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“Idéias”: ortografia do autor
“Várias críticas foram dirigidas à geografia cultural da primeira metade do
século XX: 1) [...]; 2) [...]; 3) [...]; 4) [...]; 5) [...]; 6) [...]” (p. 41-42)2
2
Críticas à geografia cultural: ver página 41 e 42
porque as pessoas associam aos mesmos lugares sentimentos, atitudes e humores
diferentes.” (p. 45)
“Vinte e cinco anos depois do seu início, a contestação humanista e radical das
ciências sociais tradicionais encontrou uma grande audiência. Muitas de suas
conclusões são hoje compartilhadas pelo conjunto dos geógrafos. A abordagem pós-
moderna das ciências sociais difere muito daquelas que a precederam. A idéia de que os
especialistas das ciências sociais podem se apoiar em uma revolução epistemológica
para dispor de um paradigma que se oponha à experiência das pessoas comuns é
refutada. Os especialistas das ciências sócias são seres humanos que estudam realidades
sociais e não tem o direito de ignorar a experiência dos outros seres humanos, muito
menos confronta-los com um tipo de discurso que seria fundamentalmente diferente – e
superior – ao deles.” (p. 47)
“Não existe uma cultura unificada, pois esta é feita de elementos retransmitidos
e reinterpretados permanentemente, o que quer dizer que cada um desenvolve sua
própria cultura em função do meio ambiente onde vive, trabalha ou viaja, das
dificuldades que encontra e da informação que recebe de fontes próximas ou distantes.
[...] Vem daí uma tendência para os estudos de escala micro: a imagem de um bairro tal
como ele é construído por aqueles que o habitam ou aqueles que estão instalados além
de seus limites, a experiência dos espaços das lésbicas em São Francisco ou dos
imigrantes turcos em Düsseldorf etc.” (p. 50-51)
“Acredito que sua principal qualidade reside no fato de não se ocupar apenas
com o método fenomenológico, mas também com questões ontológicas que se referem a
uma ontologia da espacialidade, uma ontologia fenomenológica da espacialidade, ou
melhor, da geograficidade, ou de modo mais abrangente, uma nova ontologia da
geografia.” (p. 113)
Uma das tarefas a que se propôs a fenomenologia foi definir leis eidéticas que
orientassem o conhecimento empírico, oferecendo, como alternativa à ciência
positivista, a constituição de ciências eidéticas, ou ciências das essências, definidas por
ontologias regionais.” (p. 114)
“Ao nos propormos a tarefa de uma constituição de uma ciência das essências,
deparamos com outro problema estabelecido pelos próprios fenomenólogos 4: a divisão
entre essências exatas – que tem uma relação indireta coma a vivência e produzem
construções – e as essências morfológicas – que exprimem todos os aspectos da
vivência e têm como base a sua descrição (Dartigues: 1972).” (p. 116)
“Desse modo, quando nos referimos a geografia como ciência essencial, nosso
objeto de estudo não é a espacialidade, mas a geograficidade. Já falei em
geograficidade, mas cabe aqui citar textualmente a definição de Dardel:
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Ao nos propormos a constituição de uma das essências, deparamo-nos com dois problemas... (ver pg.
115-116).
4
Para este problema, é apresentado uma solução, a partir de Husserl, no terceiro parágrafo da pg. 116.
“Mundo, para a fenomenologia, engloba muito mais coisas do que o suporte
físico ou do que um sistema de coisas que percebemos à nossa volta – o ambiente.
Segundo Tuan (1965), o mundo é um campo de relações, estruturado a partir da
polaridade entre eu e o outro, é o reino onde nossa história ocorre, onde encontramos as
coisas, os outros e nós mesmos. É desse ponto de vista que deve apropriar-se a
geografia.” (p. 119-120)