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Texto 3: O Existencialismo de Martin Heidegger comunicação com o passado; pelo entender, está em comunicação com futuro, com as

suas possibilidades; Pelo discorrer, ele está em comunicação com o presente.


O maior representante do movimento existencialista é Martin Heidegger que Entre os dois primeiros existenciais, ser-no-mundo e existência, há uma clara
procurou reconstruir metafísica em novas bases, mediante a aplicação do método diferença. Um prende o homem ao passado, o outro projeta o futuro. A vida do
fenomenológico do estudo ser. Foi discípulo de Husserl. homem será inautêntica ou autêntica conforme ele se guiar pelo primeiro ou pelo
segundo.
A FENOMENOLOGIA DO HOMEM… Tem uma vida a inautêntica ou banal quem se deixa dominar pela situação, o
desejo de saber se torna vão, o inautêntico sabe na aquilo que a massa sabe e
O ser nunca se manifesta diretamente, imediatamente, em si mesmo, mas
submete-se prazerosamente à lei da massa. Observa Heidegger, ela (a massa) a
sempre como o ser deste ou daquele ente.
dispensa de responsabilidades, como a responsabilidade de tomar iniciativas e
Segundo Heidegger, a compreensão do ser é, ao mesmo tempo uma
decisões: tudo está decidido na vida de cada dia.
determinação do ser do homem.  O homem é a porta de acesso ao ser. Aqui
Leva a vida autêntica quem assume como própria e constrói um plano
Heidegger aplica o método fenomenológico: parte do homem de fato, deixa que ele se
próprio. Autêntica é a vida de quem deve o apelo do futuro, as próprias
manifeste tal qual é, e procura compreender, sua manifestação.
possibilidades. E já que entre as possibilidades humanas a última é a morte. Vive
Na sua pesquisa antropológica, ele descobre no homem alguns traços
autenticamente aquele que leva em consideração a morte como a possibilidade de
fundamentais, característicos do seu ser, traços os quais ele dá a denominação de
deixar de existir “aqui”, cessar
existenciais.
O primeiro existencial é o ser-no-mundo que se encontra em situação A NATUREZA DO SER…
(chamado de Daisen ser-em-situação, por Heidegger), num círculo de afeto e
interesses; o homem que está sempre aberto para se tornar algo novo. A própria Para Heidegger o ser é definido como aquilo que se faz presente no ente, que
situação presente é determina por aquilo que ele pretende fazer no futuro: muito do o ilumina e se manifesta nele. Embora o ser esteja no ente, não há nada no ente que
que ele faz hoje, senão tudo, ele o faz em vista do que ele quer ser amanhã. revele a natureza do ser. O homem é “o guarda do ser”, mas só cumprirá essa missão
O Segundo existencial, Heidegger chama-se existência a esta característica do se souber preservar a dignidade do ser. O homem permanece sempre só com a
homem de ser fora de si, diante de si, por seus ideais, por seus planos, por suas natureza, isto é, com mediato jamais poderá ele encontrar imediatamente “o próprio
possibilidades. ser”. Mas o homem sabe que o ser dá a todo ente a “garantia de ser”. Sem ela, todo o
Heidegger afirma que a essência, isto é, a natureza do homem, consiste na sua ente permaneceria no nada, na privação absoluta do ser. Mas o modo pelo qual se dá
existência. este “construir-se” do ente por meio do ser é coisa que não lhe é dado saber. Em
O terceiro existencial é a temporalidade. O homem é um existente porque está consequência disso, a explicação do grande segredo do “constituir-se” da existência e
essencialmente ligado ao tempo. Isso faz com que ele se encontre sempre além de si o esclarecimento de sua relação com seu fundamento são impossíveis, estando esta
mesmo, nas possibilidades futuras. Neste sentido o homem é futuro. Mas para pôr em questão oculta em mística obscuridade.
ato essa possibilidade, ele parte sempre de uma situação, na qual ele já se encontra,
neste sentido ele é passado. Finalmente, enquanto ele faz uso das coisas que o
cercam, ele é presente. "Dou uma pequena pista para quem quer escutar: não se trata
A temporalidade tem a função de unir a essência com a existência. de ouvir uma serie de frases que enumeram algo; o que
As três “estases” temporais (passado, futuro e presente) correspondem, no importa é acompanhar a marcha de um mostrar."
homem, três modos de conhecer: o sentir, o entender e o discorrer. Pelo sentir está em Martin Heidegger

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