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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC


ÁREA DAS CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO

ALANA PAULA TOMAZI GUISOLFFI

A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POST MORTEM E O DIREITO DO FILHO À


HERANÇA

Xanxerê/SC
2023
1

ALANA PAULA TOMAZI GUISOLFFI

A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POST MORTEM E O DIREITO DO FILHO À


HERANÇA

Projeto de Pesquisa apresentado como


requisito parcial na disciplina Metodologia da
Pesquisa, Curso de Direito, Área das Ciências
Jurídicas, da Universidade do Oeste de Santa
Catarina, Campus de Xanxerê, Santa Catarina.

Orientador: Paulo Roberto Ramos Alves

Xanxerê/SC
2023
2

SUMÁRIO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 3
1.1 AUTORA 3
1.2 CURSO 3
1.3 ORIENTADOR 3
1.4 INSTITUIÇÃO ENVOLVIDA 3
2. ELEMENTOS DA PESQUISA 3
2.1 TEMA 3
2.2 ÁREA 3
2.3 PROBLEMA 3
2.4 JUSTIFICATIVA 4
2.5 OBJETIVOS 4
2.5.1 OBJETIVO GERAL 4
2.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 4
2.6 HIPÓTESES 5
2.7 REFERENCIAL TEÓRICO 5
2.8 METODOLOGIA 13
2.9 CRONOGRAMA 15
2.10 RECURSOS 15
2.11 SUMÁRIO ARTIGO 16
REFERÊNCIAS 16
3

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.1 AUTORA

Alana Paula Tomazi Guisolffi

1.2 CURSO

Direito

1.3 ORIENTADOR

Paulo Roberto Ramos Alves

INSTITUIÇÃO ENVOLVIDA

Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC Xanxerê.

2. ELEMENTOS DA PESQUISA

2.1 TEMA

A inseminação artificial post mortem e o direito do filho à herança;

2.2 ÁREA

Direito Civil e Direito Constitucional.

2.3 PROBLEMA

O presente trabalho tem como premissa principal demonstrar como funciona o


direito sucessório de um filho gerado por inseminação artificial após a morte de um
dos cônjuges, apresentando quais os tipos de sucessão e quem pode ser sucessor,
além de como funciona a inseminação artificial e quais os limites dela. Além disso,
4

também tem como objetivo mostrar a importância da linha sucessória, tanto para a
família do de cujus, quanto para a sociedade.
Contudo, insta questionar o seguinte: Como funciona a proteção jurídica no
caso de inseminação artificial post mortem? Qual a segurança jurídica que o filho
gerado terá?

2.4 JUSTIFICATIVA

Não se pode negar que o direito sucessório é de extrema importância para a


sociedade resguardando os interesses do falecido e de uma certa forma protege os
interesses da família também.
Restou claro que o presente trabalho se faz justificável e relevante, tendo
como pretensão o que se diz respeito ao interesse da dos herdeiros no legado do
falecido. O Código Civil de 2002 nos traz os direitos e garantias que são
resguardados aos herdeiros e legatários. Dessa forma, visando as vontades do
falecido e todo o legado construído durante sua vida.

2.5 OBJETIVOS

2.5.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral demonstrar o que é o direito


sucessório, o qual faz parte de uma importante fase na vida da pessoa natural, com
fulcro na legislação especial do Código Civil e a sua aplicação com o passar do
tempo.

2.5.2 Objetivos Específicos

 Entender o que é o direito sucessório;


 Identificar os tipos de sucessão e como proceder em cada uma delas;
 Compreender quem são os herdeiros e quem são os legatários, além de sua
função;
 Compreender a importância desse direito sucessório para a sociedade;
5

 Demonstrar a legislação que regula os atos da sucessão;


 Entender a importância da linha sucessória para a família do de cujus.

2.6 HIPÓTESES

1. Analisar se a inseminação artificial post mortem deve ser reconhecida legalmente


e se o filho concebido dessa maneira tem direito à herança, considerando as
questões éticas, morais e legais envolvidas.

2. Investigar se o filho concebido após a morte do genitor tem direito à herança,


considerando a legislação existente.

3. Analisar a importância do consentimento do falecido para a inseminação artificial


post mortem e se a expressão de vontade em vida deve ser considerada no
contexto dos direitos sucessórios do filho.

4. Discutir os interesses do filho concebido dessa maneira e como eles devem ser
considerados no âmbito dos direitos sucessórios e da herança.

5. Explorar as implicações éticas e morais envolvidas na inseminação artificial post


mortem, como o direito do falecido à privacidade reprodutiva e o direito do filho à
identidade e ao conhecimento sobre sua origem.

2.7 REFERENCIAL TEÓRICO

2.7.1 O Direito Sucessório No Ordenamento Jurídico

A palavra sucessão significa transmissão, mas também significa substituição,


ou seja, quando um titular de direito ocupa o lugar de outro titular de um direito. Na
venda de determinado bem móvel ou imóvel ocorre a sucessão da titularidade de
uma coisa, assim como a doação de determinado bem a um doador, ocorre uma
sucessão. Segundo Silvio de Salvo Venosa1 toda vez que uma pessoa tomar o lugar
de outra em uma relação jurídica, existirá uma sucessão.
1
VENOSA, Sílvio de S. Direito Civil: Família e Sucessões. v.5. Rio de Janeiro. 2020, pg. 477.
6

O Direito hereditário não utiliza a sucessão com exclusividade. Assim, ela é


dividida em duas formas, configurando –se em inter vivos e também em causa
mortis. A sucessão inter vivos ocorre quando, por exemplo, existir um contrato de
compra e venda ou uma cessão de crédito. Em contrapartida no direito hereditário
utiliza- se estritamente causa mortis, que é a morte da pessoa natural.
No mundo jurídico quando se fala em direito das sucessões, especifica- se
um ramo que faz parte do direito civil, aquele que disciplina a transmissão do
patrimônio da pessoa física ou natural quando ocorre a sua morte. Para Flavio
Tartuce2 o Direito das sucessões é definido como um ramo do Direito Civil que tem
como conteúdo as transmissões de direitos e deveres de uma pessoa a outra, diante
do falecimento da primeira, seja por disposição de última vontade, seja por
determinação da lei, que acaba por presumir a vontade do falecido.
Existem dois sujeitos fundamentais no âmbito do direito das sucessões. Em
primeiro lugar o falecido, o qual seria o autor da herança, também chamado de “de
cujus”, que significa de quem se trata a herança. Além disso, existe o herdeiro ou
sucessor que é aquele que recebe a transmissão da herança.
Dessa forma, o direito das sucessões regulamenta as regras da transmissão
de bens em razão da morte de um titular. Não há dúvidas sobre a importância dessa
regulamentação no âmbito do direito civil, porque apesar de o ser humano
desaparecer, os seus bens ainda permanecem. Inevitavelmente as relações do de
cujus são transferidas para a vida daqueles que herdam com o objetivo de garantir a
continuidade por meio dessa relação sucessória que existe. Além disso, existe uma
importância da perduração da imagem do falecido mesmo após a sua morte.

2.7.2 Abertura Da Sucessão E A Transmissão Da Herança

A morte da pessoa natural é o que estabelece o momento em que ocorre a


abertura da sucessão e consequentemente a transmissão da herança. Apesar de a
morte ser um fato natural, quando ocorre transforma- se em fato jurídico, pois dela
decorre todos os efeitos, dentre eles a mudança na titularidade dos bens.
A herança transmite- se de pleno direito. Para Carlos Roberto Gonçalves 3 a
herança é, um somatório em que se incluem os bens e as dívidas, os créditos e os

2
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito das Sucessões. v. 6. 10ª ed. Rio de Janeiro. 2017, pg. 16.
3
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. v 7. 8ª edição. São
Paulo: Saraiva, 2014, pg.24.
7

débitos, os direitos e as obrigações, as pretensões e ações de que era titular o


falecido, e as que contra ele foram propostas, desde que transmissíveis. Portanto,
os pressupostos da sucessão é que o de cujus tenha falecido e que sobreviva
herdeiro.
Torna- se proprietário da herança o herdeiro mesmo que ainda não tenha
conhecimento da morte do autor da transmissão dos bens. No entanto, conforme o
artigo 1.804 do Código Civil4. É preciso que o herdeiro aceite formalmente o
recebimento da herança, tendo o direito de recusa-la.
Sendo assim, quando aberta a sucessão destaca-se no Código Civil em seu
artigo 1.7845. Nessa transferência imediata da posse e do domínio se constitui o
princípio da Saisine. Esse princípio surgiu como uma reação ao sistema feudal, em
que, após a morte do arrendatário, a terra arrendada deveria ser devolvida ao
senhor feudal, exigindo que os herdeiros pagassem uma taxa para obter a posse.
Para evitar esse pagamento, foi estabelecida a ficção de que, no momento do
falecimento, o defunto transmitia automaticamente ao seu herdeiro a posse de todos
os seus bens. Dessa forma, os herdeiros passam a ter a posse dos bens sem a
necessidade de um processo formal ou pagamento de tributos. Essa medida
simplifica a transferência e protege os herdeiros de ônus financeiros desnecessários.
Com isso, o herdeiro pode postular os bens nos autos do próprio inventário.
Contudo, de início pode se mostrar complicado pois se deve comprovar a
individualização da posse. Todos os herdeiros assumem frações ideais e passam a
ser co-possuidores da herança e isso muitas vezes requer a instauração de um
processo adequado de divisão ou restauração.
É muito importante a fixação do momento exato da morte. Isso se torna
especialmente importante quando ocorre o falecimento de duas pessoas, porém não
se pode afirmar qual faleceu antes, esse evento é chamado de instituto da
comoriência e está previsto no artigo 8° do Código Civil.6.
4
“Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão”.
BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de
jun. 2023.
5
“Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”.
BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de
jun. 2023.
6
Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. BRASIL. Código Civil. Lei
8

Em consequência disso, na impossibilidade de determinar se algum dos


comorientes precedeu aos outros, presume –se simultaneamente mortos. A
consequência dessa situação é que não haverá a transmissão dos direitos
hereditários entre os indivíduos comorientes, ou seja, cada um dos comorientes será
tratado como um herdeiro independente, sem haver transferência entre eles.
Segundo Arnaldo Rizzardo7 quando uma pessoa é encontrada morta, deverá
ser comunicado o fato à autoridade policial, que providenciará o registro e
diligenciará para descobrir a identidade, os parentes e a causa da morte. É
indispensável que haja uma prova da morte real, a qual é comprovada por um
atestado de óbito conforme o artigo 77 da lei 6.015/1973.8
É necessário que a morte seja registrada no Cartório de Registro de Pessoas
Naturais conforme a Lei dos Registros Públicos9 que fixa os parâmetros para
elaboração do atestado de óbito.
Por conseguinte, existem três modalidades de morte, são elas: a morte real; a
morte presumida sem declaração de ausência, por meio da justificação; e a morte
presumida com declaração de ausência. A morte real é aquela a qual se dá com o
corpo presente, a legislação requer para isto que ocorra a morte cerebral (morte
encefálica), ou seja, a cessação completa das funções do cérebro da pessoa.
No caso da morte presumida há uma presunção quanto a existência da morte.
No primeiro caso é possível que ela se dê sem a declaração de ausência, conforme
estabelece o artigo 7° do Código Civil.10 Observa- se que é totalmente aplicável esse
artigo 7° nos casos de acidentes, desastres ou catástrofes naturais. Ademais, o
parágrafo único estabelece que a declaração de morte só pode acontecer após

Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de jun. 2023.
7
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões, 11ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019, pg. 19.
8
“Nenhum sepultamento será feito sem certidão do oficial de registro do lugar do falecimento ou do
lugar de residência do de cujus, quando o falecimento ocorrer em local diverso do seu domicílio,
extraída após a lavratura do assento de óbito”. BRASIL. Lei de Registros Públicos. Lei Nº 6.015, De
31 De Dezembro De 1973. Presidência da República. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm. Acesso em: 17 de jun. 2023.
9
Lei nº 6.015, de 31.12.1973, arts. 29, inc. III, e 80. BRASIL. Lei de Registros Públicos. Lei Nº 6.015,
De 31 De Dezembro De 1973. Presidência da República. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm. Acesso em: 17 de jun. 2023.
10
“ I- Desaparecimento do corpo da pessoa, sendo extremamente provável a morte de quem estava
em perigo de vida; II- Desaparecimento de pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro,
não sendo encontrado até dois anos após o término da guerra”. BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406,
De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de jun. 2023.
9

esgotados todos os esforços de busca e averiguação do corpo da pessoa. A


sentença que declara a morte também deve indicar a data provável do falecimento
da pessoa.
No segundo caso, o qual seria a morte presumida com declaração de
ausência, também não há o corpo presente do indivíduo. Nesse caso o processo
judicial é mais longo, pois não pode haver envolvimento do indivíduo com alguma
situação que lhe traga o risco de morte, simplesmente a pessoa deve estar em local
incerto e desconhecido. O procedimento judicial é dividido em três fases,
estabelecidas pelo Código Civil em seus artigos 22 ao 39, sendo elas: a curadoria de
bens do ausente, a sucessão provisória e a sucessão definitiva.
Considerando os fatos apresentados, a correta comunicação e registro da
morte são processos importantíssimos na sociedade. Ademais, a abordagem
adequada e o devido tratamento dessas questões são fundamentais para que haja o
devido encaminhamento dos processos sucessórios e para que inquestionavelmente
seja garantida a segurança jurídica.

2.7.3 Tipos De Sucessão: Sucessão Legítima E Sucessão Testamentária

Existem dois tipos de sucessão: a sucessão legítima ou “ab intestato” e a


sucessão testamentária. Conforme o Código Civil em seu artigo 1.786.11 Quando a
pessoa natural falece e não deixa nenhum testamento, será seguida uma ordem de
vocação hereditária. O primeiro tipo de sucessão se dá por ordem de lei e o segundo
tipo se dá pela manifestação de última vontade do de cujus por meio de um
testamento.
Por conseguinte, o Código Civil traz em seu artigo 1.788. 12 Sendo assim, se a
pessoa falece sem deixar um testamento presume- se que sua vontade foi deixar
seu patrimônio para as pessoas indicadas na lei.

11
“A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade”. BRASIL. Código Civil. Lei Nº
10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de jun. 2023.
12
“Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo
ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão
legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo”. BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De
Janeiro De 2002. Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de jun. 2023.
10

Culturalmente, no brasil, a sucessão testamentária sempre foi escassa.


Conforme trata Carlos Roberto Gonçalves 13 a escassez de testamentos é devida a
razões de ordem cultural ou costumeira, bem como ao fato de o legislador brasileiro
ter disciplinado muito bem a sucessão ao intestato, chamando a suceder
exatamente aquelas pessoas que o de cujus elencaria se, na ausência de regras,
tivesse de elaborar testamento.
O Código Civil dispõe o rol da ordem hereditária em seu artigo 1.829. 14 Essa
ordem de vocação hereditária é uma forma de o legislador beneficiar os membros da
família, pois pressupõe- se que ali estão os maiores laços afetivos do falecido.
Acrescentadamente, a sucessão será legítima também se o testamento for
declarado nulo ou caducar (deixar de produzir efeitos jurídicos). O testamento pode
caducar pela falta da pessoa beneficiária que o autor tenha nomeado ou ainda por
falta dos bens mencionados.
O testamento é um meio que o autor tem de discordar e contrariar a vontade
do legislador. Entende- se que esse documento seja a última vontade do de cujus.
Não obstante o testador só pode dispor livremente da metade da herança, a qual é
denominada “porção disponível”.

2.7.4 Tipos De Sucessores

Estão presentes no direito das sucessões os herdeiros e os legatários, porém


existe uma distinção entre esses dois tipos de sucessores no direito brasileiro.
Conforme Arnold Wals15, o legatário é sucessor em virtude de testamento e a título
singular. Se não existir testamento não existirá o legatário. Já o herdeiro é aquele
que pode receber direitos vindos da lei ou do testamento.

13
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. v 7. 8ª edição. São
Paulo: Saraiva, 2014, pg.30.
14
“A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I – aos descendentes, em concorrência com o
cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no
da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão
parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II – aos ascendentes, em
concorrência com o cônjuge; III – ao cônjuge sobrevivente; IV – aos colaterais.” BRASIL. Código Civil.
Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de jun. 2023.
15
WALD, Arnoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro: direito das sucessões. 11. ed. rev., ampl. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2002, pg. 139.
11

É importante fazer essa distinção segundo Maria Berenice Dias, pois muitas
vezes o próprio legislador usa indistintamente as duas expressões. Segunda ela, de
modo geral as normas legais que tratam do legado aplicam-se também à herança
testamentária. O uso da expressão “legado” vez por outra diz respeito ao quinhão
testamentário. A diferença não é somente quanto ao objeto: legado é de bem certo,
determinado ou determinável; herança é fração do acervo hereditário.16

2.7.4.1 Herdeiro Legítimo

Herdeiros legítimos são então os designados por lei. Conforme o artigo 1.846
do Código Civil17 fica assegurado aos herdeiros ao menos metade do patrimônio do
falecido, é o que se denomina legítima dos herdeiros necessários.
Silvio de Salva Venosa18 enfatiza que O herdeiro é sucessor universal, quer
provenha da ordem legal, quer provenha da vontade do testador. Também ocorre a
sucessão, por regra especial, em companheiros decorrente de união estável,
conforme trata o artigo 1.790 do Código Civil 19, Art. 1.790: a companheira ou o
companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos
onerosamente na vigência da união estável.
Consoante a isso, Arnaldo Rizzardo20 cita que faz parte das finalidades da
sucessão prestar um auxílio, ou proteger economicamente os membros da família
do falecido. Objetiva- se preservar ao menos uma parte do patrimônio aos membros
mais próximos do falecido. Mas além disso, esse suporte econômico busca
preservar a relação de parentesco do de cujus.
Existem classes para os herdeiros, são elas: descendentes, ascendentes,
cônjuge, colaterais e Estado. Na situação em que há herdeiros necessários, os quais

16
DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões / Maria Berenice Dias. – 6. ed. rev., ampl. e atual. –
Salvador: Editora JusPodivm, 2019, pg.540.
17
BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de
jun. 2023.
18
VENOSA, Sílvio de S. Direito Civil: Família e Sucessões. v.5. Rio de Janeiro. 2020, pg. 579.
19
BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de
jun. 2023.
20
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões, 11ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019, pg.
198.
12

são descendentes, ascendentes e cônjuge, afasta – se da sucessão os herdeiros


colaterais que são os de até 4º grau: pela ordem, irmãos, sobrinhos, tios e primos.

2.7.4.2 Herdeiro Testamentário

Conforme já abordado, o testamento é considerado a última vontade do


falecido. Pois então Silvio de Salva Venosa21 discorre que o testador estatui
herdeiros testamentários, ao lhes atribuir uma porção fracionária ou percentual da
herança. A liberdade do testador é limitada quando há herdeiros necessários.
O artigo 1.799 do Código Civil22 dispõe quem pode ser chamado para ser
herdeiro testamentário e são: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas
indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; II - as
pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo
testador sob a forma de fundação.
Em vista disso, através do testamento, o testador tem a possibilidade de
reconhecer filhos que teve, incluir filhos eventuais, além de contemplar pessoas
jurídicas já estabelecidas ou outras entidades. Porém, o herdeiro testamentário em
algumas circunstâncias não poderá herdar todo o patrimônio do falecido.

2.6.4.3 LEGATÁRIO

O legatário só virá a existir por meio do testamento. Vem a ser a pessoa a


quem o falecido destinou um ou mais bens individualizados, para ele são atribuídos
bens certos e determinados do patrimônio, como por exemplo alguma joia, algum
objeto ou algum imóvel.
Para Maria Berenice Dias23, os legatários são chamados de herdeiros
singulares. São os que recebem bens gratuitamente, sendo assim, pode- se apontar
uma doação sujeita à uma condição suspensiva, ou seja, que só vai receber o
legado após a morte. Ele também não representa o falecido e não responde pelas

21
VENOSA, Sílvio de S. Direito Civil: Família e Sucessões. v.5. Rio de Janeiro. 2020, pg. 579.
22
BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16 de
jun. 2023.
23
DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões / Maria Berenice Dias. – 6. ed. rev., ampl. e atual. –
Salvador: Editora JusPodivm, 2019, pg.160.
13

dívidas e encargos da herança. A posse do determinado bem não é transmitida na


abertura da sucessão, só ocorrerá no momento da partilha.
Além disso, Maria Berenice Dias24 cita que o legatário terá de pedir ao
herdeiro para que lhe entregue determinado bem, não será entre automaticamente
para ele. Por fim, nada impede que o legatário seja um herdeiro, pois poderá ser
tanto um herdeiro legítimo como um herdeiro testamentário e legatário.

2.8 METODOLOGIA

A palavra metodologia é composta por três vocábulos gregos: metà “para


além de”, odòs “caminho” e logos “estudo”. O conceito faz referência aos métodos
de investigação que permitem obter certos materiais numa ciência. Assim, a
metodologia é o conjunto de métodos que regem uma investigação científica. Para
Roberto Jarry Richardson25 o método científico é a forma encontrada pela sociedade
para legitimar um conhecimento adquirido empiricamente.
Todo trabalho de pesquisa científica passa por procedimentos teóricos e
metodológicos para garantir o processo de pesquisa. A pesquisa será realizada por
meio de métodos qualitativos, uma vez que podem descrever a complexidade das
questões levantadas, permitindo assim que as pessoas entendam melhor a
importância do tema do desenvolvimento.
Como procedimento de pesquisa utilizar-se-á como técnica de coleta de
dados/informações a da documentação indireta, que visa a pesquisa de forma
documental e bibliográfica, por meio de livros, artigos e sites da internet. Assim,
através de obras produzidas por autores renomados, contribui de forma significativa
para o desenvolvimento jurídico e pessoal. A pesquisa publicada realizar-se-á com
fulcros em materiais já publicados (forma física e digital).
Além do mais, a pesquisa será descritiva e explicativa para confirmação dos
resultados. De acordo com os procedimentos técnicos, realizamos inicialmente um
estudo caracterizado pelo referencial bibliográfico.
Para responder às questões do projeto de pesquisa e viabilizar este trabalho,
alguns procedimentos metodológicos serão considerados: investigar e selecionar

24
DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões / Maria Berenice Dias. – 6. ed. rev., ampl. e atual. –
Salvador: Editora JusPodivm, 2019, pg.162.
25
RICHARDSON, ROBERTO JARRY Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1999, pg. 63.
14

fontes bibliográficas para os objetos de pesquisa, analisar os dados coletados e


contrastá-los com o referencial teórico que constitui a questão de pesquisa.

2.9 CRONOGRAMA

ATIVIDADES MESES DO ANO DE 2023


m A m J
Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Levantamento da literatura X X X
Revisão teórica X X
Elaboração do Projeto X X X X
Sistematização e análise X X
Revisão do texto X X
Entrega do trabalho X

ATIVIDADES MESES DO ANO DE 2023


O N D F M A M J
Jul Ago Set Out Nov Dez Fev Mar Abr Mai Jun
Levantamento da X X X X
literatura
Revisão teórica X X X X
Elaboração do Projeto X X X X X
X
Sistematização e análise X X X X
Revisão do texto X X X X
Entrega do trabalho X X

2.10 RECURSOS

ITEM PREÇO
1. Material de Consumo
Fotocópias R$ 15,00
CD R$ 3,00
Subtotal R$ 18,00
2. Material Permanente
Livros R$ 100,00
Subtotal R$ 100,00
3. Serviços e Outros
Digitação R$ --------
Revisão R$ --------
Transporte R$ —-----
Alimentação R$ -------
Subtotal R$ -------
TOTAL R$ 136,00
15

2.11 SUMÁRIO ARTIGO

 O Direito Sucessório No Ordenamento Jurídico


 Abertura Da Sucessão E A Transmissão Da Herança
 Tipos De Sucessão: Sucessão Legitima E Sucessão Testamentaria
 Tipos De Sucessores: Herdeiro Legítimo, Herdeiro Testamentário,
Herdeiro Necessário E Legatário

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Civil. Lei Nº 10.406, De 10 De Janeiro De 2002. Presidência da


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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 16
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BRASIL. Lei de Registros Públicos. Lei Nº 6.015, De 31 De Dezembro De 1973.


Presidência da República. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm. Acesso em: 17 de jun.
2023.

DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões. 6. ed. rev., ampl. e atual. –
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RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões, 11ª edição. Rio de Janeiro: Grupo
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TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito das Sucessões. v. 6. 10ª ed. Rio de Janeiro.
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VENOSA, Sílvio de S. Direito Civil: Família e Sucessões. v.5. Rio de Janeiro. 2020.

WALD, Arnoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro: direito das sucessões. 11. ed. rev.,
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