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CAMPUS ARAPIRACA
CURSO DE LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA (3º Período)
DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA 2 PROF. DR. MÁRCIO FERREIRA DA SILVA
ALUNO(A): José Cícero Afonso dos Santos
1.De que maneira podemos perceber a representação artística durante o tempo e a história.
Para Compagnon (2001, p. 22), “a teoria da literatura pede que os pressupostos dessa afirmação
sejam explicitados. O que você chama de literatura? Quais são seus critérios de valor? [...]”.
Dessa forma, pergunta-se:
a) de que maneira as figuras acima formam o panorama da arte e ao mesmo tempo seguem
padrões de ruptura durante a história? (1,0);
A arte é, basicamente, a forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e
sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia e equilíbrio. Nesse
sentido, a escultura e as pinturas elencadas acima constituem o panorama da arte, pois,
expressam evidentemente esses valores.
Por conseguinte, na obra de arte ‘Marilyn Monroe’ de Andy Warhol; o autor apresenta
uma imagem estática que reforça o poder universal desta trágica personagem do cinema de
Hollywood e a representação da Marilyn, representada como um produto da cultura de massas,
faz a ligação ao movimento de Arte Pop americana. Nesta perspectiva, percebe-se novamente
as quebras/padrões da arte ao perpassar do tempo.
b) É correto dizer que a arte projeta sempre a ideia de “novo”? Explique. (1,0)
É notório a subjetividade em dizer que a arte projeta a ideia de “novo”, pois, o próprio
Leonardo da Vinci profere “A arte diz o indizível, exprime o inexprimível e traduz o intraduzível”,
ou seja, a arte é antes de tudo, vida, cultura, alegria etc. Leonardo da Vinci diz muito em poucas
palavras. Contudo, de modo pessoal, digo que a arte ‘não sempre’, mas sim, pode representar
a ideia de “novo”, pois, a arte possui muitas personalidades, formatos, ideias, universos e
culturas, ela pode remeter a algo já existente, bem como, projetar a ideia de “novo”.
c) De que maneira podemos pensar a função da literatura como sentido humanista? Explique.
(1,0).
Compagnon (2001, p. 45), afirma que “Literatura é Literatura”, isto é, no capítulo que se
encontra esta frase ele enfatiza o paradoxo que pode levar a literatura a várias definições. Nesse
sentido, ele observando os conceitos, volta-se a incógnita inicial: o que é Literatura? E logo
responde conclusivamente: Literatura é literatura.
TEXTO A:
“Então, de repente, um deles disse, calmamente, não se irritem, levem o que quiserem, não
faremos nada. Fiquei olhando para ele. Usava um lenço de seda colorida em volta do pescoço.
Podem também comer e beber à vontade, ele disse. Filha da puta. As bebidas, as comidas, as
joias, o dinheiro, tudo aquilo para eles era migalha. Tinham muito mais no banco. Para eles, nós
não passávamos de três moscas no açucareiro” (FONSECA, 2012, p. 11).
TEXTO B:
“Ao mesmo tempo que imaginário — era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de
volumosas dálias e tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudas, o abraço era
macio, colado. Como a repulsa que precedesse uma entrega — era fascinante, a mulher tinha
nojo, e era fascinante” (LISPECTOR, 1988, p. 6).
Pergunta-se:
De que maneira os aspectos narrativos nos contos Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, e Amor,
de Clarice Lispector, estão relacionados à forma literária no tocante:
À representação:
Ao decorrer da análise dos aspectos narrativos dos cujos contos, em referência a forma
literária na esfera representação, percebe-se no conto Amor, de Clarice Lispector, o prisma da
condição existencial humana, especificamente da mulher. A autora recorre ao simbolismo por
trás de uma epifania, um acontecimento marcante ou uma revelação súbita, enxurrada de
pensamentos e reflexões sobre a realidade e sobre a vida.
Logo, no conto Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, apresenta o contraste entre a classe
baixa marginalizada e a classe burguesa. A narrativa dá-se na véspera da virada de ano em que
um grupo de amigos, Zequinha, Pereba e o narrador-personagem, não identificado por nenhum
nome, decidem assaltar uma casa onde estava sendo celebrado o réveillon.
À desautomatização e ao estranhamento:
Na referida obra, Clarice Lispector usa a visão banal de um cego, que está parado
mascando chiclete, para desencadear na personagem Ana uma crise, em meio a sua rotina
diária. A desautomatização visual provocada na protagonista da narrativa é resultado da
desautomatização de clichês sociais de atitudes que vão sendo “robotizadas” pelo homem e que
consequentemente banalizam as relações entre as pessoas. Ou seja, neste conto, toda a
perspectiva de Ana diante de si e do mundo é desnaturalizada quando, do bonde, a protagonista
vê um cego no ponto a mascar chicletes, o que desencadeia, entre outros estranhamentos, o
choque sensorial com a cesta de ovos. Tal visão do homem cego e sua goma de mascar,
supostamente banal, causa reverberações epifânicas na moça.
Já, na referida obra de Rubem Fonseca, o estranhamento se dar devido à linguagem
extremamente provocativa e agressiva utilizada pelo autor, reações que foram tanto de repulsa
e linguagem forte. Nesse sentido, esse conto reafirma que textos ficcionais podem contribuir
para gerar uma reflexão crítica do meio social e de sua representação. Especialmente no caso
de Fonseca, o choque e o estranhamento que comumente é sentido pelo leitor é o gatilho que
conduz a essa reflexão.
No âmbito singularidade, percebe-se nos dois contos este quesito, na forma como
Rubens e Clarice costumam enveredar pelas linhas dos contos, moldados por um estilo ou uma
maneira singular de situar os personagens, descrevendo-os detalhadamente em sua composição
social e psicológica.