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1 Introdução
Neste presente artigo, como faz antever o título, procuraremos analisar dois paradigmas
bastante estranhos entre si, conflitantes, para não dizer completamente opostos um ao
outro, e que também estranhamente habitam o mesmo corpus legislativo do NCPC:
trata-se do protagonismo judicial, paradigma assentado na discricionariedade dos juízes,
e o paradigma da integridade e coerência do direito, curiosamente sistematizada para
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A estranha coexistência entre protagonismo judicial e
integridade e coerência do direito no código de processo
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combatê-lo.
Por fim, a integridade e coerência do direito serão buscadas em sua matriz, a doutrina
de Ronald Dworkin, e analisadas, tal como se apresentam positivamente no NCPC, sob
uma dupla luz: a importância desse paradigma para um imaginário jurídico e uma
legislação completamente adversos a esse tipo de construção teórico-jurídica e as
possibilidades de seu alcance e efetivação no contexto dessa sua estranha coexistência
com toda a carga de protagonismo (discricionariedade) que o próprio NCPC dispõe.
2 Common law, Direito jurisprudencial e a aposta na discricionariedade
O senso comum teórico dos juristas (Warat), jogado às mais diversas doutrinas
estrangeiras pela incapacidade de absorção e efetivação dos novos paradigmáticos que a
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Constituição Federal de 1988 representa , parece hoje acreditar que a chamada
commonlização de nosso direito é a solução dos principais problemas de nosso sistema
judicial, mormente a insegurança jurídica (que também pode receber o prosaico nome
de justiça lotérica) e a multiplicação de processos. Assim, muitas reformas legislativas
importadoras de institutos da common law são justificadas como se a origem por si só
de tais institutos fosse uma espécie de lastro seguro quanto à aptidão para solução de
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nossos problemas judiciais. Mais que tudo, de respeitabilidade .
A doutrina tem papel preponderante nessa difusão do common law pelo imaginário
jurídico nacional.
“Ocorre que, no Brasil, grande parcela da doutrina entende que é possível resolver o
problema de insegurança jurídica – que é, frise-se, um problema essencialmente
qualitativo na prestação jurisdicional – mediante a criação de instrumentos de vinculação
decisória, o que faz parecer que essa doutrina ignora que, em um Estado Constitucional,
a própria Constituição e a legislação que lhe é conforme vinculam efetivamente a
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atuação do Judiciário antes de tudo”.
No entanto, a insegurança jurídica não é um problema de civil law, não é algo intrínseco
ao nosso sistema, e sim de todo o direito. Isso a doutrina faustora da commonlização
esquece. A qualidade de um sistema jurídico dependerá do grau de vinculação que os
legisladores e o Judiciário mantenham para com a Constituição, inclusive sua função
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transformadora no Estado Democrático de Direito , e a conformação e aplicação das leis
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segundo esse Texto Maior. É uma questão constitucional, portanto, e, quanto mais ela se
mantiver intrínseca à Constituição, menos espaço para a discricionariedade dos juízes e
mais forte (íntegra e coerente) será a jurisprudência desse ordenamento jurídico.
Dessa crença na commonlização do direito brasileiro como melhor meio, mais fácil e
eficaz, para a diminuição do número de processos em andamento, bem como para
minoramente do risco de decisões diferentes para casos semelhantes, nasce a maioria
de nossas reformas processuais mais importantes das últimas duas décadas. Elas
apostam, assim, no que poderia ser chamado de direito jurisprudencial: as Cortes
Superiores, dotadas de enorme poder discricionário, ditam normas com força de lei a
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serem seguidas pela Administração Pública e por todo o demais Judiciário . É o que se
chama de efeito vinculante da jurisprudência, sendo esse o aspecto mais sentido desse
imaginário jurídico nacional adepto das transformações processuais com bases na
common law. A jurisprudência adquire foros e força de lei, o que vai lentamente
deixando de ser estranho em países como o nosso, de civil law. O NCPC é o último elo
dessa cadeia.
“(...) isso quer dizer que não só as pessoas sob o poder de dado Estado se consideram
em estado de sujeição, sendo-lhes impossível afastar a eficácia das decisões estatais,
como ainda lhes é, em princípio, trancada qualquer oportunidade de “quebrar o vínculo
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da submissão”.
Por fim, o processo, sendo assim instrumento a serviço da jurisdição (que é poder
estatal), é meio, e não fim. A consequência dessa concepção teleológica do processo é a
de que ele se movimenta em três grandes eixos-escopos: o Social, o Político e o Jurídico.
“Falar em instrumentalidade do processo, pois, não é falar somente nas suas ligações
com a lei material. O Estado é responsável pelo bem-estar da sociedade e dos indivíduos
que a compõe: e, estando o bem-estar social turbado pela existência de conflitos entre
pessoas, ele se vale do sistema processual para, eliminando os conflitos, devolver à
sociedade a paz desejada. O processo é uma realidade desse mundo social, legitimada
por três ordens de objetivos que através dele e mediante o exercício da jurisdição o
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Estado persegue: sociais, políticos e jurídicos.”
“1.) a jurisdição como categoria central da teoria geral do processo concentra na figura
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Em suas últimas reformas processuais, o direito brasileiro vem cada vez mais apostando
na vinculação da jurisprudência de suas cortes superiores (Supremo Tribunal Federal e
Superior Tribunal de Justiça), de modo a objetivar teses de determinado caso concreto
para todos os demais que se afigurem semelhantes, sem se atentar para a diferenciação
fática que possa haver entre os casos, isso porque, como no caso do Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas a seguir, demanda-se a separação entre questões
de fato e questões de direito, em que as primeiras são descartadas.
Não seria demasiado dizer, portanto, que o Judiciário passa a assumir um poder
importante: passa a legislar abstratamente a partir de uma decisão concreta de lide.
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No Brasil, inverte-se então a lógica: não mais a jurisprudência que atualizará a lei, mas
a lei que atualizará a jurisprudência. Mais uma jabuticaba.
Esquece-se de que leading case e as teses jurídicas por ele levantadas não nascem já
vinculantes. O caso não é leading case de nascença, de per se. É a tradição jurídica que
consolida o caso e suas teses para a justificação de outros que se afigurem, e somente a
partir de repetitiva e demorada utilização temporal é que eles passam a receber tal
qualificação, ou seja, vinculantes. São os juízes de primeiro e segundo grau que vão
fomentando a jurisprudência, mas, no que se desenha na atual quadra histórica do
processo civil brasileiro, eles perderão essa capacidade de criar jurisprudência. Ela virá
de cima. O sistema de precedentes da common law é completamente diverso, então,
daquilo que se pretende implementar em nosso ordenamento jurídico. Ele é histórico,
verdadeiramente jurisprudencial, pois sedimentado em repetidas decisões. Nosso
sistema decisório desenha-se a-histórico, abstrato e engessante, além de ser criado por
meio de lei, e não da tradição histórica precedente.
“Esse é o ponto nodal que criticamos da atribuição desmedida de efeito vinculante para
os Tribunais Superiores. Na prática, trata-se de decisão que tem por mote principal
facilitar a administração Judiciária mediante a redução quantitativa do número de
processos, ou seja, quer resolver problema de gestão. Trata-se de visão em que a
questão da segurança jurídica é pensada sob o ponto de vista do Judiciário e a crença de
que os mecanismos vinculantes forjados para funcionar verticalmente assegurariam a
concretização da segurança jurídica (...) Na realidade, a falta de segurança jurídica em
nossa jurisprudência está relacionada à discricionariedade que levamos às últimas
consequências, fazendo o julgador acreditar que poderia inclusive se afastar da
legalidade vigente, uma vez que em seu imaginário a lei estaria à disposição do
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intérprete que poderia deixar de aplicá-la por razões de conveniência e oportunidade.”
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O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas , ao contrário de outro instituto
constante da redação original do NCPC e que não fora aprovado, sofrendo veto da Chefe
do Executivo motivado por parecer da AGU (contando com o apoio da OAB e do
Ministério Público), contempla doze artigos (arts. 976 a 987).
Os pontos mais importantes quanto a esse instituto em sua disposição legal referem-se:
ao cabimento do doravante chamado IRDR quando houver, simultaneamente,
recebimento de processos repetitivos cuja lide verse sobre idêntica questão de direito,
excluindo-se, assim, as questões de fato levantadas pelo caso, e risco à segurança
jurídica, ou o risco de julgamentos diferentes para as mesmas causas de direito (art.
976); o prazo do incidente é de um ano, prazo esse em que terá preferência de
julgamento, sendo as únicas exceções os processos que envolvam réu preso e pedidos
de habeas corpus (art. 979); utilizando-se a técnica de pinçamento, os demais processos
permanecem suspensos durante esse período de um ano, ao fim do qual cessa sua
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“Art. 985, I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica
questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;
II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar
no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986”.
“No plano da dogmática jurídica, os fenômenos sociais que chegam ao Judiciário passam
a ser analisados como meras abstrações jurídicas, e as pessoas, protagonistas do
processo, são transformadas em autor e réu, reclamante e reclamado, e, não raras
vezes, em ‘suplicante’ e ‘suplicado’, expressões estas que, convenhamos, deveriam
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envergonhar (sobremodo) a todos nós. Mutatis mutandis, isso significa dizer que os
conflitos sociais não entram nos fóruns e nos tribunais graças às barreiras criadas pelo
discurso (censor) produzido pela dogmática jurídica dominante. Pode-se afirmar, desse
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modo, que ocorre uma espécie de ‘coisificação’ (objetificação) das relações jurídicas”.
Assim:
“De acordo com o NCPC, qualquer causa repetitiva, desde que pendente no tribunal,
poderá dar ensejo à instauração do IRDR. Não se exige uma análise cuidadosa acerca da
existência de homogeneidade entre as questões envolvidas no processo pendente no
tribunal e nos demais processos repetitivos. Logo, chegando ao tribunal a primeira causa
repetitiva, qualquer legitimado pode, de imediato, requerer a instauração do incidente
processual, mesmo que essa demanda não seja a que melhor representa a controvérsia.
Pior: a ideia de julgamento abstrato do IRDR permite aplicar a tese jurídica às causas
futuras, referentes a litigantes que não tiveram qualquer possibilidade de participação e
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influência no julgamento coletivo”.
Sua função parece ter sido uma espécie de lastro legislativo seguro (por ser europeu)
para uma construção legislativa tipicamente brasileira em que se conjugam a
discricionariedade das cortes superiores e o legislar delas, a partir de um único
julgamento de um único caso concreto, abstratamente e de maneira geral através do
direito jurisprudencial, uma vulgata da tradição da common law, ou uma vinculação
forçada, a-histórica e um engessamento da jurisprudência nacional. Ou seja, a
instrumentalidade e a celeridade nos casos de processos de massa, com uma falsa
sensação de segurança jurídica, pois descartados os fatos ensejadores da lide, atingidas
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com o mínimo de dispêndio de tempo e energia (e conhecimento) possíveis.
4 Integridade e coerência do direito: Dworkin e o NCPC
Estando esta quarta e última seção do artigo dividida em duas partes, quais sejam, a
primeira consagrada à doutrina de Ronald Dworkin e a segunda à integridade e
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coerência do direito como dispostas no NCPC, de modo que a primeira faz-se requisito
para entendimento, análise e crítica da segunda, pois inspiração dela, nestes parágrafos
introdutórios discorrer-se-á sobre uma diferenciação importante existente no
pensamento de Dworkin, verdadeira condição para a compreensão dos objetivos a serem
buscados pelos conceitos de integridade e coerência tanto em sua doutrina como no
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NCPC: trata-se dos argumentos de política e argumentos de princípio .
Não necessariamente. A responsabilidade política que tais instituições têm para com os
indivíduos, responsabilidade esta exigência da atual democracia, impede a confusão
entre equidade e padronização.
A coerência pode ser definida como uma virtude política que as instituições públicas
Administração, Judiciário e Legislativo possuem quando repetem suas próprias decisões
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anteriores o mais fiel ou precisamente possível .
Por sua vez, a integridade é também virtude política e, em grau superior à coerência, é
exigência jurídico-política da democracia e do Estado Democrático de Direito ao impor às
instituições públicas que as normas da sociedade a qual representam sejam “abstratas”,
no Legislativo, ou “concretas”, no Judiciário e na Administração Pública, sejam criadas
“de modo a expressar um sistema único e coerente de justiça e equidade na correta
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proporção” , ainda que seus cidadãos estejam “divididos quanto à natureza exata dos
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princípios de justiça e equidade corretos.” .
4.1.3 Integridade na legislação e na jurisprudência
Sendo a integridade do direito exigência política das instituições públicas, de modo que
elas criem normas conforme um quadro único e coerente de princípios, no que concerne
à Legislação geral e abstrata ela “demanda aos legisladores que tornem o conjunto de
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leis moralmente (e constitucionalmente) justificáveis” .
Por fim, todo o imbróglio das discussões na Câmara dos Deputados quanto ao
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financiamento privado de campanha e quanto à redução da maioridade penal . O
direito transformou-se em seu oposto de um dia para o outro. Mais falta de integridade e
coerência no direito é difícil de imaginar.
“A integridade diz respeito a princípios: o governo deve ter uma só voz ao se manifestar
sobre a natureza desses direitos, sem negá-los, portanto, a nenhuma pessoa em
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momento algum.” .
Cortes Superiores para a uniformização das causas e processos, passa a ser uma
exigência conjunta da democracia, da força normativa da Constituição e do próprio
Estado Democrático de Direito que, para efetivar-se na seara judicial, terá de valer-se
dos argumentos de princípio acima expostos.
O art. 926 impõe o dever aos tribunais de uniformizar sua jurisprudência e mantê-la
estável, íntegra e coerente. Vê-se que, apesar de ser uma determinação legal, o
significado da expressão uniformização da jurisprudência aqui utilizado é completamente
diverso, por exemplo, da mesma expressão utilizada na Exposição de Motivos do NCPC
justificadora do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR). Porque lá,
como em quaisquer outros documentos que apelem para a vinculação jurisprudencial à
brasileira, ou seja, apostando em conferir uma alta discricionariedade e força de lei à
jurisprudência das Cortes Superiores a partir de lide única, uniformização da
jurisprudência significa exclusivamente o acatamento completo das decisões das Cortes
Superiores por todo o Judiciário, ocasionando, em contrapartida à diminuição da
insegurança jurídica e do número físico de processos, o engessamento da jurisprudência
e o atropelo de conquistas democrático-constitucionais como o devido processo legal, o
contraditório e a ampla defesa. A mesma expressão inserida no art. 926 ao lado de
jurisprudência estável, íntegra e coerente significa, por sua vez, aquela responsabilidade
política dos juízes de julgar não conforme a própria consciência, a simples letra da lei ou
as decisões advindas das instâncias mais altas, mas a partir de um conjunto íntegro e
coerente de princípios e garantias que os cidadãos tenham ou não segundo a ordem
política e constitucional vigente, ou seja, a Constituição Federal.
No mais, o sistema judicial brasileiro passará a ser o único conhecido com a real
possibilidade de que a lei atualize a jurisprudência, e não o contrário!
O que o Judiciário (os juízes) não podem fazer é legislar abstratamente a partir de uma
decisão concreta de lide e é exatamente isso o que ocorre com o Incidente de Resolução
de Demandas Repetitivas, instituto este que concentra de maneira explícita muitas das
características de nossas últimas reformas processuais: vinculação jurisprudencial
forçada (ou seja, por meio de lei), aposta na discricionariedade das Cortes Superiores
(sem esquecer que o poder discricionário dos juízes é o cavalo de Troia dentro do Estado
Democrático de Direito), o conferimento de força de lei à jurisprudência assim formada,
apelo à commonlização como panaceia para nossos problemas judiciais, vagas
inspirações em institutos de common law ou do direito continental europeu (no caso
específico, o Musterverfahren do direito alemão e o Group Litigation Order britânico, este
último em muito menor grau), desprezo total ao substrato fático das lides, cronofobia ao
julgar-se legislando para o futuro, e ainda acrescente-se as afrontas ao devido processo
legal, ao contraditório e à ampla defesa.
É bem possível o sucesso dessas reformas processuais (o IRDR e demais que apostem
na jurisprudência vinculante) no diminuir a quantidade de processos no Judiciário e,
consequentemente, o risco da insegurança jurídica. Mas a custos muito elevados. Mas a
custos constitucionais. Integridade e coerência do direito, por sua vez, permanecem
distantes, verdadeiras excrescências no NCPC e, todavia, como esperá-los, sendo que a
própria lei que os institui é tudo, menos íntegra e coerente?
6 Referências
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6 “Conta-nos uma pequena fábula romana que Aulo Gélio, então jovem magistrado
imerso em indagações sobre como tornar-se um melhor cidadão e em consequência um
julgador mais prudente (a velha ius prudentia dos romanos), expôs suas angústias a um
filósofo de nome Favorino. Este explicou-lhe que essencialmente existiriam apenas dois
tipos de julgadores: aqueles que preferiam o silêncio quando da audição das partes e
testemunhas, ouvindo-as apenas; e aqueles que, premidos por dúvidas próprias surgidas
nas discussões do momento da causa, interferiam nestes depoimentos, levantando
questões para os envolvidos. O filósofo acrescenta que para este último tipo de julgador
era muito mais provável a acusação de estar atuando, desde antes da decisão, a favor
de uma das partes ou então, através das perguntas por ele aduzidas, de deixar entrever
o conteúdo do futuro decreto decisório. A questão, portanto, repousaria na credibilidade
da decisão do magistrado frente não somente às partes, como também aos cidadãos da
civitas. Repousaria, enfim, na própria imparcialidade do julgador.” XAVIER, Felipe
Rodrigues. O juiz das garantias como gestor de provas: implicações na busca por um
real sistema acusatório. 2014. 79 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em
Direito). Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”. Franca, 2014.
7 Exemplo maior dessa commonlização à brasileira, ao mesmo tempo que é seu principal
efeito, são as súmulas vinculantes que detêm poder de lei. Como já justificado na
introdução deste artigo, as súmulas não serão aqui tratadas por questões de espaço e
recorte temático.
aqui, diante de poderoso instrumento, agora tornado ainda mais eficiente, cuja
finalidade é a de uniformizar a jurisprudência dos Tribunais superiores, interna corporis.
Sem que a jurisprudência desses Tribunais esteja internamente uniformizada, é posto
abaixo o edifício cuja base é o respeito aos precedentes dos Tribunais superiores”.
Comissão de juristas instituída pelo Ato do Presidente do Senado Federal n. 379/2009.
Anteprojeto do novo Código de Processo Civil. Disponível em:
[www.senado.gov.br/senado/novocpc/pdf/anteprojeto.pdf]. Acesso em: 04.08.2015.
16 STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica
da construção do direito. 11. ed. rev., atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado
Editora, 2014. p. 378.
17 “Todos aqueles que tiveram alguma pretensão de direito material a ser deduzida no
processo têm direito de invocar o princípio do contraditório em seu favor. (...) Por
contraditório deve entender-se, de um lado, a necessidade de dar conhecimento da
existência da ação e de todos os atos do processo às partes, e, de outro, a possibilidade
de as partes reagirem aos atos que lhes sejam desfavoráveis. (...) Em razão da
incidência da garantia constitucional do contraditório, é defeso ao julgador encurtar,
diminuir (Verkurzt) o direito de o litigante exteriorizar a sua manifestação nos autos do
processo. Em outras palavras, não se pode economizar, minimizar a participação do
litigante no processo.” NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição
Federal: processo civil, penal e administrativo. 10 ed. rev., ampl. e atual. com as novas
súmulas do STF (simples e vinculantes) e com análise sobre a relativização da coisa
julgada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 210-211.
19 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Temas de direito processual. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 1997. p. 18.
21 “A maior felicidade para o maior número”, máxima de Jeremy Bentham que melhor
representa o utilitarismo.
22 DWORKIN, Ronald. O império do direito. Trad. Jefferson Luiz Camargo. Rev. téc.
Gildo Sá Leitão Rios. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 263-264. Grifo no
original.
23 Ibidem, p. 253.
24 Ibidem, p. 267.
28 Com manobra de Cunha, Câmara aprova doação de empresas para partidos nas
campanhas. O Globo. Rio de Janeiro, 27.05.2015. Disponível em:
[http://oglobo.globo.com/brasil/com-manobra-de-cunha-camara-aprova-doacao-de-empresas-para-par
Acesso em: 07.07.2015.
29 Após manobra, Câmara aprova proposta para reduzir maioridade. G1. São Paulo,
02.07.2015. Disponível em:
[http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/apos-rejeitar-pec-camara-aprova-novo-texto-que-reduz-m
Acesso em: 07.07.2015.
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A estranha coexistência entre protagonismo judicial e
integridade e coerência do direito no código de processo
civil brasileiro
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