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Imagine a seguinte situação hipotética:
Pedro foi condenado em 1ª instância a 3 anos de detenção em regime aberto.
A pena privativa de liberdade foi convertida (substituída) em duas penas restritivas de direitos (prestação de
serviços à comunidade e prestação pecuniária), nos termos do art. 44 do CP.
O cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos.
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF, ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 07/11/2019.
O entendimento manifestado pelo STF na ADC 43/DF, acima mencionada, vale tanto para penas privativas de
liberdade como penas restritivas de direito. Isso porque a execução provisória da pena é incompatível com o
princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88:
Art. 5º (...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
Mesmo antes de o STF resolver o tema no julgamento da ADC 43/DF, a 3ª Seção do STJ já tinha posição
pacificado no sentido de que não é possível execução provisória de penas restritivas de direitos.
Vale ressaltar, inclusive, que existe expressa previsão na Lei de Execuções Penais (Lei nº 7.210/84) exigindo
o prévio trânsito em julgado para a execução da pena restritiva de direitos. Confira:
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos , o Juiz da
particulares.
(...) I – O art. 147 da Lei de Execuções Penais determina que a pena restritiva de direitos será aplicada
43/DF e 44/DF, ambas de relatoria do Ministro Marco Aurélio, para assentar a constitucionalidade do art.
STF. 2ª Turma. ARE 1235057 AgR, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/03/2020.