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Diana Leiras
CASOS PRÁTICOS I
1
Está em causa uma ação executiva - 10º, nº4
O título executivo é uma sentença condenatória - 703º, nº1, a) - ou seja, existe título executivo 10º, nº5
Trata-se de uma ação executiva para pagamento de quantia certa 10º nº6.
Não transitou em julgado, porque está pendente o recurso. Mas se o efeito do recurso tenha um efeito meramente devolutivo é possível interpor uma ação
executiva (704º, nº1), desde que não tenha efeito suspensivo - art.647º, nº1 e nº2.
Não sendo possível encontrar nenhum dos casos previstos no nº3 do art.647º, o recurso tem efeito meramente devolutivo. Nos termos do nº4, prevê que o réu ao
recorrer da sentença pode requerer o efeito suspensivo desde que preste caução e que alegue que a execução da sentença seja prejudicial para este.
Neste caso, o recurso tem efeito meramente executivo, então celso pode interpor a ação executiva, mas deve ser informado que a execução tenha de ser
modificada ou extinta conforme a decisão definitiva do recurso (704º, nº2), então a execução é considerada provisória.
A execução pode ter lugar a penhora e a venda de bens penhorados, o que não irá acontecer é o pagamento (704º, nº3), a menos que seja prestada caução.
Ainda é possível que 2. Por sentença proferida pelo Juízo Local Cível de Amarante, que julgou a ação
o executado venha a
pedir a suspensão da
execução, para que a
totalmente procedente, Arnaldo foi condenado a pagar a Celso a quantia de € 40.000,00
execução aguarde o
resultado do recurso euros, que respeitava ao preço de uma empreitada realizada pelo autor a pedido do réu.
nos termos do 704º,
nº5, mas para isso é Notificado da sentença, o réu interpôs o competente recurso.
necessário que este
preste caução.
733º, nº3 é aplicado Considerando que os trâmites do recurso estão a ser observados, diga se Celso
por remissão do 704º,
nº5, não obstante a poderá, entretanto, executar a sentença.
execução poder ser suspensa mediante a prestação de caução pelo executado se o recurso estiver parado durante mais de 30 dias por facto imputável ao
executado, que é o recorrente, a execução vai prosseguir, o juiz pode ordenar o prosseguimento da execução.
Se porventura, o recurso, interposto por Arnaldo, for julgado procedente, a execução vai extinguir-se, e uma venda que tenha sido realizada pode ficar sem efeito
porque a decisão do tribunal de 1ª instância é revogada pela decisão tomada pelo tribunal de 2ª instância, e o executado se pretender a restituição do bem tem de
pedir essa restituição no prazo de 30 dias a contar da decisão - art.839º, nº1, a) e nº3.
3. Por sentença proferida pelo Juízo Central Cível do Porto, já transitada em julgado,
Dionísio foi condenado a pagar a Cassilda, a título de indemnização, o valor que viesse
a liquidar-se, dado que, no momento da prolação da sentença, o juiz não dispunha de
elementos para fixar o montante preciso da condenação.
Neste momento, Cassilda entende que já está em condições de concretizar a sua
pretensão indemnizatória e pretende saber se pode executar a sentença.
O que diria a Cassilda?
Cheque foi apresentado para pagamento no próprio dia – logo, no prazo legal; mas o prazo para apresentação da ação executiva não foi respeitado – já
passaram mais de 6 meses
Cheque continua a servir como título executivo (como mero quirografo), mas há que alegar os factos da relação subjacente à emissão do cheque no
requerimento executivo. O devedor poderá provar que essa relação subjacente não existe ou nunca existiu. Porque é que a lei não exige a prova dos
factos? Porque o cheque é um reconhecimento unilateral de divida.
2
458º CC – refere-se ao reconhecimento unilateral de uma divida; retiramos que o exequente tem de alegar a relação subjacente mas o executado é que
tem o ónus de provar que a divida não existe ou que nunca existiu; exequente alega os factos e o executado é que prova que a relação não existe ou nunca
existiu – porque por ex. jápodeterpago