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ISS e a

Lei Complementar
nº 175/2020
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO ISSQN
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
(...)
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar.

Além disso, o art. 146 da CF/88 confere à lei complementar função de


dispor sobre conflitos de competência.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DO ISSQN (Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza)

✓ Decreto-Lei nº 406/68
✓ Lei Complementar nº 116/2003
✓ Lei Complementar nº 157/2016
✓ Lei Complementar nº 175/2020
O Município em que era devido o ISS segundo o Decreto-Lei nº 406/68

(REVOGADO) Art. 12. Considera-se local da prestação do serviço:


a) a do estabelecimento prestador ou, na falta de estabelecimento, o do
domicílio do prestador;
b) no caso de construção civil, o local onde se efetuar a prestação.

O Município em que é devido o ISS segundo a Lei Complementar nº


116/2003

Manteve a regra de “o serviço considera-se prestado, e o imposto, devido,


no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no
local do domicílio do prestador”, relacionando algumas exceções, como
realização de obras, limpeza, armazenamento (art. 3º e incisos).
A ORIGEM DA CONTROVÉRSIA:

STF, RE 592905 (repercussão geral): É constitucional a incidência do Imposto sobre


Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre as operações de arrendamento mercantil (leasing
financeiro).

STJ, Resp 1.060.210 - SC (repetitivo):


(a) incide ISSQN sobre operações de arrendamento mercantil financeiro;
(b) o sujeito ativo da relação tributária, na vigência do DL 406/68, é o Município da sede
do estabelecimento prestador (art. 12);
(c) a partir da LC 116/03, é aquele onde o serviço é efetivamente prestado, onde a
relação é perfectibilizada, assim entendido o local onde se comprove haver unidade
econômica ou profissional da instituição financeira com poderes decisórios
suficientes à concessão e aprovação do financiamento - núcleo da operação de
leasing financeiro e fato gerador do tributo.
O Município em que é devido o ISS segundo a Lei Complementar nº
157/2016

Estabeleceu ser devido o ISS no Município do tomador do serviço nos


casos de plano de saúde, planos veterinários, administração de cartões de
crédito e débito, arrendamento mercantil, agenciamento, corretagem ou
intermediação de contratos de arrendamento mercantil (leasing), de
franquia (franchising) e de faturização (factoring).

Teve sua eficácia suspensa, nos termos da medida cautelar concedida na


ADI 5.835 (Min. Alexandre de Moraes).
O Município em que é devido o ISS segundo a Lei Complementar nº
175/2020

Reafirma o deslocamento da competência tributária para exigir o ISS aos municípios em


que estiver situado o domicílio do tomador, para os serviços de: 1) plano de saúde; 2)
planos veterinários; 3) administração de cartões de crédito e débito, fundos e congêneres;
e 4) serviço de arrendamento mercantil.

Prevê um sistema nacional para operacionalizar a modificação, a cargo do contribuinte.


(o sistema eletrônico de padrão unificado "será desenvolvido pelo contribuinte,
individualmente ou em conjunto com outros contribuintes sujeitos às disposições desta lei
complementar“).

Veicula uma regra de transição para a partilha do produto da arrecadação do ISS entre o
município do local do estabelecimento prestador e o município do domicílio do tomador.
PROBLEMAS:

a) Aumenta custo de conformidade.

b) Dispõe sobre partilha do produto da arrecadação do ISS (matéria de caráter


constitucional – ex: 157 a 159 ou do que previu a Emenda Constitucional nº 87/2015, no
que tange ao ICMS em operações interestaduais destinadas ao consumidor final).

c) Inadequação entre o critério espacial e o material do ISS: se o fato gerador (hipótese de


incidência), previsto constitucionalmente, consiste em prestar serviço, o domicílio do
tomador não guarda relação do essa ação.

d) Altera o critério de “origem” para “destino”, sem previsão constitucional.

ATENÇÃO À ESTRITA LEGALIDADE:


Cada município precisará editar uma nova lei ordinária, para se conformar a nova
permissão em lei complementar.
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Fabiana Del Padre Tomé

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Direito Tributário na Prática

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