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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 2022.

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DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA – PGE MESTRADO E
DOUTORADO EM GEOGRAFIA
GEO 2002 – TEORIA E EPISTEMOLOGIA DA GEOGRAFIA
PROFESSOR: GUSTAVO GODINHO BENEDITO

Teoria e Epistemologia da Geografia

EMENTA
Identidade, abrangência e horizontes da Geografia no âmbito da produção do conhecimento
científico. Instrumentos teórico-metodológicos da Geografia e a produção do conhecimento
geográfico. Diálogos entre a Geografia e outras áreas do conhecimento nos percursos da
epistemologia ambiental. Operacionalizações teórico-metodológicas no desenvolvimento das
pesquisas dos discentes.

OBJETIVOS
Identificar e analisar a identidade, a abrangência e os horizontes da Geografia no bojo do
desenvolvimento científico;
Apresentar e discutir os temas que fazem parte da agenda de interesses mais relevantes da
epistemologia da Geografia, a partir das principais perspectivas epistemológicas;
Relacionar as principais correntes do pensamento filosófico com as abordagens epistemológicas
da Geografia;
Construir análises epistemológicas centrais em Geografia para o desenvolvimento de habilidades
práticas dos pesquisadores, articulando epistemologia, teoria e metodologia da Geografia;
Construir pontes entre as linhas de pesquisa do Programa de Pós-graduação em Geografia do
Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro;
Construir relações entre os conteúdos desenvolvidos nas sessões deste programa e as pesquisas
desenvolvidas pelos discentes, a partir do entendimento e operacionalização das principais
abordagens epistemológicas, metodológicas, conceituais e teóricas da Geografia como parte
constitutiva dos percursos da epistemologia ambiental.

PROGRAMA

SESSÃO I – IDENTIDADE, ABRANGÊNCIA E HORIZONTES DA GEOGRAFIA


O que é e como se constrói socialmente identidade, abrangência e horizontes de uma ciência
Cientificidade da ciência ou saber-fazer científico? Construindo pontes entre distintas abordagens
epistemológicas para entender o “lugar da ciência geográfica”
Paradigmas e orientações teórico-metodológicas na Geografia contemporânea
Horizontes da Geografia como integrante dos percursos da epistemologia ambiental
BIBLIOGRAFIA1 PRINCIPAL DA SESSÃO I (bibliografia a ser apresentada e debatida)

(17 de agosto)
GREGORY, Derek. Teoria social e geografia humana. In: Sociedade, espaço e ciência social. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A sociologia das ausências e a sociologia das emergências: para
uma ecologia de saberes. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo:
Boitempo, 2007.

SESSÃO II – HABILIDADES NA PESQUISA GEOGRÁFICA A PARTIR DE DEBATES EPISTEMOLÓGICOS


Sessão II.I – Saber-fazer geográfico a partir da construção de olhares geográficos
(ou...descobrindo que debater epistemologia é fundamental para desenvolver-se como
pesquisador)
Olhar geográfico, quadros geográficos e a ordem espacial do mundo: contribuições a partir da
abordagem de Paulo César da Costa Gomes
Olhar geográfico e geograficidade: contribuições a partir da abordagem de Ruy Moreira
Olhar geográfico nas interfaces entre geografia física e geografia humana: contribuições a partir
das abordagens de Dirce Maria Antunes Suertegaray, Antonio Carlos Vitte e Francisco Mendonça

Sessão II.II – As categorias espaciais da construção geográfica das sociedades


As categorias espaciais da construção geográfica das sociedades e a indissociabilidade espaço-
tempo
Conceitos, categorias e princípios lógicos para o desenvolvimento teórico-metodológico nas
pesquisas geográficas

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL DA SESSÃO II (bibliografia a ser apresentada e debatida)


Sessão II.I – Saber-fazer geográfico a partir da construção de olhares geográficos
(ou...descobrindo que debater epistemologia é fundamental para desenvolver-se como
pesquisador)

(24 de agosto)
MOREIRA, Ruy. As filosofias e os paradigmas da geografia moderna. In: Para onde vai o
pensamento geográfico?: por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2014.
MOREIRA, Ruy. A Geografia serve para desvendar máscaras sociais. In: Pensar e ser em geografia:
ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2010.

Sessão II.II– As categorias espaciais da construção geográfica das sociedades

(31 de agosto) – (Após o debate sobre os textos, as pesquisas e/ou os artigos construídos na
disciplina anterior serão apresentadas em aproximadamente 10 minutos).
MOREIRA, Ruy. Política, técnica, meio ambiente e cultura: a reestruturação do mundo
moderno. In: Para onde vai o pensamento geográfico?: por uma epistemologia crítica. São
Paulo: Contexto, 2014.
MENDONÇA, Francisco. Geografia socioambiental. Terra Livre, São Paulo, n. 16, 139-158, 2001.
SESSÃO III – INSTRUMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA GEOGRAFIA E
OPERACIONALIZAÇÕES
Articulações conceituais e problemáticas centrais na ciência geográfica
Percepção e experiência do espaço: lugar e espaço vivido
Lugar, espaço e a noção de totalidade
Paisagem e temporalidades físico-sociais do espaço
Sobre espaço e poder: território, territorialidade, territorialização e fronteira (através de diálogos
entre geografia física e geografia humana).
Região numa “constelação” de conceitos
A indissociabilidade espaço-tempo e a questão da escala: da análise para a prática
Sobre a reestruturação dos parâmetros essenciais da organização geográfica do mundo moderno:
política, técnica, meio ambiente e cultura

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL DA SESSÃO III (bibliografia a ser apresentada e debatida)


Articulações conceituais e problemáticas centrais na ciência geográfica

(14 de setembro)
SANTOS, Milton. A força do lugar. In: A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
MASSEY, Doreen. Negotiating nonhuman/human place. Antipode, v. 37, n.2, p. 353-357 2005.
MASSEY, Doreen. O sentido global de lugar. In: ARANTES, Antonio A. (org.). O espaço da
diferença. Campinas: Papirus, 2000.

(21 de setembro)
ELDEN, Stuart. Legal terrain: the political materiality of territory. London Review of International
Law, v. 5, n 2, p; 199–224, 2017.
SACK, Robert. Human territoriality: a theory. Annals of the Association of American Geographers,
v. 73, n. 1, p. 55-74, 1983.
SAQUET, Marcos Aurelio. Por uma abordagem territorial. In: SAQUET, Marcos Aurelio; SPOSTIO,
Eliseu Savério (orgs.). Território e territorialidades: teorias, processos e conflitos. Rio de Janeiro:
Consequência, 2015.

(28 de setembro)
HAESBAERT, Rogéiro. Por uma outra regionalização: a região como artefato. In: Regional-global:
dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2014.
HAESBAERT, Rogério. Região numa “constelação” de conceitos: espaço, território e região. In:
Regional-global: dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
MOREIRA, Ruy. Da região à rede e ao lugar: a nova realidade e o novo olhar geográfico sobre o
mundo. In: Para onde vai o pensamento geográfico?: por uma epistemologia crítica. São Paulo:
Contexto, 2014.

(19 de outubro)
SMITH, Neil. Contornos de uma política espacializada: veículos dos sem-teto e produção da
escala geográfica. In: ARANTES, Antonio A. (Org.). O espaço da diferença.SP: Papirus, 2000.
MOORE, Adam. Repensar a escala como uma categoria geográfica: da análise para a prática.
GEOgraphia, v.20, n.4, 2018, p. 3-24.
CASTRO, Iná Elias de. Escala e pesquisa na geografia. Problema ou solução? Espaço aberto, v.
4, n. 1, p. 87-100, 2014.
SESSÃO IV - RELAÇÕES SOCIEDADE-NATUREZA A PARTIR DO ENTENDIMENTO DA
GEOGRAFIA COMO INTEGRANTE DOS PERCURSOS DA EPISTEMOLOGIA AMBIENTAL
Relações sociedade-natureza em Geografia e a sua inscrição como ciência constitutiva dos
percursos da epistemologia ambiental
Rupturas e continuidades acerca das concepções de natureza e de homem em Geografia
Relações sociedade-natureza nos percursos da epistemologia ambiental: diálogos entre a
dialética, o paradigma da complexidade e a ecologia política.
Aventuras epistemológicas e operacionalizações teórico-metodológicas nas pesquisas dos
discentes.

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL DA SESSÃO IV (bibliografia a ser apresentada e debatida)


Relações sociedade-natureza em Geografia e a sua inscrição como ciência constitutiva dos
percursos da epistemologia ambiental

(26 de outubro)
MOREIRA, Ruy. A insensível natureza sensível. In: MOREIRA, Ruy. Para onde vai o
pensamento geográfico?: por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2014.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Ecologia, liberdade e igualdade: autonomia. In: PORTO-
GONÇALVES, Carlos Walter. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2006.

(09 de novembro)
MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. (“Para uma razão
aberta” e todos os textos da segunda parte - “Para o Pensamento Complexo” – Págs. 157-341).

(16 de novembro)
LEFF, Enrique. O eterno retorno: re-flexão da epistemologia ambiental. In: Aventuras da
epistemologia ambiental: da articulação das ciências ao diálogo dos saberes. São Paulo: Ed.
Cortez, 2012.
LEFF, Enrique. Pensamento dialético, ecológico e complexo: encontros e alianças. In: Aventuras
da epistemologia ambiental: da articulação das ciências ao diálogo dos saberes. São Paulo: Ed.
Cortez, 2012.

(23 de novembro)
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Da Geografia às Geo-grafias: um mundo em busca de
novas territorialidades. In: CECEÑA, Ana Esther; SADER, Emir. (Orgs.). La guerra infinita:
hegemonía y terror mundial. Buenos Aires: Clacso, 2002.
LEFF, Enrique. As circum-navegações do saber ambiental. In: Aventuras da epistemologia
ambiental: da articulação das ciências ao diálogo dos saberes. São Paulo: Ed. Cortez, 2012.

(30 de novembro)
HAESBAERT, Rogério. O giro espacial e o espaço(tempo) como esfera da mudança de
perspectiva. In: Território e descolonialidade: sobre o giro (multi)territorial/de(s)colonial na
"América Latina". Buenos Aires e Niterói: Clacso e PosGeo UFF, 2021.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

(07 de dezembro)
Apresentação das pesquisas (10 minutos) e debates.

AVALIAÇÃO
a) Apresentação e discussão dos textos selecionados para apresentação;
b) Produção de artigo científico (com aproximadamente 15 páginas) contendo relações entre
conceitos e temas trabalhados nesta disciplina e as dos discentes.

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