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Na via recursal, por via de regra, os órgãos dos tribunais serão compostos por 03

julgadores, segundo o art. 941, § 2º do CPC/15. Os recursos serão analisados de forma


colegiada, onde será proferido um acordão, conforme dispõe o art. 204 do mesmo diploma
legal. Tem por objetivo, a celeridade da tramitação dos processos, para que em tempo razoável
os fins sejam alcançados, como enuncia o artigo 5º, LXXVII, da CF/88, introduzido pela EC nº
45, de 08 /12/2004, que assegura a todos, no âmbito judicial e administrativo, a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (BRASIL, 1988).
O Rel. Ministro LUIZ FUX, na REsp 1084437/RJ expõe:

“(…). 4. As decisões judiciais nos Tribunais, como regra, deverão ser proferidas por
seus órgãos colegiados. Os princípios da celeridade e economia processual apontam
as hipóteses em que os recursos podem receber decisões monocráticas do relator, que
age como delegado do órgão colegiado. Por isso que é defeso ao relator suprimir da
apreciação colegiada, por mais inadmissível que sejam as fundamentações do recurso
interposto. (…).” (REsp 1084437/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 12/05/2009, DJe 03/06/2009).

Contudo, a colegialidade não é absoluta, o CPC/15 deu poderes ao relator para decidir
monocraticamente nos casos dispostos no art. 932 do CPC/15 e da súmula 568 do STJ quando
houver entendimento dominante acerca do tema. Vejamos como a jurisprudência trata o
assunto:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OFENSA


AO ART. 932 DO CPC. AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE. CONTRADIÇÃO
NO ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO EVIDENCIADA. PRECLUSÃO PRO
JUDICATO EM MATÉRIA PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. LIVRE
CONVENCIMENTO MOTIVADO. 1. Não há qualquer irregularidade no acórdão
recorrido quanto à possibilidade de julgamento monocrático, visto que esta Corte
Superior possui firme jurisprudência no sentido de que a legislação processual (art.
557 do CPC/1973, equivalente ao art. 932 do CPC/2015, combinados com a Súmula
568 do STJ) permite ao relator julgar monocraticamente recurso inadmissível ou,
ainda, aplicar a jurisprudência consolidada deste Tribunal, sendo certo, ademais, que
a possibilidade de interposição de recurso ao órgão colegiado afasta qualquer alegação
de ofensa ao princípio da colegialidade. 2. A contradição, apta a ensejar a oposição
dos declaratórios, é aquela contida no próprio decisum embargado, isto é, nos tópicos
internos da decisão, e não em cotejo com leis, decisões e outros acórdãos lavrados
pelas instâncias ordinárias. 3. Esta Corte Superior perfilha o entendimento no sentido
de que não ocorre a preclusão pro judicato em matéria probatória. Significa dizer que
os princípios da busca da verdade e do livre convencimento motivado afastam o
sistema da preclusão dos poderes instrutórios do juiz, sendo possível ao magistrado
determinar a produção das provas essenciais à composição da lide. 4. Cabe ao
magistrado, como destinatário final, respeitando os limites adotados pelo Código de
Processo Civil, a interpretação da prova necessária à formação do seu convencimento.
5. Agravo interno não provido.

(STJ - AgInt no AREsp: XXXXX SP XXXXX/XXXXX-7, Relator: Ministro


LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 22/03/2021, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 25/03/2021)

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