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MANHUAÇ
U 2022
VITÓRIA PEREIRA SOARES
Orientador(a):
MANHUAÇ
U 2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................4
1.1 Problema de pesquisa.....................................................................................................5
1.2 Justificativa....................................................................................................................6
1.3 Objetivos da pesquisa....................................................................................................8
1.3.1 Objetivos gerais...................................................................................................8
1.3.2 Objetivos específicos..........................................................................................8
2. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................9
3. METODOLOGIA DA PESQUISA..........................................................................13
4. CRONOGAMA.......................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................15
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1. INTRODUÇÃO
Por se tratar de matéria sem previsão legal, qual seria a solução hermenêutica apta a
compatibilizar a regra da legitimação sucessória com as relações de filiação decorrentes dos
diversos processos de reprodução assistida, sobretudo em se tratando de inseminação ou
transferência de embriões post-mortem, se é possível utilizar embriões excedentários do
genitor apenas na autorização constante no contrato com as clínicas de reprodução humana
assitida, e como ficam os direitos sucessórios desse embrião?
1.2 Justificativa:
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O texto constitucional é omisso em seu artigo 1.798 CC, que ainda se mantem
inexoráveis quanto à sucessão do filho oriundo de inseminação artificial homóloga
post mortem, onde se tem por legitimado a suceder alguém as pessoas nascidas ou
já concebidas no momento da abertura da sucessão, excluindo os filhos póstumos da linha
sucessória.
O próprio conselho federal de medicina recomenda, pela resolução 1358, que
ao decidir pela preservação de material genético, o casal deva manifestar de forma expressa e
por escrito, no que diz respeito ao uso deste.
Temos que levar em consideração o que dispoem acerca da personalidade que todo ser
humana possui, desde o início da sua existência, ou seja, todo o ser humano que nasce com
vida se torna, automaticamente, uma pessoa e adquire, por consequência, uma personalidade.
Mas não podemos confundir personalidade com a pessoa. Esta é o ser humano, o qual se
atribuem direitos e obrigações, já a personalidade é a aptidão, reconhecida pela ordem jurídica
a alguém, para exercer direitos e contrair obrigações.
No ordenamento jurídico Brasileiro, pessoa natural é o ser humano com vida, desde a
sua concepção, tendo-lhe este, assegurados os seus direitos e deveres, não obstante os
inerentes a sucessão, pois com a morte, transmite-se a herança aos herdeiros, de acordo com a
ordem de vocação hereditária estabelecida no artigo 1.829, do Código Civil, não havendo
objeção nem determinação expressa quanto aos concebidos post-mortem, permitindo-se a
transmissão da posse automática sem o consentimento ou a aceitação dos herdeiros
beneficiados, ou decisão de qualquer natureza.
Até mesmo o herdeiro que não tenha tido conhecimento da abertura da sucessão, a
transmissão se dá a seu favor, desde o momento do falecimento do autor da herança. A
transmissão ocorre, assim, por força da lei. Com isso, o indivíduo que herdou e ainda não
sabe, ou não aceitou, já ingressou em seu patrimônio, conquanto não definitivamente (LÔBO,
2014).
Por se tratar de legislação inexistente acerca da temática, vemos a
insegurança jurídica plainar sobre o direito pátrio, não existindo garantias aos
embriões oriundos de inseminação artificial e afins, gerados após a morte do pai.
A solução está na admissão da inclusão na sucessão testamentária do filho
concebido por inseminação artificial homóloga, após falecido o marido, nos mesmos
moldes que a prole eventual de terceiro, ou seja, por um prazo definido de dois anos
entre a abertura da sucessão e a concepção. Caso a concepção ocorra após esses
dois anos, o filho havido por inseminação artificial homóloga não participará da sucessão do
pai.
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Este é um tema muito popular e controverso, uma vez que é uma técnica de
reprodução cada vez mais utilizada que está se tornando cada vez mais importante nas
jurisdições, embora até agora não haja uma regulamentação clara.
Em nosso cenário atual, quanto as técnicas médicas envolvendo a reprodução humana
assistida, temos evoluído cientificamente, trazendo e alcançando um público alvo muito maior
que em tempos atrás, levantando cada vez mais questões de cunho jurídico, ético, social,
moral, religioso e etc.
Dito isso, é necessário que o ordenamento jurídico regule os procedimentos realizados
pelos médicos, bem como resolva eventuais conflitos não enunciados pelo escasso código
civil diante de novos fatos familiares. Sobre a necessidade de o direito acompanhar o
desenvolvimento da sociedade.
Discorrer acerca das mudanças nas noções de família ao longo da história das
sociedades humanas;
Demonstrar a existência de herdeiros legítimos não mencionados no código civil;
Demonstrar que a exigência do elemento, ante mortem, rompe com diversos princípios
constitucionais;
Comparar entendimentos jurisprudenciais e doutrinários acerca da temática;
Realizar pesquisas documentais acerca da evolução destes métodos den concepção.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
A fertilização artificial, seja ela in vitro ou não, post mortem é uma realidade dos dias
atuais em razao da modernização de técnicas de criopreservação de material genético do
homem, possibilitando que a, mesmo após o seu falecimento, insemine seu sêmen, vindo a
gerar um filho de pai pré-moriente. Nem se quer poderíamos pensar em tal possibilidade no
século passado, sendo possível na atualidade com base na evolução das técnicas da medicina,
mais especificamente da engenharia genética.
Com tudo, esse método é alvo de constantes embates doutrinários e jurisprudenciais
acerca de sua aplicação, bem como de seus reflexos, tanto no direito de família, como no
direito sucessório. A doutrina diverge quanto a possível execução da inseminação artificial
homóloga post-mortem, pois alguns doutrinadores defendem o princípio da autonomia da
vontade, onde cabe aos pais toda liberdade quanto ao planejamento familiar e igualdade entre
os filhos. Neste sentido, o professor CARLOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE FILHO
esclarece que “o planejamento familiar, sem dúvida, dá-se quando vivos os partícipes, mas
seus efeitos podem se produzir para após a morte”35. Com o mesmo entendimento,
DOUGLAS PHILLIPS FREITAS ensina que.
A nossa Carta Magna em seu art. 226, §7º, defende a livre decisão do casal quanto
ao planejamento familiar, vedando qualquer minoração deste direito, por quem quer
que seja, e, se houver, estará atacando os princípios da dignidade da pessoa humana
e da paternidade responsável.
A vontade do doador (cônjuge ou companheiro) na reprodução assistida sempre será
expressa por força da Resolução 1.358/92 do Conselho Federal de Medicina, sem
que, necessariamente, haja o doador realizado um testamento, por isto, é importante
prever uma solução para o caso concreto de haver material genético para reprodução
assistida sem testamento indicando a prole futura.
... havendo clara vontade do casal em gerar o fruto deste amor não pode haver
restrição sucessória alguma, quando no viés parental a lei tutela esta prática
biotecnológica.
obra, A nova filiação: o biodireito e as relações parentais, o referido autor apresenta o mesmo
entendimento, colocando que:
... ao menos no estágio atual da matéria no direito brasileiro, não há como se admitir,
mesmo com vontade expressa deixada em vida pelo falecido, o acesso da ex-esposa
ou ex-companheira às técnicas de reprodução assistida homóloga, diante do princípio
da igualdade em direitos entre os filhos. (GAMA, 2003, p 40.)
Mas mesmo em vista destes fatores, Gama (2008) afirma que, por se constituir um
organismo vivo, a família é um conceito que se modifica constantemente, sendo necessário à
sua análise um enfoque histórico e normativo. Conforme o autor:
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
4. CRONOGRAMA
qualificação do marco
teórico do estudo.
Fase III: Discussão e
revisão X
de textos.
Fase IV: Redação do
X
texto final da pesquisa e
divulgação
dos resultados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 11. ed. rev. ampl. e atual. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
ENGELS, Friedrich. A Origem da família, da propriedade Privada e do Estado:
trabalho relacionado com as investigações de L. H. Morgan. 1. ed. São Paulo: Boitempo,
2019.
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FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Família.
Vol. 06. 7ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2015.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito de Família. São Paulo: Saraiva Educação. 2019.
LUNA, Ana Paula de Jesus Passos. O novo conceito de família - evolução histórica e
repercussão no ordenamento jurídico brasileiro. Conteúdo Jurídico, 2010.
Disponível em: < http://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/22061/o-novo-
conceito-de-familia-evolucao-historica-e-repercussao-no-ordenamento-juridico-
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%20carnais>. Acesso em: 25 de mai. 2021.