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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL / DA VARA FEDERAL DA SUBSESSÃO JUDICIÁRIA


DE CIDADE - ESTADO

Autos nº XXXXXXXXXXXXXXXX

AUTOR, já qualificado nestes autos em oportunidade


pretérita, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, através de seu
advogado constituído e abaixo assinado / eletronicamente assinado, em
observância à sentença prolatada no processo movido contra a CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL, apresentar

RECURSO DE APELAÇÃO

diante de seu inconformismo com a respeitosa sentença


que julgou extinta a demanda (prazo aberto em xx/xx/20xx e encerrado em
xx/xx/20xx), com preparo realizado (comprovantes acostados) e conforme as
razões anexas. Destarte, requer seja o presente recebido no duplo efeito
(suspensivo e devolutivo), regularmente remetido ao E. Tribunal Regional
Federal para que seja processado, conhecido e, ao final, provido.

Nestes termos pede deferimento.

CIDADE, DATA

ADVOGADO
OAB

1
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DO ESTADO DO PARANÁ

Autos originais n° xxxxxxxxxxxx

Autor / Apelante: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Réu / Apelado: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

RAZÕES DE APELAÇÃO

Colenda Câmara,

O autor ajuizou a presente ação buscando a


declaração de legitimidade de seu direito de ver corrigidos e revistos os valores
depositados em sua conta vinculada do FGTS. Em breve síntese, entre 1999 e
os dias atuais, tudo que foi corrigido pela TR ficou abaixo do índice de inflação,
causando perdas bastante consideráveis às economias do autor.

No entanto, superada a instrução, sobreveio sentença


de mérito onde o juízo a quo optou pela improcedência dos pedidos inaugurais
destacando, principal e sucintamente, a impossibilidade de modificação do índice
de correção do FGTS (TR) por alternativa mais vantajosa ao trabalhador (como
sugerido foi o INPC, por exemplo) em decorrência de expressa previsão legal.

Inobstante, por entender que a sentença recorrida


merece reformas, passa a expor os motivos pelos quais entende que este
Egrégio Tribunal, em Acórdão, deverá modificar o julgado.

I. DICOTOMIA LEGAL – PREVISÃO EXPRESSA DE


CORREÇÃO SIMULTÂNEA A PREVISÃO DE UTILIZAÇÃO
DA TR – PREVALÊNCIA DA PRIMEIRA

A interpretação literal alinhavada no art. 2º da lei do


FGTS (n° 8.036/1990) determina efetivamente a correção monetária dos
depósitos vinculados à conta de FGTS. Já o artigo 13 do mesmo artigo reza que
a correção será feita nos parâmetros fixados para atualização dos depósitos de
poupança, a qual é remunerada basicamente pelo TR (art. 12, I da Lei n°
8.177/1991) – para citar os efeitos relevantes à presente lide.

À primeira vista não há qualquer conflito entre tais


previsões. No entanto, com o estudo aprofundado proposto pela presente ação,
evidencia-se a contradição direta entre a previsão de correção monetária e a
práxis “contaminada” pelos índices nulos (ou próximos do nulo) encontrados na
TR – situação esta que se arrasta e piora continuamente desde 1999, com a
adoção arbitrária de um redutor artificial criado pelo Banco Central / CMN.

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Independentemente de quaisquer outras análises, se faz
necessário reconhecer que a previsão de correção monetária e a aplicação
de índices que não servem sequer para cobrir a inflação do período se
constituem em clara contradição prática, já que não há correção com a
utilização de um índice artificial e extremamente defasado, como é o caso da TR.
Sendo assim, necessária se faz a determinação de qual seria a previsão legal
mais importante: a garantia de efetiva correção monetária ou a determinação
inquestionável de utilização da Taxa Referencial. Nesse ponto, a própria lei do
FGTS parece bastante clara ao determinar a primazia da primeira opção,
conforme leitura do §2° do artigo 9°:

Art. 9° As aplicações com recursos do FGTS poderão ser


realizadas diretamente pela Caixa Econômica Federal e
pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro
da Habitação - SFH, exclusivamente segundo critérios
fixados pelo Conselho Curador do FGTS, em operações
que preencham os seguintes requisitos:
(...)
§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em
habitação, saneamento básico e infra-estrutura urbana.
As disponibilidades financeiras devem ser mantidas
em volume que satisfaça as condições de liquidez e
remuneração mínima necessária à preservação do
poder aquisitivo da moeda.

Ora, se a Caixa Econômica Federal, quando das


aplicações dos recursos do FGTS, deve tomar cautelas para que o poder
aquisitivo da moeda seja preservado, como é que alguém pode defender a ideia
de que ao trabalhador não deve ser destinada a mesma garantia? A resposta
para essa pergunta retórica é simples: é conveniente ao ente público deixar que
o dinheiro suado dos trabalhadores seja defasado pela inflação diante das
correções risíveis realizadas mediante aplicação da TR.

No entanto, por mais vantajoso que seja ao ente público


– e à CEF – a remuneração do FGTS pela TR, o Poder Judiciário tem o poder-
dever de declarar que a necessidade de preservação do poder aquisitivo da
moeda se sobrepõe à necessidade pura e simples de aplicação da TR, eis
que essa última foi determinada pela lei em uma época onde referido índice
ainda permitia uma atualização monetária digna e condizente com a realidade
econômica daquele distante período.

Dever-se-á considerar a necessidade de substituição da


TR como de máxima importância frente à preservação do poder aquisitivo do
montante depositado nas contas de FGTS, ainda mais quando levado em
consideração que referidos valores não podem ser movimentados pelos
trabalhadores ou remanejados para outros investimentos mais rentáveis. Ou
seja: é verdadeira hipótese de confisco, haja vista o sequestro dos depósitos de
Fundo de Garantia que sequer igualam a inflação pela metodologia de
atualização imposta pelo ente público. Cria-se uma situação completamente
absurda onde a CEF empresta ao trabalhador aquilo que deixou de pagá-lo a
título de correção monetária.

Destarte, referida injustiça não ocorre quando da fixação


e atualização anual do salário mínimo nacional: a Lei 12.382/2011 determina, em
seu artigo 2° §1°, que é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que
deve ser utilizado como parâmetro à manutenção do poder aquisitivo quando do

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reajuste em questão. Logo, por questão de equidade, a própria lei (mais recente)
trata de ignorar a TR como índice de correção monetária!

II. DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL SOBRE O


TEMA EM QUESTÃO – DINÂMICA DO DIREITO TANGENTE
ÀS MUDANÇAS DE PARADIGMAS SÓCIO-ECONÔMICOS

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela


inconstitucionalidade da utilização da Taxa Referencial como índice de correção
monetária para o pagamento dos precatórios (ADI nº 4357) reafirmando
entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI nº 493. Essa
decisão tem desdobramentos que vão além do processo no qual foi tomada. Isso
porque a Lei nº 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço – FGTS – também prevê a aplicação de correção monetária e
há muito tempo é utilizado o referido índice (TR) para corrigir referido fundo, o
mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.

Reitere-se que desde 1991 e 1992, quando o STF julgou


a ADI 493-0/DF, restou bem assentado que a TR não constituía índice que
refletia a variação do poder aquisitivo da moeda. Esta característica da TR tem
se confirmado ao longo dos anos. A sua aplicação aos saldos dos depósitos do
FGTS tem gerado gigantesca destruição de valor do patrimônio do trabalhador.
Há anos os trabalhadores que tem depósitos no FGTS não experimentam
ganhos reais em sua aplicação; ao contrário: há muito tempo os trabalhadores
têm rendimentos inferiores à inflação, mesmo levando em conta a remuneração
dos juros de 3% ao ano.

Inobstante, muito se tem falado que tanto o STJ (REsp


282.201 de 2002) quanto o STF (RExt 226.855-7 de 2000) já teriam reconhecido
a legalidade da maioria dos índices aplicados administrativamente, o que serviria
para dotar de caráter imutável a aplicação da TR ao FGTS, o qual, dado sua
“natureza institucional”, estaria estritamente preso ao que determina a legislação.
Essa é, na realidade, a síntese dos julgados em 1° instância encontrados mais
recentemente Brasil afora. No entanto, referido entendimento está
herculeamente equivocado, pois interpreta o Direito e a Economia como
questões sociais “engessadas”, imutáveis – quando na verdade são evidentes
seus caracteres dinâmicos.

Nessa seara, as decisões do STJ e do STF, prolatadas


no começo da década passada, não levavam em consideração os estudos
realizados atualmente (como o do DIEESE, anexo à inicial), que mostram a
inconsistência entre, simultaneamente, determinar uma atualização monetária e
fazê-la de acordo com a Taxa Referencial, a qual apresenta um índice
atualmente nulo que, na prática, não atualiza absolutamente nada. Ou seja:
como a utilização da TR foi determinada em uma época onde esse índice não
era artificialmente manipulado para ser nulo (ou próximo a nulo), mas, ao
contrário, superava a inflação do período, é de se pressupor que a vontade
primordial do legislador era garantir a manutenção do poder de compra do
trabalhador.

O que tornou a TR um índice inidôneo foi (é) a intensa


ingerência do Banco Central/CMN na sua formulação e o artificial controle de
seus valores através de redutor convenientemente criado, constante da
Resolução 3.354/06 – fato que não existia quando da determinação de que

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referido índice fosse utilizado para corrigir monetariamente o FGTS. Seria o
mesmo que, por exemplo, pugnar pela aplicação vitalícia do INPC na atualização
do salário mínimo nacional mesmo após uma superveniente modificação na sua
metodologia de cálculo (a qual ocorreria, para fins desse exemplo, com o
simples intuito de diminuir a correção final, acarretando um salário mínimo que
sequer compensaria a inflação do período).

Não se pede ao Poder Judiciário que substitua a TR


porque existe outro índice mais vantajoso: se pede ao Poder Judiciário que
substitua a TR porque esse “índice” não segue minimamente os parâmetros da
época em que foi escolhido como parâmetro de correção do FGTS, não podendo
o Estado-Juiz se furtar a corrigir essa gigantesca injustiça com a classe
trabalhadora do país. Eventual decisão favorável ao pleito não estará
golpeando a tripartição de poderes, já que o Poder Legislativo, conforme
sobredito, já deixou claro que o norte a ser seguido como prioridade é a
manutenção do poder de compra da moeda a não a utilização de um índice
artificialmente levado à decadência por interesses reprováveis e que prejudicam
os trabalhadores.

É exatamente isso o que tem sido decidido pela melhor


jurisprudência. A sentença dos autos eletrônicos n° 5009533-
35.2013.404.7002/PR, prolatada pelo Juiz Federal Diego Viegas Véras, de Foz
do Iguaçú, termina por trazer os seguintes fundamentos:

(...) A Lei, portanto, dispõe que o fundo deverá ser


corrigido monetariamente e a correção monetária
não representa qualquer acréscimo, mas
simples recomposição do valor da moeda
corroído pelo processo inflacionário (STJ, REsp
nº 1.191.868, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j.
15/06/2010 e p. 22/06/2010). A Taxa Referencial
(TR) como bem trazido pela parte autora, foi índice
capaz de refletir a inflação ocorrida na economia
brasileira por significativo período de tempo,
durante o qual não havia quaisquer razões para se
opor a sua aplicação. Não é, contudo, a realidade
desde janeiro de 1999, a partir de quando o
índice deixou de espelhar a desvalorização da
moeda.
(...)
...foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde
o Supremo Tribunal Federal analisou a
inconstitucionalidade da Emenda Constitucional nº
62/2009, que ficou inconteste o entendimento
daquela Corte no sentido de que a TR não pode
ser utilizada como índice de atualização
monetária, eis que não é capaz de espelhar o
processo inflacionário brasileiro.
(...)
Veja-se: com a TR ostentando seus índices
praticamente zerados desde o ano de 2009, os
saldos das contas do FGTS acabaram sendo

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remunerados tão somente pelos juros anuais de 3%
previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que
deveriam, supostamente, remunerar o capital ,
não são sequer suficientes para repor o poder
de compra perdido pela inflação acumulada.
(...)
Tem-se, em resumo, que a Lei nº 8.036/90, lei
específica do FGTS, determina que ao saldo de
suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado
índice de correção monetária. Não sendo a Taxa
Referencial (TR), índice disposto pela Lei
8.177/91, hábil a atualizar monetariamente tais
saldos,e estando tal índice em lei não
específica do FGTS, entende-se que como
inconstitucional a utilização da TR para tal fim,
subsistindo a necessidade de aplicar-se índice de
correção monetária que reflita a inflação do período,
tal como prevê a Lei nº 8.036/90.
(...)
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os
pedidos, condenando a CEF a pagar à parte autora
os valores correspondentes à diferença de FGTS
em razão da aplicação da correção monetária pelo
IPCA-E desde janeiro de 1999 em diante até seu
efetivo saque, cujo valor deverá ser apurado em
sede de cumprimento de sentença. Caso não tenha
havido saque, tal diferença deverá ser depositada
diretamente na conta vinculada do autor.

Já nos autos n° 3279-88.2013.4.01.3810/MG, o Juiz Federal


Márcio José de Aguiar Barbosa, de Pouso Alegre, ao também decidir
favoravelmente ao pleito do trabalhador, realizou detalhada análise jurídico-
econômica acerca da utilização da TR como índice de correção monetária no
FGTS, podendo ser considerada sua fundamentação uma verdadeira aula sobre
o tema. Em suas irretocáveis lições, diz:

Desde a primeira legislação, houve a preocupação


de assegurar às contas vinculadas a correção
monetária (...). Nessa época, portanto, o FGTS
tinha tríplice função: 1) pecúlio opcional do
empregado formado por contribuições do
empregador; 2) seguro-desemprego substitutivo da
estabilidade prevista na CLT, titulo IV, capítulos V e
VII; e 3) indenização pela despedida arbitrária.
(...)
Dessa forma, a partir da CR/88 – regulamentada
pela lei 8.036/90 – o FGTS perdeu as funções de
“seguro-desemprego” e de “indenização pela
despedida sem justa causa”, assumidas,
respectivamente, pelo atual “seguro-desemprego”
(Lei 7.988/90 e alterações) e pela multa do art. 10

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do ADCT-CR/88 (com as alterações da legislação
complementar). Manteve sua função de pecúlio do
trabalhador formado por contribuições do
empregador, porém não mais facultativo: o FGTS
se tornou um pecúlio obrigatório.
Não há mais opção: todos os empregados são
beneficiários e filiados obrigatórios do FGTS.
Além de ser um pecúlio obrigatório cujas hipóteses
de levantamento são bastante restritas e quase
sempre vinculadas à extinção do contrato de
trabalho ou aquisição/financiamento da casa própria
(art. 20 da lei 8.036/90), o FGTS tem uma
importante distinção em relação a outros pecúlios
privados e poupanças /aplicações realizadas no
mercado financeiro: o FGTS NÃO TEM
PORTABILIDADE.
Ao contrário de outras opções postas à disposição
de empregados e patrões para formar pecúlios ou
poupanças, como os fundos de previdência privada
ou as aplicações em caderneta de poupança,
fundos de investimento, títulos públicos ou privados,
o titular do FGTS não tem possibilidade de transferir
seus recursos para aplicações mais rentáveis, mais
bem geridas ou mais seguras. Ainda que sua
remuneração seja muito insatisfatória ou que o
titular da conta do FGTS discorde das políticas de
gestão do fundo ou que se atemorize quanto a sua
solidez, não há o que fazer, o titular do FGTS não
pode transferir ou sacar seus recursos e aplicá-los
em outra modalidade disponível de poupança ou
previdência.
Essas três características – obrigatoriedade,
ausência de portabilidade e prazo
longo/indeterminado – que têm base
constitucional e legal, tornam ainda mais
importante a questão da recomposição do seu
valor vis a vis os efeitos corrosivos da inflação
sobre a moeda na qual os depósitos são
realizados: o saldo do FGTS, enquanto pecúlio
obrigatório, não portável, por prazo
indeterminado e previsto constitucionalmente, é
uma obrigação de valor devida pela instituição
operadora ao trabalhador titular da conta
vinculada, protegida constitucional e legalmente
dos efeitos inflacionários sobre a moeda.
Saliente-se que o art. 13 da lei 8.036/90,
expressamente, se adéqua a esse entendimento,
uma vez que afirma a necessidade de “correção
monetária” sobre os depósitos efetuados no FGTS
– reproduzindo expressão utilizada em todas as leis
que regularam o FGTS desde a Lei 5.107/1966. Na
época de sua edição (1990), seguindo também a
legislação precedente, o art. 13 da lei 8.036/90
vinculou a correção monetária à atualização
monetária das cadernetas de poupança, que na

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época eram corrigidas por índices de preço,
circunstância que se alteraria a partir da edição da
lei 8.177/1991.
(...)
A lei 8.177/91 – uma das medidas do chamado
“Plano Collor II” – promoveu diversas medidas de
desindexação da economia que foram mantidas e
aperfeiçoadas no “Plano Real”, dentre as quais a
substituição da ubíqua correção monetária das
cadernetas de poupança por uma remuneração
básica não mais atrelada à inflação passada, mas,
inicialmente, à previsão feita pelo mercado
financeiro de inflação futura: a taxa referencial ou
TR.
Como estabelecido no art. 1º da lei 8.177/91, o
cálculo da taxa referencial de cada dia seria feito a
partir da média das remunerações mensais dos
títulos públicos e privados negociados no mercado
financeiro naquele dia.
(...)
Desse modo, teoricamente, a TR foi criada para
remunerar as cadernetas de poupança com a
expectativa de inflação futura no período de
aplicação, no lugar da inflação passada.
Desindexava-se, assim, a caderneta de poupança
(principal ativo financeiro na época) dos índices de
inflação passada.
Nessa época havia ainda duas outras
particularidades do mercado financeiro que
tornavam o cálculo da TR mais fácil e mais próximo
dessa previsão teórica: 1) o imposto de renda
incidente sobre as aplicações financeiras tinha
como base de cálculo apenas o “rendimento real”,
isto é, acima da inflação, e diversos foram os
índices de correção monetária utilizados pelo Fisco
(OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para
identificar o “rendimento real”; 2) o rendimento real
líquido (isto é, descontado do IR) das aplicações
era bem superior a 0,5% ao mês, que sempre foi a
taxa de juros remuneratórios da poupança.
Essas duas particularidades permitiam que o
cálculo da TR fosse feito de forma bem simples. Se
considerarmos “RB” o rendimento bruto médio dos
títulos, “IF” a inflação futura prevista pelo mercado e
“JR” os juros reais mensais médios, teríamos: (1 +
RB) = (1 + IF) x (1 + JR). Para saber a previsão de
inflação futura (IF), teríamos (1 + IF) = (1 + RB) / (1
+ JR).
A metodologia inicial do Banco Central para cálculo
da TR era bem simples: bastava estimar a taxa de
juros reais na economia por um determinado fator
(chamaremos de JR) e calcular: (1 + TR) = (1 +
RB)/ (1 + JR), onde RB era a média da
remuneração bruta mensal da amostra de títulos
públicos e privados.

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A partir de 1995, com a primeira edição da MP
2.074-73 (MP 1.053, de 30/06/1995), que viria se
tornar a lei 10.192/2001, foi criada a TBF – taxa
básica financeira – definida como a média de
remuneração bruta mensal da amostra de títulos do
mercado financeiro e o cálculo da TR passou a se
vincular à TBF pela fórmula simples: (1 + TR) = (1 +
TBF)/ (1 + JR), e o fator JR foi sendo alterado pelas
resoluções do CMN para se adequar às previsões
de juros reais.
A partir de 1996 (lei 8.981/95), o imposto de renda
sobre as aplicações financeiras passou a ser
calculado não mais sobre a remuneração real
(descontada a inflação), mas sobre a remuneração
total das aplicações, abandonando-se
paulatinamente a utilização da UFIR como
indexador no âmbito fiscal, e, com a estabilização
promovida pelo Plano Real, as taxas de juros reais
começaram a ceder.
Esses dois fatores fizeram com que o cálculo da TR
tivesse que se modificar, pois não havia mais a
garantia de que o rendimento líquido das aplicações
financeiras fosse sempre superar a previsão de
inflação futura mais uma taxa de juros de 0,5% ao
mês. Com efeito, é possível demonstrar que, com a
cobrança do IR sobre o total da remuneração da
aplicação financeira, quanto maior a inflação e
quanto menor a taxa de juros reais, maior a parcela
dos juros reais que seria paga ao Fisco como
imposto de renda – e, portanto, menor a taxa de
juros reais líquida do período.A taxa de juros reais
líquida poderia cair abaixo dos juros da poupança.
Na hipótese de a taxa de juros reais líquida das
aplicações financeiras ficar abaixo da taxa de juros
da poupança, haveria uma migração em massa dos
investidores dos títulos públicos e privados para a
caderneta de poupança, provocando grandes
transtornos no mercado financeiro e na dívida
pública. Fazia-se necessário adequar o cálculo da
TR de modo que a remuneração total da poupança
(TR + 0,5% ao mês) não superasse a remuneração
líquida média dos títulos públicos e privados.
Inicialmente, com a Resolução CMN 2.387/97, o
fator (1+ JR) foi substituído simplesmente pelo
fator R, vinculado à própria TBF por um cálculo um
pouco mais complexo e utilizando dois parâmetros,
“a” e “b” determinados no normativo.
A partir da Resolução CMN 2.604, de 23/04/1999,
o fator R passou a se vincular à TBF e à taxa de
juros da poupança pela fórmula R = a + b x TBF,
onde “a” sempre foi 1,005 (fator referente à taxa de
juros mensais da poupança) e “b” foi sendo alterado
à medida que as taxas de juros brutas caíam ao
longo do tempo. A primeira TR nessa nova

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metodologia foi referente a 01/06/1999 (art. 3º da
Res. 2.604/99).
O fator “b”, fixado inicialmente em 0,48, foi sendo
reduzido até que, na redação atual da Resolução
3.354/2007, para TBF abaixo de 11%, esse fator “b”
tem sido discricionariamente fixado pelo BACEN.
Com tal metodologia, o cálculo da TR se
desvinculou de seus objetivos iniciais (indicar a
previsão do mercado financeiro para a inflação
no período futuro escolhido) para se ater tão
somente à necessidade de impedir que a
poupança concorra com outras aplicações
financeiras.
(...)
Olhando as curvas dos índices do IPCA e da TR
(curvas irregulares, a da TR quase sempre abaixo
do IPCA que é a linha mais irregular) verifica-se que
até meados de 1999 as duas curvas estavam
praticamente sobrepostas (índices mensais muito
próximos) e a partir do segundo semestre de 1999
há um descolamento, com os índices da TR quase
sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final
do período com TR igual ou muito próxima de 0%.
O descolamento se deu, basicamente, a partir da
metodologia iniciada pela Resolução CMN nº 2.604,
de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.
(...)
Se já quando de sua introdução a TR não mais
podia ser utilizada como índice de correção
monetária (pois mesmo como “previsão de
inflação futura” ela jamais pôde antecipar, de
forma matematicamente precisa, essa inflação
e, portanto, não podia ser utilizada como tal) e
isso foi reconhecido pelo E. STF no julgamento
da ADIN 493-0/DF, no último sesquidecênio ela
se desvinculou totalmente de qualquer
correlação com a inflação passada ou futura,
não podendo jamais servir como índice de
correção monetária e de manutenção do valor
real de direitos e obrigações, como reconhecido
pelo E. STF nos recentes julgamentos das ADI
4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI
4425/DF, que afastaram a utilização da TR para
correção das dívidas judiciais como
estabelecido na EC 62/09 e na lei 11960/09.
Há dois importantes pontos a se observar. Em
primeiro lugar, a metodologia da TR fixada no art.
1º da lei 8.177/91 é ampla o suficiente para permitir
que sucessivos e distintos cálculos normatizados
pelas resoluções do CMN sejam consideradas
válidas, pois em nenhum momento a lei 8.177/91
estabelece a obrigatoriedade de a TR se vincular a
uma “previsão de inflação futura” ou algo
semelhante – apesar de que esse era seu

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fundamento do ponto de vista estritamente
econômico, quando da publicação da lei 8.177/91.
Em segundo lugar, as alterações realizadas no
cálculo da TR e que finalizaram por reduzi-la a
algo próximo de zero, tiveram como fundamento
o fato de que as cadernetas de poupança e as
demais aplicações financeiras são portáveis,
intercambiáveis, concorrem entre si pelos
recursos dos aplicadores: não há nenhuma
ilegitimidade ou invalidade evidente em reduzir
a remuneração básica da poupança a
percentuais ínfimos, pois o poupador pode, a
qualquer tempo, retirar seus recursos da
caderneta de poupança e colocá-los em outra
aplicação financeira, se não estiver satisfeito.
Além disso, as cadernetas de poupança podem
ser sacadas a qualquer tempo e rendem
mensalmente, são típicas aplicações de
curtíssimo prazo, que permitem esse livre
trânsito de recursos, se a rentabilidade ficar a
desejar.
Isto é, para a caderneta de poupança, a TR
calculada da forma atual não é inválida nem
ilegítima. Mas tais características de livre
portabilidade, de curtíssimo prazo e de
facultatividade da poupança são exatamente
opostas às características do FGTS, como já
analisado anteriormente.
(...)
O art. 13 da lei 8.036/90, ao estabelecer que “Os
depósitos efetuados nas contas vinculadas serão
corrigidos monetariamente com base nos
parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de
(três) por cento ao ano”, claramente objetivava dar
continuidade ao princípio estabelecido desde a lei
5.107/66 de que o pecúlio representado pelo FGTS
é uma obrigação de valor, imune aos efeitos
corrosivos da inflação, sujeito a correção monetária
de seus depósitos e ainda vencendo juros
remuneratórios “reais” (acima da inflação) de 3% ao
ano.
Não apenas dava continuidade à tradição do FGTS,
como densificava de forma válida, conforme à
Constituição, o direito trabalhista fixado no art. 7º,
III, da CR/88, que previu o pecúlio obrigatório do
fundo de garantia. Tratando-se de pecúlio
obrigatório, não portável, a ser usufruído após longo
prazo de sua formação, é mais razoável a
interpretação de que a norma constitucional contém
implicitamente a obrigatoriedade de que o valor
desse fundo seja protegido da corrosão
inflacionária.
(...)

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Está claro que fatores alheios ao legislador da
lei 8.036/90 fizeram com que o art. 13
progressivamente se tornasse inconstitucional,
na parte em que vincula a correção monetária
das contas do FGTS aos índices de atualização
da poupança e estes, por sua vez, passam a ser
calculados por metodologia prevista nos arts. 1º
e 17 da lei 8.177/91, que não mais garante a
recomposição das perdas inflacionárias.
Como se viu no tópico anterior, a metodologia
iniciada pela Resolução CMN 2.604, de 23/04/1999,
com efeitos a partir de 01/06/1999, deu início ao
descolamento da TR dos índices de inflação, sendo
esse o momento que se deve fixar para a
recomposição das contas do FGTS.
Diante do exposto, tendo em vista o que já decidido
pelo E. STF no caso da lei 11.960/09 e o fato de o
FGTS ser um pecúlio constitucional obrigatório, não
portável e de longo prazo, cuja garantia de
recomposição das perdas inflacionárias está
implícita na disposição do art. 7º, III, da CR/88, que
assegura esse direito trabalhista fundamental a
todos os trabalhadores, é de se declarar
inconstitucional, pelo menos desde a
superveniência dos efeitos da Resolução CMN
2.604, de 23/04/1999, a vinculação da correção
monetária do FGTS à TR, conforme art. 13 da lei
8.036/90 c/c arts. 1º e 17 da lei 8.177/91.

Por referidas razões e levando em consideração o mais


recente precedente sobre o tema também no STF (ADI nº 4357), deverá o Poder
Judiciário observar a mudança de paradigmas econômicos que envolvem o tema
sob comento, principalmente em decorrência de atuação dolosa do Banco
Central / CMN na fixação do redutor da TR, para declarar a impossibilidade de
“convivência pacífica” entre a expectativa de correção monetária e a realidade de
atualização nula / quase nula imposta pela Taxa Referencial, o que acarreta a
inconstitucionalidade superveniente do dispositivo legal.

III. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL


INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
Inicialmente é importante retratar que o tema em debate cuida
de matéria de ordem pública, a qual ultrapassa a esfera individual do cidadão,
atingindo toda a ordem social – quer seja jurídica, quer seja em âmbito político-
social – consistente na parcela da sociedade comprometida com o bem comum.
Assim, há repercussão geral na presente ação, haja vista os desdobramentos
que podem advir de uma decisão final do Poder Judiciário, seja ela favorável ou
desfavorável.

No mais, com efeito, o tema apresenta relevância do ponto de


vista jurídico, uma vez que a definição sobre a (in)constitucionalidade da
manutenção da TR como índice de correção monetária do FGTS norteará o
julgamento de inúmeros processos similares, que tramitam neste e nos demais

12
tribunais brasileiros, sendo importante até mesmo para a segurança jurídica que
as Cortes Superiores interpretem e se manifestem sobre os dispositivos
constitucionais suscitados no feito.

Nesse contexto, em breve síntese, a aplicação da Taxa


Referencial como índice de correção monetária do FGTS encontraria respaldo –
e oposição – em dois artigos da Lei nº 8.036/90: art. 2º e art. 13. Assim,
entendemos, data venia, que há uma obrigatoriedade de correção monetária e
de remuneração por meio de juros dos depósitos efetuados nas contas
vinculadas do FGTS, senão vejamos:

Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a


que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo
ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a
assegurar a cobertura de suas obrigações.
Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão
corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para
atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização
juros de (três) por cento ao ano.

Hoje sabemos, no entanto, que o FGTS só está sendo


remunerado a juros, sendo a correção monetária virtualmente inexistente. Desta
maneira, uma decisão judicial no sentido de que as contas vinculadas do FGTS
devem continuar a ser corrigidas pela TR viria a ferir vários preceitos
constitucionais, como o Estado Democrático de Direito, atentando contra a
Dignidade da pessoa Humana (art. 1º e inciso III, da CF), bem como os
princípios da igualdade, segurança jurídica (art. 5º, caput, da CF), da
proteção ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5º, XXII e XXXVI
da CF) e moralidade (art. 37 da CF).

Assim, a parte apelante há por bem PREQUESTIONAR a


matéria, para efeito de eventual interposição de Recurso Especial e/ou
Extraordinário: já seria reprovável o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros
baixos (3% a.a) e sem nenhuma correção e emprestá-lo a juros muito mais altos,
mesmo sem correção (uma vez que a TR corrige prestações do SFH), pois
evidente que a instituição bancária leva imensa vantagem nesta negociação.
Porém, a realidade mostra uma situação ainda pior: a Caixa pega dinheiro a
juros baixos, sem nenhuma correção para o trabalhador, e empresta para ele
mesmo quando este consegue juntar o suficiente para comprar a casa própria!!

A Apelada se vale da fragilidade humana para colocar-se


como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo, se aproveita de uma pobre
e tendenciosa interpretação da Lei do FGTS para, ano após ano, auferir
lucros exorbitantes à custa do trabalhador.

Quanto ao direito à propriedade: se um trabalhador ganha R$


1.000,00 por ano a título de FGTS em um vínculo de longa duração, diz a lógica
e o bom senso – que infelizmente se encontra em falta diante de uma
interpretação exacerbadamente positivista e tendenciosa do Direito – que, ao
final do vínculo, quando for sacar o valor, este trabalhador deveria ter a
possibilidade de comprar a mesma quantidade e qualidade de itens que
adquiriria caso tivesse recebido seu FGTS à vista e em espécie. No entanto, o
que ocorre é que quanto mais tempo o dinheiro fica parado na conta vinculada,
mais ROUBADO é o patrimônio do trabalhador, que se vê diluído pela inflação.

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Partindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF
julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR não constituía
índice que refletia a variação do poder aquisitivo da moeda. Esta
característica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplicação aos
saldos dos depósitos do FGTS tem gerado “gigantesca destruição de valor”
do patrimônio do trabalhador. Há anos, os trabalhadores que tem depósitos no
FGTS não experimentam ganhos reais em sua aplicação. Ao contrário. Há muito
tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores à inflação, mesmo levando
em conta a remuneração dos juros de 3% ao ano.

Partindo da premissa inequívoca de que a TR não repõe as


perdas monetárias dos depósitos do FGTS - verifica-se de forma incontestável a
destruição de valor do patrimônio do trabalhador. A solução para o problema é
um só: a determinação de outro índice de correção que efetivamente atualize o
dinheiro depositado na conta do FGTS.

Logo, declarada a inconstitucionalidade do índice “Taxa


Referencial” aplicado ao precatório (recente julgamento da ADI 4357), deve ser
tomada tal decisão como parâmetro a ser aplicado ao caso concreto por medida
de justiça, já que ao mesmo tempo em que um precatório não pode sofrer
desvalorização, também o FGTS de um humilde trabalhador não merece tal
sorte.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Nobres julgadores: neste ponto seria possível a produção
de mais diversas laudas para examinar pormenorizadamente cada ponto da
problemática posta a exame neste momento. No entanto, por acreditar que a
petição exordial já exprime adequadamente todos os alicerces da tese defendida
pela parte apelante e por crer que os contrapontos aos argumentos alinhavados
na peça contestatória se encontram, igualmente, na própria Inaugural, a
apelante frisa sucintamente apenas o que segue.

Quanto ao mérito da questão em si, cinge-se a


controvérsia, basicamente, à possibilidade de se estender ao caso em concreto
o entendimento emanado pelo recente julgado do STF (e também pelo STJ, em
julgados antigos) onde ficou determinado que a Taxa Referencial (TR) não serve
como índice de correção por não refletir adequadamente a desvalorização da
moeda nacional. Quanto a isto, data vênia, a resposta parece obviamente
positiva (pelo menos se desconsiderarmos os interesses políticos existentes no
pano de fundo da demanda).

Não se mostra consentâneo com um Estado Democrático


de Direito que os trabalhadores sejam obrigados a suportar o ônus da
desvalorização do FGTS, a qual é inegavelmente imposta pela manipulação do
TR pelo Banco Central. Outrossim, a lei que prevê que o FGTS deve ser
corrigido pela TR foi criada em uma época onde este índice realmente refletia as
flutuações da moeda – início da década de 90. Logo, ao deixar de representar
até mesmo a inflação detectada nos períodos posteriores a 1999, a intenção da
lei passou a ser desrespeitada, ainda mais quando consideramos a artificialidade
da manipulação da Taxa Referencial, a qual é utilizada unicamente no interesse
do ente público – que, obviamente, deseja pagar menos, nem que para isso
termine onerando o trabalhador hipossuficiente.

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Destarte, podemos resumir a demanda, adicionalmente
aos argumentos já devidamente analisados na peça inicial e na presente
Apelação, em uma questão principiológica e ideológica, onde o pedido principal
(substituição da TR por outro índice que efetivamente reflita uma correção
monetária não nula) somente será indeferido caso este Tribunal entenda que o
trabalhador não merece um pingo de respeito por parte do Judiciário: ao
contrário, merece ver o fruto de seu trabalhado (FGTS) diluído no tempo através
de manipulações arbitrárias e subjetivas daquele que controla a Taxa
Referencial como bem entende.

V. DOS PEDIDOS
Desta maneira, reportando-se aos argumentos
sucintamente alinhavados imediatamente acima e, igualmente, pugnando de
modo remissivo à análise das razões impressas já na petição inicial, requer seja
a presente Apelação recebida, processada e ao final provida para declarar a
impossibilidade de manutenção da TR como índice de correção monetária aos
depósitos realizados na conta vinculada ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), ordenando sua substituição, desde 1999 até os dias de hoje e
nas parcelas futuras, por outro índice que reflita adequadamente a correção
monetária suficiente à manutenção do poder de compra da moeda. .

Nestes termos pede deferimento.

CIDADE, DATA

ADVOGADO
OAB

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