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14/08/2021 Evento 54 - SENT1

Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
5ª Vara Cível da Comarca de São Leopoldo
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PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5005657-10.2019.8.21.0033/RS


AUTOR: ARCELINO DA SILVA SILVEIRA
RÉU: BANCO BRADESCO S.A.

SENTENÇA

Vistos, etc.

ARCELINO DA SILVA SILVEIRA  ajuizou ação de


revisão contratual em desfavor de BANCO BRADESCO S.A. Disse,
em síntese, que celebrou contrato de cartão de crédito com a instituição
ré e pretende revisar determinadas cláusulas contratuais. Liminarmente,
pediu pela abstenção da inclusão de seu nome nos cadastros restritivos
de crédito. No mérito, postulou pela confirmação da liminar com a
consequente  procedência da ação.  Juntou procuração e documentos
(evento 01).

Recebida a inicial, deferida AJG e determinada a inversão


do ônus da prova (evento 08).

Citada, a parte ré apresentou contestação (evento 10).


Preliminarmente, sustentou à inépcia da petição inicial, bem como à
falta de interesse de agir do autor, pedindo pela extinção da ação. No
mérito,  sustentou à  legalidade das cláusulas contratuais. Postulou
pela improcedência da ação em seu favor.

Houve réplica (evento 15), ocasião em que a parte autora


refutou os termos de defesa e repisou a exordial.

Designada audiência de instrução (evento 35) e realizada


na forma dos eventos 44 e 45.

Encerrada a instrução as partes apresentaram memoriais


(eventos 50 e 51).

Após, vieram os autos conclusos para julgamento.

Relatei.

DECIDO.
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As preliminares arguidas confundem-se com o mérito da


demanda, o qual passo a analisar.

A demanda objetiva a revisão de contrato de cartão de


crédito formalizado entre as partes.

Dito isso, saliento que o caso em questão não se distancia


em premissas, fatos e argumentos dos demais que tomam o Poder
Judiciário de assalto em enxurradas de ações entre instituições bancárias
e contratantes, tampouco há nele peculiaridades que não permitam o
entendimento exarado por esta Magistrada em processos semelhantes.

É este o entendimento, pois, que passo a expor como ratio


decidendi, englobando os pedidos lançados em inicial e questões a eles
atinentes nos tópicos abaixo relacionados.

Aplicabilidade do CDC e limitação dos juros

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às


relações bancárias, por serem autênticas relações de consumo. E isto,
tenho, vai ao encontro de uma interpretação, não apenas literal, do
próprio dispositivo de tal Código que regula estarmos ou não diante de
uma relação de consumo.

Com efeito, em seu artigo 2º, caput, e no § 2º do art. 3º,


dispõe de modo claro o referido Estatuto que, de um lado, pode-se
considerar consumidor aquele que utiliza o serviço (mútuo, empréstimo,
financiamento, etc) como destinatário final, e, de outro, a lei é de clareza
solar ao dispor, no § 2º do art. 3º, que a atividade de natureza bancária,
financeira e de crédito há que se considerar, para os termos da lei,
“serviço”.

Não se desconhecem teorias segundo as quais o


contratante de dinheiro, junto às instituições bancárias, não seria um
destinatário final, porquanto o produto que contrata (dinheiro) é um
meio – não um fim – para a aquisição ou produção de outros bens.
Tenho que é exatamente considerando o substrato destas teorias que se
faz possível as entender despropositadas do ponto de vista lógico.
Afigura-se evidente que o dinheiro, enquanto dinheiro, é em si um
produto (seja ele reflexo do trabalho ou reflexo do capital) e o
contratante do dinheiro junto à instituição, neste sentido, é o seu
destinatário final. Isto apenas não ocorreria se o contratante, ele mesmo,
usasse o dinheiro que lhe foi disposto pela instituição para deixá-lo
disponível a terceiro. Mas isto, evidentemente, não é o que ocorre com a
massa das situações revisandas, tampouco se afigura in casu.

Daí, aquele que contrata dinheiro (por meio de mútuo,


financiamento, conta corrente, ou qualquer outra operação que implique
disposição de dinheiro, desde que não pretenda deixar este dinheiro a
disposição de outrem, o que demandaria prova concreta da instituição)
deve ser considerado consumidor, e, de outro lado, aquele que deixa o

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dinheiro à disposição, nesta diversidade de espécies contratuais, deve ser


considerado fornecedor. E, nesta relação, o CDC faz-se imperativamente
aplicável.

Entretanto, a aplicabilidade do CDC merece um


temperamento, que faço enquanto subordinada que sou à vinculatividade
dos efeitos e à eficácia erga omnes das decisões em sede de controle
abstrato de constitucionalidade (art. 28, parágrafo único da Lei n.º
9.868/1999) exaradas pelo Excelso Supremo Tribunal Federal.

Ocorre que, em 07-06-2006, o STF, acolhendo a


interpretação segundo a qual as instituições financeiras estão alcançadas
pelas normas do CDC, afastou a exegese que submete a este Código
questões referentes ao custo das operações ativas e remuneração das
operações passivas praticadas pelas instituições financeiras, veja-se: 

“Ação direta julgada improcedente, afastando-se a exegese que


submete às normas do Código de Defesa do Consumidor [Lei n.
8.078/90] a definição do custo das operações ativas e da
remuneração das operações passivas praticadas por instituições
financeiras no desempenho da intermediação de dinheiro na
economia, sem prejuízo do controle, pelo Banco Central do Brasil, e
do controle e revisão, pelo Poder Judiciário, nos termos do disposto
no Código Civil, em cada caso, de eventual abusividade, onerosidade
excessiva ou outras distorções na composição contratual da taxa de
juros. [...]” (STF. Tribunal Pleno. ADI 2591/STF. DJ 29-09-2006.
Relator Min. Carlos Velloso. Relator p/ acórdão Min. Eros Grau).

Ou seja, exclui-se da aplicação do CDC a questão referente


aos juros remuneratórios, os quais, segundo o julgamento, deverão
obedecer às normas do Banco Central. Apenas se superiores às taxas
praticadas no mercado e fixadas pelo BACEN, assim, poder-se-á falar
em limitação dos juros. Do contrário, valem os juros pactuados.

Tal julgamento, acredito, além de fechar as portas para a


inteligência dos dispositivos do CDC no sentido de nelas encontrar
limitação dos juros, extirpou tentativas de forçar uma exegese de
validade da antiga limitação constitucional dos juros em 12% a.a. Por
mais auto-aplicável que pudesse ser o antigo § 3º, art. 192 da CF/1988,
esta auto-aplicabilidade passou a ser indefensável a partir de dois
marcos históricos: num primeiro momento, em âmbito Judiciário, o
julgamento da ADIN n.º 4 pelo STF; e, num segundo momento, em
âmbito Legislativo, a EC n.º 40/2003, que houve por revogar aquele
parágrafo, colocando, pois, uma pá de cal na questão.

Depois da posição adotada pelo Supremo Tribunal Federal


e, em sua esteira, pelo Superior Tribunal de Justiça1, seria dispendioso,
irresoluto e infrutífero o prolongamento da discussão.

Há que se notar, no entanto, que a decisão do STF na


ADIN n.º 2591 não se traduz em alvará para as instituições financeiras
cobrarem o quanto quiserem, em patamares fixados ao alvedrio do
consumidor e ao arrepio de toda sorte de limitação. Não. Na mesma
decisão, e aqui está o cerne do presente tópico, há um limite a ser
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considerado acerca da limitação dos juros, qual seja, as taxas cobradas


no mercado e as definições de juros do Conselho Monetário Nacional.
Possível o controle, pelo Banco Central do Brasil, e do controle e
revisão, pelo Poder Judiciário, nos termos do disposto no Código Civil,
em cada caso, de eventual abusividade, onerosidade excessiva ou outras
distorções na composição contratual da taxa de juros.

E, neste ponto, a fim de verificar estar ou não caracterizada


a abusividade, embora comungasse do entendimento de que a Taxa
SELIC constituía um bom patamar para verificar a existência ou não da
referida abusividade, há de se reconhecer que os pretórios, nos mais
recentes julgados, houveram por afastar esta tese, consagrando que a
cobrança de taxas em valores superiores a Taxa SELIC não configura
abusividade.2

Assim, trata-se de verificar caso a caso se as taxas de juros


cobradas estão acima dos patamares de mercado para, apenas assim,
designar o limite, este em conformidade às normas editadas pelo Banco
Central e Conselho Monetário Nacional. Caso contrário, estando as
taxas cobradas em conformidade com o mercado, não há que se falar em
revisão, reservando esta apenas para as hipóteses em que existir
injustificado distanciamento entre a remuneração impugnada e a
realidade mercadológica.

Em suma, tenho que não existe limitação de apriorística de


juros remuneratórios no nosso ordenamento, havendo que se perquirir se
as taxas cobradas estão em conformidade com os valores cobrados no
mercado.

2. Da caracterização da mora e seus encargos

É possível a cobrança dos encargos de inadimplência ante


o não-cumprimento, por parte do contratante (correntista, mutuário,
etc.), das obrigações assumidas quando da celebração do contrato. O não
pagamento das parcelas avençadas implica o risco de arcar com as
consequências decorrentes de sua inatividade.

Comprovada a mora, incide multa de 2%, nos termos do


art. 52, § 1.º do CDC, conforme alteração procedida pela Lei n.º 9.298,
em 01-08-1996. A multa moratória apenas pode ser de 10% em relação
às parcelas indébitas antes da referida alteração legislativa.

Os juros moratórios que não restarem pactuados


expressamente têm limitada a cobrança em 6% ao ano, a teor do
disposto no art. 1.062, do Código Civil de 1916, até a entrada em vigor
das disposições substitutas contidas do novo Código Civil (10-01-2003),
a partir de quando limitada a cobrança de juros moratórios, pactuados
acima destes ou não, em até 1% ao mês, de acordo com o art. 406, do
novo Código Civil c/c o art. 161, § 1º, do CTN. A limitação dos juros
moratórios no patamar de 1% a.m., aliás, foi conclusão unânime da

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Jornada de Direito Civil organizada pelo Centro de Estudos da Justiça


Federal (Enunciado n. 20), taxa que é aplicada também quando os juros
moratórios não forem convencionados.

Em suma, tenho que: a) a multa moratória pode ser


cobrada em 10% apenas até 01-08-1996, data a partir do qual a multa é
limitada a 2%; b) os juros moratórios permitem livre pacto até 10-01-
2003, data até a qual, caso não pactuados, são limitados em 6% a.a. e a
partir da qual os juros moratórios são limitados em 1% ao mês,
pactuados ou não.

3. Da comissão de permanência

Ocorrendo inadimplência, a cobrança da comissão de


permanência, calculada pela média dos juros praticados no mercado, é
possível, desde que não seja cumulada com a correção monetária, com
multa e com juros moratórios, e não seja superior à taxa do contrato.

Este entendimento foi consagrado na Súmula n.º 30 do


STJ, segundo a qual “a comissão de permanência e a correção monetária
são inacumuláveis” e repisado na jurisprudência do STJ.3

Ou seja, mal não há de cobrar a comissão de permanência,


desde que: 1. não cumulada com juros moratórios; 2. não cumulada com
correção monetária; 3. não cumulada com multa; 4. não superior à taxa
contratada.

Em suma, tenho que legal a comissão de permanência,


desde que não cumulada com juros moratórios, multa ou correção
monetária.

4. Da capitalização dos juros

Pode ocorrer capitalização de juros nos casos específicos


previstos em lei e quando houver previsão ou convenção contratual
(conforme artigo 248 do Código Comercial, artigo 4º do Decreto nº
22.626/33, Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal). Isto ocorre com
as cédulas de crédito rural, comercial e industrial, o que se depreende,
aliás, da Súmula nº 93 do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que
assim dispõe: “A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e
industrial admite o pacto de capitalização de juros”. Válida, pois, desde
sempre, a cláusula do regime de capitalização dos juros em
periodicidade inferior a um ano em referidos contratos.

Realidade outra subsistia, entretanto, em outras espécies


contratuais, como em contratos de abertura de crédito em conta-
corrente, contrato de arrendamento mercantil e escritura pública de
abertura de crédito, mútuo bancário, dentre outros. A capitalização
mensal dos juros, nesses casos, era vedada mesmo quando
expressamente convencionada, uma vez que a prática de anatocismo era
repudiada pela Súmula 121 do STF. Dessa proibição não se achavam
excluídas as instituições financeiras.
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Todavia, desde a edição da Medida Provisória 1.963-


17/00, e suas reedições, foi incluído o art. 5º nas MPs anteriores que,
expressamente, permite a capitalização (observadas as condições do
parágrafo único). Desde então, pois, permitiu-se a capitalização dos
juros em periodicidade mensal, tendo sido a legalidade da Medida
Provisória consagrada nos Tribunais, conforme se depreende dos
seguintes julgados do nosso Tribunal de Justiça.4

Em suma, tenho que: a) válida a capitalização dos juros em


periodicidade inferior a um ano apenas nos contratos de cédula de
crédito rural, comercial e industrial; b) válida, a partir de 30-03-2000, a
capitalização dos juros em periodicidade inferior a um ano nos demais
contratos, sendo que, antes desta data, permitida a capitalização apenas
anual.

5. Do índice de correção: legalidade da TR e do IGPM

Os pretórios de há muito vêm entendendo que a legalidade


da utilização do IGPM como fator de correção uma vez que, buscando a
correção monetária apenas manter constante o poder aquisitivo da
moeda, tal índice supre perfeitamente tal desiderato.

Isto não significa, contudo, a ilegalidade de outros índices


de correção, como, em específico, da taxa referencial, considerando
notadamente o fato de que a contração é posterior à edição da Lei n.º
8.177/91, como já pacificou o STJ, ao sinalar: “É válida a aplicação da
TR como indexador da correção monetária, para contratos posteriores à
Lei 8.177/91, desde que pactuada, nos termos da Súmula 295/STJ, o que
restou evidenciado pelo v. acórdão recorrido. Precedentes.” (STJ. Quarta
Turma. AgRg no REsp 480460/RS. DJ 05-02-2007. Relator Min. Jorge
Scartezzini).

Em suma, tenho que legais o IGPM e a TR como índices


de correção monetária. Desta, caso pactuada. Daquele, nos demais
casos.

6. Da compensação e repetição do indébito

Filio-me à jurisprudência consagrada que permite a


compensação e repetição de valores indevidos.5 Nos casos em que foram
efetuados pagamentos superiores ao débito, estes devem ser
compensados com eventual débito pendente e, caso haja créditos
remanescentes ao autor, estes devem ser devolvidos, praticados os
mesmos índices de juros e correção.

Saliento, outrossim, que embora possível juridicamente, na


ausência de cláusulas ilegais, por óbvio, não há o que compensar ou
repetir. Quando sucumbente em parte mínima a instituição, há que se
ponderar, do ponto de vista matemático, a existência de valores
compensáveis/repetíveis.

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Em suma, tenho que, caso tenham sido efetuados


pagamentos superiores ao débito, estes devem ser compensados com
eventual débito pendente e, caso haja crédito remanescente ao autor, os
valores deverão ser devolvidos, praticados os mesmos índices de juros e
correção.

7. Da adequação do caso em tela à fundamentação

As partes entabularam contrato de cartão de crédito, no


qual, do que se depreende, de acordo com o pedido inicial, foram
cobrados juros remuneratórios de 440,63% a.a.;  IOF; tarifa de
manutenção de conta.

Pois bem. Os juros remuneratórios destoam das médias de


mercado, conforme tabela do Bacen para o mês da contratação
(257,37% a.a.), de modo que há abusividade;

Quanto ao IOF,  trata-se de imposto sobre operações


financeiras, devido na hipótese contratual, onde o Banco, por meio do
financiamento, disponibiliza o dinheiro ao consumidor, inviável,
portanto, de revisão e consequente afastamento;

Quanto à tarifa de manutenção de conta, estando ela ativa,


está a instituição financeira autorizada na sua cobrança, motivo pelo
qual vai mantida.

Logo, revisado o contrato  somente quanto aos juros


remuneratórios, imperiosa se faz a parcial procedência da ação.

Por fim, saliento que não há provas do erro substancial


aforado na exordial, sendo que o autor confirmou que utilizava do cartão
para compras esporádicas, fato confirmado por sua esposa, por ocasião
da audiência de instrução, não havendo como reconhecer a nulidade da
dívida, apenas, portanto, revisando os juros cobrados, conforme pedido
exarado no petitório inaugural.

Em face do exposto, JULGO PARCIALMENTE


PROCEDENTE a ação de revisão contratual ajuizada por ARCELINO
DA SILVA SILVEIRA  em face de BANCO BRADESCO  S.A., para o
efeito de deferir a liminar e:

a) DECLARAR a    nulidade da cláusula de juros


remuneratórios e determinar, em substituição, a fixada pelo BACEN
para o período e a espécie contratual (257,37% a.a.).

Diante da abusividade dos juros remuneratórios, afasto a


mora do autor

Considerando a parcial procedência da ação, condeno cada


um dos litigantes ao pagamento de 50% das custas processuais e dos
honorários devidos ao procurador da parte adversa, fixados em R$
1.200,00, que deverá ser corrigido pelo IGP-M, a contar da presente data

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e acrescido de juros de mora de 1% a.m. a partir do trânsito em julgado.


Suspensa a exigibilidade dos encargos devidos pelo consumidor em face
do benefício da gratuidade de justiça.

A expressão exata (em números) do decidido demandará


liquidação de sentença, onde serão verificados os patamares cobrados
deduzidos à razão dos provimentos favoráveis ao consumidor na parte
sentencial dispositiva. Caso tenham sido efetuados pagamentos
superiores ao débito, estes devem ser compensados com eventual débito
pendente e, caso haja crédito remanescente ao autor, os valores deverão
ser devolvidos, na forma simples, praticados os mesmos índices de juros
e correção.

Com o trânsito em julgado, intime-se o autor, a fim de que


dê prosseguimento ao feito.

Interposto recurso de apelação por quaisquer das partes, e,


considerando que não há mais juízo de admissibilidade em primeiro
grau, tendo em vista o disposto no art. 1.010, do CPC, intime-se a parte
contrária para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias. No caso de
haver recurso adesivo, intime-se a parte apelada para contrarrazões no
mesmo prazo. Após, subam os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
RS.

Sentença publicada e registrada eletrônicamente.

Intimem-se.

Documento assinado eletronicamente por ROSALI TEREZINHA CHIAMENTI LIBARDI,


Juíza de Direito, em 21/7/2021, às 14:7:59, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A
autenticidade do documento pode ser conferida no site
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/externo_controlador.php?
acao=consulta_autenticidade_documentos, informando o código verificador 10009360222v9 e
o código CRC bc7f943d.

1. Como referido, é uniforme a orientação do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que os


juros se limitam “unicamente aos valores fixados pelo Conselho Monetário Nacional”, como
assentou a Ministra Nancy Andrighi (AI nº 436.363, J. 19/03/2002). Vide, no mesmo sentido:
Resp n. 4285/RJ, Rel. Min. Athos Carneiro; Resp n. 5.212/SP, Rel. Min. Dias Trindade; Resp
n. 19.294/SP, Rel. Min. Barros Monteiro; Resp n. 158.508/RS, Rel. Min. Ruy Rosado de
Aguiar; Resp n. 122.776/RS, Rel. Min. Costa Leite; Resp n. 124.779/RS, Rel. Min. Carlos
Alberto; Resp n. 128.911/RS, Rel. Min. Waldemar Zveiter e Resp n. 130.875/RS, Rel. Min.
César Asfor Rocha.
2. STJ. Quarta Turma. AgRg nos EDcl no REsp 787385/RS. DJ 04-12-2006. Relator Min.
Min. Hélio Quaglia Barbosa; STJ. Quarta Turma. AgRg no REsp 825228/MS. DJ 03-11-2006.
Relator Min. Aldir Passarinho Junior; TJ/RS. Segunda Câmara Especial Cível. Apelação Cível
nº 70017984253. Data de Julgamento: 16-01-2007. Relator Des. Túlio de Oliveira Martins;
TJ/RS. Primeira Câmara Especial Cível. Apelação Cível nº 70017801267. Data de
Julgamento: 27-12-2006. Relatora Desa. Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira
3. “É admitida a incidência da comissão de permanência, desde que não cumulada com multa
contratual, juros moratórios ou correção monetária. Precedentes.” (STJ. 3ª Turma. AgRg no
Ag 442.929/RS. DJ 02-09-2002. Relatora Min. Nancy Andrighi)
4. Vide: TJ/RS. Segunda Câmara Especial Cível. Apelação Cível nº 70017984253. Data de
Julgamento: 16-01-2007. Relator Des. Túlio de Oliveira Martins; TJ/RS. Primeira Câmara

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Especial Cível. Apelação Cível nº 70017801267. Data de Julgamento: 27-12-2006. Relatora


Desa. Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira.
5. Vide os acórdãos já citados: TJ/RS, AC nº 70017984253; TJ/RS, AC nº 70017801267.
 
5005657-10.2019.8.21.0033 10009360222
.V9

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