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Pergunta
Ratificamos a pergunta formulada, pois a resposta enviada está fundamentada com dispositivo já
revogado. Destacamos que o artigo 88 da Lei Complementar nº 68/92 foi revogado pela Lei
Complementar nº 1.068/2002. Em 2012, o Tribunal de Justiça de XX contratou a empresa XXX Serviços
Auxiliares Administrativos Ltda. – EPP, para confecção de Laudos Periciais de Insalubridade e
Periculosidade, tendo como estudo as edificações deste Poder Judiciário. Com efeito, com a conclusão dos
referidos laudos, constatou-se a existência de atividades insalubres e perigosas em alguns setores, entre
eles os Núcleos Psicossociais que integram os psicólogos e assistentes sociais, fundamentando-se na
Norma Regulamentadora nº 15 (MTE), informando sobre a exposição de atividades insalubres,
assegurando que estes servidores fazem jus ao adicional de insalubridade (grau médio). Entretanto,
ressaltamos que apesar do laudo garantir o pagamento do adicional, enfatizamos que os respectivos
servidores não laboram em ambientes hospitalares, emergências, ambulatórios, estabelecimentos
destinados aos cuidados da saúde humana ou consultórios (Anexo-14, NR 15), ocorrendo apenas
atendimentos eventuais nos fóruns ou em residências. Considerando, os argumentos acima, pergunta-se:
Estes servidores (Psicólogos/Assistentes Sociais) por prestarem atendimento ao público (pacientes)
eventualmente, teriam direito ao adicional de insalubridade (grau médio)? Quais são os requisitos que
configuram a atividade insalubre?
Resposta
Nota-se que atualmente não mais resiste no ordenamento de pessoal do Estado de XX dispositivo que
determine o pagamento de adicional de insalubridade ou que fixe os percentuais que seriam devidos aos
servidores em razão da constatação de circunstância que indicasse a necessidade dessa compensação.
Acontece que a Lei Complementar nº 1.068/ 2002, por entender se tratar de competência legislativa da
União legislar sobre o tema se absteve de disciplinar o assunto, apesar de ter revogado os dispositivos do
Estatuto dos Servidores Públicos Estaduais que tratava do tema. Vejamos o que expressou o art. 7º:
De início cabe asseverar que incorreu em equívoco o legislador estadual sobre a competência legislativa
para tratar do tema pelo menos por duas razões: a primeira porque cabe à unidade federada disciplinar a
respeito de normas estatutárias que regem a respeito de seus próprios servidores, sendo esta a natureza das
normas que disciplinam a respeito de adicionais de insalubridade, periculosidade ou penosidade para os
seus trabalhadores ocupantes de cargos efetivos; a segunda em razão do fato de constar no art. 24, inciso
XII, a disciplina a respeito de normas de proteção e defesa da saúde, portanto, cuida-se de competência
legislativa concorrente.
Somente haverá que se falar em direito aos servidores de perceberem adicional de insalubridade,
periculosidade ou penosidade quando existente norma estadual que preveja o pagamento desses adicionais,
sendo irrelevante para efeito de composição dos vencimentos de servidores estaduais que exista disposição
a respeito na Consolidação das Leis Trabalhistas, diploma estranho ao regramento de servidores públicos
estatutários.
A elaboração de laudos técnicos apenas servirá de orientação para a fixação legislativa de percentuais e
critérios para a concessão do adicional, jamais como fundamento que dê amparo ao adicional, quando
sequer exista previsão legal estadual sobre ser este devido ou não e em que condições.
Qualquer ato administrativo, logicamente assim também o ato de concessão de adicional de insalubridade,
deverá se escudar, para que seja válido, em lei que autorize a sua edição e especifique os critérios e
condições de sua prática. Portanto, não existindo atualmente previsão em lei estadual do pagamento de
adicional de insalubridade nenhum efeito terá qualquer laudo que tenha sido emitido evidenciando a
existência de condições de risco por insalubridade, periculosidade ou penosidade.