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O JUÍZO FINAL

Ap 20.11-15 – “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de


cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos,
grandes e pequenos, que estavam diante o trono, e abriram-se os livros; e abriu-se
outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; a
morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram jugados cada um
segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta
é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado
no lago de fogo.

INTRODUÇÃO
Algo que pouco nos atentamos e alguns nem mesmo especulam é a
respeito da eternidade. Em nossa breve peregrinação sobre a face da terra é
comum vermos indivíduos vivendo como se nunca fossem deixar esta terra e
atravessar a ponte da morte que conecta o reino físico ao espiritual, o visível
ao invisível, o transitório ao eterno. Ao observar uma cerimônia fúnebre, e
comtemplar uma matéria já sem vida sendo sepultada e tornando ao pó
surge uma pergunta que tem assombrado a muitos: “o que acontece após a
morte?” Na tentativa de preencher esta lacuna duvidosa, alguns chegam a
afirmar que o homem deixa de existir quando o fôlego de vida se esvai do
indefeso corpo humano, o que os leva a conclusão de que tudo termina com
a morte. No entanto, sob a perspectiva bíblica, entendemos que a existência
da coroa da criação não se limita ao passageiro e efêmero. Esta realidade
atravessa os portões da vida terrena e se estende a realidade chamada
ETERNIDADE.

Em Hb 9.27 está escrito: “E, assim como aos homens está ordenado
morrerem uma só vez vindo, depois disto, o juízo”. A Bíblia nos dá a
informação de que há uma continuidade na existência do homem após sua
morte, porém, com uma séria realidade: o juízo. Tudo o que praticamos
durante a nossa estadia na terra será julgado e recompensado conforme
muitos textos bíblicos asseveram (Jr 17.10; Gl 6.7; Ap 22.12). Embora os
homens creiam ou não, aceitem ou não, a realidade permanece; seremos
julgados pelo próprio Criador, quando deixarmos o ambiente físico. Há um
famoso dito popular que afirma o seguinte: “aqui se faz, aqui se paga”. Não
obstante ser inegável que alguns feitos praticados encontrem consequências
nesta vida, nem todos os atos pecaminosos são resolvidos aqui. Quantas
pessoas cometeram e cometem atrocidades e ficam impunes; agem de má
fé, destroem vidas, enganam pessoas e morrem sem terem sido
recompensadas. Neste caso, há uma correção que deve ser feita para
adaptar o mencionado dito à verdadeira realidade: “aqui se faz, na
eternidade se paga!”.

O GRANDE TRONO BRANCO

A vivência na terra é o período das escolhas, a eternidade é a


manifestação das mesmas; tudo o que fazemos, pensamos, falamos ou
deixamos de fazer são sementes que, uma vez lançadas gerarão frutos que
serão colhidos pelos séculos dos séculos. Desta forma, tanto o Tribunal de
Cristo como o Juízo Final serão cenários onde cada um receberá a
recompensa por todos os seus atos enquanto em vida.
O texto em análise diz respeito a uma das visões mais impactantes do
livro de Apocalipse. João contempla um grande trono branco onde está
assentado o Juiz de toda a terra, o único capaz de condenar os injustos.
Segundo Jo 5.22,23, o próprio Cristo julgará os ímpios nesta ocasião; o
cordeiro de Deus que veio para salvar os pecadores será o mesmo que
apartará de si após a sentença todos aqueles que o rejeitaram enquanto em
vida e procederam de maneira reprovável. É digno de nota que o mesmo
que ocupa este trono de juízo para condenar justamente é o mesmo que foi
condenado injustamente; o que foi rejeitado é aquele que rejeitará, o que foi
julgado sem misericórdia também procederá de igual modo para com os que
estiverem diante de si neste evento que fecha uma série de julgamentos
escatológicos.

NÃO HAVERÁ ACEPÇÃO DE PESSOAS

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante o trono”...

Infelizmente é comum a corrupção tomar espaço na justiça dos


homens. Torna-se muito difícil a vitória do pobre em um litígio, uma vez que
o número considerável de magistrados negociam a justiça com o rico,
beneficiando o interesse de um em detrimento dos direitos do outro.
Entretanto, tal realidade não será a mesma daquele tribunal eterno, uma vez
que o juiz que haverá promover este juízo é, de fato, a própria justiça. Não
haverá vantagens, barganhas, suborno nem tampouco fraude. Todos serão
julgados com equidade, segundo cada obra praticada em vida. Aqui, o
cenário não é de um juiz julgando um empresário, médico, multimilionário,
engenheiro, artista ou autoridade terrena; o que enxergamos nesta ocasião
é o Criador julgando e condenando a criatura.

ABRIRAM-SE OS LIVROS...

Enquanto nos tribunais humanos os réis são julgados de acordo com


as leis formuladas por legisladores passíveis de erros, o instrumento a ser
utilizado por Cristo para condenar os ímpios ao lago de fogo é a própria
Palavra (Jo 12.48). Além desse, outros livros também serão abertos: LIVRO
DOS ATOS DOS HOMENS, LIVRO DA MEMÓRIA, LIVRO DA
CONSCIÊNCIA, LIVRO DA LEI, LIVRO DO EVANGELHO, LIVRO DA
NATUREZA, LIVRO DA VIDA.

Não haverá espaço para absolvição, uma vez que todos os que
estiverem diante deste grande trono branco já estão eternamente separados
de Deus. O tempo de arrependimento encerrou-se, as oportunidades
cessaram e a sentença será proferida. Há países que aderem a prisão
perpétua; entretanto, nenhum mortal pode permanecer na cadeia
perpetuamente, uma vez que todo ser vivente é transitório e passageiro.
Quando este falece, deve der removido do cárcere para o cemitério
descumprindo este decreto. Na eternidade a pena não é efêmera; neste
julgamento, a duração cumprirá o requisito atemporal e se estenderá pelos
séculos dos séculos (Ap 14.11).

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