Você está na página 1de 3

Nome: Laura Jacob Ferreira - 04K

TIA: 31970613

Resenha do texto: As três estruturas formais da fenomenologia.

O capítulo três trata em si, de três formas estruturais fundamentais para a


compreensão da análise fenomenológica, as quais são: partes e todos;
identidade numa multiplicidade; e presença e ausência.

A fenomenologia surge na filosofia como ciência sobre a experiência que a


consciência tem do mundo, a relação entre a consciência do saber humano e
seu mundo exterior. Logo, seu objetivo é investigar e descrever os fenômenos
enquanto experiências conscientes; e como ciência dos fenômenos puros, cabe
à ela o mundo que é percebido pela experiência imediata. Em outras palavras,
diz que a consciência não é passiva; pois ela não compreende a existência das
coisas como algo pronto e acabado, mas participando da existência desses
objetos.

Em pedaços e momentos, o autor interpreta pedaços como partes


independentes do todo, ou seja, que não dependem de um todo que sustente
sua existência. Todavia, momentos são partes não-independentes, ou seja, que
dependem de um todo para existir assim como a cor, exemplo de Sokolowski,
que não pode ser separada de uma superfície.
“Os momentos não podem ser, exceto quando misturados com outros
momentos. Os momentos são o tipo de parte que não pode tornar-se um todo”
(p. 32).
No plano da percepção, no entanto, um pedaço torna-se um momento na
medida em que não pode ser distanciado de um todo perceptivo, um objeto num
pano de fundo. Há também uma relação entre partes fundantes e fundadas. O
autor lança mão dos conceitos concretum e abstractum para solucionar uma
confusão recorrente na filosofia, pois os pedaços, ao separarem-se do todo,
tornam-se um todo, um concretum. No caso dos momentos, por mais que
possamos considerá-los independentemente do todo, o fazemos de maneira
abstrata. Eles não encontram uma existência independente na realidade.
O tema da identidade mostra-se quando constatamos que mesmo diante de
múltiplos lados, aspectos e perfis, ainda identificamos o cubo como o mesmo, ou
seja, sua identidade. Essa ideia se mantém quando entramos no âmbito da
linguagem. Um fato é representado por palavras diferentes em idiomas
diferentes. O modo de representá-lo varia, mas a identidade, o sentido, do
mesmo ainda se mantém. A identidade é de uma dimensão diferente, como
afirma Sokolowski: “A identidade não é um membro da multiplicidade (…) a
identidade transcende suas múltiplas manifestações, vai além delas. A
identidade não é meramente a multiplicidade de suas manifestações” (p. 39).

Ao considerar os correlatos objetivos de presença e ausência, observa-se as


intenções cheias e vazias. A intenção vazia distingue-se da cheia pelo fato de
seu alvo não estar presente, enquanto na intenção cheia percebemos o objeto
presente, o vemos; ressaltando que as intenções vazias anteriores e posteriores
às presentes são diferentes. Nas intenções vazias pensamos num objeto
ausente, imaginamos, antecipamos, relembramos e é importante ressaltar que
as intenções vazias anteriores e posteriores às presentes são diferentes.
Assim como no tópico anterior, não podemos deixar de trazer à tona a
identidade do objeto. Tanto as intenções vazias quanta as cheias são intenções
de algo. O autor critica a maneira negligente com a qual a filosofia moderna
tratou a ausência. Segundo ele, quando nos encontrávamos pensando sobre um
objeto, explicávamos este pensamento através da presença de uma imagem
representativa do objeto. A ausência do objeto era negligenciada em favor da
presença de sua representação. Entretanto, se sabemos que o dado é somente
uma imagem, é justamente porque intencionamos a ausência do objeto no qual
a imagem se origina.
Existe também o percurso da intenção vazia à intenção cheia. Nem sempre a
intenção vazia é totalmente preenchida, num único ato perceptivo. Por vezes,
ocorre todo um processo de intenções intermediárias até que o objeto seja dado
como presente. Assim, Sokolowski distingue dois tipos de preenchimento: o
gradual e o aditivo. No primeiro, temos muitos intermediários até que a intuição
do objeto ocorra.

Concluo assim que; ao explorar um problema fenomenológico, deve-se


questionar o que são as partes e os todos, as identidades nas multiplicidades
e as misturas de ausências e presenças que estão em funcionamento no
assunto em questão, para a obtenção de melhores respostas e
aperfeiçoamento da ciência.

Você também pode gostar