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O MÍSTICO
JUNG,
O MÍSTICO
As Dimensões Esotéricas da Vida e
dos Ensinamentos de C. G. Jung
Uma Nova Biografia
Tradução
MÁRIO MOLINA
Lachman, Gary
Jung, o místico : as dimensões esotéricas da vida e dos ensinamentos de
C. G. Jung : uma nova biografia / Gary Lachman ; tradução Mário Molina. —
São Paulo : Cultrix, 2012.
Título original: Jung the mystic.
ISBN 978-85-316-1195-7
1. Astrologia esotérica 2. Jung, Carl Gustav, 1875-1961 3. Psicólogos —
Suíça — Biografia.
12-08400 CDD-150.1954092
J ung era um místico? Jung achava que não e não via com bons
olhos os que eram. Numa entrevista filmada em 1957 com
Richard I. Evans, professor de psicologia da Universidade of
Houston, Jung, então na faixa dos 80 anos, observou que “os que
dizem que sou místico não passam de idiotas”.1 Naquela época,
isso teria incluído um bom número de pessoas, entre as quais se
achava nada menos que Sigmund Freud, outrora mentor e ami-
go de Jung. Foi o caráter “místico” da primeira grande obra de
Jung, Símbolos de Transformação,2 que precipitou o rompimento de
Jung com o fundador da psicanálise em 1912 e carimbou-o com
um rótulo do qual ele passou a vida inteira tentando se livrar. Na
época da entrevista de Evans, Jung já estava empenhado há quase
cinquenta anos nisso e, como sugere o título deste livro, não fora
muito bem-sucedido. Até o fim de sua vida e durante uma carrei-
ra longa e frequentemente turbulenta, Jung afirmou, exasperado,
que era antes de mais nada um cientista, um empirista e não um
teórico, metafísico, filósofo ou, mais enfaticamente, um místico.
Suas queixas, contudo, alcançaram geralmente ouvidos moucos e
o ônus do misticismo pende ainda hoje sobre Jung, como descobri
durante uma visita ao Freud Museum, aqui em Londres, enquanto
fazia pesquisas para este livro. Conversando com o curador sobre
a adoção por Freud do materialismo científico do século XIX e sua
tendência a reduzir os fenômenos “espirituais” a causas materiais,
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