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Temporalidade
Introdução
Após uma discussão acerca do Ser em sua introdução, Heidegger em Ser e Tempo
conjectura um descaso da metafísica tradicional em relação ao Ser, e passou a
desconsiderar a diferença ontológica entre ser e ente. A partir daí, surge um processo de
entificação do ser, resultando na submissão do mundo e da natureza aos domínios da
técnica. Assim, os entes são objetificados com vistas à sua manipulação, uso, controle e
exploração. Esse modo de Ser, próprio da modernidade, não foi conhecido pelos antigos.
Em vez de fixar o ente como algo vigente no presente, ele compreende como sendo no
mundo. O Ser-aí (Dasein, em alemão) é o ente escolhido pelo autor para ser o primeiro
interrogado na questão do ser, cujo sentido reside na temporalidade – o Dasein, esse Ser-aí,
possui um ser histórico. O conceito de tempo heideggeriano conduz ao questionamento
acerca do sentido do ser. De forma resumida, o Dasein é “como e o que” ele já foi. Heidegger
então se põe a recuperar esse passado de forma produtiva para responder ao
questionamento sobre o sentido do ser em geral.
NUNES, Benedito. Heidegger e Ser e Tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.