Você está na página 1de 12

Apelação Cível Nº 1.0024.13.

305911-3/001

<CABBCABCCBBACADDDAAABADCABCACBDBAACAA
DDADAAAD>
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. COBRANÇA INDEVIDA DE ENCARGOS.
CARTÕES DE CRÉDITO. AUTORIZAÇÃO PARA DÉBITO EM CONTA.
DÉBITO DO VALOR MÍNIMO DA FATURA.
Responde pelos danos materiais o banco que, mesmo autorizado a
realizar o débito automático do valor integral da fatura de cartão de
crédito e, havendo saldo na conta-corrente, debita somente o valor
mínimo para pagamento.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0024.13.305911-3/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - 1º APELANTE: BANCO DO


BRASIL SA - 2º APELANTE: LIANA EURIDICE DE CARVALHO MARTINS - APELADO(A)(S): BANCO DO BRASIL
SA, LIANA EURIDICE DE CARVALHO MARTINS

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 12ª CÂMARA CÍVEL do


Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da
ata dos julgamentos, em DAR PARCIAL PROVIMENTO A AMBOS OS
RECURSOS.

DES. DOMINGOS COELHO


RELATOR.

Fl. 1/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

DES. DOMINGOS COELHO (RELATOR)

VOTO

Tratam-se de Apelações Cíveis aviadas por BANCO DO


BRASIL S/A e LIANA EURIDICE DE CARVALHO MARTINS em face
da sentença de f. 110-113 que nos autos da ação de repetição de
indébito, julgou parcialmente procedente o pedido inicial e condenou
o requerido a restituição simples em conta corrente do valor
debitado como pagamento mínimo das faturas do cartão de crédito
Ourocard Platinum Estilo Visa n. 4984.0693.1221.6341 e, ao
pagamento em dobro de R$15.823,93, decotado os valores integrais
dos débitos do período de 18 de julho de 2010 a 28 de janeiro de
2013, corrigidos pelos índices divulgados pela CGJ/MG a partir do
desconto e acrescidos de juros de 1% desde a citação, estando os
valores sujeitos à liquidação.

Em suas razões de inconformismo, o primeiro apelante alega


que ‘não é devida a restituição de valores eventualmente
depositados, pois imperiosa seria a configuração de má-fé do Banco
Apelado para tanto, o que não resta demonstrado nos autos’ e
ainda, que ‘em momento algum a apelada comprovou ter realizado
qualquer tipo de pagamento indevido ou em excesso, sendo óbvio
que inexistem valores a serem restituídos’.

Também irresignada, a segunda apelante alega que em


decorrência do erro cometido pelo apelado na realização do serviço
de débito automático, efetuou o pagamento do valor referente aos
débitos/ compras realizados por ela, no montante de R$ 22.572,97,
bem como de todos os encargos financeiros indevidos no importe de
R$15.823,93. Portanto, pugna pela devolução em dobro dos valores
indevidamente descontados, e, ainda, que a devolução das quantias

Fl. 2/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

pagas não sofra qualquer abatimento. Pugna por fim, pelo aumento
da condenação do requerido nos honorários advocatícios ao
patamar de 20% do valor atualizado da condenação.

Contrarrazões do primeiro recurso, às f. 133-136 e, do


segundo recurso à f. 137-142.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço dos


apelos.

Diante da similitude, as questões deduzidas nos recursos


serão analisadas conjuntamente.

Pois bem.

Inicialmente, importante registrar que, coerente com o


entendimento que adoto em casos deste jaez, tenho que superada a
discussão a respeito da natureza de relação de consumo que
encerram as operações bancárias, posto que nestas comparece a
instituição financeira como fornecedor, tendo como consumidor o
mutuário, e como produto o dinheiro.

Neste sentido, Cláudia Lima Marques entende que:

"as operações bancárias como um todo, foram


consideradas pela jurisprudência brasileira, como
submetidas às normas e ao novo espírito do CDC
de boa-fé obrigatória e equilíbrio contratual. Como
mostra da atuação do Judiciário, não se furtando a
exercer o controle do conteúdo destes importantes
contratos de massa (...). O CDC rege as operações
bancárias, inclusive as de mútuo ou de abertura de
crédito, pois relações de consumo. O produto da
empresa de banco é o dinheiro ou crédito, bem
juridicamente consumível, sendo portanto,
fornecedor, e consumidor o mutuário ou creditado"

Fl. 3/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

(Contratos no Código de Defesa do Consumidor,


RT, 3ª ed., p. 201-202).

É também a lição de NELSON NERY:


"Analisando o problema da classificação do banco
como empresa e de sua atividade negocial, tem-se
que é considerado pelo art. 3º, caput, do CDC,
como fornecedor, vale dizer, como um dos sujeitos
da relação de consumo. O 'produto' da atividade
negocial do banco é o crédito; agem os bancos,
ainda, na qualidade de prestadores de serviço,
quando recebem tributos mesmo que de não
clientes, fornecem extratos de contas bancárias
por meio de computador, etc... Podem os bancos,
ainda, celebrar contrato de aluguel de cofre, para a
guarda de valores, igualmente enquadrável no
conceito de relação de consumo. Suas atividades
envolvem, pois, os dois objetos das relações de
consumo: os produtos e os serviços." (Código
Brasileiro de Defesa do Consumidor, comentado
pelos autores do anteprojeto, 6ª ed., Ed. Forense
Universitária, p. 459).

O tema encontra-se, inclusive, sumulado pelo Superior


Tribunal de Justiça:
"O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
instituições financeiras."

Pois bem. Da análise dos autos, verifica-se que a autora


celebrou um contrato de cartão de crédito com o réu, Banco do
Brasil S/A, alegando que autorizou o débito automático do valor
integral das faturas do seu cartão de crédito, entretanto, o banco
debitou somente o valor mínimo das faturas, sem qualquer
autorização da requerente.

Em sede de contestação o réu alega que ‘não houve


contratação do débito em conta do valor integral, havendo apenas a
estipulação da cláusula que em caso não havendo o pagamento da
fatura em qualquer quantia entre o mínimo e o valor total até a data

Fl. 4/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

do vencimento, haveria o desconto automático da importância


mínimo, ou seja, 10%’ e ainda, que ‘a parte autora recebia em sua
casa as faturas, conferia os valores lançados, o que garantia
possibilidade de verificar se os valores descontados estavam
corretos’.

No entanto, o primeiro apelante não logrou produzir prova


concreta e convincente de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito da autora (CPC, art. 333, II), limitando-se ao terreno infértil
das meras alegações.

Ora, conforme ressai dos autos, restou incontroversa que a


parte autora contratou junto ao réu cartão de crédito, não ficando
demonstrado, em momento algum, a alegada anuência da autora
acerca da referida cláusula que autoriza o desconto automático
apenas da importância mínima, bem como, não existindo nos autos
uma prova sequer a corroborar a assertiva de que a parte autora
recebia em sua casa as faturas do cartão de crédito.

Conforme bem pontuou a douta Julgadora, litteris:

“Em suma, na produção das provas, o requerido


permaneceu inerte, mesmo ciente que lhe caberia
comprovar a existencia da mencionada cláusula ou
anuência, i.e, dos fatos impeditivos do direito da
autora, conforme dispõe inciso II do artigo 333 do
Código de Processo Civil.” (f. 111)

Assim, ao que emerge, não cuidou o primeiro recorrente de


produzir as provas aptas e suficientes a comprovar a existência da
autorização da autora do débito automático em sua conta apenas do
valor mínimo, pelo que não há como agasalhar sua pretensão.
Sobreleva, ressaltar, ainda, que, a instituição financeira
informou que não teria outras provas a produzir, e requereu o

Fl. 5/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

julgamento de forma antecipada nos termos do art.333,I do CPC, à


f. 105.

A sistemática adotada pelo Diploma Processual Civil pátrio,


no que concerne ao ônus da prova, está muito clara no art. 333,
CPC, impondo ao autor o ônus fundamental da prova de seu direito,
e, ao réu, o ônus de demonstrar qualquer fato modificativo, extintivo
ou impeditivo do direito do autor.

MOACIR AMARAL SANTOS, citando Betti, observa que:

“O critério da distribuição do ônus da prova


deduzida do ônus da afirmação evoca a antítese
entre ação, no sentido lato, e exceção, também no
sentido lato, a cujos ônus respectivos se coordena
o ônus da afirmação para os fins da prova. O ônus
da prova – é útil insistir – é determinado pelo ônus
da afirmação, e este, por sua vez, é determinado
pelo ônus da demanda, que assume duas posturas
diferentes, apresentando-se da parte do autor,
como ônus da ação, e da parte do réu como ônus
da exceção”.

E, continua:

“Em suma, quem tem o ônus da ação tem o de


afirmar e provar os fatos que servem de
fundamento à relação jurídica litigiosa; quem tem o
ônus da exceção tem o de afirmar e provar os fatos
que servem de fundamento a ela. Assim ao autor
cumprirá provar os fatos constitutivos, ao réu os
impeditivos, extintivos ou modificativos do direito
do autor” (Comentários, Rio de Janeiro: Forense, v.
IV, p. 33).

A sua vez, a jurisprudência proclamada de nossos Tribunais


reafirma:

Fl. 6/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

“Na sistemática processual civil incumbe ao réu


comprovar, de forma induvidosa, as circunstâncias
previstas no n. II do art. 333 do CPC. A prova deve
convencer. Aquela que deixa entrever as
alegações simplesmente como possíveis não
satisfaz ao julgador, que precisa de elementos
para firmá-la” (TJ-MT, Alexandre de Paula, O
Processo Civil á Luz da Jurisprudência, Forense, v.
III, 2ª ed., p. 528).

“Um dos princípios em matéria de prova é o de


que o ônus da prova incumbe a quem alega o fato.
Alegando pagamento e não exibindo documentos
comprobatórios da quitação, não se exime da
responsabilidade pelo pagamento total da dívida”
(RT 600/210).

Assim, no caso sub judice, como já dito, não tendo o primeiro


apelante produzido prova apta a convencer as suas alegações e,
ainda, tendo havido, na decisão de f. 106-108, a inversão do ônus
da prova, deve-se considerar idônea a planilha realizada pela autora
à f.19, a qual demonstra que o valor de R$ 15.823,93 refere-se ao
valor total da despesa acrescida dos encargos indevidos (R$
38.396,90), menos o valor da despesa efetivamente realizada pela
segunda apelante (R$ 22.572,97).

Assim, ao contrário do decidido pelo i. magistrado a quo, não


deve haver abatimento no valor de R$ 15.823,93, posto que nesse
já foi decotado os valores das despesas realizadas no período de
18 de julho de 2010 a 28 de janeiro de 2013, ou seja, esse é o
montante cobrado indevidamente pela instituição financeira,
decorrente do erro na prestação do seu serviço.

No que tange a quantia de R$22.572,97, essa não deve ser


restituída, pois, como bem alegou o primeiro apelante, esse valor
refere-se aos bens adquiridos pela autora e que, de fato, é
devedora. Logo, a cobrança é totalmente devida, não podendo

Fl. 7/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

haver a restituição de qualquer parcela da referida quantia, inclusive


do pagamento mínimo, que está inserido nesse valor.

Nesse sentido:

INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO - INVERSÃO


DO ÔNUS DA PROVA - RESTITUIÇÃO DE
VALORES - DESCONTOS - CONTA
CORRENTE - DANOS MORAIS. Aplica-se a
inversão do ônus da prova em favor do
consumidor embora inexista verossimilhança
de suas alegações, se o fornecedor não
recorre da decisão que a deferiu. O desconto
indevido de valores junto a conta corrente na
qual o autor percebe benefício previdenciário,
mensalmente, por mais de 2 (dois) anos,
configura ato ilícito causador de dano moral.
Inexistindo prova da autorização dos
descontos, devem ser considerados ilícitos
os débitos efetuados na conta corrente da
autora. (TJMG - Apelação Cível
1.0145.12.066923-2/001, Relator(a): Des.(a)
Evangelina Castilho Duarte, publicação da
súmula em 03/07/2015).(grifo nosso)

“APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANOS


MATERIAIS E MORAIS. BANCO DO BRASIL.
COBRANÇA INDEVIDA DE ENCARGOS.
CONTRATO DE FINANCIAMENTO. CARTÕES
DE CRÉDITO. AUTORIZAÇÃO PARA DÉBITO
EM CONTA. DÉBITO DO VALOR MÍNIMO DA
FATURA.
1. A autorização para débito em conta dos
valores referentes a liquidação, prestações,
encargos financeiros e acessórios relativos a
contrato de financiamento celebrado entre o
Banco do Brasil S/A e pessoa jurídica, que não
especifica a que bandeira do Ourocard
Empresarial se refere (Visa ou Mastercard), faz
presumir que a autorização diz respeito a
ambos os cartões mencionados no contrato.
2. Responde pelos danos materiais o banco
que, mesmo autorizado a realizar o débito
automático do valor integral da fatura de
cartão de crédito e, havendo saldo na

Fl. 8/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

conta-corrente, debita somente o valor


mínimo para pagamento.
3. Não tem direito à indenização por dano
moral a pessoa jurídica que, apesar de ter sido
cobrada indevidamente, não teve a sua honra
objetiva abalada, pois não houve abalo à sua
reputação, seu nome não foi inscrito nos
órgãos de proteção ao crédito e o título não
chegou a ser enviado a protesto.
4. Deu-se parcial provimento ao apelo da
autora para condenar o réu a pagar os danos
materiais referentes à cobrança indevida de
encargos (R$ 249,92).” (TJDF - Ap. Cível
20091010019416, Rel. Des. SÉRGIO ROCHA)
(grifo nosso)

Confira-se a jurisprudência:

"Quanto à devolução em dobro dos valores pagos


a maior, a jurisprudência deste Tribunal é assente
no sentido de que tal determinação só é cabível
em caso de demonstrada má-fé, o que não foi
comprovado na hipótese dos autos."(STJ, AREsp
439770 Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI Data
da Publicação 07/02/2014)

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL DE
CONTRATOS BANCÁRIOS. CONTRATOS NÃO
JUNTADOS AOS AUTOS. JUROS
REMUNERATÓRIOS. LIMITAÇÃO À TAXA MÉDIA
DE MERCADO. JUROS MORATÓRIOS. SÚMULA
N° 379/STJ. REPETIÇÃO EM DOBRO DO
INDÉBITO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N°
322/STJ.
(...)
3. Acerca da repetição do indébito, firmou-se que é
cabível, de forma simples, não em dobro, quando
verificada a cobrança de encargos ilegais, tendo
em vista o princípio que veda o enriquecimento
sem causa do credor, independentemente da
comprovação do equívoco no pagamento, pois
diante da complexidade do contrato em discussão
não se pode considerar que o devedor pretendia
quitar voluntariamente débito constituído em
desacordo com a legislação aplicável à espécie. A
questão está pacificada por intermédio da Súmula
n° 322 do STJ.

Fl. 9/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

4. Agravo regimental a que se nega provimento."


(STJ, AgRg no AREsp 394042 / RS, Relatora Min.
MARIA ISABEL GALLOTTI, DJe 04/02/2014)

"AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
- AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO
- DECISÃO MONOCRÁTICA DO MINISTRO JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA NEGANDO
PROVIMENTO AO RECURSO.INSURGÊNCIA DO
AUTOR.
(...)

3. Nos termos da consolidada jurisprudência desta


Corte, a devolução em dobro do valor
indevidamente recebido depende da constatação
da má-fé, dolo ou malícia por parte do credor, o
que não ocorreu no caso dos autos. (STJ, AgRg
nos EDcl no Ag 1227068 / PR, Relator Ministro
MARCO BUZZI, Órgão Julgador T4 - QUARTA
TURMA, DJe 04/02/2014)

Cumpre salientar que a autora não tem direito à dobra pedida


sobre valores eventualmente pagos à maior porque, não foi
comprovada a ocorrência de má fé por parte da instituição
financeira.

Prevê o art. 42, parágrafo único do CDC:

"O consumidor cobrado em quantia indevida tem


direito à repetição do indébito, por valor igual ao
dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese
de engano justificável."

Nesse sentido:

"APELAÇÃO - AÇÃO ORDINÁRIA - MAJORAÇÃO


INDEVIDA DE TARIFA BANCÁRIA - ÔNUS DA
PROVA - RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS
- REPETIÇÃO DO INDÉBITO - COMPROVAÇÃO
CABAL DA MÁ-FÉ - NECESSIDADE - APELO
ADESIVO - AUSÊNCIA DE CONTRAPOSIÇÃO
TEMÁTICA - NÃO CONHECIMENTO. (...) Somente
há se falar em repetição do indébito quando

Fl. 10/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

provada de forma cabal a má-fé do suposto credor.


No ordenamento jurídico brasileiro, a boa-fé se
presume, apenas se podendo concluir pela má-fé
de uma parte, quando a outra produzir prova firme
de que tenha aquela agido com improbidade. (AC
1.0024.05.628194-2/001, 9ª CaCív/TJMG, rel. Des.
José Antônio Braga, p. 19/04/2008).

"AÇÃO DE OBRIGAÇÃO C/C REPETIÇÃO DE


INDÉBITO E INDENIZAÇÃO - DESCONTOS
INDEVIDOS - DEVOLUÇÃO EM DOBRO DOS
VALORES - AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ - DANOS
MORIAS - INOCORRÊNCIA - SENTENÇA
MANTIDA. A pena de devolução, em dobro, da
quantia cobrada indevidamente, prevista,
atualmente, no parágrafo único do art. 42 do CDC
e art. 940, do CCB/2002, depende de prova cabal
da má-fé do suposto credor. (...) (AC
1.0145.06.351670-5/001, 17ª aCív/TJMG, rel. Des.
Eduardo Mariné da Cunha, p. 09/10/2007).

Por fim, quanto aos honorários advocatícios, entendo que não


merece acolhimento a pretensão da segunda Apelante, pois a
quantia fixada foi bem arbitrada, atendendo as disposições previstas
no art. 20, § 3º do CPC.

Ante o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO


PRIMEIRO APELO, para extirpar da condenação do réu a
restituição do valor debitado como pagamento mínimo das faturas
do cartão de crédito e, condenar o réu, ao pagamento de forma
simples de R$15.823,93; DOU PARCIAL PROVIMENTO AO
SEGUNDO APELO, para determinar que a quantia a ser paga pelo
réu de R$15.823,93 não sofra qualquer abatimento, e seja acrescida
de correção monetária e de juros nos termos do contrato, mantendo
quanto ao mais a decisão primeva.

Custas recursais de ambos os Apelos, meio a meio, admitida


à compensação.

Fl. 11/12
Apelação Cível Nº 1.0024.13.305911-3/001

DES. JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA (REVISOR) - De acordo com o(a)


Relator(a).

DES. JOSÉ AUGUSTO LOURENÇO DOS SANTOS - De acordo


com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "DERAM PARCIAL PROVIMENTO A


AMBOS OS RECURSOS"

Fl. 12/12

Você também pode gostar