. Agravo regimental
desprovido.
3. DOS PEDIDOS
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Nestes termos, pede deferimento.
ADVOGADO
OAB
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