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Tópico 3: região e

território: escalas e
debates contemporâneos

Região e Geografia

Região e geografia,
De Sandra Lencioni

Teoria e Método Científico da


Geografia (IA290)
Prof. Dr. Marcio Rufino Silva
Teoria e Método Científico em Geografia (2020.5 ECE): o que
vimos até aqui
• Geografia: interfaces entre filosofia, ciência e práxis social.
• Razão, ciência e conhecimento: sujeito e objeto do pensamento
geográfico.
• Matrizes espaço-temporais: espaço absoluto, relativo e relacional.
• Espaço e seus elementos: categorias e conceitos fundamentais.
Na aula passada...
• Espaço social como um produto social: a “produção do espaço” em
perspectiva.
• Da organização à produção do espaço. Da acumulação (produção) à
reprodução. Caminhos analíticos possíveis.
• A mundialidade do lugar. A (re)produção do espaço: meio, condição e produto.
• Sobre níveis e escalas: espaço mundial, lugar e metrópole. O anteparo
contemporâneo da financeirização. Espaço absoluto e espaço abstrato.
Uma visão do todo: um caminho pela HPG
O foco central do livro é a região: uma visão retrospectiva e abrangente em
Geografia. Exposição introdutória ao tema, justamente pela sua abrangência.: da
Antiguidade até os dias atuais. Discutir o caráter dinâmico da noção de região.
Responde à necessidade de sistematização do conhecimento de como a noção de
região emerge e se enriquece no pensamento geográfico. Alargar o interesse
para além do círculo estreito de especialistas em epistemologia. (p. 15-16)
Região: na linguagem corrente, e no senso comum. “Esses recortes se multiplicam
à medida que a percepção do espaço de cada um se amplia, fazendo-os perceber o
homogêneo e o diferente acerca do mundo. A percepção do outro está
acompanhada da percepção do espaço do outro.” (p. 16-17)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
Região, de que se trata?
No imaginário corrente: turismo, literatura, cinema... Relatos e representações a
respeito do exótico, do fantástico, a natureza e o cenário (paisagístico) como o
grande personagem... O contato do mesmo com o outro em suas diferentes escalas.
E quando a fantasia se torna realidade. “O problema ocorre quando o equívoco
aparece como verdade e torna-se consenso; mais precisamente, quando se mascara a
dinâmica social do real e se naturaliza a sua história. [...] A ideia de região serve
facilmente como forma de manipulação política. Por exemplo, o discurso político
pode mistificar e utilizar a ideia de região como instrumento de manipulação
social. Quem não conhece um político que busca sensibilizar eleitores por meio de
apelos ao regionalismo? Um político que disputa recursos orçamentários em nome
da defesa de interesses regionais?” (p. 20)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
A propósito... Quando se inventa uma região
“O que faremos neste texto é a história da emergência de um objeto de saber e de
um espaço de poder: a região Nordeste. [...] O que queremos estudar é como se
formulou um arquivo de imagens e enunciados, um estoque de “verdades”, uma
visibilidade e uma dizibilidade do Nordeste, que direcionam comportamentos e
atitudes em relação ao nordestino e dirigem, inclusive, o olhar e a fala da mídia. [...]
Trata-se de pensar como a região se tornou uma problemática, que práticas
discursivas e não-discursivas fizeram esta questão emergir e a constituíram como
objeto para o pensamento. [...] Esta formulação, Nordeste, dar-se-á a partir do
agrupamento conceitual de uma série de experiências, erigidas como
caracterizadoras deste espaço e de uma identidade regional.” (p. 32-33)
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: Cortez, 2011.
A propósito... Quando se inventa uma região (continuação)
“O discurso regionalista não é apenas um discurso ideológico, que desfiguraria
uma pretensa essência do Nordeste ou de outra região. O discurso regionalista não
mascara a verdade da região, ele a instituti. [Não é a simples representação de uma
realidade, mas sim uma estratégia definida]. O Nordeste é uma produção
imagético-discursiva formada a partir de uma sensibilidade cada vez mais
específica, gestada historicamente, em relação a uma dada área do país. [...] A
consciência regional nordestina, ou paulista, não surge com um indivíduo ou com
um grupo específico, ela emerge em pontos múltiplos, que vão aos poucos se
encaixando, sendo unificados pelas necessidades colocadas pelo tempo.” (p. 62-63)
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: Cortez, 2011.
Conhecimento geográfico e Geografia: senso comum e ciência
“Tal distinção tem como fundamento a preocupação com a organização do
conhecimento e com a explicação da realidade. Portanto, pensar em região
simplesmente como parte, ou como categoria geográfica de análise, ou como
conceito, ou como noção, significa utilizar procedimentos completamente distintos.
Isso não quer dizer que apenas a Geografia trata da região no âmbito de parâmetros
científicos.” Além da Geografia, a História Regional, a Economia Regional, bem
como a Sociologia, Antropologia e Ciência Política. (p. 21-22)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
Região e Geografia: pressupostos básicos
“Embora várias disciplinas se debrucem sobre o tema região, é no âmbito da
Geografia que se encontram as bases e o desenvolvimento de conceitos ou noções
relativos à região. É no âmbito da Geografia que se constrói e se discute o que
seria a região e a Geografia Regional. Nossa discussão assume a perspectiva
geográfica para discutir a região. Por meio de uma revisão do pensamento
geográfico a respeito dessa noção, pretendemos resgatar seu sentido ao longo do
tempo, com o objetivo de contribuir para o debate teórico sobre região. É um
debate importante hoje em dia em face da necessidade de repensarmos essa noção
num momento de crescente globalização e constituição de blocos regionais que
apontam para um rearranjo espacial do mundo.” (p. 22)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
O “mundo” é o “mundo conhecido”?
Genericamente, a noção de região traz a ideia da parte de um todo. A ideia de
“mundo conhecido” e seu alargamento por intermédio, por exemplo, das Grandes
Navegações, a partir do século 15. (p. 23)
Duas referências importantes para pensarmos o tema “região”. Relação entre os
homens e a natureza (superando a binaridade pura e simples): a ideia de parte de
um todo, onde cada parte também constitui-se uma totalidade... Concepção dialética
da totalidade aberta. Horizonte geográfico: dimensão do mundo percebida pelos
homens de determinada época. (p. 25-27)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
As partes, o todo e a totalidade
“Enquanto parte de um todo, a região traz em si uma outra questão: a da escala. O
recorte regional contém, em si, uma questão de escala e exprime diretamente a
particularidade da Geografia no seio das ciências humanas, que é de conter uma
problemática espacial. Por isso é que os mapas, enquanto instrumentos de
representação do espaço, estão intimamente ligados ao saber geográfico. E,
acima de tudo, são eles que realizam a escala, quer como proporção, quer como
representação de conteúdos.” Unidades de concepção: evidências de relações,
fenômenos e fatos, como um modo de aproximação do real. (p. 29)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
Problematizando
• Qual a pertinência do conceito de região na Geografia?
• De que modo a Geografia, ao longo de sua história como
um campo do conhecimento, lidou com a temática
regional?
• Por que retomar a temática regional, hoje?
Geografia Regional: a possibilidade de síntese a partir da mediação
• Em alguns momentos, a Geografia Regional se colocou como a possibilidade de
realização da unidade entre Geografia Física e Geografia Humana. Além disso,
permite repensar os elementos conceituais que servem ao conhecimento em
Geografia.
• “A ideia de região apresenta-se como particularidade, como mediação entre o
universal e o singular, como mediação entre o global e local. Pensando nesse
movimento mediador, procuramos demonstrar que a ideia de região, como parte
de uma totalidade, tanto quanto o conhecimento geográfico, estão presentes em
todas as sociedades. [...] Viver significa conhecer o espaço circundante e produzir
interpretações a partir das mais simples experiências.” (p. 198)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
Geografia Regional: a história de um conhecimento
• A ideia de região remete imediatamente à questão da escala. Com o alargamento
do horizonte geográfico, altera-se a percepção de tempo e de espaço das
sociedades.
• Questionando-se os limites da “razão infinita”, demonstrando seus limites por
meio do idealismo alemão, desenvolve-se a Geografia Regional, com a
valorização do particular.
• Na HPG, duas perspectivas presentes: na perspectiva homem-meio, a região
aparece como algo evidente, em si mesma. Na perspectiva da diferenciação de
áreas, a região aparece como um constructo intelectual do pesquisador, que a
partir de critérios determinados, construirá o seu “recorte espacial”.
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
Regionalização: escala de análise e/ou recorte analítico e ação política
Referências variadas para o procedimento de regionalização: identidade com a
administração político-territorial (ex.: a “região Nordeste”, a “Região
Metropolitana do Rio de Janeiro” etc.) ou o critério natural (ex.: a região da
“Amazônia” ou do “Cerrado”, a região do “Vale do Paraíba”, da “Baixada
Fluminense”, a “Região dos Lagos” etc.), considerado “mais científico”. Depois, o
critério econômico e outros critérios (a “América Latina”, o “Oriente Médio”, a
“Zona Oeste do Rio de Janeiro”, o “Centro-Sul” do Brasil etc.). Não há perspectivas
“falsas” e nem “verdadeiras”. (p. 201-202)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
A pertinência atual da Geografia Regional
Por que estaria a Geografia Regional “fora de moda”? Algumas pistas:
1. Na atualidade, a realidade parece cada vez mais homogênea e indistinta, fazendo
as diferenças parecerem anuladas. Fissuras: o regionalismo e outros
particularismos locais.
2. A noção de região, até meados da década de 1980, esteve vinculada ao
planejamento regional. Confusão posterior entre a instrumentalização da noção e
a noção por ela mesma.
3. Multiplicidade de estudos regionais de caráter repetitivo e enfadonho, sem muita
criatividade, devido a formulações teórico-metodológicas banalizadas.
4. Coloca-se em questão a unidade da disciplina geográfica: Geografia Humana e
Geografia Física.
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
O lugar da região na Geografia
“Na medida em que a Geografia deixou de ser considerada uma ciência de
síntese, a perspectiva regional não pode mais se colocar como uma solução para
os impasses teóricos da disciplina. [...] Embora a temática da região possa ser
interdisciplinar, a Geografia Regional é um campo disciplinar particular da
Geografia. [...] Em nossa opinião, é no desenvolvimento histórico de uma
disciplina que se constrói sua teoria. Por isso encaminhamos a discussão sobre
região do ponto de vista histórico da constituição do conhecimento
geográfico.” (p. 204)
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. 1ª ed. 1ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2003.
Complementos: a retomada da região
Relação entre a parte e o todo, o particular e o geral, o singular e o universal, o
ideográfico e o nomotético, entre o central e o periférico, o moderno-cosmopolita e
o tradicional-provinciano, o global e o local... Retomada com força da questão
regional. “[...] Apesar da propalada globalização homogeneizadora, o que vemos,
concomitantemente, é uma permanente reconstrução da heterogeneidade e/ou da
fragmentação via novas desigualdades e recriação da diferença nos diversos
recantos do planeta. Por outro lado, a questão ressurge nas ciências sociais, em
função de vários debates acadêmicos.” (p. 15)
HAESBAERT, Rogério. Regional-Global. Dilemas da Região e da Regionalização na Geografia Contemporânea. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2014.
Complementos: pressupostos para a retomada da região
• Discursos da mídia e a formação do senso comum alimentam, do mesmo
modo, uma revalorização do “regional”: National Geographic, a indústria do
turismo etc.
• Revalorização do local (particularidades) diante da globalização, ou mesmo
do processo de regionalização, criação de grandes uniões comerciais.
Autonomias políticas regionais.
HAESBAERT, Rogério. Regional-Global. Dilemas da Região e da Regionalização na Geografia Contemporânea. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
Região e regionalização
• “Se a região e a regionalização não desapareceram, não é somente porque a
diferenciação e/ou a “desequalização” do mundo continuam fortes, mas
também porque, numa visão mais integrada e vivida e não simplesmente
funcional e classificatória de região, continuam vivos os movimentos, as
identidades, as representações e as políticas ditas regionais.” (p. 181)
• O que anima o debate regional nas próximas décadas: o revigorar de
regionalismos e identidades regionais; fortalecimento das questões ambientais
e do chamado biopoder; o papel da descentralização e desconcentração
regional do poder político e econômico.
HAESBAERT, Rogério. Regional-Global. Dilemas da Região e da Regionalização na Geografia Contemporânea. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2014.
Múltiplas e cruzadas regionalizações
O caráter integrador-articulador de múltiplas regionalizações. Não apenas
produto do “intelecto” do pesquisador, mas um “momento” da articulação do
espaço. Composição de múltiplos “sujeitos sociais” que constroem
“articulação”. Para além da contiguidade euclidiana: a disposição em redes é
também possível, de diferentes qualidades (hierarquizadas, rizomáticas ou
complementares) e, mais ainda, ter “profundidade”. “Sujeitos sociais”
regionalizadores/articuladores do espaço: ao mesmo tempo, articulações
diferentes entre grupos e/ou classes sociais, cada um definindo seu próprio
contexto regional. Grandes articulações globais convivem com pequenos
movimentos des-rearticuladores: outras conexões espaciais. (p. 195)
HAESBAERT, Rogério. Regional-Global. Dilemas da Região e da Regionalização na Geografia Contemporânea. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2014.
Rizoma
“É preciso fazer o múltiplo,
não acrescentando sempre uma
dimensão superior, mas, ao
contrário, da maneira simples,
com força de sobriedade, no
nível das dimensões de que se
propõe, sempre n-1 (é somente
assim que o uno faz parte do
múltiplo, estando sempre
subtraído dele). Subtrair o
único da multiplicidade a ser
constituída; escrever a n-1.” (p.
13-14)
DELEUZE, Giles; GUATARRI, Féliz. Mil Platôs.
Capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1. 1ª ed. 2ª reimpr.
São Paulo: Editora 34, 2000.

Fonte da imagem: Internet Mapping Project


Região e território
Região campo teórico, e território,
campo da prática? “Ainda que
permaneçamos restritos à região
como instrumento de análise,
contudo, não podemos esquecer que
o modo como
regionalizamos/recortamos o espaço
tem profundas implicações nas
relações de poder que exercemos
sobre outros.” (p. 178)
HAESBAERT, Rogério. Regional-Global. Dilemas da
Região e da Regionalização na Geografia
Contemporânea. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2014.

Mapa Mundial da Internet: gráfico da rede de cabos de


fibra ótica no fundo dos oceanos, possibilitando a
conexão entre os países.

Fonte da imagem: http://nicolasrapp.com/portfolio/211/.


Acesso em: 30 maio 2017
MATOPIBA
A expressão MATOPIBA resulta de um acrônimo criado
com as iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia. Essa expressão designa uma realidade geográfica
que recobre parcialmente os quatro estados mencionados,
caracterizada pela expansão de uma fronteira agrícola
baseada em tecnologias modernas de alta produtividade.
O projeto prevê o desenvolvimento e a operacionalização
de um sistema de planejamento territorial estratégico para a
região do MATOPIBA (SITE – MATOPIBA). Ele reúne
informações numéricas, cartográficas e iconográficas e a
caracterização territorial do quadro natural, agrário,
agrícola, rural e socioeconômico de 31 microrregiões e 337
municípios dos quatro estados que compõem a região.
Ele resulta de um significativo Acordo de Cooperação
Técnica assinado entre o INCRA e a Embrapa, através do
GITE em 2014.
EMBRAPA. Grupo de Inteligência Territorial Estratégica. Desenvolvimento
Territorial Estratégico para Região do MATOPIBA – Parceria INCRA e
EMBRAPA (MDA e MAPA). Disponível em:
https://www.embrapa.br/gite/projetos/matopiba/index.html. Acesso em: 26 out.
2020.
Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro: limites, fronteiras e territórios

“O Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro (OMRJ), representado no mapa acima, é uma proposta
analítica de (sub-)regionalização, compreendendo, a princípio, um conjunto de municípios (na totalidade
de seus territórios ou parte deles) localizados no interior da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
(RMRJ). Em outras palavras, essa proposta nasce da necessidade de se compreender um processo em
curso, cujos fios analíticos ainda estão por se desvendar e suas derivações teóricas ainda estão por se
constituir e se consolidar. Como veremos em outros momentos deste texto, a trama empírica que cruza
os diversos momentos dessa proposição teórico-analítica repõe os termos da reprodução das relações
sociais de produção (LEFBVRE, 2002 [1973]). É no campo de uma crítica da economia política do
espaço (LEFEBVRE, 2000 [1973]) que esse exercício de regionalização, em nossa opinião, se faz
necessário. Trata-se de um espaço-tempo simultaneamente universal e particular, cuja situação
geográfica muito tem a revelar acerca dos conteúdos da urbanização contemporânea brasileira,
circunscrita à sua mundialidade. Portanto, é uma proposição que, no campo teórico-metodológico, traz a
sua certidão de nascimento: trata-se do desvendamento de formas e conteúdos do urbano enquanto um
processo que se caracteriza pela reunião, pela simultaneidade e pela dialética do espaço.”

SILVA, Marcio Rufino. « Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro: debates sobre limites, fronteiras e territórios de uma região », Espaço e
Economia [Online], 19 | 2020, posto online no dia 01 setembro 2020, consultado o 27 outubro 2020. URL:
http://journals.openedition.org/espacoeconomia/16343; DOI: https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.16343.
Para encerrar...
• A noção de região: a precedência do conhecimento geográfico. O conceito
de região: identidade na HPG.
• Regionalismos e discursos regionais: ideologias e campos semânticos.
• A vida e a morte da região: pressupostos históricos da Geografia em seus
principais embates teóricos.
• Geografia Regional: um campo específico da Geografia, em busca de
novas epistemologias.
• Próxima aula (03/11). Território e territorialização: poder, controle, táticas
e estratégias nas tramas do vivido.

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