Complicações pós-operatórias podem ser gerais (cardíacas, pulmonares, renais), particulares de
determinado procedimento (ex. reposição de sangue e derivados e re-operação) ou particulares a determinado método (ex. como na videocirurgia). CIRURGIA SEGURA - PROJETO INTERNACIONAL DA OMS: em vários países para redução morbidade e mortalidade. Evitar troca de paciente, de procedimento, de lado, administração de medicamentos errados. Diminuição de “erros inerentes ao método”. + Conferir paciente, instrumentos, restrições. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS: IATROGÊNESE: troca paciente, operação, lado; reações alérgica; corpo estranho; aparelhos e instrumentos inadequados; cuidados com os procedimentos ditos simples (inserção sonda e cateter). FEBRE PÓS-OPERATÓRIA: Ausência de febre no pré-operatório: +Em menos de 48h sugere atelectasia pulmonar (causa mais comum). Além da febre, tem dor para respirar e está relacionado à pouca movimentação do paciente. Outras causas tem mais sintomas. + Do 3 ao 5 dia após a cirurgia sugere infecção urinária (se colocou sonda vesical). + Mais de 5 dias sugere infecção da ferida operatória (antes disso são infecções gravíssima, se tomou antibiótico pode aparecer bem depois). Presença febre no pré-operatório: relacionado a doença primária. ASPIRAÇÃO PULMONAR: Profilaxia: jejum, sonda nasogastrica (oclusão intestinal); cuidados na intubação. Tratamento precoce: antibiótico (microbiota mista do estômago), respirador. RETENÇÃO URINÁRIA: mais comum em homens, operações períneo e pelve, anestesia peridural ou raquidiana (após 700ml a camada de músculo fica muito fina e mais difícil é a contração – na raqui tem muita infusão de soro e o paciente acorda paralisado [não sente]). + Estimular a micção precoce após recuperação anestésica. + Minimizar infusão de líquidos no pós-operatório. + Cateterismo de alivio. Pode existir infecção urinária e edema (pode piorar a retenção urinária). + Se necessitar novo cateterismo-demora. INFECÇÃO CIRÚRGICA: geralmente no 5 dia de pós-operatório; mais de 7 dias após uso de antibiótico; 24-48 horas com estreptococo e Clostridium. INFECÇÃO PÓS-ESPLENECTOMIA: sepse causada por bactéria e protozoários – pode ser imediata ou anos após a esplenectomia. Risco: de 0,23-0,42% ao ano e de 5% durante a vida. Risco por toda a vida (42% ocorrem 5 anos após esplenectomia). + Risco maior em crianças e quando a indicação de esplenectomia é por doenças hematológicas (particularmente anemia falciforme) e câncer. Agente etiológico: S. pneumoniae (50-90%), Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis, Salmonella sp., malária (regiões endêmica). Alterações imunológicas: redução de remoção de antígeno, resposta a novos antígenos (inclusive a imunização EV), fagocitose (peptídeo promotor de fagocitose), IgM sérica, properdina (inicia via alternativa da ativação do complemento), tufsina (peptídeo que aumenta fagocitose) Clínica + Sintomas iniciais: febre, calafrio, sintomas inespecíficos. + Locais da infecção: pneumonia, meningite, outros ou não identificado. + Choque séptico em horas ou poucos dias. + Mortalidade 50-70% nas formas avançadas. Nathalia Crosewski – 2013.2 Cirurgia Geral | Aula 6 - Página |2
Profilaxia: reduz significativamente a doença.
+ Vacina: Pneumococia (eumovax 23, pneumo 23) dose de reforço cada 5-10 anos; Haemophilus influenza (act-Hib; hiberix); vacina meningocócicca (menigo A+ C, meningite). + Penicilina oral (amoxilina) para crianças se não for previamente vacinado. + Amoxilina empiricamente se apresentar febre. HEMORRAGIA: Fatores predisponentes: distúrbio de coagulação prévio, sangramento per-operatorio intenso, disfunção hepática. Conduta: reposição sangue e derivados (dependendo da idade, quantidade de sangue, etc); re- operação. Controle de hemorragia: + Sangramento de vaso grande: ligadura, sutura, clip,bisturi (radiofrequência, ultra-sonico). + Sangramento difuso: eletrocautério, argônio, hemostáticos locais (TachoSil – selante com fatores de coagulação aderidos). NEOPLASIAS MALIGNAS PÓS-TRANSPLANTE: as neoplasias mais comuns da população geral não aumentam. Há geralmente um aumento de neoplasias relacionadas a vírus - aumento de câncer de pele (10-29 vezes); linfomas não Hodgkin (28-49 vezes), sarcoma Kaposi (400-500 vezes), câncer de anus, períneo, genital, hepatocelular, renal. São tumores mais agressivos. Etiologia: imunossupressão, infecção, transplante de neoplasia.