Você está na página 1de 210

Propriedade Intelectual

e Propriedade Industrial

Prof. Alfredo Pieritz Netto


Profa. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz

Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:
Prof. Alfredo Pieritz Netto
Profa. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

N476p

Netto, Alfredo Pieritz

Propriedade intelectual e propriedade industrial. / Alfredo Pieritz


Netto; Vera Lúcia Hoffmann Pieritz. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.

200 p.; il.

ISBN 978-65-5663-743-3
ISBN Digital 978-65-5663-744-0

1. Gestão das relações eletrônicas. - Brasil. I. Pieritz, Vera Lúcia


Hoffmann. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

CDD 342.24129

Impresso por:
Apresentação
Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu curso de Gestão das
Relações Eletrônicas, na qual estaremos desenvolvendo um conteúdo
dinâmico e atualizado e de uso na sua prática profissional trazendo-lhe
uma teoria e conceitos importantes para a sua formação, principalmente
nos quesitos legais e operacionais, trazendo os pontos mais importantes
da propriedade intelectual, principalmente, enfocando nos quesitos das
relações eletrônicas de uma forma prática para a sua utilização dentro das
empresas. A presente disciplina tem como objetivo trabalhar a Propriedade
Intelectual e Propriedade Industrial, as suas nuances e as questões legais,
além de trazer cases práticos e ferramentas que você poderá aplicar em seu
dia a dia de trabalho.

O tema propriedade intelectual tem adquirido importância cada vez


mais relevante no mundo atual, pois os meios digitais têm aflorado muitos
novos negócios digitais, que vão desde os sites tradicionais, os e-commerce
até as startups e fintechs e têm exigido uma profissionalização neste segmento
devido à constante evolução nos serviços oferecidos.

Estaremos desenvolvendo em diversos momentos discussões


referentes ao tema com apresentação de cases práticos, relacionando-os
com aplicações dentro das organizações que trabalham sistemas eletrônicos
digitais como startup, empresa de marketing digital, fintechs, e-commerce,
sites, empresa de softwares, desenvolvedores de aplicativos (APP) entre
outras instituições do segmento no intuito de enriquecer a sua visão enquanto
acadêmico sobre o tema.

Traremos tópicos atuais relativos à profissão, uma vez que vivemos


em constantes transformações, principalmente, relacionadas à tecnologia e a
mais gritante que são as mudanças da legislação específica. Assim, o Gestor
de Relações Eletrônicas, deve se aperfeiçoar constantemente nesta área de
especialização profissional, focando-se nas tecnologias e na legislação.

Na primeira unidade, você estudará a propriedade intelectual e


conhecerá alguns conceitos básicos relacionados ao tema como a propriedade
industrial, a propriedade intelectual de softwares, e falaremos brevemente
sobre a legislação em vigor.

A Unidade 2 estará focada em trabalhar o seu aprendizado nas prin-


cipais legislações pertinente ao direito à propriedade intelectual, industrial
e de software e a sua importância para as empresas de relações eletrônicas.
Na Unidade 3, você estudará tópicos especiais e detalhes técnicos e
legais referente às relações eletrônicas além de terminarmos os estudos com
exemplos e estudos de casos sobre o tema.

Você, agora, está iniciando uma nova jornada na área da gestão


eletrônica, na qual aprenderá conceitos, legislação e metodologias utilizadas
em nas empresas do setor, mas gostaríamos de destacar que este é o
primeiro passo para o acadêmico que futuramente deseja se especializar na
área, pois nesta área é primordial o aperfeiçoamento contínuo, pois novos
softwares e hardwares, tecnologias, metodologias e legislações são lançados
continuamente no mercado.

Este livro didático foi desenvolvido para você dentro das mais
modernas tecnologias de ensino e aprendizado através do estudo EAD
(Ensino a Distância), que é uma realidade e tem de se manter no futuro.
Assim, futuro profissional de Gestão das Relações Eletrônicas (GRE), não
só o estude, mas aplique na prática (quando possível), faça os exercícios e
troque experiências com seus colegas, pois nesta área o conhecimento e as
técnicas estão evoluindo constantemente.

Boa leitura e bons estudos!

Prof. Alfredo Pieritz Netto


Profa. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!
LEMBRETE

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro


que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares,
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


Sumário
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL..................................................................... 1

TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL.............................................. 3


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 3
2 CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS À PROPRIEDADE INTELECTUAL.................. 5
3 INTRODUÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE
INDUSTRIAL....................................................................................................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 18

TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL.......................................................................... 21


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 21
2 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL.................................................... 22
2.1 DIREITOS AUTORAIS.................................................................................................................. 23
2.2 DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL......................................................................... 26
2.3 DIREITOS DE PROPRIEDADE EM SOFTWARES................................................................... 28
3 CONDIÇÕES ESPECIAIS RELACIONADAS À PROPRIEDADE
INTELECTUAL E DE SOFTWARE................................................................................................ 28
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 37

TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL............................................................................. 39


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 39
2 PROPRIEDADE INDUSTRIAL, REGISTROS, PARTICULARIDADES................................ 40
3 REGISTROS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL NO BRASIL................................................ 45
3.1 REGISTRO DE PATENTE............................................................................................................. 46
3.2 REGISTRO DE MARCAS............................................................................................................. 48
3.3 REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL................................................................................. 50
3.4 REGISTRO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA........................................................................... 51
3.5 REGISTRO DE SOFTWARES....................................................................................................... 53
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 58
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 62

UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE


INTELECTUAL......................................................................................................... 65

TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL............. 67


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 67
2 LEGISLAÇÃO APLICADA............................................................................................................... 68
3 AUTORIA E LEGISLAÇÃO............................................................................................................. 75
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 81
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 82
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL................................................................................ 83
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 83
2 DA AUTORIA DAS OBRAS INTELECTUAIS, TITULOS II A IV –
PRINCIPAIS PONTOS...................................................................................................................... 84
3 LIMITAÇÕES, TRANSFERÊNCIAS E UTILIZAÇÃO DE OBRAS
E DAS VIOLAÇÕES........................................................................................................................... 94
3.1 UTILIZAÇÃO DE OBRAS INTELECTUAIS............................................................................. 97
3.2 DAS SANÇÕES ÀS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS AUTORAIS........................................... 104
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 111

TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL....................................... 113


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 113
2 LPI – LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL............................................................................ 114
3 TÍTULO III – DAS MARCAS......................................................................................................... 120
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 128
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 134

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 136

UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS ...................... 137

TÓPICO 1 — DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES.................................................. 139


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 139
2 PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL DE PROGRAMA
DE COMPUTADOR E SUA COMERCIALIZAÇÃO NO PAÍS............................................... 140
3 INFRAÇÕES E PENALIDADES NA LEI DOS SOFTWARES................................................. 147
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 152

TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET.......................................................... 155


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 155
2 MARCO CIVIL DA INTERNET E A PROPRIEDADE INTELECTUAL................................ 156
3 AUTORIAS NA INTERNET........................................................................................................... 163
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 168
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 170

TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO................. 173


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 173
2 AS QUESTÕES LEGAIS SOBRE O PLÁGIO............................................................................. 174
3 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD).................................................................... 178
4 SITUAÇÕES ESPECIAIS EM RELAÇÕES ELETRÔNICAS RELACIONADA
ÀS PROPRIEDADES INTELECTUAIS........................................................................................ 185
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 192
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 196
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 197

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 199
UNIDADE 1 —

DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os tipos de propriedade intelectual;

• compreender conceitos básicos relacionados à propriedade intelectual;

• identificar as diversas tipologias e características da propriedade


intelectual;

• introduzir aos conhecimentos acerca da legislação específica relacionada


à propriedade intelectual;

• capacitar o acadêmico a identificar procedimentos básicos para a garantia


da propriedade intelectual;

• conhecer a importância da propriedade intelectual na área de software e


relações eletrônicas como um todo.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL

TÓPICO 2 – PROPRIEDADE INTELECTUAL

TÓPICO 3 – PROPRIEDADE INDUSTRIAL

1
CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1

INTRODUÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL

1 INTRODUÇÃO

Para iniciarmos o estudo deste tema tão importante, ressalva-se que


temos como objetivo introduzir neste debate os principais conceitos que
utilizamos no dia a dia nas empresas quando o tema é segurança da criatividade
e a propriedade intelectual do negócio, dos programas etc.

Atualmente, os conhecimentos que um gestor de relações eletrônicas


precisa ter envolvem as áreas de legislação e a sua aplicação ao negócio. O princípio
de tudo passa pelo conhecimento da teoria referente ao tema de propriedade
intelectual e as suas nuances assim como da legislação específica, que é o objetivo
deste tópico, e, ao final do tópico, o acadêmico terá a oportunidade de exercitar os
conhecimentos aprendidos realizando as atividades propostas.

A idade moderna fez surgir um grande volume de coisas novas para


serem consumidas, as quais o ser humano consome avidamente. Mais recente-
mente, entraram neste rol os produtos eletrônicos e de mídia, principalmente os
de internet, utilizando-se de um meio relativamente novo de consumo através
dos smartphones.

A evolução tecnológica está sendo feita a conta gotas, e podemos ver lá


no início com a escrita com Gutenberg. Johannes Gutenberg nasceu na cidade
alemã de Mogúncia, e foi o criador da prensa, invenção que deu o pontapé na
indústria da impressão gráfica em meados do ano de 1455. O primeiro livro im-
presso na prensa de Gutemberg foi a bíblia de Gutemberg. Desde então, muito
se evoluiu até a atualidade, mas temos, ainda, que discorrer sobre de mais uma
revolução, o computador e o computador pessoal.

3
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 1 – PRENSA DE GUTEMBERG

FONTE: <https://www.e-cultura.pt/efemeride/412>. Acesso em: 25 jan. 2021.

O primeiro computador foi o ENIAC, que é abreviação de Electronic


Numerical Integrator and Computer ou, em português, Computador Integrador
Numérico Eletrônico. Este foi o primeiro computador digital com tecnologia
eletrônica, enquanto o Mark I possui funcionamento eletromecânico.

Conforme Pieritz Netto e Pieritz (2020), o ENIAC foi desenvolvido na


Electronic Control Company, entrando em funcionamento em fevereiro de 1946,
tendo os norte-americanos John Eckert e John Mauchly como os principais nomes
que trabalharam em seu desenvolvimento.

FIGURA 2 – ENIAC – PRIMEIRO COMPUTADOR ELETRÔNICO

FONTE: <https://bit.ly/36nv0mh>. Acesso em: 25 jan. 2020.

Mas o grande marco nesta história moderna é o primeiro computador


pessoal desenvolvido pela International Business Machines Corporation (IBM),
pois ele permitiu o acesso ao grande público de uma forma mais abrangente,
mesmo existindo muitos outros precursores, mas foi o PC (Personal Computer)
que deu o grande início à popularização para a população em geral do uso dos
computadores.

4
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO à PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 3 – PRIMEIRO COMPUTADOR PESSOAL – IBM PC

FONTE: Disponível em: <https://bit.ly/36kXOM4>. Acesso em: 25 jan. 2020.

É importante entendermos esta evolução, pois, desde os primórdios da


história moderna, temos o ser humano criando coisas, criando objetos, criando
tecnologias e sendo autor de diversos escritos como livros e artigos dos mais
diversos tipos (científicos, de histórias, artigos, conhecimentos etc.), entre tantos
outros produtos, conhecimentos e histórias.

Mas por que é importante para nós, do curso de Gestão de Relações


Eletrônicas, sabermos destes fatos? Porque estes fatos históricos nos levaram à
condição atual do relacionamento eletrônico, e quase tudo que fazemos nesta
área está ligada a questões de criatividade e por consequência está relacionada à
questão da propriedade intelectual da sua criação, seja ela um produto físico, um
produto digital ou um site, um e-commerce etc.

Pelo que expusemos acima, você precisa entender por que é tão importan-
te que todo profissional que trabalhe em relações eletrônicas tenha um conheci-
mento mais aprofundado sobre registro da sua criação e propriedade intelectual.

Vamos começar a estudar este tema tão instigante para nós que trabalha-
mos na área digital.

2 CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS À PROPRIEDADE


INTELECTUAL
Todo produto, seja físico, virtual, digital, um conhecimento, uma autoria
etc., é uma propriedade intelectual e foi fruto da criação de uma pessoa, ou um
grupo de pessoas e precisa ser preservada a sua autoria e seus direitos, e por isto
é tão importante o registro da propriedade intelectual.

5
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Neste subtópico, entenderemos os conceitos básicos que permeiam o


tema, tanto na visão da propriedade em si, formas de registro e, também, as ques-
tões legais que balizam o assunto. A seguir, conheceremos os principais conceitos
importantes na área.

O primeiro conceito a definirmos é o de propriedade intelectual. O con-


ceito apresentado pela Associação Brasileira da Propriedade Industrial (ABPI), a
qual nos traz ao conceito definido pela convenção da Organização Mundial da
Propriedade Intelectual (OMPI), a qual define como propriedade intelectual:

a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas,


às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas
executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às
invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas
científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais,
comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações
comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros
direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial,
científico, literário e artístico (ABPI, 2020, s.p.).

Vanin (2017, s.p.) reforça este conceito de propriedade intelectual e o


transpõe para o direito, afirmando:

A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis,


garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do
intelecto – seja BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios
industrial, científico, literário ou artístico – o direito de obter, por um
determinado período de tempo, recompensa resultante pela “criação”
– manifestação intelectual do ser humano.

Podemos notar, assim, que tudo que analisamos a respeito dos conceitos
de propriedade intelectual está relacionado à criatividade do ser humano em
criar algo e, do outro lado, está a proteção da autoria.

A proteção da propriedade intelectual em nível mundial está expressa pela


Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual criou o Acordo sobre Aspectos
do Direito de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio, em inglês Trade
Related Aspects of Intellectual Property Rights (TRIPS), e o Brasil é signatário deste
acordo desde 1994.

Conforme Jungmann e Bonetti (2010, p. 19):

O TRIPS possibilitou a inserção da propriedade intelectual no sistema


multilateral de comércio. Entre os benefícios estão:
a) Maior segurança jurídica para as empresas, principalmente as
multinacionais, na medida em que podem contar com a proteção de
suas marcas e patentes nos demais países;
b) Mais investimentos e desenvolvimento econômico decorrentes
dessa segurança jurídica;
c) Disponibilização de um mecanismo de solução de disputas na
OMC, que, mesmo com suas falhas, ainda é preferível a um acordo
bilateral, principalmente quando a disputa se dá entre um país
desenvolvido e um país subdesenvolvido ou em desenvolvimento.

6
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO à PROPRIEDADE INTELECTUAL

Assim, o TRIPS estabeleceu um acordo de padrão mundial para proteção


mínima à propriedade intelectual, sendo que os países que são signatários
obrigam-se a revisar as suas leis nacionais, adaptando-as ao padrão definido
neste acordo e a obedecê-lo.

NOTA

Prezado acadêmico, reforçamos a importância da propriedade intelectual em


termos mundiais, e podemos ver que muitos negócios bilionários que existem na atualidade,
não existiam há alguns anos e como exemplos citamos: Apple, Samsung, Microsoft, Xiaomi,
Alibaba (Aliexpress etc.), Amazon, Tesla, Space X, Mercado Livre etc. e como você pode ver,
a maioria dos exemplos citados tem ligação com os meios eletrônicos.

Com estes dois conceitos definidos de propriedade intelectual, puramente


e na visão de direito, abordaremos, ainda, um conceito mais básico que aparece
em todas as discussões jurídicas para nos embasarmos e entendê-lo bem.

Isto é um ponto muito importante, pois a questão da propriedade


intelectual está intimamente ligada a conceitos legais, pois é algo intangível, e
está ligado a algo criado por uma pessoa.

NOTA

Prezado acadêmico, neste sentido de criação, de intangível, abre-se uma


lacuna muito grande para a área de relações eletrônicas, softwares entre outros, que
precisam ser protegidos e garantidos os direitos aos seus criadores/proprietários.

7
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 4 – PROPRIEDADE INDUSTRIAL EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SOFTWARE

FONTE: <https://querobolsa.com.br/revista/qual-e-a-diferenca-entre-os-cursos-engenharia-de-
computacao-e-ciencia-da-computacao>. Acesso em: 27 jan. 2020.

Na visão jurídica, temos em lei as definições de propriedade, posse, o que


significa “deter” alguma coisa. Assim, temos conforme Brasil (2002), em seu Art.
1.228, que “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o di-
reito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”.

Outro termo que precisamos entender é o de “posse”, que pode ser


entendido conforme Brasil (2002), em seu Art. 1.228, como o exercício de fato que
pode ser de modo pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade,
e podemos citar como utilizar, fruir ou dispor da propriedade em si.

Temos, ainda, o termo “deter”, a propriedade ou posse, conforme Brasil


(2002), em seu Art. 1.198, que descreve ser a conservação da propriedade ou
posse em nome de outrem, cumprindo ordens ou instruções do proprietário ou
possuidor de origem.

Na transcrição literal dos conceitos apresentados da propriedade, posse


e deter (propriedade ou posse) fica notório o direito à propriedade intelectual,
mas entra outro quesito, que é como materializá-la para garantir este direito ao
proprietário.

Surgem, assim, os conceitos relacionados à autoria da obra, projeto,


invento e mais recentemente do software etc., a sua patente, ou melhor, o registro
de patente, entre outros conceitos que ainda estudaremos neste livro didático.

É importante conhecer o significado da principal palavra que está


relacionada à propriedade intelectual, que é a palavra “AUTOR”, e, para defini-la,
utilizamos o Dicionário Michaelis (c2021) para trazer para você o seu significado:

8
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO à PROPRIEDADE INTELECTUAL

autor
au·tor
sm
1 Aquele que é causa primária e principal de algo; agente.
2 Aquele que é o criador de ou que projeta alguma coisa; criador,
descobridor, inventor.
3 Indivíduo que é o responsável pela fundação ou instituição de
algo; fundador, instituidor.
4 Escritor de obra literária, científica ou artística.
5 Pessoa que compõe obra artística ou musical; artista, pintor,
escultor etc.; compositor, músico.
6 Aquele de quem alguma coisa nasce ou procede; pai.
7 JUR A parte que promove o ato contencioso em uma ação penal.
8 JUR Indivíduo que comete um delito. (MICHAELIS, c2021, s. p.)

Estudamos, até aqui, todas as definições importantes para sua compre-


ensão inicial sobre o tema. Ressalva-se, no entanto, que os assuntos correlacio-
nados nos subtópicos 1 a 5 são de notória importância para esta discussão, os
conceitos ligados à criação, invenção, pessoal ou coletiva.

Para materializarmos a posse dessa criação e autoria precisamos regis-


trar, para deixar público que é algo criado por alguém e essa criação não pode
ser copiada sem algum ônus, pois, caso contrário, será considerado crime, que
atualmente é conhecido como “pirataria”.

3 INTRODUÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL E


PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Todo produto, seja físico, virtual, digital, um conhecimento, uma autoria
etc. é uma propriedade intelectual e foi fruto da criação de uma pessoa, ou um
grupo de pessoas e precisa ser preservada a sua autoria e seus direitos, e por isto
é tão importante o registro da propriedade intelectual.

Conforme apresentado por Jungmann e Bonetti (2010) são muitos os


benefícios de se existir um sistema organizado de propriedade intelectual e
elas apresentaram o ciclo virtuoso do sistema de propriedade intelectual, que é
apresentado na Figura 5.

9
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 5 – CICLO VIRTUOSO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

FONTE: Jungmann e Bonetti (2010, p. 18)

Como você pode ver na Figura 5, este ciclo virtuoso da propriedade


intelectual mostra que o criador cria, inova produtos, tecnologias, buscando o seu
reconhecimento e retorno econômico com a sua criação, mas a sociedade como
um todo se beneficia com a geração de cultura, qualidade de vida e geração de
riqueza, que gera novas criações, gerando um ciclo virtuoso. Por isto o incentivo
e legalidade de um sistema de propriedade intelectual incentiva a este ciclo de
crescimento da sociedade como um todo.

NOTA

Prezado acadêmico, neste raciocínio, observe o círculo virtuoso gerado pelo


celular, mais especificamente com a introdução do smartphone pela Apple. Hoje, a indústria
de celulares e principalmente de aplicativos para smartfones movimenta bilhões de dólares
ao redor do mundo. Atualmente, temos aplicativos para smartphones para quase tudo,
previsão do tempo, calculadoras científicas, financeiras, assistir a vídeos, escutar música etc.

10
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO à PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 6 – SMARTPHONE E APP

FONTE: <https://mymob.com.br/blog/itens-para-avaliar-antes-de-comprar-um-smartphone.
html>. Acesso em: 1 fev. 2021.

Um conceito bem simples para a propriedade intelectual é trazido por


Jungmann e Bonetti (2010, p. 11), quando descrevem:

A ‘propriedade intelectual’ é uma espécie de propriedade sobre bem


imaterial, um conjunto de princípios e regras jurídicas que regulam
a aquisição, o uso, o exercício e a perda de direitos sobre ativos
intangíveis diferenciadores que podem ser utilizados no comércio.
São diferenciadores porque a propriedade intelectual visa evitar a
concorrência desleal.

Assim, nós temos, conforme o autor, que a Propriedade Intelectual se


refere a todos os mecanismos que buscam proteger os autores inovadores de
conhecimento, criatividade da inteligência e do talento.

A legislação brasileira nos traz, porém, algumas restrições ao exercício


da propriedade intelectual, entre as quais podemos citar questões relacionadas
à segurança nacional e ao uso social, ou, ainda, poderá ocorrer a “quebra de
patente”, também conhecida tecnicamente como licença compulsória quando
ocorrer o abuso ou falta de uso. Estudaremos mais especificamente as questões
legais mais adiante neste livro didático.

De acordo com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI,


2021), a propriedade intelectual classifica-se em três tipos, os quais são: Direito
Autoral, Proteção Sui Generis e Propriedade Industrial.

Assim, podemos ver, na Figura 7, o detalhamento desta classificação


apresentada pela OMPI.

11
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 7 – CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL CONFORME A OMPI

FONTE: Vanin (2017, s.p.)

Esta classificação desenha bem na atualidade a propriedade intelectual e


consubstancia todos os procedimentos legais para o registro dela.

NOTA

Prezado acadêmico, destaca-se que “ideias” não podem ser protegidas sob
forma alguma, mas a concepção de uma ideia que seja devidamente materializada, esta
pode ser protegida desde que seja analisada a sua natureza.

Assim, podemos definir sinteticamente a Propriedade Intelectual como


todas as criações produzidas pela criatividade do ser humano, desde que possa
ser materializada; como vimos acima, e podemos citar como exemplo as obras
escritas, musicais; literaturas; pinturas; esculturas; softwares de computador;
desenvolvimento de novas tecnologias e diversas outras formas de criatividade
do ser humano.

Outro ponto bastante importante na atualidade é a questão da proprie-


dade industrial, a qual pode ser entendida como uma subdivisão da proprieda-
de intelectual, e está especificamente ligada às criações que podem ser aplicadas
na indústria.

12
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO à PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 8 – PROPRIEDADE INTELECTUAL, PROPRIEDADE INDUSTRIAL E DE SOFTWARE

FONTE: Adaptado de OMPI (2021)

Como você pode ver na Figura 8, temos que a propriedade intelectual


envolve todas as áreas, sendo que a propriedade industrial e de softwares e afins
são partes da propriedade intelectual, mas existe uma porção da área de software
e afins que também estão associadas a propriedade industrial, e, como exemplo,
podemos citar toda a tecnologia de software que está relacionada a indústria 4.0.

Para encerarmos este tópico, apresentaremos algumas terminologias que


são importantes para você conhecer.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é uma autarquia


federal que está vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. É a responsável direta pela execução dos registros de marcas,
concessão de patentes, pelos contratos de transferência de tecnologia e de franquia
empresarial, e pelos registros de programas de computador, desenho industrial
e indicações geográficas, tudo isto conforme a Lei da Propriedade Industrial (Lei
nº 9.279/96) e a Lei de Software (Lei nº 9.609/98).

NOTA

Registro: é o título de propriedade intelectual de obras protegidas pelos direitos


autorais, programas de computador, marcas, indicações geográficas, desenhos industriais e
topografias de circuitos integrados.

Patentes: uma patente é um documento legal que concede a seu detentor


o direito exclusivo de controlar o uso de uma invenção, conforme apresentado nas
reivindicações de patentes, dentro de uma área e período de tempo restritos, impedindo
que outras pessoas, dentre outras coisas, comercializem, utilizem ou vendam a invenção
sem autorização (OMPI, 2021, p. 10).

13
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Desenhos industriais: a proteção de desenhos industriais permite que seu


proprietário controle a exploração das formas ornamentais relacionadas aos produtos, tais
como, o estilo de um novo carro esporte, o gabinete plástico diferente de um certo tipo de
computador ou a forma de uma garrafa de refrigerante (OMPI, 2021, p. 11).

Marcas registradas: uma marca registrada permite que seu proprietário confirme
a origem de seus produtos para o público. Exemplos de marcas registradas incluem nomes
inconfundíveis de produtos, tais como Coca Cola®, ou uma logo marca, tal como, o
símbolo da tríade da Mercedes Benz® (OMPI, 2021, p. 11).

Marcas de serviço: uma marca de serviço é uma forma de marca registrada


que permite a seu proprietário verificar a origem de um serviço para o público, tal como
“Cheques for Two®” (OMPI, 2021, p. 11).

Direito autoral: um direito autoral se refere a expressões originais e “trabalhos de


autoria”. A pessoa que cria um trabalho com direito autoral é chamada de autor/autora.
Exemplos de trabalhos com direitos autorais incluem: pintura, fotografia, música, danças,
poemas, romances, etc. Além disso, o direito autoral se aplica a algumas coisas técnicas
que possuem um elemento de originalidade, tais como software, especificações técnicas e
documentação correlacionada (OMPI, 2021, p. 11).

Mais conceitos irão ser aprendidos durante a leitura deste livro didático
e indicações de leitura. Vamos agora para o fechamento deste tópico, onde
apresentaremos uma leitura complementar, o resumo e questões de revisão.

POR QUE PROTEGER A PROPRIEDADE INTELECTUAL?

[...]

3.2.1. POR QUE PROTEGER A PROPRIEDADE INTELECTUAL?

Os ativos intelectuais precisam ser legalmente protegidos, como


qualquer outra propriedade em uma empresa ou instituição, como qualquer
outro ativo físico, (conferido por uma nota fiscal ou uma escritura e registro de
imóvel). É preciso obter a propriedade legal sobre uma invenção para poder
explorá-la, licenciá-la ou vende-la a terceiros.

A finalidade dos Direitos de Propriedade Intelectual é coibir o uso, a


fabricação, venda ou importação de produto similar no âmbito de sua proteção.

3.2.2. O QUE DEVE SER PROTEGIDO?

Definir os bens intelectuais passíveis de proteção, bem como a forma de


proteção conferida a cada um destes bens constitui, principalmente, em medida
estratégica inerente à atividade de gestão da inovação em uma instituição.

14
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO à PROPRIEDADE INTELECTUAL

Uma política de proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual


inclui avaliar o potencial inovador e tecnológico e decidir como proteger o
conhecimento, utilizando um ou mais recursos legalmente possíveis.

3.2.3. POR QUE SURGIU A PROPRIEDADE INTELECTUAL?

A aceleração do processo informacional e o desenvolvimento da


economia industrial passou a exigir, desde o Renascimento, a criação de uma
nova categoria de direitos de propriedade. Tal se deu, essencialmente, a partir
do momento em que a tecnologia passou a permitir a reprodução em série de
produtos a serem comercializados: além da propriedade sobre o produto, a
economia passou reconhecer direitos exclusivos sobre a ideia de produção, ou
mais precisamente, sobre a ideia que permite a reprodução de um produto.

A estes direitos, que resultam sempre numa espécie qualquer de


exclusividade de reprodução ou emprego de um produto (ou serviço) se dá o
nome de “Propriedade Intelectual”. Já ao segmento da Propriedade Intelectual
que tradicionalmente afeta mais diretamente ao interesse da indústria de
transformação e do comércio, tal como os direitos relativos a marcas e patentes,
costuma-se designar por “Propriedade Industrial”.

Nos países de economia de mercado a propriedade industrial consiste


numa série de técnicas de controle da concorrência, assegurando o investimento
da empresa em seus elementos imateriais: seu nome, a marca de seus produtos
ou serviços, sua tecnologia, sua imagem institucional, etc.

Assim, quem inventa, por exemplo, uma nova máquina pode solicitar
do Estado uma patente, que representa a exclusividade do emprego da nova
tecnologia – se satisfizer os requisitos e se ativer aos limites que a lei impõe. Só
o titular da patente tem o direito de reproduzir a máquina; e o mesmo ocorre
como uso da marca do produto, do nome da empresa, etc.

É de notar-se que, não obstante a expressão “propriedade” ter passado


a designar tais direitos nos tratados pertinentes e em todas as legislações
nacionais, boa parte da doutrina econômica a eles se refira como “monopólios”.

Tal se dá, provavelmente, porque o titular da patente, ou da marca, tem


uma espécie de monopólio do uso de sua tecnologia ou de seu signo comercial,
que difere do monopólio strictu senso pelo fato de ser apenas a exclusividade
legal de uma oportunidade comercial (do uso da tecnologia, etc.) e não – como
no monopólio autêntico – uma exclusividade de mercado. Exclusividade a que
muito frequentemente se dá o nome de propriedade.

15
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Seguramente isso acontece porque o estatuto da propriedade tende a


ser um dos conjuntos mais estáveis de normas de um sistema legal, permitindo
a formulação da política de longo prazo, aumentando a segurança dos
investimentos e direcionando a evolução tecnológica para os objetivos que a
comunidade elegeu como seus.

Vale também lembrar que, segundo a Constituição Brasileira vigente, a


propriedade, e especialmente aquela resultante das patentes e demais direitos
industriais, não é absoluta – ela só existe em atenção ao seu interesse social e para
propiciar o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. Não há, desta
forma, espaço para um sistema neutro ou completamente internacionalizado
de propriedade industrial no Brasil.

A tutela dos direitos autorais, de outro lado, não tão ligada, no texto
constitucional, às claras e específicas raízes nacionais, volta-se aos conceitos
de tutela dos direitos da pessoa humana, de cunho, assim, natural e universal,
ainda que, como toda propriedade, sujeita à obrigação de um uso socialmente
adequado.

Não fosse a industrial cultural uma das maiores fontes de ingressos


dos países desenvolvidos, e um fator estratégico inestimável. A posição dos
países europeus e, em particular, da França, na longa discussão dos acordos
da OMC relativos aos bens culturais demonstra, no entanto, que a posição da
Carta de 1988, ingenuamente voltada à ideia do homem de Rousseau vai, na
verdade enfraquecendo os direitos dos criadores nacionais, em face de uma
cultura global.

[...]

FONTE: VANIN, C. E. Propriedade intelectual: conceito, evolução histórica e normativa, e sua


importância. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3hNVOBc. Acesso em: 25 jan. 2021.

16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• O tema propriedade intelectual tem adquirido importância cada vez mais


relevante no mundo atual.

• Desde os primórdios da história moderna, temos o ser humano criando coisas,


criando objetos, criando tecnologias e sendo autor de diversos escritos como
livros e artigos dos mais diversos tipos (científicos, de histórias, artigos,
conhecimentos etc.), entre tantos outros produtos, conhecimentos e histórias.

• Todo produto, seja ele físico, virtual, digital, um conhecimento, uma autoria
etc. é uma propriedade intelectual e foi fruto da criação de uma pessoa, ou de
um grupo de pessoas, e devem ser preservadas a sua autoria e seus direitos, e
por isto, é tão importante o registro da propriedade intelectual.

• Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a


inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto – sejam BENS
IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios industrial, científico, literário
ou artístico – o direito de obter, por um determinado período de tempo,
recompensa resultante pela “criação” – manifestação intelectual do ser humano
(VANIN, 2017, s.p.).

• O conceito de propriedade intelectual está relacionado à criatividade do ser


humano em criar alguma coisa e do outro lado está a proteção da autoria.

• A proteção da propriedade intelectual em nível mundial está expressa pela


Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual criou o TRIPS – Trade
Related Aspects of Intellectual Property Rights (Acordo sobre Aspectos do Direito
de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio), do qual o Brasil é
signatário desde 1994.

• O autor é aquele que é o criador de ou que projeta alguma coisa; criador,


descobridor, inventor. Indivíduo que é o responsável pela fundação ou
instituição de algo; fundador, instituidor. Escritor de obra literária, científica ou
artística. Pessoa que compõe obra artística ou musical; artista, pintor, escultor
etc.; compositor, músico.

• Segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI, 2021), a


propriedade intelectual classifica-se em três tipos, os quais são: Direito Autoral,
Proteção Sui Generis e Propriedade Industrial.

• Registro é o título de propriedade intelectual de obras protegidas pelos direitos


autorais, programas de computador, marcas, indicações geográficas, desenhos
industriais e topografias de circuitos integrados.
17
AUTOATIVIDADE

1 Desde os primórdios da história moderna, temos o ser humano criando


coisas, criando objetos, criando tecnologias e sendo autor de diversos escritos
como livros e artigos dos mais diversos tipos (científicos, de histórias,
artigos, conhecimentos etc.), entre tantos outros produtos, conhecimentos e
histórias e para garantir a autoria das ideias inovadoras são importantes as
questões relacionadas à propriedade intelectual. Qual das opções apresenta
o conceito de propriedade intelectual? Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A propriedade intelectual é a área do Direito que, por meio de leis,


garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do
intelecto – sejam BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios
industrial, científico, literário ou artístico – o direito de obter, por um
determinado período de tempo, recompensa resultante pela “criação”
– manifestação intelectual do ser humano.
b) ( ) A propriedade intelectual é a área da Engenharia que, por meio de
leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do
intelecto – sejam BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios
industrial, científico e autoral.
c) ( ) A propriedade intelectual é a área da História que, por meio de leis,
garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do
intelecto – sejam BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios
da história da humanidade.
d) ( ) A propriedade intelectual é a área da Administração que, por meio
de leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção
do intelecto – sejam BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos
domínios da gestão e guarda dos ganhos monetários com os ganhos
da criação.

2 A criação humana é bastante ampla, e vai desde utensílios ao seu uso a


comidas das mais diversas formas a complexos computadores e foguetes
espaciais, mas temos também criações lúdicas como histórias, filmes e
músicas. A verdade é que estamos criando sempre, mas para poder ser
tratado como uma propriedade intelectual, precisamos materializá-las.
Analise os conceitos e associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Registro.
II- Patentes.
III- Desenhos industriais.

18
(   ) A proteção dos desenhos industriais permite que seu proprietário
controle a exploração das formas ornamentais relacionadas aos produtos,
tais como, o estilo de um novo carro esporte, o gabinete plástico diferente
de certo tipo de computador ou a forma de uma garrafa de refrigerante.
(   ) É o título de propriedade intelectual de obras protegidas pelos direitos
autorais, programas de computador, marcas, indicações geográficas,
desenhos industriais e topografias de circuitos integrados.
(   ) É um documento legal que concede a seu detentor o direito exclusivo de
controlar o uso de uma invenção, conforme apresentado nas reivindicações
de patentes, dentro de uma área e período de tempo restritos, impedindo
que outras pessoas, dentre outras coisas, comercializem, utilizem ou
vendam a invenção sem autorização.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) III – I – II.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) III – II – I.

19
20
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1

A PROPRIEDADE INTELECTUAL

1 INTRODUÇÃO

A propriedade intelectual muitas vezes é conhecida de forma popular


pelas suas ferramentas de materialização moderna que são as patentes, marcas
registradas, direitos autorais, desenhos industriais e foi padronizada em atuação
mundial com a convenção da Organização Mundial da Propriedade Intelectual
(OMPI).

A partir da convenção da OMPI, todos os países signatários, entre eles,


o Brasil, criaram leis e padronizaram procedimentos de registro da propriedade
intelectual e de validação legal do registro nestes países.

FIGURA 9 – SEDE DA OPMI GENEBRA – SUIÇA

FONTE: <https://www.wipo.int/portal/en/index.html>. Acesso em: 2 fev. 2021.

21
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

DICAS

Prezado acadêmico, aqui estão duas dicas legais para você ampliar o seu
conhecimento na área de propriedade intelectual:

• Consulte ao site da WIPO: https://www.wipo.int/portal/en/index.html.


• Consulte o Manual de Redação de Patentes da Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI), já traduzido em português: https://bit.ly/3xo6Svy.

Vamos agora conhecer mais alguns detalhes importantes sobre a


propriedade intelectual (PI).

2 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL


A geração de ideias é uma constante no ser humano, a sua criatividade é
infinita, sempre surgindo algo novo no horizonte da humanidade. Observamos,
na atualidade, esta proliferação de novos conhecimentos, principalmente,
impulsionados pela internet e a expansão da disponibilidade das informações
a um maior número de pessoas e de forma rápida para o seu conhecimento e
assim gerar novas ideias e conjecturas, gerando um crescimento exponencial com
a contribuição de todos.

No passado distante, antes da invenção da prensa de Gutenberg, o


conhecimento era passado de pessoa para pessoa e pelos raros livros escritos
manualmente, mas, com a prensa de Gutenberg, a publicação dos livros permitiu
uma expansão mais rápida dos conhecimentos. Em seguida, com o advento dos
computadores e da internet, o conhecimento humano cresceu exponencialmente,
e, atualmente, temos que o conhecimento humano dobra a cada 12 horas,
conforme previsão da IBM.

Conforme apresentado por Azevedo (2019, s.p.):

DUPLICANDO O CONHECIMENTO
A quantidade de informações disponíveis hoje na internet, somado
ao ritmo acelerado com que o conhecimento é produzido, vem sendo
objeto de estudo nas últimas décadas. Muito antes da velocidade
exponencial particular da era 4.0, especialistas como o futurista
Buckminster Fuller já se dedicavam a entender de que forma o
conhecimento se expande ao longo dos anos.
Na década de 80, o inventor estadunidense desenvolveu a chamada
curva de duplicação do conhecimento. Em resumo, ele estimou que
o conhecimento humano dobrava a cada século até 1900. Ao final da
Segunda Guerra Mundial, em 1945, o conhecimento estava dobrando
a cada 25 anos. Já em 1982, no mesmo ano em que publicou o livro

22
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Critical Path, o conhecimento dobrava a cada 13 meses. As estimativas


do futurista foram depois complementadas pela IBM. Conhecida por
fazer previsões audaciosas sobre o futuro, em sua tradicional lista 5
em 5, a gigante da tecnologia sustentou que até 2020 o conhecimento
dobraria a cada 12 horas. Só para ilustrar, a imagem a seguir revela a
curva de duplicação do conhecimento de Buckminster Fuller, com a
previsão posterior da IBM.

FIGURA 10 – CURVA DA GERAÇÃO DO CONHECIMENTO DA HUMANIDADE

FONTE: Azevedo (2019, s.p.)

A internet tem sido um grande fomentador para geração de ideias, já que


temos acesso a tantas informações que geram novas criações. Devido à proliferação
do conhecimento e da geração de novos conhecimentos, é interessante identificar
as características da propriedade autoral, principalmente, quando falamos
das questões eletrônicas e de programas de computador e APP, as quais serão
apresentadas a seguir.

Vamos dividir esta caracterização em direitos de propriedades autorais e


direitos de propriedades industriais.

2.1 DIREITOS AUTORAIS


A bem da verdade, a propriedade intelectual, seja de qualquer classifica-
ção, está relacionada a uma criatividade humana, seja uma obra literária, cienti-
fica ou de utilização industrial, e está sempre associada a uma pessoa ou a um
grupo de pessoas. A primeira característica está associada, assim, à criatividade
das pessoas.

23
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Este é um fator preponderante no direito autoral, ser algo que foi


criativo, e assim vem o segundo ponto de caracterização, ser algo inovador em
relação ao que já existia. Essa condição pode ser observada nos exemplos que
apresentaremos a seguir.

Entre músicas da banda de rock Queen, que foram inovadoras e até hoje
são atuais, temos como exemplo a Bohemian Rhapsody, com seus 5 minutos
e 54 segundos de duração, que possui uma conotação lírica, rock, entre outras
características que foram inovadoras para as músicas na época de seu lançamento,
no ano de 1975.

DICAS

Prezado acadêmico, se gostou deste exemplo, você tem mais informações no


site: https://www.culturagenial.com/bohemian-rhapsody-queen/.

Neste site, você possui diversas informações e interpretações relacionadas à música


Bohemian Rhapsody do Grupo Queen.

QUEEN

FONTE: <https://bit.ly/3hjT1Rs>. Acesso em: 28 fev. 2021.

Se você gostou desta dica, queremos recomendar que escute esta música e tire um tempo
para assistir ao filme Bohemian Rhapsody, que trata da jornada do Queen e você pode
escutar toda a discografia deste grupo em: https://www.vagalume.com.br/queen/.

A criatividade musical do Queen foi bastante variada, com músicas como:

• We Are The Champions.


• We Will Rock You.
• Radio Ga Ga, entre outras.

24
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

NOTA

Prezado acadêmico, tudo que está associado a autorias, como músicas,


histórias de livro, poemas, entre outras tantas manifestações servem de exemplos para esta
categoria.
E, só para citarmos a influência das mídias modernas queremos citar o exemplo recente da
música que virou “meme” e foi tão difundida de um dia para outro que é:

“Caneta Azul”

Vide site: https://www.youtube.com/watch?v=eFqy8AGFLf4.

O que há de comum em todos estes produtos de autoria? Seu registro e o


dinheiro envolvido em suas utilizações e comercializações pelo mundo a fora e
no Brasil, é o direito autoral.

Podemos, ainda, citar como características relacionadas ao direito autoral


sobre as obras:

• Podem ser em qualquer área de conhecimento, utilidade, tangível ou intangível,


não havendo limitação, porém pode ser que em alguma área, não se consiga
fazer a utilização de direito autoral em si.
• A disseminação na atualidade é bastante grande devido aos meios de
comunicação.
• Muitas vezes, o usuário não identifica a autoria, mesmo utilizando o produto,
software etc.
• Podem gerar muito dinheiro.

Como você pôde ver, são características bem amplas, que podem ser
encontradas em qualquer obra da inventividade humana e que precisam ser
protegidas em seus direitos autorais, e que, por consequência, podem gerar
movimentações vultuosas de recursos ao autor da obra, por isso, a importância
na atualidade deste tema.

Um ponto importante relacionado aos direitos autorais está na questão


da pirataria, principalmente de produtos e, também, do plágio e cópias não
autorizadas de materiais.

25
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

NOTA

Prezado acadêmico, teremos um tópico específico neste livro didático no qual


será aprofundado o tema pirataria, plágio e outras contravenções na área do direito autoral.

PLÁGIO E PIRATARIA

FONTE: <http://versaobeta.confianti.com.br/pirataria-software/>. Acesso em: 8 mar. 2021.

2.2 DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL


A propriedade industrial é, também, uma propriedade intelectual, pois
trata de criatividade e inventividade de uma pessoa ou de um grupo de pessoas.
A diferença é que ela está relacionada a questões empresariais de produtos,
máquinas, design, geralmente relacionadas a uso comercial estando ligada a
produtos físicos, serviços, softwares de uso industrial etc.

A principal característica da propriedade industrial é que ela está associada


a um uso empresarial, podendo ser um produto de consumo (como exemplo,
podemos citar a Coca-Cola) ou pode ser uma máquina de produção, como as
máquinas para envasar refrigerantes/cervejas/sucos, ou, ainda, um software
associado a um equipamento como os softwares de CAD/CAM utilizados em um
centro de usinagem utilizado por uma indústria.

Outra característica importante da propriedade intelectual está na


possibilidade de se registrar as marcas de um negócio.

26
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 11 – PROPRIEDADE INDUSTRIAL DE MARCAS FAMOSAS

FONTE: <http://cboffice.com.br/blog/2018/09/conheca-os-segredos-de-10-logotipos-de-
marcas-famosas/>. Acesso em: 1 mar. 2021.

Um dos meios de materializar a segurança de um invento, um produto


inovador, está no registro de patentes que se aplica a propriedades industriais.

Temos, ainda, um ponto bem importante na propriedade industrial, que


é a indicação geográfica da produção de determinado produto, por exemplo, o
Queijo da Serra da Canastra, a cachaça produzida na região de Salinas, o whisky
tipo Bourbon do estado de Kentucki nos EUA.

FIGURA 12 – PRODUTOS DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

FONTE: Os autores

27
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

TUROS
ESTUDOS FU

Prezado acadêmico, aprofundaremos mais o tema propriedade industrial no


próximo tópico desta unidade.

A propriedade industrial é bastante ampla envolvendo desde patentes,


equipamentos, design industrial e de produtos, ideias, softwares e app (aplicativos)
para uso industrial, entre outros e detalharemos um pouco mais a seguir.

2.3 DIREITOS DE PROPRIEDADE EM SOFTWARES


A sociedade moderna está cada vez mais dependente da informática por
consequência dos softwares e APPs e, por isto, este tema de direito de propriedades
é tão importante ao setor. Em relação a características das propriedades de
softwares, temos a principal que é a intangibilidade dos softwares e a facilidade
de cópia (pirataria). São aplicações mais variadas, nos mais variados meios.

Os softwares são bastante volúveis, pois precisam se renovar constante-


mente para acompanhar as tecnologias, sejam de atualização do equipamento
(computador, celular, smartphone, tablet etc.), sejam da linguagem de programa-
ção, entre outros elementos que possam influenciar.

A evolução dos softwares é uma constante, por isso o seu registro também,
veja o Windows, o Office da Microsoft, o Google etc. Só para reforçar, como já
vimos anteriormente, tanto a propriedade em relação às questões industriais e
softwares que falamos e caracterizamos aqui são propriedades intelectuais que
foram classificadas nestas categorias.

3 CONDIÇÕES ESPECIAIS RELACIONADAS À PROPRIEDADE


INTELECTUAL E DE SOFTWARE
A sociedade moderna, com a popularização do computador e o advento
da internet e o uso em massa dos smartfones, trouxe uma nova concepção
relacionada aos direitos da propriedade intelectual.

Vemos uma miríade de produtos digitais surgindo de uma forma ampla e


de uso bastante meteórica pela população, vide Quadro 1, no qual temos alguns
dados relacionados a alguns produtos digitais.

28
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

QUADRO 1 – FERRAMENTAS E USUÁRIOS DIGITAIS

Ferramenta digital/
Usuários Observação
softwares/app

Mais de 3,5 bilhões


de pesquisas por dia,
Google totalizando 1,2 trilhão de Fundado em 1998.
pesquisas por ano em todo
o mundo (2020).

• Internet foi criada no ano de


1969, nos Estados Unidos e
foi chamada de Arpanet.
• A partir de 1982, o uso da
Arpanet tornou-se maior seu
4,66 bilhões de usuários
Internet uso no âmbito acadêmico.
(2021).
• Em 1987, foi liberado seu uso
comercial nos EUA.
• No Brasil, a exploração
comercial da internet foi
liberada no ano de 1995.

• 4 de abril de 1975,
Albuquerque, Novo México,
Instalado em 900 milhões EUA.
Windows 10
de máquinas (2019). • Valor de marcado da
Microsoft, US$ 1,349 trilhão
na Nasdaq (2020).

• 4 de fevereiro de 2004
Mais de 2,740 bilhões de
(fundação).
contas ativas – sendo 130
Facebook • Em 4 de outubro de 2012, o
milhões delas brasileiras.
Facebook atingiu a marca de
(2021).
1 bilhão de usuários ativos.

689 milhões de usuários


(2021).
Empresa chinesa de Beijing e
TikTok (App) fundada por Zhang Yiming em
Mais de 56 milhões de
2012.
downloads em fevereiro
2021.

1.221 bilhão de usuários


Instagram 6 de outubro de 2010(fundação).
(2021).

• Fundado em fevereiro de
2005.
• Google comprou o site em
2.291 bilhões de usuários
Youtube novembro de 2006 por US$
(2021).
1,65 bilhão.
• É considerado o segundo
maior buscador da internet.

29
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

A TOTVS é uma
empresa multinacional
de desenvolvimento de
TOTVS softwares de gestão. Com R$ 8,84 bilhões (ago./2018).
sede no Brasil, é a maior
empresa do país e a 6ª maior
do mundo no segmento.

FONTE: Os autores

O Quadro 1 retrata uma minúscula amostra do universo de softwares,


apps, sites, entre outros elementos ligados à área de informática, software e
outros elementos necessários à proteção na área de direito autoral, que preci-
sam ser preservados, além das questões de segurança dos dados dos próprios
usuários em si.

Esta linha de defesa de propriedade autoral é muito suscetível,


principalmente, nas questões de pirataria dos softwares fato este que ainda é
muito presente na sociedade mundial.

FIGURA 13 – SOFTWARES, INFORMÁTICA E PROPRIEDADE INTELECTUAL

FONTE: <https://www.teadistribuidora.com.br/a-importancia-da-informatica-na-organizacao-e-
no-trabalho/>. Acesso em: 10 mar. 2021.

Um ponto importante a destacar está na dificuldade de controle em nível


mundial nas questões ligadas à propriedade intelectual de produtos e softwares.

A evolução tecnológica deverá trazer novos horizontes para os direitos


autorais, principalmente com as novas tecnologias que estão surgindo como as
nanotecnologias, os bots (robôs digitais), e porque não trazermos as questões
técnicas das tecnologias robóticas, os carros autônomos, entre outros limites, que
irão se descortinar no futuro próximo e trarão desafios às questões de propriedade
intelectual e a segredos de estado.
30
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 15 – DIREITO E PROPRIEDADE NAS NOVAS TECNOLOGIAS

Fonte: Os autores

Por fim, conforme a OMPI (2021, p. 10):

Como todos os tipos de propriedade, a Propriedade Industrial (PI)


é uma posse e pode gerar renda. Por essa razão, a PI é considerada
um ativo. É geralmente o resultado de um investimento e deverá
gerar um retorno de um tipo ou de outro. A PI difere de outros tipos
de propriedade, na medida em que não possui forma física e passa
a existir devido à inteligência humana, criatividade e imaginação.
Existem diferentes tipos de PI, cada um com suas próprias leis
exclusivas (OMPI, 2021, p. 10).

QUADRO 2 – PROPRIEDADE INTELECTUAL (PI) E POSSÍVEIS RESULTADOS

FONTE: OMPI (2021, p. 10)

A importância da propriedade intelectual para a sociedade moderna está


na preservação dos direitos aos autores e, como podemos ver no Quadro 2, ele
pode gerar resultados volumosos aos seus autores.

31
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Apresentaremos, a seguir, uma leitura complementar que trata da parte


inicial da TRIPS, que reforça alguns dos pontos estudados neste tópico, além de
lhe apresentar o resumo do tópico e as questões de revisão.

ACORDO SOBRE ASPECTOS DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE


INTELECTUAL RELACIONADOS AO COMÉRCIO – TRIPs

[...]

PARTE I

DISPOSIÇÕES GERAIS E PRINCÍPIOS BÁSICOS

ARTIGO 1

Natureza e Abrangência das Obrigações

1. Os Membros colocarão em vigor o disposto neste Acordo. Os Membros


poderão, mas não estarão obrigados a prover, em sua legislação, proteção
mais ampla que a exigida neste Acordo, desde que tal proteção não contrarie
as disposições deste Acordo. Os Membros determinarão livremente a forma
apropriada de implementar as disposições deste Acordo no âmbito de seus
respectivos sistema e prática jurídicos.

2. Para os fins deste Acordo, o termo "propriedade intelectual" refere-se a todas as


categorias de propriedade intelectual que são objeto das Seções 1 a 7 da Parte II.

3. Os Membros concederão aos nacionais de outros Membros o tratamento


previsto neste Acordo. No que concerne ao direito de propriedade intelectual
pertinente, serão considerados nacionais de outros Membros as pessoas físicas
ou jurídicas que atendam aos critérios para usufruir da proteção prevista
estabelecidos na Convenção de Paris (1967), na Convenção de Berna (1971), na
Convenção de Roma e no Tratado sobre Propriedade Intelectual em Matéria
de Circuitos Integrados, quando todos os Membros do Acordo Constitutivo
da OMC forem Membros dessas Convenções. Todo Membro que faça uso
das possibilidades estipuladas no parágrafo 3 do Artigo 5 ou no parágrafo 2
do Artigo 6 da Convenção de Roma fará uma notificação, segundo previsto
naquelas disposições, ao Conselho para os Aspectos dos Direitos de Propriedade
Intelectual Relacionados ao Comércio (o "Conselho para TRIPS").

ARTIGO 2

Convenções sobre Propriedade Intelectual

1. Com relação às Partes II, III e IV deste Acordo, os Membros cumprirão o


disposto nos Artigos 1 a 12, e 19, da Convenção de Paris (1967).

32
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

2. Nada nas Partes I a IV deste Acordo derrogará as obrigações existentes


que os Membros possam ter entre si, em virtude da Convenção de Paris, da
Convenção de Berna, da Convenção de Roma e do Tratado sobre a Propriedade
Intelectual em Matéria de Circuitos Integrados.

ARTIGO 3

Tratamento Nacional

1. Cada Membro concederá aos nacionais dos demais Membros tratamento


não menos favorável que o outorgado a seus próprios nacionais com
relação à proteção da propriedade intelectual, salvo as exceções já previstas,
respectivamente, na Convenção de Paris (1967), na Convenção de Berna (1971),
na Convenção de Roma e no Tratado sobre Propriedade Intelectual em Matéria
de Circuitos Integrados. No que concerne a artistas-intérpretes, produtores
de fonogramas e organizações de radiodifusão, essa obrigação se aplica
apenas aos direitos previstos neste Acordo. Todo Membro que faça uso das
possibilidades previstas no Artigo 6 da Convenção de Berna e no parágrafo 1
(b) do Artigo 16 da Convenção de Roma fará uma notificação, de acordo com
aquelas disposições, ao Conselho para TRIPS.

2. Os Membros poderão fazer uso das exceções permitidas no parágrafo 1 em


relação a procedimentos judiciais e administrativos, inclusive a designação de
um endereço de serviço ou a nomeação de um agente em sua área de jurisdição,
somente quando tais exceções sejam necessárias para assegurar o cumprimento
de leis e regulamentos que não sejam incompatíveis com as disposições deste
Acordo e quando tais práticas não sejam aplicadas de maneira que poderiam
constituir restrição disfarçada ao comércio.

ARTIGO 4

Tratamento de Nação Mais Favorecida

Com relação à proteção da propriedade intelectual, toda vantagem, favore-


cimento, privilégio ou imunidade que um Membro conceda aos nacionais de
qualquer outro país será outorgada imediata e incondicionalmente aos nacio-
nais de todos os demais Membros. Está isenta desta obrigação toda vantagem,
favorecimento, privilégio ou imunidade concedida por um Membro que:

a) resulte de acordos internacionais sobre assistência judicial ou sobre aplicação


em geral da lei e não limitados em particular à proteção da propriedade
intelectual;

b) tenha sido outorgada em conformidade com as disposições da Convenção de


Berna (1971) ou da Convenção de Roma que autorizam a concessão tratamento
em função do tratamento concedido em outro país e não do tratamento nacional;

33
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

c) seja relativa aos direitos de artistas-intérpretes, produtores de fonogramas e


organizações de radiodifusão não previstos neste Acordo;

d) resultem de Acordos internacionais relativos à proteção da propriedade


intelectual que tenham entrado em vigor antes da entrada em vigor do Acordo
Constitutivo da OMC, desde que esses acordos sejam notificados ao Conselho
para TRIPS e não constituam discriminação arbitrária ou injustificável contra
os nacionais dos demais Membros.

ARTIGO 5

Acordos Multilaterais sobre Obtenção ou Manutenção da Proteção

As obrigações contidas nos Artigos 3 e 4 não se aplicam aos procedimentos


previstos em acordos multilaterais concluídos sob os auspícios da OMPI
relativos à obtenção e manutenção dos direitos de propriedade intelectual.

ARTIGO 6

Exaustão

Para os propósitos de solução de controvérsias no marco deste Acordo, e sem


prejuízo do disposto nos Artigos 3 e 4, nada neste Acordo será utilizado para
tratar da questão da exaustão dos direitos de propriedade intelectual.

ARTIGO 7

Objetivos

A proteção e a aplicação de normas de proteção dos direitos de propriedade


intelectual devem contribuir para a promoção da inovação tecnológica e para
a transferência e difusão de tecnologia, em benefício mútuo de produtores e
usuários de conhecimento tecnológico e de uma forma conducente ao bem-
estar social econômico e a um equilíbrio entre direitos e obrigações.

ARTIGO 8

Princípios

1. Os Membros, ao formular ou emendar suas leis e regulamentos, podem adotar


medidas necessárias para proteger a saúde e nutrição públicas e para promover
o interesse público em setores de importância vital para seu desenvolvimento
socioeconômico e tecnológico, desde que estas medidas sejam compatíveis com
o disposto neste Acordo.

34
TÓPICO 2 — A PROPRIEDADE INTELECTUAL

2. Desde que compatíveis com o disposto neste Acordo, poderão ser necessárias
medidas apropriadas para evitar o abuso dos direitos de propriedade
intelectual por seus titulares ou para evitar o recurso a práticas que limitem de
maneira injustificável o comércio ou que afetem adversamente a transferência
internacional de tecnologia. [...]

FONTE: <https://www.gov.br/inpi/pt-br/backup/legislacao-1/27-trips-portugues1.pdf>. Acesso


em: 12 mar. 2021.

35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A propriedade industrial é muitas vezes conhecida de forma popular como


as patentes, marcas registradas, direitos autorais e desenhos industriais.

• O processo de propriedade intelectual foi padronizado mundialmente com a


convenção da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), em
inglês, World Intellectual Property Organization (WIPO).

• A geração de ideias é uma constante no ser humano, a sua criatividade é


infinita, sempre surgindo algo novo no horizonte da humanidade.

• A propriedade industrial é, acima de tudo, uma propriedade intelectual, e a


sua principal característica é estar associada a uso empresarial.

• Uma característica importante da propriedade industrial está na possibilidade


de se registrar as marcas de um negócio.

• Um dos meios de materializar a segurança de um invento, um produto


inovador, está no registro de patentes que se aplica a propriedades industriais.

• Um ponto importante na propriedade industrial é a possibilidade da indicação


geográfica da produção de determinado produto.

• Em relação a características das propriedades de softwares, temos como a


principal característica a intangibilidade dos softwares e a facilidade de cópia
(pirataria).

• A evolução dos softwares é uma constante, por isso o seu registro também

• Um ponto importante a destacar está na dificuldade de controle em nível mun-


dial nas questões ligadas à propriedade intelectual de produtos e softwares.

• A evolução tecnológica deverá trazer novos horizontes para os direitos auto-


rais, principalmente com as novas tecnologias que estão surgindo.

36
AUTOATIVIDADE

1 A propriedade industrial está contida nas propriedades intelectuais, pois


ela está associada aos meios industriais, os produtos por ela produzidos
ou serviços prestados e, também, é fruto da criatividade, inventividade de
uma pessoa ou de um grupo de pessoas. Pode estar relacionada a produtos,
máquinas, design, geralmente relacionadas a uso comercial ou ainda a
produtos físicos, serviços, softwares de uso industrial etc. Qual das opções
apresenta características das propriedades industrial? Assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) Sua principal característica é que está associada a um uso empresarial,


está na possibilidade de se registrar as marcas de um negócio, um
dos meios de materializar a segurança de um invento, um produto
inovador, está no registro de patentes que se aplica a propriedades
industriais, é possível registrar a indicação geográfica da produção de
determinado produto característico.
b) (   ) Sua principal característica é que está associada a uso genérico, como
uma autoria de livro, canção, obras de criatividade em geral.
c) (   ) Sua principal característica é que está associada a uso empresarial,
mas não se permite o registro de marcas e patentes, sendo essa função
da área do direito das coisas.
d) (   ) Sua principal característica é que está associada a um uso privado,
está na possibilidade de se registrar as marcas de um negócio, um
dos meios de materializar a segurança de um invento, um produto
inovador, está no registro nos cartórios municipais das propriedades
industriais, nesta categoria não é possível fazer o registro de indicação
geográfica da produção de determinado produto característico.

2 A propriedade intelectual, industrial e em softwares é uma área de


importância global, pois vemos na atualidade surgindo novos produtos,
invenções, livros entre outros elementos e a sociedade organizada deve
buscar proteger os autores, inventores para que assim possam fomentar e
incentivar ainda mais o lançamento de novos produtos e serviços. Analise
as sentenças e associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Marcas.
II- Softwares.
III- Indicação geográfica.

37
Preencha os campos:

(   ) Cachaça de Salinas, Banana da Região de Corupá, Vinho do Vale da Uva


Goethe (Urussanga/SC).
(   ) Apple, Microsoft, Fiat.
(   ) Office, Windows 10, Google.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) III – I – II.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) III – II – I.

38
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1

A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

1 INTRODUÇÃO

A propriedade industrial tem um fator bastante importante para a


sociedade moderna, pois, principalmente no século XX, a industrialização e
comoditização dos produtos fez surgir diversos tipos de indústria e produtos no
mercado, ressaltando principalmente os produtos de consumo em massa.

Vale ressaltar, ainda, o grande passo dado no lançamento de novos pro-


dutos com o advento da internet e o grande bum de consumo, principalmente de
produtos eletrônicos, softwares e aplicativos com o surgimento dos smartfones.

NOTA

Prezado acadêmico, o primeiro produto a combinar as funcionalidades de


celular com digitação foi o IBM Simon, lançado no ano de 1992. O aparelho tinha tela de
toque e acesso aos e-mails. Já o grande precursor dos smartphone modernos foi a Apple
que, em 29 de junho de 2007, lançou o primeiro Iphone, que foi o ponta pé inicial aos
smartphones modernos.

PRIMEIRO SMARTPHONE

FONTE: <https://canaltech.com.br/smartphone/ha-12-anos-steve-jobs-mudava-o-
mundo-ao-apresentar-o-primeiro-iphone-130471/>. Acesso em: 12 mar. 2020.

39
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Com o advento da internet e dos smartphones, a divulgação de novos


produtos se tornou ampla e irrestrita, podendo-se afirmar que qualquer novo
produto lançado no mundo é instantaneamente divulgado a todos, e, assim,
vemos como é importante a questão da propriedade intelectual dos produtos
industriais.

Conheceremos, agora, mais a fundo as principais questões relacionadas à


Propriedade Industrial e suas principais aplicações. As questões relacionadas às
leis serão trabalhadas na Unidade 2 deste livro didático.

2 PROPRIEDADE INDUSTRIAL, REGISTROS, PARTICULARIDADES


A propriedade industrial busca garantir aos inventores e criadores de
produto de uma garantia de uso e exploração comercial destes produtos sem se
preocupar que os concorrentes façam cópia de seus produtos.

Assim, podemos ver verdadeiras guerras comerciais em termos de


propriedades industriais em relação a seus produtos sob pretexto de cópias de
segredos industriais, design etc.

FIGURA 16 – GUERRAS DE MARCAS INDUSTRIAIS

FONTE: Os autores

Conforme a OMPI (2021, p. 10), a Propriedade Intelectual (PI) “é a


denominação dada a patentes, marcas registradas, direitos autorais, desenhos
industriais e outros tipos de propriedade intangível que se originam de
criações da mente e, em seu sentido mais amplo, não possuem forma física”. Em
conjunto com este conceito, a OMPI (2021) também descreve e a Propriedade
Industrial (Pin):

40
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

A propriedade industrial se refere a ativos criados principalmente


para o avanço da tecnologia, indústria e comércio, tais como patentes
(invenções), desenhos industriais, marcas registradas, marcas de
serviço, segredos comerciais e indicações geográficas de origem
(OMPI, 2021, p. 10).

Complementando os conceitos apresentados, ainda:

O Artigo 1(2) da Convenção de Paris para Proteção de Propriedade


Industrial (Lei de Estocolmo, 1967), está redigido da seguinte forma: ‘A
proteção da propriedade industrial tem como objetivo, patentes, mo-
delos de utilidades, desenhos industriais, marcas registradas, marcas
de serviço, nomes de fantasia, indicações de fontes ou denominações
de origem e repressão da competição desleal’ (OMPI, 2021, p. 10).

Relembrando que, conforme a OMPI (2021) e a legislação brasileira, a


propriedade industrial pode ser registrada em uma das seguintes formas:

• Marcas.
• Patente.
• Desenho Industrial.
• Indicação Geográfica.
• Topografias de Circuitos.
• Segredo Industrial.

NOTA

Prezado acadêmico, os conceitos de marcas, patente, desenho industrial e


indicação geográfica já foram estudados neste livro, qualquer dúvida, retorne ao conteúdo
e revise estes conceitos.

Por isto, vamos aos conceitos dos dois elementos de registro de proprie-
dade industrial que não foram definidos, que são Topografias de Circuitos e o
Segredo Industrial.

Podemos definir, assim, a topografia de circuitos integrados como todo um


conjunto organizado de elementos que vão desde as interconexões, transistores
e resistências que compõem o circuito integrado dispostos em camadas que têm
a configuração tridimensional que são dispostos sobre uma peça de material
semicondutor. Assim como disposto na TRIPS e na legislação brasileira, podem-
se registrar estes circuitos, garantindo-se, assim, a sua autoria como está exposto
na Lei nº 11.484, de 2007, que, entre outros assuntos, trata da proteção legal da
topografia dos circuitos integrados.
41
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

FIGURA 17 – CIRCUITO INTEGRADO

FONTE: <https://bit.ly/3hpFl7t>. Acesso em: 15 fev. 2021.

NOTA

Topografia de Circuito Integrado

• É um dispositivo microeletrônico capaz de desempenhar função eletrônica. Os


componentes são formados em pastilhas de material semicondutor (Lei nº 11.484, de
31/5/2007).

• Significa uma série de imagens relacionadas, construídas ou codificadas sob qualquer


meio ou forma, que represente a configuração tridimensional das camadas que
compõem um circuito integrado, e na qual cada imagem represente, no todo ou em
parte, a disposição geométrica ou arranjos da superfície do circuito integrado em
qualquer estágio de sua concepção ou manufatura.

CIRCUITO INTEGRADO

• É um produto, em forma final ou intermediária, com elementos dos quais pelo menos
um seja ativo e com algumas ou todas as interconexões integralmente formadas sobre
uma peça de material ou em seu interior, e cuja finalidade seja desempenhar uma
função eletrônica.

REGISTRO DE TOPOGRAFIA DE CIRCUITO INTEGRADO

• A proteção é garantida pelo registro no INPI, que só se aplica à topografia que seja
“original”, no sentido de que resulte do esforço intelectual do seu criador ou criadores,
e que não seja comum ou vulgar para técnicos, especialistas ou fabricantes de circuitos
integrados no momento de sua criação.

42
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Uma topografia que resulte de uma combinação de elementos e interconexões comuns


ou que incorpore, com a devida autorização, topografias protegidas de terceiros, somente
será protegida se a combinação for considerada como um todo original.

NÃO SERÃO PROTEGIDOS

• Os conceitos, processos, sistemas ou técnicas nas quais a topografia se baseie, ou


qualquer informação armazenada pelo emprego da referida proteção.

PROTEÇÃO DA TOPOGRAFIA

• É concedida por 10 (dez) anos contados da data do depósito ou da primeira exploração,


o que tiver ocorrido primeiro.

• Direito exclusivo do titular de explorá-la, sendo vedado a terceiros sem o seu
consentimento:

○ reproduzir a topografia, no todo ou em parte, por qualquer meio, inclusive incorporá-


la a um circuito integrado;
○ importar, vender ou distribuir por outro modo, para fins comerciais, uma topografia
protegida ou um circuito integrado no qual esteja incorporada uma topografia
protegida;
○ importar, vender ou distribuir por outro modo, para fins comerciais, um produto
que incorpore um circuito integrado no qual esteja incorporada uma topografia
protegida, somente na medida em que este continue a conter uma reprodução ilícita
de uma topografia.

A realização de qualquer dos atos previstos por terceiros não autorizados, entre a data
do início da exploração ou do depósito do pedido de registro e a data de concessão do
registro, autorizará o titular a obter, após a dita concessão, a indenização que vier a ser
fixada judicialmente.

NÃO SE APLICAM AOS ATOS

• praticados por terceiros não autorizados com finalidade de análise, avaliação, ensino e
pesquisa;
• que consistam na criação ou exploração de uma topografia que resulte da análise,
avaliação e pesquisa de topografia protegida, desde que a topografia resultante não seja
substancialmente idêntica à protegida;
• que consistam na importação, venda ou distribuição por outros meios, para fins
comerciais ou privados, de circuitos integrados ou de produtos que os incorporem,
colocados em circulação pelo titular do registro de topografia de circuito integrado
respectivo ou com seu consentimento.

FONTE: <https://sinova.ufsc.br/propriedade-intelectual/topografia-de-circuito-
integrado/>. Acesso em: 15 fev. 2021.

Caro acadêmico, esperamos que tenha gostado do material, pois este é


um assunto que vem adquirindo grande importância. Atualmente, quase todo
equipamento possui circuitos integrados em sua composição, seja um carro, um
computador ou um smartphone, até produtos como relógio, geladeiras, rádios
etc. têm circuitos integrados.

43
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Os segredos industriais no Brasil não podem ser registrados ou


patenteáveis, mas eles podem ser protegidos legalmente conforme exposto na Lei
de Propriedade Intelectual (LPI), Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula
direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.

Barbosa (2003) descreve que a LPI tem como foco a concorrência desleal,
evitando práticas desonestas como as condutas de propagação de informações
falsas, alterações no design de um produto maquiando-o de forma a confundir o
consumidor em relação ao produto original; assim como em situações em que se
comprove o roubo de informação do concorrente.

Se identificado qualquer um destes atos e se possa comprová-los, conforme


a Lei de Propriedade Intelectual, poderá o infrator ser julgado e, se condenado,
cumprir penas que vão desde o pagamento de multas até a sua detenção.

NOTA

Prezado acadêmico, este tema é bastante melindroso e será trabalhado na


Unidade 2 com mais enfoque sobre as questões legais envolvidas no tema.

Temos muitos meandros ligados à propriedade industrial, e todos eles


passam por questões legais que nos ajudam a entender mais a profundidade que
envolve a propriedade industrial.

DICAS

Prezado Acadêmico, para encerrarmos este tópico, gostaríamos de deixar


umas dicas de leitura para você complementar o seu conhecimento sobre o tema.

Segredo de Indústria e Repressão à Concorrência Desleal:

http://nit.uemg.br/?page_id=514
https://jus.com.br/artigos/85941/o-segredo-industrial-como-protecao-a-concorrencia-
desleal
https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista12/revista12_75.pdf
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/248/edicao-1/segredo-de-empresa.

44
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

3 REGISTROS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL NO BRASIL


Já conhecemos os principais tipos de processos de propriedade
industrial aprovados no Brasil, e agora iremos detalhar um pouco mais os seus
procedimentos de execução conforme a legislação e as normas do Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Mas antes de começar a conhecer os processos, conheceremos mais o


INPI. O INPI foi criado no ano de 1970 sob o formato de uma autarquia federal,
que era vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, que se localiza na cidade do Rio de Janeiro.

O INPI é o órgão responsável pelo registro e concessão de marcas, paten-


tes, desenho industrial, transferência de tecnologia, indicação geográfica, progra-
ma de computador e Topografia de Circuito Integrado no Brasil e segundo a Lei
n.o 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial), ela possui como finalidade principal:

• Executar a proteção no âmbito nacional referente às normas que regulam a


Propriedade Industrial, buscando sempre a sua função social, econômica,
jurídica e técnica.
• Identificar a ratificação e denúncia de convenções, tratados, convênios e acordos
sobre propriedade industrial.
• Repressão à concorrência desleal.

DICAS

Prezado acadêmico, queremos deixar como dica para você que quer conhecer
mais sobre o INPI e os serviços realizados por ele. Acesse o site que está apresentado a
seguir, que é muito legal e tem muita informação interessante.

https://www.gov.br/inpi/pt-br.

SITE DO INPI

FONTE: <https://www.gov.br/inpi/pt-br>. Acesso em: 16 mar. 2021.

45
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Vamos agora conhecer os principais procedimentos para os registros da


propriedade industrial conforme apresentados no site do INPI.

3.1 REGISTRO DE PATENTE


Conforme o INPI (2021, s.p.), possuir a patente de um produto significa
“ter o direito de impedir terceiros de produzir, usar, colocar à venda, vender
ou importar, sem o seu consentimento, (i) o produto objeto de patente ou (ii)
processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado”.

Existem dois tipos de patente:

• Patente de Invenção (PI): para novas tecnologias, sejam associadas


a produto ou a processo, como um novo motor de carro ou uma
nova forma de fabricar medicamentos.
• Patente de Modelo de Utilidade (MU): para novas formas em objetos
de uso prático, como utensílios e ferramentas, que apresentem
melhorias no seu uso ou na sua fabricação (INPI, 2021, s.p.).

A Lei LPI (Lei nº 9.279/96) traz e regulamenta os direitos e as obrigações


relativos à propriedade industrial e estabelece que, para ser patenteável, uma
invenção deve atender a alguns requisitos de novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial. A seguir, apresentaremos cada um deles.

• Aplicação industrial: para ser considerado uma aplicação industrial conforme


o INPI (2021, s.p.), o invento deve atender a “ser passível de fabricação em
série ou utilização em algum ramo da indústria, ou seja, deve apresentar
replicabilidade”.

• Atividade inventiva: uma invenção pode ser considerada uma atividade


inventiva conforme o INPI (2021), em toda situação em que o invento não seja
uma questão óbvia para um técnico no assunto, ou seja, quando não se pode
deduzir a partir do que já tenha sido divulgado.

• Novidade: o INPI (2021) considera um produto ou processo como algo novo


quando não tenha em nenhum lugar do mundo um produto igual ao que se
está registrando.

Conforme INPI (2015), as principais etapas do processo de patente são


dadas por:

• Depósito.
• Exame formal.
• Publicação.
• Exame técnico.
• Deferimento.
• Emissão da carta-patente.

46
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

DICAS

Prezado acadêmico, para quem deseja conhecer mais sobre o processo


de Patentes no INPI, recomendamos a leitura do MANUAL PARA O DEPOSITANTE DE
PATENTES, o qual está disponível na internet no seguinte sítio:

https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/patentes/guia-basico/manual-para-o-depositante-
de-patentes.pdf

Os principais tópicos abordados no manual são:

1 CONCEITOS BÁSICOS
1.1 O QUE É UMA PATENTE
1.1.1 O QUE PODE SER PATENTEADO NO BRASIL
1.2 CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DAS PATENTES
1.3 TERRITÓRIO DE VALIDADE DE UMA PATENTE
1.4 EXPECTATIVA DE DIREITO
1.5 VIGÊNCIA DAS PATENTES
2 DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE PATENTES
3 ELABORAÇÃO DE UM PEDIDO DE PATENTE OU CERTIFICADO DE ADIÇÃO
4 PROCEDIMENTOS PARA DEPÓSITO DO PEDIDO DE PATENTE OU CERTIFICADO
DE ADIÇÃO
5 OBRIGAÇÕES DO TITULAR DA PATENTE
6 EXAMES PRIORITÁRIOS
7 OPINIÃO PRELIMINAR DE PATENTES

47
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

3.2 REGISTRO DE MARCAS


Conforme a legislação Brasileira, (BRASIL, 1996) podemos entender
marca como:

Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:


I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto
ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa;
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de
um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações
técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado
e metodologia empregada; e
III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços
provindos de membros de uma determinada entidade.

DICAS

Prezado acadêmico, olha que material legal para você entender os tipos de
marcas:

Formas de apresentação

No que se refere às formas gráficas de apresentação, as marcas podem ser classificadas em


nominativa, figurativa, mista e tridimensional:

Marca nominativa

Marca nominativa, ou verbal, é o sinal constituído por uma ou mais palavras no sentido
amplo do alfabeto romano, compreendendo, também, os neologismos e as combinações
de letras e/ou algarismos romanos e/ou arábicos, desde que esses elementos não se
apresentem sob forma fantasiosa ou figurativa.

Marca figurativa

Marca figurativa ou emblemática é o sinal constituído por:

• Desenho, imagem, figura e/ou símbolo;


• Qualquer forma fantasiosa ou figurativa de letra ou algarismo isoladamente, ou
acompanhado por desenho, imagem, figura ou símbolo;
• Palavras compostas por letras de alfabetos distintos da língua vernácula, tais como
hebraico, cirílico, árabe etc.;
• Ideogramas, tais como o japonês e o chinês.

48
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Nas duas últimas hipóteses elencadas, a proteção legal recai sobre a representação gráfica
das letras e do ideograma em si, e não sobre a palavra ou expressão que eles representam,
ressalvada a hipótese de o requerente indicar, no requerimento, a palavra ou o termo que
o ideograma representa, desde que compreensível por uma parcela significativa do público
consumidor, caso em que se interpretará como marca mista.

Marca mista

Marca mista, ou composta, é o sinal constituído pela combinação de elementos


nominativos e figurativos ou mesmo apenas por elementos nominativos cuja grafia se
apresente sob forma fantasiosa ou estilizada.

Marca tridimensional

Marca tridimensional é o sinal constituído pela forma plástica distintiva em si, capaz
de individualizar os produtos ou serviços a que se aplica. Para ser registrável, a forma
tridimensional distintiva de produto ou serviço deverá estar dissociada de efeito técnico.

FONTE: <https://bit.ly/3wrCtLN>. Acesso em: 8 mar. 2021.

49
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

O registro de marca de produto conforme o INPI (2021) possui quatro


passos básicos, os quais são:

• Depósito.
• Publicação.
• Deferimento.
• Concessão e emissão do certificado.

DICAS

Prezado acadêmico, para você que deseja conhecer mais sobre o registro de
marcas, sugerimos a leitura do manual de marcas on-line do INPI, no seguinte site: http://
manualdemarcas.inpi.gov.br/

No link, você encontrará as seguintes informações:

Manual de marcas
1. Disposições gerais
2. O que é marca
3. Como formular pedido de registro ou petição de marca
4. Exame formal
5. Exame substantivo
6. Concessão, manutenção e extinção do registro
7. Recursos e processos administrativos de nulidade
8. Transferência de direitos
9. Anotações e alterações diversas
10. Outros serviços
11. Protocolo de Madri
Referências

3.3 REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL


Conforme a legislação brasileira, Brasil (1996), podemos entender
desenho industrial como sendo “a forma plástica ornamental de um objeto ou
o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e
que possa servir de tipo de fabricação industrial”.

Os principais passos para a solicitação de registro de desenho industrial,


conforme o INPI (2021), são:

• DEPÓSITO
• EXAME FORMAL

50
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

• EXAME TÉCNICO
• CONCESSÃO
• QUINQUENIO
• RENOVAÇÃO

DICAS

Prezado acadêmico, para você que deseja conhecer mais sobre o registro
de DESENHO INDUSTRIAL sugerimos a leitura do manual de marcas on-line do INPI, no
seguinte site: http://manualdedi.inpi.gov.br/projects/manual-de-desenho-industrial/wiki.

No link, você encontrará as seguintes informações:

Manual de desenhos industriais


1 Disposições gerais
2 O que é considerado desenho industrial
3 Como formular pedido de registro ou petição de desenho industrial
4 Exame formal
5 Exame técnico
6 Concessão, manutenção e extinção do registro
7 Recursos e processos administrativos de nulidade
8 Transferência de direitos
9 Anotações e alterações diversas
10 Outros serviços
Modelos
Referências

3.4 REGISTRO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA


O registro de indicação geográfica é um registro classificado de proprie-
dade industrial, pois ele é a forma como um sinal ou símbolo que é utilizado,
conforme Brasil (1996), para identificar a origem específica de um produto ou ser-
viço, cuja qualidade seja reconhecida e associada à região de onde provém. Este
fato tem a finalidade de principalmente gerar valor e credibilidade a produtos ou
serviços que são fabricados na região, assim, atestando a sua procedência.

Muitas vezes, vemos determinados padrões de produção ou formatos, ou


mesmo de especialidade produtiva associada à região relacionada à indicação
geográfica.

Exemplos de registro de indicação geográfica:

• farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul (AC);


• guaraná de Maués (AM);
51
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

• queijo de Colônia Witmarsum (PR);


• vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos (RS);
• o camarão da Costa Negra (CE);
• as cachaças de Paraty (RJ), Salinas (MG) e Abaíra (BA);
• mel do Pantanal (MT/MS) e de Ortigueira (PR) etc.

FIGURA 18 – MAPA DO IBGE DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

FONTE: <https://bit.ly/3r2Dj0f>. Acesso em: 20 mar. 2021.

DICAS

Prezado acadêmico, para você que deseja conhecer mais sobre o registro
de INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS, sugerimos a leitura do manual de marcas on-line do
INPI, no seguinte site: http://manualdemarcas.inpi.gov.br/projects/manual-de-indicacoes-
geograficas/wiki#:

No link, você encontrará as seguintes informações:

Manual de indicações geográficas


1 Disposições gerais
2 Indicação geográfica e espécies de registro
3 Nome geográfico e seu gentílico
4 Representação da indicação geográfica
5 Termos não suscetíveis de registro como indicação geográfica
6 Requerentes e usuários do registro

52
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

7 Documentação do pedido de registro de indicação geográfica


8 Exame de indicação geográfica
9 Alteração de registro
Modelos
Anexo – Guia do Peticionamento Eletrônico – Sistema e-IG
Referências

3.5 REGISTRO DE SOFTWARES


Os programas de computador também podem ser protegidos em relação
a sua autoria pela LPI e pela lei específica de software (Lei nº 9.609, de 19 de
fevereiro de 1998 – Lei de Programa de Computador).

DICAS

Prezado acadêmico, para você que deseja conhecer mais sobre o registro de
SOFTWARE, sugerimos a leitura do manual de marcas on-line do INPI, no seguinte site:
https://bit.ly/3hvZjh7.

Para esclarecer o registro no INPI e proteção aos direitos de propriedade


intelectual do software, Bagnato (2014, p. 16) descreve:

A proteção aos direitos de propriedade intelectual do software


independe de registro. Entretanto, a imaterialidade do programa
de computador dificulta a comprovação da sua autoria, o que pode
prejudicar o exercício dos direitos do seu criador. Assim, o registro
é um meio de assegurar ao titular os direitos de exclusividade na
produção, no uso e na comercialização do programa.
Para registrar, é necessário apresentar o pedido ao Instituto Nacional
de Proteção Industrial – INPI, por meio de formulário próprio,
acompanhado de informações sobre o programa e o seu modo de
funcionamento (listagem integral ou parcial do código fonte ou objeto
e outros dados suficientes para identificar o programa e caracterizar
sua originalidade), os dados do autor ou do titular dos direitos autorais
e o comprovante de recolhimento da retribuição devida.
No ato do depósito, é fornecido ao titular um número de protocolo
e, depois de analisada a documentação, é emitido o certificado do
registro, que protege tanto o programa quanto seu nome comercial.
A proteção decorrente do certificado tem validade internacional nos
países signatários de acordos internacionais sobre o tema.

53
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Aprofundemo-nos mais sobre este tema, principalmente sobre as questões


legais, na Unidade 2.

Como você pôde ler e aprender são muitos os detalhes relacionados à


proteção da propriedade intelectual, por isto, lhe indicamos a fonte que vem do
próprio responsável pelos registros, que é o INPI, o qual emitiu diversos manuais
para esclarecer mais o assunto, e que apresentamos no decorrer desta unidade.

FIGURA 19 – INPI

FONTE: <http://manualdemarcas.inpi.gov.br/projects/manual-de-indicacoes-geograficas/wiki#>.
Acesso em: 20 mar. 2021

DICAS

Prezado acadêmico, seguem alguns manuais específicos de instituições de


ensino e pesquisa para você ler e conhecer mais os procedimentos gerais utilizados pelas
instituições sobre o tema propriedade intelectual. Nesses materiais, você vai conhecer a
teoria e procedimentos de registro da PI.

Guia Prático I – Introdução à Propriedade Intelectual

BAGNATO, V. S. et al. Guia Prático I: Introdução à Propriedade Intelectual. São Paulo: USP,
2014. Disponível em: <https://bit.ly/3AzKuBo>. Acesso em: 8 mar. 2021.

Guia de Propriedade Intelectual

BITTENCOURT, K. C. H. de.; PEDROSA, R. C. Guia de Propriedade Intelectual. Florianópolis:


UFSC, 2010. Disponível em: <https://bit.ly/3qWEY7J>. Acesso em: 1 fev. 2021.

O assunto de propriedade intelectual é bastante extenso, com muitos


meandros e detalhes que devem ser cuidados, mas é fundamental para
preservar as autorias assim como os seus direitos. Os materiais complementares
apresentados servem para a ampliação do seu conhecimento e principalmente
para complementar com mais detalhes o tema, relacionado aos procedimentos de
registro junto ao INPI.

54
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Na próxima unidade, estudaremos mais as questões legais sobre o tema,


mas antes, vamos à leitura complementar, ao resumo da unidade e aos exercícios
de autoatividade.

ENTENDA A IMPORTÂCIA DO REGISTRO DE SOFTWARE

O software é uma espécie de conjunto de instruções em linguagem


própria utilizada por um sistema operacional (direta ou indiretamente) em
busca de certo resultado.

Ele pode ser utilizado para inúmeras finalidades, desde o


desenvolvimento de jogos até o desenvolvimento de atividades operacionais
de uma empresa.

Os softwares são pensados de forma a potencializar estruturas


funcionais de diversos ramos de atuação e negócios.

A importância do registro de software

Registrar o software é de suma importância para que uma empresa


consiga marcar sua posição no mercado de tecnologia atualmente.

Os benefícios vindos de tal execução, além da maior facilidade atual,


são:

i) maior segurança jurídica para as transações contratuais;


ii) publicação do registro nas plataformas oficiais internacionais,
permitindo maior visibilidade;
iii) possibilidade de participar em licitações.

Além disso, tem-se que proteger seu software abre portas para mais
investimentos, maior confiança do cliente, bem como a proteção de seus dados,
sendo assegurada pelo INPI.

Como é feito o registro de software?

O registro de software, apesar de ser realizado pelo mesmo órgão


que registra marcas e patentes, o INPI (Instituto Nacional da Propriedade
Industrial), possui um processo de registro específico.

Diferente das marcas e patentes, uma vez registrado, o software possui


proteção por 50 anos e o seu registro é reconhecido internacionalmente por
países signatários de acordos internacionais.

55
UNIDADE 1 — DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Para iniciar o registro, o titular dos direitos do software deve preencher


um formulário com todas as informações necessárias, além de pagar as guias
de recolhimento das taxas federais e fornecer documentos que identifiquem o
programa e comprovem a autoria deste.

A partir disso, o requerimento do registro será analisado durante alguns


meses até a decisão sobre deferimento do requerimento.

Se deferido, o INPI expede o Certificado de Registro que concede ao


titular a segurança quanto ao seu software.

Leis relacionadas: no 9.609/98 e no 9.610/98

Todo o ato de registro de software é regulado pelas Leis no 9.609/98 e


n 9.610/98.
o

A primeira Lei regra todos os quesitos em relação aos direitos e deveres


da proteção de um software.

Já a segunda determina os parâmetros referentes à propriedade


intelectual em geral.

Assim sendo, antes de abordar cada uma, é necessário tratar da diferença


entre elas: a Lei no 9.610/98 protege os métodos e etapas pelo código utilizado,
enquanto a Lei no 9.609/98 dispõe apenas sobre as expressões do código.

Vamos abordar agora os principais pontos de cada uma das Leis citadas.

Lei de Software no 9.609/98

Publicada em 19 de janeiro de 1998, a Lei de Software possui 22 anos,


mas ainda se mantém atual.

Seu principal foco, conforme o preâmbulo da Lei, é justamente a


proteção da propriedade intelectual do programa de computador, além da sua
comercialização no Brasil.

Portanto é de grande importância para empresas brasileiras de


tecnologia em geral, tais como Fintechs, Startups etc.

O corpo da Lei cita como deverá ocorrer a comercialização, o


licenciamento e o registro do programa, afirmando que a tutela de tais direitos
dura por 50 anos a contar do ano seguinte à publicação ou a partir do dia de
sua criação.

Além disso, a lei dispõe sobre quais serão as penalidades que alguém
sofrerá caso viole os direitos autorais.

56
TÓPICO 3 — A PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Lei de Propriedade Intelectual (no 9.610/98)

A Lei de Propriedade Intelectual foca suas disposições nos direitos


autorais de obras intelectuais em geral, tais como artísticas, científicas e
tecnológicas, como o software.

Nota-se que, assim como a Lei de Software, é de grande importância


que empreendedores estejam atentos ao que esta Lei diz, uma vez que é um
assunto que se refere à criação e registro de novos produtos e tecnologias.

As disposições da Lei tratam do licenciamento, da autoria, de quais


obras são protegidas, dos direitos morais e autorais do autor, da comercializa-
ção e utilização da propriedade intelectual, além dos limites que tais direitos
autorais possuem.

Portanto, novamente, é de suma importância que um empreendedor


de qualquer tipo na área de Tecnologia e Desenvolvimento de Software tenha
pelo menos noções gerais do que trata a legislação relacionada, a fim de ter um
crescimento comercial pacífico e sem problemas legais.

Após todas essas informações, fica claro que o registro de software é de


suma importância para uma empresa de Tecnologia ou desenvolvimento de
software.

Garante não só a proteção sobre seu produto e inovação em seu mercado


de atuação, como também os direitos de comercialização para tal.

Com isso em mente, recomenda-se buscar auxílio jurídico de qualidade


para tal serviço, a fim de que eventuais complicações sejam evitadas.

FONTE: TANCREDI, M.; BUTURI, P. H. A. Entenda a importância do registro de software. 2020.


Disponível em: <https://bit.ly/2UwiRZF>. Acesso em: 20 mar. 2021.

57
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• A internet foi um dos grandes propagadores para lançamento de novos


produtos.

• A propriedade industrial busca garantir aos inventores e criadores de produto


uma garantia de uso e exploração comercial destes produtos.

• A propriedade industrial se refere a ativos criados principalmente para o avanço


da tecnologia, indústria e comércio, tais como patentes (invenções), desenhos
industriais, marcas registradas, marcas de serviço, segredos comerciais e
indicações geográficas de origem (OMPI, 2021).

• A propriedade industrial pode ser registrada em uma das seguintes formas:


marcas; patente; desenho industrial; indicação geográfica; topografias de
circuitos; e segredo industrial.

• Os segredos industriais no Brasil não podem ser registrados ou patenteados,


mas podem ser protegidos legalmente conforme exposto na Lei de Propriedade
Intelectual (LPI).

• A LPI tem como foco a concorrência desleal, evitando práticas desonestas.

• O INPI é o órgão responsável pelo registro e concessão de marcas, patentes,


desenho industrial, transferência de tecnologia, indicação geográfica, programa
de computador e Topografia de Circuito Integrado no Brasil.

• Uma invenção deve atender a alguns requisitos de novidade, atividade


inventiva e aplicação industrial.

• Desenho industrial é definido como a forma plástica ornamental de um


objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado
a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua
configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.

• O registro de indicação geográfica é um sinal ou símbolo o qual é utilizado


para identificar a origem específica de um produto ou serviço cuja qualidade
seja reconhecida e associada à região de onde provêm.

58
• A proteção aos direitos de propriedade intelectual do software independe de
registro.

• O registro do software é um meio de assegurar ao titular os direitos de


exclusividade na produção, no uso e na comercialização do programa.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

59
AUTOATIVIDADE

1 A propriedade industrial está contida nas propriedades intelectuais, e um


dos pontos principais está associada aos desenhos industriais inovadores de
produtos, e como exemplo podemos citar os desenhos de carros, celulares
etc. Qual das opções apresenta o melhor conceito para desenho industrial
na visão da propriedade industrial? Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Desenho industrial é definido como a forma plástica ornamental


de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa
ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo
e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de
fabricação industrial.
b) ( ) Desenho industrial é definido como todo e qualquer desenho técnico
feito na indústria.
c) ( ) Desenho industrial é definido como todo material desenvolvido pelas
indústrias e que foram produzidos através de desenhos técnicos.
d) ( ) Desenho industrial é definido como todo desenho utilizado na
fabricação industrial.

2 A propriedade industrial tem assumido uma importância na atualidade,


principalmente, devido aos meios de comunicação que de um lado
aumentam o consumo destes pelo marketing envolvido, mas também
fomentam novas ideias para novos produtos e aplicações. Assim conforme
a legislação temos uma invenção deve atender a alguns requisitos que são
a novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Analise as sentenças
e associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Aplicação industrial.
II- Atividade inventiva.
III- Novidade.

Preencha os campos:

( ) Um produto ou processo é considerado como algo novo quando não


tenha em nenhum lugar do mundo um produto igual ao que se está
registrando.
( ) Pode ser considerada uma atividade inventiva em toda situação em que
o invento não seja uma questão óbvia para um técnico no assunto.
( ) O invento deve atender a ser passível de fabricação em série ou utilização
em algum ramo da indústria, ou seja, deve apresentar replicabilidade.

60
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) III – II – I.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) III – I – II.

61
REFERÊNCIAS
ABPI. O que é propriedade intelectual? c2021. Disponível em: https://abpi.org.br/
blog/o-que-e-propriedade-intelectual/. Acesso em: 25 jan. 2021.

AZEVEDO, B. de. Continuous reskilling: o advogado deve continuamente


desenvolver novas habilidades. 2019. Disponível em: https://bernardodeazevedo.
com/conteudos/continuous-reskilling-advogado-novas-habilidades/. Acesso em:
4 fev. 2021.

BAGNATO, V. S. et al. Guia prático I: introdução à propriedade intelectual.


São Paulo: USP, 2014. Disponível em: http://www.inovacao.usp.br/wp-content/
uploads/sites/300/2014/02/CARTILHA_PI_bom_x.pdf. Acesso em: 8 mar. 2021.

BARBOSA, D. B. Uma introdução à propriedade intelectual. Rio de Janeiro:


Lumen Juris, 2003.

BITTENCOURT, K. C. H. de; PEDROSA, R. C. Guia de propriedade intelectual.


Florianópolis: UFSC, 2010. Disponível em: https://sinova.ufsc.br/files/2011/05/
Guia-de-PI-Maio-2011.pdf. Acesso em: 1 fev. 2021.

BUAINAIN, A. M. et al. Propriedade intelectual e desenvolvimento no Brasil. Rio


de janeiro: Ideia D; ABPI, 2019.

BRASIL. Código Civil Brasileiro. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.


br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 27 jan. 2021.

BRASIL. Lei n.º 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos
à propriedade industrial. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 9 mar. 2021.

DICIONÁRIO Michaelis. c2021. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/


busca?r=0&f=0&t=0&palavra=AUTOR. Acesso em: 29 jan. 2021.

INMETRO. Propriedade intelectual e inovação. Disponível em: http://www.


inmetro.gov.br/inovacao/pdf/cartilha_pi_tt.pdf. Acesso em: 1 fev. 2021

INPI. Disponível em: https://www.gov.br/inpi/pt-br. Acesso em: 25 fev. 2021.

INPI. Manual para o depositante de patentes. Rio de Janeiro. 2015. Disponível


em: https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/patentes/guia-basico/manual-para-
o-depositante-de-patentes.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021.

62
JUNGMANN, D. de M.; BONETTI, E. A. Inovação e propriedade intelectual:
guia para o docente. Brasília: SENAI, 2010. Disponível em: https://www.gov.br/
inpi/pt-br/composicao/arquivos/guia_docente_iel-senai-e-inpi.pdf. Acesso em:
1 fev. 2021.

OMPI. 2021. Manual de redação de patentes da organização mundial da


propriedade intelectual. Disponível em: http://w3.ufsm.br/agittec/images/
Guias_e_Manuais/Manual%20OMPI.pdf. Acesso em: 1 fev. 2021.

PIERITZ NETTO, A.; PIERITZ, V. L. H. Crimes Cibernéticos. 01. ed. Indaial:


UNIASSELVI, 2020.

RUSSO, S. L. et al. Propriedade intelectual e gestão de tecnologias. Aracaju:


Associação Acadêmica de Propriedade Intelectual, 2018.

SILVEIRA, N. Propriedade intelectual: propriedade industrial, direito de autor,


software, cultivares, nome empresarial, abuso de patentes, 2014.

TANCREDI, M.; BUTURI, P. H. A. Entenda a importância do registro de


software. 2020. Disponível em: https://www.advocatta.org/post-ch2sf/entenda-a-
import%C3%A2ncia-do-registro-de-software. Acesso em: 20 mar. 2021.

VANIN, C. E. Propriedade intelectual: conceito, evolução histórica e normativa,


e sua importância. 2017. Disponível em: https://duduhvanin.jusbrasil.com.
br/artigos/407435408/propriedade-intelectual-conceito-evolucao-historica-e-
normativa-e-sua-importancia. Acesso em: 25 jan. 2021.

WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION. Disponível em:


https://www.wipo.int/portal /en/index.html. Acesso em: 25 jan. 2021.

63
64
UNIDADE 2 —

A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À
PROPRIEDADE INTELECTUAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os principais detalhes legais de propriedade intelectual;

• compreender conceitos básicos da responsabilidade sobre a propriedade


intelectual;

• identificar as diversas ferramentas legais de proteção à propriedade


intelectual;

• conhecer os procedimentos legais relacionados à proteção à propriedade


intelectual, industrial e de software;

• capacitar o acadêmico a identificar pontos frágeis para a garantia da


propriedade intelectual de forma legal;

• conhecer a importância da legislação na proteção à propriedade


intelectual;

• identificar pontos vulneráveis de proteção à propriedade dos softwares


em seus projetos.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e objetiva introduzir
uma visão legal sobre o tema. No decorrer da unidade, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL


E INDUSTRIAL

TÓPICO 2 – A LEI DO DIREITO AUTORAL

TÓPICO 3 – A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

65
CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

66
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2

A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL


E INDUSTRIAL

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, nós trataremos das questões legais referentes à proprieda-


de intelectual e propriedade industrial. Apresentaremos leis e interpretações que
são muito importantes ao profissional de relações eletrônicas, pois você, acadê-
mico, em sua vida profissional, poderá lidar com produtos físicos (propriedade
industrial, patentes, marcas etc.) ou, ainda, com criações de conteúdo na internet,
e-book, entre outros. Pode ser que, em determinadas situações, você tenha que se
envolver com o direito autoral (propriedade intelectual, autoria etc.), ou, ainda,
que esteja trabalhando com softwares ou APPs e direito relacionado a eles.

Todo gestor e profissional de relações eletrônicas precisa conhecer as


questões legais para realizar uma boa gestão na área de relações eletrônicas.

FIGURA 1 – RELAÇÕES ELETRÔNICAS E DIREITO AUTORAL

FONTE: A autora

67
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Na Unidade 1, vimos que a gestão dos direitos autorais tem evoluído


muito nos meios eletrônicos, no entanto, tem-se, ainda, que é muito fácil cometer
erros na área eletrônica, infringindo diversos pontos legais relacionados à autoria,
plágio, cópia, entre outros, por isto a nossa preocupação em trazer algumas partes
das principais leis válidas neste segmento.

Para quem não está acostumado com as questões legais, pode ser
maçante a leitura e interpretação de leis, mas é necessário para se aperfeiçoar
como profissional e futuro gestor de relações eletrônicas. Você precisará, ainda,
constantemente se atualizar nesta área, pois as leis em nosso país mudam
continuamente e, por isto, você também deve se atualizar.

Adentraremos, agora, no mundo das leis relacionadas ao direito de


propriedade intelectual.

2 LEGISLAÇÃO APLICADA
Na unidade anterior, abordamos a Propriedade Intelectual, Industrial e
de Software (Programas de Computador), trouxemos muito material e referências
do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão que é responsável
pelos encaminhamentos dos registros de patente, marcas etc.

Conheceremos, agora, as principais leis na área assim algumas


interpretações importantes sobre o tema.

FIGURA 2 – LEGISLAÇÃO PROPRIEDADE INTELECTUAL

FONTE: <https://www.blog.adp.com.br/leis-trabalhistas/>. Acesso em: 25 fev. 2021.

68
TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, não iremos desenvolver, aqui, as questões históricas sobre


as questões legais da propriedade intelectual, mas apresentaremos somente a legislação
atual e em uso sobre o tema.

O primeiro ponto que precisamos entender é a questão do surgimento


legal do INPI, e, assim, temos a Lei no 5.648, de 11 de dezembro de 1970, que
regulamenta e cria o INPI e dá outras providências, e conforme Brasil (1970)
temos:

Art 1º Fica criado o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),


autarquia federal, vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio, com
sede e foro no Distrito Federal.

Parágrafo único. O Instituto gozará dos privilégios da União no que


se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades
essenciais ou delas decorrentes.

Art. 2º O INPI tem por finalidade principal executar, no âmbito nacio-


nal, as normas que regulam a propriedade industrial, tendo em vista a sua
função social, econômica, jurídica e técnica, bem como pronunciar-se quanto
à conveniência de assinatura, ratificação e denúncia de convenções, tratados,
convênios e acordos sobre propriedade industrial. (Redação dada pela Lei nº
9.279, de 1996).

Você pode ver que a instituição do INPI foi realizada por uma lei e que
possui por finalidade principal:

executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade


industrial, tendo em vista a sua função social, econômica, jurídica e
técnica, bem como pronunciar-se quanto à conveniência de assinatura,
ratificação e denúncia de convenções, tratados, convênios e acordos
sobre propriedade industrial (BRASIL, 1970, pnd.).

Um dos pontos fundamentais relacionados à propriedade intelectual no


Brasil está na assinatura do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade
Intelectual Relacionados ao Comércio, em inglês Trade-Rel/ated Aspects of
Intellectual Property Rights (TRIPs), um tratado Internacional no qual o Brasil é
signatário.

69
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

DICAS

Prezado acadêmico, indicamos a leitura do Manual de redação de patentes da


organização mundial da propriedade intelectual, conforme o link:
OMPI. Manual de redação de patentes da organização mundial da propriedade intelectual
(OMPI). Disponível em: <https://bit.ly/3xo6Svy>. Acesso em: 1 fev. 2021.

De acordo com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual


(OMPI), a propriedade intelectual se divide em duas categorias principais, as
quais são:

Propriedade industrial: fazem parte as patentes (invenções), marcas,


desenho industrial, indicação geográfica e proteção de cultivares (OMPI, 2021);

Direitos autorais: abrangem os trabalhos literário e artísticos, cultura


como a autoria de romances, poemas, peças, filmes, música, desenhos, sím-
bolos, imagens, esculturas, programas de computador, internet, entre outros
(OMPI, 2021).

Detalharemos mais a legislação brasileira nestas duas áreas.

Assim, temos a referência mor estipulada na legislação brasileira que é a


sua Constituição Federal, que em seu artigo 5 descreve em seu inciso XXIX:

a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio


temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e
a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País (BRASIL, 1988).

A TRIPS foi a base para a publicação da Lei nº 9.279, publicada em 14 de


maio de 1996, que direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Esta
Lei consolidou a ratificação do acordo da TRIPS e, assim, o Brasil começou a
participar e ajustar a realidade da propriedade intelectual no país para esta nova
realidade mundial.

70
TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL

DICAS

Prezado acadêmico, a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula os


direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, encontra-se na íntegra no seguinte
site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm.

É importante ressaltar, neste momento, que esses direitos relacionados à


propriedade industrial dependem de solicitação e posterior análise pelo Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

A segunda categoria apresentada pela OMPI no TRIPS são os direitos


autorais os quais são relacionados à proteção de obras intelectuais como obras
literárias, artísticas e científicas, e também, acrescentam-se aqui os programas de
computador.

Assim, nós temos o direito autoral já garantido ao cidadão pela própria


Constituição Federal de 1988, que em seu Artigo 5º no inciso XXVII descreve:
“aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar” (BRASIL,
1988.)

O inciso XXVII estabelece as questões relacionadas aos direitos exclusivos


do autor da obra e descreve que ele tem o direito de escolher e permitir a utilização
de sua obra da forma que ele desejar, seja a publicação ou reprodução.

Para o detalhamento e ajustes relacionados com a OMPI, temos, também,


a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regulamenta, altera, atualiza e
consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Vamos
agora conhecer mais onde se aplica esta lei, assim, temos em seu Título I descrito:

Título I

Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação
os direitos de autor e os que lhes são conexos.
Art. 2º Os estrangeiros domiciliados no exterior gozarão da proteção assegurada
nos acordos, convenções e tratados em vigor no Brasil.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei aos nacionais ou pessoas
domiciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no
Brasil a reciprocidade na proteção aos direitos autorais ou equivalentes.

71
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Art. 3º Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis.


Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos
autorais.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - publicação – o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao
conhecimento do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro
titular de direito de autor, por qualquer forma ou processo;
II - transmissão ou emissão – difusão de sons ou de sons e imagens, por meio
de ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro condutor; meios
óticos ou qualquer outro processo eletromagnético;
III - retransmissão – a emissão simultânea da transmissão de uma empresa por
outra;
IV - distribuição – a colocação à disposição do público do original ou cópia
de obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou execuções
fixadas e fonogramas, mediante a venda, locação ou qualquer outra forma de
transferência de propriedade ou posse;
V - comunicação ao público – ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do
público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na distribuição
de exemplares;
VI - reprodução – a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária,
artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma tangível,
incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário por meios
eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido;
VII - contrafação – a reprodução não autorizada;
VIII - obra:
a) em co-autoria – quando é criada em comum, por dois ou mais autores;
b) anônima – quando não se indica o nome do autor, por sua vontade ou por
ser desconhecido;
c) pseudônima – quando o autor se oculta sob nome suposto;
d) inédita – a que não haja sido objeto de publicação;
e) póstuma – a que se publique após a morte do autor;
f) originária – a criação primígena;
g) derivada – a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da
transformação de obra originária;
h) coletiva – a criada por iniciativa, organização e responsabilidade de uma
pessoa física ou jurídica, que a publica sob seu nome ou marca e que é constituída
pela participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa
criação autônoma;
i) audiovisual – a que resulta da fixação de imagens com ou sem som, que tenha
a finalidade de criar, por meio de sua reprodução, a impressão de movimento,
independentemente dos processos de sua captação, do suporte usado inicial
ou posteriormente para fixá-lo, bem como dos meios utilizados para sua
veiculação;
IX - fonograma – toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou
de outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação
incluída em uma obra audiovisual;

72
TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL

X - editor – a pessoa física ou jurídica à qual se atribui o direito exclusivo de


reprodução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites previstos no contrato
de edição;
XI - produtor – a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a
responsabilidade econômica da primeira fixação do fonograma ou da obra
audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte utilizado;
XII - radiodifusão – a transmissão sem fio, inclusive por satélites, de sons
ou imagens e sons ou das representações desses, para recepção ao público
e a transmissão de sinais codificados, quando os meios de decodificação
sejam oferecidos ao público pelo organismo de radiodifusão ou com seu
consentimento;
XIII - artistas intérpretes ou executantes – todos os atores, cantores, músicos,
bailarinos ou outras pessoas que representem um papel, cantem, recitem,
declamem, interpretem ou executem em qualquer forma obras literárias ou
artísticas ou expressões do folclore.
XIV - titular originário – o autor de obra intelectual, o intérprete, o executante,
o produtor fonográfico e as empresas de radiodifusão. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013)
Art. 6º Não serão de domínio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios as obras por eles simplesmente subvencionadas.

Como você pode observar, o título I da Lei nº 9.610/1998 deixa claro todos
os parâmetros de sua aplicação em seu artigo 5º. Como já salientamos, é muito
importante para você, como profissional de relações eletrônicas, conhecer um
pouco das leis relacionadas ao tema.

TUROS
ESTUDOS FU

Prezado acadêmico, estudaremos mais detalhadamente a Lei nº 9.610/1998


no próximo tópico desta unidade.

Temos, ainda, complementarmente, a Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de


1998, a qual dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de
computador, sua comercialização no país e dá outras providências.

Esta lei foi um grande marco legal para os profissionais da informática,


garantindo, assim, a sua autoria e a responsabilidades aos infratores.

73
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, apresentamos a seguir um pequeno artigo que lhe


ajudará a entender mais sobre pirataria de software, traremos mais sobre o assunto na
próxima unidade.

Entenda sobre pirataria de software

Pirataria de software diz respeito às práticas que envolvem a utilização, cópia ou


comercialização de um software protegido por direitos autorais instalado em computadores
pessoais ou de trabalho.
Quando você paga por um software, normalmente está comprando uma licença para usá-
la em vez de comprar o próprio programa de software. Criar um produto de software
bem-sucedido e aprimorar seus recursos em uma base contínua requer um investimento
significativo de tempo e recursos, seja do fabricante de uma grande corporação ou um
desenvolvedor de aplicativos.

O processo de pirataria de software se dá numa engenharia reversa, que burla a estrutura


do aplicativo tornando-o acessível gratuitamente. Esses aplicativos são compartilhados por
meio de downloads e/ou revendas por um preço muito abaixo do produto original.

Algumas estimativas dizem que, dos softwares existentes, 1/3 é pirateado. Isso revela a
grande dificuldade em parar a pirataria de software, mesmo com as iniciativas por parte
das empresas em agir judicialmente ou maximizar seus investimentos na proteção de
seus softwares. Muitas dessas tentativas têm falhado ao longo do tempo, mas os esforços
continuam na tentativa de inibir a ação dos crackers.

Um dos motivos da pirataria de software

Países com um índice menor de pirataria são os mais desenvolvidos, que possuem uma
economia mais estável e um mercado equilibrado com preços mais acessíveis compatíveis
com a realidade do país. Em contrapartida, os países onde a pirataria desponta percebemos
que a renda da população é menor e o preço cobrado pelos softwares não é compatível
com a realidade.

Desvantagens no uso de software pirata

Embora se torne perceptível os motivos que levam ao crescimento da pirataria de software,


precisamos destacar os prejuízos decorrentes dessa expansão. Muitos destes softwares
vêm com recursos limitado, sem acesso ao suporte e atualizações disponibilizadas
rotineiramente pelas empresas. Não possui nenhuma garantia, os riscos desses softwares
conter arquivos maliciosos são reais, e, além disso, causa um prejuízo nos investimentos
dos desenvolvedores na melhoria de seus serviços aumentando até mesmo o desemprego,
já que a insegurança e a baixa receita afetam na manutenção destes, comprometendo, até
mesmo, a imagem do país no exterior.

Uma abordagem totalmente diferente da pirataria de software, chamada Shareware,


reconhece a inutilidade de tentar impedir que pessoas copiem software e, em vez disso,
dependem da honestidade das pessoas a pagarem um valor de utilização após o tempo de
experiência por um período determinado.

Já os programas comerciais que são disponibilizados ao público ilegalmente são muitas


vezes chamados de Warez.

74
TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL

É importante lembrar que existem muitos modelos de licenciamento de software dife-


rentes. Enquanto alguns usuários estão satisfeitos com os recursos e o desempenho do
software livremente distribuído, outros usuários exigem recursos específicos que são en-
contrados apenas em software distribuído sob licenças comerciais.

Lembre-se que, pirataria de software, é crime:


A Lei 9.609/98 proíbe a violação dos direitos autorais de programas de computador, com
pena de detenção de 6 meses a 4 anos e multa.

FONTE: GAIDARGI, J. Entenda sobre pirataria de software. 2018. Disponível em: https://
bit.ly/3qUgETT. Acesso em: 15 mar. 2021.

Temos visto, atualmente, uma grande migração das autorias para o nível
digital, na qual temos os livros oferecidos em forma digital por grandes players
como a Amazon, Saraiva, Submarino etc., além de criações no Youtube, Facebook,
entre outros, e sempre temos que tomar cuidado com as autorias nestes meios.

3 AUTORIA E LEGISLAÇÃO
TRIPS, OMPI, Lei da Propriedade Intelectual (Lei nº 9.610/1998), Lei da
Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/1996), Lei dos Programas de Computado-
res ou de Software (Lei nº 9.609/1998), entre outras leis e resoluções tem como
foco buscar garantir a autoria das criações, e atualmente os direitos intrínsecos
a cada criação.

Atualmente, a propagação e popularização de criações pelos mais diversos


meios de comunicação têm gerado, também, muitos problemas de cópia.

Apesar do fato ser a cópia, a autoria, a situação por trás desta análise
está a questão financeira e os direitos autorais, pois temos, em diversas situações,
enormes montantes de dinheiro envolvido no mundo todo.

FIGURA 3 – ECAD – DIREITOS AUTORAIS EM MÚSICA

FONTE: <https://www3.ecad.org.br/>. Acesso em: 20 mar. 2021.

75
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Conforme você pode observar, na Figura 3, 165 milhões de reais foram


distribuídos somente no ano de 2021 de direitos autorais para autores de músicas
até o mês de fevereiro, e, no mesmo período, são aproximadamente 147 mil autores
de músicas que foram beneficiados, e este é só um dos valores que movimentam
esta área de autoria.

As autorias podem ser nas mais diversas áreas, conforme já estudamos, e


a legislação proteger as obras de pessoas que tentam tirar proveito das criações
de outrem.

NOTA

Prezado acadêmico, um ponto importante a ser observado é que, mesmo


havendo a diretriz da OMPI, todo país tem legislações específicas sobre o tema, e, por isto,
devemos sempre verificar as questões internacionais do direito autoral.

A criação humana é evolutiva e quanto mais se sabe, mais se comunica,


mais se cria, não podemos hoje falar em limites, pois temos público para todos
os tipos de coisas, invenções e autorias, o único ponto que se deve atentar está na
legalidade do que se está criando, e muitas vezes até na legalidade internacional,
para não se gerar conflitos de autorias e até conflitos em outras instâncias e esferas
de dogmas pessoais, culturais e até de preceitos religiosos, entre outros.

DICAS

Prezado acadêmico, deixamos a indicação de leitura de um artigo atual


disponível no seguinte link: <https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2020/06/24/a-
conta-chegou-ecad-e-editoras-cobram-taxas-de-direito-autoral-em-lives-e-irritam-
produtores.ghtml>.

Nós encerramos aqui este tópico, fique agora com a leitura complementar,
o resumo do tópico e os exercícios de revisão, e, no próximo tópico, aprofundare-
mos mais a análise sobre a lei da propriedade intelectual.

76
TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL

ALGUMAS IMPLICAÇÕES DA LEI DE PROPRIEDADE INTELECTUAL


BRASILEIRA

Falar em propriedade intelectual é falar sobre marcas, patentes, direitos


autorais e proteção de programas de computador. A legislação brasileira
é bastante recente e as discussões igualmente. É um novo direito que
praticamente começou a ser pensado na legislação e pelos especialistas da
área com a expansão das novas áreas de tecnologia, porém o direito à proteção
dessas criações intelectuais é garantia constitucional desde 1988 com previsão
no artigo 5º, incisos XXVII, XXVIII e XXIX da Constituição Federal.

Em abordagem prática ao leitor, busca-se esclarecer sem esgotar o assunto - até


porque vai muito além do que aqui se expõe - de que a propriedade intelectual
em suas diversas áreas de abrangência como bem jurídico protegido que é,
levanta implicações de ordem jurídica relevantes em razão das inovações
crescentes pelo uso da tecnologia.

Algumas situações são colocadas a título de ilustração como os programas de


computador versus pirataria, direitos autorais versus cópias desautorizadas,
patente da Monsanto sobre sua soja transgênica versus produtores de soja e a
patente de alguns laboratórios sobre medicamentos para HIV versus a quebra
da patente (compulsória) pelo governo. Essa licença compulsória determinada
pelo governo se dá em razão do alto custo dos medicamentos aos usuários
permitindo a produção local ou importação de genéricos; via reflexa as
empresas que detêm patentes desse tipo acabam reduzindo margem de lucro
e o preço do medicamento para continuar com o privilégio de exploração da
patente até sua expiração.

No Brasil, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial, autarquia federal,


possui a incumbência de conceder patentes, registrar marcas, averbar contratos
de transferência de tecnologia e registrar programas de computador, desenho
industrial e indicações geográficas.

Assim, pela lei 9.679/96, a patente é um processo temporário concedido pelo


Estado a quem fizer o pedido de depósito no INPI, sendo objeto de patente
a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial. Os prazos de vigência das patentes, sempre contados da
data do depósito: 20 anos para a patente de invenção, 15 anos para o modelo
de utilidade e 10 anos, prorrogável por mais três períodos de cinco anos para o
desenho industrial.

A patente confere ao seu titular o direito de impedir que terceiros explorem


o objeto patenteado, sendo possível indenização pela exploração indevida ou
então a sua exploração com o pagamento dos chamados royalties. A patente
também pode ser concedida internacionalmente, mas para sua validade em
outro país necessita que seus registros também sejam depositados no país

77
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

ou países onde houver o interesse comercial. Essa relação se dá via tratados


internacionais em que o Brasil é signatário da Convenção de Paris, dos tratados
sobre direito de patentes da Organização Mundial de Propriedade Intelectual
(WIPO)1 e dos acordos entre países sobre os direitos de propriedade intelectual
relacionados ao comércio (TRIPS). De forma bastante didática o site do INPI
explica as especificidades da lei que regulamenta o setor e os diversos tratados
relacionados à área.

Ainda, conforme o artigo 18 da lei não são consideradas patenteáveis o que for
contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie,
bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos
processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do
núcleo atômico; e o todo ou parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos
transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial e que não sejam mera descoberta.

Os micro-organismos transgênicos que para a lei são organismos, que expres-


sem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma
característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais,
são patenteáveis. Tanto é assim que ainda se debate sobre o pagamento de
royalties à Monsanto em razão da exploração da soja transgênica desenvolvida
com a tecnologia Roundup Ready, haja vista que o processo de uma de suas
patentes já expirou no ano passado.

Sobre as plantas e animais recentemente o INPI fez conhecer que o Instituto


pretende abrir espaço para o registro de inovações em novas áreas, como
matérias vivas, que envolvam células geneticamente modificadas e produtos
criados a partir da cana-de-açúcar e ligados ao biodiesel (Jornal do Comércio
de 31.07.08, p.15)2. Em relação às novas variedades de plantas, que por
enquanto não são patenteáveis, há a proteção através da Lei das Cultivares nº
9.456/97, gerenciada pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC)
do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

Já o registro de marca no INPI não é obrigatório, entretanto confere segurança


e exploração exclusiva do titular do direito a partir do seu registro, salvo
se ceder seu registro, pedido de registro ou uso da marca para um terceiro
através de contrato. Para explicar a sua importância imagine que você possua
um empreendimento e agregue a seu produto ou serviço uma marca. Se não
registrar pode correr o risco de tempos depois seu concorrente imitar ou
ainda ingressar com uma ação judicial por uso indevido da marca porque ele
já tem registrado a mesma marca sua e você não. A marca registrada garante
a propriedade e o uso exclusivo em todo o território nacional, por dez anos,
sendo que seu titular deve mantê-la em uso e prorrogá-la de dez em dez
anos. Aliás, hoje em dia uma marca pode significar o maior objeto de uma
transação comercial.

78
TÓPICO 1 — A LEI GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL

Com relação ao direito autoral a Lei 9.610/98 protege os direitos patrimoniais do


autor em relação à obra (livros, poesias, filmes, músicas etc.) que criou e também
protege os direitos morais, pois esses direitos se vinculam à personalidade de
seu autor (nome, honra, imagem, direito ao resguardo e ao segredo). O prazo
de proteção dos direitos patrimoniais do autor perdura por setenta anos
contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida
a ordem sucessória da lei civil. Decorrido esse tempo, se não houver sucessores
do falecido as obras pertencerão ao domínio público. Por exemplo, o "Mickey"
é protegido por essa lei para que a imagem do personagem da Disney não
caia em domínio público tão rapidamente. As músicas e direitos inerentes a ela
também são protegidas pela lei, inclusive com a arrecadação pelo ECAD desses
direitos autorais que são repassados aos artistas. Dentre um feixe de direitos
a lei confere ao autor o direito de retirar de circulação a obra ou de suspender
qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização
implicarem afronta à sua reputação e imagem, inclusive com a possibilidade
de obter indenização civil por violação de direitos autorais e responsabilizar
criminalmente o infrator.

Sobre os programas de computador seu registro também é feito no INPI. A


Lei 9.609/98 conhecida como Lei do Software regulamenta a área juntamente
com a proteção e todos os seus reflexos dados pela Lei de Direitos Autorais.
O registro é opcional, entretanto conveniente que o autor sempre proteja sua
obra. A validade do registro é internacional e perdura por cinquenta anos
contados a partir do dia 1º de janeiro do ano subsequente à sua publicação, ou
na ausência dessa, da sua criação. Assim os programas registrados no INPI não
precisam ser registrados em outros países, desde que esses países concedam
direitos equivalentes.

Com toda essa revolução mundial na área de tecnologia cabe ressaltar, por
oportuno, esse conjunto de várias redes de computadores que se comunicam
por protocolos dando origem a internet, ferramenta essencial à comunicação
e aproximação, mas no que diz respeito ao seu mau uso (cibercrimes), nos
encontramos, por assim dizer, em uma lacuna jurídica. Os "crimes de internet"
propiciados pela evolução tecnológica não encontram no Brasil uma legislação
específica dificultando sobremodo a sua repressão efetiva. A tendência à
filtragem de informações nocivas ou autocontrole exercido do ponto de vista
extrajudicial, ainda é o meio mais utilizado para controle da área. Contudo,
espera-se que o Projeto de Lei nº 89/2003, que desde o último dia 10.7.08 foi
enviado novamente para a Câmara dos Deputados e aguarda apreciação, seja
em breve votado e aprovado, mas por guardar pontos ainda muito polêmicos
que tipificam e criminalizam uma extensa pauta de condutas talvez saia do
papel somente no ano que vem.

79
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Por hora, parece que na questão das condutas ilícitas praticadas sob o manto
da internet devemos nos guiar pela orientação da jurisprudência dos tribunais
brasileiros, entretanto não é porque não temos a "lei específica ou proteção ju-
risdicional específica" que não se aplicam sanções; existem as legislações já co-
mentadas e o próprio Código Penal para enfrentar direta e indiretamente essas
infrações até que a nova lei entre em vigência com toda a força que se espera.

Diante desses novos desafios calcados pela tecnologia e na expressão consa-


grada ubi societas, ibi jus, "onde existe sociedade, existe direito", nem legis-
ladores, nem judiciário, nem empresas e nem a comunidade em geral ficam
imunes à influência da tecnologia e desse mediador das relações em socie-
dade que é o Direito; sobretudo porque quando falamos em temas como os
ora em debate, estamos falando em direitos patrimoniais e extrapatrimoniais,
ou bens materiais e imateriais que integram o patrimônio individual de cada
pessoa e que por já estarem consagrados na legislação interna e externa pelos
diversos tratados e convenções internacionais merecem toda a atenção dado
o avanço tecnológico.

Fonte: BRUM, A. dos R. Algumas implicações da lei de propriedade intelectual brasileira.


2008. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/66721/algumas-implicacoes-
da-lei-de-propriedade-intelectual-brasileira>. Acesso em: 22 mar. 2021.

80
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A Lei no 5.648, de 11 de dezembro de 1970, regulamenta e cria o INPI.

• O INPI tem por finalidade principal executar, no âmbito nacional, as normas


que regulam a propriedade industrial.

• O acordo TRIPs é um tratado Internacional do qual o Brasil é signatário.

• Segundo a OMPI, a propriedade intelectual se divide em duas categorias


principais, que são Propriedade Industrial e Direitos Autorais.

• Os direitos relacionados à propriedade industrial dependem de solicitação e


posterior análise pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.

• A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 5º no inciso XXVII descreve:


aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou repro-
dução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar”
(BRASIL, 1988).

• A Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, dispõe sobre a proteção da proprie-


dade intelectual de programa de computador e a sua comercialização no País.

• Pirataria de software diz respeito a práticas que envolvem a utilização, cópia


ou comercialização de um software protegido por direitos autorais instalado
em computadores pessoais ou de trabalho.

• A propagação e popularização de criações pelos mais diversos meios de


comunicação têm gerado muitos problemas legais.

81
AUTOATIVIDADE

1 A legislação Brasileira relacionada à Propriedade Intelectual está balizada


no documento formalizado no acordo com a Organização Mundial de
Propriedade Intelectual (OMPI) em que o Brasil e os principais players
do mercado mundial a ratificaram. Conforme este acordo, a propriedade
intelectual se divide em duas categorias principais. Assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) Propriedade Industrial e Direitos Autorais.


b) ( ) Propriedade Industrial e desenho industrial.
c) ( ) Direitos Autorais e Propriedade e posse.
d) ( ) Direitos Autorais e Direito Local.

2 A propriedade intelectual está assegurada pela Constituição Federal de 1988,


que em seu Artigo 5º no inciso XXVII descreve que “aos autores pertence
o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar” (BRASIL, 1988).
Com relação a Legislação específica da propriedade intelectual, analise as
sentenças e associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Propriedade Industrial.
II- Direito Autoral.
III- Lei do Software.

Preencha os campos:

( ) Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.


( ) Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996.
( ) Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) II – I – III.
b) ( ) III – II – I.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) III – I – II.

82
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2

A LEI DO DIREITO AUTORAL

1 INTRODUÇÃO

O direito autoral brasileiro tem como a lei principal a Lei nº 9.610, de 19


de fevereiro de 1998, a qual foi promulgada pelo Congresso Nacional, buscando
obedecer ao artigo 5 da Constituição Brasileira que, em seu inciso XXVII, descreve
que “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização”, esta lei também
é conhecida como Lei dos Direitos Autorais ou simplesmente LDA, e leva em
consideração o Acordo assinado junto a OMPI, de seguimento às diretrizes
internacionais ratificadas por diversos países que fazem parte do mesmo.

Já vimos, no tópico anterior, a questão relacionada sobre a aplicação da lei do


direito autoral em seus artigos do primeiro ao sexto, agora iremos aos demais pon-
tos relacionados a lei. Assim, estudaremos os seguintes títulos e capítulos a seguir.

Título II - Das Obras Intelectuais:

Capítulo I - Das Obras Protegidas


Capítulo II - Da Autoria das Obras Intelectuais
Capítulo III - Do Registro das Obras Intelectuais

Título III - Dos Direitos do Autor

Capítulo I - Disposições Preliminares


Capítulo II - Dos Direitos Morais do Autor
Capítulo III - Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração
Capítulo IV - Das Limitações aos Direitos Autorais
Capítulo V - Da Transferência dos Direitos de Autor

Título IV - Da Utilização de Obras Intelectuais e dos Fonogramas

Capítulo I - Da Edição
Capítulo II - Da Comunicação ao Público
Capítulo III - Da Utilização da Obra de Arte Plástica
Capítulo IV - Da Utilização da Obra Fotográfica
Capítulo V - Da Utilização de Fonograma
Capítulo VI - Da Utilização da Obra Audiovisual
Capítulo VII - Da Utilização de Bases de Dados
Capítulo VIII - Da Utilização da Obra Coletiva

83
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Título V - Dos Direitos Conexos

Capítulo I - Disposições Preliminares


Capítulo II - Dos Direitos dos Artistas Intérpretes ou Executantes
Capítulo III - Dos Direitos dos Produtores Fonográficos
Capítulo IV - Dos Direitos das Empresas de Radiodifusão
Capítulo V - Da Duração dos Direitos Conexos

Título VI - Das Associações de Titulares de Direitos de Autor e dos que


lhes são conexos

Título VII - Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais

Capítulo I - Disposição Preliminar


Capítulo II - Das Sanções Civis
Capítulo III - Da Prescrição da Ação (composto somente pelo Art. 111, foi
VETADO)

Título VIII - Disposições Finais e Transitórias

Vamos, agora, adentrar aos detalhes legais desta lei, analisando os seus
artigos mais detalhadamente.

2 DA AUTORIA DAS OBRAS INTELECTUAIS, TITULOS II A IV –


PRINCIPAIS PONTOS
Passaremos, agora, a detalhar a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998,
e trazermos os seus artigos, nos quais realizaremos uma análise sobre os seus
principais pontos.

Temos, assim, no Título II da lei cujo assunto detalha “Das Obras


Intelectuais” e em seu Capítulo I trata “Das Obras Protegidas”, no qual lemos:

Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expres-


sas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível,
conhecido ou que se invente no futuro, tais como:
I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma
natureza;
III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe
por escrito ou por outra qualquer forma;
V - as composições musicais, tenham ou não letra;

84
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as


cinematográficas;
VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo
análogo ao da fotografia;
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte
cinética;
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia,
engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais,
apresentadas como criação intelectual nova;
XII - os programas de computador;
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias,
dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização
ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual.
§ 1º Os programas de computador são objeto de legislação específica,
observadas as disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis.
§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais
em si mesmos e se entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que
subsistam a respeito dos dados ou materiais contidos nas obras.
§ 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a forma literária
ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem pre-
juízo dos direitos que protegem os demais campos da propriedade imaterial
(BRASIL (1998).

Como você pôde ler neste Artigo 7º, este abarca todos os tipos de obras
intelectuais afirmando que todas são “protegidas as criações do espírito”,
não importando o meio de transmissão que se referencie, sejam elas as atuais
existentes no mercado ou novas que ainda possam a vir ser inventadas no futuro.

Isto é um estímulo e segurança aos autores, sabendo-se que eles estão


seguros e donos de suas obras, salvo condições expressas na lei, conforme
podemos ler no próximo artigo.

Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata
esta Lei:
I - as ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou
conceitos matemáticos como tais;
II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou
negócios;
III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer
tipo de informação, científica ou não, e suas instruções;
IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos,
decisões judiciais e demais atos oficiais;

85
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas,


cadastros ou legendas;
VI - os nomes e títulos isolados;
VII - o aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas
obras (BRASIL, 1998).

Temos descrito, assim, neste artigo 8º da referida lei de propriedade


autoral, os objetos que não possuem proteção dos direitos autorais, conforme
trata esta Lei, e vale destacar que estes tópicos são claros em sua interpretação
como apresentados.

E, esta lei termina apresentando os artigos 9 e 10:

Art. 9º À cópia de obra de arte plástica feita pelo próprio autor é


assegurada a mesma proteção de que goza o original.
Art. 10. A proteção à obra intelectual abrange o seu título, se original e
inconfundível com o de obra do mesmo gênero, divulgada anteriormente por
outro autor.
Parágrafo único. O título de publicações periódicas, inclusive jornais,
é protegido até um ano após a saída do seu último número, salvo se forem
anuais, caso em que esse prazo se elevará a dois anos (BRASIL, 1998).

NOTA

Prezado acadêmico, apontamos aqui um artigo interessante sobre as questões


relacionadas ao artigo 9° desta lei, disponível no seguinte link: https://ambitojuridico.com.
br/cadernos/direito-civil/utilizacao-de-obras-de-arte-plastica-restricoes-direitos-autorais-
e-de-nome/.

O capítulo I tratou das obras, já o capítulo II da Lei nº 9.610/1998 do


Direito Autoral tem como título “Da Autoria das Obras Intelectuais” e, em seus
sete artigos, os detalhes relacionados às questões da autoria das obras, os quais
trazemos a seguir:

86
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica.
Parágrafo único. A proteção concedida ao autor poderá aplicar-se às pessoas
jurídicas nos casos previstos nesta Lei.
Art. 12. Para se identificar como autor, poderá o criador da obra literária,
artística ou científica usar de seu nome civil, completo ou abreviado até por
suas iniciais, de pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional.
Art. 13. Considera-se autor da obra intelectual, não havendo prova em
contrário, aquele que, por uma das modalidades de identificação referidas no
artigo anterior, tiver, em conformidade com o uso, indicada ou anunciada essa
qualidade na sua utilização.
Art. 14. É titular de direitos de autor quem adapta, traduz, arranja ou orquestra
obra caída no domínio público, não podendo opor-se a outra adaptação,
arranjo, orquestração ou tradução, salvo se for cópia da sua.
Art. 15. A coautoria da obra é atribuída àqueles em cujo nome, pseudônimo ou
sinal convencional for utilizada.
§ 1º Não se considera coautor quem simplesmente auxiliou o autor na produção
da obra literária, artística ou científica, revendo-a, atualizando-a, bem como
fiscalizando ou dirigindo sua edição ou apresentação por qualquer meio.
§ 2º Ao coautor, cuja contribuição possa ser utilizada separadamente, são
asseguradas todas as faculdades inerentes à sua criação como obra individual,
vedada, porém, a utilização que possa acarretar prejuízo à exploração da obra
comum.
Art. 16. São coautores da obra audiovisual o autor do assunto ou argumento
literário, musical ou literomusical e o diretor.
Parágrafo único. Consideram-se coautores de desenhos animados os que criam
os desenhos utilizados na obra audiovisual.
Art. 17. É assegurada a proteção às participações individuais em obras coletivas.
§ 1º Qualquer dos participantes, no exercício de seus direitos morais, poderá
proibir que se indique ou anuncie seu nome na obra coletiva, sem prejuízo do
direito de haver a remuneração contratada.
§ 2º Cabe ao organizador a titularidade dos direitos patrimoniais sobre o
conjunto da obra coletiva.
§ 3º O contrato com o organizador especificará a contribuição do participante, o
prazo para entrega ou realização, a remuneração e demais condições para sua
execução (BRASIL, 1998).

Como você pôde ler neste capítulo II, temos apresentado todos os
meandros legais sobre a consideração sobre o autor, que pode ser a pessoa física
criadora de obra literária, artística ou científica ou, ainda, poderá aplicar-se às
pessoas jurídicas nos casos previstos na lei. Temos que o autor poderá se identificar
utilizando-se de seu nome civil, completo ou abreviado, por suas iniciais, ou,
ainda, utilizando-se de pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional.

Mais detalhes sobre a questão de autoria estão apresentados nos demais


artigos apresentados no capítulo II da lei e são autoexplicativos como você pode ler.

87
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Já o Capítulo III, que trata do Registro das Obras Intelectuais, apresenta,


em seu artigo 18: “A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de
registro” (BRASIL, 1998).

Este artigo é de suma importância para a preservação de autoria, pois


garante ao autor a proteção de sua criação, independente do seu registro. Cabe
aqui a ressalva de que, em caso de cópia não autorizada, é necessário provar que
a obra em questão é realmente sua e não de outrem.

Neste capítulo II da lei temos ainda, o artigo19: “É facultado ao autor


registrar a sua obra no órgão público definido no caput e no § 1º do art. 17 da Lei
nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973” (BRASIL, 1998).

E, nós temos, então, no Capítulo II do Art. 17, da Lei nº 5.988/73:

Art. 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra intelectual


poderá registrá-Ia, conforme sua natureza, na Biblioteca Nacional, na
Escola de Música, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, no Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
§ 1º Se a obra for de natureza que comporte registro em mais de um
desses órgãos, deverá ser registrada naquele com que tiver maior
afinidade
§ 2º O Poder Executivo, mediante Decreto, poderá, a qualquer tempo,
reorganizar os serviços de registro, conferindo a outros Órgãos as
atribuições a que se refere este artigo (BRASIL, 1973).

Como você pôde ver, o art. 17, da Lei nº 5.988/73 apresenta as instituições
para o registro da obra intelectual.

Os demais artigos do Capítulo III da lei que trata sobre o Registro das
Obras Intelectuais são:

Art. 20. Para os serviços de registro previstos nesta Lei será cobrada
retribuição, cujo valor e processo de recolhimento serão estabelecidos
por ato do titular do órgão da administração pública federal a que
estiver vinculado o registro das obras intelectuais.
Art. 21. Os serviços de registro de que trata esta Lei serão organizados
conforme preceitua o § 2º do art. 17 da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro
de 1973 (BRASIL, 1998).

E assim, vimos todos os artigos do título II da lei que trata sobre o Registro
das Obras Intelectuais. Vamos, agora, conhecer os detalhes do Título III que trata
“Dos Direitos do Autor”

O Capítulo I do título III apresenta as Disposições Preliminares e descreve


o seguinte:

88
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a


obra que criou.
Art. 23. Os coautores da obra intelectual exercerão, de comum acordo,
os seus direitos, salvo convenção em contrário.
(BRASIL, 1998).

Já o Capítulo II, que trata “Dos Direitos Morais do Autor”, sendo este um
dos pontos centrais desta lei e temos então o artigo 24, que descreve estes direitos
morais.

O aspecto material garante ao autor a exploração econômica de sua obra


intelectual e o aspecto pessoal vincula o autor, sua personalidade, à obra que criou.

Viegas (2019) descreve direitos morais como os “direitos subjetivos


existenciais, pois não possuem conteúdo econômico. Ao proteger a personalidade
do autor exteriorizada na obra intelectual, o direito subjetivo existencial do
autor assume um caráter personalíssimo, sendo considerado um direito da
personalidade”.

Vamos conhecer o Artigo 24, da LDA, conforme Brasil (1998):

Art. 24. São direitos morais do autor:


I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado,
como sendo o do autor, na utilização de sua obra;
III - o de conservar a obra inédita;
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações
ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo,
como autor, em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de
utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta
à sua reputação e imagem;
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre
legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo
fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma
que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso,
será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado.
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se
referem os incisos I a IV.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em
domínio público.
§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a
terceiros, quando couberem.

89
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

DICAS

Prezado acadêmico, se você deseja aprofundar o direito moral do autor e


assuntos correlatos recomendamos a leitura do seguinte artigo: https://claudiamaraviegas.
jusbrasil.com.br/artigos/760054169propriedade-intelectual-direitos-morais-e-patrimoniais-
do-autor.

Existem ainda mais três artigos neste capítulo, os quais são:

Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos direitos morais


sobre a obra audiovisual.
Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto arquitetônico
alterado sem o seu consentimento durante a execução ou após a
conclusão da construção.
Parágrafo único. O proprietário da construção responde pelos danos
que causar ao autor sempre que, após o repúdio, der como sendo
daquele a autoria do projeto repudiado.
Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis
(BRASIL, 1998).

Veja só o que diz o último artigo, “os direitos morais do autor são
inalienáveis e irrenunciáveis”, logo o autor de uma obra intelectual, será sempre
considerado o autor, ressalvados as questões legais.

Traremos a seguir a íntegra do Capítulo III da LDA, que tem o título de


“Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração” para o seu conhecimento
na sequência e inicia por: “Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar,
fruir e dispor da obra literária, artística ou científica” (BRASIL, 1998).

Este artigo traz a importância de que o autor pode utilizar seus direitos
sobre a obra da forma que ele achar melhor, não havendo nenhuma restrição,
desde que claro não infrinja a lei do país.

Já o próximo artigo nos traz as diversas modalidades disponíveis aos


autores de disponibilizar suas obras.

Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da


obra, por quaisquer modalidades, tais como:

I - a reprodução parcial ou integral;


II - a edição;
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;
IV - a tradução para qualquer idioma;

90
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;


VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com
terceiros para uso ou exploração da obra;
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra
ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a demanda, e nos casos em que
o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em
pagamento pelo usuário;
VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária, artística ou científica,
mediante:
a) representação, recitação ou declamação;
b) execução musical;
c) emprego de alto-falante ou de sistemas análogos;
d) radiodifusão sonora ou televisiva;
e) captação de transmissão de radiodifusão em locais de frequência coletiva;
f) sonorização ambiental;
g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado;
h) emprego de satélites artificiais;
i) emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e
meios de comunicação similares que venham a ser adotados;
j) exposição de obras de artes plásticas e figurativas;

IX - a inclusão em base de dados, o armazenamento em computador, a


microfilmagem e as demais formas de arquivamento do gênero;
X - quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser
inventadas (BRASIL, 1998).

Mais detalhamentos em relação aos direitos e questões econômicas Dos


Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração complementam ao capítulo
legal, como apresentado a seguir.

Art. 30. No exercício do direito de reprodução, o titular dos direitos autorais


poderá colocar à disposição do público a obra, na forma, local e pelo tempo que
desejar, a título oneroso ou gratuito.
§ 1º O direito de exclusividade de reprodução não será aplicável quando
ela for temporária e apenas tiver o propósito de tornar a obra, fonograma
ou interpretação perceptível em meio eletrônico ou quando for de natureza
transitória e incidental, desde que ocorra no curso do uso devidamente
autorizado da obra, pelo titular.
§ 2º Em qualquer modalidade de reprodução, a quantidade de exemplares será
informada e controlada, cabendo a quem reproduzir a obra a responsabilidade
de manter os registros que permitam, ao autor, a fiscalização do aproveitamento
econômico da exploração.

91
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Art. 31. As diversas modalidades de utilização de obras literárias, artísticas


ou científicas ou de fonogramas são independentes entre si, e a autorização
concedida pelo autor, ou pelo produtor, respectivamente, não se estende a
quaisquer das demais.
Art. 32. Quando uma obra feita em regime de coautoria não for divisível,
nenhum dos coautores, sob pena de responder por perdas e danos, poderá,
sem consentimento dos demais, publicá-la ou autorizar-lhe a publicação, salvo
na coleção de suas obras completas.
§ 1º Havendo divergência, os coautores decidirão por maioria.
§ 2º Ao coautor dissidente é assegurado o direito de não contribuir para as
despesas de publicação, renunciando a sua parte nos lucros, e o de vedar que
se inscreva seu nome na obra.
§ 3º Cada coautor pode, individualmente, sem aquiescência dos outros, registrar
a obra e defender os próprios direitos contra terceiros.
Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público,
a pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.
Parágrafo único. Os comentários ou anotações poderão ser publicados
separadamente.
Art. 34. As cartas missivas, cuja publicação está condicionada à permissão
do autor, poderão ser juntadas como documento de prova em processos
administrativos e judiciais.
Art. 35. Quando o autor, em virtude de revisão, tiver dado à obra versão
definitiva, não poderão seus sucessores reproduzir versões anteriores.
Art. 36. O direito de utilização econômica dos escritos publicados pela imprensa,
diária ou periódica, com exceção dos assinados ou que apresentem sinal de
reserva, pertence ao editor, salvo convenção em contrário.
Parágrafo único. A autorização para utilização econômica de artigos assinados,
para publicação em diários e periódicos, não produz efeito além do prazo da
periodicidade acrescido de vinte dias, a contar de sua publicação, findo o qual
recobra o autor o seu direito.
Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de exemplar, não confere ao
adquirente qualquer dos direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em
contrário entre as partes e os casos previstos nesta Lei.
Art. 38. O autor tem o direito, irrenunciável e inalienável, de perceber, no
mínimo, cinco por cento sobre o aumento do preço eventualmente verificável
em cada revenda de obra de arte ou manuscrito, sendo originais, que houver
alienado.
Parágrafo único. Caso o autor não perceba o seu direito de sequência no ato da
revenda, o vendedor é considerado depositário da quantia a ele devida, salvo
se a operação for realizada por leiloeiro, quando será este o depositário.
Art. 39. Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos
resultantes de sua exploração, não se comunicam, salvo pacto antenupcial em
contrário.
Art. 40. Tratando-se de obra anônima ou pseudônima, caberá a quem publicá-
la o exercício dos direitos patrimoniais do autor.
Parágrafo único. O autor que se der a conhecer assumirá o exercício dos direitos
patrimoniais, ressalvados os direitos adquiridos por terceiros (BRASIL, 1998).

92
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

Sobre os prazos de validade sobre os direitos autorais, a LDA apresenta:

Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados
de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem
sucessória da lei civil.
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude
o caput deste artigo.
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em co-autoria
for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do
último dos coautores sobreviventes.
Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes os direitos do coautor
que falecer sem sucessores.
Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos direitos patrimoniais
sobre as obras anônimas ou pseudônimas, contado de 1° de janeiro do ano
imediatamente posterior ao da primeira publicação.
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu parágrafo único,
sempre que o autor se der a conhecer antes do termo do prazo previsto no
caput deste artigo.
Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais
e fotográficas será de setenta anos, a contar de 1° de janeiro do ano subsequente
ao de sua divulgação.
Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos
direitos patrimoniais, pertencem ao domínio público:
I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;
II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos
étnicos e tradicionais (BRASIL, 1998).

Como você pôde ver, este capítulo deixa claras as diversas nuances das
validades temporais do direito autoral de uma obra deixando claro que os direitos
patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° de janeiro do
ano subsequente ao de seu falecimento, entre outros detalhes importantes.

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, pode ser que você não esteja habituado a questões
legais, a terminologia, mas, dependendo do segmento de trabalho, é muito importante ao
gestor de relações eletrônicas conhecer todas estas nuances legais relacionadas ao direito
intelectual, e, por isto, você deverá constantemente acompanhar a evolução legal sobre
este tema.
Mesmo quando você estiver lendo este livro pode ser que alguma lei ou artigo mudou, e
você poderá discutir isto com o seu tutor em sala de aula, para trazer as últimas atualizações
sobre o tema.

93
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

3 LIMITAÇÕES, TRANSFERÊNCIAS E UTILIZAÇÃO DE OBRAS


E DAS VIOLAÇÕES
Continuando a nossa análise do Título III da Lei nº 9.610/1998, nós ire-
mos agora analisar o Capítulo IV que trata “Das Limitações aos Direitos Auto-
rais”, ponto importante, pois nos traz os limites relacionados ao direito autoral,
assim temos expresso na lei:

Capítulo IV

Das Limitações aos Direitos Autorais

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:


I - a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo,
publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se
assinados, e da publicação de onde foram transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas
de qualquer natureza;
c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob
encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não
havendo a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes
visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante
o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses
destinatários;
II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado
do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro;
III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação,
de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na
medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a
origem da obra;
IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem
elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização
prévia e expressa de quem as ministrou;
V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e
transmissão de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente
para demonstração à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem
os suportes ou equipamentos que permitam a sua utilização;
VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso
familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino,
não havendo em qualquer caso intuito de lucro;

94
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova


judiciária ou administrativa;
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras
preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes
plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra
nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem
cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores.

Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras
reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito.
Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem
ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e
procedimentos audiovisuais (BRASIL, 1998).

Como você pôde ver, as limitações estão bem claras, mas gostaríamos de
ressaltar o inciso III e IV do artigo 46, onde temos claramente expresso:

III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de


comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo,
crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir,
indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a
quem elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem
autorização prévia e expressa de quem as ministrou (BRASIL, 1998).

Você pôde ver que a própria lei permite a utilização de trechos e citações
de materiais autorais, desde que citada a fonte, e isso não incorre em crime, ou
seja, plágio, e por isto é que temos tanto cuidado nos meios educacionais para a
questão de plágio e cópias de materiais, pois pode-se incorrer em crime federal.

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, este tema de plágio é relevante para além da questão


na vida acadêmica que você vive na atualidade, pois, em sua vida profissional, você
gerenciará elementos de meios eletrônicos, artigos eletrônicos, sites etc. Na escrita deste
livro didático, há diversas citações e cópias de diversos materiais, imagens etc., mas sempre
há a citação correta das fontes para evitar problemas legais, pois, se referenciamos, não
estamos cometendo plágio e, logo, não estamos cometendo crime; e você, acadêmico,
está recebendo um material mais rico, com outras fontes, inclusive pra você se aprofundar
mais sobre o tema.
EVITE PLÁGIO, CITE AS SUAS FONTES.

95
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

PLÁGIO É CRIME

FONTE: <https://w.tt/36ny4yK>. Acesso em: 28 mar. 2021.

O autor é livre para transferir os seus direitos sobre a obra, e o Capítulo


V da LDA nos traz o detalhamento destes quesitos, os quais são apresentados
a seguir.

Capítulo V

Da Transferência dos Direitos de Autor

Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou parcialmente transferidos


a terceiros, por ele ou por seus sucessores, a título universal ou singular,
pessoalmente ou por meio de representantes com poderes especiais, por meio
de licenciamento, concessão, cessão ou por outros meios admitidos em Direito,
obedecidas as seguintes limitações:
I - a transmissão total compreende todos os direitos de autor, salvo os de
natureza moral e os expressamente excluídos por lei;
II - somente se admitirá transmissão total e definitiva dos direitos mediante
estipulação contratual escrita;
III - na hipótese de não haver estipulação contratual escrita, o prazo máximo
será de cinco anos;
IV - a cessão será válida unicamente para o país em que se firmou o contrato,
salvo estipulação em contrário;
V - a cessão só se operará para modalidades de utilização já existentes à data
do contrato;

96
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

VI - não havendo especificações quanto à modalidade de utilização, o contrato


será interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma
que seja aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato.
Art. 50. A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por
escrito, presume-se onerosa.
§ 1º Poderá a cessão ser averbada à margem do registro a que se refere o art.
19 desta Lei, ou, não estando a obra registrada, poderá o instrumento ser
registrado em Cartório de Títulos e Documentos.
§ 2º Constarão do instrumento de cessão como elementos essenciais seu objeto
e as condições de exercício do direito quanto a tempo, lugar e preço.
Art. 51. A cessão dos direitos de autor sobre obras futuras abrangerá, no
máximo, o período de cinco anos.
Parágrafo único. O prazo será reduzido a cinco anos sempre que indeterminado
ou superior, diminuindo-se, na devida proporção, o preço estipulado.
Art. 52. A omissão do nome do autor, ou de coautor, na divulgação da obra não
presume o anonimato ou a cessão de seus direitos (BRASIL, 1998).

Como você pôde ler acima, são esmiuçadas diversas situações referentes à
seção de direitos autorais neste capítulo, e é importante o seu entendimento pelo
gestor de relações eletrônicas para que não se incorra em erros em seus trabalhos.

DICAS

Prezado acadêmico, deixamos, aqui, a dica de duas leituras sobre o assunto


de seção de direitos autorais para você ampliar o conhecimento sobre o tema nos
seguintes sites:

Contrato de cessão de direitos autorais. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/


consulta/Artigos/41694/contrato-de-cessao-de-direitos-autorais.

Contrato de Cessão de Direitos: tempo, prazo e institutos afins. Disponível em: https://www.
oabsp.org.br/comissoes2010/gestoes-anteriores/direito-propriedade-imaterial/artigos/
contrato-de-cessao-de-direitos-tempo-prazo-e-institutos-afins.

3.1 UTILIZAÇÃO DE OBRAS INTELECTUAIS


O Título IV, que trata “Da Utilização de Obras Intelectuais e dos Fono-
gramas”, é um dos pontos principais da LDA, porém, ela é autoexplicativa em
si, por isto, apresentaremos a sua transcrição para o seu conhecimento, conforme
(BRASIL, 1998):

97
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Título IV

Da Utilização de Obras Intelectuais e dos Fonogramas


Capítulo I

Da Edição

Art. 53. Mediante contrato de edição, o editor, obrigando-se a reproduzir e a


divulgar a obra literária, artística ou científica, fica autorizado, em caráter de
exclusividade, a publicá-la e a explorá-la pelo prazo e nas condições pactuadas
com o autor.
Parágrafo único. Em cada exemplar da obra o editor mencionará:
I - o título da obra e seu autor;
II - no caso de tradução, o título original e o nome do tradutor;
III - o ano de publicação;
IV - o seu nome ou marca que o identifique.

Art. 54. Pelo mesmo contrato pode o autor obrigar-se à feitura de obra literária,
artística ou científica em cuja publicação e divulgação se empenha o editor.

Art. 55. Em caso de falecimento ou de impedimento do autor para concluir a


obra, o editor poderá:
I - considerar resolvido o contrato, mesmo que tenha sido entregue parte
considerável da obra;
II - editar a obra, sendo autônoma, mediante pagamento proporcional do
preço;
III - mandar que outro a termine, desde que consintam os sucessores e seja o
fato indicado na edição.
Parágrafo único. É vedada a publicação parcial, se o autor manifestou a
vontade de só publicá-la por inteiro ou se assim o decidirem seus sucessores.

Art. 56. Entende-se que o contrato versa apenas sobre uma edição, se não
houver cláusula expressa em contrário.
Parágrafo único. No silêncio do contrato, considera-se que cada edição se
constitui de três mil exemplares.

Art. 57. O preço da retribuição será arbitrado, com base nos usos e costumes,
sempre que no contrato não a tiver estipulado expressamente o autor.

Art. 58. Se os originais forem entregues em desacordo com o ajustado e o


editor não os recusar nos trinta dias seguintes ao do recebimento, ter-se-ão por
aceitas as alterações introduzidas pelo autor.

Art. 59. Quaisquer que sejam as condições do contrato, o editor é obrigado a


facultar ao autor o exame da escrituração na parte que lhe corresponde, bem
como a informá-lo sobre o estado da edição.

98
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

Art. 60. Ao editor compete fixar o preço da venda, sem, todavia, poder elevá-lo
a ponto de embaraçar a circulação da obra.

Art. 61. O editor será obrigado a prestar contas mensais ao autor sempre
que a retribuição deste estiver condicionada à venda da obra, salvo se prazo
diferente houver sido convencionado.

Art. 62. A obra deverá ser editada em dois anos da celebração do contrato,
salvo prazo diverso estipulado em convenção.
Parágrafo único. Não havendo edição da obra no prazo legal ou contratual,
poderá ser rescindido o contrato, respondendo o editor por danos causados.

Art. 63. Enquanto não se esgotarem as edições a que tiver direito o editor, não
poderá o autor dispor de sua obra, cabendo ao editor o ônus da prova.
§ 1º Na vigência do contrato de edição, assiste ao editor o direito de exigir que
se retire de circulação edição da mesma obra feita por outrem.
§ 2º Considera-se esgotada a edição quando restarem em estoque, em poder
do editor, exemplares em número inferior a dez por cento do total da edição.

Art. 64. Somente decorrido um ano de lançamento da edição, o editor poderá


vender, como saldo, os exemplares restantes, desde que o autor seja notificado
de que, no prazo de trinta dias, terá prioridade na aquisição dos referidos
exemplares pelo preço de saldo.

Art. 65. Esgotada a edição, e o editor, com direito a outra, não a publicar,
poderá o autor notificá-lo a que o faça em certo prazo, sob pena de perder
aquele direito, além de responder por danos.

Art. 66. O autor tem o direito de fazer, nas edições sucessivas de suas obras, as
emendas e alterações que bem lhe aprouver.
Parágrafo único. O editor poderá opor-se às alterações que lhe prejudiquem os
interesses, ofendam sua reputação ou aumentem sua responsabilidade.

Art. 67. Se, em virtude de sua natureza, for imprescindível a atualização da


obra em novas edições, o editor, negando-se o autor a fazê-la, dela poderá
encarregar outrem, mencionando o fato na edição.

Capítulo II

Da Comunicação ao Público

Art. 68. Sem prévia e expressa autorização do autor ou titular, não poderão ser
utilizadas obras teatrais, composições musicais ou literomusicais e fonogramas,
em representações e execuções públicas.

99
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

§ 1º Considera-se representação pública a utilização de obras teatrais no gênero


drama, tragédia, comédia, ópera, opereta, balé, pantomimas e assemelhadas,
musicadas ou não, mediante a participação de artistas, remunerados ou não,
em locais de frequência coletiva ou pela radiodifusão, transmissão e exibição
cinematográfica.
§ 2º Considera-se execução pública a utilização de composições musicais ou
literomusicais, mediante a participação de artistas, remunerados ou não, ou
a utilização de fonogramas e obras audiovisuais, em locais de frequência
coletiva, por quaisquer processos, inclusive a radiodifusão ou transmissão por
qualquer modalidade, e a exibição cinematográfica.
§ 3º Consideram-se locais de frequência coletiva os teatros, cinemas, salões
de baile ou concertos, boates, bares, clubes ou associações de qualquer
natureza, lojas, estabelecimentos comerciais e industriais, estádios, circos,
feiras, restaurantes, hotéis, motéis, clínicas, hospitais, órgãos públicos da
administração direta ou indireta, fundacionais e estatais, meios de transporte
de passageiros terrestre, marítimo, fluvial ou aéreo, ou onde quer que se
representem, executem ou transmitam obras literárias, artísticas ou científicas.
§ 3º Consideram-se locais de frequência coletiva onde se representem,
executem ou transmitam obras literárias, artísticas ou científicas, como teatros,
cinemas, salões de baile ou concertos, boates, bares, clubes ou associações de
qualquer natureza, lojas, estabelecimentos comerciais e industriais, estádios,
circos, feiras, restaurantes, motéis, clínicas, hospitais, órgãos da administração
pública direta, autárquica e fundacional, empresas estatais, meios de
transporte de passageiro terrestre e aéreo, espaços públicos e comuns de meios
de hospedagens e de meios de transporte de passageiros marítimo e fluvial.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 907, de 2019)
§ 3º Consideram-se locais de frequência coletiva os teatros, cinemas, salões
de baile ou concertos, boates, bares, clubes ou associações de qualquer
natureza, lojas, estabelecimentos comerciais e industriais, estádios, circos,
feiras, restaurantes, hotéis, motéis, clínicas, hospitais, órgãos públicos da
administração direta ou indireta, fundacionais e estatais, meios de transporte
de passageiros terrestre, marítimo, fluvial ou aéreo, ou onde quer que se
representem, executem ou transmitam obras literárias, artísticas ou científicas.
§ 4º Previamente à realização da execução pública, o empresário deverá
apresentar ao escritório central, previsto no art. 99, a comprovação dos
recolhimentos relativos aos direitos autorais.
§ 5º Quando a remuneração depender da frequência do público, poderá
o empresário, por convênio com o escritório central, pagar o preço após a
realização da execução pública.
§ 6º O empresário entregará ao escritório central, imediatamente após a
execução pública ou transmissão, relação completa das obras e fonogramas
utilizados, indicando os nomes dos respectivos autores, artistas e produtores.
§ 6º O usuário entregará à entidade responsável pela arrecadação dos direitos
relativos à execução ou exibição pública, imediatamente após o ato de comuni-
cação ao público, relação completa das obras e fonogramas utilizados, e a tor-
nará pública e de livre acesso, juntamente com os valores pagos, em seu sítio
eletrônico ou, em não havendo este, no local da comunicação e em sua sede.

100
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

(Redação dada pela Lei nº 12.853, de 2013)


§ 7º As empresas cinematográficas e de radiodifusão manterão à imediata
disposição dos interessados, cópia autêntica dos contratos, ajustes ou acordos,
individuais ou coletivos, autorizando e disciplinando a remuneração por
execução pública das obras musicais e fonogramas contidas em seus programas
ou obras audiovisuais.
§ 8º Para as empresas mencionadas no § 7º, o prazo para cumprimento do
disposto no § 6o será até o décimo dia útil de cada mês, relativamente à relação
completa das obras e fonogramas utilizados no mês anterior (Incluído pela Lei
nº 12.853, de 2013).
§ 9º Não incidirá a arrecadação e a distribuição de direitos autorais a execução de
obras literárias, artísticas ou científicas no interior das unidades habitacionais
dos meios de hospedagem e de cabines de meios de transporte de passageiros
marítimo e fluvial (Incluído pela Medida Provisória nº 907, de 2019).

Art. 69. O autor, observados os usos locais, notificará o empresário do prazo


para a representação ou execução, salvo prévia estipulação convencional.

Art. 70. Ao autor assiste o direito de opor-se à representação ou execução que


não seja suficientemente ensaiada, bem como fiscalizá-la, tendo, para isso,
livre acesso durante as representações ou execuções, no local onde se realizam.

Art. 71. O autor da obra não pode alterar-lhe a substância, sem acordo com o
empresário que a faz representar.

Art. 72. O empresário, sem licença do autor, não pode entregar a obra a pessoa
estranha à representação ou à execução.

Art. 73. Os principais intérpretes e os diretores de orquestras ou coro, escolhidos


de comum acordo pelo autor e pelo produtor, não podem ser substituídos por
ordem deste, sem que aquele consinta.

Art. 74. O autor de obra teatral, ao autorizar a sua tradução ou adaptação,


poderá fixar prazo para utilização dela em representações públicas.
Parágrafo único. Após o decurso do prazo a que se refere este artigo, não
poderá opor-se o tradutor ou adaptador à utilização de outra tradução ou
adaptação autorizada, salvo se for cópia da sua.

Art. 75. Autorizada a representação de obra teatral feita em coautoria, não


poderá qualquer dos coautores revogar a autorização dada, provocando a
suspensão da temporada contratualmente ajustada.

Art. 76. É impenhorável a parte do produto dos espetáculos reservada ao autor


e aos artistas.
Capítulo III

101
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Da Utilização da Obra de Arte Plástica

Art. 77. Salvo convenção em contrário, o autor de obra de arte plástica, ao


alienar o objeto em que ela se materializa, transmite o direito de expô-la, mas
não transmite ao adquirente o direito de reproduzi-la.

Art. 78. A autorização para reproduzir obra de arte plástica, por qualquer
processo, deve se fazer por escrito e se presume onerosa.

Capítulo IV

Da Utilização da Obra Fotográfica

Art. 79. O autor de obra fotográfica tem direito a reproduzi-la e colocá-la à


venda, observadas as restrições à exposição, reprodução e venda de retratos,
e sem prejuízo dos direitos de autor sobre a obra fotografada, se de artes
plásticas protegidas.
§ 1º A fotografia, quando utilizada por terceiros, indicará de forma legível o
nome do seu autor.
§ 2º É vedada a reprodução de obra fotográfica que não esteja em absoluta
consonância com o original, salvo prévia autorização do autor.

Capítulo V

Da Utilização de Fonograma

Art. 80. Ao publicar o fonograma, o produtor mencionará em cada exemplar:


I - o título da obra incluída e seu autor;
II - o nome ou pseudônimo do intérprete;
III - o ano de publicação;
IV - o seu nome ou marca que o identifique.

Capítulo VI

Da Utilização da Obra Audiovisual

Art. 81. A autorização do autor e do intérprete de obra literária, artística ou


científica para produção audiovisual implica, salvo disposição em contrário,
consentimento para sua utilização econômica.
§ 1º A exclusividade da autorização depende de cláusula expressa e cessa dez
anos após a celebração do contrato.
§ 2º Em cada cópia da obra audiovisual, mencionará o produtor:
I - o título da obra audiovisual;
II - os nomes ou pseudônimos do diretor e dos demais coautores;
III - o título da obra adaptada e seu autor, se for o caso;
IV - os artistas intérpretes;

102
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

V - o ano de publicação;
VI - o seu nome ou marca que o identifique.
VII - o nome dos dubladores. (Incluído pela Lei nº 12.091, de 2009)

Art. 82. O contrato de produção audiovisual deve estabelecer:


I - a remuneração devida pelo produtor aos coautores da obra e aos artistas
intérpretes e executantes, bem como o tempo, lugar e forma de pagamento;
II - o prazo de conclusão da obra;

III - a responsabilidade do produtor para com os coautores, artistas intérpretes


ou executantes, no caso de coprodução.

Art. 83. O participante da produção da obra audiovisual que interromper,


temporária ou definitivamente, sua atuação, não poderá opor-se a que esta
seja utilizada na obra nem a que terceiro o substitua, resguardados os direitos
que adquiriu quanto à parte já executada.

Art. 84. Caso a remuneração dos coautores da obra audiovisual dependa dos
rendimentos de sua utilização econômica, o produtor lhes prestará contas
semestralmente, se outro prazo não houver sido pactuado.

Art. 85. Não havendo disposição em contrário, poderão os coautores da


obra audiovisual utilizar-se, em gênero diverso, da parte que constitua sua
contribuição pessoal.
Parágrafo único. Se o produtor não concluir a obra audiovisual no prazo
ajustado ou não iniciar sua exploração dentro de dois anos, a contar de sua
conclusão, a utilização a que se refere este artigo será livre.

Art. 86. Os direitos autorais de execução musical relativos a obras musicais,


literomusicais e fonogramas incluídos em obras audiovisuais serão devidos aos
seus titulares pelos responsáveis dos locais ou estabelecimentos a que alude o
§ 3o do art. 68 desta Lei, que as exibirem, ou pelas emissoras de televisão que
as transmitirem.

Capítulo VII

Da Utilização de Bases de Dados

Art. 87. O titular do direito patrimonial sobre uma base de dados terá o direito
exclusivo, a respeito da forma de expressão da estrutura da referida base, de
autorizar ou proibir:
I - sua reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo;
II - sua tradução, adaptação, reordenação ou qualquer outra modificação;
III - a distribuição do original ou cópias da base de dados ou a sua comunicação
ao público;
IV - a reprodução, distribuição ou comunicação ao público dos resultados das
operações mencionadas no inciso II deste artigo.

103
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Capítulo VIII

Da Utilização da Obra Coletiva

Art. 88. Ao publicar a obra coletiva, o organizador mencionará em cada


exemplar:
I - o título da obra;
II - a relação de todos os participantes, em ordem alfabética, se outra não
houver sido convencionada;
III - o ano de publicação;
IV - o seu nome ou marca que o identifique.
Parágrafo único. Para valer-se do disposto no § 1º do art. 17, deverá o parti-
cipante notificar o organizador, por escrito, até a entrega de sua participação
(BRASIL, 1998).

Como você pôde ver no trecho da legislação apresentada acima, são


muitos os detalhes, e que dependendo da área de atuação do gestor de relações
eletrônicas, é importante conhecer tais fatos para melhor gerir as suas publicações,
bem como de fatos correlacionados.

Todo e qualquer curso e profissão possui uma parte legal, com leis que
delimitam ou que podem influenciar seus trabalhos, e esta parte legal é muito
importante ao profissional de relações eletrônicas. Por isto, achamos importante
trazê-lo aqui diretamente no texto, reforçando que as leis podem atualizar, mas os
princípios são os mesmos, e a fonte está a sua disposição para a sua atualização,
sendo relevante acompanhar as atualizações das leis, mesmo após a sua graduação
e durante o exercício profissional.

Iremos, agora, pular os artigos 89 ao 100 da LDA, porém recomendamos a


sua leitura pois tratam “Dos Direitos Conexos” e que faz parte da lei e corresponde
ao Título V e o Título VI, “Das Associações de Titulares de Direitos de Autor e dos
que lhes são Conexos”.

3.2 DAS SANÇÕES ÀS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS


AUTORAIS
Apresentaremos, agora o título VII da LDA, que trata “Das Sanções às
Violações dos Direitos Autorais”. Esta parte da lei apresenta as sanções que pode-
rão sofrer as pessoas que descumprirem a LDA, e a lei se apresenta como segue.

104
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

Título VII

Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais

Capítulo I

Disposição Preliminar
Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo aplicam-se sem prejuízo
das penas cabíveis.

Capítulo II

Das Sanções Civis

Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou


de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares re-
produzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.

Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do
titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o
preço dos que tiver vendido.
Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que constituem a
edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil exemplares, além
dos apreendidos.

Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver
em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a
finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto,
para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos
termos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador
e o distribuidor em caso de reprodução no exterior.

Art. 105. A transmissão e a retransmissão, por qualquer meio ou processo,


e a comunicação ao público de obras artísticas, literárias e científicas, de
interpretações e de fonogramas, realizadas mediante violação aos direitos
de seus titulares, deverão ser imediatamente suspensas ou interrompidas
pela autoridade judicial competente, sem prejuízo da multa diária pelo
descumprimento e das demais indenizações cabíveis, independentemente das
sanções penais aplicáveis; caso se comprove que o infrator é reincidente na
violação aos direitos dos titulares de direitos de autor e conexos, o valor da
multa poderá ser aumentado até o dobro.

Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos


os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais
elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de
máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles
unicamente para o fim ilícito, sua destruição.

105
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Art. 107. Independentemente da perda dos equipamentos utilizados,


responderá por perdas e danos, nunca inferiores ao valor que resultaria da
aplicação do disposto no art. 103 e seu parágrafo único, quem:
I - alterar, suprimir, modificar ou inutilizar, de qualquer maneira, dispositivos
técnicos introduzidos nos exemplares das obras e produções protegidas para
evitar ou restringir sua cópia;
II - alterar, suprimir ou inutilizar, de qualquer maneira, os sinais codificados
destinados a restringir a comunicação ao público de obras, produções ou
emissões protegidas ou a evitar a sua cópia;
III - suprimir ou alterar, sem autorização, qualquer informação sobre a gestão
de direitos;
IV - distribuir, importar para distribuição, emitir, comunicar ou puser à
disposição do público, sem autorização, obras, interpretações ou execuções,
exemplares de interpretações fixadas em fonogramas e emissões, sabendo
que a informação sobre a gestão de direitos, sinais codificados e dispositivos
técnicos foram suprimidos ou alterados sem autorização.

Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer modalidade, de obra intelectual,


deixar de indicar ou de anunciar, como tal, o nome, pseudônimo ou sinal
convencional do autor e do intérprete, além de responder por danos morais,
está obrigado a divulgar-lhes a identidade da seguinte forma:
I - tratando-se de empresa de radiodifusão, no mesmo horário em que tiver
ocorrido a infração, por três dias consecutivos;
II - tratando-se de publicação gráfica ou fonográfica, mediante inclusão de
errata nos exemplares ainda não distribuídos, sem prejuízo de comunicação,
com destaque, por três vezes consecutivas em jornal de grande circulação, dos
domicílios do autor, do intérprete e do editor ou produtor;
III - tratando-se de outra forma de utilização, por intermédio da imprensa, na
forma a que se refere o inciso anterior.

Art. 109. A execução pública feita em desacordo com os arts. 68, 97, 98 e 99
desta Lei sujeitará os responsáveis a multa de vinte vezes o valor que deveria
ser originariamente pago.
Art. 109-A. A falta de prestação ou a prestação de informações falsas no
cumprimento do disposto no § 6º do art. 68 e no § 9º do art. 98 sujeitará os
responsáveis, por determinação da autoridade competente e nos termos do
regulamento desta Lei, a multa de 10 (dez) a 30% (trinta por cento) do valor que
deveria ser originariamente pago, sem prejuízo das perdas e danos. (Incluído
pela Lei nº 12.853, de 2013)
Parágrafo único. Aplicam-se as regras da legislação civil quanto ao
inadimplemento das obrigações no caso de descumprimento, pelos usuários,
dos seus deveres legais e contratuais junto às associações referidas neste Título.
(Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)

106
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

Art. 110. Pela violação de direitos autorais nos espetáculos e audições


públicas, realizados nos locais ou estabelecimentos a que alude o art. 68, seus
proprietários, diretores, gerentes, empresários e arrendatários respondem
solidariamente com os organizadores dos espetáculos.

Capítulo III

Da Prescrição da Ação

Art. 111. (VETADO) (BRASIL, 1998)

Tudo que for profanado à autoria, seja por pirataria, plágio, uso sem con-
sentimento pode vir a ser um crime, por isso, é tão importante que o profissional
de relações eletrônicas tenha conhecimento das legislações relacionadas à autoria.

FIGURA 4 – CRIME AUTORAL

FONTE: <https://bit.ly/2UsfEtX>. Acesso em: 2 abr. 2021.

Este tema é bastante instigante, e bem extenso, mas passamos a legislação


em seus principais pontos sendo que comentamos alguns, mas a lei é bastante
clara e plausível em sua integra.

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, como este tema é bastante importante, é de boa prática


anotar as suas dúvidas e levar para a sala de aula para discutir com seus colegas e o
professor da disciplina.

107
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

DICAS

Prezado acadêmico, a lei tem mais um título, o Título VIII que trata das
“Disposições Finais e Transitórias” e possui somente quatro artigos, que sugerimos ler no
site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm.

Desta forma, terminamos mais um tópico deste livro didático, e indicamos,


agora, um texto como Uni Importante. A seguir, apresentamos o Resumo do
tópico e as questões de Autoatividade.

E
IMPORTANT

LEI DE DIREITOS AUTORAIS: 5 COISAS QUE TODO EMPRESÁRIO DEVE SABER

[...]

3. Qual é a finalidade da lei de direitos autorais e quais obras são protegidas?

A finalidade principal da lei dos direitos autorais é a de proteger o vínculo entre


o autor e sua obra intelectual. Veja alguns exemplos dos itens que são abrangidos pela
legislação:

• textos, livros, folhetos e outros materiais que sejam literários, científicos ou artísticos;
• sermões, conferências e outros bens similares;
• obras dramáticas e dramático-musicais, tendo letras ou não;
• coreografias cuja execução cênica se fixe por escrito ou outras formas;
• obras fotográficas – produzidas por qualquer processo equivalente à fotografia;
• obras audiovisuais – com som ou não;
• ilustrações, cartas geográficas e outras similares;
• softwares – programas de computador;
• adaptações, traduções e demais transformações da obra;
• desenhos, gravuras, esculturas, pinturas, artes cinéticas etc.

4. O que não é objeto de proteção para a lei de direitos autorais?

A própria Lei nº 9.610/98 traz uma lista dos bens que não podem ser objeto de
proteção de direitos autorais, como:

• ideias, sistemas, métodos, projetos, conceitos matemáticos, procedimentos normativos


e outros afins;
• esquemas, regras, planos para fazer jogos, atos mentais e negociações;
• formulários que devem ser preenchidos para fornecer informações;

108
TÓPICO 2 — A LEI DO DIREITO AUTORAL

• leis, regulamentos, tratados, decisões judiciais, decretos e outros atos oficiais;


• calendários, cadastros, legendas ou agendas;
• nomes pessoais ou títulos isolados;
• aproveitamentos comerciais ou industriais.

Quanto aos materiais didáticos, a legislação brasileira não é clara como as normas
de outros países. O fair use nos Estados Unidos, por exemplo, é uma doutrina que limita os
direitos do autor em casos especiais, sendo que permite o uso de materiais protegidos para
usos didáticos e sem fins lucrativos. A Lei de Direitos Autorais afirma que obras podem ser
reproduzidas sem violar os direitos autorais em situações como:

• a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo,


publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e
da publicação de onde foram transcritos;
• a reprodução em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões
públicas de qualquer natureza;
• a reprodução de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob
encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo
a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros;
• a reprodução de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes
visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema
Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;
• a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista,
desde que feita por este, sem intuito de lucro;
• a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de
passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida
justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
• o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se
dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa
de quem as ministrou;
• a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de
rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração
à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou
equipamentos que permitam a sua utilização;
• a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou,
para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em
qualquer caso intuito de lucro;
• a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judicial ou
administrativa;
• a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes,
de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a
reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique
a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos
legítimos interesses dos autores. [...]

Fonte: CHC ADVOCACIA. Lei de direitos autorais: 5 coisas que TODO empresário deve
saber. 2019. Disponível em: https://chcadvocacia.adv.br/blog/lei-de-direitos-autorais/.
Acesso em: 2 abr. 2021.

109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• O direito autoral brasileiro tem a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, como


sustentação legal.

• Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica.

• A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.

• Uma obra intelectual pode ser registrada pelo o autor, conforme sua natureza,
na Biblioteca Nacional, na Escola de Música, na Escola de Belas Artes da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto Nacional do Cinema, ou
no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

• Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária,


artística ou científica da melhor forma que lhe convém.

• Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de


1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem
sucessória da lei civil.

• No âmbito jurídico, pode-se entender plágio como algo apresentado por uma
pessoa como se fosse de sua própria autoria, o que pode ser um trabalho, uma
obra intelectual entre tantas formas possíveis, mas que realmente é produzido
por outrem.

• No Título VII da LDA que trata “Das Sanções às Violações dos Direitos Auto-
rais”, trata sobre as sanções que poderão sofrer as pessoas que descumprirem
a LDA.

• Tudo que for profanado a autoria, seja por pirataria, plágio ou uso sem
consentimento pode vir a ser um crime.

110
AUTOATIVIDADE

1 Um dos pontos primordiais na LDA (Lei do Direito Autoral brasileiro) está


em seus artigos 41 a 45, em que definem a duração dos direitos patrimoniais
relacionados a autoria intelectual. Conforme estes artigos, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados


de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida
a ordem sucessória da lei civil.
b) ( ) Os direitos patrimoniais do autor perduram por sessenta anos contados
de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida
a ordem sucessória da lei civil.
c) ( ) Os direitos patrimoniais do autor perduram por cinquenta anos
contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento,
obedecida a ordem sucessória da lei civil.
d) ( ) Os direitos patrimoniais do autor perduram para sempre e após o seu
falecimento, os direitos vão aso seus sucessores, obedecida a ordem
sucessória da lei civil.

2 Considerando-se os dispositivos da Lei Federal no 9.610, de 10 de feve-


reiro de 1998, também conhecida como Lei dos Direitos Autorais:

a) ( ) Ao realizar a cessão de sua obra, o autor também realiza a transferência


de seus direitos morais.
b) ( ) Constituem objetos de proteção dessa lei os direitos advindos da
elaboração de textos de decisões judiciais.
c) ( ) Não é titular de direitos do autor quem adapta, traduz, arranja ou
orquestra obra caída no domínio público.
d) ( ) Pode ser realizada verbalmente a cessão parcial dos direitos de autor.
e) ( ) É possível contratar a cessão dos direitos de autor sobre obras futuras.

(Concurso: Questão 192287 Direito Civil, Direito Autoral, Advogado, Petrobrás, CESGRAN-
RIO, 2008. Disponível em: https://www.gabarite.com.br/questoes-de-concursos/assunto/
direito-autoral). Acesso em: 21 jun. 2021.

3 Em relação à utilização da obra fotográfica, informe se é verdadeiro


(V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a
sequência CORRETA.

111
( ) O autor de obra fotográfica tem direito a reproduzi-la e colocá-la à venda,
observadas as restrições à exposição, reprodução e venda de retratos, e
sem prejuízo dos direitos de autor sobre a obra fotografada, se de artes
plásticas protegidas.
( ) A fotografia, quando utilizada por terceiros, indicará de forma legível o
nome do seu autor.
( ) É vedada a reprodução de obra fotográfica que não esteja em absoluta
consonância com o original, salvo prévia autorização do autor.
( ) A reprodução e adaptação de fotografia é livre e não está contida na Lei
de Direitos Autorais (Lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013).

a) ( ) V – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.
e) ( ) F – F – F – V.

(Concurso: Colégio Pedro II 2013/ Cargo: Técnico em Arquivo/ Banca: Instituto AOCP (Ins-
tituto AOCP) /Nível: Médio – QUESTÃO 1138717 – LEI N. 9.610/1998 – DIREITO AUTORAL.
Disponível em: https://questoes.grancursosonline.com.br/questoes-de-concursos/bibliote-
conomia-13-3-lei-n-9-610-1998-direito-autoral/1138717).

112
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2

A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, nós iremos trazer a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996,


a qual regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, em seus
principais pontos, realizando uma breve análise destes pontos.

Esta lei possui os seguintes títulos:

TÍTULO I - DAS PATENTES


TÍTULO II - DOS DESENHOS INDUSTRIAIS
TÍTULO III - DAS MARCAS
TÍTULO IV - DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS
TÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INDUSTRIAL
TÍTULO VI - DA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA E DA FRANQUIA
TÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
TÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Esta lei é bastante extensa, e, por isso, estudaremos alguns pontos centrais
e detalharemos mais o título III, que trata sobre marcas. Apesar de já termos
estudado o assunto marcas, agora as veremos sob a ótica da lei.

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, é importante que você leia na íntegra a Lei de Propriedade


Industrial, pois, dependendo da área de trabalho em que você atuará, será necessário
conhecer detalhes de outros pontos da lei e que não foram detalhados neste texto.
Você poderá acessar a LPI em sua íntegra no seguinte site: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9279.htm.

113
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

FONTE: <https://bit.ly/3qWu1ml>. Acesso em: 5 abr. 2021.

Apresentaremos, a seguir, a legislação de uma forma geral e na última


parte deste tópico trataremos do título III sobre marcas.

2 LPI – LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL


A LPI é uma lei bastante extensa e, em seus 244 artigos, tenta definir
e trazer luz jurídica em um tema bastante controverso que é a propriedade
industrial, com suas patentes, invenções, design industrial, marcas, indicações
geográficas etc.

A LPI nos traz, assim, em seu início:

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.

Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado


o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País,
efetua-se mediante:
I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;
II - concessão de registro de desenho industrial;
III - concessão de registro de marca;
IV - repressão às falsas indicações geográficas; e
V - repressão à concorrência desleal.

114
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Art. 3º Aplica-se também o disposto nesta Lei:


I - ao pedido de patente ou de registro proveniente do exterior e depositado no
País por quem tenha proteção assegurada por tratado ou convenção em vigor
no Brasil; e
II - aos nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure aos brasileiros
ou pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade de direitos iguais ou
equivalentes.

Art. 4º As disposições dos tratados em vigor no Brasil são aplicáveis, em


igualdade de condições, às pessoas físicas e jurídicas nacionais ou domiciliadas
no País.

Art. 5º Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos de


propriedade industrial (BRASIL, 1996).

Assim, em seu artigo 1 da LPI, esta lei regula direitos e obrigações rela-
tivos à propriedade industrial, ou seja, ela define todos os quesitos legais sobre
o tema. Existem, ainda, outras normativas e leis que devem ser conhecidas e
estudadas para quem quiser se aprofundar mais sobre o tema.

Em seu Art. 2º, temos que a LPI trabalha a questão de proteção dos direitos
relativos à propriedade industrial, no qual são garantidas:

I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;


II - concessão de registro de desenho industrial;
III - concessão de registro de marca;

Mas também temos a proteção referente a:

IV - repressão às falsas indicações geográficas; e


V - repressão à concorrência desleal.

As concessões e repressões apresentadas no artigo são pontos importantes


para a garantia de propriedade aos seus detentores. Um outro ponto importante
apresentado no Art. 5º é que a propriedade industrial legalmente constituída dos
termos da LPI é considerada como sendo um bem móvel, para os efeitos legais.

Sobre a titularidade de inventos, temos:

115
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

TÍTULO I - DAS PATENTES

CAPÍTULO I - DA TITULARIDADE

Art. 6º Ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de


obter a patente que lhe garanta a propriedade, nas condições estabelecidas nesta
Lei.
§ 1º Salvo prova em contrário, presume-se o requerente legitimado a obter a
patente.
§ 2º A patente poderá ser requerida em nome próprio, pelos herdeiros ou
sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato
de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade.
§ 3º Quando se tratar de invenção ou de modelo de utilidade realizado
conjuntamente por duas ou mais pessoas, a patente poderá ser requerida por
todas ou qualquer delas, mediante nomeação e qualificação das demais, para
ressalva dos respectivos direitos.
§ 4º O inventor será nomeado e qualificado, podendo requerer a não divulgação
de sua nomeação.

Art. 7º Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo


de utilidade, de forma independente, o direito de obter patente será assegurado
àquele que provar o depósito mais antigo, independentemente das datas de
invenção ou criação.
Parágrafo único. A retirada de depósito anterior sem produção de qualquer
efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior (BRASIL, 1996).

Os artigos 6 e 7 da LPI tratam das questões de autoria da invenção e ques-


tões afins. Já o Capítulo II da LPI define todos os quesitos que um invento deve
obedecer para que possa ser patenteado, e temos menção, ainda, a alguns pontos
os elementos eletrônicos e softwares. Leia com atenção o que diz este capítulo.

CAPÍTULO II - DA PATENTEABILIDADE

Seção I - DAS INVENÇÕES E DOS MODELOS DE UTILIDADE PATENTEÁVEIS

Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade,


atividade inventiva e aplicação industrial.

Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou


parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no
seu uso ou em sua fabricação.

116
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:


I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros,
educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação
estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos
terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados
na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma
de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.

Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando


não compreendidos no estado da técnica.
§ 1º O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao
público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita
ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior, ressalvado o
disposto nos arts. 12, 16 e 17.
§ 2º Para fins de aferição da novidade, o conteúdo completo de pedido
depositado no Brasil, e ainda não publicado, será considerado estado da técnica
a partir da data de depósito, ou da prioridade reivindicada, desde que venha a
ser publicado, mesmo que subsequentemente.
§ 3º O disposto no parágrafo anterior será aplicado ao pedido internacional de
patente depositado segundo tratado ou convenção em vigor no Brasil, desde
que haja processamento nacional.

Art. 12. Não será considerada como estado da técnica a divulgação de invenção
ou modelo de utilidade, quando ocorrida durante os 12 (doze) meses que
precederem a data de depósito ou a da prioridade do pedido de patente, se
promovida:
I - pelo inventor;
II - pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, através de
publicação oficial do pedido de patente depositado sem o consentimento do
inventor, baseado em informações deste obtidas ou em decorrência de atos por
ele realizados; ou
III - por terceiros, com base em informações obtidas direta ou indiretamente
do inventor ou em decorrência de atos por este realizados.
Parágrafo único. O INPI poderá exigir do inventor declaração relativa à
divulgação, acompanhada ou não de provas, nas condições estabelecidas
em regulamento.

117
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um


técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da
técnica.

Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um
técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da
técnica.

Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de


aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer
tipo de indústria.

Seção II - Da Prioridade

Art. 16. Ao pedido de patente depositado em país que mantenha acordo com
o Brasil, ou em organização internacional, que produza efeito de depósito
nacional, será assegurado direito de prioridade, nos prazos estabelecidos no
acordo, não sendo o depósito invalidado nem prejudicado por fatos ocorridos
nesses prazos.
§ 1º A reivindicação de prioridade será feita no ato de depósito, podendo ser
suplementada dentro de 60 (sessenta) dias por outras prioridades anteriores à
data do depósito no Brasil.
§ 2º A reivindicação de prioridade será comprovada por documento hábil da
origem, contendo número, data, título, relatório descritivo e, se for o caso,
reivindicações e desenhos, acompanhado de tradução simples da certidão
de depósito ou documento equivalente, contendo dados identificadores do
pedido, cujo teor será de inteira responsabilidade do depositante.
§ 3º Se não efetuada por ocasião do depósito, a comprovação deverá ocorrer em
até 180 (cento e oitenta) dias contados do depósito.
§ 4º Para os pedidos internacionais depositados em virtude de tratado em vigor
no Brasil, a tradução prevista no § 2º deverá ser apresentada no prazo de 60
(sessenta) dias contados da data da entrada no processamento nacional.
§ 5º No caso de o pedido depositado no Brasil estar fielmente contido no
documento da origem, será suficiente uma declaração do depositante a este
respeito para substituir a tradução simples.
§ 6º Tratando-se de prioridade obtida por cessão, o documento correspondente
deverá ser apresentado dentro de 180 (cento e oitenta) dias contados do
depósito, ou, se for o caso, em até 60 (sessenta) dias da data da entrada no
processamento nacional, dispensada a legalização consular no país de origem.
§ 7º A falta de comprovação nos prazos estabelecidos neste artigo acarretará a
perda da prioridade.
§ 8º Em caso de pedido depositado com reivindicação de prioridade, o
requerimento para antecipação de publicação deverá ser instruído com a
comprovação da prioridade.

118
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Art. 17. O pedido de patente de invenção ou de modelo de utilidade depositado


originalmente no Brasil, sem reivindicação de prioridade e não publicado,
assegurará o direito de prioridade ao pedido posterior sobre a mesma matéria
depositado no Brasil pelo mesmo requerente ou sucessores, dentro do prazo
de 1 (um) ano.
§ 1º A prioridade será admitida apenas para a matéria revelada no pedido
anterior, não se estendendo a matéria nova introduzida.
§ 2º O pedido anterior ainda pendente será considerado definitivamente
arquivado.
§ 3º O pedido de patente originário de divisão de pedido anterior não poderá
servir de base a reivindicação de prioridade.

Seção III - Das Invenções e Dos Modelos de Utilidade Não Patenteáveis

Art. 18. Não são patenteáveis:


I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à
saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os
respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de
transformação do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos transgênicos
que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade
inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera
descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, micro-organismos transgênicos são
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem,
mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma
característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais
(BRASIL, 1996).

Este assunto de patenteabilidade apresenta diversas nuances e reforçamos


a importância de verificar junto ao INPI possíveis atualizações e novas regras
sobre o tema.

O Capítulo III trata do “Do Pedido De Patente”, o que recomendamos


ler, pois temos muitos pontos importantes, como o artigo 19, que trata das
documentações necessárias ao pedido, conforme apresentado a seguir:

Art. 19. O pedido de patente, nas condições estabelecidas pelo INPI, conterá:
I - requerimento;
II - relatório descritivo;
III - reivindicações;

119
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

IV - desenhos, se for o caso;


V - resumo; e
VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito (BRASIL,
1996).

Temos detalhes, ainda neste capítulo, como das condições do pedido de


registro da patente, o seu exame pelo INPI, bem como do regramento para a sua
concessão e vigência de sua validade e deixa claro, ainda, as regras de extinção
da patente e as questões relacionadas à possibilidade de processo de nulidade da
patente, entre outros pontos.

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, leia a integra da LPI, pois aqui iremos ainda apresentar um
detalhamento sobre o Titulo III, que trata dos registros de marca. Assim, é importante que
você faça essa leitura.

NOTA: A LPI em sua íntegra também fará parte da avaliação acadêmica, pois será considerado
como disciplina passada. Você poderá acessar a LPI em sua integra no seguinte site: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm.

Conheceremos, agora, as questões legais sobre o registro de marcas


conforme apresentado no LPI.

3 TÍTULO III – DAS MARCAS


Este é um assunto muito importante na área de relações eletrônicas, pois,
atualmente, temos marcas e sites e outros produtos digitais que possuem um
grande valor de presença e de marca.

Atualmente, as marcas industriais e digitais já possuem um grande


valor também no mercado, como já vimos na Unidade 1, e por isso, precisamos
protegê-las.

Neste sentido, a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, trouxe um título


inteiro em seu interior sobre o tema, o qual detalharemos a seguir.

120
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

TÍTULO III - DAS MARCAS

CAPÍTULO I - DA REGISTRABILIDADE

Seção I - Dos Sinais Registráveis Como Marca

Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente
perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.

Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:


I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou
serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa;
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um
produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas,
notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia
empregada; e
III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços
provindos de membros de uma determinada entidade (BRASIL, 1996).

Como se pôde ver, nesta seção, temos a definição das marcas suscetíveis a
registro no INPI no artigo 122, e, no artigo 123, temos questões relativas à marca.

No entanto, nem tudo pode ser registrado como uma marca, e a seção II do
Título III sobre marcas apresenta as limitações aos elementos que não podem ser
registrados como marca. Vamos à lei para conhecer estes elementos de restrição
ao registro de marca.

Seção II - Dos Sinais Não Registráveis Como Marca

Art. 124. Não são registráveis como marca:

I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais,


públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva
designação, figura ou imitação;
II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente
forma distintiva;
III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos
bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra
liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimento dignos
de respeito e veneração;
IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido
o registro pela própria entidade ou órgão público;
V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de
título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar
confusão ou associação com estes sinais distintivos;

121
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente


descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou
aquele empregado comumente para designar uma característica do produto
ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época
de produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente
forma distintiva;
VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo
peculiar e distintivo;
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal
que possa falsamente induzir indicação geográfica;
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza,
qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina;
XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para
garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza;
XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca
coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no art. 154;
XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social,
político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem
como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados pela
autoridade competente ou entidade promotora do evento;
XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem
de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico singular
ou coletivo, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam
protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou
associação, salvo com consentimento do autor ou titular;
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação
com o produto ou serviço a distinguir;
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo,
de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço
idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com
marca alheia;
XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço,
salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestirem de suficiente
forma distintiva;
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento,
ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico;
XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de
terceiro; e

122
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o


requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade,
cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com
o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento,
se a marca se destinar a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante
ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com aquela marca alheia
(BRASIL, 1996).

Assim, nós temos diversos quesitos que não podem ser registrados
conforme apresentado na LPI, e você precisa atentar sobre estes pontos também
na questão digital.

Um outro ponto importante a ser analisado são as questões de marca de


Alto Renome e Marca Notoriamente Conhecida que são detalhadas no artigo 125
e 126 da LPI.

Seção III
Marca de Alto Renome

Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será


assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade.

Seção IV

Marca Notoriamente Conhecida

Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos
do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade
Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente
depositada ou registrada no Brasil.
§ 1º A proteção de que trata este artigo aplica-se também às marcas de serviço.
§ 2º O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marca que reproduza
ou imite, no todo ou em parte, marca notoriamente conhecida (BRASIL, 1996).

E
IMPORTANT

Prezado acadêmico, devemos tomar muito cuidado, pois existem muitos


“aproveitadores”, que registram ou utilizam marcas similares a grandes players de mercado
para tirarem proveito. CUIDADO COM ESTAS QUESTÕES.

123
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

CÓPIAS DE MARCAS

Disponível em: <https://www.gadoo.com.br/entretenimento/28-copias-chinesas-hilarias-


de-marcas-famosas/>. Acesso em: 06 abr. 2021.

Precisamos ficar atentos a estas questões de cópia, principalmente em


meios eletrônicos. Apresentaremos, na sequência, o Capítulo II e III da lei LPI
referente a marcas.

CAPÍTULO II
PRIORIDADE

Art. 127. Ao pedido de registro de marca depositado em país que mantenha


acordo com o Brasil ou em organização internacional, que produza efeito
de depósito nacional, será assegurado direito de prioridade, nos prazos
estabelecidos no acordo, não sendo o depósito invalidado nem prejudicado
por fatos ocorridos nesses prazos.
§ 1º A reivindicação da prioridade será feita no ato de depósito, podendo ser
suplementada dentro de 60 (sessenta) dias, por outras prioridades anteriores à
data do depósito no Brasil.
§ 2º A reivindicação da prioridade será comprovada por documento hábil da
origem, contendo o número, a data e a reprodução do pedido ou do registro,
acompanhado de tradução simples, cujo teor será de inteira responsabilidade
do depositante.
§ 3º Se não efetuada por ocasião do depósito, a comprovação deverá ocorrer em
até 4 (quatro) meses, contados do depósito, sob pena de perda da prioridade.
§ 4º Tratando-se de prioridade obtida por cessão, o documento correspondente
deverá ser apresentado junto com o próprio documento de prioridade.

124
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

CAPÍTULO III
DOS REQUERENTES DE REGISTRO

Art. 128. Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou jurídicas de


direito público ou de direito privado.

§ 1º As pessoas de direito privado só podem requerer registro de marca relativo


à atividade que exerçam efetiva e licitamente, de modo direto ou através de
empresas que controlem direta ou indiretamente, declarando, no próprio
requerimento, esta condição, sob as penas da lei.
§ 2º O registro de marca coletiva só poderá ser requerido por pessoa jurídica
representativa de coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta da de
seus membros.
§ 3º O registro da marca de certificação só poderá ser requerido por pessoa sem
interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado.
§ 4º A reivindicação de prioridade não isenta o pedido da aplicação dos
dispositivos constantes deste Título (BRASIL, 1996).

A LPI trabalha todo o capítulo IV do título referente as marcas deta-


lhando dos direitos sobre a marca (BRASIL, 1996):

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS SOBRE A MARCA

Seção I
Aquisição

Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente


expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular
seu uso exclusivo em todo o território nacional, observado quanto às marcas
coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148.
§ 1º Toda pessoa que, de boa-fé, na data da prioridade ou depósito, usava
no País, há pelo menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou semelhante, para
distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, terá
direito de precedência ao registro.
§ 2º O direito de precedência somente poderá ser cedido juntamente com o
negócio da empresa, ou parte deste, que tenha direta relação com o uso da
marca, por alienação ou arrendamento.

125
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Seção II

Da Proteção Conferida Pelo Registro


Art. 130. Ao titular da marca ou ao depositante é ainda assegurado o direito de:
I - ceder seu registro ou pedido de registro;
II - licenciar seu uso;
III - zelar pela sua integridade material ou reputação.

Art. 131. A proteção de que trata esta Lei abrange o uso da marca em papéis,
impressos, propaganda e documentos relativos à atividade do titular.

Art. 132. O titular da marca não poderá:


I - impedir que comerciantes ou distribuidores utilizem sinais distintivos que
lhes são próprios, juntamente com a marca do produto, na sua promoção e
comercialização;
II - impedir que fabricantes de acessórios utilizem a marca para indicar a
destinação do produto, desde que obedecidas as práticas leais de concorrência;
III - impedir a livre circulação de produto colocado no mercado interno, por si
ou por outrem com seu consentimento, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do
art. 68; e
IV - impedir a citação da marca em discurso, obra científica ou literária ou
qualquer outra publicação, desde que sem conotação comercial e sem prejuízo
para seu caráter distintivo.

Como você pôde observar, são diversos os elementos que influenciam o


direito sobre a marca. A atualização constante sobre o tema é um passo importante
ao profissional que tiver esse tema recorrente em seus trabalhos diuturnos.

DICAS

Prezado acadêmico, gostaríamos de indicar o artigo: Marcas: um Direito


Constitucional de Propriedade, disponível no seguinte link: https://www.icamp.com.
br/2019/02/22/marcas-um-direito-constitucional-de-propriedade/.

O tema marcas na Lei de propriedade Industrial possui mais alguns


pontos específicos, compreendidos entre os artigos 133 ao artigo 175, que são
importantes também ao seu conhecimento, e iremos disponibilizá-lo para você
fazer a leitura deste na leitura complementar do tópico.

126
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Queremos reforçar que a leitura completa da LPI se faz necessária ao


acadêmico, para que ele esteja preparado para seu exercício profissional e sempre
atualizado.

Vamos, agora, a nossa leitura complementar; que é o restante de artigos


sobre marcas na LPI. Em seguida, vamos ao resumo do tópico e às questões de
autoatividade.

127
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

LEITURA COMPLEMENTAR

Leitura dos artigos 133 a 175 que tratam de assuntos complementares do


TÍTULO III - DAS MARCAS, que constam da LPI.

Capítulo V - DA VIGÊNCIA, DA CESSÃO E DAS ANOTAÇÕES

Seção I - Da Vigência

Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados
da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos.
§ 1º O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último
ano de vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da
respectiva retribuição.
§ 2º Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da
vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 6 (seis) meses subsequentes,
mediante o pagamento de retribuição adicional.
§ 3º A prorrogação não será concedida se não atendido o disposto no art.
128.

Seção II - Da Cessão

Art. 134. O pedido de registro e o registro poderão ser cedidos, desde que
o cessionário atenda aos requisitos legais para requerer tal registro.
Art. 135. A cessão deverá compreender todos os registros ou pedidos,
em nome do cedente, de marcas iguais ou semelhantes, relativas a produto ou
serviço idêntico, semelhante ou afim, sob pena de cancelamento dos registros
ou arquivamento dos pedidos não cedidos.

Seção III - Das Anotações

Art. 136. O INPI fará as seguintes anotações:


I - da cessão, fazendo constar a qualificação completa do cessionário;
II - de qualquer limitação ou ônus que recaia sobre o pedido ou registro; e
III - das alterações de nome, sede ou endereço do depositante ou titular.
Art. 137. As anotações produzirão efeitos em relação a terceiros a partir da
data de sua publicação.
Art. 138. Cabe recurso da decisão que:
I - indeferir anotação de cessão;
II - cancelar o registro ou arquivar o pedido, nos termos do art. 135.

Seção IV - Da Licença de Uso

128
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Art. 139. O titular de registro ou o depositante de pedido de registro poderá


celebrar contrato de licença para uso da marca, sem prejuízo de seu direito
de exercer controle efetivo sobre as especificações, natureza e qualidade dos
respectivos produtos ou serviços.
Parágrafo único. O licenciado poderá ser investido pelo titular de todos os
poderes para agir em defesa da marca, sem prejuízo dos seus próprios direitos.
Art. 140. O contrato de licença deverá ser averbado no INPI para que
produza efeitos em relação a terceiros.
§ 1º A averbação produzirá efeitos em relação a terceiros a partir da data
de sua publicação.
§ 2º Para efeito de validade de prova de uso, o contrato de licença não
precisará estar averbado no INPI.
Art. 141. Da decisão que indeferir a averbação do contrato de licença cabe
recurso.

CAPÍTULO VI - DA PERDA DOS DIREITOS

Art. 142. O registro da marca extingue-se:


I - pela expiração do prazo de vigência;
II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos
ou serviços assinalados pela marca;
III - pela caducidade; ou
IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
Art. 143 - Caducará o registro, a requerimento de qualquer pessoa com
legítimo interesse se, decorridos 5 (cinco) anos da sua concessão, na data do
requerimento:
I - o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; ou
II - o uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5 (cinco) anos
consecutivos, ou se, no mesmo prazo, a marca tiver sido usada com modificação
que implique alteração de seu caráter distintivo original, tal como constante do
certificado de registro.
§ 1º Não ocorrerá caducidade se o titular justificar o desuso da marca por
razões legítimas.
§ 2º O titular será intimado para se manifestar no prazo de 60 (sessenta)
dias, cabendo-lhe o ônus de provar o uso da marca ou justificar seu desuso por
razões legítimas.
Art. 144. O uso da marca deverá compreender produtos ou serviços constantes
do certificado, sob pena de caducar parcialmente o registro em relação aos não
semelhantes ou afins daqueles para os quais a marca foi comprovadamente
usada.
Art. 145. Não se conhecerá do requerimento de caducidade se o uso da
marca tiver sido comprovado ou justificado seu desuso em processo anterior,
requerido há menos de 5 (cinco) anos.
Art. 146. Da decisão que declarar ou denegar a caducidade caberá recurso.

129
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

CAPÍTULO VII - DAS MARCAS COLETIVAS E DE CERTIFICAÇÃO

Art. 147. O pedido de registro de marca coletiva conterá regulamento de


utilização, dispondo sobre condições e proibições de uso da marca.
Parágrafo único. O regulamento de utilização, quando não acompanhar o
pedido, deverá ser protocolizado no prazo de 60 (sessenta) dias do depósito,
sob pena de arquivamento definitivo do pedido.
Art. 148. O pedido de registro da marca de certificação conterá:
I - as características do produto ou serviço objeto de certificação; e
II - as medidas de controle que serão adotadas pelo titular.
Parágrafo único. A documentação prevista nos incisos I e II deste artigo,
quando não acompanhar o pedido, deverá ser protocolizada no prazo de 60
(sessenta) dias, sob pena de arquivamento definitivo do pedido.
Art. 149. Qualquer alteração no regulamento de utilização deverá ser
comunicada ao INPI, mediante petição protocolizada, contendo todas as
condições alteradas, sob pena de não ser considerada.
Art. 150. O uso da marca independe de licença, bastando sua autorização
no regulamento de utilização.
Art. 151. Além das causas de extinção estabelecidas no art. 142, o registro
da marca coletiva e de certificação extingue-se quando:
I - a entidade deixar de existir; ou
II - a marca for utilizada em condições outras que não aquelas previstas no
regulamento de utilização.
Art. 152. Só será admitida a renúncia ao registro de marca coletiva quando
requerida nos termos do contrato social ou estatuto da própria entidade, ou,
ainda, conforme o regulamento de utilização.
Art. 153. A caducidade do registro será declarada se a marca coletiva não
for usada por mais de uma pessoa autorizada, observado o disposto nos arts.
143 a 146.
Art. 154. A marca coletiva e a de certificação que já tenham sido usadas e
cujos registros tenham sido extintos não poderão ser registradas em nome de
terceiro, antes de expirado o prazo de 5 (cinco) anos, contados da extinção do
registro.

CAPÍTULO VIII - DO DEPÓSITO

Art. 155. O pedido deverá referir-se a um único sinal distintivo e, nas


condições estabelecidas pelo INPI, conterá:
I - requerimento;
II - etiquetas, quando for o caso; e
III - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.
Parágrafo único. O requerimento e qualquer documento que o acompanhe
deverão ser apresentados em língua portuguesa e, quando houver documento
em língua estrangeira, sua tradução simples deverá ser apresentada no ato do
depósito ou dentro dos 60 (sessenta) dias subsequentes, sob pena de não ser
considerado o documento.

130
TÓPICO 3 — A LEGISLAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Art. 156. Apresentado o pedido, será ele submetido a exame formal


preliminar e, se devidamente instruído, será protocolizado, considerada a data
de depósito a da sua apresentação.
Art. 157. O pedido que não atender formalmente ao disposto no art. 155,
mas que contiver dados suficientes relativos ao depositante, sinal marcário e
classe, poderá ser entregue, mediante recibo datado, ao INPI, que estabelecerá
as exigências a serem cumpridas pelo depositante, em 5 (cinco) dias, sob pena
de ser considerado inexistente.
Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito será considerado
como efetuado na data da apresentação do pedido.

CAPÍTULO IX - DO EXAME

Art. 158. Protocolizado, o pedido será publicado para apresentação de


oposição no prazo de 60 (sessenta) dias.
§ 1º O depositante será intimado da oposição, podendo se manifestar no
prazo de 60 (sessenta) dias.
§ 2º Não se conhecerá da oposição, nulidade administrativa ou de ação de
nulidade se, fundamentada no inciso XXIII do art. 124 ou no art. 126, não se
comprovar, no prazo de 60 (sessenta) dias após a interposição, o depósito do
pedido de registro da marca na forma desta Lei.
Art. 159. Decorrido o prazo de oposição ou, se interposta esta, findo o prazo
de manifestação, será feito o exame, durante o qual poderão ser formuladas
exigências, que deverão ser respondidas no prazo de 60 (sessenta) dias.
§ 1º Não respondida a exigência, o pedido será definitivamente arquivado.
§ 2º Respondida a exigência, ainda que não cumprida, ou contestada a sua
formulação, dar-se-á prosseguimento ao exame.
Art. 160. Concluído o exame, será proferida decisão, deferindo ou
indeferindo o pedido de registro.

CAPÍTULO X - DA EXPEDIÇÃO DO CERTIFICADO DE REGISTRO

Art. 161. O certificado de registro será concedido depois de deferido o


pedido e comprovado o pagamento das retribuições correspondentes.
Art. 162. O pagamento das retribuições, e sua comprovação, relativas à
expedição do certificado de registro e ao primeiro decênio de sua vigência,
deverão ser efetuados no prazo de 60 (sessenta) dias contados do deferimento.
Parágrafo único. A retribuição poderá ainda ser paga e comprovada dentro
de 30 (trinta) dias após o prazo previsto neste artigo, independentemente
de notificação, mediante o pagamento de retribuição específica, sob pena de
arquivamento definitivo do pedido.
Art. 163. Reputa-se concedido o certificado de registro na data da publicação
do respectivo ato.
Art. 164. Do certificado deverão constar a marca, o número e data do
registro, nome, nacionalidade e domicílio do titular, os produtos ou serviços,
as características do registro e a prioridade estrangeira.

131
UNIDADE 2 — A LEGISLAÇÃO RELACIONADA À PROPRIEDADE INTELECTUAL

CAPÍTULO XI - DA NULIDADE DO REGISTRO

Seção I - Disposições Gerais

Art. 165. É nulo o registro que for concedido em desacordo com as


disposições desta Lei.
Parágrafo único. A nulidade do registro poderá ser total ou parcial,
sendo condição para a nulidade parcial o fato de a parte subsistente poder ser
considerada registrável.
Art. 166. O titular de uma marca registrada em país signatário da
Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial poderá,
alternativamente, reivindicar, através de ação judicial, a adjudicação do
registro, nos termos previstos no art. 6º septies (1) daquela Convenção.
Art. 167. A declaração de nulidade produzirá efeito a partir da data do
depósito do pedido.

Seção II - Do Processo Administrativo de Nulidade

Art. 168. A nulidade do registro será declarada administrativamente quando


tiver sido concedida com infringência do disposto nesta Lei.
Art. 169. O processo de nulidade poderá ser instaurado de ofício ou
mediante requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse, no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da expedição do certificado de
registro.
Art. 170. O titular será intimado para se manifestar no prazo de 60 (sessenta)
dias.
Art. 171. Decorrido o prazo fixado no artigo anterior, mesmo que não
apresentada a manifestação, o processo será decidido pelo Presidente do INPI,
encerrando-se a instância administrativa.
Art. 172. O processo de nulidade prosseguirá ainda que extinto o registro.

Seção III - Da Ação de Nulidade

Art. 173. A ação de nulidade poderá ser proposta pelo INPI ou por qualquer
pessoa com legítimo interesse.
Parágrafo único. O juiz poderá, nos autos da ação de nulidade, determinar
liminarmente a suspensão dos efeitos do registro e do uso da marca, atendidos
os requisitos processuais próprios.
Art. 174. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para declarar a nulidade do
registro, contados da data da sua concessão.
Art. 175. A ação de nulidade do registro será ajuizada no foro da justiça
federal e o INPI, quando não for autor, intervirá no feito.
§ 1º O prazo para resposta do réu titular do registro será de 60 (sessenta)
dias.
§ 2º Transitada em julgado a decisão da ação de nulidade, o INPI publicará
anotação, para ciência de terceiros (BRASIL, 1996).

132
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• A Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, regula direitos e obrigações relativos à


propriedade industrial.

• A LPI é uma lei bastante extensa, com 244 artigos, que tenta definir e trazer luz
jurídica em um tema bastante controverso que é a propriedade industrial, com
suas patentes, invenções, design industrial, marcas, indicações geográficas etc.

• A propriedade industrial legalmente constituída dos termos da LPI é


considerada como um bem móvel, para os efeitos legais.

• Ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de obter


a patente que lhe garanta a propriedade, nas condições estabelecidas pela LPI.

• É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade


inventiva e aplicação industrial.

• A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido,


conforme as disposições da LPI, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo
em todo o território nacional.

• Ao titular da marca ou ao depositante é ainda assegurado o direito de: I - ceder


seu registro ou pedido de registro; II - licenciar seu uso; III - zelar pela sua
integridade material ou reputação.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

133
AUTOATIVIDADE

1 O Artigo 124 da Lei de Propriedade Industrial lista diversas situações


que não podem ser registráveis como marca pelo INPI. Qual das opções
apresenta somente artigos não registráveis como MARCA, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento


oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como
a respectiva designação, figura ou imitação.
b) ( ) Brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, marca de produto ou
serviço e marca coletiva.
c) ( ) Marcas de produto, de serviços e marcas coletivas.
d) ( ) Marca de produto ou serviço ou marca de certificação.

2 Marcas, Patentes, Indicações Geográficas e Programas de Computadores


são utilizadas e desenvolvidas por diferentes produtores e inventores.
Para proteger suas inovações científicas na atualidade, os produtores e
inventores devem solicitar o seu registro no:

a) ( ) Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.


b) ( ) Ministério da Fazenda.
c) ( ) Ministério Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
d) ( ) Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
e) ( ) Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

(Concurso: Direito da Propriedade Industrial, Requisitos para registro e patente. Ano: 2016
Banca: FAU Órgão: IPP Prova: FAU - 2016 - IPP Advogado.
FONTE: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/direito-direito-
-empresarial-comercial/requisitos-para-registro-e-patente/questoes. Acesso em: 7 abr. 2021.)

3 O INPI é o responsável legal no Brasil para execução de todo o processo de


registro relacionado à propriedade industrial. Com isso, o Art. 19 descreve
que o pedido de patente, nas condições estabelecidas pelo INPI, deverá
conter diversas etapas processuais para solicitação do registro. Qual das
opções apresenta as etapas conforme o artigo 19 da LPI para solicitação de
registro de patente junto ao INPI? Assinale a alternativa CORRETA:

134
a) ( ) I - requerimento; II - relatório descritivo; III - reivindicações; IV -
desenhos, se for o caso; V - resumo; e VI - comprovante do pagamento
da retribuição relativa ao depósito.
b) ( ) I – desenvolvimento do projeto; II - relatório descritivo; III -
reivindicações; IV - desenhos, se for o caso; V - resumo; e VI -
comprovante de residência.
c) ( ) Desenvolvimento do projeto; II - relatório sucinto e prescritivo;
III - reivindicações; IV - desenhos, se for o caso; V - resumo; e VI -
comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.
d) ( ) I - requerimento; II - relatório sucinto e prescritivo; III - clausulas
expurgatórias; IV - desenhos, se for o caso; V - folha de características;
e VI - comprovante de residência.

135
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973. Regula os direitos autorais e dá
outras providências. Brasília, DF, 1973. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l5988.htm. Acesso em: 29 mar. 2021.

BRASIL. Lei no 5.648, de 11 de dezembro de 1970. Regulamento. Cria o Instituto


Nacional da Propriedade Industrial e dá outras providências. Brasília.1970.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5648.htm. Acesso em:
25 fev. 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília.1988.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 7 mar. 2021.

BRASIL. Lei no 5.648, de 11 de dezembro de 1970. Regulamento: Cria o Instituto


Nacional da Propriedade Industrial e dá outras providências. Brasília,1970.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5648.htm. Acesso em:
25 fev. 2021.

BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida


a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Brasília, 1998.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em:
15 mar. 2021.

BRASIL. Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos


à propriedade industrial. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 9 mar. 2021.

VIEGAS, C. M. de A. R. Propriedade intelectual: direitos morais e patrimoniais


do autor. 2019. Disponível em: https://claudiamaraviegas.jusbrasil.com.br/
artigos/760054169/ propriedade-intelectual-direitos-morais-e-patrimoniais-do-
autor. Acesso em: 30 mar. 2021.

OMPI. Manual de redação de patentes da organização mundial da propriedade


intelectual. 2021. Disponível em: http://w3.ufsm.br/agittec/images/Guias_e_
Manuais/Manual%20OMPI.pdf. Acesso em: 1 fev. 2021.

136
UNIDADE 3 —

TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES


TÉCNICOS E LEGAIS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os principais detalhes legais de propriedade de softwares;

• compreender conceitos básicos da responsabilidade sobre a propriedade


de softwares e relações eletrônicas;

• identificar os procedimentos legais relacionados à proteção de software;

• perceber a importância da legislação na proteção a nas relações eletrônicas;

• assimilar as questões legais da segurança eletrônica dos dados pessoais;

• identificar pontos vulneráveis na proteção à propriedade dos softwares


em seus projetos;

• apreender alguns elementos especiais da legislação da Propriedade


Intelectual.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

TÓPICO 2 – DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO APLICADA – CASOS ESPECIAIS

137
CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

138
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3

DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

1 INTRODUÇÃO

Já estudamos as leis relacionadas à propriedade autoral e propriedade


industrial, e, agora estudaremos a legislação específica relacionada à área de
softwares conforme estabelecido na legislação brasileira, mais especificamente, a
lei do software ou lei do programa de computador.

Assim, estudaremos, neste tópico, a Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998,


a qual “Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de com-
putador, sua comercialização no País, e dá outras providências” (BRASIL, 1998).

Ajustando e ampliando as informações apresentadas anteriormente em


relação às propriedades intelectuais, temos, nas últimas décadas o surgimento de
propriedades intelectuais relacionadas aos meios eletrônicos, conforme podemos
ver na figura a seguir.

FIGURA 1 – RELAÇÕES NAS PROPRIEDADES INTELECTUAIS

FONTE: O autor

139
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Como podemos ver, ainda, na Figura 1, o direito à propriedade dos


softwares se amplia muito em sua aplicação, principalmente, nas evoluções
tecnológicas e nos meios de internet e dos softwares de relacionamento.

O grande desenvolvimento tecnológico, fundamentado na proliferação e


na velocidade em que circulam as informações no mundo virtual, tem afetado cada
vez mais o mundo e o mercado como um todo, seja de forma direta ou indireta.

Atualmente, a Rede Mundial de Computadores e os smartphones estão


revolucionando o uso da internet, os meios de comunicação, o entretenimento e o
trabalho, tornando a internet uma ferramenta indispensável na vida de todos, e,
por isso mesmo, ela é foco de muitas discussões relacionadas aos direitos autorais.

Vamos, agora, conhecer a lei brasileira relacionada ao direito de


propriedade de programas de computadores.

2 PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL


DE PROGRAMA DE COMPUTADOR E SUA
COMERCIALIZAÇÃO NO PAÍS
A Lei n. 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, foi uma grande conquista para
o segmento de mercado da informática. Por isso, conheceremos mais detalhes
sobre ela. No primeiro capítulo da lei, é definido o que é um programa de com-
putador, como podemos conferir.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado


de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico
de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas
de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos
periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de
modo e para fins determinados.

BRASIL (1998)

Apesar de ser amplo o conceito apresentado no artigo 1 da Lei de Proteção


da Propriedade Intelectual de Programa de Computador (PPIC), ele evolui com
o tempo e, possivelmente, hoje, teríamos mais questões relacionadas à internet,
como a internet das coisas (IoT), a inteligência artificial (IA) etc.

140
TÓPICO 1 — DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

NOTA

Prezado acadêmico, até agora foi apresentada uma visão global, e ela pode
ser utilizada em qualquer campo do conhecimento humano, por isso indicamos para
pesquisa os termos relacionados aos conceitos mais modernos de relações eletrônicas,
como IA, IOT, SynBio (biologia sintética) etc. no segmento industrial e, por isto, é indicada a
pesquisa no site que apresenta estes conceitos e outros relacionados às questões relações,
eletrônicas principalmente focados ao segmento industrial: http://www.industria40.gov.br/.

SITE INDÚSTRIA 4.0

FONTE: <http://www.industria40.gov.br/>. Acesso em: 25 maio 2021.

DICAS

Gostaríamos ainda de indicar outro material que também possui muita


informação e conceito relacionado aos meios eletrônicos, que é o livro também escrito
por nós que é:

Crimes Cibernéticos
Autor: Prof. Alfredo Pieritz Netto; Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Editora: UNIASSELVI, Ano: 2020
Neste livro, você vai encontrar estes e outros conceitos importantes na área de relações
eletrônicas e você vai encontrar esse livro na biblioteca da Uniasselvi.

141
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

CRIMES CIBERNÉTICOS

FONTE: Pieritz Netto e Pieritz (2020)

A amplitude conceitual é muito mais abrangente do que o apresentado


neste artigo primeiro da Lei de Software. O capítulo II da LS apresenta, ainda,
os artigos relacionados à proteção dos direitos de autor e do registro. Vamos
conhecê-los, então, a seguir:

CAPÍTULO II

DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO


Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de
computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais
e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas
aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de
reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor
de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação,
mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem
a sua honra ou a sua reputação.

142
TÓPICO 1 — DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de


computador pelo prazo de cinquenta anos, contados a partir de 1º de janeiro
do ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.
§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.
§ 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros
domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda,
aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes.
§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação
de direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de
autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela
venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos casos em que o
programa em si não seja objeto essencial do aluguel.

BRASIL (1998)

Como podemos ver, pelo Artigo 2º da LS, temos, para os programas de


computador, o mesmo regime legal de proteção à propriedade intelectual, o
qual é conferido às obras literárias conforme atribuído pela legislação de direitos
autorais no Brasil, ressalvado o que está disposto nesta Lei. Isto é um elemento
importante novamente para proteger a autoria e dirimir legalmente o plágio, a
pirataria entre outros subterfúgios ilegais.

E o parágrafo § 2º chancela que fica assegurada ainda a tutela dos direitos


relativos a programa de computador pelo prazo de cinquenta anos, (atualmente
contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou, na
ausência desta, da sua criação).

Temos, ainda, no parágrafo § 3º, que a proteção proferida aos direitos


de que trata esta Lei é independente de que se faça o registro dele. Os demais
parágrafos tratam de temas conexos, principalmente, sobre estrangeiros e
particularidades sobre o tema.

Os demais artigos do Capítulo II são apresentados a seguir.

Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério do titular, ser


registrados em órgão ou entidade a ser designado por ato do Poder Executivo,
por iniciativa do Ministério responsável pela política de ciência e tecnologia.
(Regulamento).
§ 1º O pedido de registro estabelecido neste artigo deverá conter, pelo
menos, as seguintes informações:
I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular,
se distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas;
II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e

143
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes


para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de
terceiros e a responsabilidade do Governo.
§ 2º As informações referidas no inciso III do parágrafo anterior são
de caráter sigiloso, não podendo ser reveladas, salvo por ordem judicial ou a
requerimento do próprio titular.
Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao
empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos
ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência
de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e
desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço
ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos
encargos concernentes a esses vínculos.
§ 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou
serviço prestado limitar-se-á à remuneração ou ao salário convencionado.
§ 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de
serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador
gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou
vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas,
segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos
do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha
contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços
ou órgão público.
§ 3º O tratamento previsto neste artigo será aplicado nos casos em
que o programa de computador for desenvolvido por bolsistas, estagiários e
assemelhados.
Art. 5º Os direitos sobre as derivações autorizadas pelo titular dos
direitos de programa de computador, inclusive sua exploração econômica,
pertencerão à pessoa autorizada que as fizer, salvo estipulação contratual em
contrário.
Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de
computador:
I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida,
desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico,
hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda;
II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que
identificados o programa e o titular dos direitos respectivos;
III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente,
quando se der por força das características funcionais de sua aplicação, da
observância de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma
alternativa para a sua expressão;
IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características es-
senciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às
necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu.

BRASIL (1998)

144
TÓPICO 1 — DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

Agora, conheceremos o capítulo III, que trata das garantias aos usuários
de programa de computador.

CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR

Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o


documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as
respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível pelo
usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada.
Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer seja
titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização,
fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da
respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de serviços
técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do programa,
consideradas as suas especificações.
Parágrafo único. A obrigação persistirá no caso de retirada de circulação
comercial do programa de computador durante o prazo de validade, salvo
justa indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros.

BRASIL (1998)

Importante frisar, ainda, o parágrafo único desta lei, que afirma que a
obrigação dos proprietários do programa persistirá mesmo que seja retirada
de circulação comercial do programa de computador durante todo o prazo de
validade do contrato firmado, salvo justa indenização de eventuais prejuízos
causados a terceiros, o que realmente ocorre com a disponibilização de versões
mais atualizadas do programa de computador.

Este capítulo III trata das questões mais específicas e fica explícita a
sua especificidade em relação a programas de computadores, situação que, na
atualidade das relações eletrônicas, deveria se vislumbrar uma situação mais
ampla, como muitos outros espaços apresentados na Lei do Software.

Temos, no capítulo IV, os artigos específicos que tratam dos contratos de


licença de uso, de comercialização e de transferência de tecnologia, e a sua integra
está apresentada a seguir.

CAPÍTULO IV
DOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO
E DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de


contrato de licença.

145
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Parágrafo único. Na hipótese de eventual inexistência do contrato


referido no caput deste artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou
licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso.
Art. 10. Os atos e contratos de licença de direitos de comercialização
referentes a programas de computador de origem externa deverão fixar,
quanto aos tributos e encargos exigíveis, a responsabilidade pelos respectivos
pagamentos e estabelecerão a remuneração do titular dos direitos de programa
de computador residente ou domiciliado no exterior.
§ 1º Serão nulas as cláusulas que:
I- limitem a produção, a distribuição ou a comercialização, em violação
às disposições normativas em vigor;
II- eximam qualquer dos contratantes das responsabilidades por
eventuais ações de terceiros, decorrentes de vícios, defeitos ou violação de
direitos de autor.
§ 2º O remetente do correspondente valor em moeda estrangeira, em
pagamento da remuneração de que se trata, conservará em seu poder, pelo
prazo de cinco anos, todos os documentos necessários à comprovação da
licitude das remessas e da sua conformidade ao caput deste artigo.
Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de programa de
computador, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos
respectivos contratos, para que produzam efeitos em relação a terceiros.
Parágrafo único. Para o registro de que trata este artigo, é obrigatória a
entrega, por parte do fornecedor ao receptor de tecnologia, da documentação
completa, em especial do código-fonte comentado, memorial descritivo,
especificações funcionais internas, diagramas, fluxogramas e outros dados
técnicos necessários à absorção da tecnologia.

BRASIL (1998)

Apesar de serem restritos os pontos relativos aos contratos na Lei do


Software, eles remetem a relações comerciais, e, por isto, estão sob o manto dos
requisitos legais na legislação comercial, reforçando que o uso de programa de
computador no País será objeto de contrato de licença. Se não existir licença, o
documento fiscal relativo à aquisição ou o licenciamento de cópia servirá para
comprovação da regularidade do seu uso.

Foi apresentada, ainda, uma maior preocupação com as questões


internacionais com relação aos softwares e seu uso. Esta lei é bastante abrangente,
assim como é a área de software. Atualmente, vimos um novo relacionamento
surgindo, também, em relação aos quesitos legais para todos os meios ligados a
relações eletrônicas.

Para encerrarmos a análise desta lei, continuaremos no próximo subtó-


pico a análise da LS, no qual estudaremos o capítulo que trata das infrações e
das penalidades.

146
TÓPICO 1 — DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

3 INFRAÇÕES E PENALIDADES NA LEI DOS SOFTWARES


Como todo ato infracional tem as suas penalidades conforme a lei, não é
diferente para quem descumpre a Lei nº 9.609. Conheceremos, agora, os artigos
da referida lei e mais detalhes sobre o tema. Todo o Capítulo V da lei do software
(LS) trata das infrações e das penalidades, e já inicia com a definição das penas a
quem a descumpre, como podemos observar a seguir.

CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador:


Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa.
§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de
programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem
autorização expressa do autor ou de quem o represente:
Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa.
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe
à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de
comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com
violação de direito autoral.
§ 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante
queixa, salvo:
I- quando praticados em prejuízo de entidade de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação
instituída pelo poder público;
II- quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal,
perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a
ordem tributária ou contra as relações de consumo.
§ 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo,
ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente
de representação.

BRASIL (1998)

Já no primeiro artigo do capítulo V, são apresentadas as penas que os


culpados podem cumprir. Ao violar os direitos de autorais de programa de
computador, o que é conhecido popularmente como pirataria, a pena é de
detenção de seis meses a dois anos ou multa.

147
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

FIGURA 2 – PIRATARIA DE SOFTWARE

FONTE: <http://versaobeta.confianti.com.br/pirataria-software/>. Acesso em: 28 abr. 2021.

DICAS

Prezado acadêmico, para você conhecer mais sobre pirataria de software e


suas terminologias, temos a seguinte dica de leitura: http://versaobeta.confianti.com.br/
pirataria-software/.

Temos, ainda, no artigo 13, as demais penas para as infrações cometidas a LS.

Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão,


nos casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão
precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias
produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões
e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo
em depósito, reproduzindo ou comercializando.

BRASIL (1998)

No artigo 13, temos que é crime gravar, expor, comercializar ou estocar


programas de computador que estejam em desacordo com a LS.

148
TÓPICO 1 — DIREITO À PROPRIEDADE EM SOFTWARES

Vejamos, na Figura 3, um exemplo de apreensão de material pirata, feito


pela Polícia Civil, demostrando que é crime comercializar ou guardar produtos
fraudulentos e piratas.

FIGURA 3 – APREENSÃO DE MATERIAL PIRATA

FONTE: <https://www.jmais.com.br/policia-civil-faz-operacao-para-combater-pirataria-em-
mafra-e-rio-negro/>. Acesso em: 28 abr. 2021.

Nesse sentido, poderemos verificar na legislação a seguir que o infrator:

Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá


intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com
cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito.
§ 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a
de perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração.

149
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

§ 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá


conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado,
nos termos deste artigo.
§ 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e
apreensão observarão o disposto no artigo anterior.
§ 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos
interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como
confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo
de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras
finalidades.
§ 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e
promover as medidas previstas neste e nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou por
espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos arts. 16, 17 e
18 do Código de Processo Civil.

BRASIL (1998)

Assim, terminamos a análise das três principais leis em voga no país so-
bre as questões de autoria, ressalvando que temos diversas outras leis que devem
ser respeitadas e que complementam o tema para os responsáveis de gestão de
relacionamentos eletrônicos. No próximo subtópico, estudaremos mais alguns
pontos importantes relacionados a estas leis complementares.

Vamos encerrar este tópico e apresentaremos, agora, uma dica sobre o


tema, o resumo do capítulo e os exercícios de fixação.

DICAS

Acadêmico, para mais informações, sugerimos que leia o texto “Lei de Software:
o que sua startup precisa saber sobre ela”, disponível no link: https://contabnet.com.br/blog/
lei-de-software/. Acesso em: 28 abr. 2021.

150
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Nas últimas décadas, vimos o surgimento de propriedades intelectuais relacio-


nadas aos meios eletrônicos, e, atualmente, vemos o universo do conhecimento
humano bastante ampliado, mas temos um lapso que são os “conhecimentos
das máquinas”, que é um outro horizonte do conhecimento humano e que está
em início de evolução e que veremos expansões nos próximos anos.

• A Lei n.o 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, dispõe sobre a proteção da proprie-


dade intelectual de programa de computador e sua comercialização no País, e
é conhecida como a Lei do Software (LS) ou Lei do Programa de Computador.

• O programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de


instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico
de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de
tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos
periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de
modo e para fins determinados.

• Há conceitos mais modernos de elementos ligados as relações eletrônicas


como IA, IOT, SynBio (biologia sintética) etc.

• O contrato de licença de uso de programa de computador, o documento fiscal


correspondente, os suportes físicos do programa ou as respectivas embalagens
deverão consignar, de forma facilmente legível pelo usuário, o prazo de
validade técnica da versão comercializada.

• É comum aos programas de computador no Brasil o contrato de licença de uso.

• Ao violar direitos de autoria de programa de computador, poderão incorrer


em pena de Detenção de seis meses a dois anos ou multa, ou Pena de Reclusão
de um a quatro anos e multa, dependendo do enquadramento na lei de LS.

151
AUTOATIVIDADE

1 (UFCE) O que não pode um desenvolvedor de software fazer a fim de


garantir a propriedade intelectual de sua criação?

a) ( ) Registro de patente.
b) ( ) Copiar em meio eletrônico.
c) ( ) Solicitar registro em cartório.
d) ( ) Imprimir o código fonte e registrar em cartório.
e) ( ) Salvar em mídia física que não possa sofrer alteração.

FONTE: <https://bit.ly/3hvogJv>. Acesso em: 29 abr. 2021.

2 (FAURGS) De acordo com a Lei Federal nº 9.609/1998, quanto à propriedade


intelectual de programas de computadores, é correto afirmar que:

a) ( ) Não há hipótese de proteção de direitos de estrangeiros no Brasil.


b) ( ) O autor não pode proibir o aluguel comercial de sua obra.
c) ( ) A proteção dos direitos independe de registro.
d) ( ) Uma vez publicada a obra, a tutela dos direitos fica assegurada por
prazo indeterminado.
e) ( ) Salvo estipulação em contrário, pertencem ao autor os direitos em pro-
grama desenvolvido por servidor público que tenha vínculo expressa-
mente destinado à pesquisa e desenvolvimento de tais programas.

FONTE: <https://bit.ly/3hvogJv>. Acesso em: 29 abr. 2021.

3 Segundo a Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre a pro-


teção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comer-
cialização no país, e dá outras providências, programa de computador é a
expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural
ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego
necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispo-
sitivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica di-
gital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.
Com base nessas informações, assinale a alternativa INCORRETA:

152
a) ( ) O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de
computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos
autorais e conexos vigentes no País.
b) ( ) Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas
aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor
de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito
do autor de opor-se a alterações não autorizadas, quando estas
impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa
de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.
c) ( ) Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de
computador pelo prazo de cinquenta anos, contados a partir de 1º
de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência
desta, da sua criação.
d) ( ) A proteção aos direitos referentes à propriedade intelectual de
programa de computador depende de registro.
e) ( ) Os direitos atribuídos pela Lei nº 9.609/98 ficam assegurados aos
estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem
do programa conceda, aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no
Brasil, direitos equivalentes.

FONTE: <https://bit.ly/3hvogJv>. Acesso em: 29 abr. 2021.

153
154
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3

DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

1 INTRODUÇÃO

O direito à propriedade intelectual é um direito à criatividade e inovação,


além da garantia a ganhos e ao ressarcimento a essa criatividade. Diante disso,
temos visto um crescimento exponencial de elementos relacionados à internet
(sites, cursos on-line, jogos, livros on-line etc.), assim como programas de
computadores, app de smartfones, entre outros.

Um dos grandes pontos atuais no direito à propriedade está em como


garantir este direito em relação à internet e aos apps de relacionamento, nos
quais vemos a proliferação de informações pessoais, imagens, cópias, referências,
entre outras. Esses acontecimentos geram algumas dúvidas com relação aos
direitos autorais, direitos de imagem e uso de elementos que estão disponíveis
na internet.

Diante disso, Pieritz (2020, p. 5) expõe um gráfico da evolução do número


de usuários da internet, assim como apresenta, também, dados da evolução
referente à forma de acesso dos usuários da internet, dados que são apresentados
nas Figuras 5 e 6 a seguir.

FIGURA 5 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE USUÁRIOS NA INTERNET

FONTE: <https://bit.ly/2T2gI7y>. Acesso em: 6 abr. 2020.

155
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

FIGURA 6 – DISPOSITIVOS PARA ACESSAR INTERNET

FONTE: <https://bit.ly/2T3Mr8q>. Acesso em: 6 abr. 2020.

Estes dois gráficos apresentados por Pieritz (2020) reforçam o crescimento


do uso da internet pela população como um todo. O segundo gráfico, exposto
na Figura 6, representa, ainda, que está mudando a forma de acesso à internet,
migrando do computador para o telefone tipo smartphone, possibilitando um uso
mais universal da internet por todos, e, consequentemente, podemos afirmar que
existe uma maior demanda de informações a serem consumidas pelas pessoas na
internet, e isso tudo gera um problema sobre o direito à propriedade intelectual e
também da imagem utilizada.

Conheceremos, agora, mais alguns elementos importantes relacionados


às questões referentes ao direito à propriedade na internet.

2 MARCO CIVIL DA INTERNET E A PROPRIEDADE


INTELECTUAL
A internet/web é um problema legal para as autoridades instituídas,
principalmente no tocante da responsabilidade em relação à propriedade
intelectual, pois as obras podem facilmente serem copiadas e transmitidas pelos
meios eletrônicos, e não se consegue em uma maioria das vezes cobrar os prejuízos
gerados para ressarcir os direitos autorais aos seus autores.

Por outro lado, também temos a proliferação de uma mesma informação


sob os mais diversos formatos pela web, em que muitas vezes a autoria original
fica diluída em suas diversas transmutações digitais.

156
TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

Temos, ainda, que, na internet, as fronteiras físicas que demarcam os


países deixam de existir e, assim, fica até difícil de controlar as questões legais
sobre o que é publicado nos sites, isso sem contar as questões da Deep Web.

NOTA

Prezado acadêmico, você sabe o que é Deep Web? Aprenderemos rapida-


mente o que é Deep Web com está pequena leitura sobre o tema.

O que é Deep Web?

Entenda o que é e como funciona a Deep Web, parte da internet que não pode ser achada
no Google.

Deep Web (Internet Profunda, em tradução livre) é uma área da Internet que fica
"escondida" e tem pouca regulamentação. O termo ficou mais conhecido no Brasil depois
do massacre de Suzano, em que dois jovens invadiram uma escola, mataram oito pessoas
e depois se suicidaram. A polícia vê indícios de que os assassinos tenham recebido apoio
do Dogolachan, fórum criado em 2013 e que não requer login para participar.

A Deep Web não pode ser acessada por meio de pesquisas em buscadores, como
o Google ou Bing e também não é acessada digitando um endereço em um navegador
comum (Chrome, Firefox, Edge etc). Justamente pela dificuldade de acesso, é usada para o
compartilhamento de conteúdo ilegal, como venda de drogas, pedofilia e violência.
Mas não é só isso. A Deep Web é algo muito maior e não necessariamente ruim. Essa área
da internet também inclui partes privadas de diferentes portais, como o conteúdo da sua
caixa de entrada de e-mail ou de um perfil privado do Facebook. Entenda o que é a internet
profunda e por que ela é, muitas vezes, usada para o mal.

O que é Deep Web?

A Deep Web é formada por milhares de páginas, blogs, vídeos, fóruns e bancos
de dados feitos para ficar ocultos do grande público. Esta é a definição mais simples e
abrangente da Deep Web: a ideia de um conteúdo na internet que é configurado como
privado. Outro ponto importante para definir a internet profunda é o anonimato, já que, em
alguns casos, não é possível saber o IP de um usuário.

A Deep Web não é necessariamente ruim. Esse espaço ajuda a proteger o sigilo
de milhões de pessoas a partir desse “acordo” de segurança. No entanto, a privacidade
garantida aos criadores de conteúdo e quem o acessa atrai criminosos e encoraja a ação
de fóruns e de comunidades, o que resulta na veiculação de conteúdos de ódio ou que
incentivam a prática de crimes. Em geral, espaços como esse na Deep Web são associados
à Dark Web (Internet Obscura, em tradução livre).

Qual é a diferença entre Deep web e Dark Web?

Deep Web e Dark Web são conceitos diferentes, apesar de ser comum encontrá-
los naturalmente associados e, por vezes, tratados como sinônimos. Enquanto a Deep Web
é apenas uma área da internet inalcançável a partir de buscadores, a Dark Web consiste
em páginas, fóruns e comunidades que ocultam seu conteúdo – ou seja, esses sites não

157
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

podem ser acessados por meios convencionais. Em geral, isso é feito por meio do uso
de protocolos de Internet diferentes do HTTP convencional: muitas páginas optam por
endereços tipo “onion” e são acessíveis apenas pelo navegador Tor, por exemplo. Ao se
conectar à internet usando Tor, atividade do usuário é enviada através dessa rede com a
intenção de torná-la anônima.

Tudo isso abre espaço para a criação de canais e comunidades de troca de


informações muito mais anônimas e difíceis de serem monitoradas pelas autoridades, o que
faz da Dark Web uma “terra sem lei” na internet. Esses espaços se tornam, então, atraentes
para ativistas políticos e hacktivistas, jornalistas sob censura ou para a investigações da
polícia. Entretanto, criminosos de todos os tipos também podem tirar proveito dessas
ferramentas praticar crimes, divulgar material pirata, vender dados vazados ou propagar
conteúdo falso, discursos de ódio, racistas, homofóbicos e misóginos.

O famoso caso da Silk Road, por exemplo, consistiu na derrubada de uma loja
virtual de drogas por uma operação do FBI em 2013. Outros sites do tipo são os chamados
"chans": fóruns on-line em que pessoas publicam mensagens anonimamente. Entre os
portais mais famosos estão as comunidades 8chan e Endchan, que reúnem usuários do
mundo todo, e o Dogolachan, fórum brasileiro associado ao massacre na Escola Raul Brasil,
em Suzano.

Como navegar na Deep Web?

A premissa básica de acesso de conteúdos ocultos de buscadores de internet


é conhecimento prévio dos endereços. Como o fórum ou site não é exibido na busca, é
preciso saber a URL de antemão para poder acessá-lo na Deep Web. Já no caso da Dark
Web, o processo é mais trabalhoso, pois as páginas dessa área muitas vezes usam um
protocolo de internet diferente dos navegadores comuns. Assim, é preciso saber instalar e
configurar navegadores como o Tor para acessar as partes ocultas da Internet.

Vale lembrar que os cuidados ao acessar a Deep Web devem ser ainda maiores
do que ao usar a Internet comum. A rede é muito usada para espalhar vírus, que podem
estar escondidos em links aparentemente inocentes, e para o roubo de dados. Por não
ser censurada, ela contém conteúdos que podem ser "pesados demais" para crianças,
adolescente e até adultos que não estão acostumados a lidar com esse tipo de material.

FONTE: GARRETT, F. O que é Deep Web? 2019. Disponível em: https://www.techtudo.com.


br/noticias/2019/03/o-que-e-deep-web.ghtml. Acesso em: 1 maio 2021.

Assim por mais que a legislação dos países busque proteger as proprie-
dades intelectuais, sempre temos o lado “obscuro”, principalmente na internet,
o que complica um pouco mais as questões relacionadas ao cumprimento da lei.

158
TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

FIGURA 7 – DEEP WEB, DARK WEB

FONTE: <https://huntsource.io/cyber-security-dark-web/>. Acesso em: 1 maio 2021.

A dificuldade de definir os limites da internet em termos mundiais é


enorme, mas, mesmo assim, os países estão definindo leis para delimitar este
território, e o Brasil em 2014 promulgou a Lei nº 12.965, que “Estabelece princípios,
garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil”.

Assim, temos o capítulo I da Lei nº 12.965, que é conhecida também como


Marco Civil da Internet, que apresenta todo um conjunto de princípios e conceitos
que delimitaram a internet no Brasil, conforme veremos a seguir.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para


o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria.
Art. 2º A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento
o respeito à liberdade de expressão, bem como:
I - o reconhecimento da escala mundial da rede;
II - os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o
exercício da cidadania em meios digitais;
III - a pluralidade e a diversidade;
IV - a abertura e a colaboração;
V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VI - a finalidade social da rede.

159
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes


princípios:
I - garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de
pensamento, nos termos da Constituição Federal;
II - proteção da privacidade;
III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei;
IV - preservação e garantia da neutralidade de rede;
V - preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede,
por meio de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e
pelo estímulo ao uso de boas práticas;
VI - responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos
termos da lei;
VII - preservação da natureza participativa da rede;
VIII - liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde
que não conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta Lei.
Parágrafo único. Os princípios expressos nesta Lei não excluem outros
previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à matéria ou nos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Art. 4º A disciplina do uso da internet no Brasil tem por objetivo a


promoção:
I - do direito de acesso à internet a todos;
II - do acesso à informação, ao conhecimento e à participação na vida
cultural e na condução dos assuntos públicos;
III - da inovação e do fomento à ampla difusão de novas tecnologias e
modelos de uso e acesso; e
IV - da adesão a padrões tecnológicos abertos que permitam a
comunicação, a acessibilidade e a interoperabilidade entre aplicações e bases
de dados.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - internet: o sistema constituído do conjunto de protocolos lógicos,


estruturado em escala mundial para uso público e irrestrito, com a finalidade
de possibilitar a comunicação de dados entre terminais por meio de diferentes
redes;
II - terminal: o computador ou qualquer dispositivo que se conecte à
internet;
III - endereço de protocolo de internet (endereço IP): o código atribuído
a um terminal de uma rede para permitir sua identificação, definido segundo
parâmetros internacionais;
IV - administrador de sistema autônomo: a pessoa física ou jurídica que
administra blocos de endereço IP específicos e o respectivo sistema autônomo
de roteamento, devidamente cadastrada no ente nacional responsável pelo
registro e distribuição de endereços IP geograficamente referentes ao País;

160
TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

V - conexão à internet: a habilitação de um terminal para envio e


recebimento de pacotes de dados pela internet, mediante a atribuição ou
autenticação de um endereço IP;
VI - registro de conexão: o conjunto de informações referentes à data e
hora de início e término de uma conexão à internet, sua duração e o endereço
IP utilizado pelo terminal para o envio e recebimento de pacotes de dados;
VII - aplicações de internet: o conjunto de funcionalidades que podem
ser acessadas por meio de um terminal conectado à internet; e
VIII - registros de acesso a aplicações de internet: o conjunto de
informações referentes à data e hora de uso de uma determinada aplicação de
internet a partir de um determinado endereço IP.

Art. 6º Na interpretação desta Lei serão levados em conta, além dos


fundamentos, princípios e objetivos previstos, a natureza da internet, seus usos
e costumes particulares e sua importância para a promoção do desenvolvimento
humano, econômico, social e cultural.

BRASIL (2014)

Como você pode ver, o Marco Civil da Internet (MCI) trata, principal-
mente, das questões relacionadas ao usuário, à segurança de dados e ao provedor
de internet e suas relações, mas é importante conhecer estas questões para não
infringir as leis locais.

Recomendamos a leitura da Lei nº 12.965 em sua íntegra, pois nela há


muitos temas correlatos importantes ao seu conhecimento para uma boa gestão
das relações eletrônicas, e nós queremos ressaltar na lei a seguinte condição, que
possui relação com direitos a propriedade intelectual:

Da Responsabilidade por Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por


Terceiros

Art. 18. O provedor de conexão à internet não será responsabilizado


civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e
impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser
responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por
terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para,
no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado,
tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as
disposições legais em contrário.
§ 1º A ordem judicial de que trata o caput deverá conter, sob pena
de nulidade, identificação clara e específica do conteúdo apontado como
infringente, que permita a localização inequívoca do material.

161
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

§ 2º A aplicação do disposto neste artigo para infrações a direitos de


autor ou a direitos conexos depende de previsão legal específica, que deverá
respeitar a liberdade de expressão e demais garantias previstas no art. 5º da
Constituição Federal.
§ 3º As causas que versem sobre ressarcimento por danos decorrentes
de conteúdos disponibilizados na internet relacionados à honra, à reputação
ou a direitos de personalidade, bem como sobre a indisponibilização desses
conteúdos por provedores de aplicações de internet, poderão ser apresentadas
perante os juizados especiais.
§ 4º O juiz, inclusive no procedimento previsto no § 3º, poderá antecipar,
total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial,
existindo prova inequívoca do fato e considerado o interesse da coletividade na
disponibilização do conteúdo na internet, desde que presentes os requisitos de
verossimilhança da alegação do autor e de fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação.

BRASIL (2014)

Como pode-se perceber, até no MCI se busca o cerceamento da questão


legal referente ao direito à propriedade intelectual, conforme podemos ler nos
artigos 18 e 19.

DICAS

Prezado acadêmico, recomendamos a leitura da Lei nº 12.965, que “Estabelece


princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil”, pois existem muitos
detalhes importantes para um gestor de relações eletrônicas. Acesse: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm.

Outrossim, precisamos reforçar que a web é um grande mar de


informações com milhares de sites, páginas de internet e pesquisas feitas todos
os dias e, por isso mesmo é importante a experiência pessoal e o conhecimento
das áreas, principalmente nos assuntos relacionados à questão de autoria e
propriedade intelectual.

162
TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

3 AUTORIAS NA INTERNET
Atualmente, temos uma percepção de que a internet é uma “terra sem
lei”, porém, com as leis que já estudamos, vemos que esta concepção já não é tão
verdadeira assim, pois as leis existem e assim precisamos que a sociedade honesta
e ordeira desenvolva seus trabalhos seguindo os preceitos legais, pois há uma
série de legislações nacionais e internacionais feitas para proteger os usuários nas
redes sociais e outras plataformas, assim como os seus autores.

NOTA

Prezado acadêmico, conforme Pieritz (2020), os custos causados pelos crimes


digitais em termos mundiais são enormes, e o FBI estima que os crimes cibernéticos nos
territórios americanos gerem um prejuízo de USD$3,5 bilhões por ano. As perdas por
direitos autorais e pirataria também são enormes, como podemos ler em:

Os produtos pirateados são considerados todos aqueles que possuem a reprodução, venda
ou distribuição sem a devida autorização e o pagamento dos direitos autorais. Qualquer
espécie de falsificação se enquadra em crime, seja de forma direta ou indireta.

Normalmente, os produtos pirateados são adquiridos pela facilidade e pelo baixo preço,
mas, segundo a FIRJAN (Federação de Indústrias do Rio de Janeiro) mais de R$ 40 bilhões
de impostos deixam de ser arrecadados por ano e, em média, 2 milhões de empregos
formais foram perdidos. Só no setor têxtil, a pirataria contribui para um prejuízo anual de R$
1,56 bilhão. Para se ter uma ideia de quão grande é este mercado informal, no setor musical,
por exemplo, existem cinco CDs piratas para cada original posto à venda.

FONTE: <https://bit.ly/3r6meT9>. Acesso em: 2 maio 2021.

Há um grande volume de informações, livros (e-book), músicas, filmes/


vídeos baixados diariamente da internet e que não obedecem às normas e nem
pagam os direitos autorais aos que de direito merecem. Fora os pontos relacionados
a plagio, cópias etc. que são pontos importantes que precisamos tomar cuidado
quando somos responsáveis pela gestão dos relacionamentos eletrônicos de uma
empresa ou negócio eletrônico.

Precisamos nos atentar a todos os parâmetros das relações eletrônicas,


principalmente quando utilizados na internet para não infringirmos às questões
legais e de direito à propriedade, principalmente por deslizes como o plágio, uso
indevido de imagens, fotografias, vídeos, músicas etc.

163
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

FIGURA 8 – SITE DA AMAZON (EXEMPLO DE SITE)

FONTE: <https://amzn.to/3yDhVkT>. Acesso em: 2 maio 2021.

A Figura 8 apresenta como exemplo o site da Amazon, empresa de


e-commerce, site em que temos muitos dos elementos estudados até o presente
momento, pois as questões relacionadas ao direito de propriedade devem ser
obedecidas pelo site no fornecimento de livros físicos, nos e-books, nas músicas
ofertadas, e em todos os produtos que a empresa apresenta dentro dos limites da
lei brasileira e internacional, como a lei de software, lei de direitos autorais, lei de
propriedade intelectual, o Marco Civil da Internet (MCI), Lei Geral de Proteção
de Dados, entre outras.

Precisamos entender que, neste meio eletrônico, deve-se garantir


a segurança legal do meio que estamos trabalhando, assim como garantir
a segurança dos usuários e consumidores e todos os direitos autorais e de
propriedade industrial devidos conforme a legislação pertinente.

Apresentamos, a seguir, os principais pontos a serem observados com


relação à propriedade intelectual em ambientes eletrônicos, seja um site, programa
de computador ou internet etc.:

1. Autoria e originalidade dos textos;


2. Direitos autorais dos materiais;
3. Direitos autorais das músicas e vídeos;
4. Licença de uso de programas de computador;
5. Licença de uso dos APPs e softwares utilizados;
6. Plagio;
7. Domínios e sites;
8. Em e-commerce, cuidado com produtos piratas;
9. Proteção de dados dos usuários e consumidores;
10. Cookies;
11. Integração de plataformas de uso;

164
TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

12. Vírus e outros problemas digitais;


13. Relacionamento com clientes (cuidar para não virar abusivo ou
invasivo demais);
14. Promessas ilusórias ou milagrosas demais nas postagens;
15. Informações sem embasamento (teórico, fofocas, critérios científicos/
legais/lógicos/etc.), entre outros.

Muitas vezes, em nosso trabalho digital (meios eletrônicos), abusamos


de algum desses pontos listados anteriormente, o que poderá gerar problemas
ao negócio, portanto, pedimos atenção, pois o assunto é sério e poderá gerar
consequências danosas ao negócio.

FIGURA 9 – PÁGINA YOUTUBE

FONTE: <https://www.youtube.com/>. Acesso em: 2 maio 2021.

Observemos a Figura 9, na qual foi feito um acesso ao YouTube, em que


temos figuras, fotografias de celebridades, acesso a músicas, ao personage’m
do Mauricio de Souza, jogos etc. Em cada uma destas situações, temos diversos
fatores que podem gerar problemas legais, e, por isso mesmo, o software de
controle do YouTube deve monitorar todas as postagens para que não firam a sua
política e as questões legais em cada país em que o site se encontra disponível.

165
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

E
IMPORTANT

DIREITO AUTORAL: O QUE VOCÊ PODE E O QUE NÃO PODE COPIAR NA INTERNET

Nem tudo o que está disponível na internet pode ser usado livremente. Mas
nem tudo é proibido. Para entender o que é permitido e o que não é, primeiro é preciso
conhecer algumas premissas do direito autoral. A definição informal registrada na
Wikipédia é esta:
“Direito autoral é um conjunto de prerrogativas conferidas por lei à pessoa física
ou jurídica criadora de uma determinada obra intelectual, para que ela possa usufruir de
quaisquer benefícios morais e patrimoniais resultantes da exploração de suas criações”.
O direito autoral se aplica a uma enorme variedade de criações. Abrange conteúdos,
imagens e vídeos criados por quem produz conteúdo para marcas, por exemplo. Mas se
aplica também a criações artísticas. A Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus)
inclui na lista criações como textos, livros, pinturas, músicas e outras.
No Brasil, a Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, normatiza os direitos autorais. O
problema é que, na era da internet, a utilização indevida – como a cópia de imagens sem
permissão do autor – é frequente. Isso trouxe para a rotina dos produtores de conteúdo
uma preocupação que antes, na era off-line, era mais esporádica. E trouxe a reboque a
preocupação de se criar conteúdo sem cometer deslizes legais.
Há diferentes tipos de licença mais comuns no mercado brasileiro, como as
listadas abaixo pela revista Superinteressante e pelo site Mestre do AdWords.
Copyright: definido pela expressão “todos os direitos reservados”, indica que todos
os direitos relativos àquela obra, como reprodução, alteração, distribuição e comercialização,
pertencem ao seu criador ou editor e só podem ser utilizados com sua autorização.
Rights-managed: é uma licença mais rígida que o Copyright. Além de demandar
autorização do autor, impõe diretrizes específicas de uso. Por exemplo, uma determinada
imagem só pode ser usada no contexto de causas em prol do meio-ambiente.
Royalty Free: diferente do que o nome pode sugerir, o Royalty Free é uma licença
paga. Você compra, portanto, a imagem, mas pode usá-la livremente, e quantas vezes
desejar. É a isso que se refere o termo “free” (livre, em português) do nome.
Copyleft: é o oposto do Copyright. A obra permite que qualquer pessoa use, copie
e altere livremente a obra. O nome foi criado pela Fundação Software Livre e faz uma
brincadeira com o Copyright – pois, em inglês, “right” significa direita e “left, esquerda”.
Domínio público: 70 anos após a morte do criador, uma obra passa a ser de
domínio público. Ou seja, qualquer pessoa pode reproduzi-la ou mesmo comercializá-la
sem pagar nada a ninguém. O governo mantém no ar o site Domínio Público, que lista
essas obras.
Alguns direitos reservados: a expressão é autoexplicativa. Na verdade, quem define
quais utilizações podem ser feitas é o próprio autor. Essencialmente, existem quatro tipos
de permissão:
Atribuição: qualquer um pode usar, desde que cite o autor. Muitas vezes, no
ambiente online, o autor requer que um link seja criado direcionando para a página ou
peça original. As imagens gratuitas em bancos de imagens normalmente estão sob esse
tipo de licença.
Recombo: a obra ou peça pode ser não apenas utilizada, mas também modificada.
Por exemplo, você pode editar cores de uma imagem e inserir efeitos e outras imagens
dentro dela.
Não-comercial: a obra ou peça pode ser usada livremente, mas não para fins
comerciais. Por exemplo, pode ilustrar um post, mas não um banner publicitário.

166
TÓPICO 2 — DIREITO À PROPRIEDADE E INTERNET

Compartilhar pela mesma licença: a obra pode ser reutilizada desde que respeitado
o seu objetivo inicial. Por exemplo, se uma foto está liberada para uso não comercial, você
pode veiculá-la em seu site pessoal, mas não em um livro que será vendido.
O tipo de licença “Alguns direitos reservados” responde também pelo nome de
Creative Commons, um projeto de licenciamento global lançado em dezembro de 2002.
Na definição do site Overmundo, o Creative Commons permite que criadores intelectuais
possam gerenciar diretamente os seus direitos, autorizando alguns usos sobre sua criação
e vedando outros.
Há seis grandes formas de usar: “Atribuição”, “Compartilha Igual”, “Não-Comercial”
e “Sem Derivações”, além da combinação entre duas delas. A Wikipédia apresenta uma
tabela que especifica quando usar cada uma. Essa condição varia conforme as permissões
concedidas pelo autor. Podem prever uso não comercial, uso com modificação etc., mas
todas elas convergem num ponto: a atribuição do autor é sempre obrigatória.

MEDEIROS, G. Direito autoral: o que você pode e o que não pode copiar na internet.
Disponível em: https://blog.dino.com.br/direito-autoral-o-que-voce-pode-e-o-que-nao-
pode-copiar-na-internet/. Acesso em: 3 maio 2021.

167
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A forma de acesso à internet está migrando do computador para o telefone tipo


smartphone, possibilitando um uso mais universal da internet por todos.

• Uma maior demanda de informações a serem consumidas pelas pessoas na


internet tem gerado um problema sobre o direito à propriedade intelectual
e quanto ao uso de imagem, além de muitos problemas de invasão da
privacidade pessoal.

• A internet/web é um problema legal para as autoridades instituídas, principal-


mente no tocante da responsabilidade em relação à propriedade intelectual.

• As obras podem facilmente ser copiadas e transmitidas pelos meios eletrôni-


cos, e não se consegue em uma maioria das vezes cobrar os prejuízos gerados
para ressarcir os direitos autorais aos seus autores.

• A Deep Web não pode ser acessada por meio de pesquisas em buscadores,
como o Google ou Bing e, também, não é acessada digitando um endereço em
um navegador comum (Chrome, Firefox, Edge etc.). pela dificuldade de acesso
a Deep Web, ela tem sido usada para o compartilhamento de conteúdo ilegal,
como venda de drogas, pedofilia e violência etc.

• Um ponto importante na Internet Profunda é o anonimato, já que, em alguns


casos, não é possível saber o IP de um usuário.

• O Brasil em 2014 promulgou a LEI nº 12.965, que “Estabelece princípios,


garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil”, a qual também
é conhecida como Marco Civil da Internet, que traz todo um conjunto de
princípios e conceitos que delimitam o uso da internet no Brasil.

• O provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por


danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.

• O volume de informações, livros (e-book, PDFs), músicas, filmes e vídeos


baixados diariamente da internet e que não obedecem às normas e nem pagam
os direitos autorais aos que de direito merecem tem crescido nos últimos anos.

• O plágio, cópias etc. são pontos importantes que precisamos tomar cuidado
quando somos responsáveis pela gestão dos relacionamentos eletrônicos de
uma empresa ou negócio eletrônico.

168
• Nem tudo o que está disponível na internet pode ser usado livremente. Mas
nem tudo é proibido.

• Copyright é definido pela expressão “todos os direitos reservados”, indica


que todos os direitos relativos àquela obra, como reprodução, alteração,
distribuição e comercialização, pertencem ao seu criador ou editor e só podem
ser utilizados com sua autorização.

• Rights-managed é uma licença mais rígida que o Copyright. Além de deman-


dar autorização do autor, impõe diretrizes específicas de uso. Por exemplo,
uma determinada imagem só pode ser usada no contexto de causas em prol
do meio-ambiente.

• 70 anos após a morte do criador, uma obra passa a ser de domínio público. Ou
seja, qualquer pessoa pode reproduzi-la ou mesmo comercializá-la sem pagar
nada a ninguém. O governo mantém no ar o site Domínio Público, que lista
essas obras.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

169
AUTOATIVIDADE

1 O legislativo Brasileiro promulgou no ano de 2014 a Lei nº 12.965, que


“Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet
no Brasil” a qual também é conhecida como Marco Civil da Internet, que
traz todo um conjunto de princípios e conceitos que delimitam o uso da
internet no Brasil. Com relação ao fundamento o respeito à liberdade de
expressão apresentadas na Lei nº 12.965, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) I - o reconhecimento da escala mundial da rede; II - os direitos humanos,


o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em
meios digitais; III - a pluralidade e a diversidade.
b) (   ) I - o reconhecimento da escala mundial da Deep Web; II - os direitos
humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da
cidadania em meios digitais são aceitos parcialmente na web; III - a
pluralidade e a diversidade.
c) (   ) I - o reconhecimento da escala mundial da Deep Web; II - os direitos
humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da
cidadania em meios digitais; III - a pluralidade e a diversidade são
limitadas na web.
d) (   ) I - o reconhecimento da escala mundial da Dark Web; II - os direitos
humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da
cidadania em meios digitais são aceitos parcialmente na web; III - a
pluralidade e a diversidade somente são aceitos na Deep Web.

2 O plágio e as cópias são pontos importantes para um gestor de


relacionamento eletrônico que é responsável de uma empresa ou negócio
eletrônico, havendo diversos pontos importantes a serem observados
principalmente com relação à propriedade intelectual em ambientes
eletrônicos, seja um site, programa de computador ou internet etc. Com
relação à Legislação e à propriedade intelectual em ambientes eletrônicos
o gestor de relações eletrônicas deve se atentar aos seguintes elementos,
assinale a opção CORRETA:

a) ( ) Autoria e originalidade dos textos; Direitos autorais dos materiais; Di-


reitos autorais das músicas e vídeos; Licença de uso de programas de
computador; Licença de uso dos APPs e softwares utilizados; Plágio.
b) (   ) Autoria e originalidade dos textos; Direitos sazonais dos materiais;
Direitos sazonais das músicas e vídeos; Licença de uso de programas
de computador; uso livre dos APPs e softwares utilizados; permissão
de cópia sem citar fonte.

170
c) (   ) Autoria e originalidade dos textos; Direitos sazonais dos materiais;
Direitos autorais das músicas e vídeos; Licença de uso de programas
de computador; Licença de uso dos APPs e softwares utilizados;
permissão de cópia sem citar fonte.
d) (   ) Preferencialmente uso de textos copiados de terceiros; Não uso de
Direitos autorais dos materiais; Não há necessidade de Direitos autorais
das músicas e vídeos; Licença de uso de programas de computador;
uso livre dos APPs e softwares utilizados; Plágio.

171
172
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3

LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS


E CONCLUSÃO

1 INTRODUÇÃO

Estamos iniciando o nosso último tópico deste livro didático e ainda


temos alguns assuntos importantes a serem tratados, como as questões legais
relacionadas ao plágio, direitos de imagem e, também, falaremos sobre a Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A propriedade intelectual é muito importante ao gestor de relações


eletrônicas, pois é comum ele desenvolver seus trabalhos com empresas de
software e APP, ou com e-commerce, em que são vendidos produtos que não podem
ser piratas, devido às leis de propriedade industrial, ou, ainda, para a venda de
livros físicos ou e-book. Temos, ainda, a questão de treinamentos, universidades
de Ensino a Distância (EaD), sites etc.

São muitos os detalhes que um profissional da área de negócio eletrônico


precisa se atentar para não infringir as leis, e se a sua atuação é internacional, é
necessário atender também às leis específicas de cada país.

FIGURA 10 – INTERNET GLOBAL, NEGÓCIOS MUNDIAIS

FONTE: O autor

173
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Cada vez mais precisamos desenvolver os negócios digitais pensando nas


questões globais, e, por isso, mesmo precisamos de profissionais especializados
em relações eletrônicas e que estejam familiarizados com questões específicas
de propriedade intelectual, ressalvando-se que cada país possui legislações
específicas. Ademais, deve-se ter bem definido o nosso público-alvo, e, de acordo
com o público, desenvolver as estratégias de negócio. Contudo, as legislações são
um dos principais pontos que precisamos nos atentar.

Mesmo que o seu negócio seja local, na internet, ele possui alcance global,
e precisamos ficar atentos a questões legais. Alguns dos principais problemas são
a propriedade intelectual e autoral, o plágio e a proteção dos dados dos usuários.

Vamos, agora, conhecer as questões legais referente ao plágio no Brasil.

2 AS QUESTÕES LEGAIS SOBRE O PLÁGIO


Um dos grandes problemas atuais referente à criação e escrita de artigos e
materiais na internet está na questão do plágio, ou seja, copiar as ideias, frases e
até materiais completos sem citar a fonte ou a origem do material.

Podemos definir plágio conforme Dicio (2021, s.p.), como:

plágio
Significado de Plágio
substantivo masculino
Ação ou efeito de plagiar, de expor ou de mostrar uma obra intelectual
de outra pessoa como se fosse de sua própria autoria.
[Jurídico] Apresentação que alguém faz de algo, como se fosse de
própria autoria, quando na verdade foi criado ou pertence a outrem;
cópia, imitação: plágio de um livro, trecho de música, de uma pintura
etc.
Etimologia (origem da palavra plágio). Do grego plágios.a.on.
Sinônimos de Plágio
Plágio é sinônimo de: plagiato, contrafacção, imitação, cópia.

Pelo conceito apresentado acima retirado do dicionário on-line Dicio


(2021), você pode ver que o plágio no ambiente virtual é um ato mais comum do
que se imagina.

Quando falamos de internet, o problema de plágio é mais difícil de ser


verificado, pois é uma prática geralmente identificada em blogs pessoais, os quais
se utilizam da cópia de textos e, geralmente, não dão os devidos créditos ao autor,
já que não há uma forma de identificar a origem do conteúdo, assim, é difícil de
identificar o verdadeiro autor daquele texto.

174
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

DICAS

Prezado acadêmico, deixamos como dica alguns materiais para aprofundar


mais seu aprendizado no que tange ao plágio. Este material está publicado na Biblioteca
Virtual do Ministério da Saúde conforme o link a seguir: https://bit.ly/3k1A6fP.

LIVRO PLÁGIO ACADÊMICO

FONTE: <https://bit.ly/3k1A6fP>. Acesso em: 4 maio 2021.

Outra dica para se aprofundar no assunto, está no material da Uniasselvi sobre Metodolo-
gia Científica, no qual você encontrará mais informações sobre este tema.

LIVRO METODOLOGIA CIENTÍFICA

FONTE: Frainer, (2020, capa)

175
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Apresentamos, a seguir, a íntegra das principais leis que se referenciam


ao plágio para o seu conhecimento: Código Penal: Crime de Violação aos
Direitos Autorais na Lei no 10.695, de 1º de julho de 2003. Sobre alteração no
Código Penal Brasileiro”.

Art. 1o O art. 184 e seus §§ 1o, 2o e 3o do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de


dezembro de 1940, passam a vigorar com a seguinte redação, acrescentando-se
um § 4o:
"Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito


de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do
artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os
represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto


ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire,
oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete
ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização
dos titulares dos direitos ou de quem os represente.

§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo,


fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de
lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os
represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de


exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em
conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a
cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado
do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto". (NR)

Art. 2o O art. 186 do Decreto-Lei no 2.848, de 1940, passa a vigorar com


a seguinte redação:
"Art. 186. Procede-se mediante:
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;

176
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o


e 2o do art. 184;
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em
desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público;
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes
previstos no § 3o do art. 184". (NR)

BRASIL (2003)

Deve ficar claro que praticar plágio é um crime federal, por isso, todo o
cuidado é pouco neste quesito.

Um dos principais pontos para não se configurar plágio está na questão


de citação e referenciação conforme as normas estipuladas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), então, devemos seguir o que diz a
norma para não incorrermos em plágio.

DICAS

Prezado acadêmico, como são diversos detalhes para se fazer um


referenciamento de material conforme a ABNT, você pode consultar o tema no seguinte
link: https://www.normasabnt.org/referencias-abnt/.

O referido site traz as regras de referência conforme a Norma Brasileira (NBR) 6023,
da ABNT.

ABNT

FONTE: <https://www.normasabnt.org/>. Acesso em: 5 maio 2021.

177
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

3 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)


Percebe-se, pelo senso comum, que a maioria dos profissionais que irão
trabalhar com relações eletrônicas, terão uma preocupação a mais que é a questão
da proteção dos dados dos usuários e clientes dos sites ou APPs.

Apesar de não ser um tema específico de autoria ou de direito de


propriedade intelectual, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é de suma
importância para o negócio digital. Por isso, apresentaremos, também, neste livro
didático, informações sobre a LGPD.

A Lei n.º 13.709, de 14 de agosto de 2018, a qual dispõe sobre a proteção


de dados pessoais e altera a Lei n.º 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil
da Internet), é conhecida como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, em
que temos:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive


nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e
de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.

Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de interesse


nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

BRASIL (2018)

Como você pôde ver neste primeiro artigo, fica garantida a proteção dos
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, e, assim, o gestor ou responsável
pelas relações eletrônicas deve ter uma atenção especial neste quesito. A segurança
dos dados pessoais é fundamental para o sucesso de um negócio na internet, pois
ninguém quer ter seus dados pessoais vazados.

Apesar de não haver uma associação direta entre direito de propriedade


intelectual e os dados dos usuários na internet, a associação entre eles e o usuário
é, muitas vezes, subjetiva. Os meios eletrônicos e seus gestores precisam estar
atentos a estes dois elementos importantes ao usuário.

Assim, temos no artigo 2 da LGPD os fundamentos que regem a lei,


apresentados a seguir.

178
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como


fundamentos:

I - o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de
opinião;
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a
dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.

BRASIL (2018)

Precisamos entender que, quando levamos aos meios digitais o


desenvolvimento econômico, tecnológico e a inovação; além de fomentar a
livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; estaremos sim
trabalhando estratégias que impreterivelmente façam uso de materiais de
terceiros, publicações de terceiros, ou produtos a serem comercializados de
terceiros, ou, ainda, publicações que citaremos de terceiros, sendo que, assim,
precisamos referenciar conforme apresentado no tópico anterior, além de termos
todo o cuidado possível em relação a propriedades intelectuais.

Um outro ponto importante para nós gestores de relações eletrônicas


está no apresentado nos Artigos 3 e 4 da LGPD, os quais nos trazem o limite da
atuação da lei, conforme descrito a seguir.

Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento realizada


por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
independentemente do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam
localizados os dados, desde que:
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento
de bens ou serviços ou o tratamento de dados de indivíduos localizados no
território nacional; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência.
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no
território nacional.

§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados pessoais


cujo titular nele se encontre no momento da coleta.

§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamento de


dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.

179
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:

I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente particulares e


não econômicos;
II - realizado para fins exclusivamente:

a) jornalístico e artísticos; ou

b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 desta Lei;

III - realizado para fins exclusivos de:

a) segurança pública;

b) defesa nacional;

c) segurança do Estado; ou

d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou

IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam objeto


de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes de tratamento
brasileiros ou objeto de transferência internacional de dados com outro país
que não o de proveniência, desde que o país de proveniência proporcione grau
de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.

§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será re-


gido por legislação específica, que deverá prever medidas proporcionais e
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, observados
o devido processo legal, os princípios gerais de proteção e os direitos do
titular previstos nesta Lei.

[...]

§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso III do


caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em procedimentos
sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que serão objeto de informe
específico à autoridade nacional e que deverão observar a limitação imposta no
§ 4º deste artigo.

[...]

§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou recomendações


referentes às exceções previstas no inciso III do caput deste artigo e deverá
solicitar aos responsáveis relatórios de impacto à proteção de dados pessoais.

180
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

[...]

§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco de


dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser tratada por
pessoa de direito privado, salvo por aquela que possua capital integralmente
constituído pelo poder público. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019).

BRASIL (2018)

Conhecer estes limites apresentados nos artigos 3° e 4° da LGPD nos


remete aos limites de atuação dos meios eletrônicos no país, devendo-se assim
o gestor também cuidar em relação a alcance internacional e as leis locais
nesta situação.

DICAS

Prezado acadêmico, como o nosso foco aqui é a questão da propriedade


intelectual, trouxemos a LGPD como um adendo e recomendamos a leitura desta lei
em sua íntegra por você, pois é muito importante conhecê-la para o bom exercício da
profissão. Você poderá acessar a lei na íntegra no seguinte sítio: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm.

FONTE: <https://bit.ly/3wxw6GF>. Acesso em: 5 maio 2021.

181
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Vale ressaltar o capítulo V da LGPD, que trata da transferência interna-


cional de dados, e o capítulo VII, que trata da segurança e as boas práticas, claro
que elas tratam sobre a proteção dos dados, mas também servem para todo o
material utilizado e postado nos meios eletrônicos.

Gostaríamos de trazer aqui, ainda, um trecho da lei da LGPD que faz


parte do capítulo VII e trata das Boas Práticas e da Governança, um tema
recorrente nos meios eletrônicos e de grande importância aos gestores.

Assim a LGPD escreve sobre as boas práticas, conforme será apresentado


a seguir.

Seção II
Das Boas Práticas e da Governança

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas


competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente ou por
meio de associações, poderão formular regras de boas práticas e de governança
que estabeleçam as condições de organização, o regime de funcionamento,
os procedimentos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas
de segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos
envolvidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos
de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
tratamento de dados pessoais.

§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o operador


levarão em consideração, em relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o
escopo, a finalidade e a probabilidade e a gravidade dos riscos e dos benefícios
decorrentes de tratamento de dados do titular.

§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII do


caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, a escala e o
volume de suas operações, bem como a sensibilidade dos dados tratados e a
probabilidade e a gravidade dos danos para os titulares dos dados, poderá:

I - implementar programa de governança em privacidade que, no


mínimo:

a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar processos


e políticas internas que assegurem o cumprimento, de forma abrangente, de
normas e boas práticas relativas à proteção de dados pessoais;

b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que estejam sob


seu controle, independentemente do modo como se realizou sua coleta;

182
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas operações,


bem como à sensibilidade dos dados tratados;

d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em processo


de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacidade;

e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o titular, por


meio de atuação transparente e que assegure mecanismos de participação do
titular;

f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e estabeleça e


aplique mecanismos de supervisão internos e externos;

g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e

h) seja atualizado constantemente com base em informações obtidas a


partir de monitoramento contínuo e avaliações periódicas;

II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança em


privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da autoridade nacional
ou de outra entidade responsável por promover o cumprimento de boas
práticas ou códigos de conduta, os quais, de forma independente, promovam
o cumprimento desta Lei.

§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser publicadas


e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas e divulgadas pela
autoridade nacional.

Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões técnicos


que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pessoais.

BRASIL (2018)

Como você pode ver, apesar de o foco ser a proteção dos dados dos
usuários e consumidores, esta seção da LGPD pode muito bem ser relacionada a
todas as atividades relacionadas à gestão eletrônica e a todos os meios conexos.

DICAS

Prezado acadêmico, para você aprender um pouco mais sobre o tema


governança, será apresentado um outro assunto também importante para as instituições
que é o compliance, assim, indicamos leituras relacionadas a Governança e Compliance

183
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

para ampliar o seu conhecimento deste assunto tão importante para as instituições
relacionadas a negócios eletrônicos. Entenderemos, então, o significado de compliance,
conforme Perez e Brizoti (2016, p. 8 apud Pieritz, 2020, p. 13):

[...] conjunto de processos e atividades de controle, fundamentados em


diretrizes (guidelines), que ao longo do tempo (mais de 20 anos) tem
evoluído, para atender às necessidades da “Governança Corporativa”
no cumprimento de suas missões, bem como no atendimento às
melhores práticas de mercado, as determinações de regulação e
principalmente dos requerimentos legais, no cumprimento das Leis e
Regulamentos nacionais e internacionais.

COMPLIANCE

FONTE: Pieritz (2020)

Seguem três sites que trazem mais informações sobre o tema e que são importantes para
o seu conhecimento e domínio:

• https://deps.com.br/governanca-corporativa-e-compliance-voce-entende-as-
diferencas/.
• https://blog.neoway.com.br/governanca-corporativa-e-compliance/.
• https://clickcompliance.com/governanca-corporativa-compliance-sao-iguais/.
GOVERNANÇA CORPORATIVA X COMPLIANCE

FONTE: <https://bit.ly/3yI4ArC>. Acesso em: 5 maio 2021.

184
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

Espero que você tenha visto a importância deste tema de proteção de


dados para você na área de relações eletrônicas, por isso, atente-se a esses pontos
no seu trabalho, pois, como você viu e estudou aqui, estamos falando de leis que
devemos seguir para não incorrermos em crime, evitando, assim, problemas ao
seu negócio.

4 SITUAÇÕES ESPECIAIS EM RELAÇÕES ELETRÔNICAS


RELACIONADA ÀS PROPRIEDADES INTELECTUAIS
Analisando e refletindo sobre as propriedades intelectuais em relação ao
seu trabalho e ao negócio, pode-se perceber que tudo que é exposto em meios
eletrônicos tem relação com algum tipo de propriedade intelectual, ou seja, está
relacionada a produtos (propriedade industrial), ou autoria (alguém é o autor
do que está escrito, seja em um site, seja em um anúncio ou em uma opinião).
Temos, ainda, que os sites de forma geral ainda usam de cookies para melhorar a
nossa experiência de navegação, mas que, dessa forma, acabam pegando dados
do usuário.

FIGURA 11 – COOKIES

FONTE: O autor

Um ponto muito importante que também queremos destacar é que,


devido à grande variedade de interações e de modelos de negócios eletrônicos
existentes, não há uma regra geral e única a ser seguida, por isso, qualquer
negócio precisa ajustar os elementos necessários da legislação ao seu padrão, mas
sempre seguindo a lei.

A verdade é que a lei é seguida, porém, utilizam-se os parâmetros de


apresentação de seu negócio.

A própria situação citada sobre compliance e governança é um quesito


muito importante a ser trabalhado nos meios eletrônicos, e um tema importante
são questões relacionadas ao direito autoral e de propriedade.

185
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Uma dica importante para você é conhecer e utilizar o Creative


Commons (CC), que é uma organização mundial com atuação no Brasil, a qual
desenvolve um trabalho muito interessante na área de propriedade intelectual,
principalmente nos meios eletrônicos.

DICAS

Prezado acadêmico, para você conhecer mais sobre o Creative Commons


(CC), trazemos a transcrição do próprio site deles explicando o que é o CC, a seguir.

FONTE: <https://br.creativecommons.net/faq/>. Acesso em: 6 maio 2021.

1 O que é o CC?
O que é Creative Commons (CC)?

O Creative Commons (CC) é uma organização mundial sem fins lucrativos que visa
promover o compartilhamento do conhecimento e da criatividade como forma de
transformação social.

O Creative Commons se notabilizou mundialmente pelas suas licenças de direito autoral,


que ajudam: 1) aqueles que buscam incentivar a reutilização de suas obras, oferecendo-as
para uso público sob condições generosas e padronizadas; aqueles que querem fazer usos
criativos de obras alheias; e 2) aqueles que desejam se beneficiar dessa simbiose.

A nossa visão é ajudar as pessoas a realizarem o potencial máximo da internet. O CC


possui afiliados ao redor do mundo que ajudam a garantir que nossas licenças funcionem
internacionalmente e a aumentar a conscientização sobre o nosso trabalho.

Embora o Creative Commons seja mais conhecido por suas licenças, nosso trabalho
ultrapassa o fornecimento de licenças de direito autoral.

Para atingir a sua missão, o Creative Commons atualmente:

• Disponibiliza licenças Creative Commons e ferramentas de domínio público que dão a


todas as pessoas e organizações do mundo uma forma livre, simples e padronizada de
conceder permissões de direitos autorais para obras criativas e acadêmicas; assegurar a
atribuição adequada; e permitir que outros copiem, distribuam e façam uso dessas obras.
• Trabalha estreitamente com instituições e governos para criar, adotar e implementar o
licenciamento aberto e assegurar a utilização correta das licenças CC e dos conteúdos
licenciados CC.
• Apoia a CC Global Network, uma iniciativa comunitária que trabalha para aumentar
o volume, a amplitude e a qualidade do conhecimento disponível abertamente em
todo o mundo.
• Dirige a Open Covid Pledge, que apela às organizações de todo o mundo a
disponibilizarem livremente as suas patentes e direitos de autor na luta contra a
pandemia da COVID-19.
• Desenvolve tecnologias como a CC Search que torna o material abertamente licenciado
mais fácil de descobrir e utilizar.

186
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

• Oferece o Certificado Creative Commons, um curso aprofundado para pessoas


interessadas em tornar-se especialistas na criação e no envolvimento com obras
abertamente licenciadas.
• Organiza o CC Summit, um evento anual que reúne um grupo internacional de
educadores, artistas, especialistas em tecnologia, profissionais jurídicos e ativistas para
promover o licenciamento e o acesso aberto.
• Apoia globalmente a educação aberta e as comunidades GLAM (galerias, bibliotecas,
arquivos e museus).
• Defende o uso instrumental do direito autoral para compartilhar conhecimento,
criatividade e cultura, inclusive por meio da reforma das legislações.

Como você pôde ler acima, é um trabalho bem interessante na área de propriedade
intelectual com foco na internet. Recomendamos acessar ao site da CC para maiores
informações e esclarecimentos sobre o tema: https://br.creativecommons.net/. Acesso em:
25 jun. 2021.

SITE DA CREATIVE COMMONS (CC) NO BRASIL

FONTE: <https://br.creativecommons.net/>. Acesso em: 6 maio 2021.

E, para encerrarmos esta unidade, apresentamos a Figura 12, que foi


trazida de um material muito interessante de Carboni (2020, p. 2), publicado
no STF, no qual se expõe que, conforme a legislação, o campo da técnica e o
campo estético são propriedades intelectuais, mas as ideias, sistemas e métodos,
apesar de serem criatividades pessoais, não são registradas legalmente como
propriedades intelectuais que possam auferir direitos aos seus autores, pelo menos
não atualmente, conforme a lei de propriedade autoral estudada anteriormente.

187
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

FIGURA 12 – PROPRIEDADE INTELECTUAL EM AMBIENTES DIGITAIS

FONTE: Carboni (2021, p. 2)

Carboni (2021) ainda apresenta sucintamente, conforme o Artigo 7º da


Lei no 9.610/98, os principais elementos utilizados na internet que possuem os
Direitos protegidos pela legislação, os quais apresentamos na Figura 13.

FIGURA 13 – ELEMENTOS PROTEGIDOS DE USO COMUM NA INTERNET

FONTE: Carboni (2021, p. 3)

Trouxemos estas informações apresentadas por Carboni, pois como você


poderá atentar, tudo o que estudamos sobre a Lei do Direito Autoral, mais a
LGPD, Lei do software, estão culminados neste resumo apresentado pelo autor.

188
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

DICAS

Prezado acadêmico, deixamos como uma última dica o material do Carboni


(2021), o qual está disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/sijed/08.pdf. Acesso em:
25 jun. 2021.

E para encerrarmos este tema tão importante para um gestor de relações


eletrônicas, gostaríamos de deixar a dica de mais algumas leis que estão
relacionadas ao tema propriedade intelectual e que não abordamos neste livro
didático, mas que, dependendo da área de atuação de seu negócio, pode ser que
você venha a necessitar fazer uma consulta.

Segue a lista de indicações:

Propriedade Intelectual

• Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 – Regula os direitos e obrigações relativos


à Propriedade Intelectual.

• Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 – Altera, atualiza e consolida a legislação


sobre direitos autorais e dá outras providências.

• Decreto nº 2.553, de 16 de abril de 1998 – Regulamenta os artigos 75 e 88 a 93


da lei 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula direitos e obrigações relativos à
propriedade industrial.

• Decreto n° 3.201, de 6 de outubro de 1999 – Dispõe sobre a concessão, de ofício,


de licença compulsória nos casos de emergência nacional e de interesse público
de que trata o art. 71 da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996.

• Lei nº 10.196, de 14 de fevereiro de 2001 – Altera e acresce dispositivos à Lei


no 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula direitos e obrigações relativos à
propriedade industrial, e dá outras providências.

Direito Autoral

• Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 – Altera, atualiza e consolida a legislação


sobre direitos autorais e dá outras providências.

• Decreto n° 4.533, de 19 de dezembro de 2002 – Regulamenta o art. 113 da Lei


nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no que se refere a fonogramas, e dá outras
providências.

189
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

• Lei n° 10.994, de 14 de dezembro de 2004 – Dispõe sobre o depósito legal de


publicações, na Biblioteca Nacional, e dá outras providências.

Programa de Computador

• Lei n° 9.609 de 19 de fevereiro de 1998 – Dispõe sobre a proteção da propriedade


intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá
outras providências.

• Decreto n° 2.556, de 20 de abril de 1998 – Regulamenta o registro previsto no


art. 3º da Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre a proteção
da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização
no País, e dá outras providências.

Desenho Industrial

• Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 – Regula os direitos e obrigações relativos à


Propriedade Intelectual. (Artigos 94 ao 123)

Cultivares

• Lei n° 9.456, de 25 de abril de 1997 – Institui a Lei de Proteção de Cultivares e


dá outras providências.

• Decreto n° 2.366, de 05 de novembro de 1997 – Acesso ao decreto:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2366.htm.

Informação Confidencial

• Decreto n° 2.366, de 5 de novembro de 1997 – Regulamenta a Lei nº 9.456, de 25


de abril de 1997, que institui a Proteção de Cultivares, dispõe sobre o Serviço
Nacional de Proteção de Cultivares – SNPC, e dá outras providências.

• Lei n° 10.603, de 17 de dezembro de 2002 – Dispõe sobre a proteção de


informação não divulgada submetida para aprovação da comercialização de
produtos e dá outras providências.

Topografia de Circuito Integrado

• Lei n° 11.484, de 31 de maio de 2007 – Dispõe sobre os incentivos às


indústrias de equipamentos para TV Digital e de componentes eletrônicos
semicondutores e sobre a proteção à propriedade intelectual das topografias
de circuitos integrados, instituindo o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Tecnológico da Indústria de Semicondutores – PADIS e o Programa de Apoio
ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Equipamentos para a TV
Digital – PATVD; altera a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; e revoga o art. 26
da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005.

190
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

Estamos terminando mais esta jornada que é muito importante para a sua
vida profissional. Esperamos que possa utilizar as informações dispostas neste
livro didático de forma prática e consistente.

Vamos apresentar, agora, à leitura complementar.

191
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

LEITURA COMPLEMENTAR

ALGUMAS IMPLICAÇÕES DA LEI DE PROPRIEDADE


INTELECTUAL BRASILEIRA

PROPRIEDADE INTELECTUAL: DIREITOS MORAIS E


PATRIMONIAIS DO AUTOR

[...] O ILÍCITO AUTORAL:

O ato ilícito, fato jurídico humano, que afronta o Direito, é a fonte gera-
dora da responsabilidade civil, relacionando-se intimamente com o descumpri-
mento de um dever jurídico preexistente.

Para San Tiago Dantas “o ilícito é a transgressão de um dever jurídico. Não


há definição mais satisfatória para o ilícito civil” (apud CAVALIERI, 2007, p. 9).

Essa violação a um dever jurídico abarca a possibilidade de 2 juízos


de valor:

1) sobre o caráter social ou antissocial do ato, que é aceito ou não pela sociedade;
2) sobre a conduta do agente, sua vontade, na sua dimensão ético-jurídica.

Leonardo Macedo Poli alude à duas modalidades de ato ilícito autoral:

OBS: o Direito Autoral incide sobre a forma representativa da criação


intelectual e não sobre seu conteúdo (ideia), pois a criatividade e o desenvolvimento
social devem ser estimulados. O Direito não conseguiria aprisionar a ideia,
simplesmente por ela ser imaterial, pertencente à realidade psíquica.

1) Ilícito absoluto: aquele previsto no art. 186 do C/C, em que há violação de


direitos patrimoniais e morais de autor, de modo EXTRACONTRATUAL. Ele
comporta duas modalidades de violação:

* contrafação: caracteriza-se pela utilização de obra alheia sem autorização


do autor. É conceituada pela LDA como a simples reprodução não autorizada da
obra no art. 5º, VII:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

VII - contrafação - a reprodução não autorizada.

Ocorre que tal conceito é restritivo, pois a contrafação é percebida sempre


que há utilização não autorizada da criação, conforme todas as hipóteses previstas
no art. 29 da LDA, e não somente reprodução. Inclui-se aqui o PLÁGIO, que

192
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

é a situação de utilização da obra original, retocando-a, de maneira a parecer


obra nova, não constituindo criação intelectual nova. É a apropriação ilícita e
dissimulada da individualidade de obra já existente. Relaciona-se com a violação
de direitos patrimoniais de autor.

Ascensão considera o plágio “a figura-padrão da usurpação” (ASCENSÃO,


2007, p. 538) e analisa a contrafação em relação ao direito de reprodução.

* Usurpação: caracteriza-se pela mera cópia servil da obra intelectual, que


foi divulgada sem indicação do nome do autor (usurpação negativa) ou com falsa
menção de autoria (usurpação positiva). Relaciona-se com a violação de direito
moral de autor, especificamente com o direito à paternidade.

2) Ilícito relativo: é aquele relacionado à prática de ato de que o agente deveria


ter-se omitido em decorrência de uma relação obrigacional. Refere-se à
impossibilidade dolosa ou culposa do cumprimento de determinada obrigação.
Ele deriva da culpa CONTRATUAL, ensejando a instauração de procedimentos
judiciais cabíveis para o descumprimento das obrigações em geral.

Assim, o ilícito autoral é caracterizado pelo desrespeito a um direito


autoral moral ou patrimonial (ao qual corresponde o dever jurídico de respeito
a ele), que pode ocorrer dentro de um contrato – ilícito relativo - (falta de remu-
neração pela cessão de direito autoral, extrapolação do número de exemplares
permitidos etc.) ou de modo extracontratual – ilícito absoluto - (reprodução de
obra sem autorização).

A violação de direitos conexos também caracterizaria ato ilícito e geraria


a responsabilidade civil, mas não se trata de ato ilícito autoral, pois os direitos
conexos são somente a eles equiparados.

A Responsabilidade Civil por violação dos direitos autorais:

A responsabilidade civil por violação ao direito autoral pode ocorrer de


modo cumulado, sucessivo ou independente das demais responsabilidades penal
e administrativa.

Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo aplicam-se sem
prejuízo das penas cabíveis.

A função da responsabilidade civil é restabelecer o equilíbrio jurídico


econômico existente anteriormente entre o agente e a vítima, obrigando o
causador do dano autoral a repará-lo através de uma indenização fixada de modo
proporcional ao dano suportado.

193
UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS E DETALHES TÉCNICOS E LEGAIS

Nesse tópico aborda-se a responsabilidade civil por dano a direito autoral


em razão de simples violação da lei, ou seja, a RESPONSABILIDADE EXTRA-
CONTRATUAL, já que para a responsabilidade contratual por violação de direitos
autorais não se aplica as normas específicas constantes na LDA, mas sim as nor-
mas constantes na fonte da relação obrigacional preexistente, ou seja, o contrato.

Sempre que houver lesão a direito de autor, o titular pode optar por vários
tipos de tutelas civis, sem prejuízo das demais:

1) exigir a cessação da conduta violadora e impor abstenção em relação a


perturbações futuras. São exemplos previstos no art. 102 e 106 da LDA:

Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada


ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares
reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.

Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição de


todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais
elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas,
equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o
fim ilícito, sua destruição.

2) caso estas providências não sejam suficientes, pode o titular requerer o


restabelecimento do equilíbrio existente anteriormente através da indenização.

Na situação da responsabilidade extracontratual ou aquiliana, que visa


combater o ilícito absoluto, segundo Sergio Cavalieri Filho:

Haverá o dever de indenizar sempre que for violado o direito do autor


em qualquer dos seus aspectos. Indenização por dano material se o
causador do dano obtiver proveito econômico com a obra do autor
sem a sua autorização ou participação; indenização por dano moral
se a agressão for contra os direitos morais do autor; indenização por
danos morais e patrimoniais se ambos os direitos forem violados. Já se
firmou a jurisprudência, como não poderia deixar de ser, no sentido de
cumularem-se as indenizações por dano material e moral ocorrendo
ofensa a ambos os direitos do autor (CAVALIERI FILHO, 2001, p. 3).

Segundo Poli, “a teoria subjetivista da responsabilidade civil foi uma vez


mais consagrada como cláusula geral de responsabilidade, a teor no que prescreve
o art. 186 do Código Civil” (POLI, 2008, p. 59)

O mesmo autor informa que a teoria da responsabilidade objetiva decorre:

• De expressa previsão legal ou;


• Da natureza de risco da atividade desenvolvida pelo autor do dano.

194
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO APLICADA: CASOS ESPECIAIS E CONCLUSÃO

Desse modo, Poli prega que “a melhor hermenêutica parece ser a de se


aplicar a cláusula geral subjetiva à responsabilidade civil por violação de direitos
autorais, condicionando-se sua objetivação à análise casuística” (POLI, 2008, p. 60).

Ascensão afirma que “não há nenhuma responsabilidade objetiva em


matéria de Direito de Autor. Só se indenizam danos ilicitamente causados”
(ASCENSÃO, 2007, p. 542).

c) Direitos conexos: são aqueles denominados direitos análogos aos de autor,


pois dele decorrem, para determinadas categorias que auxiliam na criação
ou na produção, ou até mesmo na difusão da obra intelectual. Visam evitar a
captação e a reprodução não autorizadas da obra. Compreendem as pessoas
que cantam, recitam, interpretam, executam obras intelectuais.

Art. 89. As normas relativas aos direitos de autor aplicam-se, no que


couber, aos direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores
fonográficos e das empresas de radiodifusão.

Parágrafo único. A proteção desta Lei aos direitos previstos neste artigo
deixa intactas e não afeta as garantias asseguradas aos autores das obras literárias,
artísticas ou científicas.

Art. 90. Tem o artista intérprete ou executante o direito exclusivo de, a


título oneroso ou gratuito, autorizar ou proibir:

I - a fixação de suas interpretações ou execuções;


II - a reprodução, a execução pública e a locação das suas interpretações ou
execuções fixadas;
II - a radiodifusão das suas interpretações ou execuções, fixadas ou não;
IV - a colocação à disposição do público de suas interpretações ou execuções, de
maneira que qualquer pessoa a elas possa ter acesso, no tempo e no lugar que
individualmente escolherem;
V - qualquer outra modalidade de utilização de suas interpretações ou execuções.

FONTE: VIEGAS, C. M. A. R. Propriedade intelectual: direitos morais e patrimoniais do autor.


2019. Disponível em: https://claudiamaraviegas.jusbrasil.com.br/artigos/760054169/propriedade-
intelectual-direitos-morais-e-patrimoniais-do-autor. Acesso em: 30 mar. 2021.

195
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Um profissional da área de negócio eletrônico precisa se atentar a diversos


detalhes para não infringir as leis, e se a sua atuação é internacional, é necessário
atender também às leis específicas de cada país.

• Um dos grandes problemas atuais na criação e escrita de artigos e materiais na


internet está na questão do plágio.

• Podemos definir plágio como cópia de ideias, frases e até materiais completos
sem citar a fonte ou a origem do material.

• O problema de plágio é mais difícil de ser verificado, pois é uma prática


geral utilizada pelos blogs pessoais em que eles utilizam da cópia de textos
e, geralmente, eles não dão os devidos créditos ao autor, já que não há uma
forma de identificar a origem do conteúdo, sendo assim, é difícil de identificar
o verdadeiro autor daquele texto.

• Para evitar problemas legais de plágio no negócio digital, devem ser seguidas
as normas de referências da ABNT.

• A Lei n.º 13.709, de 14 de agosto de 2018, dispõe sobre a proteção de dados


pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet)
e é conhecida como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais ou simplesmente
de LGPD.

• A LGPD dispõe sobre o tratamento de dados pessoais.

• O Creative Commons (CC) é uma organização mundial sem fins lucrativos que
visa promover o compartilhamento do conhecimento e da criatividade como
forma de transformação social.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

196
AUTOATIVIDADE

1 A problemática da autoria nos meios digitais é um ponto focal de muitos


problemas judiciais que as plataformas de internet e outros meios eletrônicos
possuem. A Creative Commons surgiu como uma referência em registro de
autorias nos meios eletrônicos. Assinale a alternativa CORRETA sobre a
Creative Commons:

a) ( ) O Creative Commons (CC) é uma organização mundial sem fins


lucrativos que visa promover o compartilhamento do conhecimento e
da criatividade como forma de transformação social.
b) ( ) O Creative Commons (CC) é uma organização brasileira sem fins
lucrativos que visa promover o compartilhamento do conhecimento e
da criatividade como forma de transformação social.
c) ( ) O Creative Commons (CC) é uma organização brasileira, com fins
lucrativos que visa promover o compartilhamento do conhecimento e
da criatividade como forma de transformação social.
d) ( ) O Creative Commons (CC) é uma organização mundial, com fins
lucrativos que visa promover o compartilhamento do conhecimento e
da criatividade como forma de transformação social.

2 A Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, a qual dispõe sobre a proteção de


dados pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil
da Internet), é conhecida como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD). Assinale a alternativa CORRETA sobre LGPD:

a) ( ) A LGPD dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive


nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de
direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento
da personalidade da pessoa natural.
b) ( ) A LGPD trata da lei específica sobre o direito autoral.
c) ( ) A LGPD trata da lei específica sobre o direito à propriedade industrial.
d) ( ) A LGPD dispõe sobre a segurança na internet e governança.

3 (IBADE 2019) Existem questões éticas da pesquisa e do trabalho acadê-


mico. Há algumas áreas de má conduta científica, e quando alguém uti-
liza ideias, textos ou ilustrações de outras pessoas como se fossem seus,
isto é considerado:

197
a) ( ) Falsificação.
b) ( ) Plágio.
c) ( ) Dupla publicação.
d) ( ) Registro incorreto de dados.
e) ( ) Fabricação de dados.

FONTE: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/3fd46720-17>.
Acesso em: 7 maio 2021.

198
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei no 10.695, de 1º de julho de 2003. Brasília, DF, 2003. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm#. Acesso em: 29
mar. 2021.

BRASIL. Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973. Brasília, DF, 1973. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5988.htm. Acesso em: 29 mar. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Brasília, DF, 2018. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso
em: 29 mar. 2021.

BRASIL. Lei no 5.648, de 11 de dezembro de 1970. Brasília, DF, 1970. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5648.htm. Acesso em: 25 fev. 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:


Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 7 mar. 2021.

BRASIL. Lei no 5.648, de 11 de dezembro de 1970. Brasília, DF, 1970.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5648.htm. Acesso
em: 25 fev. 2021.

BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Brasília, DF, 1998. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 15 mar. 2021.

BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Brasília, DF, 2014. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso
em: 1 maio 2021.

CARBONI, G. Direitos autorais em espaços digitais. Brasília: STF, 2021. Disponí-


vel em: http://www.stf.jus.br/arquivo/sijed/08.pdf. Acesso em: 7 maio 2021.

DICIO, Dicionário Online de Português. Disponível em: https://www.dicio.com.


br/plagio/. Acesso em: 3 maio 2021.

FRAINER, J. Metodologia científica. Indaial: UNIASSELVI, 2020.

GARRETT, F. O que é Deep Web? 2019. Disponível em: https://www.techtudo.


com.br/noticias/2019/03/o-que-e-deep-web.ghtml. Acesso em: 1 maio 2021.

MEDEIROS, G. Direito autoral: o que você pode e o que não pode copiar na
internet. Disponível em: https://blog.dino.com.br/direito-autoral-o-que-voce-
pode-e-o-que-nao-pode-copiar-na-internet/. Acesso em: 3 maio 2021.

199
VIEGAS, C. M. de A. R. Propriedade intelectual: direitos morais e patrimoniais
do autor. 2019. Disponível em: https://claudiamaraviegas.jusbrasil.com.br/
artigos/760054169/ propriedade-intelectual-direitos-morais-e-patrimoniais-do-
autor. Acesso em: 30 mar. 2021.

PIERITZ, V. L. H. Estudo transversal VI – Compliance. Indaial:


UNIASSELVI, 2020.

PIERITZ NETO, A.; PIERITZ, V. L. H. Crimes cibernéticos. Indaial:


UNIASSELVI, 2020.

200

Você também pode gostar