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Cultrix
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Outras obras do autor;

EGO E ARQUETIPO

O ARQUETIPO CRISTAO

A CRIAÇAO DA CONSCIENCIA

Outras obras de interesse:

O HERO! DE MIL FACES


Joseph Campbell i,
HISTORIA DA ORIGEM DA CONSCIENCIA
Erich Neumann

AMOR E PSIQUE
Erich Neumann

A DINAMICA DO INCONSCIENTE il

Liz Greene e Howard Sasportas t J,

o PAl - Mitologia e Papéis em Mutaçao


Arthur Colman e Libby Colman

NARCISISMO
Alexander Lowen

ThORIA DINAMICA DA PERSONALIDADE*


Kurt Lewin

SISTEMAS E TEORÍAS EM PSICOLOGIA


Marx e 111111v

C. G. JUNG: Entrevistas e Encontros


W. McGuire

COMPLEXO, ARQUETIPO, SIMBOLO


blande Jacobi

O DESENVOLVIMENTO AI)ULTO DE
C. G. JUNG
John-Raphael Staude

-
PSICOLOGIA Urna Introduçäo aos
PrincIpios Fundamentais do Cornportaxnento
C. W. Telfordef. M. Sawrey r
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ANATOMIA
DA PSIQUE

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Edward F. Edinger
135

Iß1C)

ANATOMIA
DA PSIQUE

O Simbolismo Alquímico
na Psicoterapia
U. F. M. G. - BIBLIOTECA UNIVERSITARIA

IrnHNUIHIN
0234170408
NAO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA

Traduçío
ADAIL UBULAJARA SOBRAL
MARIA STELA GONÇALVES

z EDrTORA CULTRIX
p
São Paulo

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'VFPiI. C. ¡-lnmnnnc TJFMCj
Título do original:
Anatomy of the Psyche

Copyright © 1985 by Open Court Publishing Co., La SaBe, Illinois 61301.

IGNIS.

P-

Nota sobre abreviaçöes AV - Vent, autorizada (do rei James)


As Obras completas dc Jung são citadas cornoCW. DV - Versan Douay
As vásias versóes da Biblia são abreviadas da se- RSV - Versãc, padräo revisada
guinte forma: -
NEB Nova Biblia inglesa
JE - BIblia de Jerusalém
NAB- Nova Biblia norte-americana

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F!

Edtçao ASIC
1.2.3-4-3- 8-T-S-9-10 90-91.92-93-94-95
A montanha-caverna dos ad
Direitos dc traduçáo para a língua portuguesa adquiridos corn exclusividade pela (Micheispacher, Cabala, 1654
EDITORA CULTRIX LTDA.
Rua Dr. Mário Vicente, 374 -04270- SIn Paulo, SP - Fone: 272-1399
que se reserva a propriedade ¡liardS desta traduçâo.

Impresso nsa oficinas gráficas da Editora Pensamento

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o.,La Salle, Illinois 6130!.

IGÑIS. Awu.

V - Versâo autorizada (do rei James)


-VersâoDouay
W - VaSo padráo revisada
- Nova Biblia inglesa
- BThlia de lerusalém
th- Nova Biblia norte-americana
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ADO
90-91-92-93-94-95
A montanha-caverna dos adeptos. Resumo simbólico da Opus alquímica
ios corn exciusividade pela
(Michelspacher, Cabala, 1654. Api«! Jung, Psychology and Alchemy).
A.
,,SP-Fone: 272-1399
sta traduçäo.

ra Peasameato

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a

[Let us] study that


true Bible, as we count
it, of the hwnan body
and of the nature of man *

Andreas Vesalius

* [...estudemos essa / verdadeira Biblia, como a entendemos, / do corpo humano / e da natureza do


homem.] -

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Sumário
Lista de ilustraçöes . 11
Prefácio . 19
Capítulo 1. lntroduçöo 21
......................................
.

Capítulo 2. Cakinatio 37
Capítulo 3. Soluzio......................................... 67
Capítulo 4. Coagulado ......................................
Capítulo 5. Subliznatio ......................................
101
135
Capitulo 6. Mort(ficatio ..................................... 165
Capítulo 7. Separado ....................................... 199
Capítulo 8. Coniunetio ...................................... 227
Bibliografia ........................................... 249

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LISTA DE ILUSTRAÇOES

As referéncias às fontes primárias aparecem sob os títulos das ilustraçóes.


Para as fontes secundárias, vejam-se as legendas de ilustraçôes individuais e a
Bibliografia.

Frontispicio

A montanha-caverna dos adeptos. Resumo simbólico da Opus alquímica. Mi-


cheispacher, Cabala (1654).

1 - i (página 24)
O macrocosmo e o microcosmo interligados. Waite, A. E., trad., The Hermetic
Museum.

1 - 2 (página 26)
O alquimista guiado por Deus. Barchusen, Elementa Chemiae (1718), Paris,
Bibliothèque Nationale.

- 3 (página 33)
cs. Marolles, Tableaux du temple des muses (1655).
1

A prima materia como


Londres, British Museum.

1 -4(página35)
Cérbero como o aspecto devorador e desconcertante da prima materia (século
XV). Biblioteca Apostolica Vaticana, Cod. Pal. lat. 1066, fol. 239.

2 - i (página 38)
Cakinatio do rei. O lobo como prima materia, devorando o rei morto. Maier,
Atai!anta Fugiens (1618).

2-2 (página 41)


Calcinatic de um animal da Terra. MS. Sloane I. 1316 (século XVII). Londres,
British Museum.

2-3 (página 41)


Calcinatio do pal devorador. Mats Liber (1702).

2 - 4 (página 42)
O fogo do dragáo sendo atiçado e extinto. Trismosin, Splendor Solis (1582).

2 - 5 (página 44)
A fornaiha ardente de Daniel. Biblia de Santo Estêváo Harding (século XII),
Dijon, Bibliothèque Municipale, MS. 14.

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2 - 6 (página 46)
A salamandra brilhante que vive no fogo. O espfrito mercurial da prima mate-
Betsabá.
ria, como salamandra, divertindo-se no fogo. Maier, Atalanta Fugiens (1618).

2 - 7 (página 47)
Susana e os ancho
O violento torturado numa chuva de fogo. Doré, !lustraçoes para a Divina
Comédia de Dante.
2 - 8 (página 52) Diana e Actéon. Ticiano
Cakinatio do hermafrodita. Maier, Atalanta Fugiens (1618).

2 - 9 (página 53) Batismo corn água lunar sim


O semeador do fogo. E. Jacoby. Theatrwn C

2 - 10 (página 55)
Pentecostes. Doré, Bible Illustrations. Bacanal dos ax

2- 11 (página 58)
Shiva dançando num círculo de fogo. Bronze (século XII ou Xffl), Amsterdä, Banhistas. Renoir.
Museum van Aziatische Kunst.

2 - 12 (página 60) 0 dihívio.


São Joâo queimado no azeite. Dürer, 1498.

2 - 13 (página 63) "Salvai-me, ó Deus, pois a ág


Expulsâo dos demônios. Entaihe (século XVII). Salmo 69, The Visco

2- 14 (página 65)
O rei no suadouro. Maier, Atalanta Fugiens (1618). 0 exército do faraó afogando-

3 - (página 70)i

Siegfried e as donzelas do Reno. Rackham, Ilustraçöes coloridas para o "A-


nel" de Wagner. A muther lavando ro

3 -2 (página 71)
O rei e a rainha no banho. Mylius, Philosophia refonnata (1622). 0 cadáver da fusáo rei-rainha
leste. Rosariwni
3 - 3 (página 72)
Solusio do rei. Fundo: o rei, em vias de afogar-se, pedindo socorro. Primeiro
plano: o rei renascido. Trismosin, Splendor Soils (1582). A terra nutre o Filius Philc

3-4(página74) -

O nascimento de Afrodite (celta de 460 a.C.), Roma, Tenne Museum. Aguja agrilhoada a um animal

3 - 5 (página 75)
Hilas e as ninfas. John William Waterhouse, Manchester, Inglaterra, City Art A queda dos anjos rebeldes. b
Gallery.

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mercurial da prima mate-
1iito
3-6 (página 76)
Betsabá. Rembrandt, Paris, Louvre.
kr, Atalanta Fugiens (1618).
3 - 7 (página 77)
Susana e os anciäos. Tintoretto. Viena, Gemäldegalerie.
Jiustraçoes para a Divina
3 - 8 (página 78)
Diana e Actéon. Ticiano, Edinburgo. National Gallery of Scotland.
Fugiens (1618).
3 - 9 (págma 80)
Eatismo corn água lunar simultaneo à mordida de dragoes. Ashrnole, org.,
Theatrzun Chemicuin Britannicum (1652).

3- 10 (página 81)
ons. Bacanal dos andrianos. Ticiano, Madri, Prado.

3 - 11 (página 84)
XII ou XIII), Arnsterdä, Banhistas. Renoir. Filadélfma, coleçäo de Carrol Tyson.
1.

3 - 12 (página 86)
O dilúvio. Doré, Jlustraç&s bíblicas.
1498.
3 - 13 (página 88)
"Salvai-me, ó Deus, pois a água entrou até a minha alma." Ilustraçâo para o
ib XVII). Salmo 69, The Visconti Hours, Florença, National Library.

3- 14 (página 91)
ens (1618). O exército do faraó afogando-se no Mar Vermelho. The Visconti Hours, Flo-
rença, National Library.

!açôes coloridas para o "A- 3 - 15 (página 92)


A rnulher lavando roupas. Maier, Atalanta Fugiens (1618).

3 - 16 (página 94)
frhûm reformata (1622). 0 cadáver da fu são rei-rainha sendo purificado e reanimado pelo orvaiho ce-
leste. Rosariwn Philosophorwn, Frankfurt (1550).

pedindo socorro. Primeiro 4 - 1 (página 102)


,dor SoIls (1582). A terra nutre o Filius Philosophoruin, Maier, Atalanta Fugiens (1618).

4 - 2 (página 104)
Roma, Terme Museum. Aguia agrilhoada a um animal do solo. Stolcius, Viridariwn Chymicwn (1624).

4- 3 (página 107)
chester, Inglaterra, City A queda dos anjos rebeldes. Les très riches heures du duc de Berry, Chantilly,
Musée Condé.

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4-4(página 110)
A pedra de Saturno. Maier, Ata lama Fugiens (1618). A subliinazio. Sapientia veU
sumna et universali medicin
4-5 (página 112)
A tortura de Prometeu. Morcan.

4-6(páginall4) Extraçäodapornbal
A Virgem e o Menino na ma crescente. Dürer.

O grito. Muniq
4-7 (págma 115)
A Liberdade liderando o poyo. Delacroix. Paris, Louvre.
Extraçâo do memúrio e coro
(página 120)
4 - 8 sentado como urna monstruos:
A Fortuna, ou Nômesis, carregando a taça e os artejos do Destino. Dürer. perior: assunçäo e coroaçäo
temidade. Speculum tz*
4-9 (página 122)
A anunciaçäo. Desenho de Rembrandt. Besançon, Musée Communal.
Ascensäo dc
4- 10 (págma 123)
"Semeia thu ouro na terra branca", Maier, Atalanta Fugiens (1618).
Assunção da Virgem. The h
4-11(páginal24) Pi
A crucifixâo. Desenho do Ramsey Psalter (c. 980), Londres, British Museum.

Osfris como escad


4- 12 (página 125)
A serpente mercurial crucificada. Alchimie de Rame!, MS. Français 14765, Pa-
ris, Bibliothèque Nationale. A escada dos místicos pan
Moni
4-13 (página 126)
Transfixaçáo da serpente mercurial e do rei. "Speculum veritatis", Cod. Vati-
canus Latinus 7286 (século XVII), Biblioteca Vaticana. Szmeao Estihta em sua cok

4-14 (página 128)


Adâo e Eva. Dürer. A escada de Saturno segundo

4- 15 (página 130)
A uultima ceia. Observe-seo minúscumo demôthonegm, entrando na boca de Ju-
das. The How-s of Catherine of deyes, coleçáo Guennol e Pierpont Morgan A torre da Babel, Brueg
Library.

Esqueleto como imagem da ,


(página 137)
5 - 1

Fotografia de satélite de Cape Cod e adjacôncias. Photo Atka of the United


States.
Ottiunfo da Morte. Afrescod

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5 -2 (página 138)
(1618). A sublimatio. Sapientia veterwn philosophorwn sive doctrina eorwidwn de
swnma et universali medicina (século XVIII),Paris, Bibliothèque de l'Arsenal,
MS. 974.

p
5 - 3 (página 139)
Extraçäo da pomba branca. Trismosin, Splendor Sous (1582).
frnte. Dürer.
5 -4 (página 140)
O grito. Munique (1895), Oslo, National Museum.

kx. Paris, LOUVre. 5 - 5 (página 141)


Extraçâo do mercúrio e coroaçäo da Virgem. NIvel inferior: Mercurio (repre-
sentado como urna monstruosidade) sendo extraído da prima materia. Nivel su-
aritos do Destino. Dürer. perior: assunçäo e coroaçáo da Virgein, transformando a Trindade nurna Qua-
temidade. Speculum trinitatis, retirada de Reusner, Pandora (1588).

flÇOfl Musée Communal. 5-6 (página 150)


Ascensâo de Elias. Doré, Bible Illustrations.

aiantaFugiens(l6l8). p 5-7(páginal5l)
Assunçäo da Virgem. The Hours of Catherine of Cleves, coleçäo (}uennol e
Pierpont Morgan Library.
, Londres, British Museum.
- 154)
Osfris como escada. Do papiro de Ani, British Museum.

1, MS. Français 14765, Pa- 5 - 9 (págS 157)


le. A escada dos rnísticos para o céu. Icone do mosteiro de Santa Catarina.
Monte Sinai (séculos XI-XII).

culum veritatis", Cod. Vati- 5 - 10 (página 158)


Siineâo Estilita em sua coltina, cercado por urna serpente. Relicário (século
ioteca Vaticana.
VI), Paris, Louvre.

5 11 (página 159)
A escada de Saturno segundo Dante. Doré, Ilustraçoes para a Divina Comédia
de Dante.

vo, entrando naboca de Ju- I

5 - 12 (página 160)
Guennol e Pierpont Morgan A torre da Babel, Bruegel (1563), Viena, Kunsthistoriches Museum.

6-1(página 166)
Esqueleto como irnagem da mortificatio. Waite, A. E., trad., The Hermetic Mu-
sewn.
s. Photo Atlas of the United
6-2 (página 167)
O triunfo da Morte. Afresco de Francesco Traini (c. 1350), Pisa, Camposanto.

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6- 3 (página 168)
Sol e Luna matam o dragäo. Maier, Ata/anta Fugiens (1618). Deus criando o mundo. ilusli

6-4 (página 169)


A morte serve urna bebida para o rei. Holbein, The Dance of Death (1538).
Cortando o ovo fi1
6- 5 (página 170)
A morte do rei. Stolcius, Viridarium Chymicum (1624).
A separaçáo entre o céu e a t
6-6 (página 174) baseado numa ilustraçäo coni
O massacre dos inocentes. Desenho alquímico. des A/ten Orients L

6-7 (página 175)


A morte tocando a trompa do verme. J. Meydenbach, Doten Dantz (c. 1492), Os ases dos quatro naipes dc
Mainz.

6- 8 (página 178)
Coniunctio no vaso negra A nigredo, Paris, Bibliothèque de l'Arsenal, MS. 975, O Cii
fol. 14.

6 - 9 (página 179) Peleja entre Sol e Luna, Aurc


Graos nascendo do cadáver de OsIris. Retirado de um baixo-relevo de File. bliothek. C

6- 10 (página 180)
Graos nascendo do túmulo, simbolizando a ressuneiçäo. Waite, A. E., O despertar do rei adorntcj
The Hermetic Mjtsegrn ' [pseud.], "De Alchemia" (s&

6- 11 (página 181)
A morte e o Landsknecht. Dürer.
Cisüs. Doré, ¡&ç
6- 12 (página 183)
A nigredo. Mylius, Philosophia reformata (1622).

6- 13 (página 184)
Salomé corn a cabeça de Joâo Batista. Les bel/es hew-es du chic de Berry, Nova
A ju
York, The Metropolitan Museum of Art.

6- 14 (página 186) Moisés tirando água da pedra


A cabeça da morte aponta para a esfera cósmica. Holbein, The Dance of Death,
yerisehe Stasi
(1538).

6 - 15 (página 193) Crucifixäo e jufro final. H. V


A flagelaçäo de Cristo. Mair de Landshut (século XV), Londres, British Mu-
seum.

6- 16(páginal96) A alma do mortoépesadana


Desenho de urna paciente.

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7-1(página 200)
Fugiens (1618). Deus criando o mundo. llustraçâo de manuscrito (século Xffl), Viena, Austrian
National Libraiy.

Dance of Death (1538). 7 -2 (página 201)


Coitando o ovo filosófico. Maier, Atalantafugiens (1618).

(1624). 7-3 (página 202)


A separaçäo entn o céu e a terra: Nut elevada acima de Geb por Shu. Desenho
baseado numa ilustraçäo confida em A. Jeremias, Das Alte Testament im Lichte
.co. des Alten Orients, Leipzig (1904), Turim, Egyptian Museum.

7 - 4 (página 206)
Doten Dantz (c. 1492), Os ases dos quatro naipes do taro: espadas, paus, copas e pentagrama (tarO &
Marseiha).
7 - 5 (página 208)
de l'Arsenal, MS. 975, O Cristo do Apocalipse. Dürer.

7 - 6 (página 209)
Peleja entre Sol e Luna, Aurora Consurgens (século XIV), Zurique, Zentralbi-
um baixo-relevo de File.
bliothek. Cod. rhenovacensis 172, foI. 10.

7 -7 (página 210)
O despertar do rei adormecido como julgamento de Páiis. Tomás de Aquino
icäo. Waite, A. E., trad.,
[pseud.], "De Alchemia" (século XVI), Leiden, Bibliothek der Rijksuniversiteit,
Cod. Vossianus 29, fol. 78.

7-8 (página 212)


Cismáticos. Doré, Jiustraçoes para A Divina Comédia de Dante.

(1622). 7-9 (página 213)


O alquimista como geómetra. Maier, Atalanta Fugiens (1618).

7- 10 (página 214)
res du duc de Beny, Nova A justiça. TarO de Marselha.
of Mt
7- 11 (página 216)
Moisés tirando água da pedra. Biblia Pauperum Bavaria (1414), Mimique, Ba-
The Dance of Death, yerische Staatsbibliothek, Clin. 8201, foI. 86v.

7- 12(página22ú)
Cnicifixâo e juízo final. H. Van Eyck, Nova York, The Metropolitan Museum
i XV), Londres, British Mu- of Art.
7-13(página222)
Museum.
.

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7 - 14 (página 223)
O arcanjo Migue' pesando almas. Van der Weyden (século XV), Borgonha,
Hospice de Beaume.

8 - i (página 229)
O dragäo math a muther e esta o mata. Maier, Atalanta Fuglens (1618).

8-2 (página 233)


Coniunctio no vaso alquímico. (Século XVII), Paris, Bibliothèque de l'Arsenal,
MS. 975, fol. 13.

8 - 3 (página 236)
A crucifixâo como coniunctio entre Sol e Luna. (Final do século XIX), Paris,
Bibliothèque Nationale, MS. lat. 257, fol. 12v. A descoberta junguiana
nova abordagem do material
8 - 4 (página 237) sim como as tentativas de PIC
O círculo do ano como uma coniunctio entre Sol e Luna. Desenho medieval, sofia pré-socrática, podem sei
Stuttgart, Wurttembergische Landesbibliothek, Cod. hist. fol. 415, fol. 11v. gia da psique objetiva.
Dando continuidade ao
8 - 5 (página 238) lançai luz sobre detenSado
A Nova Jerusalém como coniunctio entre Sol e Luna. The Cloisters Apocalyp- de individuaçäo, manifestos
se, fol. 36, Nova York, The Metropolitan Museum of Art. mais diversas fontes, os dad
padróes e regularidades da r
8 - 6 (página 243) transformaçáo. Nao apresento
A rosa celeste, Doré, ¡lu.straçöes para a Divina Comédia de Dante. losófica, mas urna organizaç&
Esses fatos formam um
8 - 7 (página 244) tempo, uma embriologia, tenc
Trilhas estelares em tomo do pólo. Foto do Observatório Yerkes. senvolvii-nento e transforimç
no fato de elas nos fonteceren
8 - 8 (página 245) de outros materiais inconsciei
Autobiografia como Mandala. Eventos da vida de Opicinus de Canistris, orga- corn qualquer outro objeto,
alzados concentricamente desde sua concepçäo, em 24 de março de 1296, até o e inclinação pessoaj. Um co
término do desenho, ern 3 de junho de 1336. Biblioteca Apostolica Vaticana. pode apirsentar grande utilid
MS. Pal. IaL 1993, foI. hr. Nosso alvo, tendo-se por cern
e um autoconhecirnento - obi
mia da psique que exiba a mes

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(século XV), Borgonha,

Ltalanta Fuglens (1618).

Bibliothèque de l'Arsenal, ,
Prefacio

rial do século XIX), Paris,


, fol. 12v. A descoberta junguiana da realidade da psique abre o caminho para urna
nova abordagem do rnaterial tradicional. Os escritos religiosos e literários, as-
sim como as tentativas de protociências como a alquimia, a astrologia e a filo-
Luna. Desenho medieval, sofia pré-socrática, podem ser compreendidos, atualmente, como a fenomenolo-
I. bist. fol. 415, fol. 11v. gja da psique objetiva.
Dando continuidade aos estudos alquímicos de Jung, este livro procura
lançar luz sobre determinados modos ou categorias experimentais do processo
Cloisters Apocalyp-
a. The de individuaçäo, manifestos no simbolisrno alqufinico. Embora venhani das
Museum of Art. mais diversas fontes, os dados usados para amplificaçáo servem para ilustrar
padröes e regularidades da psique objetiva - isto é, imagens arquetípicas de
transformaçào. Nao apresento urna construçäo teórica nem urna especulaçäo fi-
a Comédia de Dante. losófica, mas urna organizaçäo de Jatos psíquicos cuja base é o método de Jung.
Esses fatos formam urna anatomia da psique, que constitui, ao rnesmo
tempo, urna embriologia, tendo em vista que lidamos com um processo de de-
ibservatório Yerkes. senvolvimento e transformaçâo. O grande valor das imagens alquímicas reside
no fato de etas nos fomecerem uma base objetiva para a abordagem de sonhos e
de outros materials inconscientes. Quando lidamos com a psique, mais do que
picinus de Canistris, orga- corn qualquer outro objeto, é sobremodo difícil distinguir entre fato objetivo
24 de março de 1296, até o e inclinaçâo pessoal. Um conhecimento operacional das imagens alquímicas
oteca Apostolica Vaticana. pode apresentar grande utilidade na promoçáo da tao necessária objetividade.
r. Nosso alvo, tendo-se por certo uma familiaridade corn o simbolismo arquetípico
e um autoconhecimento - obtido na análise pessoal - suficientes, é uma anato-
mia da psique que exiba a mesma objetividade da anatomia do corpo.

19
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4- J Introduçao

O processo da psicoterapia, quando quer que se aprofunde, coloca em


movimento acontecimentos misteriosos e abismais. E muito fácil, tanto para o
paciente como para o terapeuta, perder o sentido de direçao. Eis por que há
um täo desesperado apego a teorias da psique limitadas e inadequadas; elas ao
menos oferecem um sentido de orientaçâo. Caso nao desejemos submeter os
fenómenos psíquicos ao leito de Procusto de urna teoria preconcebida,
devemos saft em busca das categorias que ensejem a eompreensäo da psique
no âmbito da própria psique. Um velho ditado alquímico exorta: "Dissolve a
matéria em sua própria água." Eis o que fazemos quando tentamos
compreender o processo da psicoterapia em termos de alquimia.
Como Jung demonstrou, o simbolismo alquímico é, em grande parte, um
produto da psique inconsciente. "A real natureza da matéria era desconhecida
do alquimista; ele tinha meros indicios a respeito. Ao tentar explora-la, /
projetou o inconsciente sobre as tievas da matéria, a Hm de iluminá-la...
Enquanto fazia suas experiênciàs químicas, o operador passava por detenni-
nadas experiências psíquicas que Ihe pareciam ser o comportamento particular
do processo químico. Como se tratava de uma questáo de pmjeçäo, ele natu-
ralmente desconhecia o fato de a experiência nada ter a ver corn a prépria
matéria. Ele experimentava sua projeçáo como uma propriedade da mattia;
mas sua experiéncia, na realidade, era do seu práprio inconsciente."!
Estudando a alquimia, Jung descobriu que essa luxuriante teia de imagens
era de fato a "própria água" da psique, passível de ser usada para
compreender os complexos conteúdos da psique. Escreveu ele:

Cedo percebi que a psicologia analitica coincidia de modo bastante


singular corn a alquimia. As experiências dos alquimistas eram, num certo
sentido, as rninhas próprias experiências, assim como seu mundo en meu
mundo. Foi, corn efeito, urna descoberta mareante: eu encontrara a
contraparte histórica da minha psicologia do inconsciente. A possibilidade
de comparaçäo corn a alquimia, bem como a cadeia intelectual minter-
rupta que remontava ao Gnosticismo, davam-Ihe substância. Quando me
debrucei sobre aqueles antigos textos, tudo encontrou o seu lugar: as

I. Jung, Psychology and Alchemy. CW !2, pars. 345 sa.

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21
imagens-fantasia, o material empírico que recoihera em rninha prática e as A visi
conclusóes que deles retirara. Eu começara a entender o significado desses
conteúdos psíquicos a partir de urna perspectiva histórica.2
Para o alquimista, o
No final de Mysterium Coniunctionis, ele faz um resumo do significado exterior, estavam ligados
da aiqumu .. .
acontece no céu é duplica
mdicam os seguintes versos

. todo o procedimento alquímico. pode muito bem representar o


. . . .

Heaven above
processo de individuaçáo num individuo particular, embora com a Heen below
diferença nao desprovida de irnportância de que nenhum individuo Stars above
particular abarca a riqueza e o alcance do simbolismo alquímico.Este tern Star below
a seu favor o fato de ter sido constkuído ao longo dos séculos.. E. tarefa . . .

All that is above


rnuito difícil e ingrata a tentativa de descrever o processo de individuaçäo Also is below
a partir de inateriais de casos. Na rninha experiência, nenhum caso é
. .

suficientemente ampio para revelar todos os aspectos corn urna riqueza de


Grp this
detaihes que o leve a ser considerado paradigmático.. A alquimia, por .
A,d rejoice.5
conseguinte, realizou para mim o grande e inestimável serviço de fornecer [Céu em cima i Céu embaí,
o material em que minha experiência pudesse encontrar espaço suficiente, que está em cirna i Também
o que me possibilitou descrever o processo de individuaçäo, ao menos em
seus aspectos essenciais.3 De igual maneira, urna
que está embaixo é igual a
Desse modo, podemos dizer que as imagens alquímicas descrevem o igual ao que está embaixo,
processo da psicoterapia profunda que é idêntico àquio que Jung denomina pleths no céu correspondc
individuaçáo. Assim, proponho-me a examinar algumas das imagens básicas Mercúrio = mercúrio; ven
Sao
.

da alquimia a Inn de verificar a forma pela quai correspondem às experiências = chumbo. À medi
da psicoterapia. a pouco derramam seus
Uso o termo "psicoterapia" em seu sentido mais ampio, etimológico. A po4iendo-se extraí-los por im
palavra grega therapeuein, "curar", significava, originaliliente, "serviço aos Em termos psicológi
deuses" Por conseguinte, a cura ocorria, de inIcio, num contexto sagrado.
.

referência aos componentes


Filo faz referência a um grupo de judeus contemplativos, pré-cristAos, que construçäo do ego são quali
chamavam a si mesmos Therapeuts, "quer porque professavam urna arte desmembento de urna d
medicinal mais eficaz do que aquela que tinha emprego geral nas cidades (ja Esse conjunto
que esta apenas cura os corpos, ao passo que aquela cura almas que se acham o ththca, por exemplo, o soi
submetidas ao jugo de moléstias terrfveis e quase incuráveis, infligidas pelos de meia-idade que desconhec
prazeres e apetites, temores e sofrimentos, pela cobiça, pelos desatinos, pela
injustiça e por todo o elenco da inumerável multidáo de paixóes e vIcios), Qj«ifro personagen
quer por terem sido instruidos pela natureza e pelas leis sagradas a servirem o direçâo. Flutuani acimc
Deus vivo' '4. Portanto, psicoterapia significa, em termos essenciais, serviço à feita de um metal dije
psique. terceira de ferro e a
O que toma a alquimia tao valiosa para a psicoterapia é o fato de suas aparta-se this outras e
imagens concretizarem as experiências de transformaçäo por que passamos na rp'.teriti que buscamos
psicoterapia. Tomada como um todo, a alquimia oferece urna espécie de /)e7'Jwwcem suspensas,
anatomia da individuaçâo. Com efeito, suas imagens serão mais significativas
para aqueles que tiverern fido uma experiência pessoal do inconsciente. Os homens vestidos de i

alquimistas. Desprovidos de

2. Jung, Memories, Dreams, Reflections, p.205.


3. CW 14, par. 792. 5. CitadoemJung, ThePradflce of Pa'
4. Filo, "On the Contemplative Life", in The EssentlaiPhilo, p. 31!. 6. Read, Prelude to Chemistry:An Out

PDF22
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:olhera ein minha prática e as A VISÂO ALQUÍMICA DE MUNDO
ntender o significado desses
va histórica.2
Para o alquimista, o superior e o inferior, bem como o interior e o
z um resumo do significado exterior, estavam ligados por vínculos e identidades ocultos. Aquilo que
acontece no céu é duplicado por aquilc que ocorre na Terra, tal como o
i

indicam os seguintes versos alquímicos:


muito bem representar o Heaven above
particular, embora corn a Heaven below
de que nenhum individuo Stars above
bolismo alquírnico.,Este tern Stars below
ngo dos séculos.. E... tarefa All that is above
o processo de individuaço Also is below
xperiência, nenhum caso é Grasp this
pectos corn urna riqueza de And rejoice.5
jinatico... A alquimia, por
stimável serviço de fornecer [Céu em cima I Céu ernbaixo I Estrelas em cima I Estrelas embaixo I Tudo o
encontrar espaço suficiente, que está em cima I Também está embaixo I Percebe-o I E rejubila-te.]
individuacäc, an menos em
igual marieira, urna passagem da Tábua &.z Esmeralda diz: "Aquilo
que está embaixo é igual ao que está em cima e aquilo que está em cima é
s alquímicas descrevem o igual ao que está
embaixo, para malizar os milagres de urna só coisa."ó Os
àquilo que Jung denomina planetas no céu correspondem aos metais na Terra: Sol = ouro; Liza = prata,
iumas das imagens básicas = mercúri9; Vênus = cobre; Marte = ferro; Júpiter = estanho; e
rrespondem às experiências Saturno = chumbo. A medida que giram ao redor da Term, os planetas pouco'
a pouco derramam seus metais correspondentes no interior da Terra,
mais ampio, etimológico. A podendo-se extraí-los por mejo das operaçôes alquímicas (ver
a figura i -i).
originalthnte," serviço aos Em termos psicológicos, podemos entender essa iniagem como urna
o, num contexto sagrado. oeferéncia aos componentes arquetípicos do ego. Os tijolos empregados na
lativos, pré-cristäos, que construção do ego são qualidades divinas furtadas aos deuses ou produtos do
ue professavam urna arte desmembramento de urna divindade - representantes teirenos de princIpios
go geta! nas cidades (já transpessoais. Esse conjunto de iniagens ainda vive na psique moderna, como
la cura almas que se acham o indica, por exemplo, o sonho de um homem de negócios e artista comercial
incuráveis, infligidas pelos de meia-idade que desconhecia a alquimia:
cobiça, pelos desatinos, pela
tidâo de paixòes e vIcios), Quatro personagens vestidas de metal descem do céu na mitt/ia
leis sagradas a serv item o direçâo. Flutucan acima de um mitigo muro romano Cada vestimenta é
.
termos essenciais, serviço à fruta fr um nieta! diferente. Urna é de bronze, outra de chwnbo, a
terceira de ferro e a última de platina. A personagem vestida de platina
)terapia é o fato de suas aparta-se this outras e se aproxitna ' 'Procuramos metal ' ' , diz da "O
.
.ção por que passamos na
.

material que buscamos é o memio material de nossas roupas. ' ' Ekis
oferece urna espécie de pennanecem suspensas no or graças a algwn método peculiar.
seräo mais significativas
I do inconsciente. Os homens vestidos de metal correspondem às divindades planetárias dos
alquimistas. Desprovidos de peso, são seres espirituais, habitantes do céu.

5. Citado em Jung, The Practice ofPsychoterapy, cw 16,


par: 384.
SU. 6. Read Prelude ta Chemistry: An Outline afAtchemy,
p.5,4.

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23
Êa. Fil. C. Human
Assim, representariain imagens arquetípicas da psique objetiva. Sua descith vfrtudes são requisitos ¡ndi
em busca dos metais correspondentes indica que cada espirito-metal procun sgiii essa Arte nAo pode
sua própria encarnaçâo terTena. Desejam ser concretamente atualizados na paciente, laboriosa e solic
experlência consciente de um ego individual. Trata-se de um sonho dedicaçáo contthua."7 Ess
arquetípico, que exibe claramente um significado coletivo e pessoal. Os deu- fundamental. Coragem sig
ses que perdemos deseem até nôs, pedindo a restauraçäo do vthculo. Tal como dedicaçäo continua tern o
Baucis e Filemon, indivIduos modernos estáo sendo visitados por fatores despeito de todas as modifi
transpessoais - que os instam a lEes dar hospitalidade - corn os quais perderam pesquisar e compreender aç
contato. O sonho tainbém é relevante para os nossos esforços de compreensáo Outro texto relevante y
da alquimia. Os espfritos da alquimia - as imagens simbólicas que desceram todos quantos tiveram a i

até nós - solicitam suas contrapartes terrenas, ou seja, sua realizaçäo signifi- imediatamente clams.
cativa na experiência moderna. Muitas pessoas dotadas e devotadas ofereceram
toda a sua vida à busca da Pedra Filosofal. Mediante a compreensäo das fina- Todos os que se!
gens a que elas serviram, podemos redimir-Ihes a vida da futilidade e reco- encontrar muitas af1iç
nhecer que foram testemunhas e portadoras do mistério da individuaçâo. Curso, devido às nova
para frustrar a busca,
saber, o açodamento,
nao completará seu lia
nessa Arte, sempre sei
razöes de queixa... Se
assaltar-te-á corn O de!
colocar ern tua mente j
serem muitos os que b
do fato de que, corn fri
que és Depois disso,
alcançares o grande a
respeito da verdadeira
professa transmitir-te;
parte daquilo que sab
guardar é o engafo, qi
Os servos que de
frequentemente são
desleixados e väo don
são depravados e fazei
estúpidos ou presunço
instruçöes... ou são be
todos esses, se desejart

Uma característica pn
trabaiho sagrado que requei
HGURA l-1
O macrocosmo e o microcosmo interligados. (The Hennesic Mustian, trad. de ... deve-se considerar
A. E. Waite.) ramente grande, mas
conseguinte, se alguém
deve lernbrar-se de qu
mas também pela graç
A OPUS mas täo-somente a mi
essa razão, deyes, ante
A imagem central da alquimia é a idéia da opus. O alquimista via-se
-- como alguém comprometido com um trabaiho sagrado: a busca do valor
supremo e essencial. Os textos alquímicos tém muito a dizer acerea da trad., Tw*aPhilosophoni
natureza da opus e sobre a atitude que se deve ter com relaçäo a ela. Certas 8. Wai, frad., The Henneik Musez

24compression, OCR, web optimization using a watermarked evaluation copy of CVISION PDFCompressor
PDF
Êai Fi!. C. Humanas UFMb
)sique objetiva. Sua descida frdes são requisitos indispensáveis. Diz um texto: 'Todos os que buscamos
'

cada espfrito-metal pivcura segs essa Arte näo podemos atingir resultados úteis senäo corn urna alma
atualizados na paciente, laboriosa e solícita, corn urna coragem perseverante e corn urna
. Trata-se de um sonho dedicaçäo continua."7 Esses são requisitos da funçäo do ego. A paciência é
coletivo e pessoal. Os deu- fundamental. Coragem significa disposiçâo para enfrentar a ansiedade. A
do vínculo. Tal como deiicaçäo continua tern o sentido de urna disponibilidade para perseverar, a
-

So visitados por fatores despeito de todas as rnodificaçâes de humor e de estado mental, no esforço de
- corn os quais perderam pesquisar e cornpreender aquilo que está ocorrendo.
esforços de cornpreensâo oio texto relevante vern de Ordinal ofAichemy, de Thomas Norton. Para
simbólicas que desceram todos quantos tiveram a experiência da psicoterapia, os paralelos ficaräo
seja, sua malizaçäo signifi- iinediatamente claros.
e devotadas ofereceram
te a compreensäo das ima- Todos os que se entregarern a essa busca devern, portanto, esperar
vida da futilidad.e e reco- encontrar rnuitas afliçóes do espfrito. Teras de mudar corn freqüência seu
o da individuaçäo. curso, devido as novas descobertas que fizeres. O dernônio nido fará
. .

fnmtrar a busca, por rneio de urn ou outro dos três tijolos soRos, a
-d «.
saber, o açodamento. o desespero ou a ilusáo... aquele que tiver pressa
náo cornpletará seu trabaiho nurn mês e nern mesmo nurn ano; além disso,
nessa Arte, sernpre será verdade que o apressado jamais será carente de
razóes de queixa. Se o inimigo nao prevalecer contra ti devido à pressa,
. .

assaltar-te-á corn o desánimo, e se rnanterá nunìa constante atividade de


colocar em tua rnente pensamentos desencorajadores a respeito do fato de
serern muitos os que buscarn essa Arte, mas poucos os que a encontram e
do fato de que. corn freqüência, aqueles que fracassam são mais sábios do
que és. Depths disso, ele perguntará se pode haver algunia esperança de
alcançares o grande arcano; adernais, trar-te-á a aflição, corn dúvidas a
respeito da verdadeira posse, por parte do teu rnestre. do segredo que ele
__________________ professa transmitir-te ou sobre se ele nao estará ocultando de ti a inelhor
;

parte daquilo que sabe O terceiro iniinigo contra o quai tu te deyes


. . .

guardar é o engano, que talvez seja mais perigoso do que os outros dois.
Os senos que deyes ernpregar para alimentar-te as fornalhas
freqüenternente são sobrernodo indignos de crédito. Alguns são
desleixados e väo doni* quando devem prestar atençäo no fogo outros
p são depravados e fazern contra ti todo o mal que podem; outros ainda são
estúpidos ou presunçosos e excessivamente confiantes, desobedecendo às
;

instruçôes... ou são beberröes, negligentes e distraídos. Guarda-te contra


todos esses, se desejares poupar-te de algurna grande perda.8

Urna característica proeminente da opus é o fato de ser considerada urn


trabaiho sagrado que requer urna atitude religiosa.

!fer,netic Museum, trac!, de ... deve-se considerar esse arcano, nao apenas como urna Arte verdadei-
ramente grande, mas tambérn corno Arte sobremaneira sagrada... Por
conseguinte, se alguémdeseja alcançar esse grande eindescritívelrnistério,
deve lembrar-se de que ele é obtido, nao apenas pelo poder do hornem,
mas tarnbém pela graça divina, e de que nao a nossa vontade ou desejo,
nias táo-sornente a rnisericórdia do AltIssimo, no-Io pode entregar. Por
essa razäo, deyes, antes de tudo, purificar teu coração, elevá-lo apenas a
la opus. O alquimista via-se
sagrado: a busca do valor
m muito a dizer acerca da 7. Waite, trad., Turba Philosophorwn, p. 127, dictum 39.
ter corn relaçáo a ela. Cenas 8. Waite, trad., The Hermetic Musewn, 2:22-25

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Ele e pedir-Lhe esse dom, corn verdadeira deterrninaçâo e urna oraçào Outro aspecto da opus
näo deixe dúvidas. Somente Ele pode dá-lo e entregá-lo .9 que
vidual. Os alquimistas erar
Ora, o regime é niais ampio do que a razáo o percebe, aceto quando tiveram um auxiliar, mas n
por inspiraçâo divina.10
peculiar natureza individw
Pobre daquele que nao tern temor a Deus, pois Ele o pode privar aspectos mais profundos,
dessa arte!1'
realizada por um comitê, r
Nossa arte, assim na teoria corno na prática, é sempre urn dom de mundo, ao menos por algun
Deus, que a dá quando e a quem deseja: nao é daquele que por ela anseia,
nem daquele que se apressa; é apenas concedida pela rnisericórdia de que compreende (a Arte)...
Deus.12 e aqueles que possuem ess
serão olliados corn urna atiti
Trechos como esses deixarn claro que há necessidade de urna cuidadosa
Isso corresponde ao
consciéncia do nivel transpessoal da psique. Isso significa que devernos estar
encontre fora dele consegt
orientados para o Simes1no,* e nao para o ego. Há aqui um paradoxo como
ocorre tao frequentemente na alquimia e na psicoterapia. Urna consciência do
- pelo ponto de vista coleti
própria sombra de quem es
Si-mesmo e a atitude religiosa que essa consciência traz são os alvos, em vez
de requisitos exigidos no inIcio, da psicoterapia. Contudo, ao menos o seguintes palavras de Jesus
H era seu maS, poitiue náo
potencial para isso deve existir desde o princIpio. Como diz unì alquimista, se
o mundo vos odeia." (Joäo,
pretendernos encontrar a Pedra Filosofal, devemos começar corn urn fragmento
Outra característica
seu. A medida que o processo se aprofunda, percebemos cada vez mais que o
alquimistas consideravam-s
discernimento vern até nós pela graça e que ocorrem desenvolviinentos, nAo
tinham valor.
pela vontade do ego, mas pela preméncia da individuaçáo, cuja origem é o
Si-mesmo (ver figura 1-2).
Portanto, deyes te
atitude mental de toda
comprometê-ia, por me
nosso Magistério seja i

quando ficar velha e fr


-k' ¡
- devendo esta ser hoi
'Y':'- nheiros. Porque este M
secreta, sendo evidente
infame aprendesse a j
Cristandade. Pois esse!
e removeria de seus in
FIGURA 1-2 os poyos cristäos. E a]
instruido a pessoa sea
O alquimista guiado por
h explosäo de orguiho ja
Deus. (Barchusen, precisa ser escrupu!os
Elementa Chemio.e, outra pessoa, devendo
1718, Paris, peculiar daqueles que s
Bibliothèque Nationale.
Reproduzida em Jung, Da mesma maneira que
Psychology and sua divulgaçäo proibida. G
Alchemy.) mais sutil. Um segredo qt
sentido, o segredo da psiqi
que ainda nAo o tenham
9. Ibid., 1:127.
segredo, a que o texto alud
IO. Turba Phiiosophorwn, p. 138, dictum 39.
do ego coni urna irnagem
Il. Ibid., p. 97, dictum 29.
12. Waite, trad., The ¡jeunette Museum, ¡:9.
* Cf. 13. ¡buí., 173.
o original alemäo, Selbst, usado por Jung. (N. do T.)
14. Ibid., 2:12.

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e urna oraçâo que Outro aspecto da opus é o fato de ela ser um trabaiho ampiamente indi-
vidual. Os alquimistas eram decididamente solitários. Alguns provavelmente
o percebe, aceto quando tiverarn um auxiliar, mas náo mais do que isso. Trata-se de urna referência à
peculiar natureza individual da individuaçao que é experimentada, em seus
pois Ele o pode privar aspectos mais profundos, pelo individuo isolado. A opus náo pode ser
realizada por um comité, razào pela quai gera urna inevitável alienaçäo do
!
ì'

sempre um dom de mundo, ao menos por algum tempo. "Mas quando Deus da sua graça a alguérn
le que por cia anseia, que compreende (a Arte)... há, aos othos do mundo, algo de incompreensível,
pela misericOrdia de ñ
e aqueles que possuem esse mistério seräo objeto de escárnio dos homens e
seräo olhados corn urna atitude de supeothde."13
sidade de urna cuidadosa Isso corresponde ao trabaiho da psicoterapia, que ninguém que se
nifica que devemos estar encontre fora dele consegue entender. Ele será desdenhado e ñdiculaado
-
qui um paradoxo como pelo ponto de vista coletivo convencional, quer de outra pessoa quer da
ipia. Urna consciência do própria sombra de quern estiver envolvido Como paralelo a este texto, há as
traz são os alvos, em vez L

seguintes palavras de Jesus: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaiia o que
Contudo, ao menos o era seu; mas, porque nao sois do mundo, pois antes eu vos escolhi do mundo,
»no diz um alquimista, se o mundo vos odeia." (Joâo, h 15:19, NEB.)
meçar corn um fragmento Outra característica da opus refere-se ao seu caráter secreto. Os
mos cada vez mais que o alquimistas consideravain-se guardiäes de um mistério vedado aos que nao
il desenvolvimentos, nao tinham valor.
iduaçáo, cuja origem é o
Portanto, deyes testar e examinar corn cuidado a vida, o caráter e a
atitude mental de toda pessoa a ser iniciada nesta Arte; em seguida, deyes
comprometé-la, por meio de um juramento sagrado, a nao permitir que o
nosso Magistério seja conhecido comumente ou de modo vulgar. Apenas
quando ficar veiha e frágil pode ela revelá-lo a uma pessoa, mas só a urna
- devendo esta ser homem virtuoso. alvo da aprovação dos seus compa-
nheiros. Porque este Magistério deve manter-se sempre como urna ciência
ix secreta, sendo eyidente a razâo que nos impele a ser precavidos. Se algum
infame aprendesse a praticar esta Arte, hayeria grande perigo para a
Cristandade. Pois esse homem ultrapassaria todos os limites da rnoderação
e removeria de seus tronos hereditários os legítimos príncipes que regem
os poyos cristâos. E a puniçäo do abuso recairia sobre aquele que tivesse
instruido a pessoa sem valor em nossa Arte. Logo, para eyitar urna tal
explosño de orgulho jactancioso, quem possui o conhecimento desta Arte

e precisa ser escrupulosamente cuidadoso no que tange à transmissâo a


outra pessoa, devendo considerar essa transmissäo como um privilégio
peculiar daqueles que se mostram yirtuosos a toda prova.14

Da mesma maneS que os Mistérios Eleusinos, o segredo alquímico tinha


sua divulgaçào proibida. Compreendida em termos psicológicos, a questâo é
mais sutil. Um segredo que pode ser revelado nao é segredo. Num certo yí
sentido, o segredo da psique está seguro, porque nao é comunicável aqueles
que ainda nao o tenham experimentado por si mesmos. O uso erróneo do
segredo, a que o texto alude, sugere urna inflaçào subseqüente à identificaçäo
do ego corn urna imagem arquetípica. Se nao forem percebidas como um

13. Ibid., 173.

14. Ibid., 2:12.

27
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segredo e como algo sagrado, as energias transpessoais seräo
canalizadas para segredos que nao deven
fins pessoais e apresentaráo efeitos destrutivos. O abuso
do mistério alquímico nao tenho o poder de it
corresponde ao abuso do mistério eucarístico, a respeito do Que teus olhos julguem
quai o apostolo
Paulo dit "Aquele que comer do páo ou beber
do calice do Senhor
indignamente será culpado de profanar o corpo e o sangue do
Senhor. Deve o Compreendidos psicoic
homem examinar-se (dokimazo, 'submeter à prova,
¿

analisar metais') antes de corn o mundo; isto é, afirma


comer deste päo e de beber deste cálice. Pois quem come mundo. Schopenhauer corn
e bebe, come e bebe
para seu prOprio julgamento, Mo discernindo o
Corpo." (I Cor. 11:27-29, represeniaçäo, com a ulm
NEB.) taçäo." Da mesma maneira
Considerava-se a opus alquímica como um processo iniciado presente na consciência.'9 i
natuitza, mas que exigia a arte e o esforço conscientes de um ser pela
humano para da presunção solipsista e, c
ser completada.
idéia de que se é o mundo
trata-se de urna idéia arqui
Este estado náo pode ser aperfeiçoado pelo engolido pelos padrOes es
natureza; porque o ouro nao tern propensäo para ir taomero progresso da
em vez disso, manter-se em seu corpo longe, preferindo, revelado pela preocupaçâo
constantemente duradoum.'5 um mundo peculiar e distù
A natureza serve a Arte corn niatéria, e a Arte
serve a natureza corn nonna é urna média de muli
Instrumentos apropriados e corn o método conveniente
natureza produza essas novas fonnas; e einbora a Pedra para que a inteiro em seus prOprios hr
possa ser levada à sua forma própria por mejo da mencionada só mundo exterior, e de podei
obstante, da natureza.'6 Arte, a forma é, nao Para que os pratos se equil
mesmo peso do mundo.
Eis urna idéia profunda. A opus é, num certo Essa pereepçâo do indi'
sentido, contrária à
Natureza, mas, em outro, o alquimista auxilia esta força considerável, quando
última a fazer aquilo que
ela nao pode fazer por si mesma. Isso por contrapeso para dúvidas ace
certo se refere à
consciência. Einbora exista na natureza a premência de atingir evoluçâo da punhado de indivIduos em
a consciência -
no interior da psique inconsciente -, é biihoes de pessoas.
necessário um ego para realizar
plenamente essa premência natural. Há urna Embora os textos alqul
exigência de cooperaçäo
deliberada do indivIduo na tarefa de criar consciência. caóticos , o esquema básicc
As asserçäes essenciais acerca da
opus alquímica estäo presentes em propósito é criar urna subst
determinados textos que a equiparam à criaçäo do várias maneiras: como Pedra
mundo. Zósimo dir "O
símbolo da química tem como fundamento a criaçáo do procedimento é, em primeiro
da Esj'neralda diz, na conclusäo de sua receita mundo."7 A Tábua prima materia, submetend
alquímica: "E assim o mundo
foi criado." Outro texto, tendo descrito a transformarao na Pedra Filosi
preparaçäo de urna água especial,
tern a seguinte seqüência:

Feito isso, toma urna gota do vinho vermeiho


cair na água; vais perceber, instantaneamente, consagrado e deixa-a
urna enevoada e espessa O termo prima materia t
escuridão, semeihante à da primeira criaçao. Fm
gotas e verás a luz nascer das trevas; seguida, despeja duas pié-socráticos. Esses amigos
metade de todo quarto de hora, pouco aprossegue despejando, a cada urna irnagem arquetípica que
pouco, primeiro três, depois
quatro. cinco e seis gotas, e nao mais; verás única original, a chamada pri
corn
aparecilnento de coisa após coisa na parte superiorteus prOprios olhos o
identificaçäo dessa matéria
criou todas as coisas em seis dias e como todo da água: como Deus Tales dizia ser a primeira
vejo a ser, bern como
ilimitado' ' (apeiron); Anaxfr
considerava "fogo".
15. The Lives of theAlchemystical Philosophers, p.175.
16. Trismosin, Splendor Solis:Akhemical Treatises of
Solomon Tris,nosù,. p. 18.
17. Citado porion5, E. T. H. 18. Citado porJung,PsychotogyandAi
Seminars:Alchetny, p. 146.
I 9. Mysterium Coniunctinnis, CW 14,
p
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soais serio canalizadas para segredos que nao devem ser comentados em voz alta e que eu além disso,
,

thuso do mistbio alquímico näç tenho o poder de revelar. Ajoelha-te antes de efetuams esta opencao.
respeito do quai o apóstolo Qt'e teus olhos Julguem tudo isso: pois assim o mundo foi criado. S
ther do cálice do Senhor «

) sangue do Senhor. Deve o


Compreendidos psicologicainente, esses textos equiparain o indivIduo
I, analisar metais') antes de
com O mundo; isto é, afmnam que a individuaçäo é um processo de criaçäo do
mundo. Schopenhauer começa sua grande obra, O mundo como vontade e
r

ri come e bebe, come e bebe I'

Corpo." (I Cor. i 1:27-29, represen!açäo, corn a ultrajante afirrnaçáo: O mundo é iniiTha represen-
taçäo. Da mesma rnaneira, Jung fala da "qualidade criadora do mundo"
' '

in processo iniciado pela presente na iêil9 Urna fai idéia encontra-se perigosainente próxima
ntes de um ser humano para da presunção solipsista e, corn efeito, é um conteúdo comuni da psicose - a
idéia de que se é o mundo inteiro ou o centro do universo. Nao obstante,
trata-se de urna idéia arquetípica de que o individuo precisa para nao ser
) pelo mero progresso da engolido pelos pacháes estatísticos, coletivos. O pensainento coletivo é
ara ir tAo longe, preferindo, revelado pela preocupaçäo com a norrnalidade de cada um. Se cada quai for
teniente uraum5 uni mundo peculiar e distinto de ser, nao pode haver normas, porque urna
vJ
LArte sen'e a natureza corn nonna é urna média de rnuitos. A psique individual é, e deve ser, mn mundo
conveniente para que a mtelm em seus pníprios limites, a fim de marner-se aciina do - e contra o -
ora a Pedra mencionada sá mundo exterior, e de poder curnprir sua tarefa de portador da consciência.
do da Arte, a forma é, flø Para que os pratos se equilibrem faz-se necessário que o individuo tenha o
mesrno peso do mundo.
Essa peitepçáo do individuo como um mundo costuma vir a minTi, com
certo sentido, contrária à
a última a fazer aquilo que
força considerável, quando trabalho corn pacientes. Trata-se de um valioso
contrapeso para dúvidas acerca da significaçäo dos nossos esforços corn um
b
o se refere à evoluçäo da punhado de individuos em comparaçäo corn a população mundial de vários
[a de atingir a consciência - bilhöes de pessoas.
ário um ego para realizar Embora os textos alquímicos sejani complexos, confusos e até mesmo
exigência de cooperaçäo caóticos, o esquema básico da opus é deveras simples. É o sepúnte: o
cia. propósito é criar urna substância transcendente e miraculosa, simbolizada de
ufmica estáo presentes em várias inaneiras: como Pedra Filosofal, Elixir da Vida ou remédio universal. O
Io mundo. Zósimo diz: "O procedimento é, em primeiro lugar, descobrir o material adequado, a chamada
;áo do mundo."7 A Tábua prima materia, submetendo-a em seguida a urna s&ie de operaçöes que a
iuírnica: "E assim o mundo transformaräo na Pedra Filosofal.
çäo de urna água especial,
A PRIMA MATERIA
ielho consagrado e deixa-a O termo prima materia tern urna longa histOria, que remonta aos filósofos
urna enevoada e espessa
Em seguida, despeja duas Fé-socráticos. Esses antigos pensadores estavam presos a uma idéia a priori,
ssegue despejando, a cada urna irnagem arquetípica que thes dizia que o mundo é gerado de urna rnatéria
>uco, primeiro trés, depois única original, a chamada primeira matéria. Embora divergissern no tocante à
corn teus pröprios olhos o identificaçäo dessa matéria primordial, concordavam com sua existência.
perior da água: como Deus Tales dizia ser a primeira matéria "agua"; Anaximandro a chamava "o
udo vejo a ser, hem como
ilimitado" (ape iron); Anaxímenes dava-the o nome de "ax"; e Heráclito a
considerava "fogo".

,tosfri, p. IS. 18. Citado por Jung, Psychology andAichemy, CW 12. par. 347.
19. Mysterium Coniuncrionis, CW 14, par. 132

29
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Essa idéia de urna substância única original näo tern fonte empfrica no Devo luJar corn w
mundo exterior. Exteriormente, o mundo é sem dúvida urna multiplicidade. consegue entender -p
Portanto, a idéia deve ser a projeção de um fato psíquico. Nos termos da peno dessa criança. Nc
fantasia filosófica, irnaginava-se, na época, que a primeira matéS passan por desbotado briiho canm
um processo de diferenciaçäo por mejo do quai fora decomposta nos quatro material da criancinha
elementos: terra, ar, fogo e água. Pensava-se que esses quatro elementos, em o problema nos termos
seguida, se combinaram em djferentes proporçées para formarem todos os
objetos físicos do mundo. Impôs-se à prima materia, por assim dizer, uina A inocência corresponde
estrutura quádrupla, urna cruz, que representa os quatro elementos, dois 5011ho nos faz recordar das
grupos de contrários: terra e at, logo e água. Psicologicamente, esta imagem VOS converterdes e nao vos
corresponde à criaçäo do ego a partir do inconsciente indiferenciado mediante dos céus" (Mat., 18:3, RS'
o processo de discriminaçao das quatro funçóes: pensainento, sentimento, inocente e indiferenciado da
sensaçâo e intuiçáo. Os aspectos fucos e
Aristóteles elaborou a idéia da prima materia em conexâo corn sua muthflçS. São sólidos, esf
distinçäo entre matéS e lorma. Segundo ele a matéria elementar, antes de
,
COfldiÇäO original - indefini
moldar-se ou de ter a fonna imposta sobre si, é pura potencialidade - ainda simbolizada pela criança, e
nao atualizada, porque o real nao existe enquanto nao assume urna forma Consideramos a imagem dc
particular. Segundo afirma um comentador de Aristóteles: "A prirneira Si-mesmo, mas da tanibém p
matéria é o nome desse poder inteiramente indeterminado de mudança. '20 ' Com freqüência, os taU
Os alquimistas herdaram a idéia da prima materia da antiga filosofia, a prima materia. Esta é des
aplicando-a às suas tentativas de transformaçáo da matéria. Pensavam que, típicos:
para transformar uma dada substância, era preciso, antes de flido, reduzi-la ou
fazê-la retomar ao seu estado indifenciado original: "Os coipos nao podem Essa Matéria está di
ser mudados senäo pela redução à sua primeira matéria."21 E, outra vez: "As tocam, ainam, nias nAo
insignificante, e é encon
espécies ou formas dos metais nao podem ser transmutadas em ouro ou prata m tantos nones quanta
antes de serem reduzidas à sua matéria essencial."22 a conhece.23
Esse procedimento corresponde de perto àquilo que ocorre na
No tocante à Mat&1
psicoterapia. Os aspectos fixos e estabelecidos da personalidade - rígidos e [. Da mesma mancha,
.1
estáticos -. são reduzidos ou levados outra vez à sua condição indiferenciada of Flowers' 'Nossa pc<
.

' : '

original, o que constitui urna das partes do processo de transformaçäo Corn o mesmo sentido,
psíquica. O retorno à prima materia é ilustrado pelo seguinte sonho: encontra em nossa pedra
ingrediente que the seja
Voltei a wna ala de hospital. Tornei-nze criança outra vez e estati coisa. " E afirma Rosino
nesta ala afim de iniciar min/ui vida desde o começo. uma só coisa, da quai sic
O sonliador tentara o suicIdio há pouco tempo, e o sonho indica o signi- A substáncia sobre
Tern ela grande virtudc
ficado simbólico desse ato. A criança é a prima materia do adulto. A Saturno, precisas de mai
premência de transformação desse paciente provoca seu retorno à condição entrada. Tern cor de
original. Em termos aristotélicos, a forma que atualiza a personalidade entrelacadas, no corpo...
existente está sendo dissolvida e levada de volta à primeira matéria, o estado Hi em nossa quúni
informe da pura potencialidade, para que urna nova forma ou atualidade surja. afliçAo rege com o fel, in
Tal idéia está representada no seguinte sonho:
O problema da descobezi

23. Waite,tnd., The HemwticMusew,


20. Brehier, of Philosophy: The Hellenic Age, P208
The History
21. 24. Ibid., 12.
The Alehemical Writings ofEdward Kelly, p. 34.
Kelly,
-

22. Figulus,A Golden and Blessed Casket of Nature's Marvels, 25. The Lives oftheAkhemysticaiPhjk
p.298. 26. Citado em Jung, Psychology andAi

30
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r
siâo tern fonte empfrica no Devo lidar corn urna criancinha. Sempre que ha algo que mio se
ÚVIda urna multiplicidade. consegue entender - para o quai se está bloqueado -, deve-se chegar
) psíquico. Nos termos da peno criança. No rnornento dafalta de entendhnento, cia exibe urn
dessa
dmeira matéria passara por "°°".° briiho cannesirn. Esse briiho fransmite inocencia - que é o
ra decomposta nos quatro rnaterial da criancinha -. e essa inocência nos &Lta livres para abordar
esses quatm elementos, em I
o problema nos tennos da nossa própria realidade individual.
.5 para fonnarem todos os
sria, por assim dizer, urna I
A inocência corresponde ao estado de indiferenciaçäo d.aprirna materia. O
os quatro elementos, dois sonho nos faz recordar das palavras de Jesus: "Em verdade, vos digo, se nao
:ologicamente. esta imagem vos converterdes e nao vos fizerdes como meninos, jamais entrareis no mino
te indiferenciado mediante dos céus" (Mat., 18:3, RSV). Fazer-se como meninos é reverter ao estado
pensarnento, sentimento, inocente e indiferenciado da prima materia, um requisito da transforrnaçao.
Os aspectos fucos e desenvolvidos da personalidade nao permitem
rria em conexão com sua mudanças. São sólidos, estabelecidos e certos de sua correçAo. Somente a
natéria elementar, antes de condiçäo original - indefmida, fresca e vital, mas vuinerável e insegura -,
nira potencialidade - ainda simbolizada pela criança, está aberta ao desenvolvimento e, portanto, viva.
o nao assume urna fonna I
Considerarnos a iinagem de urna criança em sonhos um dos símbolos do
Aristóteles: "A primeira Si-mesmo, mas ela também pode simbolizar aprima materia.
alnado de mudança."2° Com freq(iéncia, os textos fazem referéncia a encontrar, e nao a produzir,
iateria da antiga filosofia, a prima materia. Esta é descrita de inúmeras maneins. Eis alguns exemplos
Ja matéria. Pensavam que, típicos:
antes de nido, reduzi-la ou Essa Matéria está diante dos olhos de todos; todas as pessoas a véem,
ial: "Os coipos nao podem tocam, amam, mas nao a conhecem. Ela é gloriosa e vil, preciosa e
ttéria."2' E, outra vez: "As insignificante, e é encontrada em toda parte... Para resumir, nossa Mattria
smutadas em ouro ou prata tern tantos nomes quantas são as coisas do mundo; eis por que o tolo nao
a conhece.23
àquilo que ocorre na No .tocante à Matéria, ela é urna e contém em si todo o necessário.
i personalidade - rígidos e Da mesma rnaneira, escreve Arnoldo de Villa Nova, em seu "Flower
E.. .]
nia condição indiferenciada of Flowers' ' ' 'Nossa pedra é feita de uma só coisa, e corn urna só coisa."
:

Com o mesmo sentido, diz ele ao rei de Nápoles: "Tudo o que se


de transforrnaçäo encontira em nossa pedra Ihe é essencial, nao precisando da de nenhum
o seguinte sonho: ingrediente que the seja estranho. Sua natureza é urna só e ele é urna só
criança outra vez e estou coisa." E afinna Rosino: "Curnpre saberes que o objeto do teu desejo é
urna só coisa, da qual sao feitas todas as coisas."24
vmeço.
A substAncia sobre a qual primeiro colocamos as maos é mineral..
, e o sonho indica o signi- Tem ela grande virtude interior, apesar de vil ao olhar. É fllha dè
rna materia do adulto. A Saturno, precisas de mais? Concebe-a conetamente, pois é nossa prirneira
ca seu retorno à condiçäo entrada. Tern cor de amia, corn veias argènteas que aparecem,
entrelaçadas, no corpo... Tern natureza peçonhenta.2
ualiza a personalidade ora
t primeira matéria, o estado Há em nossa química certa nobre substância, em cujo princíio a
a forma ou atualidade surja. afliçâo rege com o fel, mas em cujo final o júbilo rege corn a doçun.'6

O problema da descoberta da prima materia corresponde ao problema da

23. Waite, lrad.,TheHenneficMusewn, 1:13.


24. ThÙL, 12. -

25. The Lives of the AlchemysticalPhilosophers, p. 176.


26. Citado em Jung, Psychology andAichemy. cw 12, par. 387.

31
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descoberta de material de trabaiho na psicoterapia. Esses textos nos
apresentam alguns indicios:
i Ela é ubíqua, está em toda parte, diante dos olhos de todos. ¡sso
.

significa que o mateiial psicoterapêutico, de igual manein, encontra-se em


todos os lugares, em todas as oconências corriqueiras e cotidianas da vida. Os
humores e as reaçóes pessoais insignificantes de todos os tipos são materiais
apropriados para o trabaiho no processo psicoterapêutico.
2. Apesar do seu grande valor interior, a prima materia tern uma
aparéncia exterior desagradável, razão pela quai é despoezada, rejeitada e
atirada ao lixo. Trata-se a prima materia como o servo sofredor citado em
Isaías. Psicologicamente, isso significa que a prima materia está na sombra,
naquela parte da personalidade tida como a mais despivzível. Os aspectos
mais dolorosos e humithantes de nOs mesmos são os proprios aspectos a serem h

trazidos à luz e trabaihados. C


3. Aparece como rnultiplicithde - "tern tantos noines quantas são as
coisas" -, mas é, ao mesmo tempo, una. Essa característica corresponde ao
fato de a psicoterapia, inicialmente, tomar a pessoa consciente de sua
condiçäo fragmentada, desconectada. De forma sobremodo gradual, esses
fragmentos aguerridos váo sendo identificados como aspectos distintos de urna
única unidade subjacente. E como se víssemos os dedos de urna rnáo tocaitm
urna mesa, de infcio, apenas em duns dimensôes, como dedos distintos, nao li-
gados entre si. Corn a visáo tridimensional, os dedos são vistos corno parte de H
uma unidade mais ampia, a mao.
4. A prima materia é indiferenciada, sem fronteiras, limites ou forma
definidos. ¡sso corresponde a urna certa experiência do inconsciente que
expöe o ego ao infinito, o ápeiron. Pode evocar o terror da dissoluçâo ou o
assombro da eternidade. Oferece um vislumbre do pleroma, do increatwn, o
caos que precedeu a operaçáo do Logos criador do mundo. Trata-se do medo
da falta de fronteiras, que costuma levar a pessoa a contentar-se corn os
limites do ego que tern, em vez de arriscar-se a cair no infmito ao tentar
ampliá-las (ver figuras 1-3 e l-4).
J

AS OPERAÇOES

É deveras difícil compreender a alquimia tal como expressa nos escritos


originais. Encontramos urna selvagem, luxuriante e intrincada massa de
imagens superpostas que têm um efeito enlouquecedor para a mente
consciente em busca de ordern. Meu método de organizaçâo do caos da
alquimia consiste em concentrar a atenção nas principais operaçóes
alquímicas. Descoberta a prima materia, deve-se submeté-la a urna série de
procedimentos químicos a tim de transformá-la na Pedra Filosofal.
Praticamente todo o conjunto de magens alquímicas pode ser organizado em A prima materia como caos.
Londres, British Museum. Re
tomo dessas operaçöes -
o que náo se aplica apenas a esse conjunto de
imagens. Muitas imagens mitológicas, religiosas e folclóricas timbém giram
em tomo delas, já que vêm da mesma fonte: a psique arquetípica.
Nao há um número exato de operaçôes alquímicas, e muitas imagens se
sobrepäem. Para meus propósitos, considerei sete dessas operaçóes como os
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32
r

terapia. Esses textos nos

dos othos dc todos. Isso


al mancha, encontra-se em
ras e cotidianas da vida. Os
todosostipos são materials
êutico.
prima materia tern urna
¡
-

j.r -1

édesprezada,rejeitadae
o servo sofredor citado ern i -

na materia está na sornbra, '¼


is dcsprezlvel. Os aspectos - L

j
sprópriosaspectosasem
-
itos nomes quantas são as , .

iracteristica corresponde ao k

pessoa consciente de sua


/ 4
sobremodo gradual, esses
o aspectos distintos de urna
-,
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fronteiras, limites ou forma


éncia do inconsciente que
o terror da disoluçâo ou o -

o pleroma, do increatwn, o
o mundo. Trata-se do medo
¡
¡
- L

soa a contentar-se corn os Lls

a cair no infmito ao tentar - 5


t.
J

F
k
-

corno expressa nos escritos


teeintrincadamassade F

Duquecedor para a mente


le organizaçâo do caos da
nas principais operaçoes
subnietê-la a urna série de
FIGURA 1-3
iá-la na Pedra Filosofal. A prima materia corno caos. (Marolles, Tableaux du temple des muses, 1655.
cas pode ser organizado em Londres, British Museum. Reproduzido em Jung, Psychology and Alchemy.)
apenas a esse conjunto de
e folcióricas tàrnbém giram
tie arquetípica. F

únicas, e mtiitas irnagens se


dessas operaçäes como os
p
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principais componentes da transformaçáo alquímica. São elas: calcinado,
solutio, coagulatio, sublùnazio, ,nort(ficatio, separado, coniunctio. (Uso os
termos latinos, em vez de calcinação, soluçäo, etc., para distinguir os
processos psicológicos dos procediinentos químicos.) Cada urna dessas
opençôes é o centro & um elaborado sistema de símbolos. Esses símbolos
centrais da transforrnaçâo compóem o principal conteúdo de todos os produtos
culturais. Eles fornecem as categorias básicas para a compensáo da vida da
psique, ilustrando praticamente toda a gama de experiências que constituem a
individuaçäo.
Nos capítulos a seguir, considerarei sucessivamente cada urna dessas
operaçóes. Cada capítulo será acoinpanhado de um quadro indicativo dos
principais vínculos simbólicos que se agregam ao redor da imagem núcleo. Os
quadros são parte importante do meu método, pois desejo acentuar a natureza
estrutural de cada sistema de símbolos. Embora eu vá tentar ser claro e
explícito, a natureza do assunto requer que muita coisa se mantenha no nível
da irnagem e do símbolo. Para justificá-lo, ofereço as seguintes observaçöes
de Jung:
LI
Nao devemos censurar a linguagein secreta dos alquimistas: a
percepçäo aprofundada dos problemas do desenvolvimento psíquico logo
nos ensinaräo ser preferível reservar o julgamento, em vez de anunciar
prematuramente aos quatro ventos, o que é o quê. Com efeito, todos
ternos um compreensível desejo de clareza cristalina, mas corremos o
risco de esquecer o fato de lidarmos, em assuntos psíquicos, com
processos de experiência, isto 6, com transfonnaçôes que jamais devem
receber denominaçöes rígidas e apressadas, se nAo se desejar petrificá-las
em alguma coisa estática. O mitologema multiforme e o símbolo frágil
exprimem os processos da psique de mancha muito mais vigorosa e, no
final das contas, muito mais claramente, do que o mais explícito conceito;
porque o símbolo nAo apenas transmite uma visualizaçäo do processo,
como também - e isso talvez tenha a mesma importância -
tiar uma
renovada experiência dele, daquele lusco-fusco que somente podemos
aprender a entender por meio da empatia inofensiva, mas que a clareza
demasiada apenas dissipa.27 - 4J

Cérbero como o aspecto dey


culo XV, Biblioteca Apostoli
produzido em D

27. Jung,AkhemkalSrudies, CW 13, par. 199.

PDF34
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mica. São elas: calcinado,
aratio, coniunctio. (Uso os
o, etc., para distinguir os
nicos.) Cada urna dessas
e símbolos. Esses símbolos
iteúdo & todos os produtos
a compreensâo da vida da
periências que constituem a

nte cada urna dessas


um quadro indicativo dos
or da imagem núcleo. Os
desejo acentuar a natureza
eu vá tentar ser claro e -
A -

se mantenha no nivel -

as seguintes observaç 6es

ta dos aiqumu .... a


volvimento psíquico logo
to, em vez de anunciar
o què. Corn efeito, todos
talma, mas corremos o
assuntos psíquicos, corn
- s que jamais devem
111.0 se desejar petrificá-las

tiforme e o símbolo frágil


- p-;

muito mais vigorosa e, no 4 z


o mais explícito conceito;
visualizaçâo do processo,
importância - traz urna
que somente podemos t;
ensiva, mas que a clareza Tçlflazje4nttrtuc
-, e.
ratsuV

FIGURA 1-4
Cérbero como o aspecto devorador e desconcertante da prima materia. (Sé-
culo XV, Biblioteca Apostolica Vaticana, Cod. Pal. lat. 1066, fol. 239. Re-
produzido em Derola, The Secret An of Alchemy.)

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Soparatio Sublimatlo j
+2:
O eterno
Extra$o perfeito
indestrutfvel ira
da água divina

- -
1nspiiaço
Rejuveneacimento
Secagem, Extraçio Teste fanta A maioria das listas de
p ex ., cal viva refinante Provaçäo Logos Uns poucos autores dizem q
,>niva
Jutganienlo
Espto operaçöes (corn urna ou
Santo psicológica. Qualquer urna di
Fogo
z segui-la em qualquer seqüênc
etéreo Tal como ocorre corn
Mortifi- V deriva parcialmente de um

-
Assassinato MorfiA-
l'ira Fogo -1
ratio calcinaçäo envolve o inten&
funera flO F
'"b"
I
-
dele a água e todos os der

-
terreaue
Enxofre um fino pO seco. O exemplo
Purgatdrio Frustraflo
(calx = cal), é o aquecirnenti
Concupiseência-Dragio
cálcio (Ca(OH)2) para produ

7/ V
Culpa

NNÍ%'
Desojo Raiva água à ca! viva, esta apresen
tor. Os alquimistas pensavam

\/\-
dimento Sangue próprio fogo.'
Amargor / \ Testernui Prnificaçio
O prodigio da cal viva r
/ vividamente descrito por Ago
\Eros/ \
Sabedoria
Terra branca
Consideremos as mai
no fogo, o que toma c
/ misteriosa propriedade di
Coma
fia ao ser tocada, tern, n
nao se revela intediatamt
ensina a experiéncia, ja2
sem ser visto. E esta é a
como se o logo fosse a a
corpo. Mas o deslurnbrc
momento em que é extint
Cal é umedecida ou
anteriormente, eis que el,
substância que esfria o q
da Cal e exalasse sou dltir
E a cal, jazendo na friezi
antes chamávamos "viva':

t. The Glory of the World dir: "Toma


vores, e nele o próprio Deus arde po]
2. Agostinho, City of God,
21:4.
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2 Calcinatio

a A maioria das listas de operaçôes alquímicas começa corn a calcinatia.


Uns poucos autores dizem que a solutia vem antes. Todavia, a seqüência de
operaçöes (corn urna ou duas exceçöes) nao parece ter significaçao
psicológica. Qualquer urna das operaçoes pode ser a inicial, podendo as outras
segui-la em qualquer seqüência.
Tal como ocorre com a maioria das imagens alquímicas, a calcinatio
deriva parcialmente de um procedimento químico. O processo químico da
1 calcinaçäo envolve o intenso aquecimento de um sólido, destinado a retirar
dele a água e todos os demais elementos passíveis de volatizaçáo. Resta
um fino p6 seco. O exernplo ciássico de calcinação, do quai surgiu o termo cal
(caix = cal), é o aquecimento da pedra calcária (CaCO) ou do hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2) para produzir cal viva (CaO, cclx viva). Acrescentando-se
água à cal viva, esta apresenta a interessante característica de geraçâo de ca-
lor. Os alquimistas pensavam que continha fogo e por vezes a equiparavam ao
próprio fog o.1
O prodígio da cal viva aos olhos da mente que desconhece a química é
vividamente descrito por Agostinho:
Considerernos as maravilhas da cal; porque. antes de tomar-se branca
no fogo, o que toma outras coisas negras. ela também apresenta a
.

misteriosa propriedade de ocultar o fogo dentro ce si. Sendo ela própria


fria ao ser tocada, tem, náo obstante, um repositório secreto de fogo, que
näo se revela imediatamente aos nossos sentidos, mas que, segundo nos
ensina a experiência, jaz, por assim dizer, adormecido em seu interior,
sem ser visto. E esta é a razäo pela quai Ihe dâo o nome de "cal viva",
como se o logo fosse a alma invisível que dá vida à substância visível ou
corpo. Mas o deslumbre reside no fato de esse fogo ser atiçado no
momento em que é extinto. Porque, pan fazer surgir o fogo escondido, a
cal é umedecida ou encharcada com água; ento, embora fija
anteriormente, eis que eta começa a aquecer-se pela aplicaçäo da própria
substância que esfria o que é quente. Como se o fogo estivesse partindo
da cal e exalasse seu último suspiro; já nao se acha oculto, mas se mostra.
E a cal, jazendo na fijeza da morte, náo pode ser reanimada e aquilo que
antes chamávamos "viva" agora chamamos "apagada" 2

I. The Ginry of the World diz: "Toma do fogo, ou cal viva dos sábios, que é o fogo vital de todas as
vores, e nele o próprio Deus arde pelo divino amor" (Waite, bad., The HenneticMusewn. 1:198).
2. Agostinho,Cityof God. 21:4.

37
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Cada um dos quatro elementos tern sua prOpria operação particular. A Read interpretou quùnk
calcinatio é a operaçäo do fogo (as outras são: solurio, água; coagulatio, antimônio, chamado de " '1*
ten-a; e sublimatio, ai). Eis por que toda irnagem que contém o logo liv corn - todos os metais, mei
queirnando ou afetando substhncias se relaciona corn a calcinatio. Isso nos ouro fundido - do quai a
leva a todo o rico e complicado tema do simbolismo do logo. Jung escuma -, o antimônio tan
demonstrou que o fogo simboliza a libido.3 Tnta-se de urna afirmaçâo Rei' ".5 Portanto, a passager
bastante geni. Para especificar as implicaçées do fogo e dos seus efeitos, corn o antimônio, realizadi
devemos examinar a fenomenologia da irnagern ern suas inúrneras
ramificaçôes .
correta de um ponto de
levar em conta o significad
S
Em The Twelve Keys, de Basil Valentine, encontrarnos a seguinte receita químico. Essas imagens re
de calcinatlo: "Toma urn feroz lobo cinzento, que. é encontrado nos vales e . .
principal interesse do psicoü
montanhas do mundo, nos quais uiva, quase selvagem, de forne. Dá-the o o texto fala do "coqx
corpo do mi e, quando ele o tiver devorado, queima-o totalmente, até torná-lo tendo sido assassinado pek
cinzas, iiuma grande fogueira. Por este processo, o rei será libertado; e tempo de crise e de transi
quando isso tiver sido realizado por trés vezes, o leáo terá suplantado o lobo e gicaniente, significaria a im
nada encontrará nele para devorar. E assirn nosso corpo terá se tomado apro- elevada autoridade da estrw
priado para o primeiro estágio do nosso trabalho."4 (Ver figura 2-1.) do rei seña acompanhada
--
consciente. Esse curso de
-
- servir de alirnentoaurnlolj
farninto. O lobo, por suave
'- -
fogo. Assiin, o desejo cor
- -
A - -

--
inferno, o ego (rei) renasce,
-
Tal como ocorre nos
+ ,
consumação de um proces
- - suplantado o lobo" equipan
"sol inferior",7 urna repres
-' vez que sol,reieouroseeq
-
aoreifloannoqualdi
conjunto químico de imagea
et
-

24. -
Nosso texto parece
dolobo,oníveldofogoou
corn o desejo elemental, o I
--t ,--
-w
corn a consciéncia objetiva

.......
muito próximo dos estágios
-_____ Esther Harding - isto é, o i

esses termos para denotar


..' - desenvolvimento psicológïu
FIGURA 2-1
Calcinai io do rei. O lobo, como prima materia, devorando o rei mono. (Apud
Maier, Atalanta Fugiens. 1618.) 5. Read Prelude to Chemistry, p.20!
6. Edinger, Ego andArchetype, pp.1
7. Jung, Mysterium Coniunctionis, fl
8. Dis Harding: "No primeiro estigi
auto-eróticos. Dcnominei esse cc
consciência, e os impulsos instinth
cgo rcem-deacoberta, a quai du,
3. Jung, S»nbols of Transfonnazian, CW 5, par. 208. posiçâo central, tomando-se de û
4. Waite, trad., The Hermetic Museum, 1:325. mesmo, cujo imperativo categdri4
Goal, pp. 23-24.)
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rápria operaçäo particular. A Read interpretou quiinicamente esta passagem. Ele equipan o lobo coin o
o: solutio, água; coagulatio, antimonio, chamado de "lobo dos metais' por ter 'devorado' ou se unido -
m que contérn o fogo livre corn - todos os metais, menos o ouro. Devido ao seu uso na purificaçâo do
corn a calcinatio. Isso nos ouro fundido -
do quai as impurezas são removidas sob a fonna de urna
simbolismo do fogo. Jung escuma -, o antimônio tainbém era chamado balnewn regis, 'o banho do
Trata-se de urna afirrnaçäo Rei' ' ' Portanto, a passagern referir-se-ia à purificaçáo do ouro pela sua fusão
do fogo e dos seus efeitos, corn o antimônio, realizada por trés vezes. Essa interpretação pode estar
agern em suas inúmeras correta de um ponto de vista estritamente qufinico. Entretanto, nao consegue
levar em conta o significado das iniagens fantasiosas projetadas no processo
contramos a seguinte receita químico. Essas imagens representam o componente psíquico da alquimia,
ie... é encontrado nos vales e principal interesse do psicoterapeuta.
e1vagern, de forne. Dá-the o o texto fala do "corpo do mi". Presume-se que o rei já esteja morto,
jima-o totalmente, até torná-lo tendo sido assassinado pelo processo da mortjflcaüo . A morte do rei é um
sso, o rei será libertado; e tempo de crise e de transição. O regicidio é o crime mais grave. Psicolo-
leáo terá suplantado o lobo e gicatnente, significaria a morte do princIpio que rege a consciência, a mais
cowo teth se tomado apro- elevada autoridade da estrutura hierárquica do ego. Por conseguinte, a morte
"4 (Ver figura 2-1.) do rei seria acompanhada por urna dissoluçäo regressiva da personalidade
consciente. Esse curso de eventos é indicado pelo fato de o corpo do rei
servir de alimento a um lobo nivoso; isto é, o ego foi devorado pelo desejo
faminto. O lobo, por sua vez, alimenta o fogo. Mas lobo = desejo e desejo =
fogo. Assim, o desejo consonie a si mesmo. Depois de urna descida an
inferno, o ego (rei) renasce, à feição da fénix, num estado purificado.
Tal como ocorre nos contos de fadas, a repetição tríplice significa a
consumaçäo de um processo temporal.6 A asserçäo de que o "leäo terá
suplantado o lobo" equipararia o leäo ao fogo que consome o lobo. O leao é o
"sol inferior",7 uma representaçäo teriornórfica do princIpio masculino. Urna
r
vez que sol, rei e nuco se equivalen, isso sigthuicaria a descida da consciência
ao reino animal, no qual deve suportar as ferozes energias do instinto. No
conjunto químico de imagens, seria a purificaçäo ou refmo do ouro.
Nosso texto parece estabelecer três níveis. De baixo para cima há o nivel
do lobo, o nIvel do fogo ou do leáo e o nIvel do rei. Se equipanrrnos o lobo
corn o desejo elemental, o leáo corn o impulso egocéntrico de poder e o rei
corn a consciência objetiva, capaz de discriminar, chegarnos a um paralelo
muito próximo dos estágios da transformaçáo dos instintos, na forrnulaçäo de
-
Esther Harding isto é, o autos, o ego e o Si-mesmo.8 Embora Harding use
esses tennos para denotar centros sucessivos da consciência no curso do
desenvolvimento psicológico, também é possível entendé-los como camadas

levorando o rei mono. (Apud


:1618.) 5. Read,PreludetoChernLrny,p.201.
6. Edinger, Ego andArchetype, pp. 179ss. [Ego eArqaátipo, Cultrix, 1988.]
7. Iung,Mys:eñwnConjunczioni,, CW 14, par. 21.
8. Diz Harding: "No primeiro estágio...o centro focal, o eu, é completamente dominado pelos desejos
auto-eróticos. Denominei esse centro de autos. No segmido estágio, o ego torna-se o centro da
consciência, e os impulsos instintivos são modificados por mejo de sua relaçäo com a consciência do
ego rec6m-descoberta, a quai diz, por sua vez, 'eu'. No terceiro estágio, o ego é deslocado de sua
posiçäo centraJ, tornando-se de importAncia relativa dimite do novo centro da consciência, o 5i-
mesmo, cujo imperativo categórico assume o coptrole supremo." (Psychic Energy. Its Source and
Goal. pp. 23-24.)

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39
estruturais residuais da psique adulta que se achani sujeitas a reativaçâo. O ato
de alimentar o lobo corn o rei, a consumaçäo do lobo pelo fogo (leao) e o
renascimento do rei a partir do fogo significariam, em conseqiiência, a
regressäo do ego ao estágio "autos" original de desejo auto-erótico. Segue-se
o estágio do "ego" ou do poder pessoal e, por fim, o retomo de urna
consciência objetiva refinada ou aumentada.
Um homem de meia-idade, que padecia de uma renitente moléstia, teve
urn sonho que se aproxinia bastante do nosso texto:

O rev. X (um ministro bem conhecido que o paciente reverenciava)


marrera. Seu corpo deveria ser cremado e havia dúvidas acerca de quem
ficaria corn o ouro que seria deixado depois que o seu corpo ardesse. - -4
Vi o curo líquido, de cor bastante escura, mantido nunta espécie de
maté ria negra, talvez cinzas negras... Meu primeiro pensamento a
respeito do curo foi negativo, um sentimento de repugnância, depots,
velo-me a idéia de que ofalecido deveria ter sido alguém muito especial Calcinatio de um animal da
dres, British Museum. Repn
e de que o curo era urna espécie de esséncia sua ou a coisa de valor que
ele deixara.
Este sonho combina vários temas alquímicos: a calcinado como
cremaçäo; a morte e o negrume da mortjficatio; a extraçâo cIa esséncia,
separatio; e a produçäo do ouro, o alvo da opus. Tanto no texto como no
sonho, o rei morto ou figura do pal é objeto da calcinatio.9 O sonho sugere
que o valor de vida dominante, em tomo do qual a pessoa se estruturou, está
passando por urna reavaliaçäo.
O fogo calcinatório pode derivar da sexualidade. Por exemplo, um
homem que lidava corn urna sexualidade compulsiva teve o seguinte sonho:

Ele vé a mae numa cesta de arame cobena por fragmentos de


ardôsia queme. O procedimento, ao que se supôe, é terapêutico,
mas afinna-se que pode tornar-se diabólico caso os fragmentos de
ardósia sejam aquecidos a tal pomo que o transformem em tortura.

O sonhador lembrou-se de ter visto ratos escapando de urna cesta de lixo


em chamas. Neste sonho, a mae representa a prima materia, que deve ser
submetida à calcinatio. Em outras palavras, trata-se do reino de Ems do
principio ferninino, que requer purificaçao (ver figuras 2-2 e 2-3).
Noutro texto, a calcinatio é descrita da seguinte fonna: "Toma entäo todo
o sedimento que houver na retorta, negro como fuligern, sedimento esse
chamado nosso dragäo, sedimento que se calcina... nurn atiçado logo
fervente... até tomar-se uma cal branca, branca como neve."10 (Ver figura
2-4.) Aqui, a matéria a ser calcinada chaina-se dragäo ou "sedimento negro"

9. Frances Wicke, relatou um sonho corn esse mesmo tema, de um homem que tinha um problema
corn a rnae O vetho rei. cuje cite/dade é comp(etwnente irracional, deve Ser morto corn sua
prôpria
espada, tana lámina curva e enferrujada. Feito ¿sso. urna cha,na se eleva do corpo seni vida. En-
quanto o ve/ho rei é consumido até as cinzas. urna espada reiuzente aparece no centro da chaina (The
Inner World of choice. p.114).
IO. "The Bosom Book of Sir George Ripley", in co&cta,wa chemica,
Calcinatto do pai devorador
p. 126.
C
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r,J
risujeitas a reativaçäo. O ato bJ a!t.rMA(
lobo pelo logo (leâo) e o JC.y,, a
k - -
anam, em conseqüência, a ..h t44._ -
lesejo auto-erótico. Segue-se ..
por 11m, o retorno de urna
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pum renitente moléstia, teve f- -

f j

o paciente reverenciava)
la düvidas acerca de quem
que o seu corpo ardesse.
mantido nuina espécie de :
prinieiro pensa.'nento a
de repugnância, depois, FIGURA 2-2
Calcinado de um animal da Tena. (MS. Sloane 1. 1316, século XVII. Lon-
sido alguém muito especial dres, British Museum. Reproduzido em Burland. The Arts oftheAlchemists.)
sua ou a coi sa de valor que

os: a calcinado como


a extraçäo da esséncia,
Tanto no texto como no
I. Ca.
Pcinatio.9 O sonho sugere
pessoa se estruturou, está
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ou-
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[dade. Por exemplo, um

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teve o seguinte sonho: \, t

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supöe, é terapêutico,
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nsfonnem em tortura.

pando de urna cesta de lixo


inis materia, que deve ser
ita-se do reino de Eros do
unas 2-2 e 2-3).
ite forma: "Toma então todo
io fuligem, sedimento esse
ticina... num atiçado fogo
como neve."10 (Ver figura
agäo ou "sedimento negro"

um homem que tinha um problema


ona4 deve Ser morto corn sua prOpria
una se eleva do corpo scm vida. En-
ute aparece no centro da chanta (The
FiGURA 2-3
Calcinatio do pai devorador (Mutus Liber, 1702. Reproduzido em Jung, Psy-
DUca, p125. cho logy and Alchemy.)

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- isto é, matéria da sombra. Outro texto dá-the o nome de etíope: "Entâo Um homem que supoi
surgirá, na parte infeiior do vaso, o poderoso etíope, queimado, calcinado, sonho:
alvejado, totalmente morto e sem vida. Ele pede para ser entenado, para ser
aspergido corn sua própria umidade e lentamente calcinado até surgir, sob urna sonitador se tic
forma brilhante, do iniplacável fogo... Contempla uma prodigiosa restauracäo urna porta, vsi passai
ou renovação do etíope!"1' que deslizain ou rolan
Os três textos citados bastani para demonstrar a natureza da substância a fianaça e pelo fogo. L
ser calcinada. É chamada, quer "lobo voraz", "sedimento negro", "dragáo" po na, encontra revolta
ou "poderoso etíope". Esses tennos dizem que a calcinatio é efetuada no
lado primitivo da sombra, que acolhe o desejo faminto e instintivo e e Ao despertar, suas prix
contaminado pelo inconsciente, O fogo para o processo vem da frustraçáo fomalha abrasadora de Nal
desses mesmos desejos instintivos. Urna tal provaçäo de desejo frustrado é um está no processo de ser trax
aspecto característico do processo de desenvolvimento. As associaçöes trazem à t
abrasadora de Nabucodor
psicológica. Nabucodonoso
diante de sua iinagem de ou
e Abede-Nego recusaram-s
donosor os fez jogar na foi
se, em meio ao fogo, quatix
filho dos deuses" (Daniel, 2
O relato acentua a rai'
sua raiva à fornalha abrasa
dade arbiirária do ego infla
tensóes irresistfveis são fru
L Deus de Sadraque, Mesaqw
rei de nossa citaçäo alquími
nado. Outro aspecto intetea
narem quatro. Trata-se de
I
emerge em meio à frustraç
abrasadora de Nabucodono
encontramos quando desafi
exterior. Passar ou nao por
vain a agir: motivos do ego
Sadraque, Mesaque e A

um motivo típico. Eliade dii


/ tica do xamanismo e da mii
os xanñs fossem imunes ac
brasas flamejantes, sem coi
teve um sonho interessante.

A sonhadora viu
seme I/ia nie a um ca1
Completamente impa&
FIGURA 2-4 segurou, deu forma ep
O fogo do dragäo sendo atiçado e extinto. (Trismosin, Splendor Soils, 1582.) lavada. A sonhadora o

11. Melchior, citado por lung em Psychology andAichemy, cw 12, pars. 484-85. 12. Eliade, The For?e and/he cmcu
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42.
o nome de etíope: "Entäo Um homem que suportou urna prolongada frustraçäo teve o seguinte
tíope, queimado, calcinado, sonho:
para ser entenado, para ser
a1cinado ate surgir, sob urna
. , .
o sonjtador se acha nwn local cavernoso, talvez subterraneo Por .

tuna porta, veti? possantes massas brancas e quentes de pedro calcana,


. ,
-
jima prodigiosa restauraçao
. .

que ö.esliwin ou roiam, passana'o por ele. o local está tomado pela
L

da b
* fuinaça e pelo fogo. Ele busca wna saMa, mas sempre que abre urna
edinenvnegro" "dragäO" po , reVolt0S Ofld de fwnaça que ofazem retroceder.
a calcinado é efetuada no
Ao despertar, suas primeiras associaçées foram corn o inferno ou corn a
fammto e instmtivo e e
pocesso vem da frustraçao fornatha abrasadora de Nabucodonosor. Nesse sonho, a inerte palta calcárea
está no processo de ser transformada na afiva cal viva por mejo da calcinajio.
çao de desejo frustrado e urn
As associaçOes trazem à baila a ixnagem bíblica da cakinatio, a fomaiha
abrasadora de Nabucodonosor, permitindo urna interessante observaçâo
psicológica. Nabucodonosor ordenava a todas as pessoas que se prostrassern
diante de sua imagem de ouro, nurna atitude de adoraçäo. Sadraque e Mesaque
e Abede-Nego recusaram-se a fazê-lo. Tornado de urna furia insana, Nabuco-
donosor os fez jogar na fomaiha abrasadora. Mas eles ficaram ilesos; viram-
se, em meio ao logo, quatro homens, tendo o quarto hornem "o aspecto de urn
fllho dos deuses" (Daniel, 3:25; JB).
o relato acentua a raiva insana de Nabucodonosor. Podernos equiparar
sua raiva à lornalha abrasadora. Ele personifica o motivo do poder, a autori-
dade arbitrária do ego inflamado, que passa pela calcinatio quando suas pm-

rA
tensóes irresistíveis são frustradas pela presença da autoridade transpessoal (o
Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego). Nabucodonosor corresponde ao
rei de nossa citaçâo alquirnica, que serve de alimento ao lobo e depois é calci-
nado. Outro aspecto interessante é o fato de, na fornalha, três hornens se tor-
narern quatro. Trata-se de urna clara alusao à totalidade do Si-rnesmo, que
ernerge ern rneio à frustração das exigências de poder do ego. A fornalha
abrasadora de Nabucodonosor exprime urna situaçáo arquetípica. E aquio que
encontramos quando desafiamos urna autoridade arbitrária, seja interior ou
exterior. Passar ou nao por urna calcinado depende dos motivos que nos le-
yam a agir: rnotivos do ego ou do Si-rnesrno (ver figura 2-5).
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ficaram imunes ao fogo. Isso evoca
um rnotivo típico. Eliade discutiu o "domínio do fogo" corno ums caracterís-
tica do xamanisrno e da mitologia da rnetalurgia primitiva.'2 Supunha-se que
os xarnäs fossern imunes ao fogo. Eles eram capazes de engolir ou de pegar
brasas liamejantes, sem correr o mínimo perigo. Nesse sentido, urna muiher
teve urn sonho interessante.

sonhadora viu wna misI her debruçando-se sobre urn barril


sernelhante a wit caldeiräo, teSo rias rnâos urna bola de fo go.
Completamente impassível, sem evidenciar dor ou ferimento, da
segurou, deu forma e prensou a bola de fogo corno se fosse louça sendo
osin, Splendor SoIls. 1582.) lavada. A sonhadora observou tudo, tomada de assombro.

2, pam. 484.85. 12. Eliade, The Forge and the Crucible, pp. 79ss; ver também Shwnanism.

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43
graças ao fato de ampliar
t menores probabilidades de
ou dos outros. Ern contrast
-
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E xnicrt Èôe* descrito por urn poema de t
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I

-/ [Feito de material de k
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romperá em chamas Nenhi -

ele é, de como é propenso


que / o monte de confusáo
I

T seja capaz de avahar / a


Transtornado, indisciplinadc
a investida de um vento ni
profundo? / Piso sob cinz

O fogo da calcinatio é
FIGURA 2-5 matéria negra, a nigredo,
A fomaiha ardente de Daniel. (Biblia de Santo Estêvao Harding, século XII. saber que isso (a calcinatù
Dijon, Bibliothèque Municipale, MS. 14. Reproduzido em Medieval nossa substância."5 Isso a
Manuscript Painting.) do purgatOrio é a versâo ta
morte. A principal fonte esi
Corúìtios 3: 11-15 (RSV):
Associou-se o sonho a urna anciä navajo que a sonhadora vira certa feita
fazendo pâo sobre urna pedía aquecidá; corn as maos descobertas. O sonho Porque ninguém pc
ocoircu nurn momento em que a paciente iniciava urn importante projeto que é Jesus Cristo. E
criativo e indica a ativação das energias criadoras do Si-mesmo13 (ver a figura ouro, prata, pedras prec
2-6). manifestará; porque o I
A imagern da invulnerabilidade ao fogo indica uma iinunidade à fogo; e o fogo provará
edificou sobre esse fun
identificaçäo corn o aleto. A experiência da psique arquetípica tern esse efeito, Se a obra de aIguS se
embora somente através
13. A mterpretaçäo da mulber que amassa o logo como o Si-mesmo sustentase na seguinte amplifies-
çáo: "Em Efraim, o escritor sirio de hinos, Joáo Batista, diz a Cristo: 'Urna centelha de logo, no
ar, vos espera sobre o Jordâo. Se a seguirdes e lordes batizado, entio apossai-vos de vds mesmo,
porque quem oem o poder de tomar o logo ardente nas maos? Vds que sois todo logo, tende pieds- 14. Hayes, "Fire Hazard", in TheRe
de de mim." (Citado emiung, Psychology of the Unconscious, p.54?, n. 61.) IS. Waite, trad., The HernieijcMusej
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graças ao fato de ampliar e aprofundar a consciência do ego. IM entâo
rnenores probabilidades de identificaçäo corn as reaçóes emocionais pessoais
ou dos outros. Em contraste corn isso, um ego fraco ¿ sobremodo vulnerável
ao ser consumido pelo encontro corn um aleto intenso. Esse fenómeno é
descrito por um poema de Dorsha Hayes:

Filled with a clutter of unsorted stuff


a spark can set a man ablaze. What's there
heaped high among stored rubbish at a puff
will burst inflame. No man can be aware
of how inflammable he is, how prone
to what can rage beyond control, unless
the piled ig' litter of his life is known
to him, and he is able to assess
what hazard he is in, what could ignite.
A man, disordered and undisciplined,
lives in the peril of a panic flight
before the onrush of a flaming wind.
Does it now seem I seek to be profound?
I stand on smoking ash and blackened ground!14

[Feito de material de todo tipo I urna simples faguiha pode incendiar um


hornem. O que I está empilhado no mejo da escória, corn um simples sopro /
romperá em chamas. Nenhum homem tern consciéncia I de quäo inflamável
ele é, de como é propenso I ao que pode fazê-lo perder o controle, a nao ser
que / o monte de confusäo que é a sua vida seja do seu conhecirnento, I e ele
seja capaz de avahar I a iminência de incéndio ern que se encontra. /
Transtornado, indisciplinado, o homem cone o risco de fugir em pânico I ante
a investida de um vento mais impetuoso. I Acaso pareço agora estar sendo
profundo? / Piso sobre cinzas fumegantes!]

O fogo da calcinado é um logo purgador, ernbranquecedor. Atua sobre a


matéria negra, a nigredo, tornando-a branca. Diz Basil Valentine: "Deyes
Harding, século XTJ. saber que isso (a calcinatio) é o único meio correto e legiinio de purificar
izido em Medieval fossa substância."15 Isso a vincula ao simbolismo do purgatOrio. A doutrina
do purgatOrio é a versáo teológica da calcinado projetada na vida depois da
morte. A principal fonte escritural da doutrina é a afirmaçäo de Paulo em I
Corintios 3: 11-15 (RSV):
a sonhadora vira certa feita
hnäos deseobertas. O sonho Porque ninguém pode pôr outro fundamento ahérn do que está posto,
java um importante projeto que é Jesus Cristo. E se alguém construir sobre esse fundamento corn
do Si-mesm&3 (ver a figura ouro, prata, pedras preciosas. rnadeira, feno, paiha, a obra de cada um se
manifestará; porque o Dia a tornará conhecida, já que será revelada pelo
fogo; e o fogo provará quai seja a obra de cada um. Se a obra que alguém
indica urna imunidade à edificou sobre esse fundarnento permanecer, esse terá urna recompensa.
arquetípica tem esse efeito, Se a obra de alguém se queimar, esse sofrerá detrimento, mas se salvará,
embora somente através do fogo.

ao sustenta-se na seguinte amplifica-


a Cristo: 'Urna centeiha de logo, no
b, entlo apossai-vos de vds mesmo,
Vds que sois todo logo, tende pieda- 14. Hayes, "Fire Hazard", in TheßellBranchRfr,gs, p.26.
p. 547, n. 61.) 15. Waite, Dad., TheHernwdcMusewn, 1:325.

45
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pelas frustraçoes da luxúria
't -

4 -- pela concupiscência. Em s
H
tenhamos um forte fundame
que o desenvolvimento PS
desejos de prazer e de podi
cialmente viável corn o Si-im
Próxima à doutrina do
há urna imagem de caki nati
foipmpeloccje
i l¼1,}

,,
,\
t
eterna. A coença de que
disseminada na antigüidade
41
puniçäo, predomina a pm
"& . k -
queimavam os anialdiçoados
i-
ígneoquecircundaoTárt
Históñas veriras, desci
do qual se elevarn sulfurosas
t Vt.

FIGURA 2-6
A salamandra brilhante que vive no fogo. O espfrito mercurial da prima mate-
ria, como salamandra, divertindo-se no fogo. (Maier, Ata/anta Fugiens,
1618.)

Agostinho comenta esta passagem: o homem que constnSi corn madeira,


ferio e paiha é o homem tomado pela luxúria e pelo desejo carnal, mas:
"Desde que náo preflra essa afeiçäo ou prazer a Cristo, Cristo é seu
fundamento, ernbora sobre ele o hornem construa corn madeira, feno e pallia;
assim sendo, será salvo pelo fogo. Pois o fogo da afliçáo fará esses prazeres
luxuriosos e amores terrenos arderern ... e desse fogo o combustível é a
privaçáo, e todas as calamidades que consornem esses arrebatarnentos."6
Mais urna vez: "As coisas objeto de urn amor possessivo nao são perdidas sem
angústia. Mas como ... ele prefere softer a perth dessas coisas a perder Cristo, H

e näo abandona Cristo por temor de perder essas coisas -


mesmo que possa
-
larnentar-Ihes a perth ele 'se salvará', na realidade, 'embora pelo fogo'. Ele
'queirna' de dor, pelas coisas que amou e perdeu, mas ¡sso nao o subverte
rem consonie, seguro como está pela estabilidade e caráter indestrutivel do
seu fundamento."17 O violento torturado mima c
A doutrina do purgatOrio ainth nao se havia estabelecido à época dos
escritos de Agostinho. Todavia, essas observaçôes seriam aplicadas,
ulterionnente, ao fogo purgatorial. Agostinho faz duas impoitantes afinnaçôes Da mesma fonna, no b
de cunho psicológico. Em primeiro lugar, o fogo do purgatOrio é causado quentes", é um lugar de k

16. Agostinho,CñtyofGod, 21:26. 18. Cumont,AfterjsfejnRo,pan Paga


17. Agostinho, Confessions and Enchiridion, 18:68. 19. Hastings, E lopedùì of Reügiot
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46
pelas fruslraçôes th luxúria, do desejo, do amor possessivo - numa palavra,
pela concupiscência. Em segundo, podemos sobreviver a esse fogo caso
tenhamos um forte fundamento em Cristo. Psicologicarnente, isso significaria
que o desenvolvimento psicológico será promovido pela frustração dos
desejos de prazer e de poder, desde que a pessoa tenha urna relaçâo essen-
cjalmente viável corn o Si-mesmo simbolizado por Cristo.
Próxima à doutrina do purgatório, com seu fogo purgador mas redentor,
há urna imagem de calcinaici perpétua, a idéia do fogo eterno punitivo. Ixiao
foi punkki pelo crime de tentar seduzir Hera corn sua prisäo a urna roda de fogo
eterna. A crença de que os malditos eram punidos depois da rnorte en
disseminada na antigüidade. Escreve Curnont: "Dentre todas as formas de
puniçäo, predomina a puniçâo pelo fogo. A idéia de que as Erinias
queimavam os amaldiçoados corn suas tochas é antiga; o Piriflegeton é urn rio
ígneo que circunda o Tártaro. Certos autores iam além disso. Luciano, em seu
Historias verdadeiras, descreve a ilha dos ímpios como um imenso braseiro
do quai se elevani sulfurosas e negras chamas."18 (Ver figura 2-7.)

mercurial da prima mate-


taler, Atalanta Fugiens,

que constrói corn madeira,


pelo desejo camal, mas:
a Cristo, Cristo é seu
m madeira, feno e paiha;
afliçáo fará esses prazeres
fogo o combustivel é a
esses airebatamentos. "16
sivo nao são perdidas scm .

sas coisas a perder Cristo, -

coisas - mesmo que possa


ide, 'embora pelo fogo'. Ele
u, mas isso nao o subverte
le e caráter indestrutível do FIGURA 2-7
O violento torturado fuma chuva de fogo. (Dorn, RusEra çoes para a Divina
a estabelecido a época dos Comédia de Dante.)
rvaçâes seriarn aplicadas,
Juas importantes afirrnaçöes Da mesma forma, no budismo, o Avichi, o rnais baixo dos "infernos
o do purgatório é causado qu1ites", é uni lugar de torturapelo fogo como puniçäo dos pecados.'9

IS. Cumont,Afterhfe in Roman Paganism, p.175.


¡9. Hastings, Encydopedia of Rehgion and Ethics, 11:830.

47
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Contudo, essa imagem é mais plenamente desenvolvida na doutrina cristA do a Morte e o Hades deram
inferno. Urna de suas fontes é Matous, 25: 41-43 (RSV): "Entäo dirá aos que pelas suas obras... e aque1e
estiverem à sua esqueMa: 'Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, fora lançados no lago de fo
preparado para o diabo e seus demonios; porque five forne e nao me destes de Em outro ponto, lernos o
comer, five sede e näo me destes de beber, era estrangeiro e nao me
recolhestes, estava nu e náo me vestistes, enfermo e na prisáo, e nao me Se alguém adorar a
visitastes.'" testa, este beberá do vin
Tal como fizera Agostinho, Orígenes, nurn comentário dessa passagem, puro no calice de sua i

equipan o fogo corn as paixóes do homem. Ele diz o seguinte: corn fogo e

Vejamos agora quai o significado do temido 'logo eterno". Ora, diz séculos; e nao terao de5
o profeta Isaías que o fogo pelo quai cada boinem é punido pertence a ele
adorado a besta e a nu
mesmo. Pois, diz ele: "Andai no lume do vosso fogo, e por entre as nome.21 (Apocal. 14:9-1
iabaredas que ateastes. "(Isaías, 50: 11.)
Estas paiavras parecem mdicar que cada pecador ateja ele mesmo seu .
Aqui, o fogo punitivo 8
pr6prio fo go, nao sendo atirado a um foga que alguém ateou previamente ocont no inno Seque
ou que existia antes dele. Desse fogo, o alimento e o material são nossos o juizo fmal, de maneira mut
pecados, chamados pelo apóstoio Paulo madeira, feno e patha ... na pró-
pria esséncia da alma, aqueles mesmos desejos daninhos que nos levarn L
ao pecado produzem certos tormentos, S
Considera o efeito das faltas da paixäo que cam freqüéncia acometem I
os homens, como ocorre an ser a alma consumida pelas chamas do amor,
atormentada pelo fogo do ciúme ou da inveja, tomada pela raiva furiosa [O dia de ira, 6 dia, cui
ou consumida pela intensa melancolia, lembrando como alguns homens, como o testemunha Davi con
por considerarem o excesso desses males um peso demasiado para ser su-
portado, julgaram mais tolerável submeter-se à morte do que atcar com
essas torturas.2° A referéncia à Sibila r
Oracles:
Ternos aqui urna thterretaçao psicológica do fogo do inferno notável, E eis que um grandi
considerando-se que foi escrita no século ifi. Ela demonstra que, para os todos os lugares, a
piimeiros padres da Igreja, as realidades psíquica e teológica cram urna só. O fontes, o implacével E
fogo do inferno é a puthçäo imposta àqueles que forem condenados no "juízo fundir-se-äo numa só
estrelas cairão do eS i
fmal" que sao "pesados na balança e julgados culpados". É o destino
,
dentes ao arderem no
''Jante
i

daquele aspecto do ego que se identifica com as energias transpessoais da e as cinzas


psique e as utiliza para fins de prazer ou de poder pessoais. Esse aspecto do mundo serão $:
ar, tnt
ego, identificado corn a energia do Si-mesmo, deve passar pela calcinaJio. 56 IiO mais cruzas
se considerará o processo "eterno" quando se estiver lidando com urna mar; nenhurn barco navc
sulcará corn perfeiçao a
dissociaçao psíquica que separe de modo inevitável o bem do mal e o céu do velozes, mas ele fará d
inferno. purifiquern.22
lía muitas expressóes Vívidas do fogo do juízo fmal. Por exemplo, em
Apocalipse, 20: 13-15 (RSV), ternos: "E deu o mar os inortos que nele havia, Neste trecho, a ca1cina
Os quafro elementos flindeir
20. Orígenes, On First PÑic4'ks, 2:4-5. Um ano depois, Thomú à Kempis o expriniiu da seguinte
'rancira (The imitation ofChflst i :24): plicidade transforma-se em t
Que mais o foga do inferno alimentará, settle tous pecados? integraçäo da personalidade
Quanto mais te ftataies corn indulgthcia e seguirei a carne, tanto mais seven, mais tarde, será tua
puniçäo, e tanto malar o combustfvel que acumulas para essa chama. exemplo da noçáo genen
Nas coisas em que o homem pecar, nessas mesmas será ele mais dolorosamente punido.
E os indojentes serio empurrados corn aguilhöes incandescentes, tos glutóes serio atormentados
pela sede e pela forne extremas, 21. A palavra vega paratormepp éß
E os luxuriosos e amantes do prazer serâo banhados em piche ardente tern enxofre maicheimso e quimistas, tinha um duplo scndS
os invejosos, como caes danados, uivaräo de dor. O lapir lydius (pets de toque) en
Nao há pecado que nio tenha seu próprio tormento.
' ou incorrupübilidade da padri 6
Ea orguihoso será tomado por toda a confusio; osque cobiçam 'tao salier dt extrema ptmSria. Esse leitmotiv permeia a alquimia.
22. The Apocryphal New Testa
'D
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48
volvida na doutrina cristá do a Morte e o Hades deram os martas que neles havia, e todos foram julgados
(RSV): "EntAo dirá aos que pelas suas obras... e aqueles que näo tinham o nome escrito no livro da vida
flalditos, para o foga eterno, foram lançados no lago de fago."
bye forne e nao me destes de Em outra ponto, lemos o seguinte:
era estrangeiro e nao me
frmo e na prisäo, e nao me Se alguém adorar a besta e a sua imagem, e trouxer a sua marca na
testa, este beberá do vinho da ira de Deus, que está misturado com outra
dessa passagem, puro no cálice de sua indignaçao; e será atormentado [ßaoaviootjoe rai]
cam foga e enxofre na poesença dos santos arijos, e do Cordeiro: e a
fr o seguirne: fumaça do seu tormento jßaaoviopov] se levantará por séculos e
séculos; e náo teráo descanso, nem de dia nem de noite, os que tiverem
jido "faga eterna". Ora, diz adorado a besta e a sua imagem; e o que flyer trazido a marca do seu
nem ¿ punido pertence a ele nome.21 (Apocal. 14:9-11, AV.)
vosso fago, e por entre as
Aqui, o fago punitivo do juízo final é identificado cam a ira de Deus. O
cador atela ele mesmo seu
alguém ateou previamente mesmo ocorre no hino Seqüência, Dies ¡rae, na missa exequial. Ele apresenta
to e o material são nossos o juízo fmal, de maneira muito explícita, como urna calcinatio:
a, feno e pallia na prO-
daninhos que nos levam Dies irae, dies ulla
So/vet saeclwn in favilla
corn freqüência acometem Teste David cran Siby/la
da pelas chamas do amor,
tornada pela raiva furiosa [O dia de ira, O dia, em que o mundo se dissolve em cinzas flamejantes,
como alguns homens, como o testemunha Davi com a Sibila.]
demasiado para ser su-
à morte do que arcar com A refethncia à Sibila remete a urna passagem do Livra II dos Sibylline
Oracles:
,

jio foga do inferno notável, E eis que um grande ria de fago ardente fluirá dos céus e consumirá
a demonstra que, para os todos as lugares, a tena, a grande oceano e o cinzento mar, lagos, rias e
fontes, o lmplacável Hades e o POlo do céu: mas as luzes do céu
je teológica eram urna só. 0 fundir-se-äo numa sO e numa forma (7) vazia (desalada). Parque as
jforem condenados no "juízo estrelas cairäo da céu no mar (?) e todas as almas humanas rilharäo as
!os culpados". E o destino dentes ao arderem no rio de enxafre e o afluxo do foga na planicie
hs energias transpessoais da
I

Ilamejante e as clnzas cabriräo todas as comas, e todos os elementos do


kr pessoais. Esse aspecto do mundo seräo pO: ar, terra, mar, luz, pOlos, dias e noites, e as multidóes de
pássaros nao mais cruzarão o ar, nem as criaturas que nadam percorrerão o
ve passar pela calcinatio. SO mar; nenhurn barco navegará cam sua carga pelas ondas; o gada nao mais
e estiver lidando cam urna stilcará oem perfeiçáo a terra cultivada; näo mais haverá o sam de ventos
ve! o bem do mal e o céu do velazes, mas ele fará de tudo urna sO coisa, e as purgará para que se
purifiquem.22
ulzo final. Por exemplo, em
iar os mortos que nele havia, Neste trecho, a calcinatio se entitmescla com a imagem da coniunctio.
Os quatro elementos fundem-se num único elemento quintessenciaI. A multi-
S Kenipis o expriiniu da seguirne plicidade transforma-se em unidade. Por essa razáo, o trecho faz referência à
F

integraçâo da personalidade por meio do processo de cakinaflo. Trata-se de


tanto mais severa, mais tarde, será tua um exemplo da noçäo generalizada de que o mundo terminará em chamas. Os
.chama.
nais dolomsamente punido.
entes, e os glutóes serio atormentados I
21. Apa1avragrepparatormnto6sa.a...ous...n,....ArespeitodestipaJavmJungdiz:"Paraosai
be ardente e em enxofre maicheiroso e o lapii (m
quimistas, tinlia um duplo senddo:saoa.t,,, também significava 'teste da pedra de toque' (
s de toque) en usado como sinónimo do lapis phiJosophorwn. A autenticidade
Ou incormptibilidade da pedra é verificada pelo tormento do logo sende inalcançável seni ele.
Esse kmnnofiv petmela a alquimia." (Akhen,icalSgudies. par. 94.)
Qam váo softer de extrema pemiria.
22. lames, The Apocryphal New Testament, p. 522.

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estOicos cultivavarn a idéia, que segundo eles vinha de Heráclito, de que cada O Juizo Final pelo fogo
ciclo cósmico ou magnus annus termina numa configuraçäo, numa tIrlrupwaIs.23 pureza dos metais e lies retit
De acordo corn Josephus, Adáo previu que a Terra seria destruida duas Antigo Testamento que usair
vezes, numa delas pela água e na outra pelo fogo -
prirneiro, urna solutio e, a que Iahweh submete seu po
mais tarde, urna calcinasio. Essa mesma idéia é expressa em 2 Pedro, 3: 6, 7
(RSV): "O mundo de entäo pereceu, coberto pelas águas do dilúvio. Mas, Voltarei minha mao
pela mesma palavra, os céus e a terra de hoje são reservados para fogo, removerei todas as tuas ir
guardados até o dia do julgamento e da destruiçâo dos homens finpios.' ? E eis que te pus na I
Nurn poema de Robert Frost, as imagens do fogo e do gelo são associadas afliçào. Por causa de mi
incu nome ser profanado
comofirndo mundo: IO, 11,JB.)
Some sco' the World will end infire, Eu os levarei ao fog'
Some say in ice testi como se testa o
respondendo: Eis o meu
.

From what ¡'ve tasted ofdesire


I hold with those who favor fire. 13: 9, JB.)
Butjfithadtoperishtwice, Tu, ó Deus, nos pr
J think J know enough of hate fizeste-nos cair na red
To say thatfor destruction ice deixaste que carninhasse
Is also great fogo e pela água, e nos p
And would suffice 25
E labweh fala dos punE
[Alguns dizem: o Mundo acabará em fogo I Outros dizem: em gelo. I Pelo
que provei çlo desejo I Estou com quem prefere o fogo. I Mas se o calcinatio: 'Mo temas, porc
'

meu Quando passanes pelo


,

mundo liver de perecer duas vezes, I Creio que coitheço bem o Odio I . i

Para dizer que para destruir, o gelo I Também é excelente I E seria o eles nao te submergiráo. Qua
bastante.] nAo te queimarás. Pois eu
salvador. " (Isa. 43: 1-3, JB.
,

Outro poeta moderno usa a mesma imagent Esta passagem tern conic
na morte, as almas passam pi
Fire will surely come one ckzy to purify the can/i. Fire will surely come. justos, mas causa sofrimenti
one d to obliterate the eanh. This is the Second Coining. doutrina parse afinna que to
será como leite quente; mas,
-

The Soul is a flaming tongue that licks and struggles to set the Mais urna vez leinos,
of the world on fire. One day the entire universe will becomeblack bull a single pas sarao por um rio abrasac
conflagration.
serão salvos, ilesos, todos e
Fire is the first and final mask of my God. We dance and weep between séculos, mesmo aqueles que i

two enonnous pyres. 6 As observaçóes de Jah


[O logo por certo virá um dia purificar a Terra. O fogo por certo virá um dia comparadas corn as afirmaçä
obliterar a Terra. Essa é a Segunda Vinda. fogo:
A Alma é uma lIngua de fogo que golpeia e luta para fazer arder o touro ne-
gro do mundo. Urn dia, todo o universo será urna tinica conflagraçäo. Pelo elemento fogo, mdc
O logo é a primeira e uultima máscara do meu Deus. Dançamos e choramos
entre duas enormes piras.j Na auséncia de teste peli
O fogo separa aquilo q'
volátil.29
23. Hastings,Encyclopedia ofRdigionandßthks, 1:198.
24. Josephus, Antiquities of the Jews. :ii, 3. 27 Hastings, Encyclopedia ofReligion
1

"Fire and Ice", in


25. Frost, cpk:e
Poems ofRoben Fmst, p. 268. 28. James, Apocryphal New Testwnen
26. Kazantzakìs,ThesaviorsofGoej, p.l28.
29. Paracelso,Theffe,me&andAkh
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50
ha de Heráclito, de que cada O Juízo Fina! pelo fogo corresponde à provaçäo pelo foga que testa a
figuraçäo, nun tKTTUpWOLS 23 pureza dos metais e thes retira todas as impurezas. Há inúmeras passagens do
a Terra seria destruIda duas Antigo Testamento que usan metáforas metalúrgicas para descrever os testes
24 primeiro, urna solutio e, a que Iahweh submete seu poyo eleito. Por exemplo, Iahweh diz:
expressaem2Pedro,3:6 7
Voltarci minha mäo conta ti, purificarei as tuas escóñas no cadinho,
ilas ámias do dilúvia Mas
removerel todas as tuas impurezas. (Isa., 1: 24, 25, JB.)
sao reservados pan o fogo,
- . ,

dos homens ímpios." eis que te pus na fogueira como à Fata, testando-te no cadinho da
afliçao. Por causa de mim mesmo, e só por rnim mesmo, agi - devena
.

-
)go e do gelo sao associadas
.

nome ser profanado? Jamais darei a minim glória a outro. (isa., 48:
10, 11,JB.)
Eu os levarei ao foga, e os purificarei como se purifica a prata, e os
testarei como se testa o aura. Eles invocaräo meu nome e eu escutarei,
respondendo: Eis o meu pavo; e todos diräo"Iahweh é meu Deus! (Zaca-
rias, 13: 9, iB.)
Tu, ó Deus, nos provaste, tu nos refinaste como se refma a prata,
fizeste-nos cair na rede, puseste pesadas cargas em nossas costas,
deixaste que caminhassem sobre as nossas cabeças; agora passamos pelo
fogo e pela água, e nos permites retoinarofôlego. (Salinos, 66: 10-12, JB.)
t< ai
E Iahweh fala das purificados ou redimidos, daqueles que passaram pela i
V.

dizem: em gelo. I Pelo calcinatlo: "Mo temas, porque eu te resgatei; eu te chamei pelo leu nome, és C
.

meu. Quando passares pelo mar, estarei contigo; quando passares pelos rias,
i;
é excelente / E seria o eles nao te submergiráo. Quando passares pelo logo, a chama nao te atingirá e
náo te queimarás. Pois eu sou Iahweh, teu Deus, o Santo de Israel, teu
salvador." (Isa., 43: 1-3, JB.)
Esta passagem tem como paralelo a idéia, presente noutro ponto, de que,
na morte, as almas passam por urn rio ou mar de fago. Esse rio nao atinge os
,art/i. Fire will surely come. justos, mas causa sofrimento ou destruiçáo aos impios. Por exemplo, urna
cond Coining. doutrina parse afirma que todos cruzaráo um rio de logo. Para os justos, ele
será como leite quente; mas, para os ímpios, será como metal denttido.27
truggles to set the black bull Mais uma vez lemos, nos Sibylline Oracles: "E todos os homens
iverse will become a single passaráo por um rio abrasador e por urna chama inextinguível, e os justos
serâ.o salvos, ilesos, todos eles, mas os impuros ali pereceráo por todos os
séculos, mesmo aqueles que tenham feito mal M muito tempo."28
Ve dance and weep between
As observaçóes de Iahweh a itspeito do uso que dá ao fogo podem ser
comparadas com as afirmaçóes de Paracelso acerca dos efeitos alquímicos do
) logo por certo vira um dia
fago:
para fazer arder o touro ne-
unica conflagraçào. Pelo elemento foga, tudo o que ha de impuro é destrufdo e retirado.
)eus. Dançamos e choramos
Na auséncia de teste pelo fogo, nao há como provar urna substAncia.

O fogo separa aquilo que é constante ou fixo daquilo que é fugidio ou


volátil.29

27 Hastings, Encyclopedia ofReligion and Ethics, 5:37 6.


268. 28. James,Apocryphal New Testament, p. 532.
29. Paracelso, The tiennetic andAichemical Wñtings of Pamcetsus, 1:4.

51.
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Outra alquimista compara de modo específico o fogo da calcinatlo AV.) Urna antiga oraçäo dir
alquúnica corn o fago da ira divina suportado por Jesus. "Nao é inadequado Senhor, que prendestes as am
compará-lo corn Cristo quando o corpo apodrecido do Sol jaz morto, inativo, regente do fago, criador da h
como cinzas na parte inferior de um frasco... Assim também ocorreu cam o luminoso, que vos rejubilais i
próprio Cristo, no Monte das Oliveiras, bem como na cruz, quando ardeu pelo semeador do fogo, que vos cc
logo da ira divina (Mat, 26, 27), e queixou-se de ter sido completamente a luz, produtor de trovóes, gb
abandonado pelo Pal Celestial. "30 implacável, conquistador das
Já na Grécia homérica encontramos a iniagem do fogo como purificador e Em varios textos, associa

t
separador da alma. Segundo Rohde, o corpo de um morto deve ser queimado disse Cristo: "Vim lançar fog
antes de sua alma ser libertada para dirigir-se ao Hades. "Somente pelo fogo No Evangelizo de Tomé,
as almas dos mortos são 'apaziguadas'. (Ilíada, VII, 410.) Portanto, enquanto está perto de mim, está petto
retiver vestigios de 'mundaneidade', a psique possui ainda um certo longe do reino."33(Ver figura
sentimento, urna certa consciência thquilo que se passa entre os vivos."31 (Ver
figura 2-8.)
Em toda parte, associa-se o logo corn Deus, sendo ele, por conseguinte,
representante das energias arqueUpicas que transcendem o ego e são experi-
mentadas como numinosas. O salmista fala de Deus como aquele "que faz do
espirito sais ntnsageiros; e do logo ardente seus ministros". (Salmos, 104:4,

O semeador do fol
-
Civi'
FIGURA 2-8
Calcinaijo do hermafrodita. (Maier, Ata!anta Fugiens, 1618.) 0e urna forma característic
logo. Os estOicos falavam de
corresponderia ao Nous, o
30. citado por Jung, Mysteñwn conàmctionis, CW 14, par. 485. Essa
mesma
Waite em The Henne& Musewn (1:102); omite o trecho crucial - de quemensagem, traduzida por
Cristo "ardeu pelo logo
da ira divina".
32. Dieterich, Eine Mithrasüturgie, citad
31. Rohde, Psyche, 1:l8ss.
-
33. Grant, The SecretSayings of Jesus,
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52
(fico o fogo da calcinatia AV.) Uma antiga oração dirigida a Mitra diz: "Dai-me atençäo, ouvi-me,
or Jesus. "Nao. é inadequado Senhor, que prendestes as amarras do céu corn vosso espirito, de coipo duplo,
ido do Sol jaz morto, ¡nativo, regente do fogo, criador da luz, de hálito de fogo, de coraçáo ígneo, espfrito
ssim também ocorreu corn o luminoso, que vos rejubilais no fogo, bela luz, Senhor de luz, de corpo rijo,
no na cruz, quando ardeu pelo semeador do fogo, que vos confundis corn o fogo, luz viva, que movimentais
e de ter sido completamente a luz, produtor de trovòes, gloriosa luz, multiplicador da luz, portador do fogo
implacável, conquistador das estrelas, etc."32
rn do foga como purificador e Em $rios textos, associa-se Cristo com o fago. Em Lucas, 12: 49 (RSV),
um morto deve ser queimado disse Cristo: "Vim lançar fogo na Terra; e nao quero senáo que ele acenda."
D Hades. "Somente pelo fago No Evangelizo de Tomé, texto gnóstico, lemos: "Disse Jesus: Aquila que
VII, 410.) Portanto, enquanto está porto de mim, está pePa do fogo; e aqueJe que está longe de mim, está
ue possui ainda um certo longe do reino."33(Ver figura 2-9.)
passa entre os vivos."31 (Ver

s, sendo ele, por conseguinte,


iscendem o ego e são experi-
)eus como aquele "que faz do
's ministros". (Salmos, 104:4,

FIGURA 2-9
O semeador do foga. (E. Jacoby, reproduzida em Jung,
Civilization in Transition.)

anta Fugiens, 1618.) De urna forma característica, o pensamento místico distingue dois tipos de
fogo. Os estóicos falavam de um fago terrestre e de um fago et4reo. Este
corresponderia ao Nous, o divino Logos, aproximando-se da concepçäo crista
Essa mesma mensagem, Ixaduzida por
rucial - de que Cristo "ardas pelo logo
32. Dieterich, Eine Mithrashturgie, citado por Jung, Srnbo& of Transfonnation. CW 5, par. 135.
33. Grant, The Secret Sayings ofJesus, p. 180.

53
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posterior do Espfrito Santo. Bevan descreve o conceito do fogo etéreo da No milagre de Pentecos
seguinte maneira: "Havia em tomo do mundo um invólucro de éter bruto, como línguas de fogo (ver
puro e scm inistura, mas que também penetnva em toda a massa, como sua imagem do fogo como o
alma. O funcionamento adequado da natureza era sua operaçäo: os seres brilhante formulaçäo nuin ar
orgánicos seguiam, em seu coescimento, tipos regulares, porque a Divina berta. O professor que t
Razäo neles eslava como logos spermatikos, urna fórmula da vida que se conclusôes scm ter lido
desenvolve a partir de um genne. Mesmo sobre a Terra, alguma parcela do costuinava ser mtiito contmb
fogo divino ittinha sua pura essência - as almas razoáveis cada uma delas se o senhor deseja criticar
in"34
,

partícula do éter bruto, que habitavam o coração dos itspeito. " Ele ficou alarmac
Encontramos em Jacob Boehme a imagem de duas árvores de fogo - urna uma explosáo inicial de miv
delas é o fogo do Espirito Santo, a outra o fogo da ira de Deus. "A árvore da pertebeu seu valor.
vida foi acesa em sua qualidade própria pelo fogo do Espfrito Santo, e sua Na noite anterior a esst
qualidade ardeu no fogo do regozijo celeste, numa luz e nimm glória cias para a carreira do joveni
inalcançáveis. A árvore da qualidade aterrorizante, que é a outra parte da
. .

natureza, tambérn foi acesa, e ardeu no fogo da Ira de Deus, numa chama Estou 4 mesa deja
infernal; e a fonte aterrorizante penetrou na eternidade, e o príncipe das fogo. A mesa é inteirair
trevas, com suas legiöes, habitou a qualidade aterrorizante, cheia de ira, como de um lado para outr
em seu próprio rein"35 milagre de Pentecostes.
A árvore da vida como árvore de fogo faz alusao a urna passagem do
Génesis (3:,24, RSV): "E lançou fon o homem; e colocou, a oriente do
jardim do Eden, o querubim, e uma espada flainejante que girava ao redor,
para guardar o caminho que leva à árvore da vida. " A espada faz parte do
simbolismo da separatio e da rnortficatio. Há nesta passagem, portanto, uma
superposiçäo destas últimas imagens com a cakinatio. Diz o Zoho.r que a
espada flamejante simboliza as provaçöes a que Deus submete o homern para
que este retome o caminho da bondade.36
Para o ego purgado, o fogo divino será experinnffido, mais provavel-
mente, como urna teofania ou inspiraçäo divina. Por exemplo, quando desceu
no Monte Sinai, lahweh o transformou num forno de cal: "E o Monte Sinai
ficou envolto em fumaça, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua
fumaça subiu corno a fumaça de um forno." (Exodo, 19:18, RSV.)
A palavra de Deus é descrita como um fogo. Diz Iahweh: "Eis que faço
das minhas palavras um fogo na tua boca, e desse poyo madeira, que a chama
devorar4." (Jer., 5:14, RSV). E, outra vez: "Nâo é minhapalavra como fogo,
diz o Senhor, e como um martelo que faz as rochas em pedaços?" (Jer., 23:29,
RSV.) Noutro ponto, diz-se que a lIngua do homem é inflamada pelo inferno.
"E a lIngua é um fogo. A lIngua é um mundo de injustiça que se encontra
entre nossos membros, maculando o corpo inteiro, incendiando o ciclo da
natureza, e sendo inflamada pelo fogo." (Tiago, 3:6, RSV.) O Bruce Codex,
um papiro gnóstico copta da Bodleian Library, Oxford, descreve um ritual
chamado "o batismo pelo fogo". A "Virgem da vida" dá a "água do batismo
de fogo" e os batizados recebem em suas testas "o selo da Virgem de Luz".37

34. ßevan,Stoks and Scepflcs. p.43.


35. ßoehme,Aurora, pp. 24ss.
36. Waite, The Holy Kabbalah, p. 290n.
37. Mead, Fragments ofa Faith Forgotten, p. 526.
Pentecoste
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54
F coneeito do foga etéreo da No milagre de Pentecostes (descrito em Atos, 2: 3), o EspIrito Santo vem
um invOlucro de éter bruto, corno línguas de fago (ver figura 2-10). O caso seguinte é urn exemplo da
em toda a massa, como sua irnagem do fogo como o Espirito Santo. Um jovern pesquisador fez urna
era sua operação: os seres brilhante formulaçâo nurn artigo científico, corn base nurna importante desco-
regulares, porque a Divina berta. O professor que tinha autoridade sobre ele menosprezou suas
fórmula da vida que se conclusáes sern ter lido o artigo. Diante disso, o jovern cientista, que
a Terra, algurna parcela do costumava ser muito controlado, replicou, corn grande vigor: "Professor
razoáveis, cada urna delas se o senhor deseja criticar meu artigo, deve primeiro lé-b e pensar a seu
s homens." respeito." Ele ficou alarmado corn a intensidade de sua reaçäo; mas, passada
-
duas árvores de fogo urna urna explosâo inicial de calva, o professor reconheceu seu erro, leu o artigo e
¡ra de Deus. "A árvore da percebeu seu valor.
do Esp frico Santo, e sua Na noite anterior a esse encontro vital, que teve importantes conseqüên-
numa 1w e nurna glOria cias para a carreira do jovern cientista, este tivera o seguinte sonho:
te, que é a outra parte da
Ira de Deus, numa charna Estou 4 mesa do jantar corn convidados. De súbito, algo ¿ai e pega
rnidade, e o príncipe das fogo. A mesa é inteiramente coberta de pequenas chainas que canünhain
te, cheia de ira, corno de um lado para outro. E wna bela visdo. Ao despenar, penso no
milagre de Pentecostes.
fr alusáo a urna passagem do
e colocou, a oriente do
niejante que girava ao redor,
vida." A espada faz parte do
Desta passagern, portanto, urna
'Icinatio. Diz o Zohar que a
Deus submete o hornern para

aperirnentado, mais provavel-


Por exemplo, quando desceu
no de cal: "E o Monte Sinai
hera sobre ele em foga; e a sua
bdo, 19:18, RSV.)
o. Diz Iahweh: "Eis que faço
Ese poyo madeira, que a chama
io minha palavra como fogo,
ìas em pedaços?" (Jer., 23:29,
memé inflamada pelo inferno.
de injustiça que se encontra
teiro, incendiando o ciclo da
3:6, RSV.) O Bruce Codex,
, Oxford, descreve urn ritual
vida" dá a "água do batisrno
"o selo da Virgem de Luz".37
-r? -
triJ
,-----

FIGURA 2-10
Pentecostes. (Doré, Jiustraçoes Bíblicas.)

55
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Este sonho mIete-se nao apenas ao tumultuado encontro corn o professor, Who then devised the ta
mas tambtm, o que 6 mais importante, ao logo criador do Espirito Santo, que Love is the unfa.'niliar pi
choveu sobre o sonhador e the tornou possfvel fazer suas brilhantes Behind the hands that w
fonnulaçöes. O fogo divino que toca o artista criador é escrito no The intolerable shin of j
Which human power coi
qüinquagésiino soneto de Michelangelo: We only live, only s
Consumed either
Only through fire can the smith pull and stretch
Metal into the shape of his design. [A pomba, ao descer, romp
Only through fire can the anist reach Cujas línguas proclamaml
Pure gold which only fi4rnaces refine. esperança -o mais é desesp
Nor can the phoenix rare itself remake salvo do fogo pelo fogo. II
Unless it first be burnt. For my part, J o amor é o estranho nome,
Hope to ascend triumphantly on high túnica de chamas I Que o
Where death fulfills, where time itself must break.
limitamos a viver, a suspirat

Thefire ofwhich I speak has brought salvation, A "intolerável tjmnica de


Ifind in it new powers and restoration cinatio, a túnica de Nesso,
Although I seemed already with the dead. raptada pelo centauro Nes
Since ly fire nature reaches ¿ç to haven sangue da hidra. Ao morn
J may. through it, be reconciled, forgiven, composta pelo seu proprio
For it must surely bear me ovad38 mostrou interesse Por outra
poçao e the deu. Quando I

[Só pelo logo pode o ferreiro esticar e dispor I O metal de acordo corn as chamas", que nao podia se
linEas do seu desenho. I Só pelo fogo pode o artista obter I o oust pum consumir-se voluntariameni
que sé o cadiriho pode purificar. II Nern pode a rara fênix renascer I Se aparece quando Medéia env
antes nao for queiniada. De minha parte. I Espero ascender ern triunfo às fez chaina ao ser usado.
alturas Onde a morte termina e onde o próprio tempo tern de sucumbir.
I, O fogo de que falo trouxe a salvaçáo, I Nele encontrei novas forças e A túnica de Nesso flu
restaunçâo I Einbora eu já pareça estar entre os mortos. II Como é pelo "freqüência, em termos simb
logo que a natureza alcança o céu, I Através dele, posso me reconciliar, equivale ao batismo de fog
ser perdoado, I Pois, scm dúvida, ele me levará para o altoj* flh11 cova, era coberto pek
urna plataforma engradada,
O ambiguo contraste entre o fogo do Espirito Santo (ou a poinba de mais refinado dessa mesma i

Mrodite) e o logo da concupiscência é multo bem descrito por T. S. Eliot: trajam vestidos brancos, e
tribulaçäo; lavaram os se*n
The dove descending breaks the air CordeS." (Apoc. 7: 13-14,
With flame of incandescent terror O batismo de sangue,
Of which the tongues declare
The one dischargefrom sin and error. psicologicainente à pmvaç
The only hope. or else despair mantém intacto, a ptovaçäo
Lies in the choice ofpyre or pyre - viña a ser iliria das razäes di
To be redeemedfrom fire by fire. corn freqüência geravam inte
Nos tempos primitivos,
deuses. Concebia-se o fogo
38. Michelangelo, The Sonnetc of Michelangelo, p. 95. e humano. O que era sacrifie
* Desse soneto
existe urna versio em portagues de Rolando Roque da silva, leitadiretamente do ori- literal, "sagrado". Aquilo
ginal italiano: "Corn logo ¿ que o ferreiro o (ciro estende I para o belo trabalbo concebido; I scm (o-
go artista algum reconhecido! scu ouro ao sumo grau refuis e rende;Inem scm arder a F&nix reascen- furnaça, subindo para as reg
de I das cinzas; e eu, depois de ter ardido,/ confio em ressurgir enaltacidoleatre aqueles que o tempo
nAo ofende. I Do fogo de que falo, afortunado, I espero renovar-me no momento, I eu que estarei em
mejo aos monos breve. I Se é certo que eu em logo estou mudado le que ele ascende ao ceu, sai 39. Eliot, "Little Gidding", inFow'
elemento, I como descrer de que tanibém me leve?" (N.T.) 40. Cumont, The Mysteries of Mithra,

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56
b enconiro corn o professor, Who then devised the torment? Love.
iador do Espfrito Santo, que Love is the unfamiliar name
Behind the hands that wove
Ive! fazer suas brilhantes The intolerable shirt offlame
lista criador é escrito no Which human power cannot remove
We only live, only suspire
Consumed by either fire or fire

[A pomba, ao descer, rompe o ar I Com chama de terror incandescente /


Cujas lfnguas proclamam / O único perdâo do pecado e do erro. / A única
esperança -o mais é desespero - II Está na escoiha entre pira e pira - Ser
salvo do fogo pelo fogo. II Quem, entäo, urdiu esse tomwnto? O amor. I
O amor é o estranho nome / Por trás das maos que tecem f A intolerável
túnica de chamas / Que o poder humano nao pode apagar. / Nds nos
limitamos a viver, a suspirar I Consumidos por um fogo ou por outro.]

A "intoleráve! tmnica de chamas" remete a tuna importante imagem da cal-


cinatio, a «loica de Nesso, do mito de 1*rac!es. Hfrac!es resgatou Dejanira,
raptada pdo centauro Nesso, usando 'una flecha embebida no venenoso
sangue da hidra. Ao morrer, Nesso deu a Dejanira urna poção do amor
composta pelo seu prOprio sangue e peto sangue da hidra. Quando Héracles
mostrou interesse por outra muiher, Dejanira empapou urna túnica corn essa
poçáo e the deu. Quando Heracles a vestiu, ela tomou-se urna ' 'túnica de
chamas" , que nao podia ser removida. Hrac1es ssS escapou do tormento ao
tal de acordo corn as
obter f o ouro puro consumir-se voluntariamente numa pin flmnerária. Essa mesma imagem
fénix renascerf Se aparece quando Medéia enviou à noiva de Jasâo, Gláucia, um vestido que se
ascender em triunfo às fez chaina ao ser usado.
nipo tern de sucumbir. A túnica de Nesso ilustra o fato de o sangue ser equiparado, com
ntrei novas forças e "freqüência, em termos simbØlicos, a fogo. Asèiin sendo, o batisino de sangue
os. II Como é pelo
posso me reconciliar, equivale ao batismo de fogo. No rito taurobóleo do mitraísmo, o iniciado,
o nuina cova, era coberto pelo sangue de um touro, que fora sacrificado sobre
urna plataforma engradada, colocado acima dele.4° Um exemplo relativamente
Santo (ou a pomba de mais refmado dessa mesma imagem está no Apocalipse: "Quem são estes, que
ritoporT. S. Eliot: trajam vestidos trancos, e de onde vieram?.. São os que strain de grande
.

lribulaçáo; lavaram os seus vestidos e os branquearani corn o sangue do


CordeS." (Apoc. 7: 13-14, RSV)
o batismo de sangue, assim como o encontro com o logo, relere-se
psicologicamente à pmvaçäo de suportar mn aleto intenso. Se o ego se
nhantérn intacto, a provaçäo tem um efeito purificador e consolidador. Esta
viña a ser uma das razôes da existência de provas primitivas de iniciação que
corn freqüência geravam intensa ansiedade.
Nos tempos primitivos, o fogo era o principal método de sacrifIcio aos
deuses. Concebia-se o fogo como um vínculo conector entre os reinos divino
e humano, O que era sacr(ficado pela combustäo tornava-se, de modo bastante
inc da Silva, feita dizetamente do ori- literal, "sagrado". Aquilo que queima transforma-se quast totalmente em
s o balo trabaiho concebido;! scm fo- fumaça, subindo para as regióes superiores. E transferido para os deuses por
cade;! nem scm arder a Fênh rcascen-
r eaaltid&eate aqueles que o tempo

t-me no momento. / eu que estarel em 39. Eliot, 'Little Gidding",in Four Quartets.
udado le que ele ascende ao céu, scu
40. Cumont, The Mysteries of Mit/ira, p. 180.

57
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urn processo de sublirnaçâo. Esta é a base da concepçäo do sacrifIcio
tudo o que é material no
quemado dos gregos, a thysia, bem como das oferendas queimadas dos griihOes da matéria e, toriu
judeus.41 Na India, Agni é o deus hindu do fogo, aquele a quem se oferece o
dos deuses. E também nos:
sacrifIcio. No pensamento hindu, "através do fago, o hoinem pode
toma-nos semeihantes aos I
comunicar-se corn estados superiores do ser, corn os deuses e corn as esferas
nossa natureza material a ni
celestes. Por rneio do logo, pode participar da vida cósmica, cooperar corn os
De igual maneira, cet
deuses. Pode alimentá-los através da boca de fago. 'Agni é a boca dos deuses;
imortalidade. Por exeinp10
através dessa boca eles tomarn alento' ". (Kapisthala-katha Samhita 31.20 e
rapto de Perséfone, aceita
Satapabha Brahmana 37)42 (Ver figura 2-Il.)
de Elêusis. Como fonna
Dernófon, imortal - mante
esse procedirnento e a i
qualidade dos arquétipos.
da imottalidade será o ests
arquetípica, tomando aquel
imortal.
O produto fmal da cat
chamado "xisto branco" de
ib fase de ernbranquecimento,
ft - as chizas significain desesç
t o valor supremo, o alvo d
porque elas são o diadema
4 LI -
Outra diz: "O xisto brancc
segundo corpo."48 A cit
sobreviveu à provaçâo pw
coroa de glória. Isaías proi
4- óleo de regozijo por triste
(Isa., 61:3, DV.) São Paule
r diz: "Ora, eles o fazem pi
faremos por urna cocoa i
"Combati o born combate
agora, está guardada para:
exemplo de calcinado segu

s (ver figura 2-12):

43. lâmblico, On the Mysteries of dz


44. Hesíodo, "Homeric Hymns To:
FIGURA 2-11 45. Por veles, o resultado é urna rn
Shiva dançando num círculo de logo. (Bronze, século XII ou XIII. Amsterdä, co vidro. "Em Senior, a cinza
Museum van Aziatische Kunst. Reproduzido em Zimmer, The An of Indian transparência, parecia lembrar t

391.)
Asia.) 46. Trata-se de urna imagem biblic
fogo de Deus caiu do céu" (JO,
Referindo-se ao foga sacrificial da thysia grega, lâmblico afirma: "Assirn, ao alto da cabeça. E JO tomou u
tambérn o fogo que está conosco, imitando a energia do fogo divino, destrói 2:7-8). No final do drama, dep
meus ouvidos, mas agora te veci
cinzas." (JO, 42:5.) Pode-se cor
41. Yerkes, Sacnftce fr Greek andRoman Religion and Early JudaLwn, passim. nado, Veja-se Edinger, Ego and
42. Daniélou, Hindu Polytheism, p. 64.
47. Jung, Mysterium Coniunctioniç,
48. Ibid, par. 318, n. 619.
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58
ia concepçäo do sacrifIcio nido o que é material nos sacrifIcios, purifica as oferendas, liberta-as dos
oferendas queimadas dos grilhóes da matéria e, tomando pura sua natureza, adapta-as para a cornunhão
aquele a quern se oferece o dos deuses. E também nos liberta, da mesrna maneira, dos grilhóes da matéria,
do fogo, o hornern pode torna-nos sernelhantes aos Deuses, adaptando-nos à sua amizade e conduzindo
os deuses e corn as esferas nossa natureza material a urna essência imaterial."43
da cósmica, cooperar corn os De igual rnaneira, certos mitos falam do banho de fogo que produz a
. 'Agni é a boca dos deuses; imortalidade. Por exemplo, Deméter, em seus lamentosos vagares depois do
a-katha Sainhita 31.20 e rapto de Perséfone, aceita a hospitalidade de Céleo e Metanira, rei e rainha
de Elêusis. Como forma de gratidáo, planeja tornar-lhes o pequeno filho,
-
Dernófon, ¡mortal rnantendo-o, corn esse 11m, acima do fogo. Metanira vê
esse procedimento e a interrornpe aos gritos.44 A imortalidade é urna
qualidade dos arquétipos. Logo, o significado psicológico do banho de fogo
da irnottalidade será o estabelecimento de urn vínculo entre o ego e a psique
arquetípica, tornando aquele consciente do seu aspecto transpessoal, eterno ou
¡mortal.
O produto frnal da calcinatio é urna cinza branca.45 Isso corresponde ao
chamado "xisto branco" de muitos textos alquímicos. Representa a albedo ou
fase dc embranquecimento, que admite associaçóes paradoxais. De urn lado,
as chizas significam desespero, pranto ou arrependirnento.46 De outro, contêm
o valor supremo, o alvo da obra. Diz urn texto: "Nao desprezes as cinzas,
porque elas são o diadema do teu coração, e a cinza das coisas que duram."47
Outro dir "O xisto branco é a coroa da vitória, cinza extraída da cinza, e seu
segundo corpo."48 A chiza é o incorruptível "corpo glorificado", que
sobreviveu à provação purificadora. E equiparada corn a imagern biblica da
coroa de glória. Isaías promete dar aos tristes de Siáo "urna coroa por cinza,
óleo de regozijo por tristeza, um vestido de louvor por espirito angustiado".
(Isa., 61:3, DV.) São Paulo, usando a analogia das competiçöes de atletismo,
diz: "Ora, eles o fazem para alcançar uma coma corruptIve!; nós, porérn, o
faremos por uma coroa incorruptível." (1 Cor., 9: 25, AV.) E, adiante:
"Combati o born combate (aycov), terminei a corrida, rnantive a fé. Desde
agora, está guardada para rnim a coroa da justiça." (2 Tim., 4:7-8, RSV.) Urn
exemplo de calcinado seguida de glória está na lenda de São Joáo Evangelista
(ver figura 2-12):

43. támblico, On the Mysteries of the Egyptians. p. 247.


44. Hesíodo, "Homeric Hymns To Demeter", in The Homeric Hymns and Homerica, p.307.
45. Por vezes, o resultado é urna massa vítrea; logo, hi urna superposiçäo entre o simbolismo da cinza
e o vidro. "Em Senior, a cinza sinónimo de vitriun, (vidro), o quai, dada sua incorruptibitidade e
éculo XII ou XIII. Amsterdä, transparencia, parecia lembrar o corpo glorificado." (Jung, Mysterium Conjunction/s. CW 14, par.
iZimmer, The Art of Indian 391.)
46. Trata-se de urna imagem bíblica comum. O livro deJó oferece um born exemplo. Depois que "o
fogo de Deus calu do céu" (16, 1:16), Satanis "feriu JO corn chagas malignas das plantas dos $s
ao alto da cabeça. E 16 tomou um pedaço de teiha para se raspar e assentou-se sobre as cinzas" (Jo,
ga, lámblico afirma: "Assim, 2:7-8). No final do drama, depois de encontrariahweh, diz J6:"Ouvi falar de ti com o ouvir dos
ergia do fogo divino, destrói meus ouvidos mas agora te véem os rneus olhos; por issu me abomino eme arrependo no pO e nas
cinzas." (16, a2:5.) Pode-se considerar todo o livro de 16 como urna descriçäo simbólica da calci-
natta. Veja-se Edinger, Ego andArchetype, p. 76ss.
rüsm,passsn. 47. Jung, Mysterium Conjunction/s. cw 14, par. 247.
48. Jbid,par.318,n.619.

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Quando, depois d
Apóstolo e Evangelist
imperador Domiciano,
jogar num caldeirâo i

chamada Porta Latina


como tinha escapado à
exilou na ilha de F
Apocalipse Mas o cru
tendo o Senado revog
Jodo, que fon deport
P glória: a multidâo se r
que vem em nome do S

A causa da transfornil
indicada pelo fato de a
simbolismo do sai foi disc
simboliza, basicamente, En
como sabedoria. Escreve
amargos, mas a sahedoria
amargor e sabedoria forma
sabedoria e onde há sabedo
q portador dessa alternativa
exeniplo de sabedoria mode

In visions of the night,


Descend the many men
Before the Spirit's siglu
Comes wisdom o'er the
[Em visöes noturnas, como
/ diante dos olhos do espfri
chega à alma renitente.]
f;
-A Da perspectiva mais sii
importante componente da
f
inconscientes que vivem
- mc necessária para esta operaç
atuante tao logo o pacienU
FJGURA 2-12 compartithamento corn o
Sáo Joäo queimado no azeite (Dürer, 1498, reproduzido em The Complete lembranças que trazem ve
Woodcuts of Albrecht Dürer.) expressäo. O afeto liberadi
purificá-lo de sua contamina
A necessária frustraçä

49. Voragine, The Golden Legend, p


50. Jung, Mysterium ConiuncSnfr, C
5!. Ibid., par. 330.
52. Agamemnon, in The Complete Gr
53. Heráclito afirma: "Urna almase(
Philosophers. p. 32.)
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Quando, depois de Pentecostes, p5 apöstolos se separaram, bao, o
Apóstolo e Evangelista, dirigiu-se à Asia, onde fundou muitas igrejas. O
imperador Dorniciano, sabedor da sua fama, convocou-o a Roma, e fè-lo
jogar num caldeiräo de azeite fervente, que fora colocado diante da
chamada Porta Latina; mas o santo dali saiu ileso, da mesma mancha
como tinha escapado à corrupçáo dos sentidos. Vendo isso, o imperador o
exilou na ilha de Patmos, na qual, vivendo sozinho. escreveu o
Apocahpse. Mas o cruel imperador foi assassinado naquele mesmo ano,
tendo o Senado revogado todos os seus decretos. E foi assim que São
Joao, que fora deportado como criminoso, retornou a Efeso coberto de
glória: a multidào se reuniu para recebê-lo exclamando: "Bendito aquele
que vem em nome do Senhor."49

A causa da transformaçáo das cinzas do fracasso na coma da vitória é


indicada pelo fato de a cinza ser alquimicamente equivalente ao sal. O
simbolismo do sal foi discutido corn riqueza de detalhes por Jung.5° O sal
simboliza, basicamente, Eros, aparecendo sob dois aspectos, como amargor ou
como sabedoria. Escreve Jung: "Lágrimas, sofrimento e decepçáo são
amargos, mas a sabedoria é o consolo de qualquer dor psíquica. Na verdade,
amargor e sabedoria formam um par de alternativas: onde ha amargor, falta
sabedoria e onde há sabedoria nao pode haver amargor. O sal, na qualidade de
portador dessa alternativa fatídica, é atribuido à natureza femmina. "51 Esse
exemplo de sabedoria moderna tem um antigo paralelo em Esquilo:

Znvisions of the night, like dropping rain,


Descend the many memories ofpain
Before the Spirit's sight; through tears and dole
Comes wisdom o'er the unwilling soul.52
[Em visöes noturnas, como a chuva a cair, / Descem as mil lembranças da dor
/ diante dos olhos do espfrito; I Através de lágrimas e tormento I A sabedoria
chega à alma renitente.]
Da perspectiva mais simples, a calcinatio é um processo de secagem. Um
importante componente da psicoterapia envolve a secagem de complexos
inconscientes que vivem na agua.53 O fogo ou intensidade emocional
-,., 'C, -
necessária para esta operação parece residir no prOprio complexo, tornando-se
atuante táo logo o paciente tenta tornar o complexo consciente mediante o
compartithamento corn outra pessoa. Todos os pensamentos, açóes e
roduzido em The Complete
lembranças que trazem vergonha, culpa ou ansiedade precisam ter plena
er.) expressäo. O aleto liberado toma-se o fogo capaz de secar o complexo e
purificá-lo de sua contaminaçâo inconsciente.
A necessária frustraçäo do desejo luxurioso ou concupiscência é a

49. Voragine, The Golden Legend. p. 58.


SO. Jung, Mysterium Coniunctionis, CW 14, pars. 234-348.

SI. Ibid., par. 330.


52. Againeinnon, in The Complete Greek Draina, por Oates e O'Neill, 1:273.
53. Heráclito afirma: "Urna alma seca é a mais sábia e melbor." (Freeman, Anello to the Pre-Soeratic
Philosophers, p. 32.)

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61
principal camcterística do estágio da calcinatio. Primeim, a substância deve [A calcinaçao é a puni
ser localizada; isto é, o desejo, exigência ou expectativa inconscientes, nao natural; I Da urnidade radica
reconhecidos, precisam ser identificados e afirmados. A preméncia instintiva
que diz "eu quero" ou "faço jus a isso" deve ser plenamente aceita pelo ego.
Nao pode haver urna calcinatio adequada, distinta da autoflagelaçao A calcinado tern um
masoquista, enquanto o material correto nao estiver à mào. Acredito que esse purgada de sua umidade m
fato está na base da seguirne advertência de um alquimista: "Muitos prati- ciéncia que acompanham as
cantes cometem um erro já de inIcio, ao realizarem essa calcinaijo corn a as energias da psique arqu
substância erTada. . . ou ao escoiherem urn falso rnétodo, corroendo, em vez de cação com o ego, exprimind
calcinar, os coipos metálicos eom os quais operarn. A calcinaçao so pode para o ego. O fogo da calcij
ocorrer por meio do aquecimento interior do corpo, assistido pelo aniigávef ou umidade primordial, de
calor exterior; mas a calcinaçáo através de urn agente heterogêneo so pode transpessoal, tendo restaurac
destruir a natureza metálica, se é que tem algum efeito."54 seu funcionamento prOprios
o fogo da calcinatio, na medida em que possa ser evocado pelo
psicoterapeuta, é obtido, em grande parte, pela expressáo de atitudes e reaçöes
que frustrern o paciente. Trata-se de urn arriscado procedimento, cujo uso
deve ser muito cuidadoso. Corno adverte o texto, a calcinatic pode ser
realizada com a substância errada ou por interrnédio de um falso método, o
que provoca corrosâo, em vez de calcinaçao. Deve haver mn fundamento
psfquico de solidez suficiente para suportar a calcinatio, bem como urna
relaçäo adequada entre o paciente e o terapeuta, para que se possa produzir
frustraçáo sem gerar urna negatividade destrutiva. Diz o texto que a
"calcinatio só pode ocorrer por meio do aquecimento interior do corpo"; em
outras palavras, através do seu próprio calor, de sua própria tendência de
auto-calcinado. Isso significa que o terapeuta deve trabaihar corn o material
do próprio paciente, prornovendo a frustraçao de urn dado desejo apenas
quando a tendéncia interior de desenvolvimento também contenha a negaçáo
desse desejo. O terapeuta pode dar assistência por rneio do "anñgável calor
exterior". Mas a "calcinaçäo através de urn agente heterogéneo sO pode
destruir a natureza metálica". Urn agente heterogêneo seria urna atitude
arbitrária, nao orientada pelo material e pela condiçäo do prOprio paciente, e,
portanto, estranha e nociva à sua natureza essencial.
De modo geral, quando enfrentamos a realidade da vida, ela nos propicia
grande número de ocasióes para a calcinatio do desejo frustrado. O desejo
primitivo e indiferenciado que diz "eu quero" opera com a suposiçáo
implícita de que faz jus àquio que quer. Quando há negaçäo, ele fica furioso.
Expulsao dos dernônios.
Trata-se do homólogo psicológico da "divina in" que se abateu sobre Cristo. Sy
A realidade com freqüência produz fogo ao desafiar ou negar as exigentes
expectativas desses desejos. Tendo negada a justificaçâo, o desejo frustrado
toma-se o fogo da calcinatio. Diz Ripley:

Calcination is the purgation of our stone.


Restoring also of his natural heat;
Of radical moisture it leaveth none
54. Waite.trad.,TheHenneticMuseuzfl, 2:256.
55. The Lives of the Aichemysrical Philosophers, p. 218.
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62
rirneiro, a substáncia deve [A calcinaçäo é a purificaçao da nossa pedra, / Restaurada em seu calor
tctativa inconscientes, nao natural; I Da umidade radical nada é deixado.]
os. A premência instintiva
1enainente aceita pelo ego.
A calcinatio tern um efeito purgador ou purificador. A substância é
istinta da autoflagelaçáo
àitt. Acredito que esse purgada de sua umidade radical. Isso corresponderia äs gotículas de incons-
..
aiqumus . "Muitos prati- ciência que acompanham as energias que ernergem. Ou, dito de outra ferina,
as energias da psique arquetípica prirneiro aparecern em estado de identifi-
essa calcinatio corn a
o, cormendo, em vez de
caçäo com o ego, exprimindo-se corno desejos de prazer para o ego, de poder
A calcinaçäo sé pode para o ego. O fogo da calcinatio purga essas identificaçöes e impulsos da raíz
assistido pelo amigávct ou umidade primordial, deixando o conteúdo em sua condiçao eterna ou
nte heterogêneo sé pode -
transpessoal, tendo restaurado seu aquecirnento natural isto é, sua energia e
tn "54
seu funcionamento prOprios (ver figuras 2-13 e 2-14).
possa ser evocado pelo
io de atitudes e maçóes
procedimento, cujo uso
a calcinatio pode ser
o de um falso método, o k± 'I!
,,
-
CI 4 'V
4
ve haver um fundamento
Icinatio, hem como urna
que se possa produzir
va. Diz o texto que a
nto interior do corpo"; em
sua prOpria tendência de
e Irabaihar corn o material
um dado desejo apenas
m contenha a negaçáo
mejo do "amigável calor
r
nte heterogéneo sé pode
gêneo seria urna atitude V-' p J
çáo do prOprio paciente, e,

tde da vida, ela nos propicia L "T


desejo frustrado. O desejo
)" opera corn a suposição FIGURA 2-13
há negaçáo, ele fica furioso. Expulsäo dos demonios. (Entalhe, século XVII. Reproduzido ern Jung,
' que se abateu sobre Cristo. Symbols of Transfonnation,)
sanar ou negar as exigentes
ificaçáo, o desejo frustrado

63
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Por t'im, a calcinado produz uma certa imunidade ao aleto e urna
habilidade para ver o aspecto arquetípico da existência. Na medida em que
estamos relacionados corn o aspecto transpessoal do nosso ser,
experimentamos o aleto como fogo etéreo (Espirito Santo) e nao como fogo
terrestre - a dor do desejo frustrado Jung descreve da seguinte maneira a
-

transforrnaçäo do desejo:
Nessa transformaçäo, é essencial afastar os objetos dos demônios do
animus ou da anima. Eles só se preocupam com objetos quando você se
permite a auto-indulgéncia. Concupiscentia é o termo para isso na
igreja... Nesse tópico, as grandes religiöes convergem. O fogo do desejo
é o elemento que deve ser combatido no bramanismo, no budismo, no
tantrismo, no maniqueísmo, no cristianismo. Também tern importância em
psicologia. Quando vocé se abandona ao desejo, seu desejo se volta para
o céu ou para o inferno, vocé da um objeto à anima; e esse objeto vai
para o mundo, em vez de ficar no interior, seu lugar próprio. Mas se
você puder dizer: "Sim, eu o desejo e tentarei obté-lo, mas nao sou;
obrigado a té-lo, se decidir renunciar, eu posso"; nao há chances para o
animus ou para a anima. Caso contrário, vocé é governado pelos seus
desejos, está possuldo. Mas se tiver colocado o animus ou a anima numa
- -

garrafa, está livre de possessäo, mesmo que sofra interionnente, porque,


quando seu demônio sofre, você também sotte. Mas, pouco depois, vai
perceber que foi correto (engarrafá-lo(a)). Você vai, pouco a pouco, ficar
calmo e mudar. E entäo vai perceber que há uma pedra crescendo na
garrafa... desde que o autocontrole, ou a näo-indulgência, tenha se
tornado um hábito, é uma pedra... guando essa atitude se torna um fait
accompli, a pedra será um diamante.6

'-f

O rei no suadot

56. Jung,The Visions Seminars, 1:239

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r,J
io aleto e urna
Lmedida em que
do nosso ser,
nao como fago
guinte maneira a

os objetos dos demônios do


m objetos quando você se
é o termo para isso na
nvergem. O fogo do desejo
5mo, no budismo, no
ambém tern importância em
jo, seu desejo se volta para
à anima; e esse objeto vai
seu lugar próprio.. Mas se
i obtè-lo, mas näo sou
"; nao M chances para o
é governado pelos seus
o animus ou a anima fluita
fra interiormente, porque,
Mas, pouco depois, vai
vai, pouco a pouco, ficar
urna pedra crescendo na
nio-indulgéncia, tenha se
atitude se toma um fait

-t
,...__*.*7,

FIGURA 2-14
O rei no suadouro. (Maier, Atal.anta Fugiens, 1618.)

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4-3

\/&
Aqua Corn
permaflens Coin o guipo
Deus
Bênçio
Corn a A operaçáo de solulio
AJ Diz um texto: "A solutio é
\N N%%
Ç_o nenhuma operaçao enquant

"s. / \
Cornunhio
BaSino
textos, a opus inteira é oesut
mancha como a calcínatiô
Gentileza ' elemento tena e a sublimati
tennos essenciais, a solutü
parece desaparecer no sol
alquimista, a solutio signi
N. Liquidificaçáo diferenciada ao seu estado i
-__
i Nudez
Fertilidade
\ ___- Considerava-se a água comi
Detetioraçin Batto
A gua para fins de renascimento. r
Purificaçáo do afoganiento, dizendo:
"

-L
Mar Venneiho
Mar
Prova Sangue Else / God's Kingdom c
And therefore, that I ma
I'll Humbled be into my
Dissolve to my First Mai
[Sem isso, nao posso entrar
Ficarei humildemente no S
Primeira, e ali repouso.]
A matéria primeira ou
herdaram dos filósofos pré-&
da criaçäo, a água é o mate
Pensavam os alquimistas qu
scm antes ter sido reduzida i
podem ser mudados senäo
procedimento corresponde àc

1. Bonus de Fenura, The NewPear1oj

2. Read, Prelude w Chemistry, p.262.


3. Jung, Mysterium Coniuncüonis, CW
4. Kelly, The A/chemical Writings ofE
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4-3 Solutio

A operaçäo' de solutio é um dos principais procedimentos da alquimia.


Diz um texto: "A solutio é a raiz da alquimia." Outro afirma: "Náo faças
nenhuma operaçáo enquanto nao transformares nido em água. "2 Em muitos
textos, a opus inteira é resumida pela frase: "Dissolve e coagula." Da mesma
BSIflO maneS como a calcinatio pertence ao elemento fogo, a coagulado ao
elemento terra e a sublimado ao elemento ar, a solutio pertence à água. Em
vinlio termos essenciais, a solutio transforma um sólido num líquido. O sólido
Rejuveneacimeoto parece desaparecer no solvente, como se tivesse sido engolido. Para o
alquimista, a soludo significava com freqüência o retomo da matéria
Mudez diferenciada ao seu estado indiferenciado original - isto é, à prima materia.
adlivade .,.- Considerava-se a água como o útero ea solutio como um retorno ao útero
Sarto para fins de renascimento. Num certd texto, o vetho rei submete-se à solutio
Purificaçao do afogamento, dizendo:

t
Prov. ' sangue Else IGod' s Kingdom cannot enter in:
And therefore, that I may be Borne agen.
Agua

-
n'
I'll Humbled be ¡mo Mother' s Breast,
Dissolve to ¿ny First Matter, and there rest.3
saivaçaO

[Sem ¡sso, flO Posso entrar no reino de Deus: / E, assim, nascer de novo, i
Ficarei humildemente no Seio de minha Mae, i Dissolvo-me na Matéria
Primeira, e ali repouso.J
A matéria primeira ou prina materia é uma idéia que os alquimistas
rd& dos filósofos pié-socráticos. Em Tales, bem como em muitos mitos
da criaçáo, a água é o material original a partir do qual o mundo é criado.
Pensavam os alquimistas que uma substâneia nao poderia Ser transformada
sem antes ter sido reduzida à prima materia. Diz um texto: "Os corpos náo
podem ser mudados senâo pela reduçáo à sua primeira matéria." 4 Este
procedimento con'esponde àquilo que se passa na psicoterapia. Os aspectos

I. Bonus de Ferrara, The New Pearl of Great Price, p.365.


2. Read,Preladeto Chemistry, p.262.
I

3. Jung, Mysteriwn Coniunctionis, cw 14, par. 380.


F

4. Kelly, The A/chemical Writings ofEdward Kelly,


p. 34
I

67
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fixos e estáticos da personalidade nao admitem mudanças. Eles são Essa tenivel imagem exj
estabelecidos e têm certeza de seu carúter justo. Para a transformaçáo ocorrer, bem desenvolvido pode expc
esses aspectos fixos devem priineiro ser dissolvidos ou reduzidos à prima prazeroso render-se à peimai
materia. Fazemos isso por mejo do processo analítico, que examina os posterior do desenvolvimen
produtos do inconsciente e coloca em questâo as atitudes estabelecidas do ansiedade, porque o estado
ego. estará senda ameaçado de d
Urna receita alquímica de solutie é: Corresponde ao conceito de i
Dissolve entâo sol e luna em nossa água solvente, que é familiar e
amigável, cuja natureza mais se aproxima deles, como se fosse urn útero, O incesto urobóricc
urna mAe, urna matriz, o principio e o firn de sua vida. E esta é a própria corn ela, contrastando 4
razäo pela quai eles são meihorados ou corrigidos nesta água, porque o incesto. No incesto ural
serneihante se rejubila no serneihante Assini, convérn te unires aos
. . .
alguma é ativa, mostra
consangUíneos ou aos de tua espécie. E como sol e luna têm sua origern
. .
absorçao; a pessoa se de
nesta água, sua rnâe, é necessário, portanto, que nela voltem a entrar, isto dissoivendose no ocea
é, no útero de sua mAe, para que possam ser regenerados ou nascer de retorna a criança dentro
novo, e com mais sadde, mais nobreza e mais força.5 insignia da morte, que si
Muitas modalidades
o fato químico implícito neste texto é a capacidade de dissoluçâo ou um retomo ao incesto t
amálgama do mercúrio com o ouro e a prata, aqui chamados Sol e Luna. Corn Uflio Pflystica do santo
efeito, esse processo é a base do próprio rnétodo antigo de extraçäo do ouro no passando pelo romantisa
minério bruto. Depois de pulverizado, o minério é tratado corn o mercurio, qualificamos como "ural
.

incesto do ego infantil,


que dissolve o ouro. Separa-se entáo o mercúrio do aiim mediante a destilaçäo .
nao alcançou a si mesm
a quente. Todavia, o texto considerado transformau esse processo químico assurni-la, assim como
numa imagem simbólica, pela superposiçao de urn processo psicológico outra vez à mAe depois d
projetado. Sol e Luna representam, respectivamente, os princIpios masculino e
ferninino quando se rnanifestain de forma concreta na personalidade no inicio Urn exemplo de anseio j
do processo. Em outras palavras, a atitude consciente dominante do ego tem sentido de unir-se a BruIIi1d
Sol corno representante, sendo Luna a anima em seu estado amaI de 3 1):
desenvolvijnento.6 Dissolvem-se Sol e Luna na "água arnigável" - isto é, o
mercúrio -, equiparada ao útero materno e que corresponde à prima materia Before me
.

a woncirous river jiows


A frase 'assini, convérn te unires aos consangUíneos ou aos de tua espécie"
'

with all n, senses


enfatiza o simbolismo do incesto. I only see
Ternos aqui urna exposiçáo da descida no inconsciente, que é o útero itsjOYoUS. billowing wzti
materno de onde nasce o ego. Trata-se da prima materia que existe antes da still would I plunge
in the cooling water,
diferenciaçäo dos elementos pela consciència. Esse texto descreve o
procedimento corno urna openção sobremodo agradável. Outras a exprirnem
,sejç as i am,
ending my pains:
de maneira rnuito mais negativa. Por exemplo, consideremos essa receita de O that its billows
solutio-desmembramento: "O corpo da muiher [que assassina o marido] está Might drown me in bliss
repleto de armas e de veneno. Cave-se para aquele dragäo urn túmulo, e que and quench niyflre with i

aquela muflier seja com ele sepultada, estando ele fortemente acorrentado
[À rninha frente / flui tim ri
àquela muffler; quanto mais a atar e se rolar ao seu redor, tanto niais ele será apenas / sua alegre e borbul
feito em pedaços pelas armas femininas que são criadas no corpo da muffler. E ' refrescante, I eu, tal como so
quando se ver misturada cam os membros da muffler ele terá certeza da me afoguem em bênçäos le si
e será inteiramente transfonnado em sangue.7
_____________ Outra exernplo é a cançâi
5. "Secret Book of Artephius", in The Lives oftheAlchemys(icaiPhilosophers, pp. 145-46. drama de soliak, de Wagner, 2
6. laso se aplica à psicologia do homem. Para urna muiher, Luna representa a atitude do ego, e Sol o
animus. 8. Neumann, The Odgins and ¡fA'rorj
7. Jung,MysteriwnConiuncrionis, CW 14, par. 15. 9. Wagner,TheRingofNibehv,g,p.25
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Sem mudanças. Eles são Essa terrível imagem exprime a maneim pela quai um ego nzoavelmente
a transfonnaçáo ocorrer, bem desenvolvido pode experimentar a solutio. Um ego imaturo tende a achar
vidos ou reduzidos à prima prazeroso render-se à permanência numa feliz regressâo; todavia, num estágio
analitico, que examina os posterior do desenvolvimento, a perspectiva de solutio vai gerar grande
as atitudes estabelecidas do ansiedade, porque o estado de autonomia do ego, alcançado a duras penas,
estará sendo ameaçado de dissoluçáo. Urna solusio feliz é a mais perigosa.
Corresponde ao conceit-o de incesto urobórico, de Neumann:
solvente, que é familiar e
s, como se fosse um útero, O incesto urobórico é uma forma de penetraçäo na n4e, de uniäo
sua vida. E esta é a prOpria com ela, contrastando de modo agudo com outras formas posterioms de
gidos nesta água, porque o incesto. No incesto urobórico, a ênfase no prazer e no amor de maneira
im, convém te unires aos alguma é ativa, mostrando-se mais como desejo de dissoluçäo e de
sol e luna têm sua origem absorçäo; a pessoa se deixa tomar, passivamente, afundando no pleroma e
nela voltem a entrar, isto dissolvendo-se no oceano de prazer - um Liebestod. A Grande Mae
regenerados ou nascer de retoma a criança dentro de si e sempre há, sobre o incesto urobórico a
orça.5 insignia da morte, que significa a dissoluçào fmal em uniäo corn a Mae...
Muitas modalidades de nostalgia e de saudade nâo significam senao
'dade de dissoluçäo ou urn retomo ao incesto urobúrico e à autodissoluçäo, abarcando desde a
chamados Sol e Luna. Corn Unjo tnystica do santo até o anseio de inconsciência do beberräo,
passando pelo romantismo da morte das raças germánicas. O incesto que
'go de extraçäo do ouro no
e tratado corn o mercúiio,
qualificarnos como 'uroóri' é auto-entrega e regressao. É a forma de
L
incesto do ego infantil, que ainda se acha muito próximo da mât e ainda
0111V ntdiaiite a destilaçäo .
nao alcançou a si mesmo; mas o ego enfermo do neurótico tarnbém pode
u esse processo químico assurni-la, assiin como o pode urn ego posterior exausto que se apega
um processo psicológico outra vez à nñe depois de ter alcançado sua realizaçäo.8
os principios masculino e
,
Um exemplo de anseio por urna solurio feliz é o desejo de Siegfried no
na personalidade no inicio sentido de unir-se a Brunilda no Anel des Nibelungos de Wagner (ver figura
nte dominante do ego tern
.

3-1):
em seu estado amai de
ágiia amigável" - isto é, o Before me
sponde à prima materia a wondrous riverfiows
with all n, senses
.

s ou aos de tua espécie' '

I only see
inconsciente, que é o útero itsjoyous, billowing wars...
still would! plunge
materia que existe antes da in tite cooling water,
Esse texto descreve o myseq, as ¡ am,
gradävel. Outros a expriniem ending my pains:
consideremos essa receita de O that its billows
Might drown me in bliss
t

que assassina o marido] está


and quench my fire with its waves!9
iele dragao mn túmulo, e que
ele fortemente acorrentado [À minha frente / flui Sn rio de prodigios / Com todos os sentidos / diviso
seu redor, tanto mais ele será apenas I sua alegre e borbuihante água... I ainda you merguihar I na água
triadas no corpo da muffler. E refrescante, I eu, tal como sou, / e acabar minhas dores: I O, que suas vagas I
ilher ele terá certeza da mortè
t
me afoguem em bênçàos I e suas ondas me acalniem este ardor!]

Outro exemplo é a cançäo da morte de Isolda no ato 3. cena 4 do grande


IPhilosophers, pp. 145-46. drama de solutio de Wagner, Tristáo e ¡solda:
na representa a atitude do ego, e o
8. Neumann,The Origins and H&ory of co umess p.17.
9. Wagner, The Ring of Nibelw,g, p.254.

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encapeladas, no clamor re
submergir, afogar-me I mci
Nosso texto aiquimici
alquimia. Trata-se & um2
estäo sendo, a um só temp
comum de figura alquImia
mercurial. Há uma notáv
Philosophorwn'° (ver figm
j
Como indica o texte
desaparecimento de urna fc
t \-_]. Costuma-se descrever a
- -

negativo de imagens, a&


Filaleto: "O negrume fi
ri . -, . substancia passa a ter urna
a dissoluçäo se

r.

FIGURA 3-1
Siegfried e as donzelas do Reno. (Rackham, Color Illustrations for Wagner's
"Ring".)

Resounding yet more clearly, wafting about me,


are they waves of refreshing breezes?
Are they clouds of heavenly fragrance? .. t..

As they swell and roar around me,


shall I breathe them, shall I listen to them?
Shall ï sip them, plunge beneath them, O rei e a rainha no
to expire in sweet perfiane? Reproduzido
In the surging swell, in the ringing sound,
in the vast wave of the world's breath -
to drown, to sink Por conseguinte, a
unconscious - supreme bliss! compreensível, já que aq
[Ressoando ainda mais nftidas, flutuando ao meu redor, I serâo ondas de -_____________
brisas refrescantes? Seräo nuvens de celestial fragrância? I Enquanto zunem à IO. Reproduzida em Jung. "The P
minha volta num crescendo, I deverei ouvi-las, aspirá-las?I Deverei sorvê-las, cw 16.
merguihar em seu meio, / e expirar envolta em suave odor? f Nas vagas 11. Waite,trad.,TheHemg&Mu,
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r7k:
encapeladas, no clamor retumbante, I na vasta onda do respirar da terra -, /
submergir, afogar-me / inconsciente - suprema bem-aventurança!l
Nosso texto alquímico é urna mistura de imagens, o que é comum na
alquimia. Trata-se de urna combinaçäo de solutio e coniunctio. Sol e Luna
estáo sendo, a um só tempo, dissolvidos e unidos. ¡sso corresponde a um tipo
comum de figura alquímica, na qual o rei e a rainha se banham juntos na fonte
mercurial. Há urna notável seqüência de figuras desse tipo no Rosariwn
Philosophorwn'° (ver figura 3-2).
Como indica o texto citado, a soiutio tem duplo efeito: provoca o
desaparecimento de urna fonna e o surgirnento de urna nova forma regenerada.
Costuma-se descrever a dissoluçâo do veiho por rneio de um conjunto
negativo de imagens, associando-a corn a nigredo. Por exemplo, afirma
Filaleto: "O negrunie fica, dia apos dia, rnais pronunciado, até que a
substância passa a ter urna brilbante cor negra. Esse negro é um indIcio de que
a dissoluçäo se efetuou."
-

frS' '- 't


r

-i,
-

t--

-M' -r,

-t

t:,;

ror Illustrations for Wagner' s

i.-

FIGURA 3-2
O rei e a rainha no banho. (Mylius, Philosophia refonnata, 1622.
Reproduzido em Jung, Psychology and Akhenry.)

Por conseguinte, a sol ulla pode tomar-se ,nortzflcatio. ¡sso é


conipreensível, já que aquilo que está sendo dissolvido expérirnentará a
neu redor, ¡ serño ondas de
10. Reproduzida em Jung, "The Psychology of the Transference", in The Practice ofPsychotherapy,
grância? / Enquanto zunern à CW 16.
tspirá-las?I Deverei sorvé-las,
rn suave odor? I Nan vagas 11. Waite, trad., TheHermedeMusewn, 2:258.

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solutio como urna aniquilaçáo de si mesmo. Aplica-se aqui o dito de águas e ¡ne conduzir 'a I
Heráclito: "Para as almas, é moite tomar-se água."12 Contudo, a solutio leva eternas."14 Psicologicamenti
ao surgimento de urna nova forma rejuvenescida; quando esse aspecto é passou pela solutio, pale j

acentuado, o tom toma-se positivo. Por exemplo, diz The Golden Treatise of regenerada, afirmando ter
Hermes: "O, bendita fonna aquosa pôntica, que dissolveis os elementos! ... disposiçáo.
Porque quando a composiçäo pelo poder da água é dissolvida, chega o dia da Outro texto faJa de um&
restauraçäo; e entáo as trevas e a Morte dela se afastam, e a Sabedoria um gole de água, duendo:
avança."13 coraçâo, e que me agrada n
Com freqüência realiza-se a solutio sobre um rei. Ha, por exemplo, a levou, o rei bebeu tanto q
imagem do rei que se afoga, pois "afogamento" é sinónimo de solutio (ver suas vejas ficaram inchadas,
figura 3-3). Num texto, o rei que se afoga dit "Aquele que me libertar das cabeça dói, e tenho a impre
Ele pediu para ser colocado
Mas, pouco depois, quando
morto."15
Jung comenta este texto:
compensaçäo... Sua sede 6
irrefreados. Mas, ao beh
inconsciente."16
Como sugem Jung, o
dominante ou regente de ac
se em seu próprio excesso
agente da solutio. Um ego
Sua dissoluçäo enseja um po
Noutro texto, descreve-
poema, Vênus é identificath
pai "fixo" é afogado:
A stone there is, and yei
In it doth nature work a
From it there welleth fa
In which her Sire, the F
His body and «fe absoñ
Until the soul's restorea
[flá uma pedra e, contudo, z

Dela jorra urna fonte [Vênu


Seu corpo e sua vida nela
renove.]
e
Neste caso, o agente
Afrodite. A mitologia de V
vez que a deusa nasceu do
solu ¡lo tém como represeni
atraem os homens, levando-
FIGURA 3-3
Solutio do rei. Fundo: o rei, em tas de afogar-se, pedindo socorro. Primeiro
plano: o rei renascido. (Trismosin, Splendor Sous, 1582.)
14. Jung, Psychology andAicherny, C
15. Jung, Mysteriwn Coniuneilonis, C
12. Freeman,Ancillato the PreSocraticPhilosophers p.27. 16.Ibid.,par. 365.
13. Atwood,Hen?wticPhilosophyandAjchei,ny.p. 122. 17. Ibid., p. 415.

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plica-se aqui o dito de águas e me conduzir à terra seca, a este farei próspero com riquezas
"12 Contudo, a solutto leva eternas."14 Psicologicamente, o sentido é que o velho principio dirigente, que
quando esse aspecto é passou pela solutio, pede para voltar a ser coagulado nuina forma nova e
diz The Golden Treatise of regenerada, afirmando ter ela quantidades de libido (riquezas) a sua
dissolveis os elementos!..- disposiçäo.
dissolvida, chega o dia da Outro texto fala de urna hidropisia, um afogamento interior. "O rei pediu
se afastam, e a Sabedoria uni gole de agua, duendo: 'Peço a água que se adia mais próxima do meu
coraçäo, e que me agrada mais do que todas as coisas'. Quando o servo lha
it. Ha, por exemplo, a levou, o rei bebeu tanto que 'todos os seus membros se encheram e todas as
6 sinónimo de solutio (ver suas vejas ficarain inchadas, e ele ficou descolorido'... 'Estou pesado e minha
Aquele que me libertar das cabeça dói, e tenho a impressäo de que todos os meus membros estão caindo'.
Ele pediu para ser colocado num quarto aquecido, onde pudesse suar a água.
Mas, pouco depois, quando o quarto foi aberto, ele ali jazia como se estivesse
morto."15
Jung comenta este texto: "O rei personifica a hipertrofla do ego, que pede
compensaçäo... Sua sede decorre da sua concupiscência e do seu egoísmo
n
irrefreados. Mas, ao beber, é dominado pela água -
isto é, pelo 1< CL

inconsciente."16
Como sugere Jung, o rei refere-se ao ego - pelo menos ao princípio
dominante ou regente de acordo com o qual se estrutura o ego. O rei dissolve-
se em seu próprio excesso alimentar; quer dizer, a inflaçáo ¿ a causa e o
agente da solutio. Um ego engolido é dissolvido pelo seu próprio excesso.
Sua dissoluçâo enseja um possível rejuvenescimento sobre bases mais sólidas.
Noutro texto, descreve-se o rei afogando-se nas fontes de Vènus. Neste
Lu
poema, Vênus é identificada com a fonte, a mae e a noiva do rei, na qual seu
pal "fixo" é afogado:

A stone there is, and yet no stone,


In it doth nature work atone.
From it there welleth forth a fount [Venus]
¡n which her Sire, the Fixed, is drown'd:
His body and life absorbed there in
Until the soul's restored agen)7
[Ha urna pedra e, contado, nao há. / Nela deve a natureza trabaihar sozinha. f
Pela jorra uma fonte [Vénus] / Na quai seu Pai, o Fixo, está mergulhado: /
Sen corpo e sua vida nela estäo absorvidas I Até que a alma outra vez se
renove.]
Neste caso, o agente da dissoluçäo é o princfpio de Eros, Vénus ou
Afrodite. A mitologia de Vênus tem importantes relaçoes com a água, urna
vez que a deusa nasceu do mar (ver figura 3-4). Seus perigosos poderes de
solutio tém como representaçäo sedutoras sereias ou ninfas aquáticas que
atraem os homens, levando-os à morte por afogamento. Um impressionante

e, pedindo socorro. Primeiro


endorSolis, 1582.)
14. Jung, Psychology andAkhemy, CW 12, par. 434.
15. Jung, Mysienwn Conluwüonls, CW 14, par. 357.
16.Thld., par. 365.

17. ¡bld., p.415.

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exemplo desse tema ocorreu no sonho de um jovem que pensava em deixar Essas imagens nos di
esposa e filhos pequenos para desposar urna muiher sedutora. Ele sonhou: saludo. Isso corresponde
específico de desenvolvim
Estou niuna passagem inferior pela quai as pessoas têm acesso à paralisados enquanto o pa
praia Ali estäo à venda as guloseimas que se costuma vender em locais
.
problema se dissolve. Apes
de lazer: enonnes pirulitos, pipoca, roscas corn mais de trinta volta a fluir, pois foi liquefe
centímetros de comprimento, e outros doces. Dois dos meus fil/tos estäo Um alquimista definiu
contigo (os mais novos). Urna bela muiher me chaina para o mar e eu de todo corpo que, graças
delio as crianças nwna barraca comendo fatias de torta. O son/to classe inferior à sua própri
termina quando me encontro a mejo catninho entre o mar e a barraca. tal definiçäo afirma que c
superior, mais abrangente
Um exemplo clássico de uma solusic fatal ocorre na história de Hilas. inferior, O conceito junguiai
Durante a expediçäo dos Argonautas, Hilas, o belo favorito de Héracles, foi ele que, ao relacionar-se
enviado para pegar água. Jogado nurn poço por ninfas aquáticas, jamais personalidade mais simples
voltou a ser visto. Aqui, a imagem da solutio acompanha urna complicaçáo aquela; é engolida pelo seu
horno-erótica, a ligaçáo entre Héracles e Hilas (ver figura 3-5). Trata-se de ocorrência quas
O Antigo Testamento oferece exemplos da solutio erótica que combinarn tennos espirituais, em seu n
os temas da muiher, do banho e da dissoluçäo do masculino. Davi espionou em termos emocionais, en
Betsabá no banho (2: Sam., 11: 2) e assirn começou a dissoluçäo desse hornem problema do 'conteúdo' e dc
íntegro (ver figura 3-6). No texto apócrifo de Daniel e Susana, os dois anciäos
se aproximam luxuriosamente de Susana enquanto cia se banhava; depois de
terern cometido perjúrio os dois encontram sua queda (ver figura 3-7).

'w
-
4

t
t'

Hilas e as ninfas, (John M


Art Gallery. Reproduzido ex

FIGURA 3-4
O nascimento de Afrodite. (Cerca de 460 a.C., Roma, Terme Museum. 18. Kelly, TheAlchemycal Wiitlngs,
Reproduzido em Richter, A Handbook of Greek Art.) 19. Jung, The Development ofPerson
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m que pensava em deixar Essas imagens nos dizem que o amor e/ou a luxúria são agentes de
sedutora. Ele sonhou: solutio . Isso corresponde ao fato de mn problema ou um estágio psíquico
específico de desenvolvimento corn freqüência permanecerem presos ou
jal as pessoas têm acesso à paralisados enquanto o paciente está apaixonado. Depois, subitamente, o
Ice costuma vender em locais problema se dissolve. Apesar de novas complicaçôes se manifestarem, a vida
as corn mais de tri nta volta a fluir, pois foi liquefeita.
Dois dos meus fil/tos estâo Um alquimista defmiu a solutio da seguinte maneira: "A soluçao é a açâo
chaina para o mar e eu de todo corpo que, graças a certas leis de simpatia ¡nata, incorpora algo de
faSs de torta. O sonho classe inferior à sua prOpria esnc."18 Entendida em tcnnos psicológicos,
b entre o mar e a barraca. tal definiçáo afirma que o agente da dissoluçâo será urn ponto de vista
superior, mais abrangente -
capaz de atoar como recipiente para a coisa
orze na histOria de Hilas. inferior, O conceito junguiano de "conteúdo e continente" aplica-se aqui. Diz
o favorito de Héracles, foi ele que, ao relacionar-se corn urna personalidade mais complexa, "a
r ninfas aquáticas, jamais personalidade mais simples é cercada, senäo efetivarnente submergida, por
xnpanha urna complicaçäo aquela; é engolida pelo seu parceiro mais complexo e nao pode ver a salda.
figura 3-5). Trata-se de ocorrência quase regular, para urna mulher, o ser toda confida, em
wio erótica que combin am tennos espirituais, ern seu marido, e, para o rnarido, o ser confido por inteiro,
masculino. Davi espionou em termos emocionais, em sua muffler. Podemos descrever isso como o
ta dissoluçáo desse homem problema do 'conteúdo' e do 'continente' "19
e Susana, os dois anciáos
cia se banhava; depois de
Ja (ver figura 3-7).

fr'

FIGURA 3-5
Hilas e as ninfas. (John William Waterhouse, Manchester, Inglaterra, City
Art Gallery. Reproduzido em Grant e Hazel, Gods and Mortals in Classical
Mythology.)

.C., Roma, Tenne Museum. 18. KeIIy,TheAlchemycal Writings, p.87.


2k of Greek An.) 19. Jung, The Development ofPersonality, cw 17, par. 331.

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75.
r

FIGURA 3-6
Betsabá. (Rembrandt. Paris, Louvre. Reproduzida em Rembrandt, texto de Susana e os anciäos. (Tint<
Ludwig Munz.) Italian A

mais ainpla.2° O agente


Aquilo que é mais ampio e abrangente do que o ego anieaça dissolvê-lo. experimentado, quer a parti
No mundo interior, o inconsciente, na qu'alidade de Si-mesmo ou totalidade da individuo ou de um grupo, d
psique latente, pode dissolver o ego. No mundo exterior, um indivIduo dotado Si-mesmo da mesma maneirs
de consciência mais ampia do que o outro pode provocar solutio. Por táo-somente, a mais insignifi
exemplo, um homem que há pouco tempo üvera contato com as idéias de Jung mesma funçäo de continente
e fican sob sua intluência, son/iou ter caldo no lago de Zurique. Um grupo, do que eu pode me conhecet
uma escola ou um partido também podem ser o agente da dissoluçao. Um que a minha consciência é kif
grupo pode atrair com faciidade a projeçäo do Si-mesmo e engolfar o O banho, o aguaceiro, o
individuo que sucumbir a ele. A identificaçao com partidos políticos ou equivalentes simbólicos da s
credos religiosos exemplificaria a solutio no interior de um grupo. es sas imagens reiacionam-se i

No processo da psicoterapia é comum acontecer de o ego do paciente purificadora e rejuvenescedo


encontrar no terapeuta um ponto de vista mais ampIo de efeito dissolutivo. que transcendem o ego, urna
Esse evento leva com freqüência a um estado parcial de contençäo do paciente batismo já foi feito por nie
pelo terapeuta e é urna causa comum da transferência. Sempre que encontra sentido de afogamento - i
uma atitude mais ampIa que inclui os opostos, urna atitude unilateral, caso provaçâo pela água. Signifi
esteja aberta à sua influência, é dissolvida por ela e entra num estado de o renascimento de urna out
sol uno .lsso explica o porquê de um ponto de vista mais abrangente costumai
ser experimentado como arneaça. A pessoa tem a sensaçao de estar se
afogando e, por essa razáo, resiste. Tal resistência é válida e necessária,
20. Encontramos um exemplo des el
devendo ser respeitada. O psicoterapeuta sempre deve estar alerta para a muçuiniana de Moisés e Khidr. 'Q
possibilidade de o paciente poder precisar de proteçáo diante de sua atitude 91, pars. 244ss.
21. Jung, Letters, 2:194.
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76
-'r

-t

r
FIGURA 3-7
Susana e os anciàos. (Tintoretto. Viena, Gemäldegalerie. Reproduzida em
em Rembrandt, texto de Italian Painting: The Renaissance.)

mais ampia.2° O agente da solutio é, basicamente, o Si-mesmo,


¡e o ego ameaça dissolvê-lo. experimentado, quer a partir de dentro, quer como urna projeçäo de um
le Si-mesmo ou totalidade da indivIduo ou de um grupo, de fon. Como diz Jung: "O ego está confido no
teñor, um indivIduo dotado Si-mesmo da mesma maneira como o está no universo, de que conhecemos,
pode provocar solutio. Por täo-somente, a mais insignificante parcela. [Uma pessoa pode servir a essa
ontato corn as idéias de Jung mesma funçâo de continente porque] um homem mais perspicaz e inteligente
lago fr Zurique. Um grupo, do que eu pode me conhecer, mas eu nao o posso conhecer, tendo em vista
D agente da dissoluçäo. Um que a minha consciência é inferior à sua."21
do Si-mesmo e engolfar o O banho, o aguaceiru, o chuvisco, a nataçäo, a imersáo na água, etc. são
corn partidos políticos ou equivalentes simbólicos da soluüo que costumam aparecer em sonhos. Todas
or de um grupo. essas iniagens relacionain-se com o simbolismo do batismo, que significa urna
itecer de o ego do paciente purificadon e rejuvenescedora imersáo numa energia e num ponto de vista
ampio de efeito dissolutivo. que transcendem o ego, urna verdadeira seqüência de morte e renascimento. O
ñal de contençäo do paciente batismo já foi feito por meio da total imersäo, pretendendo-se dar-Ihe o
rência. Sempre que encontra sentido de afogamento - um eco do mitigo procedimento primitivo de
urna atitude unilateral, caso provaçao pela água. Significava uma conversäo total, a morte da velha vida e
eta e entra num estado de o renascimento de urna outra pessoa na comunidade de crentes religiosos.
;ta mais abrangente costumar
mi a sensaçäo de estar se
ncia é válida e necessária, 20. Encontrarnos um exemplo dos efeitos do encontro corn urna personalidade mais forte na lenda
re deve estar alerta para a muçulmana de Moisés e Kbidr. Veja-se Jung, The Archezypes and the Collective Unconscious, CW
91,pars.244ss.
oteçäo diante de sua atitude -

21. Jung,Letters, 2:194.

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Considerava-se o ritual, de modo bastante literal, como um agente da criaçäo ocorte corn um ritual Siglo
de urna nova personalidade. Ellade descreve o simbolismo do batismo corn as individuo, cujas cancterútic
seguintes palavias: "A iinenáo na água siinboliza urn retorno ao estado que corn o novo ponto de vista.
pitcedeu a foima, urna total regeneraçäo, um novo nascimento, porque vista menos ampio dissolvidi
iniersäo significa urna dissoluçäo de formas, urna rethtegraçáo à condiçáo expressão "em Jesus Criste
informe que precede a existência; de igual maneira, emergir da água é urna quando somos tornados pelo
repetiçáo do ato da criaçäo em que a forma foi expressa pela prüneira vez. '22 ' confido e dissolvido pela n
No batisrno cristao, o individuo é unido corn Cristo; quer dizer, religiosos forarn descritos cc
vincula-se o ego corn o Si-mesmo. Diz o apóstolo Paulo: "Nao sabeis que da doutrina.
todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, fornos batizados na sua O fato de a solutio s
morte? Dessa forma, fonios sepultados corn ele na rnorte pelo batisrno, para contençáo, mas como fragt
que, tal corno Cristo ressuscitou dos rnortos pela glória do Pai, tarnbérn nós mteraçao de opostos. Um e
andemos em novidade de vida." (Rom., 6: 3-4, RSV.) 3-8). 0 jovem caçador Act&
Outra característica do batisrno reside no fato de ele dissolver todas as banhar-se. Em retaliaçâo, Ai
distinçóes individuais e todas as separaçáes. Segundo Paulo: "Pois todos 4esrnernbrado pelos próprio
quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. NAo há judeu ou podendo-se considi
grego, nao há escravo nern livre, nao há macho nem fêmea; porque todos vás revela o aspecto perigoso do
sois um em Jesus Cristo." (Gal., 3: 27-28, RSV.) naturo. Esse ego vê-se ati
fatores instintivos (os cáes). i

sua luxúria. Sua naturezaani


encontra-se no relato de Isis
história, a criança Maneros
Isis ao ver Osiris morto. I
Maneros que ele caiu do ban
ree onhecerá ter Udo a expe
sofrimento, do desejo ou da d
Artemis é a lua. O
corresponde, portanto, à aft
lua"24 (ver figura 3-9). Umjc
podia, sonhou um dia corn
Acordou em pánico e, nao rn
7
pode de fato ser urna imersâ
sendo sobremodo compreensí'
4z
O tema do desmeinbraij
Quando criança, Dioniso fi
Ménades que o adoravam e
quem se atrevesse a cruzar-I
Penteu em The Bacchae,
dionisíaco pertencem ao simb
FIGURA 3-8 é... o elemento no quai Dion
Diana e Actéon. (Ticiano. Edinburgo. National Gallery of Scotland. mente explícitos acerca do fr
Reproduzida em Titian: The Colour Library oíAn.) que tern seu local de refdgio e
Do ponto de vista interior, isso equivale a urna integraçâo ou reunificaçào -
de elementos separados. Entretanto, do ponto de vista exterior - tal como
23. Plutarco, Moraba, vol.5.
24. Bonus de Ferrara, The NewPearlo
22. Eliade, Patterns in Comparative Religion, p. 88.
25. Otto, Dionysus. Myth and Cult, p.:
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como um agente da criaçáo ocont corn urn ritual religioso externalizado -, representa a coletivizaçäo do
lismo do batismo corn as individuo, cujas características Impares são dissolvidas por urna identificação
um retorno ao estado que corn o novo ponto de vista. Esse é igualmente urn exernplo de urn ponto de
novo nascirnento, porque vista menos ampIo dissolvido por urn mais abrangente - indicaçäo dada pela
reintegraçäo à condiçäo expressäo "em Jesus Cristo". Estar "ern" alguma coisa, tal como ocorre
emergi da água é urna quando sornos tornados pelo amor ou pela dor, significa que se está cercado,
ssa pela prirneira vez."22 contido e dissolvido pela matriz continente. Eis a raño por que os fléis
corn Cristo; quer dizer, religiosos forain descritos corno peixes que nadain no poco onde está a água
lo Paulo: "Nao sabeis que da doutrina.
fomos batizados na sua o fato de a solutio ser experimentada, corn freqüência, nao corno
morte pelo batismo, para contençáo, mas como fragmentaçáo e desmembramento revela a ambIgua
glOria do Pai, também nOs interação de opostos. Urn exernplo clássico é o mito de Actéon (ver figura
V.) 3-8) . O jovern caçador Actéon deu inesperadamente corn Arteniis , desnuda, a
de ele dissolver todas as banhar-se. Em retaliaçáo, Arteinis o transformou nurn cervo, tendo ele sido
gundo Paulo: "Pois todos desmembrado pelos próprios cAes. O cao é urn aspecto teriornórfico de
de Cristo. Nao M judeu ou Artemis, podendo-se considerá-la corno o agente desrnernbrador. Esse mito
rn fêmea; porque todos vós revela o aspecto perigoso do encontro corn o ferninino arquetípico por urn ego
imaturo. Esse ego vê-se atirado numa solutio regressiva pela ativaçäo de
fatores instintivos (os caes). urna forma de dizê-lo é: Actéon é dissolvido pela
sua luxúria. Sua naturezaanirnal o rnordeu e consumiu. Urna idéia semelhante
encontra-se no relato de Isis e OsIris feito por Plutarco. De acordo corn essa
histOria, a criança Maneros testernunhou o amor e o sofrimento terríveis de
Isis ao ver Osfils morto. Essa assombrosa cena foi tAo intolerável para
Maneros que ele caiu do barco e se afogou.23 A rnaioria dos hornens honestos
reconhecerá ter tido a experiência de Maneros ao se encontrar diante do
sofrirnento, do desejo ou da dor intensos de urna mulher.
Artemis é a lua. O desrnembramento de Actéon, feito por ela,
corresponde, portanto, à afirmação alquímica de que "a solutio ocorre na
lua"24 (ver figura 3-9). Urn jovem que avançara na anúlise até o ponto ern que
podia, sonhou um dia corn urna única afinnação: A psicanálise é da lita.
Acordoú em pânico e, nao muito tempo depois, desistiu da análise. A análise
pode de fato ser urna imersáo dissolutiva no lado lunar, sornbrio e irracional,
sendo sobrernodo cornpreensível a ansiedade do sonhador.
O terna do desrnembrarnento conduz diretamente ao mito de Dioniso.
ILl

Quando criança, Dioniso foi desmembrado pelos Titäs. Além disso, as


Mênades que o adoravam eram desmembradoras, que faziam ern pedaços
quern se atrevesse a cruzar-Ihes o frenético caminho. Este foi o destino de
Penteu em The Bacchae, de Eurípides. Muitos aspectos do princIpio
dionisíaco pertencem ao simbolismo da solutio. Walter Otto nos diz: "A água
é... o elemento no qual Dioniso está em casa... Os cultos e rnitos são ampia-
lonal Gallery of Scotland. mente explícitos acerca do fato de Dioniso vir da água e a ela retomar e de
Library of An.) que tern seu local de refúgio e sua casa nas profundezas aquosas. "25

na integraçäo ou reunificaçâo
ie vista exterior - tal como 23. Piutarco,Moralia, vol.5.

24. Bonus dc Ferrara, The New Pearl of Great Price, p.426.

25. Otto,Dionysus, Myth and Cult, p. 162.

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participantes sonhos definid
compartiihamento de iritimids
um iniciante no grupo teve o

Procuro pelo grupo


FIGURA 3-9 os membros do grupo iz
Batismo corn água lunar simultáneo à mordida de dragöes. (Ashmole, org., porta à ininha frente.
Theatruin Chemicum Bfltcrnnicum, 1652.)
Um outro membro do gru

Chega a haver descriçöes de Dioniso como o próprio principio da Estou mona sala dt
umidade e, portanto, a fonte de toda fertilidade. Em termos psicológicos, ele é bancos emfileiras elevat
o princIpio da vida, da espontaneidade e da energia, em contraste com a forma semeihante a um
forma, a medida e a restriçäo. de urna praia corn enoi
Um dos aspectos da solutio dionisíaca é o banho de instinto orgiástico. mente, reais. Posso ver
As vezes, por ser confido num todo mais ampio, o anseio do ego solitário e resistente rede de pesc
alienado é expresso como luxúria voltada para a sexualidade coletiva, pontos, evidentemente pc
orgiástica (ver figura 3-10). Se transformadas em atos concretos, essas. mesmo corn tempo rufrzr;
experiências agravam o estado de fragmentaçäo psíquica. Simbolicamente, ultrapassam o palco e aJ
contado, a imagern de urna orgia coletiva sugere a possibilidade de restabele- I
dos bancos para nâo se
cimento da própria vinculaçäo corn a humanidade coinum. As experiências minha carteira; penso qu
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80
ç

FIGURA 3-lo
Bacanal dos andrianos. (Ticiano, Madri, Prado. Reproduzida em Titian: The
Colour Library of An.)

grupais de identificaçâo coletiva podem ativar essa imagem de orgia. Por


exemplo, um processo de grupo que five ocasiáo de observar gerou em alguns
participantes sonhos defmidos de solutio. Depois de sofrer o choque do
compartiihamento de intimidades psicológicas por parte de membros do grupo,
um iniciante no grupo teve o seguinte sonho:

Procuro pelo grupo. Abro urna porta da sala e vejo, no solo, todos
os membros do grupo mantendo relaçôes sexuais. Um casal passa pela
t de dragóes. (Ashmole, org., porta à minha frente.
taon, 1652.)
Um outro membro do grupo sonhou:

Dm0 O próprio principio da Estou numa sala de aula, que parece unta sala de química. Corn
Em termos psicológicos, ele é bancos em fileiras elevadas que vâo descendo até alcançarem tana plata-
energia, em contraste com a forma semelhante a um palco. E nosso grupo, havendo a apresentaçäo
de unta praia corn enormes ondas violentas, que se tornain, abrupta-
banho de instinto orgiástico. mente, reais. Posso ver que, sob as ondas, pela areia, lid tana forte e
D, o anseio do ego solitário e resistenze rede de pesca, que foi amarrada corn finneza em vários
ara a sexualidade coletiva, pontos, evidentemente para poder suportar e resistir a um born arrastäo
s em atos concretos, essas mesmo corn tempo ruEnt; mas as ondas ficain tao reais e turbulentas que
io psíquica. Simbolicamente, ultrapassarn o palco e atingem a platéia. Varios de nOs descern correndo
a possibiidade de restabele- dos bancos para nao serem molhados. Percebo que, na pressa. deixei
ade comum. As experiências k minim carteira; penso que terei de voltar para pegó-la.

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A água como principio dionisíaco da fertilidade é belamente descrita no IM urna festa no q
hino à água de Goethe: perturbador, o sr. X, z

Hail anew! Spnng s burgeoning


. . , .
vários episódios a riñe i

Leaps w' within 'm' litan, a spnng há urna espécie de j


With truth and beauty penneated - li.
CO1flPOtti&1L(J
i.
e,OUUra 1W
From the wave was all created. Porque, pratzcwnente d
Water will all life sustain: volta, man semicfrculi
Ocean, grant your endless reign!
Butfor clouds ofyow rich lending, esperma, que cal como
And the brooklets ofyour sending, jiMia fosse a de o sen'
Rivers' courses wide extending, apenas tuna parte Porq
Streams that rear/i majestic ending.
.

vigor, cada urna de nés


What were our world, our nvuntains and our plains?
Your power the freshness of our life maiñtains. individuais.
Tisyoufrom whom the lifeflows inour veins.6
Esse sonho preflUflti(
[Salve outra vez O desabrochar da primavera I Faz nascer dentro do mcii
! capacidades criativas da son
coraçào urna primavera I Jinpregnath de verdade e de beleza. I Tudo por vezes é perigo
.

iiasceu da onda. I A água é o sustento dt toda forma de vida: I Oceano,


. .

11US0, é
:ntem o teu reinado scm lilnites i Mas para que as nuvens
!
de tua rica
Ufli

causada por urna identific


SSOmbTOS(
provisão, I Para os regatos que produzes, I E que ampliam o curso dos
ños, I Para os caudais que morrem majestosamente, I O que seriam o
nosso mundo, as nossas montanhas I e as nossas planIcies? I Tua força
i_"
Nietzsche chaman a si m
isto é "o
mantérn o frescor da nossa vida. I De ti vem a vida que cotre em nossas -
observaçoes a fazer a mspeih
'

veias.1 poderes criadores. Ni ele:


A feililidacle e a criatividade erain acentuadas nos aspectos fálicos dos
riluais dionisíacos. Diz Otto:
[As forças criado:
E inerente ao elemento dionisíaco de umidade, nâo apenas o poder acordo com os moviiner
que mantém a vida, como também o poder que a Cria. Asslin é que ele flui em que dizes que essas:
por todo o mundo humano e animal como substAncia fertilizadora e em qualquer outra lugar
geradora. O erudito Vano estava muito bem infonnado ao afumar que a sui poderes criadores, m
soberania de Dioniso deveria ser reconhecida, náo só no suco das fnitas homem permitir a plena
cuja glória mais sublime era o vinho, mas também no espenna das irá-los, nao há inflaçäo;
criaturas vivas. A partir dessa esfera da atividade do deus, ele traçou a sa "sou o semeihante",
origem do costume de coroar com grinaldas um falo que era cangado de Jsso ocorre automi
um lado para o outro no culto do deus. Por certo sabemos quäo importante desapareces, come se ti
foi o papel desempenhado por esse símbolo de poder procriador em seus com efeito, nao podia i

festivais. "Urna jarra de vinho, urna videira, urna cabra, um cesto de figos ressentimentos, porque o
e, por fmi, o falo" - eis a descriçao que Plutarto nos fornece da simpli- forças, e o que resulta di
chiade original da celebraçäo dionisíaca. Cantava-se urna cançäo para o pessoal? Tudo se foi. I
falo. Ternos inscriçOes que evidenciarn o uso de um enorme falo de enganadas, ressentem-se
rnadeira nas procissöes dos dionisíacos em Delos. Cada colônia enviava compensar aquio que Ii
tiraram isso delas e por
regularmente um falo aos dionisíacos de Atenas,27 que são Shiva, a fun de
¿s criativo, mais tarde
Um exemplo da vinculaçäo entre o simbolismo fálico dionisco e as identifica cim Deus sei
imagens batisniais é oferecido pelo sonho a seguir. A sonhadora Bispo Sinésio, disse que
mulher de meia-idade corn poderes cnativos emergentes de poetisa e -
capaz de penetrar itas pr
academica. Ela sonhou: Deus, ou como um grand
de passar pela divina pu
de Dioniso ou da cmcitb
26. Goethe, Faust, ¡n. 2, versos 8432-44.
27. Otto, D jonàur, Myth and Cult, p. 1M.
28. Jung, Zarathustra Senke, 1:67.

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é belamente descrita no Hei wna festa no apartamento da minha máe. Um hornem estranho e
perturbador, o sr. X, tun poeta, é o convidado de honra. (Depois de
varios episodios a mOe delta afrsta.) Quando da (a mOe) delta afesta,
ha urna espécie de júbilo geral espontâneo de que eu tambérn
compartiiho, enthora nao saiba o que se passa. Mas logo veti/io a saber.
Porque, praticarnente de tuna sO vez, X reúne todas as muiheres à sua
volta, nwn semicírculo; em seguida ejacula um enorme jorro de
esperma, que cai como tuna fonte sobre cada urna de nôs. Pensel que a
idéia fosse a de o servirmos desse ,nodo; meir, como se viu, isso era
apenas zuna parte. Porque, quando o banho de esperma nos atingiu corn
vigor, cada uma de nôs experimensou seta proprios orgasmos distintos e
individuais.

Esse sonho prenwiciou urna realizaçáo emergente positiva das


I Faz nascer dentro do meu capacidades criativas da sonhadora. Todavia, o relacionamento corn o poder
lade e de beleza... I Tudo criador por vezes é perigoso. Nietzsche, o grande expoente do princípio
a forma de vida: / Oceano, dionisíaco, é um assombroso exemplo dos perigos de urna solutlo destrutiva
a que as nuvens de tua rica causada por urna identificaçäo pessoal corn a criatividade dionisíaca.
que ainpliam o curso dos Nietzsche chamava a si mesmo "Dioniso" e assinava suas cartas como
iamente, I O que seriam o
asas planicies? I Tua força
"Zagreu" - isto 6, "o desmembrado". Jung tern algunias profundas
a vida que coite em nossas observaçöes a fazer a respeito do perigo de dissoluçäo na identificaçáo corn os
poderes criadores. Diz ele:
nos aspectos fálicos dos
[As forças criadoras] te mantém preso aos cordoes e danças de
acordo corn os movimentos delas, segundo sua melodia. Mas na medida
fridade, Mo apenas o poder em que dizes que essas forças criadoras existem em Nietzsche, em mini ou
a cria. Assirn éque ele fluí em qualquer outro lugar, causas uma irflaçào, porque o homem nAo pos-
substhncia fertilizadora e: sui poderes criadores, mas 6. antes, possufdo por eles. Eis a verdade. Se o
informado ao afirmar que a homem permitir a plena posse por parte deles, scm quesfionar, sein enea-
nAo sO no suco das frutas M-los, nAo hA inflaçáo; mas, no rnomento de dissocíaçäo, no quai ele pen-
também no esperma das sa "sou o sernethante", segue-se urna inflação...
vidade do deus, ele traçou a Isso ocoire automaticamente: tomas consciência de ti mesmo e
um falo que en carregado de desapareces, como se tivesse tocado nuni fo de alta tensäo. Nietzsche,
edo sabemos quäo importante corn efeito, nAo podia deixar de olhar para a coisa, e foi tomado por
de poder procriador ein seus ressentimentos, porque os poderes criadores roubarn o tempo, solapain as
urna cabra, um cesto de figos forças, e o que resulta disso? Urn livro, talvez. Mas onde se acha tua vida
utarco nos fornece da simpli- pessoal? Tudo se foi. Portanto, essas pessoas se sentern terrivelmente
antava-se urna cançäo para o engaitadas, ressentem-se, e todos devein ajoelharse à sua frente para
uso de urn enorme falo de compensar aquilo que thes foi roubado por Deus As forças criadoras
.

Delos. Cada colônia enviava tirarani 1550 delas e por isso cias gostariarn de personifica-las, imaginar
que são Shiva, a fun de terem o prazer de ser criativas. Mas se sabes que
és criativo, mais tarde serás crucificado, porque todo aquele que se
diamo fálico dionisíaco e as identifica corn Deus será desmembrado. Um vetho padre da igreja, o
eguir. A sothadora era urna Bispo Sinésio, disse que o spiritus phantasticus, nosso espIrito criador, é
capaz de penetrar rias profundezas ou nas alturas do universo, tal corno
s emergentes de poetisa e
Deus, ou como urn grande dernônio; mas que, devido a ¡sso, também terá
de passar pela divina puniçAo. que tornaria a forma do desrnembramento
de Dioniso ou da crucifixão de Jesus.28

25. Jung, ZaTathusizu Snnbiw, 1:67.

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r
de Dioniso é coberto d
subjugados. Transforme
e e, dando livre curso à
frementes, prostemado1
dionisíaco. Agora, o e
barreiras que a neces
estabelecido entre os hoi
T Miff

+
barmonia universal, cath
reconciliado e fundido,
sido rasgado, desfeito
i

primordial.29

o apóstolo Paulo expn


eficácia do sangue de Cristo
Cristo Jesus, vOs, que antes
porto. Porque ele é a nossa
It
da hostiidade, que estava
mandainentos e ordenanças,
a- antes havia dois, fazendo as
num único corpo, ab-avda da!
FIGURA 3-11 2: 13-16, RSV).
Banhistas. (Renoir. Filadelfia, coleçâo de Carrol Tyson. Reproduzida em O vinilo de Dioniso e
Craven, A Treasury of An Masterpieces-) lentes. Esse fato é ilustrado
anteriormente em Ego e arqu
Em genl, o dionisíaco é possesso e extático, proinovendo antes a Sonho (resumido):
intensidade th experlência do que o significado claro e estruturado. E um
solvente dos limites e fronteiras, trazendo vida desmesurada. Em sua forma Estou prestes a cele
extrema, é selvagem, irracional, buco, extático, irrefreado. E o inimigo de cozinha, o vinho da coni
todas as leis convencionais, normas e formas estabelecidas. Está a serviço da dois vinhos distintos -u
vida e do rejuvenescimento, e náo da segurança. O fraco e irnaturo pode ser garrafa corn um rótulo c
destruido por suas violentas investidas; o saudável será fertilizado e vivificado e tern a inscñçâo ' 'l'auj
como a terra pela inundaçäo do Nilo (ver figura 3-1 1). mesa redonda. Um dele
Muitas síndromes clínicas têm como causa urna identificaçâo concretista asta . Até agora, eles ni
corn o principio dionisíaco, O alcoolismo e o vicio das drogas são exemplos social, mas começam a
evidentes. O donjuanismo também pode ser considerado urna identificaçào Sugiro que conversem
corn Dioniso, na quai o indivIduo cria em tomo de si urna corte de mulheres sentimental. Nesse ponic
em vários estágios de paixáo ou de frenesi (Ménades). Essa sìtuaçäo ameaça urn refletor vermelho-a
provocar o próprio desmembrainento psicológico desse indivIduo através de encontra entre os dois
conflitos, obrigaçôes e embaraços. O dionisíaco assume qualidade compulsiva garrafa corn um vinho y
quando se manifesta numa personalidade dissociada. Em outras palavras, o claramente marcado "Fe
dionisíaco destrói o ego semeihante a Penteu, que nâo se acha relacionado urn sorn de choque de vi
corn a totalidade. Em circunstâncias favoráveis, promove a harmonia e dura ou ui/vez pela queb
dissolve diferenças. Por exemplo, consideremos o seguinte pea de Nietzsche des beberaj'n o vinlzo ver
ao dionisíaco: no processo, se embria,!
Sino deleite corn o sens
Sob o encantainento dionisíaco, nao apenas se reafirma a uniäo do ansioso corn o fato de qti
bomem corn o homem, nias também a naturen - que se tomou alienada, tenho os ingredientes pail
hostil ou subjugada - celebra outra vez sua reconciliaçáo corn o fllho
pródigo, o homem. Espontaneatnente, a tena oferece suas dádivas, e as
feras das montanhas e dos desertos se aproximain pacificamente. O carro 29, Nietzsche, "The Birth of Tragedy'
30. Edinger, Ego andArchesype, pp.2
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de Dioniso é coberto de flores e de grinaldas; panteras e tigres avançam
subjugados. Transforme-se em pintura o "Mino à alegria" de Beethoven;
e, dando livre curso à imaginaçäo, contemplem-se os miihoes de seres
frementes, prosternados na poeira -
nesse momento aproxima-se o
dionisíaco. Agora, o cativo é homem livre; todas as rígidas e hostis
barreiras que a necessidade, o capricho ou a "insolência" haviam
estabelecido entre os homens se desfazem. Agora, graças ao evangeiho da
harmonia universal, cada quai se sente, ao lado do próximo, näo só unido,
reconciliado e fundido, mas idêntico a ele, como se o véu de Maia tivesse
sido rasgado, desfeito em farrapos diante da misteriosa unidade
primordial.29
O apOstolo Paulo expoessa mais ou menos a mesma idéia ao falar da
eficácia do sangue de Cristo. Na Epístola aos Efésios, lemos: "Mas agora em
Cristo Jesus, vOs, que antes estáveis longe, pelo sangue de Cristo chegastes
perto. Porque ele é a nossa paz; ele que fez de nós um só, derrubando o muro
da hostilidade, que estava no meio, abolindo em sua came a lei dos
mandainentos e ordenanças, para criar em si mesmo um único homem onde
antes havia dois, fazendo assiin a paz, e para reconciliar a ambos corn Deus
num único corpo, através da cruz, com ela levando ao fim as hostilidades (Ef.,
2: 13-16, RSV).
rol Tyson. Reproduzida em O vinho de Dioniso e o sangue de Cristo são simbolicamente equiva-
terpieces.) lentes. Esse fato é ilustrado no sonho de um jovem ministro, que publiquei
anteriormente em Ego e uéip3° É o seguirne:
tático, promovendo antes a Sonho (resumido):
Io claro e estruturado. E um
prestes a celebrar a comunháo. Na sacristia, que parece urna
desmesurada. Em sua forma
, irrefreado. E o inimigo de
cozinha, vinho da comwzhâo deve ser preparado através da mistura de
o
dois vinhos distintos -um azul-escuro e um vernzelho. A água está nusna
tabelecidas. Está a serviço da
t O fraco e imaturo pode ser garrafa corn um rótulo amarelo que parece um rótulo de u(sque escocés
e tern a inscriçö.o ' 'Paulo' ' . J-Id dois hornens sentados erri torno de urna
el será fertilizado e vivificado
mesa redonda . Urn deles é uni político esquerdista; o outro, urn direi-
i-11). llsw. Até agora, eles ,nantiverarn iena atitude aparente de aìnenid.ade
urna identificaçáo concretista social, mas corneçam a nwstrar-se hostis urn corn relaçâo ao outro.
Icio das drogas são exemplos Sugiro que conversern num nivel profundo e resolvarn sua relaçáo
Dnsiderado urna identificaçáo
sentirnental. Nesse ponto, a cena fica escura corno num draina teatral, e
de si urna corte de mutheres um refletor ver,nelho-arnarelo focaliza zona pequena rnesa que se
nades). Essa situaçäo ameaça encontra entre os dois hornens, por irás deles. Ha, na rnesa, zona
o desse individuo através de garrafa corn urn vinho vermelho quente corn o rótulo de uísque escocés
assume qualidade compulsiva claramente marcado "Paulo". Entáo sobrevérn urna total escuriddo e há
ciada. Em outras palavras, o um sorn de choque de vidros, semeihante ao produzido por zona racha-
que nao se acha relacionado dura ou talvez pela quebra do vidro. O sentido é óbvio no sonho. Penso:
tis, promove a harmonia e eles bebera,n o vinho vennelho durante sua discussáo, ficaram amigos e,
o seguinte pea de Nietzsche no processo, se ernbriagarain, adormeceram e derrubaram os copos.
Situo deleite corn o senso estético dafonna pela quai So é retratado e
ansioso corn o fato de que é preciso iniciar o serviço e de que agora nao
penas se reafinna a união do tenho os ingredientes para a ,nistura do vinho da cornunhdo.
-
eza que se tornou alienada,
im reconciliaçäo com o fiiho
ra oferece suas dádivas, e as 29. Nietzsche, "The Birth of Tragedy", in Basic Witings of Nietzsche, p.37.
cirnani pacificamente. O carro 30. Edingcr,Ego and Archetype, pp. 248ss. (Ego eArquflipo, Cultiji, 1988.)

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é a fonte de onde os gregos t
o mesmo acontece corn os out
Essa idéia corresponde à
repetidamente sublimado e ci
todos os estados do ser, até
vé-se toda a história do mundi
Os mitos do dilúvio mo
vista psicológico. Deus envi
pérfido e degenerado. E corn
mejo da solutio, à sua prim
coisa melbor. Outra aspecto
de dilúvio, a saber, o tema da
santos, aqueles cuja existêncü
os pérfidos ou inautênticos
caria que os aspectos do egc
modo consciente suportam a s
Nos mitos, a ameaça de
percepçäo de Deus. Da mesi
Ht
inconsciente pode ter um efei
consciência da necessidade de
é expresso no Salmo 69 (ver f

Salvai-me, ô Deus, p
imerso mum lodo profund
FIGURA 3-12 profundas, onde me subin
O dilúvio. (Doré, Bible Ilustrations.)
Libertai-me do lodo,
que me têm ódio, e das â
Nao conheço profundamente a psicologia do sonhador; entretanto, é ondas, nem que me devc
evidente que os simbolismos dionisíaco e cristäo encontram-se aqui boca do poço (14, 15, Al
combinados. Embora a uniäo dos dois vinhos - talvez Logos e Eros ainda -
näo se realize, ocorrtu urna solutio que dissolve a oposiçáo entre esquerdista e Os sonhos cam inundaç
direitista, mesmo às expensas da consciência, já que eles adormecern. Nesse ativaçáo do inconsciente que
caso, como costuma ocorrer, M uma confusáo entre urna auténtica reconci- e reduzi-lo à prima materia.
liaçäo de opostos por meio de urna maior consciência e urna dissoluçäo experiências de solutio. Por i
regressiva que torna indistinta a percepçáo dos opostos. passava por um segundo divOt
Urna versáo cosmológica da solutio é o mito muito difundido de urna um de seus sonhos relatados p
catÁstrofe cósmica provocada pelo dilúvio (ver figura 3-12). No mito
hebraico, 6 o dilúvio de Noé; no grego, a história de Deucaliâo e Pirra. De OlJw de urna casa c
acordo cam urna antiga idéia, cada um das elementos deveria ser, em crianças para que entreni
fecho as portas. Entao,
seqùência, agente de destruiçäo do mundo. De acordo cam o relato de Dio rachaduras e nos cerca. i
Chrysostom, a histéria é a seguinte: "O Senhor do mundo marcha numa na praia e fico imagina
carruagem guiada por quatro cavalas, consagrados, respectivamente, a Zeus, banhistas estay monos. J

liera, Posídon e Héstia. Ein outras palavras, os quatro cavalos são os quatro "Entaoéassùn," Nao sin
elementos: fogo, ar, água e terra. Em genl, eles são controlados, mas de vez simplesmente é assim que,
Corremos pela casa,
em quando, o prinieiro cavalo fica indócil e ateia fogo aos outras. Essa é a no teto. além de muitas n
origem da histOria de Faetonte, contada pelos gregos. Depois, o cavalo de
PositIon fica indócil e as gotas do seu suor pingam sobre os outras très. Essa
31. Hastings, Encyclopedia of Religion ai
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é a fonte de onde os gregos tiranni sua história do dilúvio de Deucaliào" -e
o mesmo acontece corn os outros dois cavalos.3'
Essa idéia corresponde à circulatio alquímica, em que o material deve ser
repetidamente sublimado e coagulado, circulando multas e muitas vezes por
todos os estados do ser, até a criaçäo da Pedra Filosofal. Por conseguinte,
vê-se toda a história do mundo corno um vasto processo alquímico.
Os mitos do dilúvio mostram-se sobremodo instrutivos sob o ponto de
vista psicológico. Deus envia um dilúvio destruidor quando o mundo fica
pérfido e degenerado. E corno se a humanidade tivesse de ser reduzida, por
mejo da solutio, à sua prima materia, a fini de transformar-se em alguma
coisa rnelhor. Outro aspecto da solutio também é demonstrado pelas histórias
de dilúvio, a saber, o tema da prova da água. Através desta prova, os hornens
santos, aqueles cuja existéncia é autêntica, pennanecern intactos, ao passo que
os pérfidos ou inautênticos são dissolvidos. Psicologicamente, isso signifi-
caria que os aspectos do ego que se acham vinculados corn o Si-mesmo de
modo consciente suportam a solutio.
Nos mitos, a ameaça de um dilúvio mundial era usada para encorajar a
percepção de Deus. Da mesma forma, urna ameaça de inundação vinda do
inconsciente pode ter um efeito salutar sobre um ego presunçoso e produzir a
consciência da necessidade de relacionamento corn o transpessoal. Esse estado
é expresso no Salmo 69 (ver figura 3-13):

Salvai-me, 6 Deus, pois a água tern entrado até a rninha alma. Estou
irnerso num lodo profundo, onde nAo consigo firmar pé: entrei nas águas
profundas, onde me submergem as ondas (1, 2 - AV).
Libertai-me do lodo, para que nAo fique submergido: livrai-me dos
que me têrn ódio, e das águas profundas. Nao deixe que me afoguem as
L do sonhador; entretanto, é ondas, nern que me devore o abismo, e que sobre mini nAo se feche a
cristäo encontram-se aqui boca do poço (14, 15, AV).
- talvez Logos e Eros - ainda
Os sonhos corn inundaçóes teferem-se à solutio. Representam urna
a oposiçäo entre esquerdista e
ativação do inconsciente que ameaça dissolver a estrutura estabelecida do ego
5 que eles adormecem. Nesse
e reduzi-lo à prima materia. As grandes transiçöes da vida costuniam ser
entre urna auténtica reconci-
experiências de so/udo. Por exemplo, urna muffler, mâe de três tilhos, que
onsciência e urna dissoluçâo
passava por um segundo divórcio, sonhou várias vezes corn inundaçôes, tendo
Postos.
um de seus sonhos relatados por Rivkah Kluger
nito muito difundido de urna
(ver figura 3-12). No mito
O/ho de urna casa ¿fr praia e vejo urna grande onda Chaina as
ória de Deucaliäo e Pirra. De
.

crianças para que entreni Mazy vent devagar mas chega a tempo e eu
.
elementos deveria ser, em fecho as ponas. Entao, a onda cal sobre nós. Penetra por todas as
acordo com o relato de Dio rachaduras e nos cerca. Estou preocupada corn Bob, meu fl/ho, que está
hor do mundo marcha numa na praia e fico imaginando se conseguiu escapar. Sei que todos os
tdos, respectivamente, a Zeus,
banhistas estão morros. Nao hO corno escapar e digo a rnbn mesma:
'Entäo é assim." Nao sinto um pánico real. Corno é imposs&el escapar,
s quatro cavalos são os quatro simp/esmente é assim que são as coisas. Mas entäo a água retrocede.
s são controlados, mas de vez Corremos pe/a casa, procurando tapar as rachaduras. HO um furo
teia fago aos outras. Essa é a no teto, a/Em de rnuitas rachaduras nas paredes... Vem outra onda. E/a
giegos. Depths, o cavalo de
tgam sobre os outros très. Essa 31. Hastings, Encyclopedia of Religion and Ethics, 1:199-200.

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w'
"wt -
e tudo é engolfado.
proporçôes e trato é I
n -a WA Fugimos do dilúvio e al
Eniño ternos a imp
do mundo vista no ini
ligados entre si por e
aberto. Apartamentos e
Antes era noue e agorc
espessa carnada que col
Sonhos de um grande d
um agente divino ou transj
descoberta da psicologia jui

[A sonhadoraJ ficoi
resistente e experiente n
sabia que náo podeda
barco-casa quadrati'., sd
um tremendo esforço ft
barco-casa bern a temp
mais nada menos que o
g Um homem de meia-i&
S. dependente, sonhou:

a Estor'. no centro t
i torrente de pessoas pas
ofluxo de um enorme ri

Ao despertar, o sonha&
FIGURA 3-13 o qual "todas as coisas se
"Salvai-me, 6 Deus, pois a água entrou até a minha alma." (Ilustraçäo do
Salmo 69, The Visconti Hours. Florença, National Library.)
repiesentava, portanto, o u
Como perpétua mudança e
moldada nuin contexto arqui
golpeia achna de nô: e ao nosso redor, mas desta feita a sala náo ¿ fascinante.
inundada e a cabana nao é levantada e atirada pelo chao. Começa.'nos a A vinculaçäo entre a s
correr antes que venha a próxima onda. Abro a porta dos fundos e ali apOstolo Pedro estabelece
está um ve/ho amigo, a quem nao via ha anos. Abraco-o corn ale gria e
i

albio.,. O lugar está sombrio e a laina forma urna grossa carnada sobre quando Noé constnifa aqueL
a arela. Vejo a sorte que fivemos e estou muito contente por causa ch, pessoas se salvou 'por meic
homem que apareceu para nos tirar dali.32 que agora vos salva." (Pedr
Como oito pessoas se
Outro exemplo é o sonho seguinte. O sonhador foi uni homem maduro, de
associado ao batismo, repeti
rneia-idade, que passava por urna importante reorientaçäo de vida e que seria
submetido a urna delicada intervençäo cinirgica. AIS disso, mais tarde se Antiguidade e da Idade Md
uma estrutura octogonal. Un
divorciou. Ele sonhou:
batistério da igreja de Santa
Ve-se a vida do mundo como se se estivesse nuria enotme tigela. fiJó Eight are the temple's n
entâo rana violenta inundaçao; algó semeihante a urn dique que se abre, Actions performed

32. Kluger, "Flood Dreams", in The Reality of the Psyche, p.51- 33. Berline, "The Great Flood", inJ
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e tue/o é engolfado. É um cataclisma, urna catástrofe de amplas
s proporçöes e ludo é levado de roldáo pelas águas que se elevain...
Fugimos do dilúvio e alguns escapam.
Entào ternos a irnpressäo de estar numa nova era. Trata-se da vida
do mundo vista no interior de urna grande esfera. Há vários niveis
ligados entre si por escadas. rampas, etc., em torno de ion centro
aberto. Apartamentos e áreas de estar são panes da pared.e exterior...
Antes era noite e agora é dia. No rneio, tue/o é terra. Trata-se de urna
espessa carnada que cobre a água.
r

Sonhos de um grande dilúvio incluem a experiência de ser resgatado por


t um agente divino ou transpessoal. No seguinte sonho, fica evidente que a
descoberta da psicologia junguiana evitou urna solutio fatal:

[A sonhadora] ficou presa nurn mar monstruoso. Embora fosse urna


resistente e experiente nadadora, suas forças estavam quase no fim, e cia
4 sabia que nao poderla agüentar multo mais. Nesse momento, ela vizi um
barco-casa quadrado semelhante às arcas de Noé de sua infância. Corn
tan tremendo esforço final, eta se dirigiu para Id e alcançou o lado do
barco-casa bem a tempo, tendo sido içada, quase de1fatecida, por nada
mais nada menos que o dr. Jung, a quern jamais vira.
Um homem de meia-idade, que passava pela dissoluçao de urna relaçäo
dependente, sonhou:
Estou no centro de urna grande cidade, observando tana vasta
-
torrente de pessoas passas individuos de todo tipo e aparência. E corno
I
o fiuto de um enonne rio. Estou fascinado.

Ao despertar, o sonhador pensou na doutrina de Heráclito, de acordo corn


o quai "todas as coisas se acham em movimento" (panta riiez). O sonho
minha alma." (Ilustraçäo do representava, poi'tanto, o aspecto da existencia ligado com a solutio vicia -a
a National Library.) como perpétua mudança e st
a ser. Urna dolorosa experiência pessoal é
moldada num contexto arquetípico ou geni e assim se torna significativa e até
tas desta feita a sala nao é fascinante.
'ada pelo chao. Começarnos a A vinculaçâo entre a solutio e a salvaçäo é indicada pela relaçáo que o
Ibro a porta dos fundos e ali apóstolo Pedro estabelece entre o dilúvio de Noé e o batismo. "Outrora,
nos. Abraço-o corn alegria e quando Noé construía aquela arca, na quai somente um pequeno gn.ipo de oito
ma tana grossa carnada sobre pessoas se salvou 'por meio da água'... Aquela água cone sponde ao batismo
multo contente por causa do
que agora vos salva." (Pedro, I, 3: 20-21, JB.)
Como oito pessoas se salvaram no dilúvio, o número oito passou a ser
dor foi um homem maduro, de associado ao batismo, repetiçäo ritualizada do dilúvio original. Os cristaos da
orientaçäo de vida e que seria Antigüidade e da blade Média quase sempre erigiam seus batistérios corn
a AIS disso, mais tarde se urna estrutura octogonal. Urna inscriçäo composta por Santo AmbrOsio para o
batistério da igreja de Santa Tecla, em Miläo, diz o seguinte:
ñ'esse nwna eno/me tige la. Há Eight are the temple's walls -O number worthy of holy
ante a ion dique que se abre, Actions performed at the spot; eight are the walls of the font.

33. Bertine, "The Great Flood", in Jung's contnbuuon to Our ¡lee, p. 204.

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Mystical shape of the house that covers the rites of the water
-
-Rites for the saving of man mystical number of eight.
Rites that derive their pow'r from the light of Christ resurrected
Christ who set ail men free, breaking the shackles of Hell,
Who from the blemish of sin releaseth him that repenteth,
In the crystalline spring cleansing the batherfrom guilt.
What greater proof can ye ask of the power of God who
Acting at one small point loosens the guilt of the world?34
[Oito são os muros do templo -O número que merece as sagradas I Açóes ai
celebradas; oito são os muros da fonte. I Forma mística da casa que protege os
ritos da água / - Ritos para a salvaçáo do homem místico número oito, I
-
Ritos que extraem seu poder da luz de Cristo ressurreto / Cristo que a todos
libertou, quebrando os grithoes do Inferno, ¡ Que da culpa do pecado
libertou o arrependido, I Lavando da culpa, na fonte cristalina, o que nela se
banha. I Que prova maior poderemos exigir do poder de Deus / Que agindo
sobre um pequeno ponto perdoa o pecado do mundo? j
iloje sabemos que o número oito é um número de individuaçäo, uma
expressáo de totalidade. O simbolismo do dilúvio e do batismo nos diz, por
conseguinte, que, ao passarmos pela água da solutio, nos tornamos inteiros
isto é, relacionados com o Si-mesmo.
-
o êxodo e a passagem pelo Mar Vermetho também foram vinculados, por
Paulo, ao batismo. "0m, irinAos, ipiero que saibais que nossos pais estiveram
todos debaixo da nuvem, e que todos atravessarain o mar, e todos forain
batizados em Moisés, na nuvem e no mar." (Corflidos, L, 10: 1-2 RSV.)
Jung menciona a interpretaçäo que os peratas (membros de tuna seita
gnóstica) davam ao Mar Vermeiho: "O Mar Venneiho engoliu os egipcios,
mas egipcios são todos os 'ignorantes'. . . O Mar Vermelho é a água da morte
para os 'inconscientes', mas, para os que são 'conscientes', é a água batismal
do renascimento e da transcendência."35 Agostinho diz: "O Mar
Vermelho
significa o batismo" e, de acordo corn HonOrio de Auto, "o Mar Vermeiho é o
batismo avermeihado pelo sangue de Cristo, no quai nossos inirnigos, isto é,
nossos pecados, são engolidos".36
Os alquimistas usavam a imagern do Mar Vermeiho. Diz-se que a tintura é O exército do farad aloganc
Fiori
extraída do Mar Verrnelho. Um certo texto fala da "tintura de Tiro, extraída
do nosso purissimo Mar Vermelho".37 Afirma outro: "E saibas que nosso
Mar Vermeiho é urna tintura mais poderosa do que todos os mares e que [ele] o Mar Venneiho finira, p
penetra todos os corpos."38 O termo "nosso Mar Vermelho" refere-se à trantes. (I) Era a transiçäo
aqua permanens, o solvente universal -
isto é, a forma líquida da Pedra israelitas da escravidào corn
Filosofal. Assirn, aquele que passou pela solutio do Mar Vermelho é o alvo da matéria e, na verdade, corn t
opus, o Si-mesmo. Ou, dito de outre modo, o Mar Vermelho é a totalidade da Tinha o significado gera! do
psique, o agente da solutio que o ego deve encontrar e pelo quai deve passai que vejo a ser; em termos
em sua jornada para a individuação (ver figura 3-14). levava-o a ser associado con
madon. Assim, o Mar Verme]
34. Ratiner, Greek Myths and Christian Myste,y, p.78.
o alvo da opus. Encontrava-
Mysterium Coniwwtionis, CW 14, par. 257. redentor de Cristo e corn o
"Quem são estes que vS col
35. Jung,

36. Thi.d., par. 256.

37. Ibid., par. 259. de uma grande tribulação, e


38. ¡bai.- sangue do Cordeiro. Por isso
dia e de noite, no seu templo.'
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he water
of eight,
resurrected
.es of Hell,

orn guilt.
who

ce as sagradas f Açoes ai
ta da casa que protege os
- místico número oito, f
reto I Cristo que a todos
ae da culpa do pecado
cristalina, o que nela se
er dc Deus / Que agindo

em de individuaçäo, urna
e do batismo nos diz, por
o. nos tornamos inteiros -

¿in foram vinculados, por


que nossos pais estiveram
in o mar, e todos foram
s, I, 10: 1-2 RSV.)
(membms de urna seita
cilio engoliu os egIpcios,
rnielho é a água da morte
lentes', ¿ a agua batisrnal
4

diz: "O Mar Vermeiho ¿J

ito, "o Mar Vennelho é o


rl nossos inimigos, isto é,
FIGURA 3-14
O exército do faraó afogando-se no Mar Vermeiho. (The Visconti Hours,
thielho. Diz-se que a tintura é Florença, National Library.)
da "tintura de Tiro, extraída
Putro: "E saibas que nosso
ie todos os mares e que [ele] O Mar Vermeiho tinha, para os alquimistas, vários significados interpene-
Mar Vermeiho" refere-se à liantes. (1) En a tnnsiçâo crucial do êxodo. Equiparava-se a fuga dos
a forma líquida da Pedra israelitas da escravidäo corn a redençäo do valor perdido, oculto nas Irevas da
do Mar Vermelho é o alvo da
matéria e, na verdade, corn todo o processo alquímico de transforrnaçáo. (2)
ai Vernielho é a totalidade da Tinha o significado geral do mar -o caos original , a fonte criadora de nido o
nhrar e pelo quai deve passai que veio a ser; ern termos psicológicos, o inconsciente. (3) Sua cor rubra
14). levava-o a ser associado corn a cor da Pedra Filosofal e da tintura transfor-
madora. Assim, o Mar Verrnelho era náo apenas a prima materia, mas também
o alvo da opus. Encontrava-se vinculado, de igual maneira, corn o sangue
redentor de Cristo e corn o "sangue do cordeiro" descrito no Apocalipse:
"Quern são estes que vérn cobertos de vestimentas brancas?... São os que vêm
de urna grande tribulação, e lavararn suas vestes, e as tornararn brancas no
sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem, de
dia e de noite, no seu templo." (Apoc., 7: 14, 15, AV.)
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o batismo literal de sangue era praticado no taurobdico do mitraísmo. O No momento oport
sangue associa-se ao elemento fogo; logo, o simbolismo do sangue combina estFelas e por sua cause
corn o fogo e corn a água - isto é, corn as unagens da calcinatto e da solutie.
. . . . . no batisténo do sol coi
o batismo é, em seus aspectos essenciais, um ritual de purificaçáo que seguirern o curso do sol
mente pun. E se o sol,
deixa a pessoa livre de impurezas, tanto em termos literais corno em termos oceano, por que nao de
espirituais. As lavagens erain procediinentos preliminares freqüentes em Céu, príncipe da criaçáo,
cerimônias religiosas - por exemplo, nos Mist&ios Eleusinos. Psicologi- monos no Hades e tara
camente, a sujein (ou pecado) lavada pelo batismo pode ser cornpmendida
. .
.
. nasceu para nôs cias altur
corno inconsciência, qualidades da sombra de que nao nos darnos conta. A Anteriormente, a lua fc
limpeza psicológica nao significa pureza liteS, mas consciência da própria destrutiva. Ela também exibe
sujeira que há na pessoa. Quando se é limpo em termos psicológicos, nao se positivas. Considcava-se ali
contamina o prOprio ambiente corn projeçöes de sombra (ver figura 3-15). curativa, idêntico à aqua pen
de suas lágrimas foi o que n
- -
-
Jung descreve o simbolismo d

t Luna secreta o on
-
alqufmico] "Esta Luaéc
- Mercúrio!" Também os
principio na liia que Cl
r -
relaçäo entre a ma e a
encontra na alquimia, se
i

- -
da lua provém o orvalho
as almas dos corpos ou
-
Luna in-iga o dragáo des
viver, andar, correr, to
sangue". Como a água da
preparando-o pan receb
-t
estado da inocência, qui
esposo.'1
No simbolismo eclesiástic
aqua sapienziae. Há um exo
reproduzidos em The Psych
- quadro mostra o rei e a rainli
s mortos, sobre urna laje. Gota
nuvem. Jung mterpreta o orva
FIGURA 3-15 como o "orvaffio de (edeáo",
A mulher lavando roupas. (Maier, Atalanta Fugiens, 1618.) rnteivençao divina, a umida
corresponde à recuperaçäo cl
Náo posso concluir esta seçäo dedicada ao batismo sem citar urna bela estado morto e vazio da abst
passagern que equipan Cristo ao sol, como companheiros de batismo. Seu antes do seu encontro corn I
autor é Melito de Sardes, teólogo do século H: pensavam que a opus requet
livros, meditaçäo e paeiência,,
Quando, levado por seus cavalos flamejantes, o sol completa sen
curso diário, em razäo de sua vertiginosa passagem, assume a cor do
39. Ralmer, GreekMyths and Ch*ttni
fogo, transfonnandose numa tocha ardente... Entáo, quase perdido de
vista, desce sobre o oceano... Banhando-se nas misteriosas profundezas, 4(1.Jung, Mystedwn Coniuncdoniç, CW
deixa escapar vigorosas exclamaçoes de júbilo, porquanto a água é seu 41. Ibid., par. 155.
alimento. Ele permanece uno e inalterado e, no entanto, sai fortalecido 42. lnclufdocm Jung, The Practice ofP
das profundezas, um novo sol, e faz sua luz brilbar sobre os homens, 43. Ibid.. par. 487.
depois de purificar-se na água... 44. Ibid., par. 490.
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92
taurobóleo do mitraísmo O No momento oportuno, ele é seguido pelos ntveis balouçantes das
bohsnio do sangue combma
.
.. estrelas e, por sua causa, a Lua exibe seu próprio poder. Eles se banham
no batistéño do sol como quem obedece a instruçöes, e somente por
da calcinatio e da soluijo. seguirem o curso do sol brilham a lin e as estrelas com luz verdadeira-
tIn ritual de purificação que mente pura. E se o sol, a lua e as estrelas, todos juntos, se banham no
os literais como em termos oceano, por que nao deveria Cristo ser batizado no rio Jordäo? O Rei do
rmrliminares frenfientes em
Céu, príncipe da criaçäo, sol do cS do oriente, que se fez visível para os
mortos no Hades e para os mortals sobre a tena, ele, o umco Héljo real,
F

enos Eleusmos. Psicologi-


.

nasceu para nés das alturas altíssimas do Céu


mio pode ser compreendida
e Mo nos damos conta. A Anteriormente, a lua foi citada como agente de solutio negativa ou
mas consciência da própria destruüva. Ela também exibe importantes vínculos com imagens sobremodo
termos psicológicos, näo se positivas. Consick .ava-se a lua como a fonte do orvaiho - um agente de graça
)mbn (ver figura 3- 1 5). curativa, idéntico à aqua pennanens. Chama-se Jsis de "orvaiho" e o orvaiho
de suas lágrimas foi o que reuniu os fragmentos desmembrados de Osfris.40
Jung descreve o simbolismo da lua e do orvaiho com as seguintes palavras:

Luna secreta o orvalho e o suco da vida. [Segundo um texto


alquímico] "Esta lua é o suco da água da vida, que se acha oculto no
Mercúrio!" Também os alquimistas gregos supunham que havia um
princIpio na lua que Christianos chama de "liquido do filósofo". A
t relaçao entre a lua e a alma, tAo acentuada na antigilidade, também se
encontra na alquimia, se bem que com outro matiz. Costuma-se dizer que
t -

da lua provém o orvalho, mas a lua também é a aqua minfica que extrai
as almas dos coipos ou dá a estes vida e alma. Junto com o Mercúrio,
,

Luna iniga o dragào desmembrado com sua umidade e o reanima, "fá-lo


viver, andar, correr, tomando-Ihe a cor semelhante à natureza do.
F

sangue". Como a água da abluçäo, o orvalho cal do céu, purifica o corpo,


preparando-o para receber a alma; isto é, produz o albedo, o branco
estado da inocência, que, à semelhança da lua e da noiva, espera o
esposo.41
No simbolismo eclesiástico, o orvallo representa a graça; na alquimia, é a
aqua sapientiae 1M um excelente exemplo num dos quadros do Rosariwn
.

reproduzidos em The Psychology of Transference42 (ver figura 3-16). 0


quadro mostra o rei e a rainha, após o coito, num estado de fusáo, jazendo,
mortos, sobre urna laje. Gotas de urnidade caern sobre eles a partir de urna
- es-- nuvem. Jung interpreta o orvaiho que cai como a água da Sabedoria divina ou
como o "orvaiho de Gedeáo", sinônimo da aqua pennanens. E "urn sinai da
a Fugiens, 1618.) intervençäo divina, a umidade que anuncia o retorno da alma".' Isso
corresponde à recuperaçáo do sentimento depois de se ter sucumbido ao
batismo sem citar urna bela estado morto e vazio da abstraçäo intelectual, tal como ocorreu corn Fausto
ipanheiros de batismo. Seu antes do seu encontro corn Mefistófeles. Como diz Jung: "Os alquimistas
pensavarn que a opus mqueña, nao só trabaiho no Laboratório, leitura de
linos, meditaçäo e paciância, mas também amor."«
jantes, o sol completa seu
assagem, assume a cor do 39. Greek Myths and Christian Mystery, p. 115.
Entho, quase perdido de 40. lung,Mysteriwn Coniunctionic, cw 14, par. 14.
las mistenosas profundezas.
tb, porquanto a agua é seu 41. Ibid., par. 155.
no entanto, sai fortalecido 42. IncluIdo em Jung, The Practwe of Psychotherapy, CW 16.
z brilbar sobre os homens, 43. Ibid., par.487.
44. Ibid., par. 490.

93
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A experiência da soluth
PHILOSOPHORVM transferência da questâo para
ABLVTIO VEIS respostas a questöes '9rresp
que a questäo era sintoma.
Urna variante da solg4
chamado, por vezes, "ceraçi
ceraçäo é realizada sobre w
continuamente até dtIretet-Sk
substância, jogada com mufti
produzir fumaça, assumindo i
A capacidade de derrete,
maioria dos metals, era fida
tratando-se de um metal náo
"O bismuto.. Mo se derretc
terrenas" 48. Trata-se de uni
qualidade psíquica tem corn
derreter-se, de passar para
imagem-fonte da idéia de u
bela:
FIGURA 3-16 The best ofmen & like w
O cadáver da fusäo rei-rainha Water benefits all things
sendo purificado e reanimado And does not compete n'i
pelo on'atho celeste. (Rosa- lt dwells in (the lowly) pl
rizan Philosophorwn, Frank- Wherein it comes near tc
1t\ aa:. furt, 1550. Reproduzida em
Jung, The Practice of Psiciw- ¡n h& dwelling, (the Sagi
therapy.) In h& heart, he loves wh
In his relations with aMe
O orvaiho da Sabedoria divina acentua outro aspecto da sohaio,
poder de responder a perguntas ou fornecer soluçäo a problemas. Gerhard
tu In his words, he loves sis
In government. he loves j
Dorn afinna: "A putrefaçáo quúnica é comparada corn o estudo dos ifiósofos, In business affairs, he lo
porque, assim corno os filósofos se dispéem a obter conhecimento por mejo do In his actions, he loves ci
It & because he does
estudo, assim também as coisas naturais se dispoem, por mejo da putrefaçäo, à That he & without r
soluçao. A isso se compara o conhecimento filosófico, porquanto da mesma
maneira como os coipos se dissolvem pela solução, assim, também, [O methor dos homens é calm
pelo corn cias Mo compete. I Oc
conheciinento se resolvem as dúvidas dos filósofos."45
O Rubatyat de Omar Khayyazn exprime essa mesma idéia num estilo mais -
desdérn, I Nos quais se as
a (humilde) terra; I Em scu c
apropriado à solutio: corn os outros, ama a gentilt
The Grape that can with Logic absolute governo. ama a paz; I No Irai
The Two-and-Seventy jarring Sects confute: opoitunidade. I Porquanta nâ
The sovereign akhemist that in a trice
Life's leaden metal into Gold transmute 46 O I Ching tern um h
denominado "solutia". WI
[A Uva que pode, com absoluta Lógica / Confutar as inúmeras Facçöes Dissoluçâa". Parte do comen
dissonantes: I O soberano alquimista que, num instante, /Transmuta ein Ouro a
vida do metal derretido.]
7. Ruland, A Le.ñc.on ofAkhany, p.
48. Waite,trad.,TheliennetkMusewj
45. Jung, Mysterium Coni un cilonis, CW U, par. 363.
49. Tao TehCMngouTheBookofT
46. Fitzgerald, trad., The Rubazt of Omar Khayyam, est. 42.
çáes da Editan Pensameuto: O E
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94
A experiência da solutlo "dissolve" problemas psicológicos mediante a
transferência da questAopara o domInio do sentimento. Em outras palavras, dá
respostäs a questôes "irrespondíveis" ao dissolver a obstruçäo da libido de
que a questlo era sintoma.
Urna variante da so/ratio é a liquefactio, o processo de derretiniento,
chamado, por vezes, "ceraçäo". Diz Ruland acerca desse procedimento: "A
ceraçáo é realizada sobre um corpo duro e de humor seco, que é embebido
continuamente até derreter-se... o ponto da perfeita ceraçäo é aquele em que a
substáncia, jogada corn muita rapidez sobre um prato quente, se dissolve, sem
produzir lumaca, assumindo a consistência de cera derretida."47
A capacidade de deneter-se quando sofre o aquecimento, característica da
maioria dos metals, era fida como indicio de qualidade ou de nobreza. Assim,
tratando-se de um metal nao fundivel, exclama, corn desgosto, um alquimista:
"O bismuto... nao se derrete nem pelo fogo -tal a sua aspereza e impureza
terrenas" Trata-se de um importante ponto psicológico. Diz-nos que a
qualidade psíquica tem como indicação sua capacidade de se suavizar, de
derreter-se, de passai para um fluido estado liquido. Talvez seja esta a
imagem-fonte da idéia de um gentil-homem. Lao Tse o descreve de forma
bela:
FIGURA 3-16 The best of men is like water;
adáver da fusäo rei-rainha Water benefits all things
Jo purificado e reanimado And does not compete with them.
orvaiho celeste. (Rosa-
n Philosophonun, Frank-
lt dwells in (the lowly) places that all disdain,
Wherein it comes near to the Tao.
-
1550. Reproduzida em
g. The Practice of Psicho- In his dwelling, (the Sage) loves the (lowly) earth;
therapy.) In his heart, he loves what is profound;
In his relations with others, he loves kindness;
o aspecto da solutio, seu In his words, he loves sincerity;
çao a problemas. Gerhard
In government. he loves peace;
In business affairs, he loves ability;
corn o estudo dos filósofos, In his actions, he loves choosing the right time.
r conheciincnto por mejo do It is because he does not contend
u, por mejo da putrefaçâo, à That he ¿s withozg reproach.49
ófico, poiquanto da mesma
Içâo, assim, também, pelo [O melhor dos homens é como a agua; í A água a todas as coisas beneficia I E
com elas nao compete. I Ocupa os (humildes) locals vistos por todos corn
riesma idéia num estilo mais
desdém, -INos quais se assemeiha ao Tao . II Em sua monda (o Sábio) ama
a (humilde) tena; I Em seu coraçäo, ama a profundidade, I Em suas relaçöes
corn os outros, ama a gentileza; I Em suas palavras, ama a sinceridade; / No
governo, ama a paz; I No trabalho, ama a habilidade; I Em suas açöes, ama a
oportunidade. I Porquanto náo querela, I Vê-se livre de reparos.]
O I Ching tern um hexagrama, número 59, que poderia ter sido
denominado "solutio". Wilhelm dá-Ihe o nome de "Dispersäo ou
ifutar as irnirneras Facçòes Dissoluçáo". Parte do comentário diz o seguinte:
tante, /Transmuta em Ouro a
47. ROJaDd,A Le-a.con ofAkhemy, p. 95.
48. Waite,trad.,ThellenneflcMusewn, 1:24.
49. Tao Tel, CPdng ou The Book ofTao, p. 8, tad. de Lin Yutang. [Existez» em portugués duas cdi-
cöts da Editora Pensamento: O frira do cwninhopefeito e Tao-Te KM8.]

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Para superar o egoísmo que divide os homens f preciso recorrer a tratamento nao pode ser
forças religiosas. O mejo empregado pelos grandes .govemantes para unir na qual todo o ser do n
os homens era a celebraçâo em comum das grandes festas de sacrificios e papel... Em conseqüénci
ritos sagrados... A música sacra e o esplendor das cerimônias envolviâm do paciente sejam infini
as pessoas nurna intensa emoçáo conjunta, despertando-thes a consciência tratamento do que aquila
para a origem cornum de todos os seres. Assim, a desuniâo era superada e de duas personalidades
a intransigência, dissolvida... O egoísmo e a cobiça isolam o homem. Por químicas: se houver al
¡sso é necessário que uma emoçäo de devoçäo se apodere do coraçâo dos transforniam. Em todo
homens. Eles precisam ser sacudidos por urna comoçáo religiosa diante da influenciar o paciente;
revelaçäo da eternidade.50 também influenciar o
suscetível à influència.M
Em resumo, falei dos sete principals aspectos do simbolismo da solutio: Entre médico e pac
(1) retomo ao útero ou estado primal; (2) dissoluçäo, dispersáo, produzem uma transform
desmembrarnento; (3) contençâo de urna coisa menor por urna maior; (4) forte e estável ficará coi
renascimento, rejuvenescimento, imersáo no fluxo de energia criadora; (5) paciente assimilou o mó
prova da purificaçâo; (6) soluçäo de problemas; e (7) processo de derreti- profissionais deste Últimc
do médico.55
mento ou suavizaçáo. Esses diferentes aspectos se entremesciam. Vérios deles
podem formar diferentes facetas de urna única experiência. Em termos Cada operação alqufinia
essenciais, a solutio resulta do confronto entre o ego e o inconsciente. Diz mesma inaneira como tern ut
Jung: CalCinatio pode ser experinie
A análise e a interpretação dos sonhos confronta o ponto de vista da F
do Espfrito Santo. O mesmo
consciência com as declaraçoes do inconsciente, com o que Ihe amplia o saber que, embora a soluçä
horizonte limitado Esse afrouxamento de atitudes rígidas e restritas
. enlie urna primeira e urna &
corresponde à soluçâo e separaçáo de elementos pela aqua pennanens, Primeira Mtéña; a segunda 6
que já antes estava no "corpo" e agora é atraída, corn engodos, pela arte. 5
A água é a alma ou espirito, isto é, "substância" psíquica, que é aplicada, tempo, na qual o solventi
por sua vez, ao material inicial. Isso corresponde ao uso do sentido do solução do corpo ocorre, simu
sotiho para esclarecer problemas existentes. A ' 'solutio" é definida neste A solutio
superior envob
sentido por Dorn. "Como os corpos se dissolvem pela soluçâo, assirn do corpo produz urna consoli
também, pelo conhecimento, se resolvern as dúvidas dos filósofos."51
mesmo. Kelly cita Avicena
Essa passagem descreve, em termos essenciais, o processo analítico como dissoluçäo da Pedra, porque
urna lolutio para o paciente. Contudo, o terapeuta também deve subrneter-se à espfritos, isto é, porque sua
solutio. Certos textos o afirmam explicitamente: "E portanto necessário corpo seja acomparthacla da
converter os corpos dos metais em substância fluida; porque... toda tintura "Nossa soluçäo é causa de nc
fingirá mil vezes mais urna substancia suave e líquida do que urna substância corporal causa o congelanient*
seca... Desse modo, a transmutaçáo de metals imperfeitos nao pode ser feita Eis um profundo e parad
enquanto estes estiverem secos e duros: em benefIcio dessa causa, deve-se que urna libertaçäo de partic
fazé-los retomar à sua matéria primeS, que é suave e fluida."52 E, de novo: universals. Entretanto, a parad
"Aquio que é seco em nada penetra, nem tinge qualquer coisa senào a si essencial que o procedimentc
mesmo... e também náo pode fingir, exceto se for fingido."53 psique, que unifica e reconc
Por conseguinte, paciente e agente devem ser suaves e fluidos. Isso assim ao âniago do simbolisi
corresponde ao que lung diz sobre a natureza da psicoterapia: alvo do processo. Vários terni
O relacionarnento entre médico e paciente conserva seu caráter Filosofal: "aqua pennanens'
pessoal no contexto ixnpessoal de um tratamento profissional. Mas o

50. Wilhelm, und., The ¡ Citing or Book of Changes, pp. 227ss. (Ediçäo brasileña da Editora Pensa- 54. The Practice ofP.sychotherapy, Ch
mento.] 55. ¡bd., par. 164.
51. Jung, Mysterium Conkinctionis. CW 14, par. 306 e nota 587. 6. Waite,trad.,TheHenneticMusewg
52. The Lives of the AkhemysttcalPhilosophers. p. 135.
57. Kelly, TheAkhernicai Writings ofl
53. JbW.
58. The Lives of the AkhemysticaiPhiid
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LOIflCflS é fTtCiSO recorrer a tratamento nao pode ser nada mais do que produto da influência mútua,
andes -governantes para unir na quai todo o ser do médico, assim como o de sai paciente, tern uni
andes festas de sacrificios e papel. Em conseqüência, é comuni que as personalidades do médico e
. .

r das cerimônias envolviám do paciente sejam infinitamente mais importantes para o resultado do
pertando-Ihes a consciência tratamento do que aquilo que o médico pensa e dix. Porque o encontro
. .

[1,a desuniäo era superada e de duas personalidades se assemeiha à mistura de duas substäncias
;obiça isolani o homem. Por químicas: se houver alguma combinaçao, ambas as substancias se
) se apodere do coraçâo dos transformam. Em todo trataniento psicológico eficaz, o médico deve
comoçäo religiosa diante da influenciar o paciente; mas essa influência sé ocorre se o paciente
também influenciar o médico. Nao se pode exercer influência se nao se é
suscetível à influência.54
; do simbolismo da solutio: F

Entre médico e paciente, portanto, há fatores imponderáveis que


2) dissoluçáo, dispersáo, produzem urna transformaçào mútua. No processo, a personalidade mais
menor por urna inaior; (4) fofle e estével ficará corn a última palavra. Vi muitos casos ern que ö
o de energia criadora; (5) paciente assimilou o médico, desafiando todas as teorias e as intençôes
profissionais deste último - em geral. embora corn exceçöes, em prejuízo
e (7) processo de dei-reti- do médico.55
entreniesciam. Vários deles
a experiência. Em tennos Cada operaçäo alquímica exibe um aspecto inferior e uni superior, da
,
ego e o inconsciente. Diz mesma maneiia como tern um lado positivo e um lado negativo. O fogo da
calcinatio pode ser experimentado como fogo do inferno ou como inspiraçäo
qifronta o ponto de vista da do Espirito Santo. O mesmo se aplica à sobajo. Afinna um texto: "Deyes
ite, corn o que Ihe amplia o saber que, embora a soluçáo seja urna só, simia assim podemos distinguir
atitudes rígidas e restritas entre urna primeira e urna segunda. A primeira soluçäo é ... a reduçäo à
Priefra Matéria; a segunda é aquela perfeita soluçao de corpo e espfrito a um
.

ntos pela aqua pennanens,


.

Ida, corn engodos, pela arte.


o tempo, na qual o solvente e o dissolvido sempre vão juntos, e coni essa
a" psíquica, que é aplicada,
onde ao uso do sentido do soluçao do coipo ocorre, simultaneamente, mua consolidaçáo do espfrito."56
"solutlo" é definida neste A solutio superior envolye, pois, urna transposiçáo de opostos; a soluçäo
olvem pela soluçäo, assini do corpo pmduz urna consolidaçäo do espIrito. Muitos outros textos dizern o
¡vidas dos filósofos."51 mesmo. Kelly cita Avicena: "O verthdeiro principio do nosso trabaiho é a
s, o processo analítico como dissoluçäo da Pedra, ponue os coipos dissolvidos assumiram a naturen de
tambérn deve submeter-se à espiritas, isto é, porque sua qualidade é mais seca. Para que a soluçâo do
e: "É portanto necessário corpo seja acompanhada da coagulaçáo do fri Diz oufro texto:
:uida; porque. toda tintura
. .
"Nossa soluçáo é causa de nossa coagulaçäo; porquanto a dissoluçäo do lado
uida do que urna substância corporal causa o congelamento do lado espiritual."58
erfeitos nao pode ser feita Eis um profundo e paradoxal simbolismo. O significado mais evidente é
efício dessa causa, deve-se que urna libertaçäo de particularidades concretas promove a realizaçäo de
tve e fluida."52 E, de novo: universais. Entretanto, a paradoxal interaçäo de opostos tern como significado
qualquer coisa senâo a si essencial que o procedimento leva ao Si-mesmo - o centro transpessoal da
ingido."53 psique, que unifica e reconcilia os opostos. Conseqüentemente, chegamos
ser suaves e fluidos. i assirn ao amago do simbolismo da solutio, a idéia da água que constitui o
sicoterapia: alvo do processo. Värios termos são usados para essa versäo líquida da Pedra
Filosofal: "aqua perinanens", "eli.xer vitae", "tintura", "água filosofal",
jeme conserva seu caräter
miento profissional. Mas o

(Ediçio brasileira da Editora Pensa-


54. The Practice ofPsychotherapy. CW 16, par. 163.
55. ibid., par. 164.
6. Waite,trad.,TheffennericMusewn, 1:40.
57. Kelly, The Alchemical Wñtings ofEdward Kelly, p.49.
58. ThetivesoftheAlchemysticalPhilosophers, p.219.

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"solvente universal", "água divina", e assim por diante. A água como alvo da Essa so/udo superior ¿
opus é descrita no seguinte texto: prova e estabelece a xelaç
explicitamente os mitos do
[Os filósofos] dizem que toda açäo e substancia da obra nada são
aiém da água; e que o seu tratamento também nao ocorre senão na água... soluao vem do Si-mesmo.
E sejam quais forem os nomes que os filósofos tenham dado à sua pedra, Aquilo que nào merece s
eles sempre se referem a essa mesma substância, isto é, à água de que recomposto em novas forma
tudo [se original e na quai tudo está [contido], que a tudo rege, na quai vital muova-se a si mesi
são cometidos enos, e na quai se corrigern os próprios erros. Dou-Ihe o transpessoal cooperará corn
nome de água "filosofal", nao água comum, mas aqua niercurialis.59
prelúdio à vinda da personal
Aqui, a água filosofal em que flido ocorre é tanto o inicio como o final da
opus, a prima materia e a Pedra Filosofal. E mn símbolo líquido do
Si-mesmo, que contém os opostos e que transforma todas as coisas unilaterais
em seu contrário. Assiin é que se dir "Essa (divina) água toma os mortos
vivos e os vivos mortos; ilumina as trevas e escurece a
Da mesma maneira como se identificava a Pt
Filosofal corn Cristo,
assim também se vinculava a água divina dos alquimistas com a água viva que
Cristo equiparou a si mesmo no Evangelho de São João: "Quem beber da
água que eu the der nao mais padecerá de sede. A água que eu dou é urna
fonte interior que sempre jorra para a vida eterna." (Joâo 4:14, NEB.)
"Quem tiver sede, que venha a mim; aquele que crer em mim beberá. Como
dizem as Escrituras: 'Torrentes de água viva jorraräo de dentro dele." (Joáo
7:38, NEW)
Um interessante paralelo onírico das "torrentes de água viva" chamou
minha atençáo. No curso de urna certa sessäo, o analista mostrou grandes
recursos no oferecirnento de urna rica ainplificaçâo do sonho do paciente. A
noite, o paciente sonhou que zuna torrente de água límpida como cri stai fluía
da boca do analista. Esse episOdio é um excelente exernplo da declaraçáo de
Jung: "A análise e a interpretaçâo dos sonhos... corresponde à soluçáo e
sep araçäo de elementos pela aqua pennanens."61
O salmista exclama, dirigindo-se a Deus: "Minh'alma tern sede de ti,
numa seca e sedenta terra onde nao l-il água." (Salmos, 63: 1, AV.) Quase
como urna resposta a essa exclamaçäo, urna receita alquímica de solutio come-
ça com as seguintes palavras: "Se souberes irrigar esta terra árida corn a água
apropriada dilatarás os poros da terra." Jung dá a ela a seguinte interpretação:

Quando contemplares como estagnaçäo e estéril deserto tua falta de


fantasia, de inspiraçäo e de vivacidade interior, e impregnares isso com o
interesse que em ti desperta o alarme por perceberes tua morte interior,
entáo algo pode acontecer contigo, já que teu vario interior oculta uma
plenitude tAo grande quanto ele mesmo, contanto que permitas que ela
penetre em ti, Se te mostrares receptivo a esse "clamor do deserto", entâo
o anseio por plenitude dará vida ao ermo estéril de tua alma, como a
chuva revive a terra árida.62

59. Jung, Psychology and Alchemy, CW 12, par. 336.

60. Jung, Mysterlwn Coniuncüonis. CW 14. par. 317.


61. ThÜL, par. 306.

62. Ibid., par. 190.

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diante. A água como alvo da Essa solutia superior é um encontro corn o Nwninoswn, que submete à
prova e estabelece a relaçäo do ego corn o Si-mesmo. Como nos dizem
explicitamente os mitos do dilúvio, o dilúvio vem de Deus; quer dizer, a
aibstância da obra nada são solutio vem do Si-mesmo. Aquilo que vale a pena salvar no ego é salvo.
a nAo ocorre senáo na água...
bs tenham dado à sua pedn,
Aquilo que nao merece salvaçäo é dissolvido e derretido a Gin de ser
ância, isto é, à água de que recomposto em novas formas de vida. Por conseguinte, o permanente processo
Io], que a tudo rege, na quai vital renova-se a si mesmo. O ego comprometido corn esse processo
os prOprios erros. Dou-ihe o transpessoal cooperará corn ele e experimentará sua prOpria reduçao como um
mas aqua mercurialis.59 preiúdio à vinda da personalidade mais ampia, a totalidade do Si-mesmo.
anto o inIcio como o final da
E um símbolo líquido do
na todas as coisas unilaterais
livina) água torna os moflos
ece a luz."60
Pet Filosofal corn Cristo,
iimistas corn a água viva que
São Joäo: "Quem beber da
A água que eu dou é urna
erna." (Joäo 4:14, NEB.)
crer em mim beberá. Como
aráo de dentro dele." (Joäo

ines de água viva" chamou


o analista mostrou grandes
Ao do sonho do paciente. A
¿a iúnpida como cri sta! fluía
te exemplo da declaraçäo de
corresponde à soluçâo e

'Minh'alma tern sede de ti,


:Salmos, 63: 1, AV.) Quase
a alquímica de solutio come-
esta terra árida com a água
ela a seguinte interpretação:

e estéril deserto tua falta de


Dr, e impregnares isso corn o
rceberes tua morte interior,
ni vazio interior oculta urna
Uanto que pennitas que ela
"clamor do deserto", entäo
estéril de tua alma, como a

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(irithöes
Corpo
imortal'N
Prisäo
Assjm como a calcinai
Muiher
j Queda
Descida /
Diamante
operaçáo da agua e a subTh
Liniltaçáo
/
Fedra pertence ao simbolismo do

/Ara
Conlulictie j Culpa
operaçôes alquímicas, a cca
Crime
Pe' Mat&ia

/
Lua Cera

\ -
N. no laboratOrio. O resfriamev

-
Relacionamento sólido dissolvido num solver
\ Saturno Chumbo Terna mesma maneira, urna reaçäo

/\
Negnwne
Naaoimento
Cr - por exemplo, a coagulaçäo
Tecer Em termos essencials, a
Batedma Criaçäo
Agitaçâo COAGIJLATIO jRoupas J em terra. "Terra" é, por con
Açáo I
fl&c)ii
e permanente, a terra tern
I"Proeza Túmulo
Canse
(rto Fixaüo mejo
da volatilizaçáo, neu

/ recipiente, ao contrário da
tiorte
Coth
4

para um conteúdo psíquico


j__Sepntio / Comer
Sujeiç
N.
Unlias forma localizada particular -
Foga Pta 'N 4-1).
Fruto 'N Costuma-se equiparar
Eucaristia
[) .- Expulsto Phi!osophorwn, a afinnaçâo
fCalcinatlo do
ParaÇso
Refciçao tendo dito a elas: Sejarn, e ei
rimai
Mel Alimento da
tena, a agua, o & e o fogo, q
imartalidade ricatto iniagens explicitas de coas
ricanos, aparece com frequâs
um "merguihador da terra"
mar.3 Por exemplo, um mito
reunidos no céu-mundo; em
enviado para fazer urna expl

I. Ruland o denomina "Coagulaçuo;


gadas, o resto é solidificado. A
meio do aquecimento, gnças ao ç
fluidez". (Ruland,A Lexicon of Alci
2. Waite, trad., Turba Philosophorwn
3. Há um exemplo disso em ElIade,Fi

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*4 Coagulatio -j.

:0t
Assiin como a calcinado é a operaçâo do elemento fago, a solutio a
operaçäa da água e a subthnatio a operação pertinente aa ar, a coagulatio

Matbi(
Pedra pertence ao simbolismo do elemento term. Tal como ont
com todas as
operaçôes alquímicas, a coaguiatio refem-se, em primeim lugar, à experiência
r Argila
fl labotatóno. O resfrianiento pode transformar um
líquido num sólida. Um
__/:::- sólido dissolvido num solvente reaparece quando o solvente é evaporado) Da
ra Negrume mesma maneira, uma reaçáo química pode produzir um novo composto
sólido
Fiar - por exemplo, a coagWaçäo da clara de ovo quando esta é aquecida.
Tecer Em termos essenciais, a coagula/io é o processo que transforma as coisas
Roupas
em tena. "Tena" é, por conseguinte, um dos sinôninios de coa julatio.
Pesada
orp( TámuIo e permanente, a terra tem forma e posição fixas. Nao desaparece no
ar por
Enearnaçáo
NN meio da volafihizaçäo, nem se adapta facilmente à forma de qualquer
recipiente, ao contrário da água. Sua forma e localizaçâo são fixas; assiin,
i

Morte
'ujeiçao \ / para um conteúda psíquica, tomar-se tena significa cancretizar-se numa
\ / forma localizada particular - isto é, tornar-se ligado a um ego (ver figura
Io '%% 4-1).
ido
Costuma-se equiparar a coagulado cam a criaçáa. Há, em Turba
Ecaristia
Philosophorwn, a afirmaçäo: "Deus criau todas as coisas pela sua palavra,
Refeiçáo tendo dito a elas: Sejam, e elas faram feitas com os quatro autros elementos, a
ritual
terra, a água, a ar e o faga, que Ele coagulou."2 Certos mitas da criaçäa usan'
fMortificatio magens explícitas de coagulatio. Na cosmogania dos Indios
norte-ame-
ricanos, aparece corn freqüência a afirmaçäa de que a mundo foi criado par
um "merguihadar da terra" que trouxe pedaços de laina das profundezas
do
mar.3 Par exemplo, um mito cherokee diz: "Originalmente, os animais forain
reunidos no cáu-mundo; embaixa, tudo era água. O Besoura da Agua f iii
enviada para faz.er urna exploraçäo. Depois de percorrer toda a superficie da

1. Ruland o denomina "Coagulaçäo por Segregaçäo", e afirma que "quando certas porçóes são
segre-
gadas, o resto solidificado. A operaçäo podeS ser denominada Solidificaçäo. Realiza-se por
mejo do aquecimento, graças ac quai o humor evapora ou enta, cemovendo-se
fluidez". (Ruland,A Lexicon ofAkhemy, p. 107.) assim a causa da

2. Waite, trad., Turba Phi!osophoru'n, p.25


3. Ha um exemplo disso em Ellade, From P ves to Zen. p. 88.

101
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Um homem de nta-idw
corn um "sentimento de desai

É madn4gada, a Il
merguihado até a cintun
n- negra, limo e excremenj
estende até o horizonte.
criaçäo. Começo a agitc
* e e persistente esforço. C
pântano primevo passa
g
sol se eleva no horizc
propiciando terra sólid
terreno firme.

Esses mitos nos dizer


(mergutho, batedura, movime
-4 aprendeu do EspIrito de M'
termos psicológicos, signifi
promovern o desenvolvinient,
ação , a batedum da realidade,
o Turba Philosophorwz
FIGURA 4-1 "Toma o mercúrio, coagnla.
A terra nutre o Filius Philosophorum. (Maier, Ata/anta Fugiens, 1618.) no Enxofre que nAo queima,
química reconhecível. Se
água sem encontrar repouso, merguthou nas profundezas, de onde trouxe um quantidade de outro metal,
pouco de lama, da quai a Terra se desenvolveu por adiçäo. Quando a terra solidificará. Da mesma maw
secou... os animais desceram."4 formar sulfeto de mercúrio s
Há urna interessante imagem de coagulatio na mitologia hindu. Depois queima deixa clara a supet
que o dilúvio (solutio) destruiu todas as pessoas, menos Manu, o Noé hindu, químicos.
era necessário recuperar objetos de valor perdidos na inundaçáo. "Deuses e A substância a ser coagi
gênios bateram o oceano de leite, usando a grande serpente (Sesa-naga) de Mercúrio acerca do quai
como corda e a Montanha Lenta (Mandan) como haste."5 Desse processo, essenciais, o espírito autâ
vários objetos, como a manteiga a partir do creme, foram coagulados. Essa paradoxal do Si-mesmo tim
mesma imagem recebe urna aplicaçäo psicológica nos Upanishads: "Ta! como coagulatio significa nada me
a manteiga oculta no leite, a Pura Consciéncia (vijnanam: o estado de Atman individuaçäo. Os efeitos mer
como Brabman, a bênçäo absoluta) está em todo ser. Deve ser batida de de todos os complexos autôn
maneira constante, servindo a mente de haste de bater."6 Anaximandro urna contribuiçäo à coagulasi
também expressa a idéia de que o mundo foi coagulado, vindo a ser, mediante O texto menciona trés ai
um movimento de agitaçáo ou de batedura: "Ha um eterno movimento, no enxofre. Magnésio significa'
qua! se produziu a origem de todos os mundos."7 Concebia-se esse "eterno representa hoje; era um term
movimento" como um vórtice que se manifestava no "ilimitado" (apeiron), a crus ou rnisturas impuras.'0 I
prima materia, aproximando-se bastante do mito hindu.

4. Alexander, The Mythology of All Races, 10:60.


8. Ooethe,Fausto, pt. I, verso, 1237.
5. Dani6lou, Hindu Polythelsn, p. 167.
9. Jung, Akhemical Studies, CW 13, pi
6. Zimmer, Philosophies of India, p. 369.
io. ver Ruland, A Le4con ofA/chan)
7. Burnet, Early Greek Philosophy. p. 52.

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102
Um hornem de meia-idade que passava por urna importante reorientaçäo,
corn um "sentimento de desaparecimento da vetha ordern" sonhou o seguinte:

É madrugada, a luz do sol nascente corneça a aparecer. Estou


rnergulhado até a cintura mona substânciaforrnada pela mistura de lama
r' negra, limo e excrementos. Aldo M ninguém por peno e a escuriddo se
estende até o horizonte. E como o começo do mundo, o primeiro dia da
criaçdo. Começo a agitar as pernas, batendo a lama negra corn enorme
e persistente esforço. Continuo a fazê-lo horas a fo e, aos poucos, o
44J pantano primevo passa a endurecer e a tornar-se finne. Percebo que o
sol se eleva no horizonte e que seu calor está secando a água e
propiciando terra sólida. Antecipo que terei condiçôes de pisar num
terreno firme.

Esses mitos nos dizem que a coagulatio é promovida pela açäo


(merguiho batedura, movimento de espiral) Eles correspondern ao que Fausto
,
.

aprendeu do Espfrito de Mefistófeles: 'No principio, era a proeza. " 8 Em


'

termos psicológicos, significa que a atividade e o movimento psíquico

te promovem o desenvolvimento do ego. A exposiçáo à tempestade e à tensäo da


açáo, a batedura da malidade, solidifica a personalidade.
o Turba Philosophoruin dá a seguirne receita alquímica de coagulado:
"Toma o mercúrio, coagula-o no corpo de Magnésio, no Kuhul (chumbo) ou
ttalanta Fugiens. 1618.) no Emcofre que náo queima, etc." (Diction I I .) Esse texto tern urna referéncia
química reconhecível. Se o meitúrio for amalgamado oem urna gande
undezas, de onde trouxe um quantidade de outro metal, como por exemplo o chumbo, o ainálgama se
por adiçäo. Quando a tena solidificará. Da mesma maneira, o mercúrio combina-se corn o enxofre para
formar sulfeto de mercúrio sólido. Todavia, a referência ao enxofre que näo
na mitologia hindu. Depois queirna deixa clara a superposiçáo de mn significado psíquico nos fatos
menos Manu, o Noé hindu, químicos.
)S fl& irnindaçáo. "DtUS5 e A substcia a ser coagulada é o mercúrio fugidio. Trata-se do EspIrito
:rande serpente (Sesa-naga) de Mercúrio acerca do quai Jung escreveu amp1amente. Ele é, em termos
no haste."5 Desse processo, essenciais, o espírito autônomo da psique arquetípica, a manifestaçäo
me, forain coagulados. Essa paradoxal do Si-mesmo transpessoal. Submeter o Espirito de Mercúrio à
nos Upanishads: "Tal como coagulado significa nada menos que ligar o ego com o Si-mesmo, realizar a
U,wnam: o estado de Atinan individuaçáo. Os efeitos menores do fugidio Mercúrio aparecem nos efeitos
Jo ser. Deve ser batida de de todos os complexos autônornos. A assimilaçäo de urn complexo é, portanto,
de batet."6 Anaximandro urna contribuiçäo 'a coagulado do Si-mesmo.
ulado, vindo a ser, mediante O texto menciona trés agentes da coagulatio: o magnésio, o chumbo e o
um eterno movimento, no enxofre. Magnésio significava, para os alquimistas, algo diferente do que
'7 Concebia-se esse "eterno representa hoje; era um termo genl que designava vários minérios metálicos
no "ilimitado" (apeiron), a crus ou misturas impuras.'° Psicologicarnente, isso pode ser urna referéncia à
iindu.

8. Goethe,Faus:o, pL 1, verso, 1237.


9. .lung,Akhemkal Studies, cw 13, pars. 239ss.
IO. Ver RuJand,A Lexicon of Alchemy, "magnesia" e "marcasite".

103
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uniäo do espIrito transpessoal corn a realidade humana corriqueira. Talvez um aspecto característico d
seja esse o sentido da observaçäo de Jung relatada por Aniela Jaffé: "Quando simbolismo do enxofre, i

Jung, na casa dos oitenta anos, discutia corn um grupo de jovens psiquiatras, palavras:
em sua residência, o processo de se tornar consciente... tenninou o que dizia
corn as surpreendentes palavras: 'E assim, vocês têrn de aprender a se
O enxofre constit
tornarem inconscientes de modo decente." psicológica, a força
O próximo agente da coagidatio é o chuïnbo. O chumbo é pesado, vontade, melhor coi
sombrio e incôrnodo. E associado ao planeta Saturno, que carrega as consciência; do outro,
qualidades da depressáo, da rnelancolia e da lirnitaçáo mortificante. Assim tário, que vai desde o i

sendo, o espIrito livre e autônorno deve vincular-se corn a pesada realidade e O dinamismo incon
compulsäo é o grande
com as liinitaçôes das particularidades pessoais. Na prática analítica, esse nossa vontade consciej
vínculo corn o chumbo costuma ser efetuado quando o indivIduo assume que está dentro de
responsabilidade pessoal por fantasias e idéias inconstantes mediante sua destruidor, on como w
expie ssäo diante do analista ou de outra pessoa significativa. E surpreendente
a diferença entre urna idéia pensada e urna idéia falada. E a mesma diferença o enLxofre é paradoxal:
entre o mercúrio e o chumbo (ver figura 4-2). ao mesmo tempo se aprese
parte do significado do en
chegamos à conclusáo de qi
No Nove Testamento,
pecaminoso: 'Porque So
concupiscéncia dos olhos e
e e (1 Joäo, 2:16, RSV.) De i
tao patentes, como são o
idolatria, a feitiçaria, as ini
as discórdias, as heresia
devassidOes, e outras coisa
O desejo ilTefreado é
2t' coagulado da psique -,
'F encarnaçâo. Por exemplo,
e livro tibetano dos martas. C
a alma tern visöes de casai
t
for de um homem, tern de
"yr mulher, desejo pelo pal e

U, 4 --**t .-
r
manifestaçäo da natuieza d
torna substancial. Assim,
desejo, nao haveria seile
imagem neoplatónica da en
FIGuRA 4-2 motivaçäo pelo desejo: "C
Águia agriihoada a urn animal do solo. (Stolcius, Viridariwn Chymicwn, luz perpétua, e tendo conb
1624. Reproduzida em Read, Prelude to Chemistry.) de sua 'vida', dita na tt
pensamento voltado para a
O terceiro agente coagulador mencionado é o enxofre. Sua cor amarela e
12. Jung, Mysteriwn Coniunctioth,
seu caráter inflamável o associam ao sol. Por outro lado, seus vapores
13. mid., par. 153.
impregnam de mau cheiro e escurecern a maioria dos metais, razäo pela qual é
14. Evans-Wentz, org., The Tibeta
mento.]
1. Jaff, The Myth of Meaning, p. 149. IS. Bochme, "Forty Questions",
88.
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humana coniqueira. Talvez aspecto cancterístico do inferno. Jung sintetiza sua brilhante discussäo do
da por Miela Jaffé: "Quando simbolismo do enxofre, em Mysterium Coniunctionis, corn as seguintes
tgrupo de jovens psiquiatras, palavras:
ciente... teiminou o que dizia
oth têm de aprender a se o enxofre consúmi a substâneja ativa do sol ou, em linguagem
psicológica, a força impulsionadora da consciência: de um lado, a
uml,o. O chumbo é pesado, vontade, melhor concebida como um dinamismo subordinado à
ta Saturno, que canega as consciência; do outro, a compulsäo, uma motivaçâo ou impulso involun-
limitaçao moitificante. Assim táflO que yai desde o simples interesse até apossessao propriamente dita.
0 dinamismo inconsciente correspondena ao enxofie, porque a
r-se corn a
p iuuauc
1A #1
e .1

compulsäo é o grande mistério da existéncia humana. E o cruzamento da


L. Na pratica analítica, esse nossa vontade consciente e da nossa razäo por urna entidade inflamável
quando o indivfduo assume que está dentro de nós, manifestando-se on como um incéndio
s inconstantes mediante sua destruidor, ora como um calor que gen i1
significativa. É surpreendente
Lfalada. É a mesma diferença O enxofre é paradoxal: 'Como comiptor, tern afinidade com o diabo, mas
'

ao mesmo tempo se apresenta como um paralelo para Cristo."13 Portanto, se


parte do significado do enxofre é desejo - procura do poder e do prazer -,
chegamos à conclusäo de que o desejo coagula.
No Nove Testamento, a carne é equiparada explicitamente ao desejo
2 pecaminoso: 'Porque nido o que há no mundo, a concupiscência da came, a
concupiscencia dos olhos e o orguiho da vida, Mo é do Pai, mas do mundo."
\ (1 Joao, 2:16, RSV.) De igual forma, Paulo disse: "Mas as obras da carne es-
tao patentes, como são o adultério, a fomicaçäo, a impureza, a lascIvia, a
idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os zelos, as iras, as brigas,
as discordias, as heresias, as invejas, os assassínios, a embriaguez, as
cievassidoes, e outras coisas semeihantes." (Gal., 5: 19-21, AV.)
O desejo irrefreado é nào apenas característica da carne - o aspecto
r
coagulado da psique -, como, ao que se afirma, inicia o processo da
04 encarnaçäo. Por exemplo, encarnaçäo e desejo se achani vinculados em O
-
livro tibetano dos monos. Quando está para encarnar-se e alojar-se num útero,
a alma tern visóes de casais em coito e dela se apossa um intenso desejo: se
for de um homem, tem desejo pela mae e aversäo pelo pal; se for de urna
muffler, desejo pelo pal e aversão pela mae.'4 Jacob Boehme, tratando da
manifestação da natureza divina, diz: "Ao desejar, a vontade se contrai e se
toma substancial. Assim, criam-se trevas dentro dela, ao passo que, sem o
- desejo, nao haveria senáo quietude eterna, sem substancialidade."5 Uma
iznagem neoplatônica da encarnação da alma também atribui a esta o estado de
motivação pelo desejo: "Othando a terra daquela altIssima esfera e daquela
ñus, Viridariwn Chynicw'n, luz perpétua, e fendo contemplado com secreto desejo a tentaçäo do corpo e
leto Chemistry.) de sua 'vida', dita na tena, a alma, pelo proprio peso disso faz seu
pensamento voltado para a terra afundar gradualmente na direção do mundo

o enxofre. Sua cor amarela e 12. Jung, Mysterium cots ,wtionth, CW 14, par. 151.
w outro lado, seus vapores 13. Ibid., 153.
dos tazáo pela quai é .

14. Evans-Wentz, org., The Tibetan Bookof the Dead, pp. xiv sa. [0 livra tibetano dasmortos, Pensa-
mento.]
15. Bochme, "Forty Questions", citado em Personal chrnthruty: The Doctrine of Jacob Boehme, p.
88.

105
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inferior... Em casa esfera (por que passa) é revestida por um invólucro etéreo,
pelos quais se reconcilia, por etapas, corn a companhia de suas vestes terre-
nas. E assim é que ela passa por tantas mortes quantas são as esferas que per-
corre quando se dirige para aquio que, na terra, é chamado 'vida'." 16
Nesta passagem, vincula-se o processo de encarnaçáo com o desejo, corn
urna descida ou queda do céu e corn o vestir-se, O motivo da queda do céu em «A;
conseqüência da soberba ou da paixäo remonta ao Génesis 6, 2 (AV): "Virarn
os flihos de Deus que as fithas dos hornens eram formosas; e tornaram por
esposa aquelas que de entre elas escoiheram." Também tern releirância a 4
rebeliäo de Lúcifer, bern como sua queda do céu, descritas de modo tao belo
por Milton:

He trusted to have equal' d the most High,


¡f he opposed; and with ambitious aim
Against the Throne and Monarchy of God
Rais'd impious War in Heav'n and Battei proud
With vain attempt. Him the a/mighty Power
Hurl'd headlong flaming from th' Ethereal Skie
With hideous ruin and combustion down
To bottomiess perdition, there to dweil
In Adamantine chains and penai Fire,
Who durst defie th' Omnipotent to Antis.17
[Pensou ter-se igualado ao AltIssimo I Ao se opor; e corn urn objetivo
ambicioso / contra o Trono e o Reinado de Deus I Moyeu inipia guerra no céu
e batalhou orguihoso I Em vA investida. Contra o Poder supremo /
Arremessou as chamas do Céu etéreo I Causando rnedonha ruIna e incêndio I
Para que sua perdiçâo fosse eterna e tivesse por morada / lnquebráveis
griihóes, / E fosse castigado pelas chamas I Quern se atreveu a desafiar o
Onipotente.]
Essa passagem contém elementos do simbolismo da calcinatio, mas sua
referéncia principal é a coaguiatio. Trata-se de urna magnífica descrição do -

ato pré-consciente original que assentou os alicerces do ego. Os anjos ou seu


equivalente ainda caern do céu nos sonhos modernos (ver figura 4-3).
Urna jovem rnuther que padecia de urna deficiência de desenvolvimento i k'
do ego - urna falta de consciéncia da sua identidade femmina - teve, no inicio
da análise, o seguinte sonho: S'

(Resumido) Chamaram-me à janeia para observar um fenómeno no


céu. Ao contemplar a lua, vi outro corpo emergir de detrás deia algo -
parecido corn urna segunda lisa. De repente, o segundo corpo começou a
explodir em cores espetacuiares, como se fosse urna bomba J]
explodindo. Pensei que estávarnos presenciando o nascimento de urn
novo sol. Subitarnente, durante outro evento explosivo, urna pane do
novo corpo foi atirada no espaço e caiu em nosso apartamento.
Corremos dali ornais rápido possivel, temendo que fosse radioativa.
A queda dos anjos rebel&
CI
16. Macrobius, tn Soma. Scip., citado cmJonas, The Gnostic Reh5 ion, p. 158.
17. Milton, "Paradise Lost", in Milton: Complete Poetry and Selected Prose, b!oco 11, versos 40-49.

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tda por um invólucro etéreo,
panhia de suas vestes terre-
uitas são as esferas que per-
chamado 'vida'."16
arnaçäo corn o desejo, corn
motivo da queda do céu em
Génesis 6, 2 (AV): "Viram
n formosas; e tornaram por
Também tern relei'ância a
- - - - . -
descritas de modo tAo belo

je

opor; e corn um objetivo


Moyeu úripia guerra no céu
ontra o Poder supremo I
medonha rufna e incêndio /
por monda / Inquebráveis
em se atreveu a desafiar o

smo da calcinatio, rnas sua


F

k-. s-t
-- -

-'j
--
-'
--

mm magnífica descriçäo do -
-

cesdoego.Osanjosouseu - -

os(verfigura4-3). j' 1
ciéncia de desenvolvirnento p- tr -

Jefeminina-teve, no início

- T

ri observar ¡un fenómeno no


iergirdedetrásdela-algo 4%,
o segundo corpo começou a - -

se fosse zuna bomba H


- -T

fando o nascimento de um
ro explosivo, urna parte do n -

'u em nosso apartamento.


io que fosse radjoativa. FIGURA 4-3
A queda dos anjos rebeldes. (Les Très Riches Heures du Duc ¿k Beny.
Chantilly. Musée Condé.)
rinri, p. 158.

,:edProse, bloco 11, versos 40-49.

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Este sonho encorajou-ine a perseverar num lento e difícil processo O mel, graças às suas q
terapéutico. Um aspecto importante desse processo foi o gradual desenvol- antigos como um remédk da
vimento da capacidacle de oelacionamento pleno da paciente corn um homem. algumas comunidades cristis
Sonhos de aviñes ern choque e de objetos cadentes costumarn referir-se à Nos sonhos modernos, z
coagulatio. Exemplo disso é o sonho de urn homem que se encontrava no em geni indicam urna tend
processo de desenvolvimento de urna relaçáo mais autêntica com sua i-eligiäo: que requer urna interpretaç
indicam urna auténtica neci
Encontro-me no centro de Manhattan Prédios altos estäo sendo
. suscitar resisténcias porque d
demolidos. Um enorme bloco de pedra, da parte superior de um dos de provocar a dor e o confli
predios, cai corn estrépito no chao e quase me atinge. esta sólida, totalmente sól
dissolver-se riunì orvalho."
o sonhador associou o bloco de pedra corn Pedro, a mcha sobre a quai explicitamente a coagulatio
Cristo erigiu sua Igreja. (Mat., 16:18.) entre ela e Saturno, o princ
A experiência psicoterapéutica cornprova a idéia de que o desejo promove (ocorre) em Saturno"P Seg
a coagulatio. Para aqueles que já se achain movidos pelo desejo, a coagulatio austero e adstritivo regente
náo é a operaçáo necessária. Contudo, muitos pacientes têm um investimento Saturno tern em seu poder
inadequado de libido, urna fragilidade em termos de desejo que por vezes forças, dal vindo a corporeid
beira a anedonia. Essas pessoas näo sabem o que querem e temem os matriz de todos os espfritos
próprios desejos. Assemelham-se a almas nao nascidas que, no céu, fogem da iniciador de toda a corporeid
queda na realidade concreta. Elas precisarn cultivar seus desejos - figura 4-4). A natureza pm:
procurá-los, alirnentá-los e agir de acordo com eles. Sornente depois que o Chaucer, que o faz dizer:
fizerern a energia psíquica se mobiizará para promover experiência de vida e
desenvolvimento do ego. Na psicoterapia, o surgimento de desejos de transfe- My course, which has so
Has power more than wç
réncia indica com freqüência o início de um processo de coagulatio, razäo por Mine is the drowning in t
que deve ser tratado corn cautela. Mine is the dungeon undd
O atrativo do desejo é a doçura da realizaçào. O mel, na qualidade de Mine is the hanging and.
exemplo supremo da doçura, é, portanto, um agente de coagulado. Diz Rebellion, and the base e
Paracelso que "a matéria primeira do mel é a doçura da terra, que reside nas The groaning and the pri
And vengeance and aine,
coisas que crescem naturalmente". E, outra vez, o mel "é a matéria primeira While yet! dweel within
concretizada, porquanto o mel e a cera são urna só coisa' ',18 Segundo a receita
i

Mine is the ruining of all


do alquimista Dorn, um dos agentes necessários para a uniäo do espfrito corn And tumbling down of u»
o corpo (unio mentalis) é o rneI.' Jung comenta, a respeito do uso do rnel por Upon the miner and the e
! struck down Samson, dz
parte de Dorn: And mine are all the malt
Por conseguinte, a mistura adquiriu a propriedade, nAo apenas de The treasons dark, the mi
eliminar as impurezas, mas também de transformar o espfrito em corpo; My glance is father of ail
diante da proposta conjunçäo entre o espfrito e o corpo, isso parecia um
indicio particularmente promissor. Para dizer a verdade, a "doçura da [Minha Órbita, que tern de pci
terra" nAo é isenta de perigos, porque, corno vimos..., o mcl pode qualquer homem pode imagin
transformar-se num veneno mortal. Segundo Paracelso, o mel contém Minha a masmorra na parte m
"Tartarum", o quai, como seu nome implica, vincula-se corn o Hades. estranguia pela garganta; /
Ademais, "Tartarum" é um "Saturno calcinado", tendo por isso mesmo multidäo, / Os gemidos, os
afinidades corn esse planeta maléfico.20 sançôes arbitrárias-tudo é nie
I Minha é a ruina de todos o
*
Em inglés, anhedonia. Vincula-se à palavra aredo (do grego Anaides = que nao tern órgäos sexuais).
N. do T. 21. Eisler, Orpheus the Fisher, pp. 242
18. Paracelso, The Flennetic and Aichemical Writings of Paracelsus, 2:74. 22. Bonus de Ferrara, The New Pearl.,
¡9. Jung,Mysteriu,nconiunctior,js, cw 14, par. 683. 23. Boehme,Aurvra, p.687.
20. ibid., par. 687. 24. Chaucer, "The Knight's Tale", ini
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m lento e difícil processo O mel, graças às suas qualidades de pmsavaçäo, era considerado pelos
s so foi o gradual desenvol- antigos como um remédlo. da imortalidade, tendo sido usado na Eucaristía em
a paciente corn um homem. algumas cornunidades cristAs primitivas.2'
ke noes costuinam referir-se à Nos sonhos modernos, itferéncias a doces (balas, bolos, biscoitos, etc.)
- nl que se encontrava no
autêntica corn sua religiäo:
em gera! indicam urna tendência regressiva de busca infantil de prazeres, o
que requer urna interpretaçäo redutiva (mortjficatio). As vezes, contudo,
indicam urna auténtica necessidade de coagulatia. A coagulatio costuma
L Prédios altos estäo sendo suscitar resistências porque dA a impressäo de ser moralmente ambigua, capaz
J parte superior de um dos de provocar a dor e o conThto. O protesto clássico é o de Hamlet: "Oh! Se
esta sólida, totalmente sólida carne pudesse derreter-se, I Evaporar e
dissolver-se num orvaiho." (Ato 1, cena 2, verso 129.) De fato, associa-se
a rocha sobre a quai explicitaniente a coagulatio ao mal. É o que demonstra a ligaçäo alquímica
rPedro, entre ela e Saturno, o principio maléfico. Diz um texto que "à coagulaçäo
é ia de que o desejo promove (ocorre) em Saturno".22 Segundo Jacob Bochme, "Saturno, esse Mo, áspero,
.Io s pelo desejo, a coagulatio austero e adstritivo regente, nào tern scu inIcio e matriz no sol; porque
cientes têrn unì investimento Saturno tem em seu poder a câmara da morte, servindo para secar todas as
os de desejo que por vezes forças, daí vindo a corporeidade. Pois assim corno o sol é o coraçáo da vida, e io
o que querern e temem os matriz de todos os espfritos do corpo deste mundo, assini também Saturno é h« (!
scidas que, no céu, fogem da iniciador de toda a corporeidade, cornpreensibilidade ou palpabiidade"23 (ver
R cultivar seus desejos - figura 4-4). A natureza profundamente maligna de Saturno é expressa por ÉcZ.
eles. Sornente depths que o Chaucer, que o faz dizer: IOLl
)mover experiência de vida e
My course, which has so wide a way to turn,
mento de desejos de transfe- Has power more than any man may know.
esso de coagulaxio, razäo por t
MUW is rn drowning in the sea below;
Mine is the dungeon underneath the moat;
;äo. O rnel, na qualidade de Mine is the hanging and strangling by the throat;
agente de coagulatio Diz Rebellion, and the base crowd's murmuring,
Th groaning and the private poisoning,
.

çura da terra, que reside nas A,d vengea,ce and amercement - all are mine,
o me! "é a matéria primeira While yeti dweel within the Lion's sign.
5 coisa' ')8 Segundo a receita Mine is the ruining of all high halls,
para a uniáo do espIrito com And tumbling down of towers and of walls
a respeito do uso do mcl por Upon the miner and the carpenter.
¡ struck down Samson, that pillar shaker;
And mine are all the maladies so cold,
propriedade, nao apenas de The treasons dark, the machinations old;
;fomiar o espirito em corpo; My glance is father of all pestilence 24
o e o corpo, isso parecia um
er a verdade, a "doçura da [Minha órbita, que tem de percorrer trilha tAo longa, I Tern mais poder do que
tomo vimos..., o mel pode qualquer homem pode imaginar. I Meu é o que se afoga Lá embaixo no mar; /
Io Paracelso, o mel contém Minha a masmorra na parte ¡nais baixa do fosso; I Meu o enforcado e quem se
a, vincula-se com o Hades. estrangula pela garganta; / Meus a rebeliäo e os murmúrios abjetos da
ado", tendo por isso mesmo multidáo, I Os gemidos, os envenenamentos secretos, / E a vingança e as
sançóes arbitrárias-tudo é meu, I Embora eu ainda esteja sob o signo do Leäp,
/ Minha é a ruina de todos os altos salôes, i E a queda de tones e paredes I
Lmzides = que nao tern órgäos sexuals).
21. Eister, Orpheus the Fisher, pp. 242ss.
's, 2:74. 22. Bonus de Ferrara, The New Pearl of Great Price, p.426.
23. Boehzne,Aurora, p.687.
24. Chaucer, "The Knight's Tale", in canterbu,-y Todes, pp. 68s.

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Sobre o carpinteiro e o minerador. I Denibei Sansáo, o destruidor de colunas;
I E minhas são todas as moléstias tao desalentadoras I As negras traiçóes e ,
pj
h» -
espaihadas do
nia nw P
UI
d
veihas patifarias; f Meu olhar é o pal de toda pestiléncia.]
i

Prometeji, que ensinot


Desde a antigüidade manifesta-se a tendência de identificar a matéria corn ficaim corn a ineihor paa
o mal, que alcançou extremos ein algurnas seitas gnósticas. A queda da alma fogo para dá-lo ùs pessoa
do seu estado irnortal para a forma corporal também costuma ser vinculada 01tadO a urna pedn (
corn urn crime primal. Empédocles, por exemplo, descreve espfritos ¡moitais foram expulsos da condiçâ
condenados à encamação por causa da violência e do perjório: "Quando um (W corneteram ao comer do
dos thvùrns espfritos rnerecedores de longa vida rnacula pecaminosamente as desenvolvimento do ego ass
nños pelo derramamento de sangue e, seguindo a voz do Odio, dá falso Assim, a consciência do mai
testemunho, esse é condenauo a vagar por três vezes dez nil estaçáes, longe coagula. Podernos ver i:
da cornpanhia dos bern-aventurados, devendo nascer, durante esse tempo, sob Cristo: "Nao itsisti ao maL'
todos os tipos de forma rnortal, que trocam um tipo de vida dura por outra. . .
mundo real, deve-se deixar
Desse número tambérn sou, um fugitivo do céu, urn vagabundo, porque a Richard Wilhelm: "Es de
conflei no espurnante Odio."25 devo continuar a dizer-te. Ì
outra maneira, nern adoecer
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FIGURA 44 acha sujeito à transforxnaçà
A pedra de Saturno. (Maier, Atalanta Fugiens, 1618.) cendência. Eis corno podei
vincular o corpo e a carne i

Segundo antiga lenda, havia urn crime dos Titás por trás da criaçáo dos morte?" (korn., 24, AV.) E
seres humanos. Enquanto brincavam corn o menino Dioniso, eles o se, por rneio do EspIrito,
desmembrararn, ferveram e cornerain - deixando apenas o coraçäo, que Zeus (Rom., 8:13, AV.) E, mais a
resgatou. Corno puniçâo, Zeus os consurniu corn o relâmpago e usou suas inclina-se para as coisas di
cinzas para criar a raça humana. Desse modo, a "tena titánica", que continha
26. Jung,Leuers. 1:63.
25. Empédocles, Purjfications, frag. 115, citado em Freeman, And/la to the Pre-Socratic Philosophers, *
Em inglês, ego/modo. N. do T.
p.65. 27. CitadoemMystetncop;.,wjj,.
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I'D
são. o destruidor de ctJlunas; partículas espalhadas do divino Dioniso, tornou-se a argila da coagulado
?
' As negras traiçoes e hm - material produzido por um crime primat
ilêneia.}
Prometeti, que ensinou os seres humanos a enganarem os deuses e a
k de identificar a matéria corn ficazem corn a meihor parte do animal sacrificial para si rnesrnos, roubou o
gnósticas. A queda da alma fogo para dá-lo ès pessoas e por isso foi punido pela coagulado sendo
ibém costuma ser vinculada onffido a urna pedra (ver figura 4-5). Da rnesrna maneira, MAo e Eva
,
descreve espfritos iinortais forarn expulsos da condiçäo paradisíaca, que precede o ego, depois do crime
e do peijúrio: "Quando urn que corneteram ao corner do fruto proibido. Esses exernplos dernonsirarn que o
macula pecaminosarnente as desenvolvimento do ego associa-se à experiência do mal, do crime e da culpa.
io a voz do Odio, dá falso Assim, a consciência do mal que há ern cada urn - ¡sto é, percepçáo da sornbra
'ezes dez mil estaçöes longe , - coagula. Podemos ver isso corno o sentido psicológico da injunçáo de
cer, durante esse tempo, sob CñstO "Nao resisti ao mat" (MaL, 5: 39, AV.) Se se deseja contribuirpara o
io de vida dura por outra. rnundo real, deve-se deixar um espaço para o mat Assirn é que Jung escreveu
ti,
. .

um vagabundo, porque I
a Richard Wilhelm: "ES demasiado importante para o nosso rnundo ocidental,
devo continuar a dizer-te. Nao te deyes dissolver ou desaparecer de qualquer
outra maneira, nem adoecer, mas os desejos maus devem poender-te à tena a
fun de que teu trabaiho possa pmssegufr." 26 Todos conhecernos a frase: "Ele
,

era born dernais para esse mundo". As pessoas santas ou espiritualizadas


qostumain ter vida en. No passado, corn freqüência rnothani de tuberculose.
; _r
E perigoso ser Unilateral, mesmo na bondade.
- Os sonhos freqUentemente fazem alusäo ao aspecto cnmin oso da
: i condiçäo de ego.* A presunçao de assurnir a vontade e a consciência pode ser
representada como urn roubo. O atrevimento que consiste ern seguir a
autoridade interior é expoesso corno o assassinato de urna autoridade proie-
.

;
tada, talvez corno um panicídio. O ser urn ego está inextricaveirnente
vinculado com a culpa, punida com a coagulatio - confmarnento dentro dos
i - - limites da própria realidade pessoal (sugerido pelo motivo dos grilhöes e da
prisäo). Ernbora seja um processo marcado pela culpa, a coagulado contérn,
de acordo corn uni certo texto, sua própria capacidade de redençâo. "O
chumbo significa as Iribulaçoes e problemas corn que Deus nos visita,
levando-nos outra vez ao arrependimento. Porque, assim corno o chumbo
queirna e rernove todas as ixnperfeiçöes dos rnetais... assim também a
lribulação, nesta vida, nos purifica das tantas máculas que acumulamos: eis
por que Santo Arnbrósio the dii o nome de chave do céu."27
A coagulasio costuma ser seguida por outros processos, ern genl pela
mortificatio e pela putrefactio. Aquio que se concretizou plenamente on se
acha sujeito à transformaçâo. Tornou-se urna tribulaçäo, que chama à trans-
Fugiens. 1618.) cendência. Eis como podemos entender as palavras do apóstolo Paulo ao
vincular o corpo e a carne corn a morte: "Quem me libertará do corpo desta
Titas por trás da criação dos morte?" (Rom., 24, AV.) E: "Porque, se viverrnos na carne, rnorreremos; mas
menino Dioniso, eles o se, por meio do Espfrito, mortificarrnos os feitos do corpo, viveremos."
apenas o conçáo, que Zeus (ROm., 8:13, AV.) E, mais urna vez: "Porque aquele que vive segundo a carne
rn o relâmpago e usou suas thdlinase para as coisas da carne. A inclinaçáo da carne é morte; mas a
"terra titânica", que continha
26. Jung, Letters, 1:63.

,,cilia to the Pre-Socratic Philosophers, * Em ingiSs, egohoodo. N. do T.


27. Citado emMysteriwn coniunctionis, CW 14, par. 472, nota.

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111
inclinaçäo do Espfrito 6 vidi
opäe a Deus; nao se sujeita
que está na carne náo pode a
A identificaçáo do coqx
tudo aquio que nasce no
limitaçoes dessa existéncia, C

ser real. Urna vez plenament


sem vida, sern majores possil
idéia: "Somente a vida é bi
instante do repouso; ela resid
para um novo, na voragem d
fato que o mundo abomina; e
«?r» :, o passado, torna todos os ber
fundindo o sante corn o vel
distinçäo."28 Realizada a plci
semeja na sua carne da cai
ç--
EspIrito do EspIrito ceifará
alquímico trata do mesmo
corrompe... Assim, o leáo Wi
que segue os ritmos da liza,
com coipos corruptíveis é coi
é eclipsado corn o auxffio da
r- transmutado, tornando-se útil
j que o primeiro."29
Oleáoousolinfeijoréo
o ego encarnado no orguiho e
ser corrompido "por meio d
comipção é inerente à canu
refere ao fato de que náo aj
coagulatio (ver figura 4-6). S'
de "planeta" mais próximo cL
e terreno. Todas as entidade:
cram canalizadas pela lua, na
sétima forma 6 chamada Lut
[outras] seis formas, sendo el
porquanto todas as outras fon
Luna; no Sol, são espirituais
fazo próprio espirito-vida, a
associaçao entre Luna e cc
principio feminino. E o que
matéS (mater), e o fato dc
feminino, Toda forma, manift
FIGURA 4-5 nossas energias vitais numa
A tortura de Prometeu. (Moreau. Reproduzida em Larousse Encyclopedia of
Mithology.)
28. Emerson, "Seil Reliance", in The
29. Mysterium Coniunctionir, CW 14,z
30. Boehme, The Signature of All Thin4
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inclinaçáo do Espfrito é vida e paz. Aquele que se inclina para a carne se
opóe a Deus; nAo se sujeita à lei de Deus, e nem pode sujeitar-se; e aquele
que está na came Mo pode wadar a Deus." (Rom., S: 5-8, RSV.)
A identificaçao do corpo e da carne corn a inerte deve-se ao fato de que
aquilo que nasce no piano espaço-temporal deve subineter-se às
Pido
hinitaçôes dessa existência, que incluem uni fun, a morte. Esse é o preço do
ser real. Urna vez plenamente coagulado ou encarnado,
o conteúdo torna-se
scm vida, sem majores possibilidades de crescitnento. Emerson exprime essa
idéia:
"Somente a vida é beneficio, e náo o ter vivido. A força cessa no
instante do repouso; ela reside no rnomento da transiçäo de urn estado passado
para um novo, na voragem do abismo, no arrernesso conira urn alvo. Eis um
fato que o mundo abomina; o fato de a alma vir a ser; poiquanto isso degrada
o passado, torna todos os bens ernpobreza, toda reputaçâo em vergonha, con-
fundindo o santo corn o veihaco, varrendo Jesus e Judas para longe, scm
distinçäo."28 Realizada a plena coagulatia, vem a putrefactio. "Porque o que
semeia na sua carne da carne ceifará a comipçäo; mas o que senieia no
Espfrito do Espirito ceifará a vida eterna." (GaL, 6: 8, RSV.) Um texto
alquímico trata do mesmo tema: "O leäo, o sol inferior, pela carne se
corrompe. . Assim, o leâo tern corrompida a naturen por mejo de sua carne,
.

p
que segue os ritmos da lua, e é eclipsada. Porque a lua é a sombra do sol, e
corn coipos comiptíveis é consumida; e , por ineio da destruiçâo da lin, o leäo
&
eclipsado com o auxilio da urnidade de Mercúrio; o eclipse, nao obstante, é
transmutado, tornando-se útil e de methor natureza, e ainda mais perfeito do
que o primeiro."29
O leäo ou sol inferior é o aspecto teriomórfico da consciência masculina -
o ego encarnado no orguiho e na concupiscência. O texto nos diz que ele deve
ser corrompido "por meio de sua came, que segue os ritmos da lua". A
cornipçäo é inerente à carne, sendo as duas promovidas pela lua. ¡sso se
itfere ao fato de que Mo apenas Saturno, mas também a tua, governam a
coagulatio (ver figura 4-6). Segundo o pensamento antigo, a lua, na qualidade
de "planeta" mais próximo da terra, era o portal que separa os reinos celestial
e terreno. Todas as entidades espirituais que se dirigiain para a encamaçäo
eram canalizadas pela tua, na quai se materializavarn. Jacob Boehme diz: "A
sétima forma é chamada Luna... neta se encontra a propriedade de todas as
fouiras] seis formas, sendo ela uma espécie de ser corpóreo do conjunto;
porquanto todas as outras formas canatizam seus desejos, por meio do Sol, na
Luna; no Sol, são espirituais e na Luna, corpóreos... aquilo que é o sol, que
F

faz o próprio espirito-vida, a Luna tambérn é, e faz o próprio corpóreo."3° A


associaçäo entre Luna e coagulatio indica ser esta última governada peto
principio feminino. E o que indica igualmente a natureza femmina da terra,
matéria (mawr), e o fato de só podermos encarnar por meio de um útero
feminino. Toda forma, manifestaçäo ou estrutura especificas que solidifiquem
nos sas energias vitais numa expressäo particutar e concreta faz parte da
n Larousse Encyclopedia of
28. Emerson, "Self Reliance", in The Writings of Ralph Waldo Emerson, p. 158.
29. Mysteriwn ConjunctionS,, CW 14, par. 21.
30. Bochme. The Signature of All Things, pp. 96ss.

113
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FIGURA 4-6
Virgem e Menino na lua crescente. (Dürer. Reproduzida em Panofsky, The
Life aMArI ofAibrecht Dürer.) A Liberdade lideranclo o pc
Craven, A
natureza da inuther. O país, a igreja, a comunidade, a instituiçáo, a familia, a
vocaçäo, a diversäo, a relaçao pessoal - nido ¡SSO garante nosso compromisso encontrar mn importante mia
através do princIpio feniinino. Mesmo aparentes abstraçóes como a ciência, a U mn, urna ti
sabedoria, a verdade, a beleza, a liherdade (ver figura 4-7, A Liberdade ém que tenia sido capa
liderando o poyo), e assim por diante, quando servidas de modo concreto e thdo assiin de mediad
realista, são experimentadas como personificaçoes do feininino. Jung definiu o Nesses casos,
, desenvolvimento da!
principio feminino como o principio da relaçâo. Assini, podemos afirmar que
o relacionamento coagula Trata-se de importante fato para a psicoterapia, nativa cte miacionanjepto ht
desse tipo nao e o fator maù
-

ensejando alguma discussao.


Por intermédio do trabalho clínico conhecemos o profundo efeito da período de tempo; seus efei
experlência da infância e das relaçöes pessoais com os pais sobre a persona- nianeira permanente na perso
lidade emergente da criança. Também sabemos, com base em casos como os A experiência clínica d
de "crianças-lobo", que a falta de um ambiente de relacionamento humano relaçáo corn - aqueles asp
impede à criança des nvolver uma personalidade humana. Nesses casos, nao relaçôes pessoais. A parte d
surge unì ego. O mesmo ocorre nos casos pouco freqüentes de crianças que de ativar, mediar e incorpoti
ficaram anos trancadas num quarto, objeto de total rejeiçäo por parte dos pais. e construir em st
A criança simplesmente permanece como um animal. De igual maneira, nos com a quai os pais nao ti
casos de perda de urna figura parental em tenra idade em que nao houve urna impercebida, no reino das fo
substituição adequada, mantém-se urna espécie de furo na psique: uma criança.
importante irnagem arquetípica nao sofreu personalizaçâo, ou coagulatio, Todo processo inicial
retendo, por conseguinte, um poder primordial e ilimitado que ameaça inundar surgimento do ego a pathr
o ego caso este dele se aproxime. Por outro lado, há pacientes que, apesar de objetiva - pode ser tido con
terem passado por severas privaçöes nas maos dos pais, foram capazes de percepçäo consciente das im
encontrarmos encamadas em
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114
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HGURA 4-7
produzida em Panofsky, The
ürer.)
A Libiie liderando o poyo. (Delacroix. Paris, Louvre. Reproduzida em
Craven, A Treaswy oíAn Masterpieces.)

de, a instituiçáo, a familia, a


encontrar um importante reiacionamento corn aigurna figura secundária de sua
D garante nosso compromisso nm, um tia, urn(a) professor(a) ou um dos ayOs, enfim,
abstraçóes como a ciência, a
que teniia sido capaz de relacionar-se genuinamente corn a criança,
¡er figura 4-7, A Liberdade
servindo assiin de mediador entre cia e a inmgern arquetípica, à quai
cervidas de modo concreto e
s do ferninino. Jung definiu o
monou Nesses casos, a carência parental, ernbora nociva, nao foi fatal
desenvolunenth da criança, porque esta encontrou urna fonte alter-
Assim, podemos afumar que
nativa de relacionarnento humano. A duraçâo de relaçöes positivas isoladas
ate fato para a psicoterapia, desse tipo náo é o fator niais importante, mesmo em casos restritos a um curto
período de tempo; seus efeitos, contado, parecem ter sido incorporados de
ernos o profundo efeito da
maneira permanente na personalii&le em crescimento.
zorn os pais sobre a persona-
A experiência clínica demonstra que o individuo sé pextebe - e sé tern
corn base em casos como os relaçáo corn - aqueles aspectos dos arquétipos parentais encontrados rias
e de relacionamento humano relaçäes pessoais. A parte do arquétipo que a personalidade dos pais é capaz
e humana. Nesses casos, nao de ativar, mediar e incorporar será aquela que a criança pode mais facilmente
o freqßentes de crianças que incorporar e construir em sua própria personalidade. A porçáo do arquétipo
al rejeiçäo por parte dos pais.
corn a quai os pais náo tiverem relaçâo será deixada, em sua rnaior parte,
tuaI. De igual maneira, 1i05 impertebida, no reino das formas eternas, ainda nao encarnada na história da
idade em que náo houve urna criança.
e de furo na psique: uma Todo processo inicial de desenvolvimento psíquico individual - o
sonalizaçáo, ou coagulado, surginiento do ego a padir do seu estado original de unicidade corn a psique'
ilimitado que ameaça inundar objetiva - pode ser tido como um processo de coagulatio. A experiência e a
,, há pacientes que, apesar de percepçáo consciente das imagens arquetípicas matas sé tém seqüência se as
dos pais, foram capazes de encontrannos encarnadas em formas concretas, personalizadas. Neumann faz

115
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referéncia a esse fato ao falar da necessária fase de personalizaçäo f can wade
secundária. A esse respeito, diz ele: Whole poo
rmraedk
But the lea
O principio [da personalizaçáo secundária] afirma que há no hornem Breakg ¡q'
urna persistente tendência no sentido de tomar os conteúdos primárìos e AndI t4-d
transpessoais corno conteúdos secundários e pessoais, e reduzi-los a fatoms Let no Peb
pessoais. A personalizaçao acha-se diretamente vinculada corn o cresci- 'T}VaS the)
mento do ego, da consciéncia e da individualidade... por mejo das quais... That wzs a
o ego emerge da torrente de eventos transpessoais e coletivos... A
personalização secundária promove urna consistente diminuiçäo do poder [Suporto bem o Sofriment
efetivo do transpessoal e urn aumento consistente da importância do ego e acostumada. / Mas a mThima
da personalidade.31 eu, muito confusa / Reprim
nada mais!]
Isso descreve a coagulatio, na quai os conteúdos arquetípicos caern do
céu e são incorporados ao ego. A coagulaçâo atinge n&
O relacionamento pessoal da infância coagula os arquétipos, mas também Um exemplo disso vem de
os distorce e limita. Se os aspectos particulares que foram objeto da natural corporifica-se lias sul
coagulaçáo se revelarern demasiado unilaterais em termos de negatividade ou fogo astral , que se aproxi
de alguma outra forma nocivos para o crescimento, sua destruiçao e recoagu- salamandra, tern seu nascim
laçäo, sob circunstâncias mais favoráveis, seräo um imperativo. Urna muffler que the é geoniefrkwnenw pi
que passou por essa experiência sonhou: O texto fata de dois fo
fogo natural é pmporcion2
Ela vé quatro blocos quadrados de concreto nos quais M círculos.
corporifica ou coagula este
Urna voz diz: "Eis tuas atituiies erróneas a respeito ¿t ferninilidade,
dúvida se refere à passagem
que agora são destruidas."
do corpo do universo:
Urna abordagem ativa, sensível e participativa por parte do psicote- Ora, aquio que ver
rapeuta promove a coagulatio. Certos pacientes requerern essa abordagem e tangível; e nada pode sei
são anieaçados por nido o que encorajar a solutio. O caso extremo de fatha na nada é sólido sem terra..
concretizaçáo das inmgens arquetípicas é a esquizofrenia evidente. O ego é corpo do universo, proa
nao podem ser satisfatoi
literalmente inundado por imageas arquetípicas ilimitadas e primordiais. Um haver alguina conexáo ei
indivIduo acometido por isso nao teve oportunidades adequadas de conectores, o melhor é a
experimentar os arquétipos mediados e personalizados por ato de conecta urna unidade no
relacionamentos humanos. geométrica contúiva (ana
A necessidade vital de personalizaçáo do arquétipo explica o modo peto
quai muitos pacientes se aferrani obstinadamente à experiência original que Essa passagem cUz, essen
tiveram corn os pais. Se, por exemplo, esta tiver sido multo negativa e é, coagulado), por intermédi
destrutiva, o paciente podará encontrar dificuldades para aceitar e suportar processo de relacionamento, i
uma experiência parental positiva. Fiquei corn a nítida impressäo de que urna se". Esses textos dizem que
pessoa permanecerá nurna, digamos assim, orientaçáo negativa do arquétipo do que toma a alquimia tao im
pal simplesmente porque este foi o aspecto da imagem que se coagulou em sua
tesotiro de analogias que pei
própria vida, apresentando, portanto, um elemento de segurança e proteçáo, processos por que ela passi ±
embora seja negativo. Para a pessoa que tern esse problema, o encontro com o à religiäo e à mitologia. A imj
aspecto positivo do arquétipo é perigoso, tendo em vista que esse lado jamais nie pode ser demasiado acen
foi personalizado e traz consigo urna magnitude transpessoal. que ameaça era invisível e intangível, aind
dissolver os limites estabelecidos do ego. Emily Dickinson descreve esse
estado de coisas: 32. Dickinson,7'he CoinpktePoensq
33. The Lives oftheAkhe,nysficgjpWjc
31. Neumann, The Origins and h'&ory of Consciousness. p.336. 34. Comford, Plato's Cosmology, p. 4

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ria fase de personalizaçäo I can wade Grief-
Whole pools of it -
m used to that -
But the least push of Joy
ria] afirma que há no homem Breaks ¡q' myfeet -
oar os conteúdos printhrios e Ami J tip-drunken -
essoais, e reduzi-los a fatores Let no Pebble-smile -
ente vinculada corn o cresci- 'n..as the New Liquor -
lidade. por mejo das quais.
. .
. .
rizar ws all!32
Inspessoals e coletivos A
. . .

isistente diininuiçáo do poder [Suporto bern o Sofrimento I Grandes porçôes de sofrimento. I Estou
tente da importância do ego e acostumada. I Mas a mínima investida de Prazer I Me faz trocar os passos. I E
eu, muitc' confusa I Reprimo o mais leve sorriso: I Foi a Nova bebida. I E
nadamais!J
teúdos arquetípicos caem do
A coagulaçáo atinge nao só a zelaçâo exterior, como também a interior.
la os arquétipos, mas tambérn Um exemplo disso vem de um texto alquftnico: "O espIrito ígneo do fogo
lares que foram objeto th natural corporifica-se nas substâncias que the são análogas. Nossa pedra é um
rn termos de negatividade ou fogo astral, que se aproxitna do foga natural, e que, como verdadeira
ato, sua destruiçäo e recoagu- salamandra, tem seu nascimento, nutriçáo e crescimento no fogo elementar,
um imperativo, urna muiher que the é geometricamente proporcional. "B
O texto fala de dois fogos, urn astral e um natural; parece dizer que o
foga natural ¿ proporcional ao logo astral e que, portanto, o primeiro
zcreto nos quais M círculos. corporifica ou coagula este último. O termo "proporçäo geométrica" sem
r a respeito da ferninilidade, dúvida se refere à passagern do Ti,neu de Platáo, em que é descrita a criaçáo
do corpo do universo:

ativa por parte do psicote- Ora, aquìlo que vem a ser deve ser corpóreo e, portanto, visivel e
requerem essa abordagem e tangivel; e nada pode ser visível sem fogo ou tangível sem algo sólido, e
nada é sólido scm terra. Eis por que o deus, quando começou a fonnar o
i

O caso extremo de falha na


corpo do universo, pmcurou fazê-lo de fogo e de terra. Mas duas coisas
.

iizofnia evidente. O ego é náo podem ser satisfatoriamente unidas scm urna terceira; porque deve
ilimitadas e primordiais. Urn haver alguma conexáo entre cias que as laça ficar juntas. E, de todos os
portunidades adequadas de conectores, o mellior é aquele que faz de si mesmo e dos elementos que
rsonalizados por meio de conecta urna unidade no sentido pleno; e é da natureza de urna proporçäo
geométrica continua (analogia) realizá-lo corn perfeiçäo.34
rquétipo explica o modo pelo
&sa passagem cuz. essenciaimente, que o corpo do universo é criado (isto
te à experiência original que
é, coagulado), por intermédio da proporçäo ou analogia. A analogia é um
tiver sido malta negativa e
de relacionainento, urna elaboraçáo de conexoes por ineio do 'como
Jades para aceitar e suportar '

,,
textos thzem que a analogia encama ou coagula o espíritò. Eis o
nítida impressáo de que urna
que torna a alquimia tAo iinportaiite para a psicologia profunda. Ela é urn
açâo negativa do arquétipo do tesouro de analogias que personificam ou encarnarn a psique objetiva e os
agem que se coagulou em sua ¡»vssos por que ela passa no curso do desenvolvimento. O mesmo se aplica
nto de segurança e proteÇao,
à religiäo e à mitologia. A importància da analogia para a percepçäo da psique
e problema, o encontto corn o
nao pode ser demasiado acentuado. Ela dá forma e visibilidade ao que antes
em vista que esse lado jamais
et ñMsIvel e intangível, ainda nao coagulado.
ide transpessoal. que ameaça
I

ily Dickinson descreve esse


32. Dickinson, The c,,,,,,,kse Poems of En,ilyDiddnson. p. 115.
The Lives of theAlehemystica/Pltliesophers, p.2I6.
34. Conford,Pla:o'scornoiogy, p. 43ss.

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Os conceitos e abstraçóes nao coagulant Formam ar, e náo terra. São Till thou at lenghi arefr
agentes da sublimado. As imagens dos sonhos e da imaginaçâo alAva -aViflg thin,e outgrown
coagulam. Eas vinculam o mundo exterior corn o rnundo interior por mejo de
iivagens análogas ou proporcionais e por isso coagulam o material que vem da [Constj alma minha, as
, j

alma. Os humores e afetos nos agitarn violentamente enquanto nao coagularn,


sucedem i Deixa teu hiimili
que o anterior i Te sepa
!

formando algo visível e tangível; quando isso acontece, podemos ter corn elas um, possas ficar livre, I Abi
urna relaçáo objetiva. Du Jung ern suas mernórias: "Na medida ern que vida!]
conseguia traduzir as ernoçôes em imagens - ou seja, na medida ern que
conseguia descobrir as imagens que se achavam ocultas nas emoçôes -, eu As roupas tanibérn são
oecuperava a calma e a paz itere"35 vestidura adquirida durante
Embora Jung costumasse intc
Os antigos consideravam a existência humana como algo controlado por
um certo fator inexorável chamado fado, destino, parte ou porção. Usava-se a das também pock
imagern do fiar e do tecer. As trés Moiras tecern a existência de cada um. como modalidades de coagu
Cloto tece o fo, Láquesis o mede e Atropos o corta. O destino de cada pessoa como ta manifesta-se ni
era fido como unì tecido fiado ou urna roupa, urna corda, urna corrente ou um d pela primeira vez. Ei
jugo que a confinava scm misericOrdia a limites predeterminados.36 Píndaro ausencia de menstruaçâo e d
invoca seu fator de coagulado como a deusa do nascimento: "Deusa do positivo:
nascimento, arte entronizada ao lado da tecedura de Destinos! Ouve, 6 filha da Um tapete é trazith,
podemsa Hera, tu que gems descendentes. Sern tua ajuda, nao vemos a luz, ser unidas - oflindo de
nem o brilho escuro, antes de enconirannos tua irma, Bebe de mcmbms
e trazido para balto o
luzentes. E, no entanto, nao é para fins iguais que todos mSs ganhamos alento,
formado porfl(
porque vários são, corn efeito, os fados que atam os moitais à corrente do
destino."37
4te a fini de entend
desenho era bastante TiC
Quando Againenon decide, apesar das lamentosas súplicas de sua ini,
ffigêth obedecer à profecia e sacrifica-la em troca de ventos favoráveis para
Tróia, Esquilo diz: "E assim em suas costas colocou I Opesado jugo opmssor o soimo reveste-se de ci
do Destino." Ou, noutra lraduçáo: "Então ele envergou I O arnés da
thconiente ao fato biológic
eceidad38 Experimenta-se a coagulatio corno sujeiçäo porque eta mitos. Em prfineiro lugar, o
do sótáo. Em segundo lug
confma os individuos à sua malidade verdadeira, o quinhäo que o destino thes
gem) e a iniagem dotth
reservou. Talvez isso explique a frase: "Ele estava fadado a fazê-lo." A
linguagem indica que o destino é urna sujeiçáo (ver figura 4-8). corresponderia à distinçäo e
Chega-se mesmo a descrever a existência encarnada como prisão ou que vai servir de i

túmulo. Platáo fala da alma como estando "entronizada no túmulo vivo que disso, a contagem dos fibs i

conosco caiTegamos, agora que nos encontramos presos ao COITO; como tUna Moira, Láquesis.
ostra em sua carapaça" (Fedra, 250). Numa visäo menos negativa, Os sonhos de coagulmic
como se expressassem o sc
descreve-se o coipo como a casa ou o templo da aima. Oliver Wendell Holmes
usa essa imagern em seu poema The Chambered Nautilus: uma muffler de oitenta e dci
súbita, o seguinte sonho:
Build thee more stately mansions, O my soul,
As the swift seasons roll! Eu estava na cozii
Leave thy low-vaulted past! conpletoinente condo,
Let each new temple, nobler than the last Você o deirou a( por
Shut thee from heaven with a dome more vast,
i

que era verdade.


35. Jung,Memories, Dreams, Reflections, p. 177.
Outro exemplo é o relal
36. Onians, The Oñgins of European Thought, passim.
avô: "Antes de morrer, meu
37. NemeanOdes7,1-8,inTheOdesofPfrzdar,p.381.
dez anos, tAo senil que parec
38. bates e O'Neill, orgs., "Agamemnon", in The Complete Greek Drama, veno 318.
que será que ele nAo mont?
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118
ormain ar, e nao tena. São Till thou at lenght are free,
tos e da imaginaçäo ativa Leaving thine outgrown shell t life's unresting sea!
) mundo interior por mejo de
[Constrói, alma minha, as mais belas mansâes, I Enquanto as estaçóes se
gu1ain o material que vem da sucedem! f Deixa teu humilde passado! I Que cada novo templo, mais nobm
mte enquanto nao coagulan, que o anterior I Te separe do céu com um domo mais ampIo, f Até que, por
Dntece, podemos ter com elas fim, possas ficar livre, I Abandonando tha pequena concha no revolto mar da
rórias: "Na medida em que vida!]
ou seja, na medida em que
As roupas também são linagens da condiçáo encarnada. A carne é urna
ocultas nas emoçôes -, eu
vestidura adquirida durante a descida da alma pelas esferas planetárias.
Embora Jung costumasse interpretar as roupas, nos sonhos, corno referências à
OEa como algo controlado por
persona, elas tainbém podem ser compreendidas, muito apropriadamente,
parte ou porçáo. Usava-se a
I

corno modalidades de coagulado. A idéia da vida encarnada corno tecido ou


m a existência de cada um.
corno tapete rnanifesta-se num sonho de urna muiher que acabara de engra-
da. O destino de cada pessoa
ia corda, tima corrente ou urn
d pela pñnieira vez. Ela teve esse sonho seis dias depths da primeira
ausência de menstruaçáo e dois antes de saber que seu teste de gravidez fora
; predeterminados.36 Píndaro
do nasciniento: "Deusa do
deDestinos! Ouve, 6 fllha da Um tapete é trazido do sótâo. Tem duo.spanes separadas que tern
tua ajuda, nâo vernos a luz, ser unicias - o fluido de aniagem e o desenhofonnado porfios. Prirneiro
ia irmá, flehe de rnembros é tro.zido para baLto o flauth de aniagem. Depois deveríamos trazer o
e todos mSs ganhamos alento, desenho fonnado por fibs. Esperava-se que estudássernos o desenho do
am os mottais à corrente do wpete a fim de entendê-lo. ¡SSO envolveria a contagem dos fibs. O
desenho era bastante rico e complexo.
ntosas súplicas de sua irma,
ca de ventos favoráveis P O sonho reveste-se de considerável interesse como exemplo da reação do
cou / Opesado jugo opressor inconsciente ao fato biológico da concepçáo. Tem várias semelhanças corn os
le envergou I O arnés da mitos. Em primeS lugar, o evento é descrito como uma queda, urna descida
como sujeiçâo porque ela do sótäo. Em segundo lugar, há urna distinçäo entre a base material (a
o quinhäo que o destino ¡hes aniagem) e a imagem dotada de sentido (o desenho formado por fibs). Isso
stava fadado a fazê-lo." A corresponderia à distinçäo entre a alma e a carne que vai abrigá-la - ou o
er figura 4-8). material que vai servir de suporte à expressáo da iniagem da alma. Além
encarnada corno prisäo ou disso, a contagem dos fibs corresponderia à funçäo de mediçäo da segunda
ronizada no túmulo vivo que Moim, Láquesis.
presos ao corpo, como uma Os sonhos de coagulatio por vezes ocorrern quando a morte se aproxima,
ma visäo menos negativa, corno se expressassem o sentido da encarnaçäo que está em vias de acabar.
alma. Oliver Wendell Holmes Uma muffler de oitenta e dois anos teve, poucas semanas antes de sua moite
\Iautilus: súbita, o seguinte sonho:

Eu estava na cozinha e olhei para o forno. Havia inn assado


completamente cozido, talvez wit pouco ressecado. Uma voz disse:
"Vucê o deixou al por ion perIodo longo demais, nao foi?" Reconheci
que era verdade.

Outro exemplo é o relato feito por urna muffler a respeito da morte do

..
avô: "Antes de morrer, meu avô ficou numa casa de idosos por uns oito ou
dez anos, tao seth! que parecia nao itconhecer ninguém. Todos din . 'l'or
tek Drama, veno 318. que será que ele nao morte?' Todos costurnavam repetir que tena sido multo

119
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meihor se ele tivesse mon
sempre e semente encontrai
precedeu sua morte, urna de

ter visto, pendw-ado à


tecido nain padräo be,
o derradeiro fo ser ca

ci
r
trabaiho da alma do
últimos oito ou der anc

r. No dia seguinte, meu avó ni


E particulannente m2
ocorrerem quando a moite
morrer, urna muffler que s
sonhou estar se preparand
dias antes da moite do pai,
'H rnuita elegância, roupas
coo guiado fmal: a aquisiç
j lemos:
4>
E os justos e eleitos se
E cessarâo de ter o sem
E estaño envoltos em '
j E essas seräo as vestes
- Ì
E vossas vestiduras nâc
Nern vossa glória de
15-1 6)'

Paulo usa essa mesma:


em que vivemos se desfize
per naos, eterna, nos céus
ser vestidos pela nossa hat
1.41 nao sejamos achados nus. I
monda, gememos corn ans
para sennos ainda mais te
j# ¿ ,- vida." (2 Cor., 1-4, RSV.)
i'
A idéia de um corpo
r" espIrito, é urna imagern fr
t) modo deveras diÑso. Cont
parece referir-se ao alvo fia
'--$- "# -
-* O mais grandiose símb
do Legos Divino. "E o Vet
RSV) (Ver figura 4-9.)
FIGURA 4-8
1

A Fortuna, ou Nèmesis, carregando a taça e os arreios do Destino. (Dürer.


Reproduzida em The Complete Engravings. Etchings and Drypoints of 39. Devo a Robin van Loben Seise
Albrecht Dürer.)
40. Devo a Edward Whitmont esse
41. Charles, The ApocrJpIza andPs
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meihor se ele tivesse morrido quando sua vida aliva terminara; porque ele
sempre e sornente encontrara sentido no trabaiho e na atividade. Na noite que
precedeu sua morte, urna de suas flihas (minha fia) sonhou.

ter visto, pendurado à sua frente, uni tapete oriental muito ampio e belo,
tecido mon padrao bem colorido e intrincado. Na borda superior, da viu
F o derradeiro fib ser colocado no lugar. Compreendeu que o tapete era o
rrabc.lho da alma do pal, que ele fora tecendo silenciosamente nos
últimos oito ou dez anos; agora que terininara, estava livre para ir.

No dia seguinte, meu avó rnorreu."39


E particulannente mareante o fato de sonhos referentes a roupas
ocorrerem quando a morte está próxima. Por exemplo, alguns dias antes de
moner, urna rnulher que sabia ter sido acometida de urna moléstia mortal
sonhou estar se preparando para ir assistir a um desfile de moda.4° Poucos
dias antes da morte do pai, um homem sonhou que viu o pai envergando, corn
muita elegancia, roupas novas. Esses sonhos parecem referir-se a uma
coagulatio final: a aquisiçäo de urn corpo imortal. No Livro de Eno que,
lernos:

E os justos e eleitos se elevarào da terra,


E cessaräo de ter o semblante abatido.
E estaräo envoltos em vestiduras de glória.
t4 E essas seráo as vestes da Vida que vem do Senhor dos Espíritos:
:;Lç E vossas vestiduras nao se desgastaräo,
Nem vossa glória desaparecerá diante do Senhor dos Espfritos. (62:
15-1 6.)
lt j

r Paulo usa essa mesma imagem: "Porque sabernos que, se a casa terrestre
lt em que vivemos se desfizer, ternos de Deus urn edificio, urna casa nao feita
por mAos, eterna, nos céus. Em verdade, por isso aqui gememos, desejando
r-' ser vestidos pela nossa habitaçáo celeste; de maneira que, estando vestidos,
-r lt
Sr nao sejamos achados nus. Porque nós também, que ainda nos achanios nessa
4 ,p1 morada, gernernos com ansiedade; náo porque desejemos ser despidos, mas
para sermos ainda mais revestidos, para que o rnortal seja absorvido pela
vida." (2 Cor., 1-4, RSV.)
A idéia de um corpo imortal , que expressa urna coagulmio final do
espirito, é urna imagem fronteiriça cujo sentido só pode ser percebido de
modo deveras difuso. Corresponde ao súnbolo paradoxal da Pedra Filosofal e
parece referir-se ao alvo final da individuaçäo.
-
AL O mais grandioso símbolo da coagulatio é o mito cristáo da Encarnaçäo
do Logos Divino. "E o Verbo se fez came e habitou entre nós." (Joäo, 1:14
RSV.) (Ver figura 4-9.) Esse assunto requer um tratamento especifico.

ianejos do Destino. (Dürer.


Etchings and Drypoints of 39. Devo a Robin van Loben Sels esse relato.
40. Devo a Edward Wlütmont esse sonho.
4 t. Charles, The Apocrpha and Pseudepigrapha of the Old Testament, 2:228.

121.
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Contudo, alguns aspectos da vida de Cristo podem ser destacados por sua
relevancia particular. Cristo nasceu de urna virgem; isto é, encamou por mejo
da terra pura. A Virgem Maria corresponde à noçäo alquímica de "terra
branca foliada". Diz a alquimia:" Semeia teu ouro na terra branca foliada"
(ver figura 4-10). A terra branca corresponde à chiza que sobreviveu à 7

cafrmnatio. Trata-se de urna contradiçâo, porque a terra é tipicamente branca.


Como observamos, o princIpio da materialidade que promove a coagulado
tern um nome mirn, terra negra. Mas no simbolismo cristäo e, de modo mais
explícito, na alquimia, surgiu a imagem simbólica da terra branca, um
principio da materialidade purificada. Psicologicamente, isso representa a
possibilidade de urna atitude nova e purificada com relaçäo à materialidade.
Significa a descoberta do valor transpessoal do ego. Aquile que purifica ¿ a
consciência. A terra negra do desejo do ego toma-se a terra branca que
encama o Si-mesmo.
As humildes circunstancias do nasciniento de Cristo correspondem aos
aspectos comuns e corriqueiros do fato de se ter existência concreta. Os
eventos da Paixáo tambérn se zeferem a isso. A condenaçáo e execuçäo tie
Jesus corn malfeitores o apresentam corno urn portador voluntário do mal. O
fato de carregar a cruz representa a percepçâo da carga do ser. A imagem mais
-
importante é a própria crucifixáo ser pregado à matéria (ver figura 4-11).
Em termos alquímicos, a cruz representa os quatro elementos de que é feito

"Semeia teu ouro na terr


p.

-
todo ser manifesto. Fixatio
os alquimistas imagens da
numa árvore (ver figuras 4
'
imagent, no grau mais ampi
Jesus sofredor "que 'pende
iguana', 'nasce, sofre e mor
H
;
o espfrito nAo coagulado é:
q'
i /r conseqüências. Mas scm
pregado na cruz do mundo e
No tocante ao mito ct
V
propósito declarado do tat
i - humana pecadora. Há um ci
t
C - um propósito semelbante. Ni
"Hino da pérola" ou "Hino
do rei deixe o palácio celesi
terra do Egito, a fim de ren

& -t
-- sua volta a serpente resfole
fiiho do rei realiza sua ut
s.- enverga suas vestes celesth
encarnaçäo ou descida na e
FIGURA 4-9
A Anunciaçào. (Desenho de Rembrandt. Besançon. Musée Communal. 42. Jonas, The Gnostic Religion, p.22
Reproduzida em Rembrandt's Ljfe of Christ.)
43. James, TheApocryphol New Teste

PDF 122
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km ser destacados por sua
n; isto é, encarnou por mejo
noçäo alquthuica de "tena
ito na terra branca foliada"
à chiza que sobreviveu à
iterra é tipicamente branca.
que promove a coagulatio
mo cristáo e, de modo mais
ólica da terra branca, um
camente, isso representa a
orn relaçáo à materialidade.
go. Aquilo que purifica é a
orna-se a terra branca que

Cristo correspondem aos


ter existência concreta. Os
condenaçáo e execuçäo de
tador voluntário do mal. O
arga do ser. A imagem mais
matéria (ver figura 4-11).
o elementos de que é feito
FIGURA 4-10
"Semeia teu ouro na terra branca." (Maier, Atalanta Fugiens, 1618.)

todo ser manifesto. Fixatio é um dos sinônimos de coagulado, havendo entre


os alquimistas imagens da serpente mercurial fixada à cruz ou transfixada
numa árvore (ver figuras 4-12 e 4-13). Os maniqueus universalizaram essa
imagem, no grau ¡nais ampio possível, em sua doutrina do Jesus patibilis, o
Jesus sofredor "que 'pende de toda árvore', 'é servido, aprisionado, em toda
iguana', 'nasce, sofre e moue todo dia' e está disperso por toda a criaçäo".42
O espirito nao coagulado é livre, podendo ter qualquer ünagem sem softer as
conseqüências. Mas sem um ego concretamente realizado significa ser
pregado na cruz do mundo criado.
'I, No tocante ao mito cristäo da encarnação, é de particular interesse o
propósito declarado do drama como um todo: a redençáo ou resgate da raça
humana pecadora. Há um conto gnóstico paralelo da encarnaçäo que declara
um propósito semelhante. Nos Atas de Tomé,43 texto apócrifo, está o chamado
"Hino da pérola" ou "Hino da alma". Ele descreve a exigência de que o filho
do rei deixe o palácio celestial dos pais, dispa seu manto de glOria, e desça à
-í terra do Egito, a fun de recuperar "a pérola que está no meio do mar, tendo à
sua volta a serpente resfolegante". Após receber conseihos úteis do céu, o
*_ - fllho do rei realiza sua missäo de resgate, retorna à sua casa celestial e
enverga suas vestes celestiais. Tanto no mito cristäo como no gnóstico, a
encarnaçäo ou descida na carne destina-se a fazer um resgate. Mum caso, o

ançon. Musée Communal. 42. Jonas, The Gnostic Religion, p.229.


of Christ.) 43. James, TheApocryphal New Testament, p.411; tainbém em Jonas, Gnostic Religion, p. 113.

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FIGURA 4-11
A crucifixäo. (Desenho do Ramsey Psalter, c. 980. Londres, British Museum.
Reproduzida em Clark, Civllizatio,t)
valor que está em perigo é a hurnanidade perdida no pecado; no outro, urna
pérola retida por urna serpente. Esses mitos apresentam indicios relativos à
idéia de que a fonnaçäo do ego serve para urna funçáo redentora de um valor
perdido. Na alquimia, fica mais explícito o fato de que o valor a ser redimido
é um aspecto da divindade. A serpente mercurial crucifi
Urna curiosa variante dessa iniagem do poder de resgate da came Paris, Bibliothèque Natior
tornou-se parte da tradiçáo associada corn o diamante. Supee-se que existe, na
India ou no Ceiláo, um profundo vale de diamantes infestado de serpentes
moitais. Para se ter acesso aos diamantes, atiram-se pedaços de cante no vale.
Os diamantes aderem à carne e abutres a carregam outra vez para o topo do

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124
-j

t
j-

V
j
O.Londres, British Museum.
aÍion.) R

ia no pecado; no outm, urna


Lesentam indicios relativos à
[unçâo redentora de um valor
le que o valor a ser redimido FIGURA 4-12
A serpente mercurial crucificada. (Alchimie de Flamel, MS. Français 14765.
Paris, Bibliothèque Nationale. Reproduzida em Jung, Psychology and
poder de resgate da carne Alchemy.)
ante. Supäe-se que existe, na
antes infestado de serpentes
Se pedaços de carne no vale.
am outra vez para o topo do

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desfiladeiro, onde os diamat
variante do tema "encan
essencial da história é o fat
segundo penso, um sedutor
diamante, em sua dureza, ¿
em sua condiçäo corruptível
paralela apareceu nurn sonlx

Estou no nivel infei


negra nie entrega tan
't,
cuidando para que as
Quando alcanço o nivel
'y
F.
O diamante foi associad
Da mesma maneira cc
coagulatio, assim também
vinculado corn a comida e
mesmo simbolismo. A ing
doloroso mundo da realidM
"pão de lágrimas" (Salmos,
"päo da mentir" (Prov.,
"pão da adversidade" (Isa.,
das condiçôes mencionada
abstratas.
T Comer algo significa
I,

conseguinte, os sonhos em
coma indicam que um conte
assiinilaçäo pelo ego. Urna:
ciente que exigiu sessôes
encontro intenso corn o ¡ilco
FIGURA 4-13
Transfixaçâo da serpente mercurial e do rei, ("Speculum veritatis", Cod. Urna inuiher cozii
Vaticanus Latinus 7286, século XVII, Biblioteca Vaticana. Reproduzida em retangular. E/a o abre
Jung, Psychology and Alchemy.) est ranho. A parte sz
substância verde, feita
havia um liquido escw'
maréria verde. Piño ti
entrou na sala. Dirigi
corn o material gelati
estranho menîageiro. h

Esse sonho representa


Apre senta semelhanças coni
especialmente a referência i

Dernônio (ver figura 4-14).

44. Kunz, The Curious Lore of Preti


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desfiladeixo, onde os diamantes são recuperados.44 Essa lenda é urna singular
variante do tema "encarnaçâo para fms de redençáo". A característica
essencial da história é o fato de os diamantès aderirem à came. Ternos aqui,
segundo penso, urn sedutor vislumbre do significado da condiçäo de ego. O
diamante, em sua dureza, é o supremo representante do princípio da "came"
em sua condiçâo corruptIve! e é um dos símbolos do Si-mesmo. Urna imagem
paralela apazeceu num sonlio de urna muffler corn oito semanas de gravidez:

Estou no nivel inferior do sistema de trens subterráneos. Urna jovern


negra me entrega ¡an diamante. Ponho-o bern no fundo do bolso,
p

cuidando para que as pessoas nao saiboin, por temer que o roubern.
Quando alcanço o nivel superior, sitUo-me mais segura.

O diamante foi associado à sua gravidez.


Da mesma maneira corno os termos "coipo" e "came" se referem à
coagulatio, assirn também aquio que nutre o corpo -o
conjunto de imagens
vinculado corn a comida e corn a came corno alimento -
pertence a esse
mesmo simbolismo. A ingestlo do fruto proibido atirou Adäo e Eva no
doloroso mundo da realidade espaço-ternporal. O Antigo Testamento fala do
"páo de lágrimas" (Salmos, 80:5), do "päo da impiedade" (Prov., 4:17), do
"päo da mentira" (Prov., 20:17), do "päo da poeguiça" (Prov., 31:2) e do
"päo da adversidade" (Isa., 30:20). Essas expiessóes referern-se à realizaçâo
das condiçöes mencionadas. Tomam-se experiências vividas, e nâo idéias
abstratas.
Comer algo significa incorporú-!o - literalmente, toma-lo coipo. Por
conseguinte, os sonhos em que algurna coisa é oferecida ao sonhador para que
coma indicam que um conteúdo inconsciente está pronto para a coagulatio -
assimilaçáo pelo ego. Urna muffler de ego frágil teve urna invasáo do incons-
ciente que exigiu sessôes diárias de psicoterapia. Decorrido urn mês de
encontro intenso corn o inconsciente, ela teve o seguirne sonho (resumido):

tatis" Cod. Urna mulher cozinha urna misteriosa substáncia nwn recipiente
roduzida em retangular. Ela o abre urn pouco e diz: "Está pronto." Era urn material
estranho. A parte superior havia fonnado wna gelatina de urna
substância verde, feita, aparentemente, de frutas. Sob essa carnada,
havia um líquido escuro nao gelatinizado. Comi ron pequeno pedaço da
matéria verde. Náo tinha gosto nenhwn. Um homem de terno negro
entrou na sala. Dírigiu-se diretamente ao recipiente, encheu oito potes
com o materia! gelatinoso e os levou consigo. Era urna espécie de
estranho mensageiro. flavia algo de misterioso nele.

Esse sonho representa urn processo crítico de desenvolvimento do ego.


Apresenta semethanças corn a ingestäo do fruto proibido no jardim do Eden,
especialmente a referéncia a frutas e ao hornern de temo negro, associado ao
Dernónio (ver figura 4-14). 0 enchimento de ofto potes (dupla quatemidade)

44. Kunz, The Curious Lore ofPrecious Stones. p.75

127
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-
'a

indica ser esse um sonho de


da psique.
Um jovem que chegara
assumir responsabilidades m

Vou jantar niait lug


um restaurante, mas do
frades. Como sobremt
L supostainente zona iguai
tomar cuidado, porque
p
sua forma original. A ich
Sempre que, num sonho,
mais desagradável que pareça
--"t sonho acinia, a comida tern
que vem do nIvel arquetípico
céu, enviado aos israelitas nc
mil (Mat., 15:32). Em aigu
claramente a necessidade de
fala da palavra de Deus coz
"Porque, assim como descers1
mas regam a tena, fazendoi
z.L $o ao que come, assim sere
r RSV). Cristo diz: "A minhz
enviou, e cumptir a sua obra.'
Todos os sonhos que ez
distante ao simbolismo da Eu
Missa Negra (ver figura 4-I
clarameñTte com o Si-mesmo,
Cristo: "Eu sou o päo da vi
morrerani. Este ¿o päo que d
nao morra. Eu sou o $o vivc
viverá para sempre; e o päc
came." (Joäo, 6: 48-51, RSV.
O sacramento cristáo da
FIGURA 4-14 interessante notar que várii
Mao e Eva. (Dürer. Reproduzida em The Complete Woodeuts of Albrecht
Dürer.) vinculados com o sùnbolisrn
batismo pertence à solutio; o
sacramento do matriznônio à
cenni do cristianisrno e, con
"rito do processo de individi
coagulatio, compartilhar do al
parte do ego, de urna relaçân c
O poema de Henry Vau

45. Jung, Psychology and Religion: Wej


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indica ser esse um sonho de individuaçäo concernente ao núcleo e à totalidade
da psique.
Um jovem que chegara ao fim de sua análise e se achava no processo de
assumir responsabilidades mais substanciais de vida sonhou:

Vou jantar twin lugar multo especial. Na verdade, mio se trata de


tun restaurante, mas do poráo de tun mosteiro. A comida é servida por
frades. Conio sobremesa, servem "biscoitos de esterco de vaca" -
supostamente tuna iguana como filé mignon. Tod.avia, alentain-me para
tomar cuidado, porque alguns podem nao ter-se cristalizado a partir de
sua fonna original. A hiela de comé -los me causa grande desgosto.
Sempre que, num sonho, se oferece comida, a regra genl é a de que, por
mais desagradável que pareça, a comida deve ser ingerida. As vezes, como no
sonho acima, a comida tem qualidades estranhas ou ininculosas, indicando
que vem do nivel arquetípico da psique. Os exemplos bíblicos são o inaná do
p céu, enviado aos israelitas no deserto (Ex., 16:12) e a alñnentaçäo dos quatro
mil (Mat., 15:32). Em alguna casos, o alimento a ser ingerido sirnboliza
claramente a necessidade de assimilar urna relaçäo corn o Si-mesmo. Isaías
.
fab da palavra de Deus como pão a ser comido. Segundo ele, diz Iahweh:
"Porque, assim corno descem a chuva e a neve do céu, e para lá nao tornarn,
mas regain a tena, fazendo-a prnduzir e bmtar, e dar sernente ao semeador e
pão ao que come, assirn será a palavra que sair da minha boca" (55: 10-11,
RSV). Cristo diz: "A minha comida é fazer eu a vontade daquele que me
enviou, e cumpiir a sua obra." (Joäo, 4:34, AV.)
I
Todos os sonhos que envolvem alimento têrn ao menos urna referencia
distante ao simbolismo da Eucaristia, embora por vezes pareça mais com urna
i Missa Negra (ver figura 4-15). Quando o alirnento oferecido se relaciona
claramente com o Si-mesmo, toma-se o alimento da imortalidade de que faJa
Cristo: "Eu sou o pâo da vida. Vòssos pais corneram o mami no deserto, e
morrerarn. Este é o $o que desce do céu, para que o hornem que dele comer
nao morra. Eu sou o páo vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão,
viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha
I
carne." (Joäo, 6: 48-5 1, RSV.)
O sacramento cristäo da Santa Cornunhao é um rito de coagulatio. E
I

interessante notar que vários outros sacramentos se acham igualmente


of Albrecht vinculados com o simbolismo das operaçöes alquímicas. O sacramento do
batismo pertence à solutio; o sacramento da extrema-unção à mort jficatio; e o
sacramento do matrjmônio à coniunctio. Entretanto, a Eucaristia é o rito
central do cristianismo e, corno Jung observou, pode ser considerada como o
"rito do processo de individuaçäo".45 Do ponto de vista do simbolismo da
coagulatio, compartilbar do alimento eucarístico significa a incorporaçâo, por
paste do ego, de urna relaçäo com o Si-mesmo.
O poema de liemy Vaughn, "The Incarnation and the Passion", usa

45. Jung, Psychology andReligion: West and East. CW ii, par. 414.

129
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várias imagens de coaguSz
o motivo da encarnaçäo:

Lord! when thou didst t


Laying by thy robes of
To make us more, thou
And becam'st wofull sk
To put on Clouds instea
And cloath the morning
Was a translation of sw
As, but in thee, was ne'
Brave warmes, and Ear
A Gad Enclosed within
Your maker pent ¿q inc
Life lockt in death, heai
n Ah, my deare Lord! wht
In this impure, rebellioi
That made thee thus res
For those that kill thee
O what strange wonderj
To slight thy precious hA
Sure it was Love, my f.c
Is only stronger far thoM

s
.EE*
[Senhor quando te despiste
majores, tu te tomaste menoi
em vez de luz, / E vestir
transformaçäo de tal alcancc
e Terra! Que assirn puderan
criador numa tumba enterradi
Ah, amado Senhor! O que
decidires a morrer I Por q
prodigios te puderam impeli
Senâo, Senhor meu, o Amor,
mofle.]
FIGURA 4-15
A última ceia. Observe-Se o minúsculo demônlo negro entrando na boca de
Judas. (The Hours of Catherine of deyes. Coleçäo Guenn6l e Pierpont Mor- Como iluslraçäo final
gan Library.) ¡nais notável sonho corn ess
pouco mais de trinta anos,
entre seu alto potencial dc
impostas por urna dura prii
msultado foi que urna parcel
em geral ocone na infancia,
longo de um demorado pic
ocorreu passados os dois p

46. The Complete Poetry of Henry Va

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várias iniagens de coagutatio e ilustra outra vez o tema do desejo (amor) como
o motivo da encarnaçäo:

Lord! when thou didst thy seIfe undresse


Laying by thy robes of glory,
To make us more, thou wouldst be lesse,
And becwn'st wofull story.
To put on Clouds instead of light,
And cloath the inorning-starre with dust,
Was a translation of such height
As, but in thee, was ne'r exprest;
Brave wormes, and Earth! that thus could have
A God Enclosed within your Cell,
Your maker pent up in a grave,
Ljfe lockt in death, heaven in a shell;
Ah, my deare Lord! what cou ldst thou spye
In this impure, rebellious clay,
That made thee thus resolve to dye
Fèr those that kill thee every day?
O what strange wonders could thee move
To slight thy precious blond, and breath!
Sure it was Love, my Lord; for Love
Is only stronger far than death 46

[Senhort quando te despiste (Deixando tuas vestes de glória, ¡ Para nos fazer
maiores, tu te tomaste menor, / E foi triste a tua história. // Envergar Sombras
J

em vez de luz, i E vestir a estrela da manhá corn a névoa, i Foi urna


I

transformaçâo de tal alcance i Que 56 tu poderias realizar; //Valentes vermes,


e Terra! Que assim puderam Ter um Deus encerrado em sua célula. i Seu
criador numa tumba entenado, i A vida presa na morte, o céu numa concha; Ii
Ah, amado Senhor! O que viste i No barro impuro e rebelde, i Para te
decidires a moner i Por quem te mata todos os dias? ii Que estranhos
prodIgios te puderam impelir f A desprezar teu precioso sangue, e alento! /
Senão, Senhor meu, o Amor; porque sé o Amor i E muito mais forte do que a
morte.]

o negro entrand; na b de
Como ilustraçäo final do simbolismo da coagula zio, von apresentar o

mais notável sonho corn esse tema que já encontrei. O sonhador, homem de
pouco mais de trinta anos, earacterizava-se por urna marcante discrepância
entre seu alto potencial de desenvolvimento psicológico e as limitaçäes
impostas por urna dura privaçáo psíquica do seu ambiente de infância. O
resultado foi que urna parcela considerável do desenvolvimento do ego, que
em geni ocone na infância, viu-se adiada e aconteceu na idade adulta, ao
longo de um demorado processo psicoterapéutico. O sanito a seguir, que
ocontu passados os dois primeiros anos de um período de tratamento de

46. The Complete Poetry ofHenry Vaughn,


p. 163.

131
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quase dez, apresenta a essência desse processo. Podemos vê-lo como urna Adler associa esses &
espécie de microinito do desenvolviinento do ego: flanqueiam Mitra em suas
tocha levantada; o outro r
castiçais indiquem a interaç
Estou sentado diante de um antigo entaihe que representa a cera derretida paia urna únic
cnctfttäo. É de metal, mas parcialmente recoberto por tana substância O fato de a figura de
senwihante a cera que me leva a descobrir a presença de castiçais aci,na refeiçoes rimais em que o
dele, tan de cada lado; percebo que devo acend.ê-los e fc.zer a cera cair por exemplo, a Eucaristia
sobre o entaihe, bem como que Esso tern a/guata relaçao corn o alimento simbolizar a came do A
ritual que estou prestes a corner. Acendo os castiçais e a cera desce, costuinava-se fazer pequenc
penetrando na forma vazia da crucfixdo. Quando esta se acha cheia, conservando-se esses cord
tiro-a da parSe acirna de mirn e corneço min/ui refeiçâo. Tirei a cabeça distribuidos aos comimgan
da irnagern, formada pelo preenchi,nento do entaihe, e a estou cotnendo. Trieste dá a seguirne expl
É ,,na substância semelhante w, chumbo - bastante pesada - e corneço a Gregório (o Grande) em seu
imaginar se posso digeri-la. Imagino se os seres hwnanos podein dc mel consiste de niel na
digerir chumbo. Percebo que contemos urn pouco todo dia e que tainhéin humajildade. Os cordejros
conenios prata. Penso, portanto, que é urna coisa que se pods corner Cordeiro imaculado, que foi
sem problemas, mas tenho nwdo de corner dernais. O sonho termina A preocupaçáo quanto
quandofaço a refeiçäo. Qual a quantidade de realic
questäo premente para todo
regulares desse remédio ama
Esse sonho contém vários temas de coagulado: solidificaçâo de um
Em msumo, esse sonh
líquido, chumbo, refeiçäo e crucifixào. O antigo entaihe que representa a
processo cm que a totajiciac
crucifixäo simboliza o arquétipo mato do Si-mesmo, unta forma vazia que
espera ser realizada por intermédio de um influxo de matéria viva. O sonho
encna e depois é assimilai
J)mons a afirmsçao jt
ilustra à perfeiçâo a afirmaçäo de Jung de que "no tocante ao scu conteúdo,
thconscien é urna existêne
os arquétipos náo são determinados, ocorrendo isso, täo-somente, no que se
por assim dizer, urna prefi,
refere à stia forma e assini mesmo ¡mm grau muito limitado. Uma imagem
Concluindo, a operaçâo
primordial só é determinada quanto ao seu conteddo quando se torna frngens que se agrega em t
consciente e é, portanto, preenchida com o material da experiência de símbolos que expressa o
consciente... Em si mesmo, o arquétipo é vazio e puramente formai, nao a relaçao entre o ego e o Si-i
passando de facultas praefonnandi, urna possibiidade de representaçáo dada se aproxima da coagulatio t
a priori' '.'
desenvolvimento do ego tot
Os dois castiçais acesos fornecem a cera derretida que preenche a forma melhor
vazia. Representam o próprio processo da vida psíquica. ¡sso é sugerido por
frases como "queimando a tocha de ambos os lados" e "apaga-te, apaga-te, Deus deseja nascer r
tocha fugaz".48 Os castiçais ardentes geram nao apenas luz mas tainbém cada vez mais alto. E o
Se náo houver urna casa
matéria derretida, como se o processo vivo da psique gerasse substância - mas sim urna destroça
urna coagulatio do espirito. Mas por que há dois castiçais? Adler relata o desaparece? Poderja De
seguinte sonho de um paciente: capazes de softer Deus,
Ele deve ser o advogad
Carrego dois castiçais cresos; apago urn deles e tnantenho o outro principio interior é: Deu;
aceso, dizenda: 'isto é vida e morte."49 tornar-se consciente, da
tem e no espaço. Sejai
urn tabernáculo terrestre,5
47. Jung, The Archet ypes and the Collective Unconscious, CW 91, par. 155. 50. Eisler, Orpheus the Fisher, 248.
p.
48. Macbeth, ato 5, cenaS, verso 23. 51. Ibid.
49. Adler, The Living Srnbol, p. 157. 52. Jung, Psychology and Refigion: We
53. Jung, Letters, fl6Sss.
PDF 132
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Podemos vê-lo como uma Adler associa esses dois castiçais aos dois carregadores de tochas que
flanqueiam Mitra em suas representaçóes convencionais. Um deles tern a
tocha levantada; o outro mantém a sua virada para baixo. Talvez os dois
castiçais indiquem a interaçáo entre os opostos, e o fluir das ditas correntes de
representa a
e nra! he que cera derretida para urna única forma signifique urna coniunctio de opostos.
F0rt0 por rana substância o fato de a figura de cera ser comida corresponde às bem conhecidas

-
presença de castiçais acima refeiçöes rimais em que o participante come unta representaçäo da divindade -
endi-los e fazer a cera cair por exemplo, a Eucaristia crista. Na igreja primitiva, usava-se cera para
relaçäo corn o alimento simbolizar a carne do Agnus Dei: ' 'Em Roma e em todo o Ocidente,
castiçais e a cera desce, costumava-se fazer pequenos cordeiros corn cera consagrada do cIrio pascal,
uando esta se ac/ia cheia, conservando-se esses cordeiros para a oitava de Páscoa, quando eram
refeiçâo. Tirei a cabeça distribuidos aos comungantes depois da ceia do Senhor. ' '50 Amalário de
frha
nta1he, e a estou comendo. Trieste dà a seguinte explicaçao desse rito: "A cera simboliza, como diz
e pesada -e corneço a Gregório (o Grande) em seus sermäes, a htunanidade do Cristo; porque o favo
PS
seres humanos podem de mel consiste de mel na cera; o mcl na cera, contudo, é a divindade da
puco todo dia e que tant béni humanidade. Os cordeiros que os romanos fazem (de cera) sirnbolizam o
fri coisa que se pode comer Cordejço ¡maculado, que foi feito em nosso
demais. O sonho termina A preocupaçAo quanto à digeribilidade da substância é característica.
Qual a quantidade de realidade que o ego pode suportar? Trata-se de urna
questäo premente para todos mSs. O sonho parece aconsethar pequenas doses
regulares desse reméclio amargo.
ldatio: solidificaçáo de um Em resumo, esse sonho retrata o desenvolvirnento do ego como um C)
¡o entaihe que representa a
processo em que a totalidade latente, preexistente, o Si-mesmo, primeiro se
kino, urna forma vaña que encama e depois é assitnilado por mejo dos ingentes esforços do individuo.
o de matéria viva. O sonho a afirmaçäo junguiana de que ' 'o Si-mesmo, tal como o
no tocante ao seu conteúdo,
inconsciente, é urna existência a priori, a partir da qual o ego se desenvolve.
so, tào-somente, no que se E, por assim dizer, urna prefiguraçäo inconsciente do ego".52
lúto limitado. Urna irnagem Concluindo, a operaçäo alquñnica de coagulatio, ao lado do conjuntò de
conteddo quando se torna imagens que se agrega em tomo dessa idéia, constitui um elaborado sistema
o material da experiência de símbolos que expressa o processo arquetípico de formaçäo do ego. Quando
io e puramente fonnal, nAo
idade de representaçäo dada
a relaçáo entre o ego e o Si-mesmo está em realização isto é, quando
se aproxima da coagulatio da psique ein sua totalidade -, o simbolismo
- o ego
do
desenvolvimento do ego torna-se idêntico ao da individuaçáo. Jung o diz
Tetida que preenche a forma melhor:
,síquica. Isso é sugerido por
Deus deseja nascer na chaina da consciêncìa do homem, elevando-se
idos" e "apaga-te, apaga-te, cada vez mais alto. E o que acontecerá se isso nAo liver rafzes na terra?
âo apenas luz nias tainbém Se nao houver urna casa de pedra na quai o fogo de Deus possa habitar,
psique gerasse substância - mas sim urna destroçada cabana de madeira que se
incendeia e
,is castiçais? Adler relata o desaparece? Poderia Deus nascer nessa circunstAncia? Devemos ser
capazes de sofrer Deus. Essa é a suprema tarefa do portador de idéias.
Ele deve ser o advogado da terra. Deus cuidará de si mesmo. Meu
princIpio interior é: Deus et horno. Deus necessita do homem a 11m de
n deles e mantenho o outro
tomar-se consciente, da mesma maneira como precisa da Iimitaçao no
tempo e no espaço. Sejamos, pois, sua limitaçño no tempo e no espaço,
um tabernáculo terrestre,53
,pai. 155. 50. EisIer,O,pheustheFisher, p.248.
51. Ibid.
52. Jung, Psychology and Religion: West and East, cw ii, par. 391.
53. Jung, Letters, 1:65ss.

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'33
Fogo xaznanismo
etéreo

\
Objetividade Da mesma maneira com

/
"'\\
Reveiaçao Avióea a à terra, a sui
coagulatio

//
transf orma o material em a
Auspfcios
y
/ imagem deriva do processo c

/
PSasros
Razâo ampia aquecido, passa diretamente
i
Levitaçäo onde volta a assurnir o e
i onua Ausência de destilaçao, processo em que i

To a condensar-se numa thea ma


E5L Elevado, O termo "sublimaçäo" i

r
Altura

Asando
/ Esca
Isso indica que o aspecto es
por int&médio do quai urna
N Fomba mediante um movimento aso
fixo se volatiliza; aquilo qi
Etemidade_4110 embaixo; superus = em dir
Puri ficaçäo
,// Blm
Nobre
Movie para cima - escadas, degraus,
-
por diante pertencem ao sir
todos os valores e conotaçâes
DestilaçO
Martelagem
Pd
vez de embaixo. Diz um texti
Exiraçâo ajuda da água e da alma, é
Circulatio Foliaçâo
Delicado modo, torna-se espiritual; pat
Refinado que contém a alma dos corp
jSeparatio j
perfeição da pedra, e se chain
Segundo esse texto, o cc
[guiatio J
lizaçäo. Em termos psicoiógii
um problema concreto. Ficam
Abstralmos um sentido genl
urna questäo mais ampia. O i
adequados para um estado PS
afaste dele o bastante para
disposiçäo para o ressentimc
afrouxar o aperto dessa dispo

1. The Lives of the AlchemysticaiPhilosc

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4-5 Sublimatio

/ Xamanìsmo

Penpecûva
ampIe
VÓo
/
AvìóeS
Da mesma maneira como a calcinatio pertence ac fogo, a solutio à água e
a coagulado à terra, a subliinatio é a operaçäo que pertence ao ar. Ela
transforma o material em ar por mejo de sua elevaçäo e volatilizaçáo. A
imagem deriva do processo químico cia sublimaçäo, no quai um sólido, ao ser
aquecido, passa diretamente para o estado gasoso e sobe até a borda do vaso,
/ onde volta a assumir o estado sólido na regiäo superior, mais fHa. A
/
Levitaçâo
Ausência de peso destilaçao, processo em que um líquido se toma vapor ao ser aquecido e volta
a condensar-se nun área mais fda, e semeihante.
o termo ' 'sublimaçäo" vem do latin sublimis, que significa "elevado".
Isso indica que o aspecto essencial da sublimario é um processo de elevaçáo
por intéimédio do qual urna substância inferior se traduz numa forma superior
easAo

tcatio
mediante um movimento ascendente. A terra se transfonna em ar; um corpo
DegraUs
fixo se volatilj.za; aquilo que é inferior toma-se algo superior (inferus =
embaixo; superus = em cima). Todas as iinagens referentes ao movimento
-
para cima escadas, degraus, elevadores, alpinismo, montanhas, voar, e assim
N
Morte
-
por diante pertencem ao simbolismo da sublimado, aplicando-se o
mesmo a
Moagem
todos os valores e conotaçoes psicológicos associados com o estar em cima em
vez de embaixo. Diz um texto alquímico: "O espIrito, por conseguinte, com a
\\
gem
ajuda da água e da alma, é retirado dos próprios corpos, e o corpo, desse
Delicado modo, toma-se espiritual; para que, no mesmo instante de tempo, o espirito,
FoliaÇãO
Refinado que contám a alma dos corpos, suba bastante para a parte superior, que é a
perfeição da pedra, e se chaina sublimaçáo. "1
Segundo esse texto, o corpo "toma-se perfeito" mediante sua espiritua-
Iizaçäo. Em termos psicológicos, isso corresponde a urna forma de lidar corn
um problema concreto. Ficamos "acima" dele quando o vemos
objetivamente.
Abstraímos um sentido gera! dele e o vemos como um exemplo particular de
uma questäo mais ampIa. O simples fato de encontrar pa!avras ou conceitos
adequados para um estado psíquico pode ser suficiente para que a pessoa se
alaste dele o bastante para olhá-lo de cima. Por exemplo, rotular urna
disposiçâo para o ressentirnento como urna "possessäo pela anth" pode
afrouxar o aperto dessa disposiçào. Identificar a reação de um homem diante

I. The Lives of the Aichemyslical Philosophers, p. 138.

135
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da esposa como um exemplo de seu problema corn a sua mae ou a reaçáo de
um chefe como parte de urn complexo paterno conceitualiza a experiência do
hornem e o ajuda a elevar-se acinn dela. Um marcante exernplo desse poder .

r
da palavra é o de um padre que soffia de ansiedade durante a celebraçâo da
Eucaristia. Ele experiinentou urn alivio definido dos sintomas ao saber que
soffia de urna condiçâo Bem conhecida denominada ansiedade de desernpenho .

A sublimatio é urna ascensáo que nos eleva acirna do ernaranhado


confmador da existência tenestre, irnediata, e de suas particularidades
concretas, pessoais. Quanto mais alto nos elevarnos, tanto major e mais ampia -

nossa perspectiva, mas, ao mesmo tempo, tanto mais distantes ficamos da vida *r4
real e tanto menor nossa capacidade de agir sobre aquilo que percebernos. ;
-TP'
Tornarn-nos espectadoms magníficos, mas impotentes (ver figura 5- 1 ) O céu .

é a morada das formas eternas platônicas, os universals as imagens ,

arquetípicas. Por isso, sempre que recebern urna interpretaçao do ponto de t;.:
vista arquetípico, uni sonho ou urna situaçâo de vida promovem urna sublima- . "-r
tio. O sucesso dessas interpretaçôes pode ser expresso nos sonhos por mejo de 'i
tima fuga ou libertaçáo de pissaros engaiolados ou de algum outro movimento
ascendente auspicioso.
Deve-se afirmar, desde o inicio, que o simbolismo da sublimatio
aiqufluica nada tern a ver corn a teoria freudiana da subliinaçáo. De acordo d

com o Psychzatn CDiCti onazy, de Hinsie e Campbell, o tenno "sublimaçäo", ' Z'
tal como usado na psicanálise, é defmido como 't. o processo de modificar
. ' -

um impulso instintivo em conforrnidade corn as exigências da sociedade. A ¿

sublimaçáo é unta atividade substitutiva que ofece algurna gratificaçäo ao a


impulso infantil que foi repudiado em sua forma original. Ao contrario do
. .

que ocorre corn as defesas costumeiras, na sublinìaçäo o ego nao age em


oposiçäo ao id; na verdade, ele ajuda o id a obter expressäo externa. Em
outras palavras, a sublimaçäo nao envolve repressâb".2
No seguinte trecho de suas cartas, Jung distingue entre a subllmaçáo I

freudiana e a sublirnatic alquímica: "A subliznatio é parte da arte real em que


é feito o verdadeiro ouro. Freud nada sabe disso e, o que é pior, póe
barricadas em todos os caminhos que poderiam levar à verdadeira sublimatio.
Esta é mais ou menos o contrário daquilo que Freud entende por sublimaçäo.
NAo se trata de urna canalizaçáo voluntária e forçada do instinto para um
campo espúrio de aplicaçáo, mas de uma transfonnaçáa alqu(mica que iequer
o fogo e a prima materia negra. A subliznatio é um grande mistério. Freud
apropriou-se desse conceito e o usurpou para a esfera da vontade e do ethos
racionalista e burguês."3
Para o alquimista, o processo da sublimaçäo era experimentado em
iinagens simbólicas. Ele podia ver, por exernplo, um pássaro elevando-se da -

matéria situada na parte inferior do pote para as regiôes superiores.


Equiparava-se o pote- alquímico corn o macrocosmo, sendo sua parte inferior a
terra e a superior, o céu. O sublimado sai da terra e é transportado para o céu.
Diz um texto. "No fmal da sublimaçäo, por meio da mediaçäo do espfrito,
Fotografia de satélite de
2. Hinsie e Campbell, Psychia fric Dictionary, pp. 699s.

3. Jung,Letten, 1:171.

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136
a sua mae ou a reaçäo de
nceitualiza a experiência do
jarcante exemplo desse poder 4' W
dade durante a celebraçáo da
dos sintomas ao saber que
a ansiedade de desempenho. Ttx t* z-
leva acima do emaranhado
e de suas particularidades u
- k

ios, tanto maior e mais ampia


hais distantes ficamos da vida
bbie aquilo que percebemos.
¡entes (ver figura 5-1). 0 céu
os universals, as imagens
fla interpretaçäo do ponto de
fida promovem urna sublima- .
kesso nos sonhos por meio de
ou de algum outro movimento

i simbolismo da sublimatio
na da subiimaçäo. De acordo
bell, o termo "sublirnaçäo",
..... o processo de modificar
i exigências da sociedade. A
ferece algunia gratifie açáo ao
a original... Ao contrário do t
t'

ibiimaçáo o ego nAo age em


obter expressäo externa. Em
F
-

isAÖ".2
distingue entre a sublimaçâo
t,
rio é parte da arte real em que
disso e, o que é pior, päe
i.

levar à venladeira subi ij'natio.


reud entende por sublimaçáo.
forçada do instinto para um
»inaçäo alquímica que requer
k
é um grande mistério. Freud
esfera da vontade e do ethos

mçäo era experimentado em


o, um Øssaro elevando-se da ÍA
para as regiôes superiores.
mio, sendo sua parte inferior a
ra e é transportado para o céu.
neio da mediaçäo do espfrito, FIGURA 5-1
Fotografia de satélite de Cape Cod e adjacências. (Photo Atlas of the United
States.)

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gennina urna branca alma brilhante [anima candida] que voa para o céu corn o
espfrito. Trata-se, clara e manifestamente, da pedra."4 (ver figura 5-2.) cfrculo branco, cercado
vem uní bando de pomba

s
r t

-
çt
M t

\41
r I

FIGURA 5-2
A sublimatio. (Sapientia ve:erwn philosophorum sive doctrina
corundum de
sumina et universali medicina, século XVIII. Paris, Bibliothèque de
l'Arsenal, MS. 974. Reproduzida em Derola, The Secret Art of Alchemy.)
Essa "alma branca" costuma ser representada por um pássaro branco que
se liberta do material que está sendo aquecido. Há um quadro no quai aparece Extraçäo da pomba bi
um homern sendo coñdo num banho de agua, corn um pássaro emergindo de
sua cabeça (ver figura 5-3). Um paralelo desse quadro ocorreu no caso de urna Esse sonho informa a pa
jovern que suportava urna intensa e dolorosa ativaçäo do inconsciente. Ea de um processo mais ampio
sonhou: horror a fim de produzir um
pelo grupo de pombas. Os
Encontro-me nwn hospital, grávida, mas tiño estou pronta para o sublirnatio, e as fobias de p4
nascitnenso. Vou dormir e, quando acordo, está muito escuro. Smb algo necessária. Também costuma
fazendo pressao em minhas coste/as, corn muita força, e parece-me que sublinatio definitiva, por mei
essa pressáo exterior que nao vejo está me forçando a dar à luz. Urna Há um aspecto da subi ini
voz div "Que fllho gostarias de ter?" Quando acordo, as imagens -a saber, seu uso como prod
pennanecem. Vejo urna garota semeihante àquela da litografia de pode ser extraído de certos ci
Munch, "O grito". Sua boca ¿ urna abertura circular. Ela se acha num vapor, sublima-se e reaparec
alude a esse processo: "Vai
4. Citado cm Jung, Psychology andAlchemy, cw 12, par. 462.
que tern um espirito na:
retira seu coraçäo; porque
PDF138
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t] que voa para o céu corn o círculo branco, cercado por mais cfrculos de linhas negras. De sua boca
." (ver figura 5-2.) vem um bando de pombas ou pombos brancos (ver figura 5-4).

-w.

i
F

p
t'

j!
Z-
L i

L.

w
flF_-

[.
sive doctrina corundum de
Paris. Bibliothèque de
r a a

Secret Art of A/che,ny.)


FIGURA 5-3
por um pássaro branco que Extraçäo da pomba branc&(Trismosin, Splendor So/is, 1582.)
Lurn quadro no quai aparece
n urn pássaro ernergindo de
Esse sonho informa a paciente de que a ansiedade que ela suporta é parte
dro ocorreu no caso de urna
de um processo ruais ampio de transfonnaçäo, no quai o ego é aquecido pelo
vaçäo do inconsciente. Ela
horror a f'irn de produzir um novo nascimento, o "sublimado", representado
pelo grupo de pombas. Os sonhos corn pássaros referern-se em geni à
s nao estou pronta para o sublimatio, e as fobias de pássaros podern indicar o medo de urna sublimatio
ctá multo escuro. Sinto algo necessária. Tainbérn costumarn vincular-se ao temor da morte, sendo esta a
¿ita força, e parece-me que sublimatio definitiva, por rneio da quai a alma se separa do corpo.
orçando a dar à luz. Urna Há um aspecto da subliniatio que se sobrepöe ao simbolismo da separatio
'iando acordo, as imagens -a saber, seu uso como procedimento de extraçáo. Por exemplo, o mercúrie
iìquela do litografia de pode ser extraído de certos compostos por meio do aquecirnento. Ele se toma
z circular. Ela se acha nwn vapor, sublima-se e reaparece na parte mais fia do pote. Um texto anterior
alude a esse processo: "Vai até as águas do Nilo e ali encontrarás urna pedra
que tern um espirito (pnewna). Toma essa pedra, divide-a, segura-a na mäo e
retira seu coraçäo; porque sua alma (psyche) está em seu coraçáo. [Urn

139
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r

FIGURA 5-4
O grito. (Munch, 1895. Oslo, National Museum. Reproduzida
in Graphic
Works ofEdvard Munch.)

interpolador acrescenta:1 Ele diz que ali encontrarás essa pedra que
tern um
espirito, o que se refere à expulsäo do rnerctírio
(exhydrargyrosis). "5
Essa "expulsäo do mercúrio" é feita por mejo da sublimatio,
que liberta o
espirito oculto na matéria. No sentido mais ampio, isso se
refere, em termos
psicológicos, à redençäo do Si-mesmo do seu estado inconsciente
Essa expulsâo do mercúrio também pode ser original.
experimentada, em processos
inferiores, como a extraçäo do sentido de disposiçáes
carregadas, de eventos
concretos ou dos latos da natureza (ver figura 5-S).
Berthelot destaca que a palavra grega que os alquimistas
latinos
traduziram por "sublL'natio" foi rhinisîna, que significava
originalmente
"recheios". Isso expressava a idéia da atenuaçáo extrema da
matéria. Extraçao do mercurio e cc
Vinculou-se essa mesma idéia mais tarde ao tenno
"alcoolizaçáo", que (representado corno urna mor
significa a reduçao ao estado de p6 impalpável.6 Um texto
dir "Se nao Nivel superior: assunçäo e c
numa Quaternidade. (Speculi
5. 1b14., par. 405. 1588. Reproduzida
6. Bekhelot, Collection des Anciens AkhemSes Grecs, ¡:210.

PDF compression,
J,
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n. Reproduzida in Graphic
h.)

arás essa pedra que tern uni


'2hydrargyrosis). "5
) da sublimado, que liberta o
lo, isso se refere, em termos
stado inconsciente original.
xperimentada, em processos
áçôes carregadas, de eventos

que os alquimistas latinos


e significava originalmente
FIGURA 5-5
iiaçáo extrema da matéria.
Extraçáo do mercúrio e coroaçäo da Virgem. NIvel inferior: Mercúrio
termo "alcoolizaçáo", que (representado como urna monstruosidade) sendo extraído da prima materia.
J6 Um texto diz: "Se nán NIvel superior: assunçäo e coroaçäo da Virgem, transformando a Trindade
numa Quatemidade. (Speculum trinitatis Retirada de Reusner, Pandora,
1588. Reproduzida em Jung, Psychology and Akhemy.)

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r
tomares os corpos sutis, para que se tornem impalpáveis ao toque, nao Um texto de Paracels
atingirás teu fmi. Se nao tiverem sido moídos, repete a operaçáo e toma-os destilaçäo, e é separada do
moldos e sutilizados"7 aquoso, assim também, no
Logo, subli,natio pode significar "moagem" ou "martelagem" destinadas como minerais, o espiritual
a produzir urna atenuaçäo do material. Em termos de consistência, o p6 muito do impuro."
fino aproxima-se do gás. Observe-se também que o simbolismo da moagem Aqui, a sublimado é
contém as categorias morais do bem e do mal. O p6 formado por pequenas num estado de
partículas é chamado "delicado"; o pO formado por partículas grandes, cievem ser purificados pela
"áspem' Ser born é ser bem pulverizado. O encontro corn o nusninosum pode
'

primeiro buscar sua própriz


ter um efeito de pulverizaçáo, como indica o ditado: "Embora os rnoinhos de ptéija - o concoeto, o pess
Deus rnoazn devagar, o pó que produzern é insuperaveirnente fmo." A a ser superado. Toda a hi
"foliaçäo" tern as mesmas implicaçóes. Urna receita mencionada anterior- como um grande processo 4
mente diz: "Seineia teu ouro na terra branca foliada" - isto é, em terra a ver corn objetividade a si n
sublimada. Faz-se a foliaçâo por mejo da niartelagem. Os versos de Rilke vasto esforço para ensinar
podem ser considerados corno o anúncio de urna sublùnatio iniineMe: apathia por meio da super
idealismo de Platâo, bem
What kxt
itse/fin endurance grows rigid; sheltered esforçam por apresentar a
in unassuming greytiess, does itfeel safe?
Wait, from the distance hardness is menaced universais, corn o objetivo
fry something still harder. contingências da matéria. A
Alas -: a remote hammer is poised to strike.8 fora de seus gostos e a'
sublimado, ac ensinar-Ihes ç
[Aquilo que se fecha no sofrimento enrijece protegido I nurn cinzento Schopenhauer o exprime cot
despretensioso, ele se sente seguro? I Espera: da distância a dureza é
;

ameaçada por algo ainda mais duro. I Ai de mim!: urn martelo ligeiro está
pronto para o golpe.] [Ê] verdadeiramenu
concreta, sempre vive, i

é abandonado a todas a
Ern António e Cleápatra, de Shakespeare, no momento em que comet deve lutar, sofrer e im
suicIdio, tomado pelos remorsos por sua deserçäo do exército de António ,
abstrato tat como se
,

Enobarbo .tem essa imagem da sublimazio por pulverizaçäo extraída de si. Ele reflexo da sua vida no
se dirige à lua: vive. .. Aqui, na esfera!
completamente e the ci
cor e, nesse momento,
o sovereign mistress of true melancholy,
F

observador No que dir


The poisonous damp of night disponge upon me
.

um ator que representoi


That ljfe, a vety rebel to my will, junto ao público até I

May hang no longer on me; throw calmamente tudo o que


Against the flint and hardness of my fault, própria morte [na pecal
Which, being dried with grief will break to powder, corno deve.
And finish all foul thoughts.
(Ato 4, cena 9, versos 1218)
A capacidade de estar
[O soberana senhora da verdadeira melancolia, I A umidade venenosa da noite vidade é a habiidade de di
cai sobre mim, I Para que a vida, tao contrária à minha vontade, I A Sm já Pefl0 da subI imatio.Quandi
náo se apegue; arremessá mcii coraçäo / Contra a pedra e a dureza do mcii sua própria sintomatolog
erro, I Coraçäo que, ressecado pela dor, se tomará ein p6, I E acabará com provavelmente abusa da sub
todos os pensamentos tolos.J
de dissociaçäo da psique é t
da doença mental. Como e
7. Kelly, The A/chemical Wdtings ofEdward Kelly, p.34.
8. Rilke, Sonnets to Orpheus, parte 2, soneto 12. (Nio consegui localizar a fonte dessa traduçâo, mas j 9. Paracelso, The HenneticandAlc/,4
veja-seSo'nnets to Orpheus, trad. de C. F. Maclntyre, citada na bibliografia.)
10. Schopenhauer, The World as Will
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¡42
iinpalpáveis ao toque, näo Um texto de Paracelso diz: "Porque, assim como a água sobe na
repete a operação e toma-os destilaçao, e é separada do seu corpo a partir de todo objeto fleumático e
aquoso, assim tarnbém, no processo da sublimaçäo, em substâncias secas
ou "martelagem" destinadas como minerais, o espiritual se eleva do corpóreo, sutilizado, e o puro se
s de consisténcia, o pO muito separa do impuro."9
ue o simbolismo da moagem Aqui, a sublirnatio é escrita como uma purificaçâo Quando são .

O p6 formado por pequenas misturados mini estado de contaminação inconsciente, a matéria e o espfrito
fldo por partículas grandes, devem ser purificados pela separaçáo. Nesse estado impuro, o espfrito deve
Irntro com o nwninoswn pode primeiro buscar sua própria pureza e verá tudo que pertence à carne e à
No: "Embora os moinhos de matéria -o concreto, o pessoal, o que é movido pelo desejo - como o inimigo
I
insuperavelniente fmo." A a ser superado. Toda a história da evoluçäo cultural pode ser considerada
frceita mencionada anterior- como um grande processo de sublimado, no quai os seres humanos aprendem
foliada" - isto é, em terra a ver com objetividade a si mesmos e ao seu mundo. A filosofia estOica foi um
e1agem. Os versos de Rilke vasto esforço para ensinar os seres humanos a atingirem o alvo estOico da
kublimatio ijninente: apathia por meio da superaçäo das paixóes que os aprisionam à terra. O
idealismo de Platäo, bem como todos os sistemas idealistas posteriores, se
esforçam por apresentar a vida em termos de formas eternas e idéias
universals, com o objetivo de suplantarem a irritante sujeição humana às
contingências da matéria. A raño, que dá às pessoas uma perspectiva situada
fora de seus gostos e aversôes, toma-se um agente indispensável de
sublimado, ao ensinar-ihes como serem espectadores reflexivos de si mesmos.
protegido I num cinzento Schopenhauer o exprime com elegância:
a: da distAncia a dureza é
um martelo ligeiro está
Ej verdadeiramente maravilhoso ver que o homem, além de sua vida
concreta, sempre vive, no plano abstrato, uma segunda vida. Naquela, ele
é abandonado a todas as agruras da realidade e à influência do presente;
no momento em que cometç deve lutar, softer e morrer como um animal. Mas sua vida no plano
çâo do exército de Antonio, abstrato, tal como se apresenta à sua consciência racional, é o calmo
ilverizaçáo extraída de si. Ele reflexo da sua vida no plano concreto, assim como do mundo em que
vive. .. Aqui, na esfera da calma deliberaçáo, aquilo que antes o possufa
completamente e Ihe causava intensa irnpressào afigura-se-the Mo, sem
cor e, nesse momento, alheio e estranho; ele é um mero espectador e
observador. No que diz respeito a esse mergulho na reflexâo, ele é como
um ator que representou seu papel numa cena e que ora toma seu lugar
junto ao público até ter de aparecer outra vez. Na platéia, observa
calmamente nido o que acontece, mesmo que seja a preparaçäo de sua
própria morte [na peça]; mas, em seguida, vai para o palco, e age e sofre
powder, como deve.10

(Ato 4, cena 9, versos 12-18) A capacidade de estar acima das coisas e de ver a si mesmo corn objeti-
A umidade venenosa da noite
vidade é a habiidade de dissociar. O uso dessa palavra indica de imediato o
à minha vontade, I A mim já perigo da sublimado.Qumido levada a extremos, cada operaçäo alquímica tern
a a pedra e a dureza do meu sua prOpria sintomatologia patológica; mas o indivIduo moderno
nrá em p6, I E acabará com provavelniente abusa da sublimado mais do que qualquer outro. A capacidade
de dissociaçäo da psique é tanto a fonte da consciência do ego quanto a causa
da doença mental. Como exemplo, lembro-me de um joven que examinei

ii Iocaiizar a fonte dessa tnduçäo, mas 9. Paracelso, The Hennetic andA/chemical Writings of Paracelsus, 1:152.
na bibliografia.)
IO. Schopenhauer, The Work/as Wi/land Representation, p. 152.

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143
quando trabaihava no Hospital Estadual de Rockland. Tratava-se de um Where I may oft out-wa
brilhante aluno de matemática. Entretanto, nao tinha amigos nem mantinha With thrice great Hermi
The spirit of Plato to u
mlaçóes sociais e sequer havia percebido que há diferenças anatômicas entre What worlds, or what y
garotos e garotas até entrar para a universidade. Desempregado, vivia corn a Th' immortal mind that
mae até ser hospitalizado ern conseqüência de uma explosáo de violencia corn Her mansion in this fies
a mAe porque a televisáo nao tinha sido reparada. Quando the pedi para me
falar de seus sonhos, ele rne contou o seguinte: [Ora, deixa que à meia-noi
Tone alta e solitária, I Or
Sonhei urna vez que canse guira subir urna escad.a colocada nurna Hernies Trismegisto, ou re
alta plataforma e que, depois, alguém removera a escada, dettando-me mundos, ou que vastas R
construir I Sua morada neste
preso nas alturas sem nenhwn mejo para descer.
A imagern da torre é um
De outra vez, eu estava subindo urna escada que alcançava multas I Ching, intitulado "Coni
quilôrnetros acirna da superficie da terra, corn alguma coisa que me descreve o mesmo tiPO de
impelía para cima. Eu nao me atrevía a olhar para balto, corn medo de Citing fala daqueles que co
ficar tonto e cair do de grau. fenâmenos do universo", "
através da mais profunda
Em outra ocasiöo, eu estava amarrado, corn os membros esticados,
sobre o teto de vidro de um elevador sem paredes. Nao havia etto. Urn
pröprias pe12
A imagem da torre si
pistäo hidráulico empurrava o teto cada vez mais para cima. Eu de uma impressk
espreitava, cheio de medo, da borda do teto, vendo a terra desaparecer
à distáncia. Vejo urna torre estu
para tana cadeia de i
Esse jovem viu-se tragicamente aprisionado no dinamismo arquetípico da escada constru(da ein .si
sublimado como um processo autónomo de dissociaçáo. Esse dinamismo o operar a torre Todos o
.

afastou mais e mais da realidade terrena, pessoal, até que a enantiodrornia vez à nolte. Eu lite pa
inevitável o atirou violentamente ao chao. alguma' ' Percebo que
.

Urn sonho com um conjunto semeihante de imagens, rnas corn um


desfecho diferente, é relatado por Emerson. Ern 1840, aos 37 anos, enquanto O sozilio mostra minha
preparava seus Essays: First Series para publicaçäo, ele sonhou: brilhantismo e de sua amph
nos cM urna visäo panorâmi
Flutuei ao bel-prazer no grande Éter e vi este mundo flutuando, nao religiosas e mitológicas, a w
multo longe de mim, mas reduzido às dimensoes de urna maçá. Eníño tan divino. Deus encontra a hut
anjo o tomou em suas maos, trouxe-o até mini e disse: "Deyes Sinai. A pessoa a quern é cc
comê-lo." E eu carni o mundo.1 "levantada" e transportada j

corneça corn as palavras: "I


Um sonho no qual se flutua no "grande Éter" parece simbolicamente aparência de urn homem; al
apropriado para o autor do transcendentalismo ernersoniano. Esse sonho é fogo, e achim deles como a
mais majestoso do que pomposo. Ern contraste corn os precedentes, traz em si
seu prOprio fator corretivo. A sublimado extrerna é compensada pela imagem
estendeu a forma de urna S
-
da coagulatio comer a rnaçä do mundo.
Espfrito me levantou entre
Jerusalérn" (Ezequiel, 8: 2, 2
I

Urna bela evocaçáo poética da disposiçäo de sublimado está nos


Enoque é outra figura ç
seguintes versos do poema Il Penseroso, de Milton: No texto pseudo-epigráfico
faz urna viagern guiada pelo
Or let my lamp at midnight hour, Segundo a lenda popular, l'i
Be seen in some high: onely Tower,
11. The Journals and MIscellaneous Notebooks of Ralph Waldo Emerson, 7:525. 12. Wilhelm, trad., !chingorßookoj
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ekiand. Tratava-se de um Where Imay oft out-watch the Bear,
With thrice great Hermes, or unsphere
inha amigos nern mantinha The spirit of Plato to unfold
diferenças anatôrnicas entre What worlds, or what vast Regions hold
Desempregado, vivia corn a Th immortal mind that hath forsook
a explosáo de violência corn Her mansion in this fleshly nook.
L.Quando Ihe pedi para me
[Ora, deixa que à rneia-noite rninha lâznpada, I Possa ser vista em alguma
Torre alta e solitária, I Onde eu sempre possa contemplar a Ursa, I Corn
ma escada colocada mona Hermes Trismegisto, ou remover I O espfrito de PIatäo para dizer I Que
mundos, ou que vastas Regiôes domina I A mente imortal que prefenu
a escada, deixando-me
.

construir i Sua morada neste carnal recanto.1


:çff
A imagem da torre é um típico símbolo de sublimatio. O hexagrama 20 do
cada que alcançava muitos I Ching, intitulado 'Contemplaçao (A vista) ", representa urna torre e
'

corn alguma coisa que me descreve o mesmo tipo de contemplaçäo do reino arquetípico de Milton. O I
rr para baixo, corn medo de Citing fala daqueles que conternplam "o sentido subjacente à ocorrência dos
I
fenôrnenos do universo", "apreendem as misteriosas e divinas leis da vida e,
através da mais profunda concentraçäo interior, däo expressäo em suas
coin os membros esticados, próprias pessoas".12
redes. Nao havia eixo. Um A imagem da torre surgiu num dos meus sonhos depois de eu ter
vez mais para cima. Eu participado de urna impressionante palestra sobre mitologia. Sonhei:
,
vendo a terra desaparecer
Vejo uìna torre estupendamente elevada E urna torre de transtnissäo
.

para tuna cadeia de rádio. Chega-se ao seu topo por indo de urna
Io dinamismo arquetípico da escad.a construida em sua parte externa 1-lá ali urn hotnem cuja tarefa é
.

ociaçáo. Esse dinamismo o operar a torre Todos os dias, ele vai ao topo, pela rnanhâ, e desce outra
.

il, até que a enantiodromia vez à nafte. Eu lite pergunto se isso nao é djffcil. Ele diz: 'de forma '

algusna' Percebo que eu relutaria em me alçar a tao grande altura.


' .

de imagens, mas com mn


840, aos 37 anos, enquanto
.
O sonho mostra minha reaçäo à leitura. Fiquei estupefato diante de seu
o, ele sonhou: I
brilhantismo e de sua ampia perspectiva. A ascensäo para um lugar elevado
nos dá urna visáo panorámica nao disponhvel no solo. Assiin, nas imagens
i este mundoflutuando, nao religiosas e mitológicas, a ascensäo costuma acompanhar a revelaçäo do reino
5es de urna tnaçà. Eníño urn divino. Deus encontra a humanidade na montanha - por exemplo, Moisés no
cité mi,n e disse: 'Deyes
' Sinai. A pessoa a quem é concedida urna revelaçäo de Deus corn freqüéncia é
i "levantada" e transportada para o céu. Por exemplo, urna visäo de Ezequiel
começa corn as palavras: "Entäo olhei, e eis que vi urna forma que tinha a
ter" parece simbolicamente aparência de urn homem; abaixo do que pareciarn ser os seus quadris havia
emersomano. Esse sonho e fogo, e acima deles corno aspecto de um esplendor, corno cor de âmbar. Ele
rn os precedentes, traz em si estendeu a forma de urna mAo, e me torneu pelos cabelos da minha cabeça; e o
e compensada pela imagem Espfrito me levantou entre a tena e o céu, e me trouxe em visoes de Deus para
Jerusalém" (Ezequiel, 8: 2, 3, RSV).
o de sublirnatio está nos Enoque é outra figura que recebe urna revelaçäo por mejo da ascensáo.
i: No texto pseudo-epigráfico Segredos de Enoque, ele é levantado por anjos e
faz urna viagem guiada pelos dez céus, terminando por ver Deus em pessoa.
Segundo a lenda popular, Maomé foi transportado corporalmente pelos sete

12. Wilhelm, Erad., IChing or Book of Changes, p. 33. FEdicäo brasileira da Editora Pensamento.J
ierson, 7:525.

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'45
céus, sendo levado à presença de Deus para fins de revelaçâo. O simbolismo nito referente à morte como
do xamanismo também tem o motivo da ascensäo para propósitos de milagre da tmnsformaçâo n
revelaçáo. O xamá escala o pilar do mundo, ou a escada cósmica, ou faz um mfrn, o portâo que leva a un
vôo mágico em busca de urna revelaçáo retural'3 no transcendental em nossa
Um bom exemplo de simbolismo da sublimado encontra-se no antigo perinentanos urna completa
rimai mitraísta de iniciaçäo. Esse mesmo ritual contém a imagem do falo do tos da nossa vida. Simultani
sol, a primeira imagem que contribuiu para a descoberta dos arquétipos por ego, algo de novo, que nao
14 0 ritual inicia-se corn uma prece: "O
Providência, 6 Fortuña, nasce de urna inaneira ¡Met
delTamni sobre mim Vossa graça - incluindo-se nela os mistérios que só um mentos, ela teve um impressi
Pai pode revelar; e, mesmo assim, somente a um fliho - sua imortalidade -
[um Fitho] iniciado, merecedor dessa nossa habilidade, corn a quai Sol Mitra, estava voanc-jo caòa
o Grande Deus, ordenou que seu arcanjo me concedesse; assim é que eu construIdo para da e ti,
Águia (estou aqui por minha própria vontade), e sornente eu, posso voar inteiro fian profundo az

depressa para o Céu e contemplar toths as coisas. " J. B Priestley relatou ut


.

Depois de mais algumas oraçOes, o ritual prossegue corn as seguintes


instniçóes: Son/wi estava
que
olhando de cima para n
Toma dos raios [de sol] atento, inalando trés vezes o [mais fundo] direçáo; havfri ali todo
que puderes; e verás a ti mesmo elevando-se e dirigindo-se para as
Alturas, de modo que te sentirás como se estivesses no mejo do at Nada Era urna nobre visdo,
ou'virás, nern hornern nem besta, nem verás o que quer que seja dos sinais repente, tie algwna ,
sobre a terra naquele momento, mas todas as coisas que verás seräo mwtança e o tempo se
iniortais. Porque verás, naquele mesmo dia e naquela mesma hora, a observei-os quebrarem
Disposiçâo dos Deuses - os Deuses regentes ascendendo na direçäo do vida, acasalarem, enfr
céii, os outros deuses descendo. E por nido do seu disco - o disco de
Deus, do meu Pai -, será visto o Caminho de ida dos Deuses acessfveis à
visáo. repente, nion álimo, sai
toda parte a cada xgwi
Seguem-se a essas experiências encontros corn várias personagens desse ansioso agitar de
divinas, o que tern como ponto culminante a apoteose do iniciado, maitada ssa irrupçäo, todo esi
Enquanto olhava para
pelas seguintes palavras: "O Senhor, tendo nascido de novo, mono ao ser
todo criara quase ni
tomado Grande, e, tendo sido tornado Grande, morro. Tendo nascido da
que neniiwn de1
condiçäo de nascimento e morte que dà vida ès vidas (moitais), eis que eu,
agora, liberto, passo para o estado que transcende o nascimento, tal corno Tu cessasse pam
o estabeleceste, de acordo corn aquio que Tu ordenaste e corn aquilo corn que &sesperwiwtue iqe1i
fizeste o Mistério."5 tempo ficou ainda mais
Pretendia-se que o ritual provocasse urna revelaçáo do reino divino e que os passaros rido;
semeihantes a urna enor
conferisse imortalidade ao iniciado, por intermédio de urna subida aos céus. Ern
termos psicológicos, trata-se de uma revelaçäo da psique arquetípica que nos û.essa atravesa
plant'cie,

liberia de uma atitude do ego pessoal e nos permite experimentarrnos a nôs passou urna especie de
se apressando; assim qn
mesmos corno um ¡mortal - isto é, alguérn que vive corn realidades arque-
típicas e faz urna contribuiçâo à psique arquetípica. Experiências serneihantes prôpria vicia, a própri
de revelaçäo ocorrern nos sonhos e visóes rnodemos. Por exernplo, a dra. velocíssimna explosät de
Liliane Frey tern refletido profundamente acerca da molte e do seu próprio poderia inrporta.r C
trepidante e apressado J

criaturas ainda mido fon


13. Elfade, Sha,naniwn:Archak Techniques ofEcstasy, pp. 259ss. _________________
14. Jung, TheSymbolictife, CW 18, pars. 8Sss.
16. A WU of Living Waters, pp. Ut.
15. Dieterich,AMizhraicRituaL
17. ¡bid,, p.14.
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,Er
de velaçäo. O simbolismo niito referente à morte como transformaçáo. Escreve eta: "A moite consiste no
ensäo para propósitos de inilagre da transfortnaçâo numa nova forma de existência. A morte é, para
t escada cósmica, ou faz um mini, o portlo que leva a um novo nascimento, assim como a irnipçao do rei-
JI3 no transcendental em nossa existência empfrica. Estou convencida de que ex-
talio encontra-Se no antigo perinentamo urna completa transformaçäo do nosso ser nos últimos momen-
ontm a imagem do falo do tos da nossa vida. Simultaneamente à morte do corpo e da personalidade do
scoberta dos arquétipos por ego, algo de novo, que náo é matéS nem espirito, mas sim os dois juntos,
a Providência, 6 Fortuna, nasce de uma maneS interminada'6 Enquanto desenvolvia esses pensa-
eIa os mistérios que só um mentos, ela teve um impressionante sonho, no quai
i fliho - sua imortalidade -
estava voando cada vez mais alto neon aeroplano especialmente
dade, corn a qual Sol Mitra,
construício para ¿a e tin.tw wna ,nagn«ïca visa,, ios Alpes, inwrsos por
:oncedesse; assim é que eu
inteiro num profuSo ut17
e somente eu, posso voar
p, I

J B. Priestley relatou um impressionante sotto de sublhnatio-revelaçäo:


pmssegue corn as seguintes
Son/tel que estava de pé no topo de zona torre muito alta, sozinho,
olliando de cima para mirlades de pássaros, todos eles voand.o numa só
e trés vezes o [mais fundol direçäo; hait ali todo tipo de passai-o, todos os passaros do mundo.
e dirigindo-se para as
I

)-SC Era urna nobre visäo, aquele vasto rio aéreo de pássaros. Mas, de
ivesses no meio do ar. Nada repente, de algwna inaneira misteriosa, a engrenagem sofreu urna
que quer que seja dos sinais
L

as coisas que verás serâo e o tempo se acelerou, de modo que vi geraçäes de pássaros,
observei-os quebrarem a casca das ovos em que estavain, safrem para a
I

e naquela mesma hora, a


s ascendendo na direçâo do vida, acasalarein, enfraquecerem, fraquejarem e morrerem. As asas
D do seu disco - o disco de táo-so,nente, para ca(rem; os corpos eram esbeltos e, de
ida dos Deuses acessfveis à repente, ijuin átimo, sangravam e ficavam mirrados; e a mofle agia em
toda parte a cada segundo. Qual o sentido dessa cega bataiha pela vida,
desse ansioso agitar de asas, desse apressado acasalamento, desse vôo e
s corn várias personagens dessa irrupçao, todo esse gigantesco esforço biológico incompreensível?
poteose do iniciado, marcada Enquanto olliava para baixo, parecendo ver a ignóbil historiazinha de
cido de novo, morro ao ser criatura quase nwn re&znce, senti urna dor no coração. Seria
morro. Tendo nascido da
,
mellwr que nenhurn deles, que nenhum de nós, tivesse nascido, que a
vidas (moitais), eis que eu, b,atallw cessasse para sempre. Fiquei em minha torre, ainda sozinho,
e o nasciinento, tal como Tu desesperadamente infeliz. Mas a engrenagem voltou a se rnodficar e o
enaste e corn aquio corn que tempo ficou ainda mais rápido e passou a correr com tanta velocidade
que os pássaros nao podiam apresentar nenhum movimento, ficando
revelaçäo do reino divino e semelhan.tes a urna enorme planicie serneada com penas. Ma,s, ao longo
o de urna subida aos céus. Em dessa planIcie, atravessando, em seu ciaräv, os próprios corpos, eis que
a psique arquetípica que nos passou wna espécie de chama branca, tremeluzente, dançando, e depois
mite experimentarmos a nôs se apressando; assim que a vi, compreendi que essa chama branca era a
vive coin realidades arque- própria vicia, a prôpria quinte sséncia do ser; e veio a mint, mima
ca. Experiências semeihantes velocissima explosao de extase, a idéia de que nada importava, de que
demos. Por exemplo, a dra. nada po.frria importar algum dia, porque nada mais era real alem desse
da morte e do sen próprio trepidante e apressado bruruleio do ser. Os pássaros, os homens ou as
criaturas ainda nao formadas e que ainda nao tém cor de nada valiam

16. A Well of Living Waters, pp. 13s.

17. Thief., p. 14.

147
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exceto na medida em que essa chama da vida passava por dentro deles. tempo passando por
Ela nada deixava para trás que se pudesse lamentar; aquilo que eu
, i

experimentando em m
pensara ser urna tragédia nao passava de mero vazic ou mera sombra; nascimento, morte e mn
porque, naquele momento, toth sentimento real era capturado, mundo (principalmente
Jtriflcado e levado a dançar, de modo extático, corn a chaina branca da agricultores e artesàos d
vida 18 pessoas que me eram c
.

cruzados ou realizando
de madeira é baixada n
Urna poetisa teve urna visáo semeihante do processo da histOria humana, pantes se lamentam. E
como se fosse visto a partir de urna grande altura: assistência nesse Foce
movimento circular dos
Vi a terra coberta por wna única árvore grande, cujas múltiplas
Gritos de nasciinento e
othos Percebo que o
raizes se ali,nentava.'n do sol interior de ouro, o lumen naturae.
.

nascimento nao passa d


Tratava-se de urna árvore cujos ramos eran fritos de luz, estando os suficiente O sentido d
gaihos anioroswnente entretaçados, de modo que a árvore fazia de si nascimento-morte expe
wna rede de hannonioso amor. E parecia que ela se estava elevando a Coipo-Si-mesmo me dei
um dom táo precioso qu
partir das setnentes quebradas de multas, incontáveis egos que naquele sentido da ininha vida?"
momento pennitioJn ao Si-mesmo uno surgir. E quando se contemplou
isst,, o sol, a lua e os planetas se rnostrwn corno algo inuito, mas muito A notável semethança e
d(ferente daquilo que se pensava. Pelo que pude entender, o proprio esdey indica que essas e
Senhor era o Alquimista; e Ele, a partir da agitaçáo, do sofrirnento, it testemunho da realidade da p
Outro aspecto do simbo
ignorância e da poluiçào cofetivos, 'testava' o
'
19 '

eternidade. Por exemplo, 1H

funerária, urna sublirnati.


Outro exemplo de sublhnaçäo revelada vem da experiência corn LSD de reapareceu nurn nivel superk
urna profissional, mae de très crianças. Ela descreve sua experiência com as mesmo aconteceu com Elias
seguintes palavras: corn cavalos de fogo, os se
ao céu nurn remoinho." (Ver
Eu sabia estar seguindo o meu caminho; de repente. urna libertadora O togo tambérn sublima
e deliciosa sensaçäo de flutuar na atmosfera tomou conta de todo o rneu deveu-se à sua fervorosa jig
ser, engolfando-o. A irnpressáo de ser confida nurn corpo se dissolveu.
Sorti delicjada, e disse em voz alta: "Agora rne lernbro como é nao ter
, ,
pela lei, foi arrebatado até o
corpo. Eu eslava em contato corn algurn nIvel de ser no qual havia plena
' '
pigg depois de sua iessurreiç
consciência mas nao encarnaçäo. Tonìou foima ern minim mente urna subiu ao céu quando de sua
percepçäo de que eu resistira a nascer no mundo na minha amai do calendario da Igreja (1
encarnaçào. Eu cornpreendi por quê. O ar é meu verdadeiro elemento, a assunçäo sO tenha sido prodi
matriz do meu ser. o êxtase de me encontrar livre do corpo, do processo A origern do simbolism
de enveihecimento, das dores nas costas, das dores de cabeça, das juntas
reumáticas, durou uma eternidade. Eu já nao estava confinada pelas mente, o Egito. Na ieligiáo
dimensöes espaço-temporais da tena. Corno era agradável ser "eu", com tomassern estrelas ou comp
total percepçäo e consciência e, todavia, sem nenhum veículo físico! esplendor dos poderosos c
conjunto daqueles que o tini
Seguinrn-se novas experiências, incluindo o reviver de seu prOprio pássams, elevando-se acima
nasciinento, ocorrendo depois essa visäo fmal:
por Rá como companheiros d
corno estrelas eternas."21
Teve inkio entäo um complexo ciclo de risos e iágrinias; o riso
vinculado normalmente ao abrir dos braços e das pernas; o choro, a uma Um texto das pirâmides
contraçáo e ao fechaniento do corpo. Movi-rne retrospectivamente no celestial corn as seguintes p

18. Citado em Adler, Studies in Analytical Psychology, p. 143. 20. Desojo agradecer à autora do i
19. Estou em divida corn Alice Howell pela permissáo para citar. experiência.
21. B1a, A History ofEgypt, p. 6
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148
à passava por dentro deles. tempo, passando por incontáveis ¿pocas 4a existthcia da humanidade,
e lamentar; aquilo que eu experimentando em rneu corpo um número imenso de ciclos de
tero vazio ou ynera sombra; nascimento, morte e çenascimento. Encontrei-me em diferentes partes do
mío real era capturado, mundo (principalmente na Europa), mais corn simples carnponeses,
co, corn a chama branca da agricultores e artesâos do que corn reis e nobres. Fui entenada ou enterrei
pessoas que me eram caras, tendo nñnhas pálpebras fechadas e braços
cruzados ou realizando esse ritual para outras pessoas. A uniforme caixa
de madeira é baixada no túmulo, a terra é jogada sobre cia, os partici-
irocesso da história humana, pantes se lamentam. E entäo sou urna mulher que dá à luz ou presta
assisténcia nesse processo. FM o choro do infante recém-nascido, o
movimento circular dos braços da mae para pegar a criança em seu colo.
Gritos de nascimento e estertores de morte se entrelaçam nurn piscar de
re grande, cujas múltiplas olhos. Percebo que o lugar que ocupo no padrao rítmico de morte e
'e ouro, o lumen naturac. nascimento nao passa de um fugaz instante -e
que isso é mais do que
suficiente, O sentido de unidade corn o universo, seudo o processo de
m feitos de luz, estando os
lo que a onore faja de si nascimento-morte experimentado por melo da totalidade do meu
ue da se estava elevando a Coipo-Si-mesmo me deixa plena de graça. E como se me tivessem dado
urn dom tAo precioso que eu jamais preciso perguntar outra vez: "Qual o
wontáveis egos que naquele sentido da minha vida?"20
fr. E quando se conte,nplou
o,no algo muito, mas muitO A notável semeihança entre essa visäo induzida pelo LSD e o sorto de
e pude entender, o próprio Priestley indica que essas experiências têm validade objetiva: ìsto 6, eias dáo
agitaçäo, do sofrimento, da testemunho da realidade da psique.
' oouro.19 Outro aspecto do simbolismo da ascensäo é o tema da transiaçäo para a
eternidade. Por exemplo, Héracles subiti ao Olimpo a partir de sua pin
funerária, urna sublimado bastante literal. Ele desapareceu da terra e
t da experiéncia corn LSD de reapareceu nuni nIvel superior, como resultado do fato de ter sido aquecido. O
ivve sua experiência corn as mesmo aconteceu corn Elias (2 Reis, 2:11, RSV): "Eis que um carro de fogo,
com cavalos de fogo, os separou um do outro [Eliseu e EIiasJ. E Elias subiu
ao céu nwn remoinho." (Ver a figura 5-6.)
de repente, urna libertadora o fogo também sublima Elias. Segundo I Mac., 2:58, a ascensäo de Elias
r tomou conta de todo o meu deveu-se à sua fervorosa intensidade religiosa: "Elias, por ter ardido de zelo
Ida num corpo se dissolveu. pela lei, foi arrebatado até o próprio céu." (JE.) Cristo subiu ao céu quarenta
ra me lembro como é nao ter
rei de ser no qual havia plena
dias depths de sua ressurreiçäo (Atos, 1 :9). Segundo a lenda, a Virgern Maria
hrma em minha mente urna subiu ao céu quando de sua morte e a Festa da Assunçao da Virgem faz parte
no mundo na minha amai do calendário da Igreja ( I 5 de agosto) desde o século XVII, embora a
i meu verdadeiro elemento, a assunçáo $6 tenha sido proclamada como dogma em 1950 (vet figura 5-7).
r livre do corpo, do processo A origem do simbolismo da transiaçäo para a eteniidade é, provavel-
s dores de cabeça, das juntas
nao estava confinada pelas
mente, o Egito. Na religiao egipcia antiga, acreditava-se que os mortos se
era agradável ser "eu", corn tornasseni estalas ou companheiros do sol. James Breasted escreve: "No
nenlium veiculo físico! esplendor dos poderosos céus, o habitante das inargens do Nilo. . . via o
conjunto daqueles que o tinham precedido; eles haviani voado para lá, corno
o reviver de seu próprio pássams, elevando-se acima de todos os inimigos do ar; tendo sido recebidos
por Rá como companheiros de sua barca celestial, eles agora pertorriam o céu
como estrelas eternas."21
de risos e lágrimas; o riso Um texto das pirámides descreve a translaçäo do rei morto para o reino
e das pernas; o choro, a urna
vi-me retrospectivamente no
celestial corn as seguintes palavras: "O rei sobe ao céu entre os deuses que

20. Desejo agradecer à autora do relato por sua gonerosidade era compartilhar essa importante
experiencia.
21. Breasted,A History of Egypt, p.64.

149
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próprio Osiris experimei
da placa de ferro e de
fornecen, ele puden, d
da escada, estava Rá; de
Osiris a siibfr por cia. I

Fiórus, o Velho, e Seth


ajuda que davarn aos n
deus Osiris. Mas, quer
suposta obrigaçao, quei
colocar urna escada sob:
'j',-*;- -
preparada urna composi
tomar-se o .rneio de subi
Pepi, laz-se o morto dii
divina Escada! Honra a
Escada! Mantém-te eret
de Hórus, pela quai Osft

FIGURA 5-6
Ascensño de Elias. (Doré, Bible Illustrations.)

habitarn o thu... Ele [Rá] te dá o braço na escada para o céu. 'AqueJe que
conhece seu lugar vem', dizem os deuses. O Puro, assume teu trono na barca
de Rá e navega pelo céu... Navega corn as estrelas imperecíveis, navega com
as Estrelas Incansáveis. "22
E E. A. Wallis Budge escreve o seguinte:

Os egipcios primitivos acreditavam que o solo do céu, que também


-
-'

forrnava o firmamento deste mundo, era feito de urna irnensa placa de 1-

ferro, de forma retangular, cujos quatro cantos repousavam sobre quatro


pilares que serviam para marcar os pontos cardeais. Sobre essa placa de
ferro viviarn os deuses e os mortos abençoados, sendo o objetivo .de todo
born egipcio ir para M depois da morte. Em cePos pontos sagrados, a
extremidade da placa era tao próxima do curne das rnontanhas que os
rnortos poderiarn facilmente içar-se para ela, obtendo assim ingresso no
céu; mas, em outros, a distância entre a placa e a terra era táo grande que Assunçâo da Virgem. (The i
o rnorto precisava de ajuda para alcançá-la. Havia a crença de que o Pic

22. Breasted, Development of Religion and Thought in Ancient Egypt, p. 136. 23. Citado em Cook, Zeus: A Stud
Egiptyan Religion of the Resserre.
eg(pcia, Editora Pensamento.}
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150
próprio Osiris experimentara certa dificuldade em chegar à parte superior
da placa de ferro e de que sornente por mejo da escada que seu pai, Rá,
fornecen, ele puden, depois de muito tempo, subir ao céu. De um lado
da escada, estava Ra; de outre, HOrns, o fllho de fsis. E cada deus ajudara
Osiris a subir por ela. Originalmente, os dois guardiäes da escada eram
I-tOrus, o Velho, e Seth; há várias referências, em textos precedentes, à
ajuda que davarn aos mortos que se identificavam, efetivamente, corn o
deus Osíris Mas, quer corn o objetivo de lernbrar a esses deuses sua
suposta obrigaçáo, quer pan compeli-los a fazerern isso, costumava-se
colocar urna escada sobre o, ou perte do, coipo rnorto, no túmulo, sende
preparada urna composição especial que tinha o efeito de fazer à escada
tornar-se o meio de subida dos mortes ao céu. Assim, no texto escrito por
Pepi, faz-se o morto dirigir-se à escada corn as palavras: "Honra a ti, ô
divina Escada! Honra a ti, o Escada de Seth! Mant6rn-te ereta,ó divina
Escada! Mantérn-te ereta, o Escada de Seth! Mantérn-te ereta, O Escada
de HOrns, pela qual Osiris alcançou océu."23

llusations.) t C

Lth ¡Thfl O céu. 'Aquele que


),assumeteu trono na barca
as imperecíveis, navega corn
-

o solo do céu, que também


itodeurnairnensaplacade
tos repousavam sobre quatro -
j,
S -

-
-

ardeais. Sobre essa placa de


los, sendo o objetivo rIe todo
rn certos pontos sagrados, a
ume das montanhas que os
obtendo assim ingresso no FIGURA 5-7
Assunçao da Virgern. (The Hours of Catherine of Cleves. Coleçáo Guennol e
-

a e a tena era táo grande que


a. Havia a crença de que o Pierpont Morgan Library.)

23. Citado em Cook, Zeus: A Study in An&nr Religion, 2:125s; ver também
rypt, p. 136. Budge, Osiris: The
Egiptyan Religion of the Resurrection, 2:167. [Ver, em portugués, desse mesmo
autor, A religiño
eg(pcia, Editora Pensamento.]
i

'5'
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A injunçäo para manter-se ereta é urna itminiscência da coluna Djed ou Hash brought me to the i
Tet. Essa imagem clássica de Osfris ressurreto em alguns quadros " "n a sep'rate essence

assemeiha-se consideravelmente corn urna escada (ver figura 5-8) Na Th(? emanations of the E
.

antigüidade, o processo de translaçäo pan a etemidade era representado


vividamente pela imagern da subida da escada Its esferas planetárias. Quando [Fai é o poder da minha aim
nasce nurn corpo tentno, a alma desce do céu através das esferas planetárias e que o hornem é. I Primeiro,
adquire as qualidades pertencentes a cada urna delas. Escreve MacrObio: cornum, que a todos gerou.
assirn que as recebi, à úinida
Cornpartilho corn o chistoso
Pelo irnpulso do primeiro peso, a alma, tendo iniciado seu curso escravo i De belas faces, enti
descendente a partir da intersecçào entre o zodíaco e a Via Láctea, na houver algum), I Sol, eu o
direçáo das esferas sucessivas que se encontram abaixo, enquanto çassa presunçöes i Seriain urn le
pelas esferas adquire cada atributo que rnais tarde irá exercer. Na esfera
. . .

doen& (que por certo existt


de Saturno, adquire a razAo e o entendimento, chamados logistikon e mas chamas.! A falsa mag
theoreticon; na esfera de Júpiter, o poder de agir, chamado praktikon; na entrego a Saturno. I Meus
de Marte, urn espirito forte ou thymikon; na esfera do sol, sentidos- nmulo, o planeta da supersi
percepção e irnaginaçäo, aisthetikon e phantastikon; na de 'vénus, o pjjp, e nada pode cansar,
impulso dz paixão, epithymetikon; na de Mercdrio, a capacidade de falar levou-me até a lua do Empñ
e de interpretar, henneneutikon; e, na esfera lunar, a funçäo de rnoldar e emanaçôes da Divindade.l
aumentar corpos, pfiyti/con. Sendo a mais distante dos deuses, esta última
funçäo é a prirneira ern nés e em toda a criaçäo terrena.24 Herny Vaughn é tant
Tendo-se purificado, a alma pode subir os degraus das esferas planetárias, descrevem urna experiôncia d
"porque, após se livrar completamente de toda mácula do mal e merecer a
sublimaçâo, ela dein outra vez o corpo e, recuperando de modo pleno seu 1saw Eternity the other
estado precedente, retorna ao esplendor da vida eterna' 25 A subida das Like a reat Ring ofpun
A/i cairn as it was
'

esferas é descrita nurn poema de Henry Vaughn: And round beneath it, Ta
Driv'n by the sphen
The power ofmy soul is such, I can Like a vast shadow moi"
Expire, and so wta5se all that's man. And all her train in
First rry dull clay I give unto the Earth,
Our common Mother, which gives all their birth. [Noites atrás, eu vi a Eteri
My growing faculties! senti as soon infinita, i Tao calma, tao ra
Whence first J took them, to the humid Moon. dias, anos, f Navegando pek
All subtilties anti every cunning qual o rnundo / E todo o seu
To witty Mercury ¡ do impart.
Those fond affections which made me a slave
To handsome faces, Venus thou shall have. ¡li um paralelo cabal
And saucy pride (if there was aught in me,) pertinentes aos arcontes plo
Sol, J return it to thy royalty. Gershom Scholem:
My daring rashness and presumptions be
To Mars himself an equal legacy.
My ill-plac'd avarice (sure 'ils but small;) A tarefa da Cabala
Jove, to thy flames! do bequeath it all. na Cabeça de Deus. P
And ¡ny false magic, which J did believe, pondente no comportam
And mystic lyes to Saturn ¡ do give. rntegrado na vida mIsi
My dark imaginations rest you there, cabalistas concordavani
This is your grave and superstitious sphere. alcançável pela alma ac
Get up my disintangled soul, thy fire devekut, a ligaçao mist
Js now refined and nothing left to tire, escada de devekut.28
Or clog thy wings. Now my auspicious flight
26. "The Importunate Fortune", ini
24. Macróbio,Cninentazy on the Dream of Scipio, pp. 136s. 27. "TheWorId",op.cis.,p,231.
25. ¡but, p. ¡37 ]

28. Scholem, Kabbala!,, pp. 174s.


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152
niscéncia da coluna Djed ou Hat/i brought me to the Empyrcan light.
tlfl? a sep rate essence and can see
iíreto em alguns quadros A'

acIa (ver figura 5-8). Na


enwnations ofthe Deitiì.26
eternidade era representado
esferas planetúrias. Quando [Tal é o poder da minha alma, I Que consigo expirar e, assiin, analisar tiMo o
tvés das esferas planetárias e que o homem é. I Priineiro, minha triste argila eu dou à Tern, I Nossa mae
comum, que a todos gerou. I Minhas faculdades em desenvolvimento enviei; I
las. Escreve MacrObio: assim que as recebi, à tímida Lua. I Todas as sutilezas, toda arte habilidosa, I
Compartilho corn o chistoso Mercúrio. I Os amores eflemados que me fizerarn
a, tendo iniciado seu curso escravo I De belas faces, entrego a Vénus. I E o orguiho insolente (se em inim
zodíaco e a Via Láctea, na houver algum), I Sol, eu o devolvo à tua realeza. Minha ousada aspereza e
tram abaixo, enquanto passa presunçöes I Seriarn urn legado apropriado para Marte. I Minha avareza
s tarde irá exercer. Na esfera doentia (que por certo existe, embora pouca), I Júpiter, eu as ianço todas em
mto, chamados logistikon e tuas chainas.I A falsa magia, em que acreditei, I E as místicas mentiras,
agir, chamado praktikon; na entrego a Saturno. I Meus sombrios pensares al descansem. I Eis al o seu
na esfera do sol, sentidos- túmulo, o planeta da superstiçáo. / Desperta, alma livre; ten fogo I Asora é
rntastikon; na de Vênus, 0 puro, e nada pode cansar, I Ou reprimir suas asas. Meu vôo auspicioso
rcúño, a capacidade de falar levou-me até a lua do Empíreo. I Sou urna essência distinta e posso ver I As
lunar, a funçäo de moldar e emanaçöes da Divindade.J
tante dos deuses, esta última
io terrena.24 Henry Vaughn é também autor desses versos tao conhecidos, que
raus das esferas planetárias, descrevem urna experiência de subli,natio:
mácula do mal e merecer a
iperando de modo pleno seu J saw Eternity the other night
Like a great Ring of pure and endless light,
cia eterna".25 A subida das
All calm as it was bright,
And round beneath it, Time in hours. days. years
Driv' n t'
the spheres
Like a vast shadow mov'd, In which the world
And all her train were hurl'd.27

Inh. [Noites atrás, eu vi a Eternidade, I Como um grande Anel de luz pura e


infinita, I mo calma, tao radiante, I E, rodando sob ela, o Tempo, em horas,
dias, anos, I Navegando pelas esferas I Como vasta nuvem em movimento, na
qual o mundo f E todo o seu séquito eram arremessados.]

Há um paralelo cabalístico do tema da devoluçäo das qualidades


pertinentes aos arcontes planetários como o indica a seguinte passagem de
Gershom Scholem:

A tarefa da Cabala é ajudar a guiar a alma a retornar à sua terra natal


na Cabeça de Deus. Para cada Sefirah, há um atributo ético corres-
pondente no comportamento humano, e aquele que atinge isso na terra é
integrado na vida mística e no mundo harmónico das Sefirot... Os
cabalistas concordavam de modo unanime acerca do grau máximo
alcançável pela alma ao final do seu curso místico, a saber, o gnu de
devekut, a ligaçäo mística corn Deus... (Isso é obtido pela subida) da
escada de devekut,28

26. "The Importunate Fortune", ¡n The Complete Poetry of Henry Vaughn, pp. 384s.
27. "TheWorld",op.cft.,p.23l.
28. Schelem, Kabbalah, pp. 174s.

153
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CePos ditos hassídicos
I-J seguinte texto: "As almas d
longa escada. Depois disso,
II II
chamando as almas para casa.
como se pode chegar ao cdii
pular, e entäo desistem. Mas
I
ii : alcançá-lo, mas que tentam e
para cima."30
Outro dito afirma: "O h
toca o céu. E todos os seus
mundo superior."3
A imagem da eseada e
ascéticos cristäos (ver figura
das Confisthes de Agostinh
celeste: "Subimos tua escad
cântico graduado; brilhamos
logo -e seguimos porque sub
Vários mártires cristäos
mais notável dentre eles é Si
na prisáo, pouco antes de sex
sonho:

Vi urna escada de b;
céu e era täo estreita qu
Em ambos os lados da e
espadas, lanças, ganch
descuidados ou aqueles
cram fritos em pedaços
FIGURA 3-8 um gigantesco dragáo,
OsIris como escada. (Do papiro de Ani, British Museum. Reproduzida em poncio-os em fuga. Mas.
Budge, Osiris: The Egyptian Religion ofResurrection.) como depois preferiu in
nosso rnestre mas depois
O estado de devekut, ou ligaçâo com Deus, deve ser obtido, segundo prisdo). Ao atingir o
pensavam os cabalistas, por mejo da oraçäo: "Perpétua, estou te sega
E eu respondi: "Ele nac
Enquanto medita, o adepto usa as palavras fixas da oraçâo, como uni dragav retirou lentarnent
corrimão ao quai ele se apega em seu caminho de ascensâo, a fim de nao se tivesse medo de mint
ser distraído ou confundido. Essa meditaçào resulta na junçäo entre o primeiro degrau da eso
pensamento humano e o pensamento divino ou vontade divina.. O sentado em seu centro, i
pensamento se expande e sobe até sua origem, de maneira que, ao ordenliava oveihas, tenc
alcançá-la, a jornada termina e nao é possivel subir mais... portanto, os
homens pios de antigamente elevavam seu pensamento à sua origem vestidas de franco. E e
enquanto pronunciavam os preceitos e palavras de oraçäo. Como "Que born que tenhas vi
resultado desse procedimento e do estado de adesâo (deve/cia) que sua me estendeu wna porçái
condiçáo alcançara, suas palavns se tornaram abençoadas, se maos em concha e corn!
inultiplicaram, plenas do influxo (divino).29
30. Buber, Ten Rungs: Hasidic Sayings,
29. Ibid., p.370.
31. Th14.
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154
Certos ditos hassfdicos usam a imagem da escada, tal como o faz o
seguinte texto: "As almas desceram do reino do céu para a terra por uma
longa escada. Depois disso, essa escada foi retirada. Ora, lá em cima estáo
chamando as almas para casa. Alguns nao fazem o mínimo movimento, porque
- como se pode chegar ao céu sem urna escada? Outros pulam, caem e voltam a
pular, e entäo desistem. Mas há aqueles que sabem multo hem que nao podem
E
alcançá-lo, mas que tentam e voltam a tentar até que Deus os pega e os leva
para cima."30
Outro dito afinna: "O homem é uma escada colocada na terra, cujo topo
toca o céu. E todos os seus movimentos, açöes e palavras deixath traços no
mundo superior."3'
A imagem da escada espiritual foi ampIamente usada pelos místicos
ascéticos cristaos (ver figura 5-9). E provável que sua origem seja a passagem
das Conflssôes de Agostinho referente à subida da alma para a Jerusalém

r" celeste: "Subimos tua escada, que está em nosso coraçáo, e cantamos um
cántico graduado; brilhamos em nosso interior com teu fogo - com teu bom
r fogo -e seguimos porque subimos para a paz de Jerusalém." (13, 9.)
- Vários mártires cristäos estäo associados à imagem de urna escada. O
mais notável dentre eles é Santa Perpétua, que em 203 d.C. enquanto estava
L na prisäo, pouco antes de ser martirizada na arena de Cartago teve o seguinte
sonho:

Vi wna escada de bronze, de üvnanho rniraculoso, que alcançava o


' céu e era tño estreita que só urna pessoa de cada vez podia subir por ela.
Em ambos os lados da escada, havia tocki tipo de i.inplementos deferro -
'
:t

*- espadas, lanças, ganchos, adagas e arpôes -, de maneira que os


scuidados ou ueles que n se mantivessem eretos enqUo subm
1-- -
erain fritos em pedaços e ali ficavain, dependurados. AbaixO da escada,
um gigantesco dragäo, â espera daqueles que subiwn, os assustm'a,
Museum. Reproduzida em ein fuga. Mas Saturo subiu antes de ,nhn (da mesina maneira
ofResurrection.) COflW dJiOI!5 prefrriu marrer antes, por amor a nôs, porque ele fora
nosso inestre nias depois nao estava conosco quando fornas atirados na
prisäo). Ao atingir o topo da escada ele voilou-se para mün e disse:
, deve ser obtido, segundo "Perpéti estou te segurando, mas nao deixe que o dragäv te morda."
E eu respondi: "Ele nao me fará mal, em nome de Jesus Cristo." E o
dragäo retirou lentamente sua cabeça da parte inferior da escada, como
s fixas da oração, como um se tivesse medo de mim e eu pisei nele, como se estivesse pisando o
o de ascensäo, a fim de nao
D resulta na junçäo entre o
primeiro degrau da escada, e atingi o topo. Vi tun vasto jardim e,
io ou vontade divina O sentado em seu centro, um alto homem grisalho, em roupas de pastor,
rigem, de maneira que, ao ordenhava ovelhas, tendo ao seu redor muitos milhares de pessoas.
el subir mais.. portanto, os vestidas de branco. E ele levantou a cabeça, olhou para nüm e disse:
pensamento à sua origem "Que bom que tenhas vindo, fllha." Ele me chamou para peno de si e
Iavras de oraçäo. Como
e adesào (devekut) que sua me estendeu urna porçäo do queijo que obtinha. Eu o peguei corn as
tornaram abençoadas, se maos em concha e conti. E todos aqueles que se encontravam ao sèu

30. Buber, Ten Rungs: Hasidic Sayings, p.40.


3!. Ibid.

155
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redor disseram "Ambn". Ao scm d.essa invocaçâc acordei e live
consciencia de ainda estar comendo algo doce que nao sei o que era. E
contei i."nediatamente essa visäc ao meu innâo e compreendemos que ela
significava a paixáo vindoura. A partir daquele momento, passamos a
nño mais depositar esperanças neste mundo.32

Esse assombroso sonho ilustra o Zeitgeist da era cristA, que mal começava
naquela época. O novo espfrito cristAo era o espIrito da sublimatio (ver figura
5-10). E o que ilustra a seguinte passagem do poeta sIrio Jacob de Batnae, que
usa a idéia da escada de Jacó como urna prefiguraçäo da cruz de Cristo: "A
r4
cruz é instalada como urna escada prodigiosa pela quai a humanidade é, de
fato, levada ao céu... Cristo surgiu sobre a terra como urna escada de muitos
degraus, e se elevou bem alto, de maneira que todos os seres da terra pudessem
ser exaltados por Seu intermédio... Na escada, JacO percebeu verdadeiramente
o crucificado... Na montanha, Ele (o Senhor) fez rapidamente a misteriosa u,

cruz, como urna escada, colocando-se a Si Mesmo em seu topo, do quai


. .,

abençoou todas as naçôes... Naquela época, a cruz foi estabelecida como um


::< 44
ideal orientador, como se fosse urna escada, e serviti a todos os poyos como «M
uni caminho que leva até Deus."33
No Paradiso de Dante, há um belo exemplo da escada da sublimatio. No [4:*iÊ 2
canto 21, acompanhado por Beatriz, Dante mostra a si o sétimo céu de fl:\*4
Saturno, a monda das almas contemplativas (ver figura 5-11): -
li,'

Within the crystal that bears round the world


the naine of its great king in that golden age
When evil' sfl4g had not yet been unfurled, t
like polished gold ablaze in full sunlight,
¡ saw a ladder Tise so far above me
it soared beyong the reaches of my sight. t
And J saw so many splendors make their way i
down its bright rungs, ¡ thought that every lamp
in all of heaven was pouring forth its ray.34
[Dentro do cristal que leva ao redòr do mundo Io nome do &ande rei da idade
de ouro I Quando a bandeira do mal ainda nao havia sido desfnldada, II como
ouro luzente exposto à luz do sol, I vi uma escada elevar-se tAo alto acima de
mim I que pairava nas alturas além do alcance de meus olhos. II E eis que vi
tantos esplendores descerem I por seus brilhantes degraus, que pensei que
todas as luzes I do céu derrarnavam ali seu clarao.}
Ofereci acitna certo número de exemplos do tema simbólico da transiçâo
para a eternidade. Vem agora a pergunta: qual o sentido psicológico desse '
tema? Falamos aqui da sublimado superior, em contraste corn a inferior. A
subli,natio inferior sempre deve ser seguida por urna descida, ao passo que a i
superior é um processo de culminância, a translaçäo final para a eternidade a --

32. Cithdoem von Franz, The Passion of Perpetua, pp. lOs


A escada dos místicos para
33. ¡bid., p.95.
Monte Sinai, séculos XI-.
34. Dante, The ParadLço, trad. de John Ciardi, pp. 235ss.

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156
invocaçào acordei e dye
cequenáoseioqueera.E
o e compreendemos que da r *« t?Y q*

rie
momento, 1vassamos a
e s
n cristá, que mal começava -
ito da sublimado (ver figura
sirio Jacob de Batnae, que
raçáo da cruz de Cristo: "A
aqua1 a humanidade é, de k
4.
como urna escada de muitos s
sosseiesdaternpudessem
4 percebeu verdadeiramente
4 L;

z rapidamente a misteriosa
smoemseu topo, do guai
iiz foi estabelecida como um C
rvivatodosospovoscomo 1-
- - /
7&r J',.
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daescadadasublimatio. No
straasiosétimocéude
-

igura5-1l):
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via sidodesfraldada, II como -"k

a elevar-se tAo alto acima de


meusolhos.//Eeisquevi II

ts degraus, que pensei que q

tema simbólico da transiçäo f.

o sentido psicológico desse t?


confiaste com a inferior. A
urna descida, ao passo que a ' " -
açao final paia a etenudade -a at..

FIGURA 5-9
A escada dos místicos para o céu. (Ícone do mosteim de Santa Catarina,
Monte Sinai, séculos XI-XII. Reproduzida em Weitzmann, The Icon.)

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daquilo que foi criado no tempo. O que significa, em termos psicológicos, o F Essa experiencia n
processo de translaçáo para a eternidade daquilo que foi criado no tempo? A acompaflhada, ao mesmq
consciência individual ou a percepção individual da totalidade é o produto que querer ou desejar. H
psicológico do processo temporal de individuaçao. Por essa razäo, o tomar-se
fon e viven. No inlcio
I
roubado ou despojado;
eterno é urna idéia misteriosa, que parece implicar a transforrnaçio da Tudo parecia ter passà
consciência alcançada pelo individuo num acréscimo permanente à psique nenhuma referéncia ao q
arquetípica. Há, na verdade, evidências em favor dessa idéia.35 Por exemplo, que algo tivesse sido tía
j

Jung teve visöes de sublimado quando esteve perto da rnorte em 1944. Ele se j tiido o que era, e isso era
achou elevado hem acima da terra e foi se tomando urna "forma objetiva": Compreendo essa passa
em sua forma total e fmal.
Tive a sensaçáo de que tudo se afastava de mim; Pido o que eu processo sempre que um itei
buscava, desejava ou pensava, toda a fantasmagoria da existência terrena de modo decisivo. Nesse pou
se desligava de mim ou me era arrancada - urn processo extremamente
I

doloroso. E, todavia, algo restava; era como se naquele momento eu


I
inalcançável pelo júbilo, pek
tivesse ao meu lado Pido aquilo que vivera ou fizera, Pido que havia A nnioria das irnagens
acontecidO à minha volta. Poderia, do mesmo modo, dizer: aquilo estava trabaiho terapéutico pertenc
cornigo e eu era aquilo. Eu consistia, por assim dizer, em Pido aquilo. Eu pacientes contemporâneos, a
consistía em minha própria história, e eu sentia, corn grande certeza: eis o I
sempre indicam a necessidS
que sou. "Sou esse feixe daquilo que ocorreu e daquilo que foi
realizado." I

FIGURA 5-10
Simeâo Estilita em sua coluna, cercado por uma serpente. (Relicário, século I

VI. Paris Louvre. Reproduzida em The Early Christian and Byzantine


World.)
I

A escada de Saturno segund

35. Veja-se Edinger, The Creation of Consciousness. p. 23ss. [Ediçâo brasileira da Editora Otix,
1987.] 36. Jung, Memories. Dreams, Reflectisd

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158
a, em termos psicológicos, o Essa experiência me deu a impressâo de uma extrema pobreza,
que foi criado no tempo? A acompanhada, ao mesmo tempo, de uma grande satisfaçäo. Já nao tinha o
que querer ou desejar. Eu existia numa forma objetiva: eu en aquilo que
ti da totalidade é o produto
fora e vivera. No inIcio, predominou a sensaçäo de aniquilamento, de ser
. Por essa razäo, o tornar-se roubado ou despojado; mas, de repente, isso deixou de ter importância.
nplicar a transformaçäo da Tudo parecia ter passado; o que restava en um fait accompli, sem
scimo permanente à psique nenhuma referéncia ao que tinha sido antes. NAo tinha nenhuma mágoa de
dessa idéia.35 Por exemplo, que algo tivesse sido tirado ou se tivesse perdido. Pelo contrário, eu tinha
Pido o que era, e isso era tudo.36
ito da morte em 1944. Ele se
Io urna "fonna objetiva": Compreendo essa passagern como urna descriçáo da sublùnatio superior
em sua forma total e final. A meu ver, rnanifestam-se aspectos parciais do
va de mini; tudo o que eu processo sempre que um item da psicologia pessoal de cada urn é objetivado
nagoria da existência terrena de modo decisivo. Nesse ponto, o aspecto em questAo torna-se um fato eterno,
- um processo extreniamente
inalcançável pelo júbilo, pelo sofrimento ou pela mudança.
ìo se naquele momento eu
A maioria das imagens de sublirnatio corn que depararnos em nosso
a ou fizera, nido que havia
o modo, dizer: aquilo estava trabaiho terapéutico pertence à subli,natio inferior. Corn efeito, pan os
im dizer, ern nido aquilo. Eu pacientes contemporâneos, as irnagens de subida, de altura e de vôo quase
ia, com grande certeza: eis o sempre indicam a necessidade de urna descida. Os indivIduos modernos têm
oconcu e daquilo que foi

4FI

'lT'

;$&: !
r.
-e

serpente. (Relicário, século


& Christian and Byzantine FIGURA 5-11
A escada de Saturno segundo Dante. (Doré, Illustrations for Dante' s Divine
Comedy.)
:Ediçao brasijeira da Editora Oiltth,
36. Jung, Memories. Dreams. Reflections. pp. 290s.

159
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tido um excesso de sublimatio, ao menos do tipo inferior. Eles precisam da No conjunto astrológicc
descida e da coagulatio (ver figura 5-12). A relativa liberdade do estado
repetidas das esfes
sublimado é urna importante realizaçäo no curso do desenvolviinento psíquico,
arquetípico, simbolizado pc
mas é apenas urna parte. Estar preso no céu pode ser desastroso. A subida e a
p

vamente. Em termos cummicc


descida são igualmente necessurias. Como afinna um dito alquímico: se aquece tuna substhncia
"Sublima o corpo e coagula o espirito."
i

Da mesma maneira como aves em ascensäo representam a sublimatio e a


condens; em seguida, o
frasco, no quai o ciclo se it
translaçäo do piano temporal para o piano eterno, assim também aves em
repetem-se alternativamente
movimento descendente iepresentam conteúdos do mundo arquetípico que
i

No piano psicológico,
estáo se encarnando por mejo da intpçäo no reino do ego pessoal. A pomba
tos do ser, que acs pou
do Espfrito Santo desceu sobre Cristo na época do seu batismo, indicando o
que uniñca os fatores e
processo de encamaçâo. Uma águia desceu sobre Tarqumnio Prisco em sua
experimentados alternativat
jornada para Roma, representando a coroaçâo que the estava destinada. A
itconciliaçao Jung descreve
consideraçäo dos pássaros como mensageiros de Deus já dura séculos Nos
tempos antigos, os auspicios (de avis, "ave" e specio, 'olhara para' ') eram Subida e descida,
representam tuna itauza
'

determinados por meio da observaçäo do comportamento das aves. Pacientes


psicóticos contain-me que recebem mensagens de Deus entregues por
kv, de maneira gradu
corn frequéncia em sonh
jássaros. O movimento ascendente etemiza; o movimento descendente urna escada, subir e de
personaliza. Quando esses movimentos se combinam, temos outro processo
;

Corresponde à luta entr


alquímico, a saber, a circulatio. Um dos parágrafos da Tábua th Esmeralda ouroborus. Esse hesitar
. .

de Hermes fala a respeito da circulatio: "Ela ascende da terra para o céu e


)UtrO significa estar cor
LtuaI o elemento que ant
desce outra vez para a tena, e recebe o poder do que está em cima e do que nodo que a dolorosa su
está embaixo. E, assim, terás a glória de todo o mundo. Desse modo, toda a ta atividade bilateral do]
tina fugirá de ti." .

A circulatlo é urna in
r
movimento circular em torno
comuin nos sonhos. Devem
. , ,-

próprios complexos no decon


it
baixo" combinam-se na medi
une a psique pessoal (embaixi

'cuna
A passagem da Tóbua
F
expressâo da diferença entre
Jung enfatiza esse ponto, p
::. M - psicológicompca de que
s--
'I - - "[NaTábuadaEsmgyajiJ]n
céu, mas, em contraste coma
para baixo e dal reton
- 'I btho, alcança as alturas e, c
seu ser, volta à tent Ele
manifesta uma natureza contr
A diferença de imagens
- ______ empirismo psicológico. Em o
ponto de vista religiosoJ... c
7 -'áe-'r -: ' redençáo e deixa a obra da
personagem divina autônoma;
FIGURA 5-12
A tone de Babel. (Bniegel, 1563, Viena, Kunsthistorisches Museum.
Reptoduzida em The World of Bruegel.) 37. Jung,MysteñwnConiuncrjonjs,Cw
t

Studits, CW 13, pal


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160 i38.Jung,Akhemical
D inferior. Eles precisam da No conjunto astrológico de imagens, a circula.tio se refere à subida e à
dativa liberdade do estado descida repetidas das esferas planetárias, graças às quais cada principio
o desenvolvimento psíquico, arquetípico, simbolizado pelos arcontes planetários, é encontrado sucessi-
ser desastroso. A subida e a vamente. Em tennos químicos, a circulado vincula-se corn o processo no quai
firma um dito alquímico: se aquece urna substáncia num frasco de refluxo. Os vapores sobern e se
condensam; em seguida, o fluido condensado é italimentado no bojo do
epresentam a subii,natio e a frasco, no quai o ciclo se zepete. Dessa maneS, a sublirnatio e a coagulatio
no, assim também aves em repetem-se alternativamente várias vezes.
do mundo arquetípico que No plano psicológico, a circulatio é o circuito repetido de todos os
io do ego pessoal. A pomba aspectos do ser, que aos poucos gen a consciência de um centro transpessoal
do seu batismo, indicando o que unifica os fatores em confuto. Há um tránsito pelos opostos,
te Tarquínio Prisco em sua experimentados alternativamente, repetidas vezes, até verificar-se sua
iue the estava destinada. A concihaçäo. Jung descreve a circulatio corn as seguintes palavras:
Deus já dura séculos Nos
q'ecio, "olhara para") eram
Subida e descida, em cina e embaixo, para cima e para baixo
representam urna realizaçäo emocional dos opostos, a quai leva, ou deve
lamento das aves. Pacientes levar, de mancha gradual, ao equilibrio entre eles. Esse motivo ocorre
s de Deus entregues por com freqüência em sonhos, sob a forma de subir e descer um morro, subir
o movimento descendente uma escada, subir e descer num elevador, num baläo, num aviäo, etc.
inam, temos outro processo Corresponde à luta entre o dragâo alado e o dragäo scm asas, isto é, o
Sos da Tábua da Esmeralda
ouroborus. Esse hesitar entre os opostos e o ser jogado de um lado para
. .

Tutro significa estar confido nos opostos. Estes se toniam um vaso no


cende da terra para o céu e qual o elemento que antes era, ora um, on o outro, flutua, a vibrar, de
que está em cima e do que nodo que a dolorosa suspensáo entre opostos transforma-se aos poucos
mundo. Desse modo, toda a Ita atividade bilateral do ponto situado no centro.37

A circulatio é urna importante idéia no campo da psicoterapia. O


movimento circular em tomo de um centm, hem como para cima e para baixo,
é comum nos sonhos. Devemos percorrer repetidamente o circuito dos nossos
próprios complexos no decorrer de sua transfonnaçIo. As "forças de cima e de
baixo" combinam-se na medida em que se cria a personalidade unificada que
une a psique pessoal (embaixo) com a psique arquetípica (em cima).
A passagem da Tábua da Esmeralda acinia citada oferece urna clara
expressâo da diferença entre a atitude alquímica e a atitude religiosa crista.
Jung enfatiza esse ponto, porque deixa patente a natureza da perspectiva
psicológico-empfrica de que os alquimistas forant precursores. Escreve ele:
"[Na Tábua da Esmeralda] nao é urna quesläo de subida de mAo-única para o
céu, mas, em contraste com a «fla seguida pelo Redentor cristáo, que vem de
cima para baixo e daí retorna para o alto, o fihius macrocosmi corneça de
baixo, alcança as alturas e, corn as forças do Superior e do Inferior unidas em
seu ser, volta à terra. Ele realiza o movimento inverso e, desse modo,
manifesta urna natureza contraria à de Cristo e dos Redentores gnósticos."38
A diferença de imagens corresponde à diferença entre f6 religiosa e
empirismo psicológico. Em outro texto, Jung o diz da seguinte forma: "[Do
ponto de vista religioso].., o homem atribui a si mesmo a necessidade de
redençao e deixa a obra da redençâo, o at/zion ou a opus mais, para a
personagem divina autónoma;... [Do ponto de vista alquímico,] o homem toma

Kunsthistorisches Museum. 37. Jung. Mysterium ConiuncSnis, CW 14, par. 296.


Brue gel.)
38.1 ung,Alchen*alSrudies, cw 13, par. 280.

161
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pan si a tarefa de alizar a cqns ttdentora, e atribui o estado de sofrimento e
a conseqüente necessidade de redenção à anima mundE aprisionada na Sta&ing on what too lo
matéria."39 E, mais urna vez: "A atençäo [do aiquinistal náo se dirige para a With shoulders ben and
sua prOpria salvaçäo pela graça de Deus, mas para a Iibertaçäo de Deus da -
We may discern unsee,
A path to higher destinü
tieva da matéria."4°
Ofihius philosophorwn alquímico começa e termina na terra. Isso sugere Nor deem the irrevocabA
a importância primordial conferida à realidade concreta - no espaço e no As wholly wasted, whol1
-
tempo do ego. A realizaçäo da limitada condiçäo humana ¿ colocada acima 1f, rising on its wrecks,
da perfei5äo ideal. Ainda assim, nao se deve levar essa distinçâo longe To something nobler we
demais. E muito interessante o fato de a principal referência das Escrituras à [Santo Agostinho!, hem dizi
ascensäo de Cristo, ser seguida imediatarnente por urna passagem referente ao escada, sendo para ¡sso sufic
seu retorno à terra (Atos, 1:9-11): "... vendo-o eles, foi elevado às alturas e II O corriqueiro, os eventos
urna nuvem o encobriu. E tendo eles os othos fixos no céu enquanto ele gubia, Nossos prazeres e desconten
eis que junto deles havia dois homens vestidos de branco que disseram: "Ho- II... II O desejo de coisas ig
A dureza do coraçào que ge
mens da Galil6ia, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre Tudo isso deve antes ser de
vós foi tomado pelo céu M de vir, do mesmo modo como o vistes ir para o No belo piano da justa fama.
céu." (RSV.) sobre aquilo que tanto sup
Apesar do perigo da sublitnatio para a mente moderna, seu simbolismo Podemos ver - algo jamais y
permanece no cerne de todos os esforços humanos voltados para o desenvol- E o Passado irrevogável n
inteiro, I Se, subindo sobre
vimento. Tudo aquilo que evoca nossa natureza melhor, "mais elevada" e, nobre.]
com efeito, toda a moralidade, partilham do conjunto de imagens vinculado
com a sublimatio. Isso ¿ expresso muito bem por Longfellow, de cujo poema
"The Ladder of St. Augustine" citarei algumas estrofes para concluir este
capítulo:

St. Augustine! well hast thou said,


That of our vices we can frame
A ladder, if we will but tread
Beneath our feet each deed of shame!
All comnon things, each day's events,
That with the hour begin and end,
Our pleasures and our discontents,
Are rounds by which we may ascend.

The longing for ignoble things;


The strife for triumph more than truth;
The hardening of the hean that brings
Irreverence for the dreams of youth;

All these must first be trampled down


Beneath our feet. ¡f we would gain
In the bright fields offair renown
The right of eminent domain.

39. Jung,PsychologyandAkhemy, CW 12, par. 414.


40. mid., par. 420.
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¡62
ui o estado de sofriinento e
ma mundi aprisionada na Standing on what too long we bore
biinista] nao se dirige para a With shoulders ben and downcast eyes,
Ora a libertaçâo de Deus da We may discern - unseen before -
A path to higher destinies.

termina na terra. Isso sugere Nor deem the irrevocable Past,


toncreta - no espaço e no As wholly wasted, wholly vain
k humana é colocada acinia 1f. rising on its wrecks, at last
levar essa distinçäo longe To something nobler we attain.
Il referência das Escrituras à [Santo Agostinho!, bem dizias I Que de nossos vicios podernos formar / Urna
ir urna passagem referente ao escada, sendo para isso suficiente / juntar todo pecado debaixo de nossos
Cies, foi elevado M alturas e Il O corriqueiro, os eventos de cada dia. / Aquilo que já perece ao nascer. I
s no céu enquanto ele subia, Nossos prazeres e descontentarnentos, I São degraus por onde podemos subir.
ë branco que disseram: "Ho- II ... II O desejo de coisas ignábeis; I A busca do triunfo em vez da verdade; /
A dureza do coraçào que gera I Irreverência nos sonhos da juventude; Il ... II
céu? Esse Jesus, que dentre Tudo isso deve antes ser deixado I sob nossos pés, se quisermos alcançar, I
kodo como o vistes ir para o No belo plano da justa fama, / O direito do eminente domInio. II ... II Pisando
sobre aquilo que tamo suportarnos I De ombros caídos e olhos velados, /
fle moderna, seu simbolismo Podemos ver - algo jamais visto -,
urna trilha para destinos mais elevados. II
os voltados para o desenvol- E o Passado irrevogável nâo será, assim, f Totalmente perdido, vâo por
inteiro, / Se, subindo sobre seus destroços, I Atingirrnos, enfim, algo rnais
i mellior, "mais elevada" e,
nobre.]
junto de imagens vinculado
Longfellow, de cujo poema
estrofes para concluir este

163
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. Unjo
Sabedo,ia- mental's I
Separatio
I

Caput ,,,,'-
corvi

\ AbulTe
Cranio
Separaç entre
RenascimentO Coroa Jung oferece um excele

/
alma e corpo
-
\ Cura
1952:
VerdUra
Concepçáo Túmulo
*
A alquimia represt
Fetida
Plantlo Cósmico e espiritual em
Cadiver
MOL Draerto finalidades: o resgate d
trabalho é difícil e repi
Logo no começo, encon
Mau chelo) ou, como os alquimista
Cante
PUTREFACTIO
Mutilaçáo Imponincia encontro produz sofrim
Excremento
veneno Medo sofre até a nigredo de
Morte do
Morte N egrume inocente
Cauda do paväo (cauda
Morte
dodragän dore' albedo. Mas nesse esti

V\
Den,la Sacrificio
aCepçâo da palavra; é
Sapo %%% Humilhaçao insuflar-Ihe vida, deve
Fnß alquimistas denorninam
,,/" Crucifixto experiéncia total da vid

/
do deaejo Sofrimento
Terra
Tortura
/ num modo de existéncia
o glorioso estado de con
,/' coniuncijo j
é dissolvido, em que o d
Trag6d'a profunda unidade da pi
jcaicinatioj alma humana está compi
Segundo essa passagen
albedo e rubedo: o escurecin
capítulo trata do primeiro di
operaçäo denominada mortifi
Os dois termos, "mort
referindo-se a aspectos ciller
nenhurna referéncia quím
pertinente, portanto, b expe
religioso, tern o sentido dc
penitência, abstinência ou

I. Jung, C. G. Jung Speaking, pp.22


e encontros.
I

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n

Mortificatio -t

VI Urdo
menlMts
separatio

Separaçäoentit

"Cura
almae coipo
1952:
Jung oferece um excelente resumo da opus alquímica numa entrevista de,

8IeW

Aa< Feria
A alquimia representa a projeção de um drama ao mesmo tempo
cósmico e espiritual em termos de laboratório. A opas magnwn tinha duas

7/ finalidades: o resgate da alma humana e a salvaçâo do cosmos... Esse


Drto
Coxeadura trabaiho é difícil e repleto de obstáculos; a opus alquímica é perigosa.
Logo no começo, encontramos o "dragâo", o espfrito ctônico, o "diabo"
ou, como os alquimistas o chamavam, o "negrume", a nigredo, e esse
açao Impottela encontro produz sofrimento... Na linguagem dos alquimistas, a matéria
\ sofre até a nigredo desaparecer, quando a aurora será anunciada pela
Medo
Morte do cauda do paväo (cauda pavonis) e um novo dia nascerá, a leukosis ou
mime inocente
albedo. Mas nesse estado de "brancura", nao se vive, na verdadeira
I
acepçáo da palavra; é uma espécie de estado ideal, abstrato. Para

7\
Sacñffcio
il insuflar-Ihe vida, deve ter "sangue", deve possuir aquilo a que os
alquimistas denominam a rubedo, a "vermelhidâo" da vida. Sd a
Sofrimento
Crucifixâc experiência total da vida pode transformar esse estado ideal de albedo
num modo de existência plenamente humano. 56 o sangue pode reanimar
'tira o glorioso estado de consciência em que o derradeiro vestigio de negrume
Conlunctio
é dissolvido, em que o diabo deixa de ter existência autónoma e se junta à
Tragédia profunda unidade da psique. Entao, a opus magnum está concluida: a
alma humana está completamente integrada.t
Segundo essa passagem, a opus alquímica tem tres estágios: nigredo,
albedo e rubedo: o escurecimento, o branqueaniento e o avermelhamento. Este
capítulo trata do primeiro deles, a nigredo ou escurecimento, que pertence à
operaçáo denominada monificatio (ver figura 6-1).
Os dois tennos, "mortijicazio" e "putrefactio", são intercambiáveis,
referindo-se a aspectos diferentes da mesma operaçäo. A mort(ficatio nao tem
nenhuma referéncia química. Significa, literalmente, "matar", sendo
pertinente, pertanto, à experiência da morte. Tal como usada no ascetismo
religioso, tem o sentido de "sujeiçáo das paixóes e apetites por mejo de
penitência, abstinêncja ou de dolorosos rigores infligidos ao corpo"

I. Jung, C. G. Jung Speaking, pp. 228s. [Ediçäo brasileira, da Editora Cultrix: C. G.Jung: Entrevistas
e encontros.]

165
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FIGURA 6-1
Esqueleto corno imagem de MorujIcatio (The Hennetic Museum, trad. de A
E. Waite.) O triunfo da Morte. (Afrc
Camposanto. Reproi
.

(Webster). Deserever um processo químido como mort4ficatio é urna projeção


integral de urna imagem psicológica. ¡SSO de fato aconteceu. O material Arte, corn o objetivo
confido no frasco era personificado sendo as operaçóes realizadas ,
conhecê-lo é conheòer
consideradas como tortura. putrefaçáo precede a ge
Putrefactio é 'putrefaçäo' a decornposiçäo que desSi corpos orgánicos
' ,
A putrefaçäo tern
mortos. Da mesma rnaneira corno a znort(ficatio, a putrefactio nao é algo que transmuta todas as cois
ocorra nas operaçóes da química inorgânica corn a quai os alquimistas Todas as coisas vivas
estavam ampIamente envolvidos. Contudo, testemunhar a putrefaçao de um depois todas essas coisi
corpo morto, em particular de um cadáver humano - algo pouco cornurn na 5e de todos os e
¡dade Média -, era uma experiência capaz de produzir urn poderoso impacto
psicológico. Os efeitos dessa experiência poderiam ser posteriormente Em termos psico!Ógico
projetados no processo alquímico (ver figura 6-2). esses textos que falam de im
A nwrt(ficatio é a mais negativa operação da alquimia. Está vinculada ao pessoal, as consequencias p
negrurne, à denota, à tortura, à rnutilaçáo, à morte e ao apoclrecimento. propria sombra. No nivel ai
Todavia, essas iniagens sombrias com freqüência levain a imagens altamente mal, porque a negrura ¿ o
positivas - crescimento, ressurreiçáo. renascimento; mas a marca registrada da opostos, urna mtensa coni
tnort(ficatio é a cor negra. Eis alguns textos exemplificativos: partii: do negrume, iasce
enfauzam o negrune costui
Aquilo que nao toma negre nâo torna branco, porque a negrura é identificado de rnaneira unii
começo da brancura, bem como um indicio de putrefaçäo e de alteraçâo, e que era multo ativo no mo.
de que o corpo agora se acha penetrado e mortificado.2 o seguinte sonho:
O feliz portal da negrura, exclama o sábio, que é a passagem para
essa mudança tho gloriosa. Estude, pois, todo aquele que se aplicar a essa
3. Comentárjo a "The Golden Tre
Alchemy, pp. 126s.
2. The Lives of the Alcherrtysnca1Phlosophers, p. 145.
4. Paracelso, Hennetic andAichemlo
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rnnetic Museum, trad. de A. FIGURA 6-2


o thunfo da Morte. (Afresco de Francesco Traini, cerca de 1350. Pisa,
Camposanto. Reproduzido em The Picture Htstory of Painting.)
mortjficatio é urna projeção .

fato aconteceu. O material Arte, com o objetivo exclusivo de conhecer seu segredo, porque
as operaçáes realizadas conhecê-lo é conhecer tudo, mas ignorá-lo é a tudo ignorar. Porque a:
putrefaçäo precede a geraçäo de toda forma nova de existência.3
que destrói corpos orgánicos A putrefaçâo tern tamanha eficácia que anula a veiha natureza,
a purrefactio nao é algo que transmuta todas as coisas nutria nova natureza, e gera outro fruto novo.
orn a quai os alquimistas Todas as coisas vivas nela morrern, todas as coisas moins decaem, e
inunhar a putrefaçao de um
depois todas essas coisas mortas recuperam a vida. A putrefaçào retira a
acridez de todos os espíritos corrosivos do sai, tomando-os suaves e
no - algo pouco comum na doces.4
oduzir um poderoso impacto
xleriam ser posteriormente Em termos psicológicos, o negrume refere-se à sothbra. Por conseguinte,

I
esses textos que falam de modo positivo a respeito estariam aludindo, no nivel
alquimia. Está vinculada ao Ps0a1 às conseqüências positivas advindas do fato de se ter consciência da
propria sombra. No nivel arquetípico, também é desejável ter consciência do
L

morte e ao apoctrecimento.
i levam a imagens altamente
"PNue a negrura é o corneço da brancura". De acordo com a lei dos
o; mas a marca registrada da opostos, urna intensa consciência de urn dos lados constela sou contrário. A
plificativos: partir do negrume, nasce a luz. Em contraste corn isso, os sonhos que
enfatizam o negrume costumam ocrer quando o ego consciente se mostra
Iranco, porque a negrura é o identificado de maneira unilateral com a luz. Por exemplo, um hornern branco
putrefacâo e de aiteraçáo, e que era muito ativo no movimento em favor dos direitos civis dos negms teve
iificado. o seguinte sonho:
'LIMo, que é a passagem para
i aquele que se aplicar a essa
3. Comentá,jo a "The Golden Treatise of tiennes", citado em Atwood, Hem,etic Philosophy and
Alchemy, pp. 126s.
4. Paracelso,HenzeticandAjchemjcafwrjtijigs, 1:153.

167
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Estou no Hades e tento escapar, sern sucesso, repetidas vezes. IM Expio sóes de aleto, ressen
algwna espécie de selva gern orgia sexual. Todos se acharn cobertos de submeter-se à mortificatio pa
breit pthnitivas se transfonne.

Esse paciente havia exteriorizado sua necessidade pessoal de aceitar a


negrura através do engajamento na açäo social destinada a forçar a sociedade
a aceitar os negros. Issu foi feito de modo bem farisaico mediante a projeçäo
da sombra em todos os que nao concordavam corn ele. Embon em sua vida
consciente estivesse envolvido em demonstraçäes voitadas para a superaçáo
de açöes discriminatórias contra os negros em restaurantes de brancos, ele
tinha sonhos que ja a restaurantes de negros que discrinjinavam brancos.
O negrume, quando nao é a condiçao original, tern como origem a morte
de alguma coisa. Mais comurnente, o dragáo é o escoihido para morrer (ver
figura 6-3). 0 dragáo é "uma personificaçäo da psique instintiva"5, seudo um
dos sinônimos da prima materia. Essa imagem vincula a opus alquímica ao
mito do herói que mata o dragáo. Da mesma maneira como o herói resgata a
donzeia cativa do dragäo, assim também o alquimista redime a anima mundi
de sua prisäo na matéria por rneio da mor4ficatio da prima materia. Ou, corno
diz Jung, "a morte do dragâo [é] a mort(ficatio do estágio inicial, perigoso e
venenoso, da anima (= Mercúrio), liberta de sua prisäo na pri,na materia".6
A mort4ficatio do estágio inicial, perigoso e venenoso, da anima (as mutheres
devern 1er "do animus") é parte importante do processo psicoterapéutico.

- -- t
'y- -

A morte serve urna bebida r

- : ' Outro objeto frequente


exernplo, urn quadro alquími
urn rei7 (ver figura 6-5). Po
vítima. Por exempio, num ce
vossa compreenslo náo será
sabedoria aumenta".8 O leao
- - - rei dos animais e aspecto tei
- ' ' tern as patas amputadas.9 1)
FIG URA 6-3 cortadas.
Sol e Luna matam o dragäo. (Maier, Atalanea Fugien.s, 1618)
7. Fig. 173,iniung,Psycho!ogyand4
5. Jung,Mysterùen ConiunctionL,, CW 14, par. 548.
8. Mysterium Coniunctionis. CW 14.
6. Ibid., p. 168.
9. Ver fig. 4, En Jung,Psvhology and
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168
T-

kesso, repetidas vezes. Hit Explosôes de aleto, ressentimento, prazer e exigências de poder devem
se achwn cobertos de submeter-se à mortificatio para que a libido emaranhada em formas infantis e
rodos
primitivas se transforme.

idade pessoal de aceitar a


stinada a forçar a sociedade
kirisaico mediante a projeçäo -
fltq
tn ele. Embora em sua vida
s voltadas para a superaçäo
restaurantes de brancos, ele
liscriminavam brancos. . t
J, tern como origem a morte
escoihido pan moirer (ver
t 4
sique instintiva"5, sendo um r fi

vincula a opus alquímica ao V


eiracomooheróiresgataa
iista redime a anima muniti
da prima materia. Ou, como T

Io estágio inicial, perigoso e


prisäo na prima materia".6
noso, da anima (as mulheres
- J

- J
t
iprocesso psicoterapêutico. r
T

JIt;ø-n *À
r

-' FIGURA 6-4


A morte serve uma bebida para o rei. (Holbein, The Dance of Death, 1538.)

p Outro objeto frequente de mort jficatio é o "rei" (ver figura 6-4); Por
exemplo, um quadro alquímico mostra um grupo de homens armados matando
um rei (ver figura 6-5). Por vezes, o rei é substituIdo por Sol, o sol, como
vítima. Por exemplo, num certo texto, Sol diz: "A nao ser que vós me mateis,
vossa compreensäo nao será perfeita, e em minha irma, a lua, o grau de vossa
sabedoria aumenta".8 O leäo também pode ser submetido à mort4ficatio - como
-. rei dos animais e aspecto teriomórfico do sol. Há uma versáo em que o leäo
tem as patas amputadas.9 Da mesma maneira, un
águia pode ter suas asas
cortadas.
ntaFugiens, 1618.) _______________
7. Fig. 173,inJung,PsychologyandAkhemy,cWI2.
8. Mysteriwn Coniuncelonis, CW 14, par. 164.
9. ver fig. 4, in Jung,Psvhology and Alchemy, CW 12.

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O rei, o sol e o leäo referem-se ao principio diretor do ego consciente e na quai está aprisionado ¿
ao instinto de poder. Num certo ponto, esses aspectos devem ser mortificados implacável que promove a bi
para que surja um novo centro. Como diz Jung: "O egocentrismo é um o Um'; isto é, para que corp
atributo necessário da consciéncia, bem como seu pecado específico."0 No um personalidade integrada..
nivel arquetípico, a mortìcatio do rei ou do sol refere-se à morte e transfor- O "herói da paz que to
mação de um princípio diretor coletivo ou dominante. O texto a seguir faz reconciliadora de opostos, n
alusäo a isso e, o que é interessante, equipan o veiho rei com o dragâo: objeto da mort(ficado e da mi
Sou um veiho enfermo e frágil, de apelido dragäo; por essa raño, Ternos uma interessante
estou aprisionado numa caverna para ser trocado pela coma real... Urna na chamada Visäo de George
espada inclemente me inflige grandes tormentos; a morte enfraquece
minha carne e meus ossos... Minha alma e meu espfrito se apartain; urn When busy at my book J
terrível veneno, sou parecido com o corvo negro, porque esse é o This vision here express
pagamento do pecado; no p6 e na terra estou jogado, para que, do Três, A Toadfull red Ï saw did
possa surgir o Um. O alma e espirito meus, näo me deixem, para que eu Till over charged with th
possa voltar a ver a luz do dia e para que o herói da paz que todo o And after that from poist
mundo contemphrá possa de mim surgir.t1 For grief wwlpain WheT
With drops ofpoisoned s
His cave with blasts offt
And from the which in
Whose falling drops fron
L.
p And when this corpse tizi
This dying Toad became
r-
Thus drowned in his prq
-

For term of eighty days


By trial then this venom
For which J did commit J

Which done . a wonder k


The Toad with co/ors ra,
And white appeared whe
Which after being tinned
Then of the venom handt
t L
Which venom kills and s
Glory be to him the gran
Dominion, and honor, bi
[Certa noite, estando ocupad
ante meus olhos baços, I Vi,
com muita rapidez, I Até que.
ingerir todo esse veneno, ele
os seus membros começaran
covil secreto. I Entâo, sob ja
t_1 tL eis que corn isso, um hume
avermelhadas , mancharam o
FIGURA 6-5 corpo, I O Sapo ficou negro i
A morte do reL (Stolcius, Viridarium Chynicum, 1624. Reproduzido em maléfico de suas próprias v
Read, Prelude to Chemistry.) dias. I Querendo extrair del
lento: I Pepois disso - mara'
O veiho enfermo e frágil representa um princípio espiritual ou dominante o Saço se cobriu inteiramen
de cunho consciente que perdeu sua eficacia. Ele regrediu ao nIvel da psique secos se loran, surgiu o hi
sempre sobreviveu. I Da pej
primordial (dragáo) e deve, por isso, submeter-se à transformaçáo. A caverna Que mata e salva quem por
possíveis esses caminhos sec
Amém.J
10. Mysterium Coniunctionis, CW 14, par. 364.
1 1. ¡bid.. par. 733.
12. Ashmole, Theatn.nchesti.cwnB,

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i 70
diretor do ego consciente e na quai está aprisionado é o vaso alquímico. A tortura é a provaçäo
ctos devem ser mortificados iniplacável que promove a transfonnaçäo a firn de que, 'do Três, possa surgir
'

rig: "O egocentrismo é um o Um'; isto é, para que corpo, alma e espfrito sejain unificados no interior de
J pecado pecífi1° No um personalidade integrada.
refere-se à morte e transfor- O "herói da paz que todo o mundo contemplará" é a Pedra Filosofal, a
mante. o texto a seguir faz reconciliadora de opostos, mas essa forma de aludir a ela implica em que o
,Iho rei corn o dragáo: objeto da mortjficatic e da renovaçäo nao é senäo a imagem coletiva de Deus.
Temos urna interessante visäo da mortWcatio, assim como da pufrefactio,
lido dngäo; por essa raMo,
cado pela coma real. Urna. .
na chamada Visöo de George Ripley.
rientos; a morte enfraquece
neu espirito se apartam; urn When busy at my book I was upon a certain night,
'o negro, porque esse é o This vision here expressed appeared unto my dimmed sight,
a jogado, para que, do Trés A Toadftdl red f saw did drink the juice ofgrapes so fast,
nao me deixem, para que eu Till over charged with the broth, his bowels all to braast;
o herói da paz que todo o And after that from poisoned bulk he cast his venom fell,
For grief and pain whereof his members all began to swell,
With drops ofpoisoned sweat approaching thus his secret den,
His cave with blasts of fumous air he all be-whyted then;
I
And from the which in space a golden humor did ensue,
Whose falling drops from high did stain the soil with ruddy hue:
And when this corpse the force of vital breath began to lack,
This dying Toad became forthwith like coal for color black:
Thus drowned in his proper veins ofpoisoned flood,
°'
pI

For term of eighty days and four he rotting stood: o u-


By trial then this venom to expel! did desire,

J
For which ¡ dìd commit his carcass to a gentle fire:
Which done, a wonder to the sight, but more to be rehearsed,
The Toad with colors rare throught every side was pierced,
And white appeared when all the sundry hues were past,
Which after being tincted Red, for evennore did last.
Then of the venom handled thus a medicine ! did make;
t
Which venom kills and saves such as venom chance to take.
Glory be to him the granter of such secret ways,
Dominion, and honor, both with worship and with praise. Amen.t2
I

[Certa noite, estando ocupado corn meu livro, I A yisäo aqui narrada surgiu
ante meus othos baços, I Vi urn Sapo todo vermeiho beber o suco das uvas
corn rnuita rapidez, I Até que, cheio de sumo, seu ventre inchou; I E depois de
; ingerir todo esse veneno, ele exalou sua peçonha. I De sofrimento e dor, todos
os seus membros corneçaram a inchar. I Suando veneno, ele foi para o seu
, covil secreto. I Entäo, sob jatos de ax esfuniaçado, ele ficou rnuito branco; I E
eis que com isso, um humor dourado encheu o ar; I Suas gotas cadentes,
avennelhadas, mancharam o solo. I E, enquanto o sopro vital sala do seu
corpo, I O Sapo ficou negro como carváo no estertor final. I Submerso no mar
ion, 1624. Repmduzido em maléfico de suas próprias vejas, I Ficou apodrecendo durante oitenta e quatro
try.) dias. I Querendo extrair dele essa peçonha I Queimei sua carcaça em fogo
-
lento: / Depois disso maravilha para os olbos e methor quando tentado, /
iapio espinhMa'I ou 1oimnan
ti
O Sapo se cobriu inteiramente de cores raras. I Depois que todos os mafizes
secos se foram, surgiu o branco, I Esse branco, corn a tintura do vermeiho,
regrediu ao nivel da psique
I

sempre sobreviveu. / Da peçonha assirn tratada, pude extrair um rernédio, I


à transfonnaçao. A caverna Que mata e salva quern por acaso dele vier a tomar. / GlOria àquele que toma
possfveis esses caminhos secretos, I Poder e honra nas oraçées e nos cultos.
Antut.]
12. Ashmole, Thecinon che,nicwnßmannku,n, p. 374.

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Essa visäo é um sumário de toda a opus. O sapo, como prima materia, é Os usos da adversidadi
destruIdo pela sua própria cobiça ou concupiscêrtcia irrefreada. E o tema do
,

mort(ficatio, The Imitation


afogamento da pessoa em seus próprios excessos. Ao moiter, o sapo assume seguinte
uma cor negra, entra em putrefaçáo e fica cheio de veneno. Entáo o alquimista
entra eat cena, subinetendo a carcaça cheia de veneno ao fogo do processo É born sue por vez
alquímico. Isso provoca urna progressiva mudança de coloraçäo, que vai do dades, porque eles levan
r
negro a grande número de cores, ao branco, ao veimetho. Ao mesmo tempo, o CStá aclui fl como se e
veneno se transforma num remédio paradoxal, capaz de matar ou salvar, o que nao deve depositai
elixir. O sapo é urna variante simbólica do "dragäo 13 Ele também
born que por w
considerem maus, ftnpio:
representa a "terra filosófica' que nao pode ser
' ,
ima4 Tena significa boas intençóes; essas CC
coagulatia, o que é uma alusäo ao fato de a mortificatio ter de oconer depois vigomsmenft da vangi
da coagulatio Aquilo que se torna terra ou came está sujeito à morte e à
.
como nosso juiz e testel
corrupçáo. Como diz o apóstolo Paulo: 'Porque se viverdes segundo a carne mundo e quando o in
homern firmar-se em I
'
,

morrereis; nias se, pelo Espirito, mortificardes as obras da carne, vivereis. " adversidade que sobm
(Rom., 8: 13, AV.) conforto exterior.8
Da mesma maneira como a mortificado sucede à coagulatio, assim Um coraçâo puro,
também a consumação da coniunctio inferior leva à ,norrjficatio. São facilmente vencido pele
exemplos disso Tristáo e Isolda, Romeu e Julieta e a seqüência descrita nas em homenagern a Dew
mesmo Portanto, ele
gravuras do iwnt5 Esse fato ajucla a explicar a relutticia das pessoas
. i

vontade. Que mais vos


sensfveis em se comprometerem com o processo de individuaçáo. Elas cadas de modo incomi
percebem de anteináo o sofrmmento a que se estäo entregando. mais. 19
Pensava-se que o sapo venenoso, assim como o dragáo, trazia urna jóia na Até agora, enumeramo
cabeça. Diz Ruland: "A draconita é uma pedra preciosa... que encontramos no
dragáo, o sapo, o rei, o sol
cérebro das seqentes, mas se nao for removida enquanto estas estão vivas,
i

e da inocência. Du uni texto


jamais se tornará pedra preciosa, graças à maldade mata do animal que,
consciente de que a morte se aproxima, destrói a virtude da pedra. Por Take it fresh. pure, livin
conseguinte, deve-se remover a cabeça dos dragöes enquanto estes doimem, Then bindflrmly both ht
garantindo-se assim a gema. A cor da draconita é branca; ela afasta todos os With the very strongest i

r it suffocate and die


. .

animais peçonhentos e cura suas mordidas. " I 6


¡, me closed house of P
A pedra preciosa é a Fedra Filosofal, extraída da feia prima materia, que
é veneno em sua forma original, mas panacéia depois de passar pela [Toma-a fresca, ura em
nwflficatio. Shakespeare expressa a mesma idéia: finnernente as maos e os pés
e morn, i Na casa fechada 4
Sweet are the uses of adversity,
Which like the toad, ugly and venomous, Isso corresponde à vIti
Wears yet a precious jewel in his head; imaculada como o cordelle
And this our life exempt from public haunt,
Finds tongues in trees, books in the running brooks, representa o massacre dos
Sermons in stones, and good in eve,ything)7 "dissoluçäo das sementes ni
alquútiico2' (ver figura 6-6)
[Doces são os usos da adversidade, I Que como o sapo, venenoso e feio, I
Traz, contudo, urna jáia preciosa na testa; I E assim nossa vida, oculta aos necessidade de sacrificar o
olhos da cidade, I Vê línguas em árvores, linos no regato rumoroso, / incapaz de enfrentar essa ql
Sermoes em pedras e o bem em tudo.] ser sacrjficaao e ela nao coi
13. Mysterium Coniunctionis, CW 14, par. 30.
18. Kempis, The iniitaúonofChtist.
14. Ibid., par. 2.
19. Ibid.. 1:3.
15. Ver Fig. 1-10, in Jung, The Practice
ofPsychotherapy, CW 16. 20. Figulus, A Golden and Blessed Cc
16. Ruland, Lexicon,p.128. 21. Bessy,A PictodaiHistoryofMagi
17. AsYouLikeI:,ato2,cena 1,versos 12-17. 22. Edinger,EgoandArchnype,p.2
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172
iapo, como prima materia, é r
Os usos da adversidade também se apresentani no grande manual da
ida irrefreada. E o tema do rnor4ficatio, The Imitation ofChrist, de Thomas à Kempis. Mele lemos o
L Ao moirer, o sapo assume seguinte:
veneno. Entáo o alquimista
veneno ao fogo do processo É born que por vezes sejarnos atingidos por sofrirnentos e adversi-
ça de coloraçáo, que vai do dades, porque eles levain o hornem a contemplar a si próprio e a ver que
rmelho. Ao mesmo tempo, o está aqui mas corno se estivesse no exflio, bem como a aprender com isso
que näo deve depositar sua confiança em nenhuma coisa da tena. E
:apaz de matar ou salvar, o
io venenoso".13 Ele tarnbém
nrn born que por vezes soframos contrariedades que as pessoas nos
,

consideitm maus, frnpios e pecadoms, ernbora façamos o bern e tenhamos


lim14 Terra significa boas intençoes essas coisas nos ajudam a ter hurnildade e nos defendem
;

rzficatio ter de ocontr depois vigorosamente da vanglória e do orguiho. Recorrernos methor a Deus,
corno nosso juiz e testernunha, quando somos desprezados exterionnente
me está sujeito à rnorte e à no mundo e quando o mundo näo nos julga bern. Por conseguinte, deve o
se viverdes segundo a came, hornem finnar-se em Deus de forma tao plena que, seja quai for a
LS obras da carne, vivereis." adversidade que sobre ele se abata, ele nao precise buscar nenhum
conforto exterior.'8
;ucede à coagulatio, Urn coraçäo pum, cristalino e constante nao se parte nem é
facilmente vencido pelos labores espirituais, porque faz todas as coisas
r leva à mort{ficatio. São em homenagem a Deus, porque ele é claramente mortificado para si
a e a seqüência descrita nas mesmo. Portanto, ele deseja livrar-se do seguimento de sua própria
car a relutância das pessoas vontade. Que mais vos estorva senäo vossas próprias afeiçöes mortifi-
esso de individuaçäo. Elas cadas de modo incompleto à vontade do espfrito? Em verdade, nada
entregañdo. niais.19
o dragäo, trazia urna jóia na Até agora, enumerarnos vários objetos possíveis da rnortjficatio - o
eciosa... que encontramos no dragáo, o sapo, o rei, o sol e o leäo. Outro objeto desses é a figura da pureza
enquanto estas estäo vivas, e da inocência. Diz um texto:
idade mata do animal que,
ói a virtude da pedra. Por Take it fresh, pure, living white and clear,
6es enquanto estes donnern. Then bind firmly both hands and feet
é branca; ela afasta 1XX105 With the vety strongest cords,
That it suffocate and die,
L

In the closed house of Putrefaction.20


lada feia prima materia, que
éia depois de passar pela [Toma-a fresca, pura, em vívida brancura e Zimpeza, I EntAo, ata-Ihe
firmemente as maos e os pés I Com as cordas mais fortes, I Pan que sufoque
L:
e mona, I Na casa fechada da Putrefaçâo.]

Isso corresponde à vítima clássica do sacrifIcio, que deve ser pura e


iinaculada como o cordeiro pascal (Exodo, 12: 5). Um desenho alqufrnicc
representa o rnassacre dos inocentes, promovido por Herodes, como a
brooks, "dissolução das sementes metálicas", que em seguida são derramadas no vaso
alquímico2' (ver figura 6-6). A idéia psicológica contida nessas imagens é a
o sapo, venenoso e feio, I necessidade de sacrificar o estado de pureza e de inocência. Urna mulher
ssim nossa vida, oculta aos incapaz de enfrentar essa questäo certa feita sonhou que um cordeiro devia
vros no regato rumoroso,
ser sacrificado e ela nao conseguia olhar.22 Outro paciente, um jovern que se

18. Kempis, The Imitation of Christ, L:12.


19. ¡bd., 1:3.
20. Figulus, A Golden and Blessed Casket of Natures Marvel's, p. 319.
2 I. Bessy, A Pictorial History ofMagic and the Supernatural. p. 112.
22. Edinger, Ego and Archetype, p. 234. [Ediçao brasileira, da Editora Cultrix. Ego e arquétipo.J

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aproximava da maturidade, sonhou que ton imaculado peru branco estava
senda morto. No processo, o sonhador é manchado de sangue. Nesses casos,
r acossam as pessoas de menta
odor sepulcrorum (o odor
a nigredo nao é o estágio inicial. E preciso que urna albedo preliminar seja Corno as pessoas hoje em di
destruIda antes. Quando algo branco é morto, apodrece e fica negro. Penetra decomposiçäo, essa imagei
no "portal do negrume". Ruland din "A putrefaçäo ou conupçáo ocorre equivalente moderno que ene
quando um corpo fica negro. Entäo o coipo exala mau cheiro como esterco e ar. Os vermes acompanham
sobrevérn urna verdadeira soluçáo. Os elementos são separados e destruIdos. essa imagern corn poderosi
Muitas cores se desenvolvern mais tarde, até que a vitOria é alcançada e tudo hexagrama 18 intitula-se "Ti
é reunificado."23 du que: "O ideograma chis
proliferam vermes. Isso sign)
conjunto paradoxal de imag
transformar-se no valor supt
verme no Salmo messiânico
homern; o oprObio dos homer

- I-

't -

-f

thssoIuuo,i des $srmcs mélalhqves


t
repriManl.es por ht innonta

sqvftòrodc

FIGURA 6-6
r.,i

A morte tocando a trompa di


1492. Mainz. Reproduzido
O massacre dos inocentes. (Desenho aiquftuico. Reproduzido em Bessy, A
Pictorial History of Magic and the Supernatural.)
Afirma um texto aiqulii
Fezes, excrementos e maus odores referem-se à putrefactio. Os sonhos cabe deixar que o compostc
comuns de vasos sanitarios sujos - ou que deixam escapar excrementos - que
24. Willñm, trad., TheFChingor
Peosamento: Fc/Sg - o livro das
23. Lexicon, p.266.
25. Waite.trad.,TurbaPhilosophon.
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174
N

iculado peru branco estava acossain as pessoas de mentalidade puritana, pertencem a esse simbolismo, O
do de sangue. Nesses casos, odor sepulcroru,n (o odor dos sepulcros) é outro sinônimo de putrefactio.
urna albedo preliminar seja Como as pessoas hoje em dia raramente sentem o cheiro de um cadáver em
odiece e fica negro. Penetra decomposiçáo, essa imagem nao costuma aparecer nos sonhos. Um
efaçáo ou corrupçäo ocorre equivalente moderno que encontrei foi um sonho com urna severa poluição do
i mau cheiro como esterco e ar. Os vermes acompanham a putrefaçäo, e os sonhos com vermes veiculam
são separados e destruídos. essa imagem com poderoso impacto (ver figura 6-7). No I Ching, o
a vitória é alcançada e Dido hexagraina 18 intitula-se "Trabaiho sobre o que se deteriorou" e o texto nos
diz que: "O ideograma chinés Ku representa urna tigela em cujo conteúdo
proliferam vermes. Isso significa o que se deteriorou."24 Elemento típico do
conjunto paradoxal de imagens do inconsciente, o desprezível verme pode
transformar-se no valor supremo. Assim sendo, equipan-se o Messias a um
7-' verme no Salmo messiânico 22, versículo 6: "Mas eu sou um verme e náo
homem; o oprObio dos homens e rebotatho da plebe" (AV).

,,--

i
-i
- Jf.

-- _i___ ----:_ -

-
1 a
a - .t

FIGURA 6-7
A morte tocando a trompa do venne. (J. Meydenbach, Doten
Dann, cerca de
1492. Mainz. Reproduzido em Hind, An Introduction to a History of
Woodcut.)
Reproduzido em Bessy, A
Supernatural.)
Afirma um texto alquímico: "Sabeis, 6 Filhos da Doutrina, que a vOs
cabe deixar que o composto apodreça por quarenta dias."25 Essa passagern
.se à putrefactio. Os sonhos
-
m escapar excrementos que
24. Wilbeim, trad., The ¡ Citing or Book of Changes, p. 75. [Publicado em portugués pela Editora
Peasamento: I Citing - o lñ'ro das mutaçòes.}
25. Waite. trad., Turba Phiiosophorwn, p. 87, dictum 26.

175
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r- -
vthcula a puefacfio corn o ma do deo
por thtendio do simbolismo do Ele me fez habir na
como os que há muito e
número 40. Os israelitas vagaram pelo deserto por quamnta dias; Elias jejuou
no deserto durante quarenta dias; e Jesus foi tentado no deserto ao longo de Cercou-me corn um mu
e me atou a pes&ias con
quarenta dias. Da mesma maneira, diz-se que o processo egIpcio de j
Mesmo quando imploro:
embalsamamento durava quarenta dias (Gên., 50:3); e, de modo análogo, ele abafa miriha oraçáo;.
passaram-se quarenta dias entre a ressurreição e a ascensäo de Cristo. Murou meu caminho coi
Tratando da opus aquírnica, Jung diz: "O enegrecimento costumava durar obstruiu minhas veredas
j

quarenta dias. Nesse estado, o sol fica cercado pela anima media natura e é, Tem sido para núm corn
como um leâo de ernbos
. .

por conseguinte, negro. Trata-se de um estado de incubaçäo ou de Desviou-me do meu can


gravidez."26 A anima media natura corresponde a Sophia presa pelo abraço de t me deixou desolado.
Physis sendo equiparada corn a Divina Sabedoria, a contraparte femmina de i
Retesou seu arco e me o
Deus (ver figura 6-8). Mesmo quando causado pela sabedoria de Deus, o como um alvo para a fie
escurecimento ou eclipse do sol pennanece como experiência amedrontadora. Perfura meus lados
De fato, o medo é proverbialmente vinculado com a sabedoria no ditado. "O com flechas de sua alja'v
Tornei-me objeto do esc
temor ao Senhor é o começo da sabedoria." (Prov., 1:7.) A seguinte passagem e a sua cançâo todo odi
do ensaio de Emerson, "Compensation", descreve o medo como agente de Fartou-me de amargura.
mort(ficatio: inebriou-me de absinto.
Quebrou os meus dentes
Todas as infraçöes do amor e da eqüidade em nossas relaçOes sociais cobriu-me a face de cinz
I

são rapidamente punidas. São punidas pelo medo. Enquanto me inantenho Minha alma está puyada
em relaçôes simples corn meus sernelhantes, nao tenho desprazer erri esqueci a felicidade;
conhecê-lo... Mas tao logo haja urn afastarnento da simplicidade e urna Digo a mim mesmo: mcii
tentativa de impor a divisäo, ou algo born para miin que näo o seja para tudo que esperei do Seni
ele, meu próximo percebe o erro; ele se aparta de mim tanto quanto eu me
afastei dele; seus olbos nao mais buscarn os meus; ha guerra entre nOs; há É provável que a mfe
Odio nele e temor em Sm. putrefactio por parte dos ah
Todos os velhos abusos da sociedade, universal e particular, todas as de Joäo: "Na verdade, na
acumulaçoes injustas de propriedade e de poder, são castigadas da mesma terra e morrer, ficará só; ma
maneira. O medo é um instrutor de grande sagacidade e o arauto de todas sua vida a perde; e aquele q
as revoluçâes. Urna coisa ele ensina: há podridao onde quer que apareça.
Ele é um pútrido abutre; e, embora nao se veja a coisa sobre a qual pain, vida eterna." (12:24-25, rS
há morte em alguma parte.27 Por exernplo, um texto
apodrece antes de voltar a
Urna clássica descriçâo da nigredo do deserto é a de Jeremias. São Joäo
Magnésio..., sendo semeado,
da Cruz usa essa passagem em sua descriçáo da noite escara do espfrito.28
possa conceber a si mesmo o
Jeremias lamenta tanto o próprio sofriniento como o de Siäo (Lam., 3:1-29,
Outro texto se refere ao
NAB): j

Todo o Fundamento.
Sou um homem que conheceu a afiição sob a van do scu furor, nascimento da matéria ç
Um homem a quem ele guiou e fez andar perfeito Corpus Salis
na treva, e nao na luz; EspIrito, da mesma maz
SO contra iniin ele yolve e revolve sua máo novo pela água e pelo F4
vezes sem conta, todo o dia. Assim também, nesta ari
Ele consumiu minha carne e minha pele, Salis seja semeado, tudi
despedaçou os meus ossos; modo como Cristo diz:
Ele me envolveu inteiramente nao dará fruto."
com a miséria e o tormento;

28. São loSo da Cruz, The DarkNigbj


26. Jung, Mysteriwn Coniuncuonig, CW 14, par. 729.
29. Citado em Atwood,Hennetk Phil
s
27. Emerson, "Compensation", in Selected Writings of Ralph Waldo Emerson,
p. 180. 30. Figulus,A Golden andfilessedca
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176
1

[ntermédio do simbolismo do Ele me fez habitar na treva


r quarenta dias; Elias jejuou como os que há muito estáo rnoflos.
Cercou-me corn urn mum sern salda
tado no deserto ao longo de e me atou a pesadas òorrentes;
ie o processo egipcio de Mesmo quando imploro por ajuda,
50:3); e, de modo análogo, ele abafa minha oraçáo;
D e a ascensâo de Cristo. Mumu meu caniinho com pairas lavradas,
grecimento costumava durar obstruiu minhas veredas.
Tem sido para mirn como um urso à espreita,
ela anima media natura e é, como um leâo de emboscada!
ado de incubaçáo ou de Desviou-me do meu caminho, fez-me em pedaços,
Sophia presa pelo abraço de me deixou desolado
a, a contraparte femmina de Retesou seu arco e me colocou
pela sabedoria de Deus, o como um alvo para a flecha.
Perfura meus ¡ados
experiência amedrontadora. com flechas de sua aijava.
ru a sabedoria no ditado. "O Tornei-me objeto do escárnio de todas as naçôes,
i., 1:7.) A seguinte passagem e a sua cançäo todo o dia;
ve o medo como agente de Fartou-me de amargura,
inebriou-me de absinto.
Quebrou os meus dentes com cascaiho;
cobriu-me a face de cinza;
le em nossas relaçöes sociais Minha alma está privada de paz,
,edo. Enquanto me mantenho esqueci a felicidade;
s, nao tenho desprazer em Digo a mim mesmo: meu futuro se foi,
iento da simplicidade e urna tudo que esperei do Senhor.
ara min que nao o seja para
a de mim tanto quanto eu me É provável que a referência bíblica mais frequentemente vinculada à
neus; há guerra entre nós; há putrefactio por parte dos alquimistas seja a seguiate passagem do Evangeiho
riiversal e particular, todas as de Joào: "Na verdade, na verdade vos digo que se o grao de trigo nao cair na
der, são castigadas da mesma tena e rnorrer, ficará só; mas, se morrer, dará muitos frutos. Aquele que ama
igacidade e o arauto de todas sua vida a perde; e aquele que odeia sua vida neste mundo guardá-la-á para a
ridao onde quer que apareça. vida eterna." (12:24-25, rSV.)
ja a coisa sobre a qual palm, Por exemplo, urn texto diz que: "O grao de trigo semeado na tena
apodrece antes de voltar a crescer ou tomar-se planta; assim é que nosso
to é a de Jeremias. São João Magnésio..., sendo semeado na Terra Filosofal, morte e se corrompe, para que
noite escura do espfrito.28 possa conceber a si mesmo outra vez."29
mo o de Siäo (Lam., 3:1-20, Outro texto se refere ao plantio do ouro:

Todo o Fundamento da ¡'edn Filosofal consiste em pmvocar um novo


van do scu furor, nascimento da matéria priniein dos rnetais - isto é, a Agua Mercurial, o
perfeito Corpus Sous - que deve nascer de novo pela água e pelo
Espirito, da mesma maneira como Cristo diz: "A nao ser que nasça de
novo pela água e pelo Espirito, o hornem nao pode ver o Reino de Deus."
Assim também, nesta arte, eu te digo, meu filho: a nao ser que o Corpus
Sous seja semeado, tudo o mais é váo, e nao haverá fruto. Do mesmo
modo corno Cristo diz: "A näo ser que caia na terra e morra, a semente
nao dará fruto."

28. São bao da Cniz, The Dark Night of the Soul, pp. lO9ss.
29. Citado em Atwood, Hemieric Philosophy and Akhemy, p. I 15n.
'aldoEmerson,p. 180. 30. Figulus, A Golden and Blessed Casket of Nature Marvels, p.299.

'77
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T
r

t
Graos nascendo do cadáver
Reproduzido em Budge, C

"Semeia-se [o corpo] em coi


em desonra; ressuscitará em i
.,f_ , k J
vigor. Semeia-se o corpo na
42-44, AV).
FIGURA 6-8 - Contaram-me, certa vez,
Coniunctio no Vaso Negro. A Nigredo. (Paris, Bibliothèque de l'Arsenal, por acaso, foi sonhado no Di
MS. 975, fol. 14. Reproduzida em Derola, The Secret Art of Alchemy.)
O sonhador estava
A semeadura do ouro (corpus sous) é urna imagem interessante, O ouro outros esp fritos que havI
representa a luz, o valor, a consciência. Semeá-lo significa sacrificá-lo, teve antes de morrer.
oferecê-lo à mor1fica:io, na esperança de que se multiplique. Da mesma cfrculo de gráos corn c
maneira como as sementes dos graos náo sao comidas, mas deixadas à parte,
poço cavado na terra, n
as sementes da consciência nao são usadas para a sobrevivência. Em vez
tempo, wn tesauro entè
amigo a importância do
disso, são oferecidas ao inconsciente por meio de urna espécie de morte
voluntária do conforto, da justeza e da racionalidade da pessoa.
Permitimo-nos ser menos, a fmi de sermos mais - quase perfeitos porém mais Deve-se observar que
quase inteiros. enterrado.
Num texto gnóstico, o t
A imagem da morte e do funeral sempre esteve associada ao plantio e à
cadáver porque está "sepult
germinaçáo de sementes. Gravuras do antigo Egito mostram caules de graos
brotando do corpo motto de Osfris (ver figura 6-9). 0 apOstolo Paulo, em sua
famosa passagem referente à mssuriçäo dos mortos, usa essa imagem: 31. Jirng,Aion, cw91l,p. 334.

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178
r

FIGURA 6-9
Graos nascendo do cadáver de Osfris. (Retirado de um baixo-relevo de File.
Reproduzido em Budge, Osiris: The Egyptian Religion of Resurrection.)

"Semeia-se [o corpo] em conupçäo; ressuscitaräo em incorrupçáo. Semeia-se


em desonra; ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza; ressuscitará em
vigor. Semeia-se o corpo natural; ressuscitará o corpo espiritual." (1 Cor., 15:
42-44, AV).
Contaram-me, certa vez, urn sonho impressionante a esse respeito, o qua!,
Bibliothèque de l'Arsenal, por acaso, foi sonhado no Dia das Bruxas:
Secret Art of Alchemy.)
O sonhador estava numa festa para um amigo morto e, talvez,
outros esp fritos que haviam partido. O amigo morto conta ¿on sonho que
imagem interessante, O ouro teve antes de morrer. A principal imagem do sonho era um grande
ieá-lo significa sacrificá-lo, círculo de gráos corn cerca de 2 m de altura. Esse cfrcuio vinha de urn
se multiplique. Da mesma poço cavado na terra, no quai havia corpos monos que erain, ao mesmo
midas, mas deixadas à parte, temji'o, um tesou.ro enterrado. O sonhador estava tentando explicar ao
ra a sobrevivéncia. Em vez amigo a importância do sonho (ver figura 6-10).
de urna especie de morte
racionalidade da pessoa. Deve-se observar que os coipos mortos equivalem a um tesouro
- quase perfeitos porém mais enterrado.
Mum texto gnóstico, o hornem perfeito, ou Ant/tropos, é considerado um
eve associada ao plantio e à cadáver porque está "sepultado no corpo como a nnímia no túmulo" 31 Jung
ito mostram caules de graos
9). 0 apóstolo Paulo, em sua
mortos, usa essa imagem: 31. Jirng.Aion, cw 911, par. 334.

'79
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---A
-
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-
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i r- I
'14

+ ¼
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V,
-
C t

FIGURA 6-10
Graos nascendo do túmulo, simbolizando a ressun-eição. (The Hennetic
Museum, trad. de A. E. Waite.)

indica que há urna idéia paralela em Paracelso, que diz: "Na verdade, a vida
nao é outra coisa alérn de urna espécie de múmia embalsamada, que preserva o
corpo mortal dos vermes mortais."32 Verifica-se que essa "mumia" é
simbolicamente idéntica ao homem original ou Anthropos. Esse cadáver
gnóstico ou múmia de Paracelso é, por conseguinte, o Si-mesmo enquanto
produto da ,nortzjïcatio -o corpo incorruptível que surge da morte da semente
corruptível. Corresponde à idéia alquímica de que a morte é a concepçäo da
Pedra Filosofal.33 A morte e o Landsknecht. (IN
Germinaçào e decadência, a luz virando treva, a morte e o renascimento -
todas essas imagens pertencem ao simbolismo da lua, que morre e nasce a
cada inés. Um texto diz o seguinte:
A afirmaçäo de que o lt
O leáo, o sol inferior, se corrompe pela carne. Assim se corrompe o compreendida como urna dec
leäo ein sua natureza pela sua carne, que segue os ritmos da ma e é atreve a existir como um C
eclipsado. Porque a lua é a sombra do sol e se consome junto corn os substancial mas se torna, a
coipos corruptiveis, e por melo de sua corrupçäo o leño é eclipsado com a 'inoner (ver figura 6-11). 0
ajuda da umidade de Mercurius... a umidade da lua mata o sol quando mort jficatio - mas, de sua i
esta recebe a luz solar e ela tambérn mont no momento em que nasce o
fúho dos Filósofos; e, ao morterem, os dois pais transmitem sua alma ao Filosofal. O sol e a lua mor
fiiho, e morrem e desaparecem. E os pais são a comida do fllho.34 fllho dos filósofos.
Jung diz que essa passagi
real no Rosariwn.35. Nele,Sd
32. Ibid.
33. The Practice ofPsychotherapy, CW 16, par. 473.
34. Jung, Mysterium Coniuncsnis, CW 14, par. 2!. 35. mid.
36. The Practice ofPsychotherapy, CI

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s

at

o
e

ressurreiçâo. (The Hennetic


alte)

que diz: "Na verdade, a vida


embalsamada, que preserva o
ta-se que essa "mutnia" é
ai Anthropos. Esse cadáver
uinte, o Si-mesmo enquanto
ie surge da morte da semente
tue a morte é a concepçâo da
FIGURA 6-11
A morte e o Landsknecht. (Dürer. Reproduzida em The Complete Woodcuts of
Albrecht Dürer.)
'a, a morte e o renascimento -
da lua, que moire e nasce a
A afirinação de que o leäo ou sol infèrior conompe pela came pode ser
compreendida como urna declaraçäo de que o ego, ao se encamar, quando se
came. Assim se corrompe o atreve a existir como um centro autónomo do ser, incorpora a realidade
segue os ritmos da lua e é
i e se consome junto com os
substancial mas se tofliL ao mesmo tempo, suscetível de corronwer-se e
pçâo o leäo é eclipsado corn a 'inorrer (ver figura 6-11). 0 ego termina por ser eclipsado - cal na treva da
de da lua mata o sol quando mortjficatio - mas, de sua morte, nasce o "fllho dos filósofos" - a Pedra
no momento em que nasce o
s pais transmitem sua alma ao
Filosofal. O sol e a lua morrem e transmitem seu poder ao seu rebento -o
ifiho dos filósofos.
o a comida do filho.34
Jung diz que essa pas sagem pode ter inspirado o quadro da morte do casal
real no Rosariwn .35. Nele,36 o rei e a rainha, depois do intercurso sexual,

35. ThaI.
36. The Pmctice ofPsychotherapy, CW 16, fig. 6.

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tornam-se um sO corpo corn duas cabeças e jazem moitos num túmulo O quadro
tern como título "concepçäo ou putrefaçäo" . A afirmaçäo de que "os pais são a 'ç
comida do filho" apresenta um interesse particuiar. Em tennos psicológicos,
isso sugere que o suportar consciente da treva e o confito entre os opostos
nutrem o Si-mesmo (ver figura 3-16, do Capítulo 3).
Um termo comuin para a nigredo é "corvus", corvo ou abutre,37 talvez o,

por ser ele negro e por comer camiça (ver figura 6- 1 2). 0 corvo aparece na
mitologia grega quando do nascimento de Asclépio. Sua mâe foi Corônis, a
donzela do corvo, a qual, enquanto se encontrava grávida de Asclépio, fitho
de Apolo , manteve relaçOes corn Isquis. Essa infidelidade chegou aos ouvidos
de Apolo através do corvo, o quai teve sua cor branca substituida pela negra
devido ao fato de contar más notIcias. Corônis foi moita pelo seu crime, nias o
pequeno Asclépio foi-Rie retirado do ventre quando ela se encontrava na pica
funerária. Como Kerényi demonstrou, o nascitnento do poder de curar a partir
da nigredo pertence ao arquétipo do médico feñdo. Nas palavras de Kerényi,
o mito se refere, sob o ponto de vista psicológico, à capacidade de "se estar
familiarizado corn a treva do sofrimento e ali encontrar os germes da luz e da
recuperaçâo, os quais, corno que por encanto, daño origem a Ascl6pio, o
médico semelhante ao sol".38
A expressäo "caput corvi", cabeça do corvo, encontra-se vinculada ao
"corvus". A expiessäo é sinónima de "caput monuwn", cabeça morta. Nao P1(31
fica imediatamente clara a razão pela qual a ni greda deva estar associada ao A nigredo. (Mylius, Philosophia n
simbolismo da cabeça. Urna das ravies parece ser o vínculo existente entre a The Secret
palavra "cabeça" e o topo ou inIcio. Considerava-se o negrume corno o ponto
de partida da obra.39 Diz um texto: "Quando vires tua matéria enegrecer, das 'trancas da naturen'. Sen prop
rejubila-te: porque esse é o inicio da obra."4° Outro texto fala da obra como urna unio nwntalis na superaçäo do C
composta por trés corvos: "O negro, que é a cabeça da arte; o branco, que é o De outro ponto de vista, a
meio; e o vermelho, que leva todas as coisas ao fim."41 redondo, completo, do homem empi
A cabeça é o princIpio. Urn pecado capital é o mais grave, envolvendo a vaso redondo da transformaçâo. Há
perda da cabeça. Assim sendo, o vínculo entre a nigredo e o conjunto de ou Etíope é aquilo que, quando fervi
irnagens referentes à cabeça indica a grande iinportância que a alquimia A expressâo caput mortuwn era
atribuía a esta experiência. De acordo corn urna derivaçâo, a palavra pela destilaçao ou sublimaçáo de a
"alquimia" vem de khem ou chemia, que significa negro e que se refere ao caput mortuwn: "Aquilo que perm
Egito, a terra do solo negro.42 A decapitaçäo, ou separaçáo entre a cabeça e o nossa terra, e tern cor negra, urn dit
corpo, também pertence à mort(fìcatio. Jung escreve: "Cortar a cabeça é dragâo é a matéria deixada pela des
simbolicamente significativo corno a separaçáo entre a 'cornpreensáo' e o é chamada a cauda do dragäo, sen
"grande sofrimento e dor' que a natureza à alma. Trata-se de urna saturado corn essa água e coagulado,
ernancipaçâo da 'cogitatio', que se situa na cabeça, urna libertaçáo da alma O resCduo morto e sem valor é
chamado de caput ou cabeça indic
sem valor toma-se o mais precioso
37. Jung, Mysteriwn Coniunctionis, CW 14, par. 727.
liçâo que todos dcvcmos aprender c
38. Kerényi, Asklepios:Arche typai ¡Mage oft/it Physician's Existence, p. 100.
valor e desprezado, a psique. Os
39. Jung, Mysterium Conianctionis. cw 14, par. 729.
40. ibid., nota 182.
41. ibid. 43. Jung, Mysteriwn Coniunctionis, CW 14, par
44. Ibid.
42. Veja-se Read, Prelude to Chesnj, p. 4 nota; veja-se também Jung. Mysterium Coniünctionis,
cw 14, par. 14. 45. ¡bid., par. 244.

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182
jazem mortos num túmulo O quadro
J
. _
I". A afirmaçâo de que "os pais são a
particular. Em tennos psicológicos,
t

j treva e o confito entre os opostos tti "


:apítwo3). a
"Corvus", COrVO OU abutit,37 talvez '

ter figum 6-12). 0 corvo aparece na


.

le Asclépio. Sua mât foi Corônis, a


ncontrava grávida de Asclépio, fliho
Essa infidelidade chegou aos ouvidos
;ua cor branca substituida pela negra
rônis foi moita pelo scu crime, mas o ' '

tre quando ela se encontrava na pita


mscimento do poder de curar a partir
Lico feñdo. Nas palavras de Kerényi,
icológico, à capacidade de "se estar
ali encontrar os germes da luz e da
neanto, daráo origem a Asclépio, o

do corvo, encontra-se vinculada ao


:aput mortuuzn", cabeça morta. Nâo FIGURA 6-12
al a nigredo deva estar associath ao A nigredo. (Mylius. Philosophia refonnata, 1622. Reproduzida em Derola,
arece ser o vínculo existente entre a The Secret An of Aichemy.)
siderava-se o negnime como o ponto
?uando vires tua matéS enegrecer, das 'trancas da natweza' Seu propósito é produzir, como acontece em Dorn,
.

a."40 Outro texto fala da ohm como U/liC llWfltOliS na superaçäo do corpo."43 (Ver figura 6-13.)
é a cabeça da arte; o branco, que é o De outro ponto de vista, a decapitaçäo extrai o homem rotundwn,
s ao fia"4' redondo, completo do homem empírico. A cabeça ou crânio tnnsforma-se no
,

:apital é o mais grave, envolvendo a vaso redondo da transformaçäo. Há um texto em que a cabeça de OsIris negre
.0 entre a nigredo e o conjunto de OU Etíope é aquile que, quando fervido, toma-se ouroA
rande importância que a alquimia A expressäo caput monuwn era usada corno referência ao resIduo deixado
Io corn urna derívaçâo, a palavra pela destilaçäo ou sublimaçäo de urna substância. Outre texto descreve essa
significa negro e que se refere ao caput ,nortuwn: "Aquilo que permanece na retorta é o nosso sai, ¡sto é, a
çäo, OU separaçáo entre a caheça e o nossa terra, e tern cor negra, um dragäo que devora a prOpria cauda. Porque o
Jung escreve: "Cortar a cabeça é dragäo é a matéria deixada pela destiiaçâo da água que está nele, e essa água
ançâo entre a 'compreensão' e o é chamada a cauda do dragäo, sendo o dragäo seu negrume; e o dragäo é
za inflige à alma. Trata-se de urna saturado com essa água e coagulado, e assim corne sua prOpria cauda."45
na cabeça, uma libertaçao da alma O residuo morto e scm valor é a matéria da fase da nigreda. O fato de ser
chamado de capia ou cabeça indica uma reversäo paradoxal de opostos. O
scm valor toma-se o mais precioso e o último toma-se o prirneiro. Essa é uma
liçâo que todos devemos aprender constantemente. Encontramos, no lugar sem
valor e desprezado, a psique. Os padrôes convencionais do nosso ambiente
uYsE.ustence, p. 100.

43. Jung, Mysterium Conliinctionis, CW 14, pat 14.

44. Ibid.
eja-se tamb4m Jung, Mystethan ConümctionLç,
45. Ibid., par. 244.

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consideram a psique como um nada, um nada absoluto. Um exemplo pessoal:
r dessa mesma irnagem arqucti
sinto-me vazio e irritadiço; sento-me durante horas em minha cadeira F contempla o crânio de Yorick.
buscando minha libido perdida. Que dolorosa hurnilhaçäo ser submetido a
A que vis usos pa
essa iinpoténcia catatônica! Até a imaginaçáo ativa se recusa a funcionar. Por imaginaçäo acoinpanhar
-
fun, obtenho urna parca iinagem um pequeno e negro pote de louça. Contera tapando um barril?... D
i

ele alguma coisa ou está vazio como eu? Eu o viro. Surge urna gota de fluido sepultado, Alexandre ret
dourado, que se solidifica em contato corn o ar. Eis nido aquilo de que eu barro, e por que corn es
precisava! Essa única gota de ouro sólido liberou uma cadeia de associaçOes possivel tapar um barril ii
e, corn elas, a libido. Essa gota veio do pote negro, da cabeça negra de Osfris, Imperious Caesar, dead g
que personificava meu estado de treva e de esvaziamento, um estado que Might stop a hole to keep
desprezei enquanto me encontrava nele. O! that that earth, which
Should patch a wall to ex

[César, o imperador, morto


para manter afastado o vento;
servida para remendar urn mui
O Fausto de Goethe tath
inIcio do drama:
Yon hollow s/call, whathc
But that a mortal brain, i
Sought once, like mine. tM
e',' And strove for truth, and.
[O crânio oco, que mais o te
mortal, perturbado pelo infoi
doçura do dia, f E lutou pela y
O crânio como memento i
Ele produz reflexoes a respei
como pedra de toque para o
morte pode nos levar a encan
modo, a negra cabeça da rnorU
Com efeito, a origem e o cresc
ti de maneira peculiar à experiêi
a penetrar na consciència em
tezilia sido o contraste entrefl
.
criatura mortal seja capaz di
fraqueza mais importante e de
FIGURA 6-13 elemento que colocou hi em vi
Salomé corn a cabeça de Joao Batista. (Les belles heures du duc de Deny.
Nova York, The Metropolitan Museum of Art.) Mas o que o homem
pequenez, debilidade e in
A cabeça da morte tarnbém leva à idéia de um diálogo corn urna cabeça como já sugerimos, ama J

auto-reflexào: para sobitv


ou crânio. Jung fala da cabeça oracular,46 que si*tholizaria a consulta à
F

de sua irnpoténcia. Deus!


própria totalidade de cada um a finì de obter informaçoes que ultrapassem a se depara em parte algum4
hesitar e, portanto, a reflet
i

visäo do ego. O terna dramático do solilóquio corn um cránio é urna variante

46. Jung, Psychology and Religion: West and East, CW 11, par. 363ss; ver tambm Mystenwn 47. Goethe, Fausto, p. 3.
Coniwzctioni,, CW 13, par. 626.
48. Jung, Psychology and Religion: WeM
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oluto. Um exemplo pessoal: dessa mesma imagern arquetípica. O exemplo clássico está em Hamlet. Ele
horas em minha cadeira contempla o crânio de Yorick e conclui corn os seguintes pensamentos:
iumilhaçäo ser submetido a - A que vis usos podemos voltar, 1-lorácio! Por que nao pode a
'a se recusa a funcionar. Por imaginaçäo acoinpanhar as nobres cinzas de Alexandre até dar corn elas
legro pote de louça. Conterá tapando urn barril?... Deste modo, Alexandre morreu, Alexandre foi
ro. Surge uma gota de fluido sepultado, Alexandre retornou ao p6; o p6 é tena; da tena, fazemos o
Eis nido aquilo de que eu
barro, e por que com esse barro, em que ele foi convertido, nao seria
possível tapar um barril de cerveja?
i urna cadeia de associaçóes
, da cabeça negra de Osfris, Imperious Caesar, dead and turn'd to clay,
vaziamento, um estado que Might stop a hole to keep the wind away;
O! that that earth, which kept the world in awe,
Should patch a wall to expel the winter's flaw.
(Ato 5, cena 1, falas 222-38.)
[César, o imperador, morto e transformado em pO, I Pode tapar um buraco
para manter afastado o vento; f O p6 que outrora fazia tremer o mundo, I hoje
serviria para remendar um muro e banir para longe a borrasca do invemoj
O Fausto de Goethe também tern um breve solilOquio corn um crânio no
inIcio do drama:
% Yon hollow skull, what lias your grin to say,
But that a mortal brain, with trouble tossed,
Sought once, like mine, the sweetness of the day.
. And strove for truth, and in the gloam was st47
- .
(O cránio oco, que mais o teu esgar poderia dizer, I Senäo que um cérebro
mortal, perturbado pelo infortúnio, I Buscou certa vez, tal como o meu, a
?
doçura do dia, I E lutou pela verdade e se perdeu no crepúsculo?]
,

4
O crânio como memento mori é unì emblema da operação da mortjficatio.
Ele produz reflexöes a respeito da mortalidade pessoal de cada um e serve
como pedia de toque para os valores falsos e verdadeiros. Refletir sobre a
-

-
¿ '

b morte pode nos levar a encarar a vida sob a perspectiva da etemidade e, desse
modo, a negra cabeça da morte pode transfonnar-se em otro (ver figura 6-14).
Com efeito, a origem e o cresciinento da consciência parecem estar vinculados
I de maneira peculiar à experiéncia da morte. Talvez o primeiro par de opostos
a penetrar na consciência em vias de despertar dos seres humanos primitivos
tenha sido o contraste entre o vivo e o morto. E provável que somente a
-

criatura mortal seja capaz de ter consciência. Nossa mortalidade é nossa


fraqueza mais importante e derradeira. E essa fraqueza, segundo Jung, foi o
elemento que colocou JO em vantagem diante de Iahweh:
tes heures du duc de Berry. Mas o que o homem possui que Deus nao tenha? Por causa de sua
scum of Art.) pequenez, debilidade e impotência diante do Todo-Poderoso, ele possui,
como já sugerimos, urna consciéncia um pouco mais aguda, baseada na
um diálogo com urna cabeça auto-reflexäo: para sobreviver, ele precisa manter-se sempre consciente
e siàbolizaria a consulta à de sua impotência. Deus nao precisa dessa mesma precauçao, porque nAo
[ormaçós que ultrapassem a se depara em parte alguma com um obstáculo insuperável que o obrigue a
tun crânio é uma variante hesitar e, portanto, a reuletir sobre si mesmo.48

par. 363ss; ver também Mysterium 47. Goethe, Fausto, p.3.


48. Jung,PjychologyandReigion: West and East, CW Il, par. 579.
185
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Platäo vincula de manei
filosofia, o amor da sabedoil
No PhaedO, ele escreve:
t-14.
-A purificaçâo, c
consiste em separar o má
furtar-se de todo contato
t, assiin como em ter con
futuro, sozinha, Iiberta ch
'4 i
-' Sim, é - disse Sin
- Nao é aquilo que
!4.
't

4
uma separaçäo da alma c
- Por certo - disse el
L
i,
-E o desejo de li
meihor, apenas no venIa
t.'
t
consiste precisamente em
- Ao que parece.
t

- Pois bem, corno di


toda a vida, para viver r
seria ridículo que ele flea
- Certamente que sui

-s
- Portanto, Simias,
morte sua profissào e q
alarrnam diante da morte
estiyerem completament
tornarem suas almas ini
ficarem assustados e desj
como é natural, ficar leI
perspectivas de alcançare
vida? Por certo M multo
seguir amantes, vidvas e
FIGURA 6-14 encontrarem as pessoas a
A cabeça da morte aponta para a esfera cósmica. (Holbein, The Dance of amante da sabedoria, qui
Death. 1538.) que jamais alcançará un
mundo -, angustiado dia
essa jornada? Assim o dc
As formas mais remotas de expressäo religiosa - que indicam a primeira for um verdadeS filósol
-
separaçáo entre o ego e a psique arquetípica parecem estar associadas aos alcançará a sabedoria em
ritos funerrios. O exemplo supremo da morte como gêne se da religiäo e da
consciência é o elaborado simbolismo mortuário do antigo Egito. Esta é O elemento que se desta
claramente a origem da alquimia. O embalsamainento do rei morto o transfor- de que "os verdadeiros filOs
maya em Osfris, um corpo incorruptível, eterno. Este é o protótipo da opus pode Sr dito de um importa
alquímica, que tenta criar a incorruptível Pedra Filosofal. Tem-se equipando retirada das projeçóes, fazemc
o vaso alquímico com "o túmulo selado de Osiris, que contém todos os Essas idéias de Platáo
membros do deus' '.49 0 simbolismo rnortuário egipcio é o primeiro grande Mysterium Coniunctionis, a
testemunho da realidade da psique. E como se a psique nao pudesse vir a coniunetio como algo que sc
existir como entidade concreta até a morte do literal, do concreto e do físico. operaçáo, a alma e o espfrità
O inconsciente coletivo equivale à tern dos mortos ou além-túmulo, dando-se entáo separado do corpo. Es
o nome de nekyia a urna descida no inconsciente coletivo, devido ao fato de Escreve Jung:
um encontro com a psique autônonia ser sentido como urna morte deste
mundo. A unjo mentali,, a I

duaçáo, ele (Dorn) a cou


49. Jung, Aichemical Studies, par. 97.
50. Platâo,Phaedo, 67c-68b, InTheC
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Platáo vincula de maneira explícita a sabedoria corn a morte. Para ele, a
'
filosofia, o amor da sabedoria, é, de modo deveras literal, urna ,nortficatio.
f No Phaedo, ele escreve:
A purificaçào, como vinos M algum tempo em nossa discussáo,
*

r consiste em separar o máximo possível a alma do corpo, em acostumá-La a


-
furtar-se de todo contato com o corpo e em concentrar-se por si mesma,
-
assim corno em ter como monda, na medida do possível, agora e no
futuro, sozinha, liberta de todas as correntes do corpo. Náo é verdade?
.

t
- Sim, é - disse Simias.
-

- Nao é aquilo que chamamos de morte uma libertaçäo, bem como


uma separaçào da alma do corpo?
a -Porcerto-disseele.
- E o desejo de libertar a alma se encontra principalmente, ou
t.

meihor, apenas no verdadeiro filósofo. De fato, a ocupaçäo do filósofo


consiste precisamente em libertar e separar a alma do corpo. Nao é assim?
t
Ao que parece.
- Pois bem, como disse antes, se um homem treinar a si mesmo, por
toda a vida, paraviver num estado mais próximo possfvel da morte, nao
seria ridículo que ele ficasse angustiado quando a morte viesse a ele?
- Certamente que sim.
Portanto, Simias, é um fato que os verdadeiros filósofos fazem da
morte- sua
profissäo e que, dentre todos os homens, os que menos se
alannam diante da morte são eles. Considere a questâo desse modo: se
estiverem completamente insatisfeitos com o corpo e ansiarem por
j
: .
tomarem suas almas independentes dele, nao seria de todo irracional

t;
ficarem assustados e desgostosos quando isso ocorre? Nao deveñani eles,
como é natural, ficar felizes por se dirigirem para um lugar no quai há
,&
perspectivas de alcançarem o objeto do desejo que alimentaram por toda a
vida? Por certo M muitos que preferiram, de livre e espontánea vontade,
*

seguir amantes, vidvas e filhos no outro mundo, na esperança de verem e


encontrarem as pessoas a quem anmvam. Se assim é, ficará um verdadeiro
ca. (Holbern, The Dance
.

oj
amante da sabedoria, que mantenha de modo firme essa convicção - de
que jamais alcançará urna sabedona digna desse nome senao no outro
. . . .

mundo -, angustiado diante da morte? Nao ficará ele jubiloso por fazer
essa jornada? Assiin o devemos supor, meu caro jovem; quer dizer, se ele
)sa - que indicam a primeira I for um verdadeiro filósofo, porque então ele terá a crença de que jamais
parecern estar asociadas aos alcançará a sabedoria em toda a sua pureza em nenhum outro lugar.50
orno gênese da religiâo e da O elemento que se destaca dessa passagem é a impressionante afirmaçáo
io do mitigo Egito. Esta é de que "os verdadeiros filósofos fazem da morte sua profissáo". O mesmo
ento do rei morto o transfor- pode Sr dito de um importante aspecto da análise. Quando perseguimos a
Este é o protótipo da opus retirada das projeçóes, fazemos da morte nossa profissáo.
Filosofal. Tern-se equiparado Essas idéias de Platáo levam diretamente à discusao de Jung, em
)sfris, que contém todos os Mysteriwn Coniunctionis, a respeito da unjo mentalis. Ele descreve a
egIpcio é oprimeiro grande coniunctio como algo que se processa em trés etapas. Na primeira etapa da
a psique nao pudesse vg a operaçáo, a alma e o espIrito unem-se um ao outro. O produto dessa uniäo é
eral, do concreto e do físico. entäo separado do corpo. Esta separaçâo é experimentada como urna morte.
os ou além-túmulo, dando-se Escreve Jung:
e coletivo, devido ao fato de
ido como urna morte deste A unjo nerjta lis, a unidade interior que hoje denominamos indivi-
duaçäo, ele (Dorn) a concebeu como um processo de equilibrio psíquico

50. PIatâo,Phaedo, 67c-68b, in The Cdllec:edDiaiogues.

¡87
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de opostos "na superaçäo do corpo", um estado de equanirnidade que Essa "lesáo do ego" é
transcende a afetividade e o aspecto instintivo do corpo. Ao espirito que membro amputado. o senS
deve ser unido corn a aima, chamou-o de "espiráculo da vida eterna", sandalia quando transportau
urna espécie de "janela para a eternidade" (Leibnitz)...
E também o sentido de Edi
Mas para que ocorra sua reunião subseqüente, deve-se separar a
mente (mens) do corpo -
o que equivale à morte voluntária
apenas coisas separadas podem unir-se. Obviamente, Dorn queda
porque - feita, sonhei que enquanto
pé direito era defeituoso.
h
mencionar urna discrirninaçâo e dissoluçäo do "composto", ao falar dessa A mort{fiCatio é experir
separaçâo (distractio); o estado composto era aquele no quai a afetivi- dizer que raramente alguém
dade do corpo exibia urna influência perturbadora sobre a racionalidade da imposta pela vida, quer a paz
mente. O objeto da separaçäo era livrar a mente da influéncia dos
"apetites corporais e das afeiçöes do coraçáo", bem como estabelecer podemos experinientá-la de
uma posiçáo espiritual que se sobrepusesse à turbulenta esfera do corpo. cultural da nwrt(fiCatio, o C

Tsso leva, de inicio, a urna dissociaçao da personalidade e a urna violaçao oferecer mais do que urna
do homem meramente natural. Esse passo preliminar, por si s6 urna clara pode ter urn efeito indutivo!
mescia de filosofia estOica e psicologia crista, é indispensávei para a
diferenciaçâo da consciéncia. A psicologia moderna usa o mesmo proce- maçào do indivIduo. Algo qu
dimento ao tornar objetivos os afetos e instintos e ao confrontar a Gilbert Murray nos
consciéncia corn eles.5' características essenciai
Themis, 341ss]. Pensa e
Por conseguinte, a unjo mentatis corresponde de modo preciso aos sentaçao ritual da mofle
com Dioniso) e que e
ifiósofos que fazern da rnorte sua profissäo. principais. Em primeirc
Nesse passo preiiminar, deve-se mortificar o "homem natural", protagonista, representan
lembrando-o de que, nas palavras de Thomas Gray, Em segundo, há um p
sofrimento e da denota.
The boast of heraldry, the pomp ofpower, pelo herói derrotado. Eni
And all that beauty, all that wealth e' er gave outro plano, acompanlia
Await alike the inevitable hour: pranto ao júbilo. Essa st
The paths of glory lead but to the grave.52 ritual de Osiris e de Ci
característicos da morte e
[A pompa do poder, o portento dos títulos, I Tudo que a beleza e a riqueza grega posterior, a fase fai
produzern, I Aguardam o inevitável momento: I Os caminhos da glória sO talvez, como simples suj
conduzern ao túmulo.] que a seqüência de pass
superaçäo do ego, a derrc
Ou, nas palavras do apóstolo Paulo: "Mortificai, pois, tudo o que pertence epifania fmal, se manifesi
somente à vida terrena: a fornicaçäo, a impureza, a paixäo culposa, os maus Os estágios depathose
desejos e, em especial, a cobiça, que é o mesmo que adorar um falso deus."
:

mortjficatio alquímica; a th
(Colos., 3:5, IB.) De fato, essa assertiva deve ser tomada em sentido renascido que surge do cadá
simbólico, e nao de forma literal. Os desejos devem ser mortos em suas exemplo particularmente born
formas projetadas, de cunho obsessivo. antes, o ancião diz ser "apeli
O encontro corn o inconsciente é, quase por defmiçäo, urna dolorosa peça o frado rei Lear identiTh
denota. Em Mysterium Coniunctionis, encontramos urna das mais importantes palavras: "Nao te ponhas erfi
frases escritas por Jung: "A experiência do Si-mesmo sempre é urna derrota Em seguida, a peça se desent'
para o ego."53 Noutra obra, ele diz: "A integraçäo de conteúdos que sempre do poder e do controle das m
foram inconscientes e projetados envolve uma séria lesäo do ego. A alquimia urna total mortificatio, que y
expressa isso por meio dos símbolos da morte, da mutilaçâo ou do nigredo, nasce a teofania da
envenenamento, ou por meio da curiosa idéia da hidropsia."54 loucura, ele vislumbra a psiq
Depois da derrota fmal diantt
51. Jung, Mysterium Coniunctionis, CW 14, par. 670ss. são levados à prisáo, vem,
52. 'Eiegy Written in a Country Churchyard.' Nesse ponto, a negra cabeça
53. Jung, Mysteriwn Coniunclionis, CW 14, par. 788.
54. The Practice of Psychotherapy, CW 16, par. 472. 55. Edinger, "The Tragic Hero: An Ir
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FlJ
;tado de equanimidade que Essa 'Iesäo do ego' é simbolizada pelo herói-sol aleijado ou que tern um
' '

3do corpo Ao espfrito que membro amputado. E o sentido de Jasäo como um inonosandolos que perdeu a
espiráculo da vida eterna' ' ,
sandáiia quando transportava urna muffler desconhecida (Hen) sobre um rio.
:ibnitz). . .

É também o sentido de Edipo, cujo nome significa "pés inchados". Certa


feita, sothel que enguanto Jungfazia urna brilhante palestra, percebi que seis
Obviamente, Dorn quena pe diretto era defeituoso.
'composto' ao falar dessa
'

' ,
A mofl(ficatio é experimentada como derrota e fracasso. Desnecessáno
a aquele no quai a afetivi- thzer que raramente alguém opta por ter essa experiência. Ela costuma ser
lora sobre a racionalidade da 1a vith, quer a partir do interior quer do exterior. De certa maneira,
menteda%nflueflCladOs
.

podemos experimentá-la de modo indireto por mejo do grande instrumento


turbulenta esfera do corpo. cultural da mor4ficatio, o drama trágico. Em alguns casos, o drama pode
sonalidade e a urna violaçâo oferecer mais do que urna experiência indireta. Se o momento for propicio,
diminar, por si só urna clara pod ter um efeito indutivo e dar inicio a um auténtico processo de transfor-
stá, é indispensavel para a do individuo. Algo que escrevi em outra obra é relevante aqui:
ioderna usa o mesmo proce-
Lnstintos e ao confrontar a Gilbert Murray nos ofereceu urna valiosa descriçao da origern e das
características essenciais da tragédia clássica [citado em harrison,
Themis, 341ss]. Pensa ele que a tragédia grega corneçou como a repre-
sentaçào ritual da morte e do renascimento do espIrito do ano (equiparado
mdc de modo preciso aos
.

corn Dioniso) e que essa representaçäo ritual exibia quatro aspectos


principais. Em primeiro lugar, há o ágone ou combate, em que o
icar o "homern natural", protagonista, representante do espirito do ano, enfrenta a treva ou o mai.
'r
Em segundo, há urn pathos ou paixäo, na qual o herói padece do
I
sofrimento e da denota. Em terceiro lugar, urn threnos, ou larnentaçáo,
pelo herói denotado. Em quarto, há a theophany, um renascer da vida em
outro plano, acompanhado por uma reversAo da ernoçäo, que vai do
pranto ao júbilo. Essa seqüência é, em sua essência, a mesma do drama
ritual de Osiris e de Cristo, cada um dos quais apresenta os aspectos
característicos da morte e do renascimento do espirito do ano. Na tragédia
ido que a beleza e a riqueza grega posterior, a fase final, a teofania, quase desaparece, permanecendo,
I Os caminhos da giMa só talvez, como simples sugestao. Em termos psicologicos, podemos dizer
que a sequencia de passos que cornpoern o processo trágico envolve a
superaçäo do ego, a denota da vontade consciente, para que o Si-mesmo, a
icai,pois,tudo o que pertence epifania final, se manifeste.55
a, a paixäo culposa, os maus Os estágios de pathos e threnos, de sofrirnento e denota, correspondern à
que adorar um falso deus. " mortzfico.tio aiqufinica; a theophany, por sua vez, ao corpo iricorruptível
nido
D

we ser tomada em sentido que surge do cadáver de Osiris. Rei Lear, de Shakespeare, é um
devem ser mortos em suas exemplo particularmente bom de tragédia como mortificado. Num texto citado
antes, o anciâo diz ser "apelidado o dragäo". Da mesma maneira, no inIcio da
por definiçäo, urna dolorosa peça o frado rei Lear identifica-se corn o dragäo, ao dirigir a Kent as seguintes
nos urna as mais importantes palavras: "Náo te ponhas entre o dragäo e sua fr" (ato 1, cena 1, linha 124).
mesmo sempre é urna derrota Em seguida, a peça se desenrola como urna retirada progressiva da autoridade,
çáo de conteúdos que sempre do poder e do controle das maos do rei. A vontade do ego real é submetida a
&ria lesäo do ego. A alquimia urna total mortificado, que vai ao extremo da loucura. A partir do estado de
norte, da mutilaçáo ou do nigredo, nasce a teofania da transformaçäo de Lear. Por intermédio de sua
hidropsia."M loucura, ele vislumbra a psique transpessoal que agon está disposto a servir.
Depois da denota final diante das forças de Edmund, quando Lear e Cordelia
são levados à prisäo, vem, na surpreendente passagem abaixo, a teofania.
Nesse ponto, a negra cabeça da morte se transforma em ouro:

55. Edinger, "The Tragic Hem: An Image of Individuation".

189
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Come, let's away to prison: INuma época de trevas, os oli
We two alone will sing like birds i' the cage: na treva que se aprofunda; f
When thou dost ask me blessing, I'll kneel down senhor da natureza lamentanó
And ask of thee forgiveness: so we'll live, garça, I Entre as feras da S
And pray, and sing, and tell old tales, and laugh loucura, senâo a nobreza da a
At gilded butterflies, and hear poor rogues dia está em chamas! f Conheç
Talk of court news; and we'll talk with them too, presa irum muro suarento. I A
Who loses and who wins, who's in, who' s out; ou um caminho sinuoso? O
And take upon's the mystery of things, fluxo estável de correspondôw
As ¿f we were God' s spies: and we'll wear out, maltrapilha, I E, em pleno dia
In a wall'd prison, packs and sects of great ones para descobrir o que ele é -
That ebb andflow the moon. Todas as formas naturals refi
(Ato 5, cena 3, versos S-18,) escun a minha luz, e mais e
Wem, marchemos pan a prisäo: / Nós dois cantaremos sozinhos, como aves mosca enlouquecida peth esti
na gaiola: I Quando me pedires a bênçäo, ajoelhar-me-ei, I E te pedirei que serei eu? I Homem decaído, it
me perdoes: assim viveremos, / Oraremosr cantaremos, narraremos veihos mesma, e Deus nela, I E um é
casos, e sorrirernos I De douradas borboletas e escutaremos pobres rogos corn
eles, / E faJaremos da corte; e também conversaremos I Quem perde, quern Esse notável poema traça
ganha, quem chega, quein parte; I Descobriremos o rnistério das coisas, I gica. Trata-se de urna expresi
Como se fössemos espiöes de Deus: e faremos que se esgotem, I Numa prisâo Rei Lear, quer diter, deriva
murada,os bandos e seitas dos grandes f Que, como a lua, väo e vêm.]
trevas, que trazem consigo um
Corn essa declaraçâo, Lear ultrapassou os opostos. O Si-mesmo substitui a natureza se acaba. Recorrer
o ego; o negrume se transforma em ouro. O poeta moderno Theodore Roethke de Rei Lear que se passa r
descreve urna experiência paralela de nascimento do Si-mesmo a partir da animal irminpeu na consciênc
nigredo em sep poema "bra Dark Time": que Lear fez durante a tonner
In a dark time, the eye begins to see, com sua circunstância [vers(
¡ meet nty shadow in the deepening shade; interior e a realidade exterioi
I hear my echo in the echoing wood
A lord of nature weeping to a tree.
- sombrio está aprisionado [vc
surgem diante dos olhos e o ei
I live between the heron and the wren,
eles. A terceira estrofe fala
Beasts of the hill and serpents of the den.
[verso 131. Quando as i
What's madness but nobility of soul "circunstância" se escancai
At odds with circwnstance? The day' s on fire! transpessoais se manifestam -
I know the purity of pure despair. açoite" [verso 18]. Na quarta
My shadow pinned against a sweating wall.
-
That place among the rocks is it a cave, PóPfl0 desejo e corn sua "t
maneira como Lear, ele este
Or winding path? The edge is what I have.
identidade com as energias tra
A steady stream of correspondences! liberta e pode pereeber que o
A night flowing with birds, a ragged moon, em outro poema ('The Shapi
And in broad day the midnight come again.'
A man goes far to find out what he is - sombrio".
Outra expressáo poética d
Death of the self in a long, tearless night,
AI! natural shapes blazing unnatural light. versos de "East Coker", de T
Dark, dark my light, and darker my desire. I said to my soul, be th11
My soul, like some heat-maddened sunv'ner fly, For hope would be hope j
Keeps buzzing at the sill. Which I is Ï? For love would be lovef
A fallen man, I climb out of my fear. But the faith and the love
The mind enters itself, and God the mind, Walt without thought, for
And one is One, free in the tearing wind. So the darkness shall be

56. The cdkctedPo of Theodore Roethke, p.231. In order to arrive at


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[Numa época de trevas, os olhos começam a ver, I E encontro minha sombra
na treva que se apmfunda; I Ouço minha voz ecoando na floresta I Um -
wz senhor da natureza lamentando-se corn urna árvore. I Vivo entre a carriça e a
garça, I Entre as feras da montanha e as serpentes da caverna. II Que é a
¿gh loucura, senäo a nobreza da alma I Em disparidade com as circunstâncias? O
dia está em chamas! I Conheço a limpidez do puro desespero. f Minha sombra
90, presa num mum suarento. I Aquele lugar no mejo das rochas - é uma gruta I
ou um caminho sinuoso? O gume de uma espada é o que me resta. If Um
fluxo estável de correspondências Uma nojte em que pássaros voain, urna lua
.

t, maitrapilha, f E, em pleno dia, a meia-noite volta! I O homem canlinha mujto


¡es para descobrir o que ele é - I O eu morre, numa nojte longa, impassive!. I
Todas as formas naturais refletem urn brilho artjficial. II Está escura, mujto
Ato 5, cena 3, versos 8- 18 .) escura a inina luz, e mais escuro ainda o meu desejo. f Mjnha alma, quai
utmos sozjnhos, como aves mosca enlouquecida pelo estjo, I Rca zumbindo na soleira da porta. Quern
S1t1 eu? I 1-lomem decaido, recuo diante do meu medo. If A mente entra em si
ar-me-eL I E te pedirei que
taremos, narraremos veihos mesma, e Deus nela, I E um é Urn, livre do vento cortante.1
cutaremos pobres rogos corn
Esse notável poema traça o percurso da completa autenticidade psicoló-
.

remos I Quem perde, quem.


los o mistérlo das cojsas, I gica. Trata-se de urna expressäo moderna da mesma experiência profunda de
e se esgotem, I Numa prisäo Rei Lear, quer dizer, deriva do mesmo arquétipo. A primeira estrofe faJa das
o a lua, vao e vem.1 trevas, que trazem consigo um novo tipo de visâo. O dominio do homem sobre
ostos. O Si-mesmo substitui a natureza se acaba. Recorrer a um vegetal [verso 4] é açáo análoga à da cena
moderno Theodore Roethke de Ri Lear que se passa na une. O inconsciente como natureza e como
to do Si-mesmo a partir da apjnin irmmpeu na consciência. A segunda estrofe tnta da loucura, o mesmo
que Lear fez durante a tormenta. O que é a loucura? E urna alma em confito
corn sua ciitwistância [versos 7 e 8] E urna conlusão entre a realidade
.

!; interior e a realidade exterior. As ilusôes estâo se dissolvendo. Nosso lado


sombrio está aprisionado [verso 10] e deve ser reconhecido. Os opostos
surgem diante dos othos e o ego deve ulU-apassar o esireito liiniar que há entre
eles. A terceira estrofe fala de urna "forte torrente de correspondências"
.
[verso i 3] Quando as profundezas do inconsciente se abrem, a
.

"circunstancia" se escancara, ocorrem sincronicidades e os sentidos


tfire/ I
transpessoais se manifestam - "as fonnas naturals revelam do falso briTho o
açoite" [verso 18]. Na quarta estrofe, o autor perde sua identificaçäo corn seu
all, prOprio desejo e corn sua "alma", isto é, corn o inconsciente. Da mesma
r,
maneira como Lear, ele esteve preso a uma roda de fogo, num estado de
identidade corn as energias transpessoais do Si-mesmo. Nesse momento, ele se
liberta e pode perceber que o Si-mesmo é distinto do ego. Como diz Roethke
on. em outro poema ('The Shape of Fire"), "o redentor vem por um camiuho
uf! sombrio".
Outra expressáo poética da experiência da morujicatio está nos seguintes
versos de "East Coker", de T. S. Eliot:
I said to my soul, be still, and wait without hope
ne; fly For hope would be hope for the wrong thing; waft without love
For love would be love for the wrong thing; there ¿c yet faith
But the faith and the love and the hope are all in the waiting.
Wait without thought, for you are not ready for thought:
r.'56
So the darkness shall be the light, and the stillness the dancing.
In order to arrive at what you do not know
You must go by a way which is the way of ignorance.

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191
In order to possess what you do not possess como esse processo, antt
must go by the way of dispossession.
You cromáticas, assim tambén
In order to arrive at what you are not Cristo, teve de suportar,
You must go through the way in which you are not. afliçao, isto é, muitos pm
And what you do not know is the only thing you know quais Seu aspecto exterior
And what you own is hat you do not own De igual modo, os Sá
And where you are is where you are not. pelo processo de decompc
de sua cor negra. Cristo ti
[Eu disse à minha alma: fica irnóvel, e espera scm esperança / Pois seria era desprezado e rejeitai
esperar por urna coisa errada; espera sem aznar I Pois seria amor por urna coisa familiarizado corn o sofr
errada; mas ainda há fé, I Embora a lé, o amor e a esperança estejam todos à vé-lo, escondiarn suas face
espera. / Espera sem pensar; pois ainda nAo estt preparado pan o pensa-
mento: / Assim as trevas serào luz e a imobilidade, urna dança. / ... I A fun de Esta passagern vincula ap
chegares àquilo que nao sabes, I Deyes trilhar o caminho do nAo-saber. I A também com o servo sofredor
fun de tornares posse daquio que nAo tens, / Deyes trilhar o caminho do que vina.
nao-ter. / A fun de chegares àquio que nAo és, I Deyes peivorrer o caminho
ern que náo existes. / E aquio que nAo sabes é nido o que conheces / E aquio
que possuis é aquilo que nAo tens / E o lugar onde estás é onde nao estás.]
A partii da experiência da treva e do vaño, pode acontecer o encentro
com urn cornpanheim interior.
Jung fala de urna experiência desse tipo:
o estado de transformaçao ünperfeita. em que apenas depositamos
esperança e pelo qual apenas esperamos, nAo parece ser somente de
tonnento, mas de felicidade, se bem que oculta. E o estado de alguém
que, em seus percursos por entre os labirintos de sua tnnsforinaçäo
psíquica, alcança urna felicidade secreta que o reconcilja corn sua
aparente solidao. Ao comungar consigo mesma, a pessoa encontra, nAo
urna inelancolia e um tédio mortais, mas um parceiro interior; e, ¡nais do
que isso , urna relaçao que se assemelha à felicidade de um arnor secreto,
ou de urna primavera oculta, quando a semente verde brota da terra
infecunda, trazendo consigo a promessa de futuras coiheitas. Trata-se da
benedicta viriditas, a bendita verdura, que significa, de um lado, a "lepra
dos metais" (verdigris), mas, de outro, a secreta imanéncia do divino
espirito da vida em todas as coisas.57
A mortificatio nos leva de ¡mediato ao conjunto de iniagens vinculadas à
Paixäo de Cristo - seu escárnio, flagelaçáo, tortura e morte (ver figura 6-15).
Os alquimistas por vezes relacionavam de modo explícito o tratamento do
material no vaso corn o tratamento que Cristo recebeu. Por exemplo, diz um
texto que: "Näo é impróprio comparar corn Cristo a situaçáo do corpo
putrefate do Sol ao jazer morto, ¡nativo, como cinzas no fundo do frasco...
Porque ¡sso tambérn aconteceu corn o próprio Cristo, quando, no Monte das
Oliveiras, bem como na cruz, foi ele queirnado pelo fogo da divina ira (Mat.,
26-27), tendo se queixado de que fora totalmente abandonado pelo seu Pai
celestial..."58
Em outro texto encontramos:
Mais urna vez, nosso composto químico... é submetido à açao do
fogo, sendo decomposto, dissolvido e bem digerido; e da mesma maneira
A flagelaçâo de Cristo. (Mai
57. Jung, Mysteriwn Conùnctionj,, CW 14, par. 623.
Museum. Repmduzido em Iii
58. ibid., par. 485.
59. Waite, trad., The Henne nc Museum,
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192
r
como esse processo, antes de se consumar, apresenta várias mudanças
n cromáticas, assim também esse Divino Homem, e Deus Humano, Jesus
Cristo, teve de suportar, pela vontade de seu Pai Celestial, o forno da
.

you are not. afliçäo, ¡sto é, muitos problemas, insultos e sofrimentos, no decorrer dos
voit know quais Seu aspecto extenor sofreu dolorosas modificaçoes...
De igual modo, os Sábios deram ao nosso composto, enquanto passa
pelo processo de decomposiçâo, o nome de Cabeça do Corvo, em funçäo
de sua cor negra. Cristo também nao tinha forma nem beleza(Isaías,53) -
scm esperança I Pois seña era desprezado e rejeitado pelos homens -, um homem da tristeza,
is seria amor por urna coisa familiarizado corn o sofrimento - tao desprendo que os homens, ao
a esperança estejarn todos à vê-lo, escondiam suas faces dele.. .59
áSPXeL
f Esta passagem vincula a prina materia torturada nAo só corn Cristo, mas
,'caininho do nao-saber. / A tarnbém corn o servo sofredor de Isaías, que personifica o Siáo e o Messias
Devestrilhar o carninho do queviria.
t Deyes percorrer o caminho
ooqueconheces/Eaquio -

estás6ondenäoestAs.I -

, pode acontecer o encontro

em que apenas depositamos J

nAo parece ser somente de -

culta. É o estado de alguém


rintos de sua transformaçao
que o reconcilia corn sua
sma, a pessoa encontra, nao k
parceiro interior; e, mais do
licidade de urn amor secreto,
mente verde brota da terra k
futuras coiheitas. Trata-se da
igniflca,de um lado, a "lepra
-,

secreta imanencta do divino

into de imagens vinculadas à


arae morte (verfigura 6-15).
io explícito o tratamento do
ecebeu. Por exemplo, diz urn
j
Cristo a situaçáo do corpo
cinzas no fundo do frasco...
-.

j .... -

t
risto, quando, no Monte das -

,elo fago dadivina ira (Mat,


abandonado pelo sen Pai -

pa -

co... é submetido à açào do


digerido; e da mesma maneira FIGURA 6-15
A flagelaçao de Cristo. (Mair de Landshut, século XV. Londres, British
Museum. Reproduzido em Hind, An Introdaction to a History of Woodcut)
59. Waite, trad., The Hermetic Museum. i:iülss.

193
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As seguintes palavras muito conhecidas de Jesus também fazem parte do sofriniento que o hornet
simbolismo da morti/Icatio: "Se alguém quisa vir após miin, negue-se a si raño do que as intençóe
mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida
A idéia de tomar a
vai perdê-Ia; mas aquele que perder a sua vida por minha causa, vai
encontrá-la.(Mat., 16: 24/25 iB.) - Devemos lernbrar, contado,
particular. Há rnuitas evidên
Essa mesma idéia é expressa de maneira niais seven no seguinte escrito
iealidade da pessoa a quern
näo-canôçìico de um texto gnóstico recém-descoberto: "Em verdade, vos digo,
americano seu amigo, Lagc
ninguém se salvará se nao acrethtar na inhiba cruz. Mas quem acreditar na
pertencia a urna thbo que cria
minha cruz ganhará o reino de Deus. Portanto, sêde aqueles que buscam a
que essa carta foi feita sob
morte, como os mortos que buscam a vida... Quando examinais a morte, ela
dirigida. Nao obstante, seu
voz ensina a escoiher. Em verdade, vos digo, ninguém que tema a morte será visào novo. Prestar atençäo a
J

salvo; porque o mino da morte pertence àquetes que se entregam à morte "O de maneira deliberada, a 11m
Em termos psicológicos, podemos entender essa passagem como uma
funcione corn maior liberd
referência à lei dos contrários -o
fato de a experiência inconsciente de um afigurando-se antes corno i
lado constelar seu contrário no inconsciente. Nas palavras de Goethe, stirb und atualizaçao da Divindade. Na
werde, morre e se transfonna. Na medida em que abraça continuadamente a por si sO urna preparaçäo s
morte, o ego constela a vida em profundidade. Esse fato está vinculado à homern... Deus sernpre está
psicologia do sacrifIcio. O exemplo alquímico excepcional do tema do declarou pela boca do prnfeta
sacrificio está rias visóes de Zósirno, onde ternos: "Sou Ion, o sacerdote dos consigo'." (Provavelmente Jet
santuários interiores, e me submeto a um tormento insuportável. Porque, pela
Lembro-rne de urna mufti
manhä, vejo alguém apressado que tomou conta de mim, que me fez em
urna parcela razoável de soffi
pedaços corn a espada, e que me desmembrou de acordo corn a regra da
análise pan aceitar seu de
harmonia. E ele me thou a pele da cabeça corn a espada, que vibrou corn
terininararn coroados de êxi
força, e niisturou os ossos corn os pedaços de carne, fazendo-os arder no fogo
imagern:
da arte, até que percebi, pela transformaçäo do corpo, que me tornara
espúito".61 Vejo urna árvore qui
Jon, o sacerdote dos santuários interiores, é urna personificaçäo da prima que a árvore nilo tin/ia
materia e da Pedra Filosofal. E, a urn sO tempo, aquele que sacrifica e a da energia elétrica havic
vítima do sacrifIcio. Nesse sentido, corresponde à figura de Cristo tal como a surgimento de urna fertil&
descreve a Epístola aos Hebreus: "Cristo, porém, vejo, como suino sacerdote
de todas as bênçáos vindouras. Passou por urna tenda maior e mais perfeita,
Esse sonho a fez recordi
havia sido sacrificado. Num
que é rnethor do que aquela feita pelas rnâos dos homens, porque nao pertence
bode sacrificado fertiliza a v
a esta criaçáo; e ele entrou urna vez por todas no santuário, levando consigo
nao o sangue de bodes e de novilhos, rnas seu prOprio sangue, tendo obtido
essa muflier exercia um e
circundante. Trata-se de t
para todos nOs urna redençäo eterna." (Heb., 9: 11-12-JB.)
Ion, o sacerdote que se subrnete a urn tormento insuportável, é algo que
mort (ficatio aumentado e an
remete a urna notável passagern de urna carta inédita de Jung:
atingida por urn mio exibe sen

O problerna da crucifixäo é o inicio da individuaçäo; ai reside o Um frio YflonSiflioso!


significado secreto do simbolismo cristáo, urn caniinho de sangue e de son/lo, contudo, tei'e wn
-
sofrirnento semelhante a qualquer outro passo na estrada da evoluçäo da mas sern fruto (mhz/ia 4
consciéncia humana. Pode o hornern suportar urn aumento adicional de sido fransfirinadag, devii
consciéncia?... Confesso que me subrneti ao divino poder desse problema de um suco capaz de cri
aparentemente insuportável e, de rnaneira consciente e intencional, tornei
rninha vida miserável, porque eu queria que Deus ficasse vivo e livre do grande mu.ltidáo que aguc

62. Adler, "AspcctsofJung'sPenon


60. The Nag Ifaimnadi Library, pp. 31s.
63. Meister Eckharr, 1:263.
61. Jung,Akheinical Studies, CW 13, par. 86.
64. Jung, Memories, Dreams. Refleczù,n
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194
esus também fazem parte do sofrimento que O homern colocan sobre ele ao amar mais sua prOpria
vit a$s mirn, negue-se a si razäo do que as intençöes secretas de Deus.62
que quiser salvar a sua vida A idéia de tornar a prOpria vida iniserável é urna doutrina difícil.
vida por minha causa, vai Devemos lernbrar, contudo, que Jung fala, nessa carta, a urna pessoa
particular. Há muitas evidências de que ele ajustava seu modo de falar à
ds seven no seguinte escrito realidade da pessoa a quern se dirigia. Por exemplo, ao falar corn um Indio
erto: "Ein verdade, vos digo, arnericano seu amigo, Lago da Montanha, Jung Ihe disse acreditar que
ruz. Mas quern acreditar na pertencia a unta tribo que criava gado das rnontanhas. Dessa rnaneira, supeito
sêde aqueles que buscam a que essa carta foi feita sob rnedida para a psicologia da pessoa a queni foi
iando examinais a morte, da dirigida. Nao obstante, seu modo de expressäo nos oferece um ángulo de
guém que tema a morte será visão novo. Prestar atenção ao inconsciente significa tornar a vida miserävel,
[ue se entregam à morte."6° de maneira deliberada, a fin de criar condiçöes para que a psique autônorna
r essa passagem como urna funcione corn maior liberdade. Nada tern a ver corn o masoquismo,
,eriência inconsciente de um augurando-se antes como uma participaçäo consciente no processo de
palavras deGoethe,stirb und atualizaçáo da Divindade. Nas palavras de Meister Eckhart: "O sofrimento é
ie abraça continuadamente a por si só urna preparaçäo suficiente para que Deus habite o coraçáo do
Esse fato está vinculado à homern... Deus sempre está corn o hornern que sofre; como ele mesmo
excepcional do terna do declarou pela boca do profeta: 'Aquele que estiver coberto de tristeza, me terá
s: "Sou Ion, o sacerdote dos consigo'." (Prnvavehnente Jer., 31: 25.)63
t insuportável. Porque, pela Lembro-me de urna muffler que, ao longo de sua vida, leve mais do que
tta de mim, que me fez em urna partela razoável de sofrimento e frustraçäo. Ela lutou por muitos anos na
L de acordo corn a regra da análise para aceitar seu destino e vencer sua amargura. Seus esforços
n a espada, que vibrou com terrninaram cornados de êxito corn urn sonho que continha a seguinte
me, fazendo-os arder no fogo irnagern:
do corpo, que me tornata
wna drvore que foi derrubada por um rajo. Cornudo, necia
Vejo

urna personificaçáo da prima que a árvore nao tinha sido totalmente destruIda, mas que alguma parte
po, aquele que sacrifica e a da energia elétrica hait penetrado nela e ao seu redor, provocando o
surgimento de wnafertilidade incomum.
à figura de Cristo tal como a
i, vejo, como sumo sacerdote Esse sonho a fez recordar-se de um sonho precedente, no qual um bode
L tenda maior e mais perfeita, havia sido sacrificado. Num desenho que fez corn base no sonho, o sangue do
homens, porque náo pertence bode sacrificado fertiliza a vegetaçáo circundante (ver figura 6-16). De fato,
io santu&io, levando consigo essa muflier exercia urn efeito favorável sobre seu prOprio ambiente
prOprio sangue, tendo obtido circundante. Trata-se de urna talentosa professora, tendo sua longa
[1-L2-JB.) mort j/ì cado aumentado e amadurecido seus talentos. O sonho da árvore
ento insuportável, é algo que atingida por urn ralo exibe sernelhança corn um sonho que Jung leve em 1914:
ditade Jung:
(Im frlo monstruoso d.escera outra vez dos espaços cósmicos. Esse
da individuaçäo; ai reside o so,iiio, contudo, fri'e wnflnal inesperado. Flavia urna árvore corn foi has,
um caininho de sangue e de
sso na estrada da evoluçäo da mas sern fruto (minha árvore da vida, imaginei), cujas foilS haviam
lar mn aumento adicional de sido transfonnadas, devido ao frio, em bagos açucarados de uva, cheios
pdivino poder desse problema de um suco capaz de curar. Eu col/zia as uvas, oferecendo-as a urna
nsciente e intencional, tornei grande multidAo que aguardava 64
Deus ficasse vivo e livre do
62. Adler, "Aspccts of Jung's Personality and Work", 12.
p.
63. MeisterEckiwn. 1:263.
64. Jung, Memories, Dreams, Reflections, p. 176.

195
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Como foi mencionado, a inortificatio aiquftuica apresenta paralelos bem
Para concluir, como fiec
próximos do conjunto de imagens referentes à Paixâo de Cristo. Na realidade,
motivo da mort jficatio do mi
esses dois elementos são expressäes do mesmo arquétipo. Todavia, as atitudes
¡nmgem coletiva de Deus en
da alquimia e da fé religiosa com relaçäo à iinagem de Cristo revelam-se
o indica a frase "Deus está
deveras diferentes entre si. Jung toma um grande cuidado para estabelecer
maneS, por urna nl gredo.
essa distinçáo no seguinte trecho:
expressóes agostinianas "coz
(D conhecimento matutino
Se experimenta seu próprio eu, o "verdadeiro hornem", em sua obra,
entâo... o adepto encontra a analogia do verdadeiro homem - Cristo - noturno é o eonhecimento da
numa fonna nova e direta, e reconhece, na transformaçäo em que está este, a respeito da humanida4
diretamente envolvido, urna semethança corn a Paixáo. Nao se trata de lransiçäo do conhecimento t
uma "imitaçâo de Cristo", mas do seu exato oposto, uma assimilaçâo da que "toda a verdade espiritw
Unagem de Cristo em seu prOprio eu, que é o "verdadeiro homem". Já l ser um mero instrumento n
náo é um esforço, uma labuta intencional para atingir a imitaçào, mas
antes urna experiência involuntária da realidade representada pela lenda coisas passam para o contro
sagrada... A Paixäo acontece ao adepto, nAo em sua forma clássica..., mas humanidade vai se tomandc
na forma expressa pelo mito alquímico. A substáncia arcana sofre as homem moderno ja se eno
torturas físicas e morais... Nao é o adepto quem sofre tudo isso, é antes ultrapasse a luz do seu pn5pi
da que as sofre nele, e/a é torturada, cia passa pela mofle e renasce. passio Christi.' Esta é corn
Tudo isso ocorre, nAo ao prOprio alquimista, mas sim ao 'verdadeiro
homem", que o alquimista sente estar próximo de si, bem como em si, e, coisas em nossa tao louva
ao mesmo tempo, na retorta.65 Gotterdasninerung do que a u
"Mas da mesma maneS
das trevas nasce uma nova I
estrela da noite e estrela da
termos do simbolismo dos si
pensava-se que cada dia afasi
%fl matutino at que "as trevas e
de Vênus (sexta-feira) e se
[Saturday]. O sábado anuneia

:.-4
[Sunday] O Sabbath é, po

ci
...

Deus e recebe novamente a h


E esse dia nao tem noite".69

ii
--

"
,ii i

r t-4,-
icc.
i
'
i

r As

FIGURA 6-16
Desenho de urna paciente.
66. AtcIjemkaiSzudjgs, CW 13, par. 3O
67. Ibid.
65. Jung, Mysteruon Con/unction/s. CW 14, par. 492. 68. Ibid., par. 299.
69. Ibid., par. 301.
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ica apresenta paralelos bem p concluir, como ficou implícito, num texto citado precedentemente, o
ixäo de Cristo. Na realidade, motivo da mortjficatio do rei tern urna aplicaçäo para a psique coletiva. Nossa
:jtiétipo. Todavia, as atitudes igem coletiva de Deus encontra-se submetida a urna mortjficatio, tal corno
iagem de Cristo revelam-se thdica a frase "Deus está morto". A psique coletiva está passando, dessa
de cuidado para estabelecer por urna nigrecio. Jung faz alusáo a isso ern sua interptaçäo ias
expressöes agostinianas "conhecimento rnatutino" e "conhecimento noturno".
ç_T conhecimento matutino é o conhecimento do criador; o conhecirnento
Ieiro homem" em sua obra,
, noturno é o conhecirnento das coisas criadas. Aquele sabe a respeito de Deus;
rdadeiro homem - Cristo - este, a respeito Tia humanidade. O primeiro é religiäo e este último ciência. A
ern que está
transiçáo do conhecimento matutino para o noturno corresponde ao fato de
a Paixao. Nao se trata de
que toda a verdade espiritual pouco a pouco se torna algo matenal, passando
.
LI

oposto, urna assimilaçâo da


o 'verdadeiro homem' Já ' . ser um mero instrumento na mao do homem' 66 A medida que mais e mais
'

para atingir a irnitação. mas coisas passam para o controle racional do ego, o conhecimento matutino da
lade representada pela lenda huinanidade vai se tornando crescentemente sombrio. Corno diz Jung: "O
em suafonna clássica. mas
substancia arcana sofit as
. . ,

horn moderno já se encontra de tal modo obscurecido que nada que


ultrapasse a luz do seu própno mtelecto ilumina o mundo. Occasus Christ,,
.

wem soût tudo isso, é antes


passa pela morte e renasce. passio Christi.' Esta é corn certeza a razäo pela quai ocorrem tao estranhas
ta, mas sim ao "verdadeiro coisas em nossa tao louvada civilizaçäo, que mais se assemetha a um
no de si, bem como em 51, e, Gotteráanvnerung do que a um crepúsculo normal."67
"Mas da mesma maneira como a noite faz nascer a manhá, assim também
das trevas nasce urna nova luz, a stella matutina, que é, ao mesmo tempo,
estrela da noite e estrela da manhá - Lúcifer, o portador da luz."68 Nos
termos do simbolismo dos sete dias da criaçäo e dos sete dias da semana,
- s pensava-se que cada dia afasta o homem urn pouco mais do seu conhecirnento
\ - matutino até que "as trevas crescentes alcançam sua maior intensidade no dia
't' de Vônus (sexta-feira) e se transforrnarn em Lúcifer no dia de Saturno.
[Saturday]. O sábado anuncia a luz que aparece corn força plena no día do sol

44
[Sunday] ... O Sabbath é, por conseguinte, o día em que o homem retorna a
Á1ç Deus e recebe novarnente a luz do cognitio matutina (conhecimento matinal).
\
,# E esse dia nao tern noite".69

ki -

nte.
66. Akhemica/ Studies, CW 13, par. 302.

67. Ib/d.

68. Ibid., par. 299.

69. Jbi4., par. 301.

'97
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Sublimatio

Comso E uadro
) Caicluatlo I

Pmvaçao
Mediçäo
Espirito
Considerava-se a prima
Esséncia componentes indiferenciados
Decisáo um processo de separaçâo. (J
BaianÇa no laboratório alquímico for
Extraçâo metal do minério puro por ut
Jusdça
JuIjtntO recursos químicos. Maltas sul
Escolba
parte volátil, que se toma vi
amálgamas, por exemplo, qu
/ mercúrio como vapor e dcix
Açáo
processo de destilaçäo separa
Separacto da
evaporação separa um solveni
a sedimentaçäo e, talvez, a pii

-L SEPARATIO do alquimista.
Em todos esses exemplos

.
Logos
Espada
nação de suas partes compon
num processo análogo ao do i
I

NIAspereza da criaçäo. NAo é de admirai


IN.N.,
MuILip!icidada
a partir daunidade
Divisáo de
um composto
I
I '-" I
nicos descrevam a criaçäo ci
OvIdio descreve a criaçáo da s
J

Fío da Faca
Navaiha Antes de o mar, as te
\ Fo face da Natureza era ut
caminho homens denominaram cao
Disao Divôreio do melo Dissecçâo nada senäo resIduos scm
cimra
ens dois
emquatro Vulva
Mejo-
i
/
Significado
ajustados unidos numtodc
lua crescente renovava s
tonno ainda nAo se sustentava j
Cora estendera seus bracos po
terra, mar e nr, ninguém
ÌCo1ntt I
e o ar era sombrio. As f
mutaçAo; todos os objetos
frias se chocavam corn co
corn coisas moles, coisas
Deus - ou a delicadfa
separou a terra do céu, c
dens a atmosfera. Tendo
jugo do cego amontoado
práprio lugar e os prendeu
I. OvIdio, Metwnorphoses, 1, bïoco I, ii

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4-7 Separatio 4

Considerava-se a prima materia um composto, urna confusa mistura de


componentes indiferenciados e opostos entre si, composto esse que requeña
um processo de separaçäo. Os vários processos químicos e físicos realizados
no laboratorio alqufinico fomecem imagens para esse processo. Extraía-se
metal do minério puro por meio do aquecimento, da pulverizaçao ou de vários
recursos químicos. Multas substâncias, ao serem aquecidas, dividem-se numa
parte volátil, que se toma vapor, e num residuo terroso que pennanece. Os
ainálgamas, por exemplo, quando submetidos ao aquecimento, liberam seu
mercúrio como vapor e deixam o metal nao-volátil no fundo do frasco. O
processo de destilaçâo separa um líquido mais volátil de um menos volátil e a
evaporaçäo separa um solvente líquido do sólido nele dissolvido. A filtraçao,
alma e do corpo
a sedimentação e, talvez, a própria centrifugaçáo grosseira estavam ao alcance
do alquimista.
Morte Em todos esses exemplos, uma mistura composta passa por uma discrimi-
naçäo de suas partes componentes. Produz-se a ordem a partir da confusäo,
Espada I

¡mm processo análogo ao do nascimento do cosmos a partir do caos nos mitos


da criaçâo. Náo é de admirar, por conseguinte , que muitos mitos cosmogô-

î\
ioda Faca
nicos descrevam a ciiaçáo como separado (ver figura 7-1). Por exemplo,
Ovídio descreve a criaçáo da seguinte maneira:
Antes de o mar, as terras e o céu que está acima de todos existirem, a
\
CanalSo
I
/\
FormaçAo

Dissecçáo
face da Natureza en urna só em toda a sua abóbada, estado que os
homens denominararn Caos: urna massa grosseira e desordenada de coisas,
nada senáo residuos sem vida e sementes aguerridas de elementos mal
/
\
melo
cinirgia ajustados unidos num todo. O sol ainda nao brilhava sobre o mundo, nem a
Significado
lua crescente renovava seus flexíveis chiffes; da mesma maneira, a terra
Milo- ainda näo se sustentava por si mesma no ar circundante, nern o oceano
termo Cura estendera seus braços pelas amplidOes das tenas. E, embora houvesse
tena, mar e ai-, ninguém podia percorrer essa terra, nem nadar nesse mar,
e o ai- era sombrio. As formas das coisas se encontravam em constante
rnutaçäo; todos os objetos estavam errados, porque, num sO corpo, coisas
frias se chocavam Corn coisas quentes, o úmido corn o seco, coisas duras
com coSas moles, coisas pesadas com coisas sem peso.
-
Deus - ou a delicadfssima Natureza ordenou essa confusáo; porque
separou a tena do céu, e o mar da terra, e apartou os céus etéreos da
densa atmosfera. Tendo entäo libertado esses elementos, tirando-Ihes o
jugo do cego arnontoado de coisas, ele os colocou a cada um em seu
prOprio lugar e os prendeu vigorosamente em harmonia)

1. OvIdio, Me:anorpIwses, I, bloco I, linhas 5-25.

¡99
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it ?t&*, (tX 4 4

4-.

*4 4 i

4 1

Cortando o ovo filo

Um exemplo de separa(
da criaçáo:
FIGURA 7-1 Shu era a personil
Deus criando o mundo. (Ilustraçäo de manuscrito, século XIII. Viena, Austrian
National Library. Repmduzida em Clark, Civilization.) "elevar", derivou do se
seus fllhos, Geb, a terra
tal como o hornem o co
com alguns, espicaçado
Marie-Louise von Franz afirma que os mitos da criaçäo costumam e Nut, desfazendo assii
iniciar-se corn um ovo cósmico e que Shu recebeu de Rá a oi
ficara atordoada depois i

Costumava-se repn
depois de ter sido criado, o ovo é dividido, em geral em duas partes... ajoelhado sobre Geb, cc
Encontramos corn freqüência o mesmo motivo da separação da unidade na cabeça urna pena de
pré-consciente em conexäo com a separaçäo dos primeiros pais. Em grandes plumas, simbol:
muitos mitos cosmogônicos, os primeiros pais, Pai Céu e Máe Terra, por Nut. Era por vezes repi
exemplo, primeiramente existem num continuo abraço. Formam, por an
assim dizer, urn ser hermafrodita em permanente coabitaçáo. Nesse Afìrmava-se tambéi
estado, nada pode vir a existir, porque Pai Céu está tAo próximo de Mae recebendo ele, em algt
Terra que nAo há espaço para que algo cresça entre eles... O priineiro ato outms textos, era-the at
da criaçäo é, portanto, a separaçäo desse casal divino, que os afasta o do ar, via-se Shu, no
bastante para que seja criado um espaço para o resto da criaçâo. Isso pode inteligência divina. E el'
ser comparado corn o corte do ovo.2 (Ver figura 7-2.) Atom, e, portanto, a ei
desse modo, o deus que
von Franz, Patterns of Creativity Mirrored hi Creation Myths,
separaçäo entre o céu e
p. 150.
1
2.

3. Ions, Egyptian Mythology, p.46.


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Pt1
r
-
Ç 'a

;.
t
if
t
;
r
rI

N"

FIGURA 7-2
Cortando o ovo filosófico. (Maier, Atalantafugiens, 1618.)

Um exemplo de separaçäo dos Pais do Mundo é o seguinte mito egIpcio


da criaçáo:

Shu era a personificaçáo da atmosfera e seu nome, que significa


,século XIII. Viena, Austrian "elevar" derivou do seu importantfssimo ato mitológico, a separaçáo de
,

ark, Civilization.) seus fllhos, Geb, a tena, e Nut, o céu, que resaltou na criaçáo do mundo
tal como o homem o conheceu. Seguindo as ordens de Rá ou, de acordo
com alguns, espicaçado por um incestuoso chime, Shu atira-se entre Geb
e Nut, desfazendo assim seu forte abraço. Alternativamente, diz-se que
mitos da criaçäo costumam Shu recebeu de Rá a ordem de apoiar Nut quando esta, como urna vaca,
ficara atordoada depois de elevar Rá até as alturas celestiais.
Costuinava-se representar Shu como um homem barbudo de pé ou
o, em geral em duas partes... ajoelhado sobre Geb, corn os braços levantados para amparar Nut. Trazia
tivo da separaçâo da unidade na cabeça urna pena de avestruz, o hieróglifo do seu nome, ou quatro
cáo dos primeiros pais. Em grandes plumas, simbolizando as quatro colunas do céu que sustentavam
us, Pai Céu e Mae Terra, por Nut. Era por vezes representado corno urn leao ou como urna coluna de
ntínuo abraço. Formam, por ar.
rmanente coabitaçäo. Nesse Afirmava-se também que o nome de Shu significa "estar vazio",
Céu está tAo próximo de MAe recebendo ele, em alguns textos, o tratamento de vazio deificado. Em
ça entre eles... O primeiro ato outms textos, era-the atribufda major importancia: na qualidade de deus
casal divino, que os afasta o do ar, via-se Shu, nos textos posteriores, como a personificaçâo da
a o resto da criaçào. Isso pode inteligência divina. E ele assim se tomou o agente imediato da criaçáo de
gura 7-2.) Atom, e, portanto, a encamaçAo do supremo poder de Atom. Shu foi,
desse modo, o deus que iniciou a criaçâo, formando o mundo por meio da
separaçäo entre o céu e a terra.3 (Ver figura 7-3.)
p.
150.

3. Ions, Egyptian Mythology. p. 46.

201
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Na evoluçäo da con.i
descobertos pelos filósofos
tabela de dez paies de opost
I

1. limite (peras)
2. Impar (peritton)
3. um (hen)
4. direita (dexion)
5. macho (arren)
6. repouso (ereinoun)
7. reto (euthu)
8. luz (phos)
9. born (agathon)
10. quadrado (tetragonoi

O significado psicológici
superestiinado, Da mesma m
cobertos se revestiarn, no m
sidade. O mundo fon separi
espaço, o ambiente para a vid
FIGURA 7-3
A separaçâo entre o céu e a terra: Nut elevada acima de Geb por Shu. A separatio elemental qt
(Desenho baseado numa ilustraçào contida em A. Jeremias, Das Alte Testa- entre sujeito e objeto, entre c
ment im Lichte des Alten Orients. Leipzig, 1904. Turim, Egyptian Museum. Shu só pode separar Ged
Reproduzido em Neumann, The Origins and History of Consciousness.) precedente de si mesmo con
primordial, o divisor de op
Os textos alquímicos falam da separaçâo entre a terra e o céu como de consciência. Na medida em
algo que se processa na retorta. Por exemplo, Ripley diz o seguinte: näo-separados, vivemos num
identificaçáo corn um dos la
Separation thus must thou oft times make, contrário corn um inimigo. (
Thy matter dividing into parts two; entre os opostos, o que signii
So that the Simple from the gross thou take de conter e de suportar os opc
Till earth remain beneath in color blue, Um impertas aspecto
That earth is fix for to abide all woe:
i

componente niais relevante é


The other part is Spiritual and fleeing, i

But thou must tuns them all into one thing.4 é notóño pelo seu estado
interior como corn o rnundo e
[Portante, deyes fazer a separaçâo muitas vezes, I Decompondo a tua matéria um prolongado processo de d
em duas partes; I Para que o simples nasça do grosseiro / Até que a terra,
embaixo, se tome azul. / Essa terra é fixa, para arrestar todo horror: I A outra isso ocorre, a desidentiflcaçÑ
parte é Espiritual e fugidia, ¡Mas deyes transformar a ambas numa sé coisa.] O alquimista dit "Sepaj

Mais urna vez lemos, na Tdbua t


Esmeralda: "Separa a terra do fogo, o
sutil do denso, com delicadeza e corn grande ingenuidade."5 Em termos
psicológicos, pode-se aplicai
concretos de urna experiênciä
estäo a ela vinculados -
psicológicos, o resultado da separado pela divisäo em dois é a consciência subjetivos e objetivos dessa e
dos contrários. Trata-se de urna característica essencial da consciência é o confito e a ambivalência
emergente. este emprego? Devo fazer est
desses confites costuma ser
4. Ashmole, org., TheatrwnChemicwnBritannicum, p.!40.
5. Cf. The Lives of the AlchemysricalPhilosophers, p. 383. 6. Aristóteles, Metaphysics, 986a 22, ii
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202
Na evoluçáo da conscincia ocidental, os opostos (enarnia) forain
descobertos pelos filósofos pr-socráticos. Os pitagóricos estabeleceram urna
tabela de dez pares de opostos:6

1. limite (peras) : ilimitado (ápeiron)


2. Impar (peritton) : par (ártion)
3. um (hen) : muitos (plethos)
4. direita (dexion) : esquerda (ari steron)
5. macho (an-en) : fêmea (thelu)

()
6. repouso (erernoun) : movimento (kinownenon)
7. reto (euthu) : curvo, torto (kampulon)
8. luz treva (skotos)
9. born (agathon) : ruim (kakon)
10. quadrado (tetragonon) : oblongo (heteromekes)

O significado psicológico da descoberta dos opostos dificihnente pode ser


superestimado. Da mesma maneira como os números, os contrários recérn-des-
cobertos se revestiam, no modo de ver dos antigos, de urna aura de numino-
sidade. O mundo fora separado e, entre os opostos apartados, Ion criado o
espaço, o ambiente para a vida e para o crescimento do ego consciente.
A separatio elemental que dá ensejo à existência consciente é a separaçâo
la acima de Geb por Shu. entre sujeito e objeto, entre o eu e o näo-eu. Esse é o primeiro par de opostos.
Jeremias, Das Alte Testa-
.
Turim, Egyptian Museum.
Shu só pode separar Gal de Nut depois de alcançar urna separaçáo
istory of Consciousness.) precedente de si mesmo corn relaçáo a eles. Shu significa, portanto, o ego
primordial, o divisor de opostos, que cria o espaço para a existência da
consciência. Na medida em que os opostos permanecem inconscientes e
re a terra e o céu como de nao-separados, vivemos nmn estado de participation mystique, que significa a
ey diz o seguinte: identificaçáo corn um dos lacios de uni par de opostos e a projeçáo do seu
contrário corn um inimigo. O espaço para a existência da consciência surge
erare os opostos, o que significa que nos tornamos conscientes de ser capazes
de conter e de suportar os opostos em nosso interior.
Um importante aspecto da psicoterapia é o processo da separatio, cujo
componente ¡nais relevante é a separação entre sujeito e objeto. O ego irnaturo
é notório pelo seu estado de participation mystique tanto corn o mundo
interior como com o mundo exterior. Um ego nessa condiçâo deve passar por
I Decompondo a tua matéria mn prolongado processo de diferenciaçäo entre sujeito e objeto. A rnedida que
grosseiro / Até que a terra, isso ocorre, a desidentificaçâo corn outros pares de opostos também ocorre.
Tostar todo horror: I A outra O alquimista diz: "Sepan a terra do fogo, o sutil do denso." Em termos
tar a ambas numa só coisa.1
psicológicos, pode-se aplicar isso à separaçâo entre os aspectos literais e
i: "Sepan a terra do logo, o concretos de urna experiência e a libido e o significado simbólico interior que
ingenuidade."5 Em termos estáo a ela vinculados -
isto é, uma separação entre os cornponentes
são em dois é a consciência subjetivos e objetivos dessa experiência. Urn problema comum na psicoterapia
a essencial da consciência é o confito e a ambivaléncia no tocante a urna decisão prática. Devo aceitar
este emprego? Devo fazer esta mudança? Devo me casar ou divorciar? A base
desses confites costuma ser urna falta de distinçäo entre os significados

6. Aristóteles, Metaphysics, 986a 22, fr, The Basic Works ofAristotle.

203
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concreto e simbólico da açäo proposta. Pode ser, por exemplo, que uma resto. Em todos os caso
pessoa obcecada pela idéia do divórcio, mas incapaz de agir, esteja sendo porque o Logo
instada a realizar urna sepanção psíquica do cônjuge, um divórcio simbólico, IJrnpi0 da coesäo qui
múltiplas iviô'0
em vez de um divOrcio literal. De qualquer maneira, o concreto e o simbólico
são dois nhveis diferentes de realidade que é pitciso distinguir e considerar em Essa passagem é notávc
separado. Quando isso é feito, a decisáo objetiva costuma ser facilmente pcípio cosmogónico. O
tomada. Logos-Eros, porque nao era
A criaçäo via separado também é descrita como divisáo em quatro. Diz cola. Esse modo de pensa
Paracelso: "Na criaçáo do mundo, a primeira separaçäo começou corn os d5 descriçôes parad
quatro elementos, quando a primeira matéria do mundo era o caos. Desse O motivo da divisäo
caos, Deus fez o Mundo Superior, separado em quatro elementos distintos, psicológicos, à aplleaçäo d
Fogo, Ar, Agua, Terra."7 Mais urna vez, no Golden Treatise of Hermes, Sfl5ÇO nos diz quais são
lemos: "Compreendei entAo, 6 fllhos da sabedoria, que o conhecimento dos gerais ern que os fatos poderi
quatro elementos dos antigos filósofos nao era buscado de modo corporal nem ou nao dos fatos. A intuiçac
corn imprudência, pois eles devem ser descobertos pela paciéncia, de acordo que podem levar e os vthculi
com suas causas e com sua operaçäo oculta. Sabei entâo que a divisao que
. .
possiilidades, e nao certezas
era feita sobre a Agua, pelos antigos filósofos, a separa em quatro E importante separar as
substancias. '8 ' sentimento desperta em mis
Essas passagens remontam ao relato de Platäo no Timaeus, no qual ele capacidade de ver sua exi
fala do caos no processo de criaçâo possibilidade com urna cat
preciso os quatro element
corno sendo pleno de poderes que nao eram semelhantes nem igualmente aproximado. Há urna apmxir
equilibrados, jamais estava em nenhum lugar num estado de equiparaçäo, espadas, paus, copas e peina
mas variava de modo irregular aqui e ali, foi sacudido por eles, e pelo seu quáclruplos é urna encamaçä
movimento também os sacudiu; e os elementos, quando movimentados, estrutun a matéria inciiereni
forarn separados e levados continuamente, alguns de uma forma, outros
de outra. Da mesma maneira como os graos são pilados e joeirados por representam os quatro graw
joeiras e outros instrumentos usados no frammento do trigo, e as entre a energia desencorpor
partículas próximas e pesadas são separadas e se fixam nurna dada presunth que haja gnus análc
direçâo, e as partículas afastadas e leves seguem outra direçâo, assim elucidados.
também os quatro tipos ou elementos foram então pilados pelo vaso
receptor.9
Cada área recém-encontr
de separado. Cada novo ape
Um relato mais complexo da criaçäo por separatio está em Filo, conforme aguda do "Logos-Cortador"
o sumírio de Goodenough: novos conteúdos sejam retira
meia-idade, dotado de múlti1
Deus projeta o Logos, que é o principio de unidade e que, ao mesmo rentes profissoes e diferentes
tempo, recebe o peculiar nome de "Cortador", O Logos-Cortador fonna
primeiro o mundo inteligível (mundo de formas arquetípicas) e depois o
mundo material, de acordo corn a maneira e o modelo do mundo inteli- Partes de um mapa
gível. A matéria crua, que é também um dado da criaçâo, primeiramente lana lámina aflada. No
foi bisseccionada pelo Logos-Cortador em leveza e peso, os quais MJflina.
tambm foram bisseccionados para produzirem quatro, que se tomarani os
quatro elementos. Cada um deles foi outra vez dividido: a terra em O sonhador precisava dc
continente e ilhas; a água em doce e salgada, etc. O processo de divisäo
manteve-se até produzir objetos animados e inanimados, frutos silvestres que havia conseguido até enti
e cultivados, animais selvagens e domésticos, macho e fêmea, e todo o Espadas, facas e lâmina
simbolismo da separano. É p
7. Waite,trad.jfenneticandAlche,nical Writings, p.160.
8. The Golden Treatise of Hermes, in Atwood, Henneric Philosophy andAlcherny, p. 106. lO. Goodenough,An Introduction toPj
P!atäo, Timaeus, in The Collected Dialogues, 1179. Jung,AlcheenicalStutfjes.
9. p. II. CW 13, ç

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¡
er, por exemplo, que urna resto.Ern todos os casos, a divisáo nâo foi só urna separaçáo, mas urna
ituniao, porque o Logos era tanto a Cola como o Cortador; isto é, era o
apaz de agir, esteja sendo pnnclplo da coesäo que faz do Universo urna unidade apesar de suas
ige, um divórcio simbólico, ;

múltiplas divisóes)0
ra, o concreto e o simbólico
Essa passagern é notável por sua lealdade aos opostos na descriçáo do
o distinguir e considerar em
principio cosmogônico. O que aqui chama-se Logos é, na verdade,
iva costuma ser facilmente I

Logos-Eros, porque nao era só urna extrernidade cortante corno também urna
divisáo ern qualm. Diz cola. Esse modo de iensar é absolutamente alquímico e corresponde a
Dm0
alguinas das descriçöes paiadoxais do un
;eparaçäo corneçou corn os
O motivo da divisáo em quatro elementos corresponde, em termos
mundo era o caos. Desse
psicológicos, à aplicaçäo das quatro funçöes a urna dada expeniência. A
)

quatro elementos distintos,


sensaçäo nos diz quais são os fatos. O pensamento determina os conceitos
o1den Treatise of Hermes,
gemis em que os fatos podem ser situados. O sentimento nos diz se gostamos
ja, que o conhecimento dos
ou nao dos fatos. A intuiçao sugere a possfvel origem dos fatos, aquilo para
scado de modo corporal nem
que podem levar e os vínculos que podem ter corn outres fatos; ela apresenta
I

)S pela paciência, de acordo


possibilidades, e nao certezas.
tbei entäo que a divisäo que
E importante separar as quatno funçoes. Por exemplo, a reaçäo que o
i

DfOs, a separa em quairo


sentimento desperta em nós dimite de um fato nao deve ser empecilho à nossa
qual ele capacidade de ver sua existência; ou entáo nao se deve confundir urna
o no Timaetcs, no
possibilidade corn urna certeza. Embora nao se possa equiparar de modo
preciso os quatro elementos corn as quatro funçóes, há urn paralelo
semelhtes nern igualmente apromado. Há u aproxirnaçäo sernelhante corn os quao npes do ta:
.

anm estado de equiparaÇáo, I


espadas, paus, copas e pentagrama (ver figura 7-4). Cada um desses padrôes
sacudido por eles, e pelo seu quádruplos é uma encamaçâo particular do arquétipo da Quaternidade, que
ntos, quando movimentados, estrutun a maténia indiferenciada. De modo específico, os quatro elementos
tiguns de urna forma, outros representam os quatro graus diferentes de agregação da matéS, variando
são pilados e joeirados por
tratamento do trigo, e as entre a energia desencorporada (logo) e a plena solidez (terra). É cte se
Jas e se fixam nurna dada presumir que haja graus análogos de agregaçáo da substância psíquica a serem
seguem outra direçâo, assiin elucidados.
am entâo pilados pelo vaso Cada área recém-encontrada do inconsciente requer um ato cosmogônico
de separatio. Cada novo aperleiçoamento da prima materia requer urna açäo
2ratio está em Filo, conforme aguda do "Logos-Cortador" de Filo. A criaçáo da consciência requer que
novos conteúdos sejam retirados do inconsciente, O sonho de um homem de
rneia-idade, dotado de múltiplos talentos e ambiçöes, e dividido entre dife-
de unidade e que, ao mesmo rentes profissoes e diferentes objetivos de vida, ilustra essa questäo:
ir". O Logos-Cortador forma
mas arquetípicas) e depois o Panes de um mapa deviant ser cenadas e montadas. Era necessáría
e o modelo do mundo inteli- tena lámina aflada. No son/to, eu nao conseguia afiar o bastante a
lo da criaçâo, primeiramente
in leveza e peso, os quais Minina.
tomaran os
m quatro, que se
ra vez dividido: a tena em o sonhador precisava de um contato corn o Logos-Cortador methor do
la, etc. O processo de divisäo que havia conseguido até entäo.
inanimados, frutos silvestres Espadas, facas e lâminas bem añadas de todos os tipos pertencem ao
os, rnacho e fémea, e todo
simbolismo da separatie. É por certo significativo o fato de um dos primeiros

phy and Aicheiny, p. 106. iO. Goodenough, An introduction to Philo Judaeus, pp. 107s.
11. Jung,Alchemical Studies, CW 13, par. 267.

205
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utensilios dos seres humano4
grande agente de separatioJ
interior e exteriormente -
fi'
4 categorizar. Um dos seus
cionar e diferenciar, e, ao
Logos traz clareza; mas, ac
exemplo desse simbolismo
Evangelhos: "Eu náo vim ti
1çf um homem contra seu pal, e
sogra; e os inimigos do lion
les 34-36, RSV.) (Ver figura 7-
Urna versäo ainda mais i

do Evangeiho de Tomé. "Di


para trazer paz à terra. Elei
tern: fogo, espada e guerra.
contra três; pi contra fliho e
Cristo, o Si-mesmo c
desmembrar a participation
homem seráo aqueles da su
modo explícito que o alvo é I
A separatio pode ter cc
nato. Os sonhos de morte e
particular corn freqtiência im
namento de identificaçäo inc
de separatlo pode ser anun
nom relacionamento antes
compreensäo daquilo que e
perigoso ou mesmo violen
relacionamento de identifiez
premência ativada de individ

É noite. lid urna sei


pastores vestidos de pd
aparência idéntica, es&
brilhe em seus oUzos qu
de seguirern carninhos d
ozilro tern zen sentinie,
,mrnwjnente na face co
sentimento de tristeza S
urna pausa e o ollia coni
entäv se vira e desce a ,n
FIGURA 7-4
Os ases dos quatro naipes do tarô: espadas, paus, copas e pentagrama. (farò de
Marseiha.) Este sonho retrata o ai
separatio, ativado entre o soi
risticas pessoais, é como se o

12. The NaglianinadiLibrary, p.12O.


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utensifios dos seres humanos aborígenes ser urna lâmina cortante. O Logos é o
grande agente de separatio, que traz consciência e poder sobre a natureza -
interior e exterionnente - graças à sua capacidade de dividir, nomear e
categorizar. Um das seus símbolos principais é a lâmina que pode dissec-

4
Ici,
cianar e diferenciar, e, ao mesmo tempo, matar. Ao separar os apostas, o
Logos traz clareza; mas, ao torná-las visfveis, Iraz também o confito. Um
exemplo desse simbolismo paradoxal é o clássica texto de separado dos
Evangethos: "Eu nao vim trazer a paz, mas urna espada. Porque vim colocar
um homein contra seu pai, e urna fitha contra sua mäe, e urna nora contra sua
sogra; e os inimigos da homem serâo aqueles de sua própria casa."(MaL, lOE
34-36, RSV.) (Ver figura 7-5.)
Urna versäo Sda mais rigorosa dessa mesma idéia está no texto gnóstico
do Evangelizo de Tomé. "Disse Jesus: 'Talvez os hamens pensem que eu vim
para trazer paz à terra. Eles nao sabem que eu vini para trazer discórdia à
terra: foga, espada e guerra. Haverá cinca nunia casa: três contra dois e dais
contra trés; pai contra fllho e fifflo contra pai. E ficarâo solitários."12
Cristo, o Si-mesma como Logas-Cortadar, vem para dissecar ou
desmembrar a participation mystique da psique familiar ("os inimigos da
homem seráo aqueles da sua própria casa"). A versäa gnóstica afirma de
modo explícito que a alva é fazer o indivIdua ("e ficaräo solitários").
A separatio pode ter como expressäo imagens de morte ou de assassi-
nata. Os sonhas de morte e os desejos de marte dirigidos contra urna pessoa
particular corn freqüência indicam a necessidade de separaçäo de um relacio-
namenta de identificaçao inconsciente que se tamau sufocante. Um processo
de separatio pode ser anunciada pelo aumento da confuto e do antagonismo
num relacionamento antes amigável. Se faltar aos envolvidos urna
compreensáa daquila que estáo experimentando, a processo pode tomar-se
perigoso ou mesmo violento. Isso será provável, em especia!, se um
relacionamenta de identificaçâo inconsciente estiver na caminho de uma
premência ativada de individuaçâo. Um homem numa situaçäo dessas sonhou:

É noUe. Há wna sen.saçäo de que a madrugada se aproxima. Dois


pastores vestidos de pele de cordeiro, que portam cajados e que têm
aparência idêntica, estão num caminho de montanha. Há um intenso
brilho em seus olhos que indica estarem eles conscientes da necessidade
de seguirem caininhos distintos. Um tern o ar do desejo de vingança e o
outro tern um sentimento de tristeza. Eles se abraçam e se beijwn
mutuamente na face corn um beijo de paz, e aquele que tin/ia um
sentimento de tristeza começa a subir a montanha. O outro pastor faz
urna pausa e o ollia como se dissesse: "Eu poderia ter te matado!"; e
entäo se vira e desce a montanha; a madrugada che gara.
copas e pentagrama. ([arô de Este sonho retrata o aspecto puramente arquetípico do processo da
separarlo, ativado entre a sanhadar e um amigo seu. Desprovido de caracte-
rísticas pessoais, é como se o sanIto estivesse falando ao ego acerca da perda

12. The Nag HaznnadiLibrary. p. 120.

207
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t' do seu amigo, do mesmo moi
't t-
para lamentar o afogamento
A
Adonais quando da morte dq
I que se acha oculto no evento
esse evento, traz conforto ai
t
« Esses sonhos costumam suq
Parece que, como ocoite ci:
evocada em tempos de maier
Eñs, a Deusa da Discdii
convidada, ela foi a um casi
urna maçâ com a inscriçâo: 'ï
de Páris. As comparaçóes
provocou. Determinar o que
mentos e a eles leva. Essa
situaçáo vigente e gerani con
Diz Heráclito: "A guerra (en
Ç e a alguns mostra como deusi
a outros livres."3 (Ver figuri

t'
f

r'

t
t,
;1 * t'

s
R t,

-t

Peleja entre Sol e Luna.


t
Zentralbibliothek, Cod, diene'
t

The 3
FJGURA 7-5
O Cristo do Apocalipse. (Dürer. Reproduzido em The Complete Woodcuts of
Albrecht Dürer.) A maçá dourada de Ens
guerra. O ânus recaiu sobre I
responsabilidade, devendo eI
Afrodite. O inocente pastor 'i

13. Kirk e Raven, The PreSocragicFhiloj


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do seu amigo, do mesmo modo como John Milton escreveu seu poema Lycidas
para lamentar o afogamento de Edward King, ou como Shelley escreveu seu
Adonais quando da morte de John Keats. Revela-se aqui o padräo arquetípico
que se acha oculto no evento pessoal, algo que situa num contexto mais ampIo
esse evento, traz conforto ao aflito e ilumina a tragédia por mejo do sentido.
'-j Esses sonhos costumam surgir quando a situaçäo é particularmente perigosa.
Parece que, como ocorre corn todos os instintos, a sabedoria arquetípica é
evocada em tempos de maior necessidade.
Ens, a Deusa da Discórdia e irma de Ares, preside a separatio. Sem ser
convidada, cia foi a um casamento no Olimpo e atiron, no mejo da reuniâo,
uma maçä com a inscriçäo: "Para a mais bela." Assim, provocou ojulgamento
de Páris. As comparaçóes são odiosas, e foi isso que a maçâ dourada
provocou. Determinar o que é "mais" e o que é "o melhor" requer julga-
mentos e a eles leva. Essas açûes perturbain a participation nys1ique da
situação vigente e geram confito, mas podem levar a urna consciência maior.
Diz Heráclito: "A guerra (entre os opostos) é o pai de todos e o rei de todos,
e a alguns mostra como deuses, a outros como hornens; a alguns faz escravos,
a outros livres."13 (Ver figura 7-6).

'p

N w

'i
f

J'

FIGURA 7-6
Peleja entre Sol e Luna. (Aurora Consurgens, século XIV. Zurique,
Zentralbibliothek, Cod. rhenovacensis 172, fol. 10. Reproduzido em Derola,
The Secret An of Alchemy.)

n The Complete Woodcuts of


A maçä dourada de Ens produziu comparaçâo, julgamento, escoffia e
guerra. O ônus recaiu sobre Páris, a vítinia humana da passagem divina de
responsabilidade, devendo ele fazer um julgamento entre Hera, Atena e
Afrodite. O inocente pastor viu-se diante de uma provação da condiçáo de

13. KîrkeRaven,ThePreSocraticPhilosophers, p.195.

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homem, que o levou a escoffier seu valor de vida central entre o poder, o
"Trazei-me urna
conhecinento e a beleza. Sua escolha foi urn ato de separado e fez corn que presença do rei. "Cor
passasse paia o próximo estágio de desenvolvimento. Num quadro alquñiüco "e dai metade a urna e
(ver figura 7-7), o julgarnento de Päris 6 acompanhado pelo despertar de urn criança viva, porque e
mi adormecido. Isso sugere que esse ato de julgarnento pode traza à "Se vos agrada, meu
consciência urna vinculaçäo corn o Si-mesmo. nao pensem em math-1
de nés. Cortai-o." E c
muiher", disse ele, "e
sentença que o rei ha
respeito, reconhecendc
justiça. (1 Reis, 3: 24-
Um todo vivo nao po
pontos de vista opostos e
1 conhece a teoria da uniäo
Urna impressionante iinag
Inferno de Dante, em qrn
rnutilaçäo eterna, promovidi
* ¿ No cask without ai
[«er gaped so wide as
Cloven from chin to w!
Between his legs his en
The vitals were exposa
I That sorry paunch whi
While J stood all aliso,,
He looked at me and st
Saying: "Behold, how
Behold, how mutilated
In front of 'ne the weep
His face cleft through fi
And all the others that,
Fomenters were of disc1
And that is why they an
"A demon stands b
Who tricks us cruelly; fi
Must taste again the ka
When he has trod the
And all the wounds are
F
Ere one of us maypass
FIGURA 7-7 [Qual tonel desfeito em arc
O despertar do rei adormecido como julgamento de Páris. (Tomás de Aquino corpo todo aberto se ¡he via
[pseud.], "De Aichemia", século XVI. Leiden, Bibliothek der as entranhas; I Exibidos os
Rijksuniversiteit, Cod. Vossianus 29, fol. 78. Reproduzido em Jung, excremento / Eslava a contej
Psychology and Alchemy.) gritou, abrindo mais o esfacc
I W quão estropiado ficou.
A separado pode ser aplicada erroneamente, situaçäo em que seth Ali, I Que traz desfeito o rc
destrutiva. E impróprio dividir mecanicarnente um todo orgânico em norne de aqui percebes f Forain em
fendidos, sofrem penar cruer
urna noçáo arbitrária de igualdade. Páris tentou fugir à sua responsabilidade persegue / E nos mutila, a ni
sugerindo que a maçä fosse dividida em trés partes ¡guais, rnas isso näo foi da arma. I No firn do giro
permitido. Há urna idéia semelhante na história do julgamento de Salornáo. fechain f Antes que se volte
I

Duas muffiems se apresentaram a Salomâo, cada urna delas afirmando ser a


ut da mesrna criança.
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14. Dante, The Divine Comedy, trad.
de A Divina CO»Z&IAI. da Editora

210
Ja central entre o poder, o "Trazei-me urna espada", disse o rei; e urna espada foi levada à
de separatio e fez corn que presença do rei. "Cortai o menino vivo em duas partes", ordenou o rei,
nto. Num quadro alquímico "e dai metade a urna e metade à outra." Entäo a rnulher que era a mae da
ahado pelo despettar de mn
criança viva, porque eslava cheia de piedade pelo filbo suplicou ao rei:
"Se vos agrada, meu senhor", disse ela, "que dêern a ela a cnança; mas
julgamento pode trazer à nao pensem ern matá-lo!" E a outra disse: "Que ele náo seja de nenhuma
de nOs. Cortai-o." E o rei tomou sua decisäo: "Dai o menino à primeira
mulher", disse ele, "e náo o rnateis. Ela é a mae." Toda Israel soube da
sentença que o rei havia pronunciado e todos Ihe demonstraram muito
respeito, reconhecendo que ele possufa sabedoria divina para dispensar
justiça. (1 Reis, 3: 24-28 JB.)-
Um todo vivo nao pode ser dividido em parcelas iguais para satisfazer
pontos de vista opostos entre si. Trata-se de urn perigo para aquele que
w conhece a teoria da uniäo dos opostos, mas náo conhece sua realidade viva.
Urna impressionante imagern de separatio desastrosa está no canto 28 do
Inferno de Dante, em que os semeadores da discOrdia são submetidos à
rnutilação eterna, promovida por añadas lâminas (ver figura 7-8):
No cask without an end stave or a head
E'er gaped so wide as one shade f beheld,
Cloven from chin to where the wind is voided.
Between his legs his entrails hung in coils;
The vitals were exposed to view, and too
That sorry paunch which changes food to filth.
While ¡ stood all absorbed in watching him
He looked at me and stretched his breast apart.
Saying: "Behold, how J now split myself'
Behold, how mutilated is Mahornet!
In front of me the weeping Ali goes,
His face cleft through from forelock to the chin;
And all the others that you see about
Forne nters were of discord and of schism:
And that is why they are so gashed asunder.
"A demon stands behind here, unrelenting,
Who tricks us cruelly; for every one
Müst taste again the keenness of his blade
When he has trod the path of anguish round;
And al! the wounds are healed and well again
Ere one of us may pass once more before h im."1'
[Qual tonel desfeito em arcos I Lá no fundo mostrava-se um pecador, I O
de Páris. (Tomás de Aquino coipo todo aberto se Ihe via do queixo aos intestinos. I Entre as pernas trazia
Leiden, Bibliothek der as entranhas; i Exibidos os pulmôes e I O feio saco onde o alimento se toma
78. ReproduzidO em Jung, excremento. I Eslava a contempla-Io, tomado de honor f Quando ele para rnim
gritou, abrindo mais o esfacelado seio: I Repara como tenho lacerado o peito!
I W quao estropiado ficou Maorné! I Precede-me na marcha e nos lamentos
ern que será
Ali, I Que traz desfeito o rosto, do mento à testa; I E todos os rnais que por
tnte, situaçáo aqui percebes I Forarn em vida semeadores de cisrnas e de escândalos: I Ora
im todo orgânico em nome de fendidos, sofrern penar cruento./"Demônio irnpiedoso, arruado de espada, nos
i fugir à sua responsabilidade persegue I E nos mutila, a nenhurn dos pecadores I Deixando de aplicar o fib
'artes iguais, rnas isso nâo foi da anna. I No fim do giro completo desta dolorosa estrada, f As feridas se
a do julgamento de Salomáo. fecham f Antes que se volte a defrontá-lo".J
da urna delas afirmando ser a 14. Dante, The Divine Comedy, trad. de Lawrence Grant White, p. 49. [Texto em portugues
retirado
deA Divina Comedkj, da Editora Cultrix, p. 102, traduçâo de Hernani Donato.]

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211
-r-

* {

,\

'-2 O alquimista como g

proporçáo idea! alcança


Ufl1

bissecçao de urna linha de


HG 7-8 menor fique para a parte m
Cismáticos. (Doré, Jiustraçóespara A Divina Comédia de Dante.) Assiin, se tuna linha de co
Esta passagem me faz lembrar de cenas pessoas que sá contam corn a numa nane maior b, a pmj
afiada lámina do intelecto racional para compreenderern a tema e sensivel Considerava-se essa p
A seccäo áurea é um sfr
vida de sua alma. Seu auto-exame é urna perpétua tortura de autodissecçáo.
A mediçäo, a contagem, o ato de pesar e a consciência quantitativa ern
J jéja de que há urna rnaneii
geni pertencem à operaçâo de separatio. o mesmo ocorre com a aritmética urna terceira coisa (a proporç
aplicada, as imagens geornétricas de linhas, pianos e sólidos, bem como com
I indicado pelo termo "áu
os procediinentos do agrimensor e do navegador de fixaçáo de frunteiras, de Imagem da média savin a
mediçäo de distâncias e de estabelecimento de localizaçóes dentro de um natureza da virtude. Escreve
sistema de coordenadas. Assim, o compasso, a régua, o esquadro, as escalas, j
entre dois vicios, urn que env
é porque seu caráter a leva a
o sextante e o fo de prumo pertencern à separado, tal como o fazem
relógios e outras formas de cálculo do tempo. As pn5prias categorias do espa-
k
nas açóes... Por essa razäo
ço e do tempo, fundamento de existéncia consciente, são produtos da separa- todas as coisas náo é tarefa
do (ver figura 7-9). meio de um círculo nAo é pan
Os antigos tinham alta estima pelas suas percepçöes recém-descobertas no A imagern do meio-ternx
referente aos números, à mediçäo e ès relaçoes entre quantidades. A expressäo simbólica da relw
proporçäo e a média entre extremos evocavam um fascffiio particular. De numinosidade da idéia da se
acordo corn o relato de Platáo, o Derniurgo criou o mundo por rneio da I
geométrica contérn o mesmo i

proporçäo.'5 Os primeiros geômetras atribufam urna significaçáo especial a


*
GoWen section. (N. T.)
16. Aristóteles, Niccimachean Ethics,
15. Timaeus, 3 Ib-32c, in The Collected Dialogues, p. 1163. ix

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212
r I --

rr r
-, r'- L
r

FIGURA 7-9
O alquimista como geômetra. (Maier, Atatanta Fugiens, 1618.)

, urna proporçáo ideal alcançada pela chamada secçäo áurea. Isso é feito pela
bissecçäo de urna linha de urna dada magnitude de maneira tal que a parte
menor fique para a parte maior do mesmo modo como esta está para o todo.
na Comédia de Dante.) AssS, se urna linha de compriniento c for dividida nuina parte menor a e
numa parte maior b. a proporçäo será a/b b/c; b será o chamado mejo
ssoas que só contam com a Considemva essa pcoporçäo como a mais bela.
enderem a terna e sensivel A secçäo áurea é um sfinbolo de separatio multo interessante. Expressa a
tortura de autodissecçao. idéia de que há uina maneira partieWar de separar os opostos que vai criar
consciência quantitativa em uina terceira coisa (a proporçäo ou média entre eles) de grande valor. O valor
mio ocorre corn a aritmetica indicado pelo termo "áureo" e pela suposta beleza da proporçáo. A mesma
os e sólidos, bem coiio corn irnagem da média serviu a Aristóteles, nurn contexto ético, para definir a
de fixaçäo de fronteiras, de natureza cia virtude. Escreve ele: "A virtude moral é urna média. E uma média
localizaçáes dentro de um en dois vicios, um que envolve o excesso e o outro, a deficiência. Ela assiin
gua, o esquadro, as escalas, é porque seu caráter a leva a buscar aquilo que é intermediario nas paixoes e
zrazio, tal como o fazem os nas açóes... Por essa razáo também nao é tarefa fácil ser bom. Porque, em
próprias categorias do espa- todas as coisas nâo ¿ taxefa fácil encontrar o mejo, por exemple, encontrar o
mte, säo produtos da separa- ineio de um círculo nao é para todos, mas para aquele que sabe."6
A iniagem do meio-termo pode ser psicologicaniente entendida como uma
epçôes recém-descobertas no expressäo simbólica da relaçäo entre o ego e o Si-mesmo. Isso explica a
içôes entre quantidades. A numinosidade da idéia da secçáo média para os antigos. Essa ténue parábola
t um fascínio particular.
geométrica contém o mesmo mistério do dogma da Trindade cristà.
riou o mundo por mero da
urna significaçáo especial a *
GoWen section. (N. T.)
16. Aristóteles, Nico',nachean Ethics, in The Basic Works
of Aristotle, p. 963.

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213
1
Nao é apenas a virtude que se associa corn urna rnédia ou equilIbrio entre Do mesmo modo como
os opostos, mas tainbém o direito (jus) e a justiça. A balança na rnáo da produziu a ordem a paitir
personificaçäo tradicional da Justiça indica que a justiça é um equilIbrio entre pode reverter o processo
os opostos (ver figura 7-10). A natureza é justa, mas o surgimento da seguintes versos do scu poe
consciência sepan os opostos e é, de acordo corn os mitos, um crime.
Anaximandro diz: "As coisa perecern naquelas coisas das quais nasceram, de G«e his sentiment divz
acordo corn o que é ordenado; porque elas däo reparaçäo urnas à outras e Against the being oft'z i
pagain a pena de sua injustiça segundo a disposiçäo do ternpo."17 Comford
'
'Line in nature is notfi
interpreta isso corno significando que "conieteu-se urna injustiça pelo prOprio- Unit and universe are r
fato do seu nasciinento numa existência distinta, O mundo múltiplo, ña visáo
'n vain produced, oil i-c
Evil will bless, and ice'
de Anaximandm, só pode surgir pelo roubo e pela apropriaçáo indébita' '1 As Ui-ici spoke with piei
Em outras palavras, a separaçäo dos opostos é o crime original, e a justiça sO A shudder ran around t
pode ser servida pela sua reconciliaçâo. Isso é alcançado pela morte ou, The stern oid war-gods
talvez, como alternativa, pela individuaçâo. The seraphs frowned frt
Seemed to the hO5'feStt
The rash word boded 111
The balance-beam of Fc
i vin J The bounds of good anti
Strong Hades could not
But ali slid to confusion
4
[Extemou seu sentiment
nao e encontrada na naturc
Retomam os raios, produzi
arder." f Uñe! falou, corno
o céu; f Os fortes deuses di
seus berços de murta; I Ao
maldiçào; / O braço da bala
e do mal forain despedaçad
todas as coisas se confundira

O poema de Robert Fmi


I conflito entre o sentimento d
P
a idéia do seu vizinho de
I
excesso de preocupaçáo corn
I Mercurius passa de Logos-Q
Outro aspecto da sepa
extraçäo é um caso particu
separaçäo entre a parte esse
extractio é apresentada na
encontrarás uma pedia que
transpassa-a e retira-Ihe o
coraçâo."22
A imagem da extraçáo
JUSTICE Ripley:
i

FIGURA 7-10 19. Emerson, "Und", inSelectedw,


A justiça. (Tarô de Marselha.) 20. Frost, "Mending Wall", in Con
doesn't love a wall" If "Good fern
17. Citado em Cornford,FromReägion to Philosophy, p.8. 21. RuId, A Lexicon of Alchemy,
p. 1

18. Thid.. p.10- 22. CitadoponJung,Pycbo1ogywd4


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na média ou equilibrio entre Do mesmo modo como o estabelecimento do limite, da medida e da linha
tiça. A balança na máo da produzin a ordern a partir do caos, assirn também urna perda das fmnteiras
justiça é um equilibrio entre pode reverter o processo. Emerson descreve urna situaçáo dessas nos
ista, mas o surgimento da seguintes versos do seu poema thiel. Und dirigiu-se aos deuses e
corn os mitos, um crime.
usas das quais nascerarn, de Gave his sentiment divine
reparaçäo urnas às. outras e Against the being of a line.
"Line in nature is not found;
içäo do tempo."7 Conilord
L

Unit and universe are round;


e urna injustiça pelo própnio) In vain produced, all rays return;
O mundo multiplo, ña visäo Evil will bless, and ice will burn."
da apropriaçáo indébita")8 As Uriel spoke with piercing eye,
crirne original, e a justiça 56 A shudder ran around the sky;
The stern old war-gods shook their heads,
alcançado pela morte ou, The seraphs frowned from myrtle-beds;
Seemed to the holy festival
The rash word boded ill to all;
The balance-beam of Fate was bent;
The bounds of good and ill were rent;
Strong Hades could not keep his own,
But all slid to confnsion.19
r

[Externou seu sentimento divino / Contra a existéncia da linha. / "A linha


näo é encontrada na natureza; / A Unidade e o universo são redondos; /
Retomam os raios, produzidos em s'Ao; / O mal será bênçâo e o gelo irá
arder." f Uriel falou, com o olhar cortante, I Logo que um tremor cruzou todo
o céu; / Os fortes deuses da guerra agitam a cabeça, / Serthns censurarn de
seus berços de murta; I Ao empíreo pareceu I Que o insulto trouxe a tudo a
maldiçäo; / O braço da balança do Destino foi inclinado / As cadeias do bem
e do mal foram despedaçadas; I O forte Hades já nAo contém os seus. I E
todas as coisas se confundiram.]

O poema de Robert Frost, Mending Wall, toma o mesmo tema


confito entre o sentimento do autor ("Há algo que näo gosta de um mum")
- isto é, o
e
a idéia do seu vizinho de que "boas cercas fazem bons vizinhos".2°
O
excesso de preocupaçäo com a separatio constela seu oposto, a coniunctio, e
Mercurius passa de Logos-Cortador a Eros-Cola.
Outro aspecto da separatio é veiculado pelo termo ' extractio' ' . A
extraçâo é um caso particular de separaçAo. Ruland dit: "A extraçâo é a
separaçáo entre a parte essencial e seu corpo. "21 Uma vívida descriçáo da
extractio é apresentada na seguinte receita: "Vai às águas do Nilo e ali
encontrarás urna pedra que tem um espIrito (pnewna). Torna-a, divide-a,
transpassa-a e retira-Ihe o coraçäo; porque sua alma (psyche) está no
coraçäo."22
A imagem da extraçáo a partir da urna pedra tarnbém está presente em
r Ripley:

19. Emerson, "Uñe!", in Selected Writings of Ralph Waldo Emerson,


p. 764.
eTha) 20. Frost, "Mending Wall", in Complete Poems of Roben Fron, 47. ["Something there is that
doesn't !ove a wa!1" /1 "Good fences make good neighbors".] p.
21. Ru!and,ALexiconofAlchenry, p.139.
22. Citado porJung,Psychology andAkhemy, CW 12, par. 405.

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And of this separation ¡ find a li/ce figure A separaçáo entre espi
Thus spoken the prophet in the Psalmody.
God brought out of a stone a flood of water pure, muitas religiôes e filosofi
And out of the hardest stone oil abundantly: Bhagavad Gita intitula-se"
Right so of our precious stone ¿f thou be witty, Spirit" e termina corn os sq
Oit incombustible and water thou shalt draw.23
[E dessa separação encontrei urna como figura I Assim descrita peio That Ultimate, High Spi
profeta nos Salmos: I De urna pedra fez Deus brotar um rio de água pura, I E Unqualified, even when
da pedra rnais dura, óleo em abundancia: I Da mesma forma, se conhecesses Talceth no stain of acts,
nossa preciosa pedra, / Dela extrairias óleo incombustível e água.J Like to tít' etherial air,
Which, for sheer subt let
Esse texto provavehnente se refere ao Salmo 8, versículo 15 (RSV): "Ele The subtle Soul sits eve,
Like to the light of the a
abriu rochas no deserto e deu-Ihes de beber abundanternente como de um poço (Which is not changed b
profundo. Ele fez ños jorrarem da rocha e fez as águas flufrem para baixo The Soul's light shineth
como correntes." (Ver figura 7-1 1.) A outra referência pode ser Jó, 29: 5-7 And they who, ¿y such e
(RSV): "Quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo... quando seus passos How Matter, and what t
erarn lavados com leite e a rucha jorrava para mim torrentes de 6ko." And how the Spirit and i
Those wise ones go the

[O espfrito Imperecível, S
C cama f Náo contrai a mácWa dc
que tudo permeia, I E que, pela s
A Alma sutil está em toda parte,
nao é mudada por nada daquilo
parte; I E aqueles que, corn os oth
cia está ligado, estäo divididos; /
trilham o caminho que conduz à I

Nos textos citados acm


entre a terra fixa e o espirito
a pedra que o aprisionava. C
o corpo. Por exemplo, KeIF
separada do seu coipo, o
dissolvido".25 A separaçáo e
exemplo, diz Platäo: "Acre
separação entre a alma e o co
FIGURA 7-11 corpo é separado da alma e i
Moisés tirando água da pedra. (Biblia Pauperum Bavaria, 1414. Munique, separada do corpo e existe so
Bayerische Staatsbibliothek, Clin. 8201, fol. 86v. Reprocluzida em Evans,
Medieval Drawings.) Como se indicou no ca
vinculada ao simbolismo da
ser experimentada como moti
Esses textos que falarn da extraçáo do espIrito, de água e de Oleo de urna corpo corresponde à extraçâc
pedra expressarn eventos miraculosos e paradoxais, razäo pela qual se referem objeto ou situaçâo concretos
au Si-mesmo, O agente miraculoso é a Pedra Filosofal, identificada pelas do conteúdo psíquico - eM
associaçöes bíblicas corn Iahweh. Quando os fatos pétreos do mundo projeçáo, a quai, se for de mc
produzem significado vivo (tal como ocorre nos eventos de sincronicidade),
vislumbramos o alvo da opus. Para que isso aconteça, é preciso extrair o The Song ceksua or Blwgavad!
espirito, o significado e a libido da rnatéria - isto é, dos objetos concretos
24.
Sen/zore, da Editora Pensamento,

pelos quais ansiamos. 25. Kelly, The Aichemical WÑings ofi

26. Jung, The Practice ofPsychoffieraj


23. Ashmote,org.,TheatnonchnnirwnßÑannicwn, p.139. 27. Plato,Phaedo,64c,inPfato, 1:2

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216
A separação entre espIrito e matéria é urna característica importante de
muitas religines e filosofias. Por exemplo, o capítulo décimo terceiro do
¿re, Bhagavad Gita intitula-se "The Book of Religion by Separation of Matter and
Spirit" e termina corn os seguintes versos:

That Ultimate, High Spirit, Uncreate,


;ura I Assim descrita pelo Unqualified, even when it entereth flesh
tar um rio de água pura, / E Taketh no stain of acts, worketh in naught!
esma forma, se conhecesses Like to tir' etherial air, pervading all,
,ustível e água.] Which, for sheer subtlety, avoideth taint,
The subtle Sou! sits everywhere, unstained:
8, versículo 15 (RSV): "Ele Like to the light of the all-piercing sun
antemente como de um poço (Which is not changed lxy aught it shines upon)
as águas fluírern para baixo The Soul's light shineth pure in every place;
And they who, by such eye of wisdom, see
eréncia pode ser Jo, 29: 5-7 How Matter, and what deals with it, divide;
omigo... quando seus passos And how the Spirit and the flesh have strife,
Ltorrentes de Oleo." Those wise ones go the way which leads to L (fe!24

[O espirito Imperecivel, Supremo, Incriado, I Inqualificado, mesmo quando se en-


cama I Nao contrai a mácula dos atos, que tentam atiigi-lo em väo! I Como o ar etéreo,
que tudo permeia, I E que, pela sua extrema finura, mantém A distância toda depravaçâo, /
A Alma sutil está em toda parte, imaculada: / Como a luz do sol que a tudo ilumina / (Que
nao é mudada por nada daquio sobre que brilha) / A luz da Alma brilha pura por toda
parte; / E aqueles que, com os olhos da sabedoria, a vem / Como a Matéria, e aquio que a
ela está ligado, estäo divididos; / E como o Espirito e a carne lutam entre si, I Esses sábios
trilham o caminho que conduz à Vidall

S Nos textos citados acima, descreveu-se a separado como a separaçäo


entre a terra fixa e o espIrito volátil, entre o denso e o sutil e entre o espirito e
a pedra que o aprisionava. Outra expressäo disso é a separação entre a alma e
o corpo. Por exemplo, Kelly fala do momento "em que a alma do ouro foi
separada do seu corpo, ou em que o corpo, em outras palavras, foi
dissolvido".25 A separaçäo entre a alma e o corpo é sinonimo de morte.26 Por
y: exemplo, diz Platâo: ' 'Acreditamos - nao é verdade? -
que a morte é a
separaçáo entre a alma e o corpo, e que o estado do morto é o estado em que o
corpo é separado da alma e existe sozinho, por si mesmo, e em que a aima é
im Bavaria, 1414. Munique, separada do corpo e existe sozinha, por si "27
6v. Repmduzida em Evans, Corno se indicou no capítulo precedente, a separatio está intimamente
vinculada ao simbolismo da nwrtjficatio, o que significa que a separatio pode
ser experimentada como morte. A extraçâo do espIrito da pedra ou da alma do
ito, de água e de oleo de urna corpo corresponde à extraçâo do sentido ou do valor psíquico a partir de urn
razäo pela quai se referem objeto ou situaçäo concretos e particulares. O corpo - isto é, a manifestação
-
Lis,

Filosofal, identificada pelas do conteúdo psíquico entáo moire. Isso corresponde à retirada de uma
s fatos pétreos do mundo projeçáo, a qual, se for de monta, envolve urn processo de lainentaçäo. Assim,
s eventos de sincronicidade),
aconteça, é preciso extrair o 24. The Song celessl or fihagavad Gita, p. 121. [Em portugués, Editora Cultrix, verO cántico do
Senlwr e, da Editora Pensamento, Bra gayad Gita e A ,nensa gern do Mestre/.
isto é, dos objetos concretos
25. Kelly, TheAkhernical Writings of Edward Kelly, pp. 133s.

26. Jung, The Practice ofPsychotherapy, CW 16, fig. 7.

27. Platäo, Phoedo, 64c, in Plato, I :223ss.

217
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a morte de urna pessoa amada é um aspecto da individuaçáo. A morte de um O Nous de Anaxágoras
pai, de um irmáo ou irmá, de um fliho, de um amante, de um cônjuge, é urna o Si-mesmo em seu aspeck
crise de individuaçäo que desafia os estados elementares de identificaçäo e de objetivo da operaçäo de sepa
participation mystique. O vínculo inconsciente do ego com o Si-mesmo Urn texto muito interess
encontra-se imerso nessas identificaçöes primárias e esta é a raMo pela quai
a respeito da doutrina de Bas
urna morte desse tipo é essencial. Ela levará, quer a um aumento da percepçáo
do Si-mesmo, quer a efeitos negativos, regressivos e até fatais, caso o
Todos os eventos d
potencial para a consciência seja abortado. Nao é incomum, depois de urna que Jesus pudesse tornar
grande aflição, que o sobrevivente morra pouco depois, devido a suicIdio, a (dos objetos criados) qn
um acidente ou a urna doença fatal. foi dividido numa Og&
As imagens da viúva, do viúvo ou do órfäo pertencem a esse simbolis- Hebdómada. .. o Demiui
mo.2° Eles são pessoas separadas que estáo a carninho do "indivisível". Os criaturas (que prevalecej
as várias ordens de obje
antigos filósofos gregos preocupavam-se com a idéia de urna magnitude (a- fossem distinguidas por
tomon megethos), a que se poderia chegar por urna série infmita de divisöes. Jesus, pois, tomou-se
O objetivo da separatio é alcançar o indivisível, isto é, o indivIduo.29 Para objetos criados, e sua I
Anaxágoras, a entidade indivisível é o Nous, que tainbém inicia o processo da distinçáo que foi assim
separatio. Cito por extenso seu importante Fragmento 12 (Diels): criados que haviam sido
Esse texto assume espe
dele como urna divisa para
idéia psicológica de que a
Todas as outras coisas compartilharn de urna porçáo de tildo, ao conteúdos pessoais e arqueti
passo que o Nous é infinito e regido por si mesmo; e corn nada se remete a outra irnagem de &
mistura, sendo sozinho, ele mesmo por si mesmo. Porque, se ele nao fosse diz: "Eu via Satanás cair d
por si mesmo, mas fosse rnisturado com alguma outra coisa, partiiharia de
todas as coisas se fosse misturado corn alguma delas; porque em tudo há afirma, a respeito desta p
urna porçäo de tudo, como eu disse antes, e as coisas misturadas corn ele tomou-se temporal: ele indic
o atrapaihariam, de modo que ele nao tena poder sobre nada, ao contrário final entre Iahweh e o seu fi
do que ocorre agora, em que é sozinho por si mesmo. Porque ele é a mais tem a oportunidade de envoli
delicada de todas as coisas e a mais pura, e tem todo o conhecirnento G advento do simboljsn
sobre nido e a maior força; e o Nous tem poder sobre todas as coisas,
tanto majores quanto menores, que têm vida. E o Nous teve poder sobre dos opostos, do hem e do iM
toda a revoluçâo, de maneira que começou a revolver-se no principio. E como sacrificio (oferenda) ç
ele começou a revolver-se, de in(cio, a partir de um pequeno principio; provocou a separação entre
mas agora a revoluçâo se estende sobre um espaço mais ampIo, e se tempo, segundo o texto gnós
estenderá sobre um espaço mais ampIo ainda. E todas as coisas que se objetos criados que haviam s
acham misturadas, separadas e distintas são, todas elas, conhecidas do
Nous. E o Nous colocou em ordern todas as coisas que viriam a ser. bem a Paixáo de Cristo purgado
corno todas as coisas que eram e hoje nao são e todas as coisas que hoje conteúdos pessoais e trans
são, e essa revoluçâo em que hoje se revolvern as estrelas, o sol e a lua, rnistura inflada.
assim como o ar e o éter que estáo separados. E essa revoluçäo causou a Outro poderoso documei
separação, e o rarefeito é separado do denso, o quente do Mo, a luz da nome de Basilides, a saber
treva e o seco do úmido. E há multas porçöes em muitas coisas. Mas nada
é totalmente separado ou distinto de tudo o mais, exceto o Nous. E todo sermóes aos mortos". A partc
Nous é igual, tanto o maior quanto o menor, enquanto nenhuma outra
coisa é igual a qualquer coisa, mas cada coisa simples é e foi de fonna A nossa prOpria na
mais manifesta as coisas de que tem mais em si.30 natureza, nao nos distin
fazer distinçoes de qualic
Qual o prejuizo, pei
28. Jung, Mysterium Conjunction/s CW 14, pars. I3ss. nao nos distinguimo;
29. A palavn "indivIduo" é cognata da palavra "vidva". Ver Edinger, Ego and Archetype, p. 163.
[Ego eArquétipo, Editora Cultrix, 1988.]
31. Hipólito, "The Refutation of All
30. Burnet, Early Greek Philosophy, pp. 259g. 32. Jung, Psychology and Religion, Cl
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218
n-
kividuaçáo. A morte de um O Nous de Anaxágoras pode ser entendido em termos psicológicos como
nte, de um cônjuge, é urna o Si-mesmo em seu aspecto dinamico, que é, a um só tempo, a fonte e o
entares de identificaçäo e de objetivo da operaçäo de separado.
I
do ego corn o Si-mesmo Um texto muito interessante relativo à separatio está no relato de Hipólito
e esta é a razäo pela quai a respeito da doutrina de Basilides, o Gnóstico:
a um aumento da percepçào
sivos e até faiths, caso o Todos os eventos da vida de Nosso Senhor ocorrern.. diz ele, para
:é incomuin, depois de un que Jesus pudesse tomar-se as primicias dadistinçäo dasdiferentes ordens
.

depois, devido a suicIdio, a (dos objetos criados) que estavam confundidas. Porque, quando o mundo
foi dividido numa Ogdôada, que é a cabeça de todo o mundo. e numa . .

Hebdómada. o Demiurgo das entidades subjacentes, e nesta ordern de


.

pertencem a esse simbolis-


. .

criaturas (que prevalece) entre nós, onde existe o Amorfo, foi exigido que
aninho do "indivisível". Os as vrias ordens de objetos criados que haviam sido confundidas entre si
idéia de unia magnitude (a- fossem distinguidas por um processo de separaçào realizado por Jesus...
na série infinita de divisóes. Jesus, pois, tomou-se as primicias da distinçao das várias ordens de
isto é, o individuo.29 Para objetos criados, e sua Paixáo näo ocorreu por outm motivo senào pela
distinçño que foi assim estabelecida entre as várias ordens de objetos
também inicia o processo da criados que haviarn sido confundidas.31
ento 12 (Diels):
Esse texto assume especial importância porque Jung usou mua parcela
dele como uma divisa para o seu lino Ajan. O texto sugere a interessante
idéia psicológica de que a Paixao de Cristo proniove urna separaçâc de
le urna porçâo de nido, ao conteúdos pessoais e arquetípicos ("várias ordens de Objetos criados"). Isso
,

si mesmo; e com nada se remete a outra imagem de separado, do Evangetho de Lucas, em que Jesus
mo. Porque, se ele nao fosse diz: "Eu via Satanás cair do céu como um relámpago." (10: 18, JB.) Jung
Tm outra coisa, partilharia de a respeito desta passagem: "Nessa visáo, um evento metafísico
na delas; porque em nido há tomou-se temporal: ele indica a separaçäo histórica e - pelo que sabemos -
as coisas misturadas com ele
,der sobre nada, ao contrário final entre Jahweh e o seu fliho das trevas. Satanás é banido do céu e já nao
i mesmo. Porque ele é a mais J tem a oportunidade de envolver seu pai em empreendimentos úi"32
e tem todo o conheciniento o advento do simbolismo cristâo trouxe consigo uma separaçäo decisiva
_er
I

sobre todas as coisas, dos opostos, do bem e do mal, na Cabeça de Deus. Cristo ofereceu a si mesmo
.. E o Nous teve poder sobre

revolver-se no princIpio. E como sacrificio (oferenda) para aplacar o lado irascível de Iahweh, e assim
ir de urn pequeno principio; provocou a separaçao entre este e Satanás (veja figura 7-12). Ao mesmo
m espaço niais ampio, e se tempo, segundo o texto gnóstico, ocorreu uma "distinçäo das várias ordens de
Ja. E todas as coisas que se objetos ciiados que haviam sido confundidas" Entendo que isso significa ter
), todas elas, corihecidas do
.

a Paixäo de Cristo purgado o ego humano mediante a separaçao entre os


coisas que viriarn a ser, bem
conteúdos pessoais e transpessoais, que tinham sido confundidos numa
P

%o e todas as coisas que hoje


em as estrelas, o sol e a lua, mistura inflada.
s. E essa revoluçäo causóu a Outro poderoso documento relativo à separado também foi produzido em
o, o quente do frio, a luz da nome de Basilides, a saber, o inspirado escrito de Jung intitulado "Sete
s em muitas coisas. Mas nada sermóes aos mortos". A parte relevante é a seguinte:
mais, exceto o Nous. E todo
or, enquanto nenhuina outra
isa simples é e foi de forma A nossa própria natureza é distinçäo. Se nao formos fiéis a essa
ai.30 natureza, nao nos distinguiremos o suficiente. Por conseguinte, ternos que
fazer distinçoes de qualidades.
Qual o prejuízo, perguntareis, em nao se distinguir a si mesmo? Se
nao nos distinguimos, ultrapassamos nossa própria natureza,
r Edinger, Ego and Archetype. p. 163.
31. Hipólito, "The Refutation of All Heresies", in The Ante-Nicene Fathers. 5:109.
32. Jung,Psycho/ogyandßeligion, CW ll,par. 650.

219
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r
'rt afastando-nos da criatur
do pleroma. Caímos no
Entregamo-nos à disso1u
moremos na medida em,
da criatura para a1can
igualdade primeva. Da-a
Esse principio é a essénc
falta de distinçâo e o indi
- Devemos, portanto,
qualidades são Pares de i
O efetivo e o inefetii
Plenitude e vácuo
"I Vivo e morto
t Diferença e igualdad
Luz e treva
O quente e o frio
Força e matéria
Tempo e espaço
Benie mal
Beleza e fealdade
O um e o múltiplo, el

Os pares de opostos
cada oposto contrabalsii
também possufmos todas
própria base da nossa
conseguinte, em nome
significa que:
t. Essas qualidades
razäo pela quai i
Assim sendo, son
L está dividido em r
2. As qualidades p
distinçäo e conic
vivé-las. Devemot
estão equiIibrada
delas nos liberta.
Quando nos empeni
própria natureza, que é d
que são parts de opostos
obstante, ao mesmo temp
que estes fonnam, nc

Quando, porém, somos ti
guimos do bem e do beh
do nial e da fealdade. E,
FIGURA 7-12 na dissoluçäo.33
Crucifixäo e juízo final. (H. Van Eyck, Nova York, The Metropolitan Museum
of Art. Reproduzida em Masterpieces of Painting in the Metropolitan Urna profunda expressä
Museum of An.) simbolismo do Juízo Final. A
presente em çuase todas as
pode ser compreendida como

33. Jung, Memories, Dreams, Reflectic


Apênd ice nao está incluido na ediçi
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afastando-nos da criatura. Cathos na indistinçAo, que é a outra qualidade
do pleroma. Caímos no proprio pleroma e cessamos de ser criaturas.
Entregamo-nos à dissoluçâo no nada. Essa é a morte da criatura. Portanto,
morremos na medida em que nao nos distinguimos. Dal o esforço natural
da criatura para alcançar a distinçâo, para lutar contra a perigosa
igualdade primeva. Dá-se a ¡sso o nome de PRINCIPIUM INDIVIDUATIONIS.
Esse principio é a esséncia da criatura. A partir dele podeis ver por que a
falta de distinçäo e o indistinto
são um grande perigo para a criatura.
Devemos, portanto, distinguir as qualidades do pleroma. Essas
qualidades são Pares de Opostos, tais como:
O efetivo e o inefetivo
Plenitude e vácuo
Vivo e morto
Diferença e igualdade
Luz e treva
O quente e o frio
Força e matéria
Tempo e espaço
Bem e mal
Beleza e fealdade
O um e o múltiplo, etc.

Os pares de opostos são qualidades do pleroma que nao existem, pois


cada oposto contrabalança o outro. Como somos o proprio pleroma,
também possulmos todas essas qualidades em nós. Por ser a distinçâo a
prOpria base da nossa natureza, possulmos essas qualidades, por
conseguinte, em nome da distinçäo e como sinai da distinçao, o que
significa que:
i . Essas quaiidades são distintas e separadas urnas das outras em nOs,
razáo pela qual nao são contrabalançadas e nulas, mas efetivas.
Assim sendo, somos as vítimas dos pares de opostos. O pleroma
está dividido em nôs.
2. As qualidades pertencem ao pleroma, e apenas em nome da
distinçao e como sinai dela podemos e devemos possuí-Ias ou
vivô-las. Devemos distinguir-nos das qualidades. No pleroma, elas
estão equilibradas e anuladas, mas nao em nôs. Sermos distintos
delas nos liberta.
Quando nos empenhamos no bem ou no belo, esquecemos nossa
prOpria natureza, que é distinçäo, e nos damos às qualidades do pleroma,
que são pares de opostos. Labutamos para aicançar o bem e o belo e, nao
obstante, ao mesmo tempo, também nos apossamos do mal e da fealdade,
já que estes fonnam, no pleroma, uma unidade com o bem e o belo.
Quando, porém, somos fléis à nossa natureza, que é distinçao, nos distin-
guimos do bem e do belo e, por isso, ao mesmo tempo, distinguimo-nos
do mai e da fealdade. E, assim, nAo caímos no pleroma, isto é, no nada e
na dissolução.33
k, The Metropolitan Museum Urna profunda expzessáo do arquétipo da separatio é encontrada no
i nilng in the Metropolitan
simbolismo do Jufro Final. A noçäo de um julganiento depois da morte está
presente em çiase todas as culturas. Em termos psicológicos, essa idéia
pode ser compreendida como uma projeçäo, no além-túmulo, de um encontro

33. Jung, Memories, Dreams, Reflections (Nova York, Vintage, 1963),


Apêndice 5, pp. 380ss. (Esse
Apêndice nao está inclufdo na edição em Capa dura.)

221
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antecipado corn o Si-mesmo, encontro que determinará se alcançamos ou nao
a condiçáo de indivisibilidade. De acordo cam a antiga ieligiäo egIpcia, a
alma do morto era pesada numa balinça, que tinha no outro prato urna pena, k
símbolo de Maat, a Deusa da Verdade. Se houvesse equilíbrio, o falecido era
escoltado vitoriosarnente até a presença de Osiris. Se nao houvesse, a alma
servia de alimento a um monstro que aguardava (ver figura 7-13).

r t»
' C'

j 4

k.

.1
O arcanjo Miguel pesando ai
Hospice de Beaume. Repmdu

FIGURA 7-13
A alma do morto é pesada na balança. (Retirado do papiro de Ani, The British
Museum. Reproduzida em Budge, The Godc of the Egyptians.)
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222
iinará se alcançamos ou nao
a antiga religiâo egipcia, a
a no outro prato urna pena,
;se equilibrio, o falecido era
s. Se näo houvesse, a aima
er figura 7-13).
a

I
r
t

i -

i
:
E

FiGURA 7-14
C) arcanjo Miguel pesando almas. (Van der Weyden, século XV, Borgonha,
Hospice de Beaume. Reproduzido em Brandon, The Judgement of the Dead.)

do papiro de Ani, The British


od of the Egyptians.)

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Os Evangethos apresentain outra versäo da separatio no Juízo Final: O produto da purific4
"Quando o Fiiho do Homem vier em sua glória, trazendo todos os santos Esta é entâo unida ao "sol" j
anjos consigo, ele se assentará sobre o tixno de sua glória: E diante dele serâo "Semeia teu ouro na terra bn
congregadas todas as naçöes: e ele as separará urnas das outras, como um e esposa, terra e espfrito - n
pastor aparta dos cabritos as ovelhas: E ele colocará as oveiltas à direita e os purificados por inteiro da co
cabritos à esquerda." (Mat., 25: 31-33, AV.) prolongado escrutinio dos p
o texto nos diz ainda que as ovelhas herdaráo o reino, ao passo que os separatie, os opostos purific
cabritos serâo enviados para o fogo eterno. Isso pode ser entendido outra vez é o alvo da opus.
como um encontro com o Si-mesmo transferido para o além-túmulo. E como
se o Juízo Final separasse os completos dos incompletos. Os incompletos são
submetidos a urna cakinatio adicional e, talvez, a outras operaçöes (ver figura
7-14).
A despeito do apaxente caráter final das versOes egipcia e crista do Jufzo
Fina!, a separaS, segundo a alquimia, nao é um processo final. Ela é descrita
como urna operaçáo inicial ou intennediária que é um requisito para a
coniunctio superior. A Aurora Consurgens diz: uma certa purificaçäo de
' ' . . .

coisas precede o trabaiho de perfeita preparação, que por aiguns é chamada


administraçäo ou linipeza (nuzndflcatio), por outros, retificaçáo, e por outros
ainda limpeza (ablutio) ou separaçáo."34 Kelly cita Avicena: "Purifica marido
e muiher separadamente, a fini de que possam unir-se de modo mais íntimo;
porque, se mio os purificares, eles náo podem amar um ao outro."35 Esses
textos afirmam que a separatio deve preceder a coniunetio; falam também da
separado como uma operaçäo de purificaçäo. Isso corresponde, do ponto de
vista psicológico, ao fato de as atitudes contaminadas por complexos incons-
cientes nos damm a nítida impressäo de estarmos maculados ou sujos. Diz
Kelly:

Quando a alma do ouro for separada do seu corpo, ou quando o corpo, em


outras palavras, for dissolvido, o corpo da Lua deve ser umedecido com seu
prOprio mênstruo e reverberado... Porque, a nao ser que a lua ou a Terra se-
jam adequadamente preparadas e esvaziadas por inteiro de sua alma, nao será
proprio que recebam a Semente Solar; mas, quanto mais plenamente a terra for
purificada de sua impureza e do seu estado de tena, tanto mais vigorosa da
será na fixaçäo do seu fermento. Essa terra ou a lua dos Sábios é o tronco so-
bre a quai o ramo solar dos Sábios é enxertado.36

34. Von Franz,Aurora Consurgens, pp. 94ss.


35. Kelly, The Akhe,nical Writhigs of Edward Kelly. p. 35. 37. Citado em Jung, Mystenwn Coniai
36 Ib'-' 133s. 38. Ma er,Atoianea Fugiens, citado p1
p. 103.

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224
no Julio Final: O produto da purificaçáo da terra é a chamada "terra branca foliada".37
trazendo todos os santos Esta é entáo unida ao "sol" purificado ou ao principio do "ouzo" pela receita:
glória: E chante dele seräo "Semeia teU ouro na terra branca."38 Os dois protagonistas -sole lua, marido
das outras, como um e esposa, tern e espfrito - representam todos os pares de opostos. Devem ser
as ovethas à direita e os purificados por inteiro da contaminaçáo mútua, o que significa um diligente e
prolongado escrutInio dos próprios complexos de cada pessoa. Terminada a
o reino, ao passo que os separado, os opostos purificados podem ser reconciliados na conjunctio, que
ser entendido outra vez é o alvo da opus.
o além-túmulo. E como
letos. Os incompletos são
utras operaçóes (ver figura

les egIpcia e crista do Julio


ocesso final. Ela é descrita
jie é um requisito para a
urna cella purificaçäo de
que por alguns é chamada
s, retificaçäo, e por outros
Avicena: "Purifica marido
ir-se de modo mais Intimo;
mar um ao outro."35 Esses
oniunctio; falam tainbm da
o corresponde, do ponto de
adas por complexos incons-
s maculados ou sujos. Du

ou quando o corpo, em
leve ser umedecido com seu
ser que a lua ou a Tena se-
nteiro de sua alma, nao será
mais plenamente a terra for
rra, tanto mais vigorosa cia
na dos Sábios é o tronco so-

37. Citado em Jung, Afysteriwn Coniunctionis, CW 14, par. 154. n. 181.


38. Maier,AtakmnuzFugiens, citado por Read ¡nPreludeto Chemistry, diante dap. 57, Ver figura 4-IO,
p. 103.

225
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Calcinatlo

Civilizaçâc

¡ / Fogo
lnfithde
\cidade (Civitas)
coletiva
/
Sangue ________-. Pacto

/
pis Philowphm
Aqu Pemianens ide / Cola

Auntm non Vulgi / kmor


Eros
pelo Objeto
A coniunctio é o ponto
¡
como psicológicos, ela api
opostos
Lealdade.. Fidelidade introvertido, O fascffiio dos
-
prontoveu um estudo do mi
Morte Casaroenlo
Internase moderna e à física nuclea
Socie social interesse pelo conjunto de ii
Intercuno psicologia profunda do sécul
Igreja
Os alquimistas tivera
laboratOrios muitos exemplc
Conexots Corporaçáo substâncias se unem para
Ffl
i

distintas. Essas experiências

/
Cordoes
I Correntes Naçäo alquímica. Um impressional
metais derretidos e, em pail
mercúrio corn outros metá
Fm
Paliiotismo

/
orientador
Piedade entrando na fonte mercurial
Asaociaçôca
ans mercúrio. No reino da comt
Religío
(Religaçáo)
/1 Servdáo
aos alquimistas é a uniäo do
pfl/ mercúrio venneiho (l-1g +
Analogias
imagem de laboratOrio origli
filósofos.
Quando se tenta corn
o
coniunctio, é aconselliável d
e urna superior. A coniunctio
ainda nao se encontram con
seguida pela morte ou morti)
alvo da opus, a suprema mall
se acham combinados. A e
mistura dos aspectos inferics
dois para propósitos deseriti
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1/ Foga
Calcinatlo

+8 Coniunctio -4'

-7
0!a

Amor A coniunetio é o ponto culminante da opus. Em termos históricos, assim


Io Objeto
como psicológicos, ela apresenta um aspecto extrovertido e um aspecto

-Lealdadc... I:
F6
FidelidSe introvertido. O fascúuio dos alquimistas com a coniwwtio do lado extrovertido
promoveu um estudo do milagre da combinaçáo química e levou à química
moderna e à física nuclear. Do lado introvertido, esse fascínio gerou o
Sic interesse pelo conjunto de imagens e pelos processos inconscientes, levando à
psicologia profunda do século XX.
agos Os alquimistas tiveram a oportunidade de testemunhar em seus
upais Igreja
laboratórios muitos exemplos de combinaçäo química e física, na qual duas
Corporaçäo substâncias se unem para criar uma tercein substância cam propriedades
distintas. Essas experiências forneceram importantes imagens para a fantasia
Naçäo
alquímica. Um impressionante exemplo de cambinaçäa física é a fusäo de
metais derretidas e, em particular, a farmaçäo de amalgamas pela uniäa da
Paiñotismo mercúrio corn outros metais. A imagem alquímica camum da sol e da tua
Piedade entrando na fonte mercurial teve sua origem na dissoluçäo de ouro e prata no
anccsa1 mercúrio. Na reina da combinaçáo química, um marcante exemplo acessível
aos alquimistas é a uniäo do mercúrio cam o enxofre para formar a sulfato de
mercúrio vermelho (Fig + S -, HgS) Essa reação química pode ter sida a
-

imagem de laboratória original que sustentou a idéia da pedra vermeiha das


filósofos.
Quando se tenta compreender o rico e complexo simbolismo da
coniunetio, é aconselhável distinguir entre duas fases: urna coniunetio inferior
e uma superior. A coniunctio inferior é urna uniäo ou fusäo de substàncias que
ainda nao se encontram completamente separadas ou discriminadas. E sempre
seguida pela morte ou mor4ficatio. A coniunctio superior, par outra lado, é o
alvo da opus, a suprema realizaçäo. Na realidade concreta, esses dois aspectos
se acham combinados. A experiência da coniunctio é tuase sempre urna
mistura dos aspectos inferior e superior. Todavia, é útil distinguir entre os
dois para propósitos descritivos.
227
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A CONIUNCI"IO INFERIOR A passagem que precedc
muiher cujo abraço mata está
A uniäo dos opostos que forain separados de maneira imperfeita
.

caracteriza a natureza da coniunc(io inferior. O produto resultante é urna Da mesma mancha,


mistira contaminada que deve ser submetida a procedimentos adicionais. O os quais vive embora um
produto da coniunctio inferior é retratado como um elemento morto, muSado dominada, nein que sen
ou fragmentado (urna sobreposiçäo corn o simbolismo da solurio e th
rco t1c
que s
mortificatio). Por exemplo, tratando do casamento entre a Mae Béía e sen
fiiho Gabrício, dit um texto: 'Mas estas bodas, que começaram corn a
'
cñanças para si
consumida pelo logo, q
int
expressáo de grande alegria, terminaram na amargura da tristeza. 'Dentro da razáo da Iuxúria.3
própria flor já viceja o cancro torturante: Onde há mel, al há fel, onde há seio
corn leite, al o tumor.' Pois 'quando o Litho donne corn a mae, ela o mata num .

ataque como a vibora'" '

Aqui estamos no territOrio familiar do complexo de Edipo. Entretanto, fi


para o alquimista, a me era a prima materia e produzia cura e
rejuvenescimento, bern corno morte. Essa imagern da coniunctio refere-se a
urna fase do processo de transforrnaçäo, a morte, a ser seguida, tem-se a
esperança, pelo renasciinento. Por certo, representa-se aqui o aspecto perigoso
k
da coniunctia. O filho-ego imaturo é eclipsado e arneaçado corn destruiçäo
quando abraça ingenuamente o inconsciente maternal. Mas outras imagens
indicam que um eclipse desses pode ser iinpregnador e rejuvenescedor.
Outro texto, já citado, fala da inuther que mata o marido enquanto este se
acha envolto em sen abraço:

Entretanto, os Filósofos entregaram à morte a rnulher que mata o


rnarido, porque o corpo daquela rnulher está repleto de armas e de
veneno. Cave-se para aquele dragäo urn túmulo, e que essa muiher seja
fr
corn ele sepultada, estando ele fortemente acorrentado àquela mulher;
quanto mais a alar e se miar ao sen redor, tanto ¡nais ele será feito em
pedaços pelas armas femininas que são criadas no corpo da muiher. E,
quando se vir rnisturado corn os mernbros da mulher, ele terá certeza da
morte e será inteiramente transformado em sangue. Mas, quando os
Filósofos o virern transformado em sangue, eles o deixaräo por alguns
dias ao sol, até sua rnoleza ser consumida e o sangue secar, e eles
acharem aquele veneno. O que entáo aparecer será o vento escondido.2
O dragao mata a mulher e
Esse texto requer elucidação. Tal corno ocorre corn os sonhos, as imagens
são fluidas e s entrepenetram. Quern é o dragão que deve ser fortemente
acoritntado à muiher? E, ao que parece, o marido que a muiher mata. A A luxúria como al g o qm
seqüência do texto sugeit que, à medida que deitar corn a muiher, o marido se Shakes ¡'e axeS
torna dragäo; ou, alternativamente, à medida que se deitam juntos, o aspecto ,

dragontino do relacionamento instintual (luxúria) é constelado. A coniunctio


que se segue é um desrnembramento do dragäo (forte desejo primitivo) e tern Is perjured, murd' roliç, b
como seqtiência a transformação deste em espfrito (o vento escondido). (Ver Savage, extreme, rude, ci
figura 8-l.) Enjoyed no sooner but ck
Past reason hunted, and ii
Past reason hated as a swi
I. Citado por Jung, Mysteriwn cotswts,,u, CW 14, par. 14. On purpose laid to make i

2. ¡bid., par. 15.


3. Waite, trad., Turba Phil osophorwn,
j

228
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IOR A passagem que precede ¡mediatamente o texto acima citado prova que a
muiher cujo abraço mata está associada corn a luxúria. Diz ele:
los de maneira imperfeita
) produto resultante é urna Da mesma maneira, aquela muiher, fugindo dos próprios flihos, corn
procediinentos adicionais. O os quais vive embora um tanto a conti-agosto, nào obstante, nao suporta r
elemento morto, mutilado donilnath, item que seu marido the possua a beteza, esse marido que a
anm corn fúria, e que se mantém despeno querelando corn ela, até ter
i

mbolismo da solutio e da intercurso camal com ela; e Deus fez o feto perfeito, quando multiplica
cito entre a Mae Béia e seu I

crianças para si mesmo conforme Ihe apraz. Sua beleza, portanto, é


las, que começaram com a consumida pelo fogo, que nao se aproxinia de sua esposa, exceto em
rgura da tristeza. 'Dentro da razäo da luxúria.3

a me!, al há fe!, onde há seio


ecomamáe,e!aomatanurn -
- -- : -

-:
Enento,
4_)_,
--:
plexo de Edipo.
-
.- -

atena e produzia cura e : .


-

. - M

rn da coniunctio refere-se a
L , !

te, a ser seguida, tem-se a t

ta-se aqui o aspecto perigoso -

e ameaçado corn destruiçäo


''
t

atemal. Mas outras imagens


dor e rejuvenescedor. I

ata o marido enquanto este se I

t "ç

morte a mulher que mata o


está repleto de aimas e de
nulo, e que essa muiher seja
acorrentado àquela muther;
tanto mais ele será feito ein
adas no corpo da mulher. E,
la muflier, ele terá certeza da
In sangue. Mas, quando os
eles o deixarâo por alguns
la e o sangue secar, e eles FIGURA 8-1
r será o vento escondido.2 O dragäo mata a muiher e esta o mata. (Maier, Atalanta Fugiens, 161.8.)
re corn os sonhos, as imagens
gao que deve ser fortemente A luxúria como algo que lacen traz à mente o grande Soneto 129 de
iaiido que a muther mata. A Shakespeare:
tar corn a muiher, o marido se -

[C se deitani juntos, o aspecto


Th' expense of spirit in a waste of shame
t) é constelado. A coniunclio Is lust in action; and, till action, lust
(forte desejo primitivo) e tern Is perjured, murd'rous, bloody, full of blame,
ito (o vento escondido). (Ver Savage, extreme, rude, cruel, not to trust;
Enjoyed no sooner but despised straight;
Past reason hunted, and no sooner had,
Past reason hated as a swallowed bait
On purpose laid to make the taker mad;

3. Waite,trad.,TurbaPhilosophonon,p. 178,dicswns9.

229
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Mad in pursuit, and in possession so; o fel do peixe, quai
Had, having, and in quest to have, extreme;
}

oestaum-ihe a visäo. O frl


A bliss inproof, andproved. a very woe, I

Before, a joy proposed; behind, a dream .


r
frustrado. Mas a experiôm
All this the world well knows, yet none knows well ¡

(aplicada aos olbos), tmz s


To shun the heaven that leads men to this hell. I relevantes comentários acer

[Gasto de espirito é a Luxúria consumada, as mais notiveis pic


E gasto vergonhoso; até passar à açäo fator comum a ambas
Ela peijura e mata; é bárbara e culpada, possam afigurar-se, L
Rude, extrema, sangrenta e cheia de traiçäo;
Relegada ao desprezo logo que fruIda;
sentimento. ugrimas,
sabedoria é o consolo
Buscada além do juízo, e, assim que desfrutada, sabedoria formam uit
Acima da razâo odiada; isca engolida,
sabedoria e onde há
so para enlouquecer o engolidor nada;
qualidade de portador
Insana ao perseguir, e assim na possessäo, femmina.. O novjlunj
Extrema ao ter, depois de ter, e quando à espera,
.

decepç&s para o bon


Bênçäo na prova, mas provada, urna afliçáo, embora essas decepçöc
Antes urna alegria, após, urna quimera:
Tudo isso o mundo sabe, ernbora saiba mal entendidas, urna fonte c

Como evitar o céu que leva a inferno tal.1* A coniunetio inferior


conteúdos provindos do ¡nc
Esse é o soneto em que Shakespeare apresenta a coniunctio negativa, curso do processo analítico,
devendo ser contrastado corn o Soneto I 16, que é positivo, citado adiante corn a sombra, a ali
neste capítulo. Observe-se a interaçáo de opostos tao característica do contanñnacias devern ter c
simbolismo da coniunctio: desfrutar I desprezar; buscado I odiado; razáo I jcional Urna seqüência si
loucura; bênçäo/mal; céu/inferno. processo. O ego identifica
A muffler que mata o marido corn seu abraço aparece no texto apócrifo do
I

e coletiviciactes
Lino de Tobias. Sara, que vai casar-se corn Tobias, teve sete maridos antes t

identificaçóes são misturas


dele. Toda noite de núpcias, quando o marido se recoihia à alcova corn sua individuo para nobres IcaIdi
esposa, o demonio Asrnodeu o rnatava. Sete maridos sucessivos tinham náo oegenerados de poder
rnonido dessa fonna. Rafael, anjo da guarda de Tobias, dá-Ihe instruçOes ulterior antes de a coniuncti
específicas sobre como lidar corn esse perigo. A cainiitho da casa da noiva,
Tobias encontra um enorme peixe, que pula da água em suas maos. Tobias é j

A c
instruIdo a matar o peixe e a extrait seu coraçäo, seu fígado e seu fel. Na
noite de núpcias, ele deve queimar o coração e o fígado do peixe como urna o objetivo da opus é
oferenda de incenso para protege-lo do maligno demOnio. O fel deve ser vgri nomes como "pe&a
aplicado aos olhos do seu pal cego a fim de devolver-Ihe a visáo. "Tintura", etc. Sua prodi
A idéia simbólica que essa históña envolve é que a coniunctio leva à purificados e, como combini
morte - extinçäo da consciência - enquanto a energia do forte desejo Assün, descreve-se a Pedra
instintual (o peixe) nao tiver sido extraída de sua forma original e dar vida a todos os corpos r
transformada em espIrito (o incenso) - isto é, a compreensáo consciente. Essa
interpretaçáo baseia-se nurna passagem variante da Vulgata: "E o anjo Rafael
olr todos os coipos dt
urna vez, a Pedra (personifi
disse a ele: 'Ouve, e eu te rnostrarei aqueles que o demOnio tem o poder de "Eu sou a mediadora dos
vencer. Eles são aqueles que, na época do casarnento, retiram Deus de seus aquilo que é quente torno fr
pensamentos e se abandonam de tal forma aos seus instintos que nao tém mais vice-vena aquilo que é du
razáo do que cavalos ou mulas." (Tobias, 6: 16s.)4 amado é o corneço. Sou toda
*
Traduçäo de Péricles Eugenio da Silva Ramos, em Shakespeare . Sonetos, Ed. Civilizaçäo 5. Jung, Mysterium Coniuncttonij, Cl
Brasileira, 2 ed., Rio, 1970.
6. Figulus,.4 Golden andßlsssed Ca
4. The Jerusalem Bible, p.613.
7. von Franz,Aurora Consurgens, p
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230
o fe! do peixe, quando aplicado aos olhos do pai cego de Tobias,
restaura-Ihe a visäo. O fe! é amargo, correspondendo ao amargor do desejo
frustrado. Mas a experiência da amargura, entendida de maneS adequada
Tows well (aplicada aos ethos) traz sabedoria. Ac cjjscutft o simbolisn do sai, Jung fez
,

hell.
relevantes comentários acerca do amargor, como foi citado antes:

.
as mths notáveis propSdades do sal são o amargor e a sabedoña. O
. . . .

fator comum a ambas, por mais incomensuráveis que as duas idéias


possam afigurar-se, é, do ponto de vista psicológico, a funçâo do
sentimento. Lágrimas, sofrimento e decepçâo são amargos, mas a
sabedoria é o consolo de qualquer dor psíquica. Na verdade, amargor e
sabedoria forniam um par de alternativas: onde há amargor, falta
sabedoria e onde há sabedoria, náo pode haver amargor. O sai, na
qualidade de portador dessa alternativa fatídica, é atribuido à natureza
femmina. O novilunium (treva) da mulher é a fonte de incontáveis
. .

decepçóes para o homem, que se entrega corn facilidade ao amargor,


embora essas decepçöes pudessem ser, da mesrna maneira caso fossern
entendidas, urna fonte de sabedoria.5
A coniunctic inferior ocorre sempre que o ego se identifica com
conteúdos provindos do inconsciente. Isso acontece de modo quase regular no
senta a coniunctio negativa, curso do processo analítico. O ego vê-se exposto sucessivamente a identifica-
e é positivo, citado adiante corn a sombra, a anima/o animus e o Si-mesmo. Essas coniunctios
ostos táo característica do contaminadas devem ter como seqfiência a mort(ficatio e urna separatio
r; buscado I odiado; razao I icionth Urna seqüência semethante manifesta-se no aspecto extrovertido do
processo. O ego identifica-se com determinados indivíduos, grupos, insfi-
aparece no texto apócrifo do içóes e coletivw&ies (fransferéncias coletiva e individual) Essas
.

)bißS, teve sete maridos antes identificaçaes são misturas contaminadas, que contêm tanto o potencial do
se recoihia à alcova com sua jdjduo para nobres ISdades e para o amor pelo objeto como para desejos
maridos sucessivos tinham näo regenerados de poder e prazer. Elas devern passar por urna purificaçáo
de Tobias, dá-the instruçóes ulterior antes de a coniunctio superior ser possível.
A caminho da casa da noiva,

água em suas maos. Tobias é A CON!UNCJ'IO SUPERIOR


;áo, seu fígado e seu fel. Na
o ffgado do peixe como urna o objetivo da opus é a criaçäo de nina entidade iniraculosa que recebe
ìo demônio. O fe! deve ser värios nomes corno "Pedra Filosofal", "Nosso Ouro", "Agua Penetrante",
,lver-llte a visâo. "Tintura", etc. Sua produçâo resulta de urna uniäo fina! dos opostos
ve é que a conìunctio leva purificados e, como cornbina os opostos, mitiga e retifica toda unilateralidade.
a energia do forte desejo Assim, descreve-se a Pedra Filosofal como "nina pedra que tern o poder de
a de sua forma origina! e dar vida a todos os corpos moitais, de purificar todos os coipos corruptos, de
compreensáo consciente. Essa arnolecer todos os coipos duros e de endurecer todos os coipos moles".6 Mais
da Vulgata: "E o anjo Rafael vez, a Pedra (personificada corno a Sapientia Dei) diz sobre si mesma:
ue o dernónio tern o poder de "Eu sou a mediadora dos elementos, que faz urn concordar corn o outro;
amento, retiram Deus de se aqui!o que é quente tomo Mo, e vice-versa; aquilo que é seco tomo tímido, e
eus instintos que nAo tém 111315 vice-versa; aquilo que é duro tomo mole, e vice-versa. Sou o final e meu
amado é o começo. Sou toda a obra, e toda a ciéncia oculta-se em rnim. "7

akespeare - Sonetos, Ed. Civilizaçäo 5. Jung,MysteriwnConiunctionis, C%V 14. pars. 330, 332.
6. Figulus, A Golden and Blessed Casket of Nature's Marvels. p. 301.
7. von Franz, Aurora Consurgens, p. 143.

231
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À meäith que a Pedra vai sendo preparada, submete-se o material a ela nao se transformau em!
repetidas reversées e transformaçóes no oposto. Diz o texto da Turba:
"Porque os elementos, sendo diligentemente cozidos no fogo, se rejubilam, e
se transformam em natuiezas diferentes, porque o liquefeito se toma
näo-Iiquefeito, o Umido se toma seco, o corpo espesso se toma um espfrito e o - Ei

fluido espirito se torna forte e pronto para lutar contra o fogo. Dal por que o
Filósofo disse: 'Converte os elementos e encontrarás aquio que buscas. Mas
converter os elementos é tomar o tímido seco e o fugidio fixo. ' "8 -
-

Outro texto diz: "Agora que a clareza pode manifestar-se de forma


iite sem obscuridade. . . o corpo deve ser repetidamente abato e tomado
ténue depois de sua fixaçao, bem como dissolvido e apodrecido. . . Ele é
purificado por meio de separaçáo, e é dissolvido, digerido e coagulado,
sublimado, incinerado e fixado pela ação recíproca de sua própria Identidade,
como agente e paciente, alternando-se para meihorar. ' ' (Grifos meus. )9
o processo psicoterapéutico também é um 'alternar-se para meihorar' ' . A
!

pessoa é jogada para lá e para eá entre os opostos, de modo praticamente


intenninável. Mas surge, de maneira devens gradual, um novo ponto de vista
que permite a experiência dos opostos ao mesmo tempo. Esse novo ponto de
vista é a coniunctio, e, ao mesmo tempo em que é libertador, também é urna

t,
sobrecarga. Jung diz: "O urn-depois-do-outro é um prelúdio suportável para o &

conhecimento mais profundo do um-ao-lado-do-outro, porque este é um


pmblema que apresenta rnuito maiores dificuldades. Mais urna vez, a
concepçáo de que o bem e o mal são potências espirituais exteriores a nós, e
de que o homem se acha envolvido no conflito entre eles, é muito mais
suportável do que o conhecimento de que os opostos são as condiçóes
indispensáveis e inextirpáveis de toda a vida psíquica, até o ponto em que a
prOpria vida é uma culpa."°
O termo "Pedra Filosofal" é, por si mesmo, uma uniäo de opostos. A
filosofia, o amor da sabedoria, é um empreendimento espiritual, ao passo que
urna pedra é malidade material, dura e crua. Assim, o termo sugere algo corno
a eficacia prática e concreta da sabedoria ou da consciência. Ela é "urna pedra
que nao é urna pedra", a respeito da quai diz Ruland: "A Pedra que nao é
urna pedra é urna substAncia pétrea no tocante à sua efickia e à sua virtude,
mas nao no que se refere à sua substância."11 A Pedra Filosofal alquímica é, Conjunct io no vaso aiqul
portanto, urna precursora da moderna descoberta da realidade da psique. Diz l'Arsenal, MS. 975, fol. 1
Jung: "Aquilo que a natureza inconsciente buscava, em última análise,
quando produziu a imagem da lapis, pode ser visto de maneira bem clara na
noçáo de que esta se originava na matéria e no homern... A espiíitualidade de Urna importante imager
Cristo en por demais elevada e a naturalidade do homem, por demais inferior. intercurso sexual entre Sol e
Na irnagem da... lapis, a 'came' glorificou a si mesma à sua prOpria maneira; figura 8-2). Essa imagem, i
inferior, dependendo do con
publicado por Esther Harding
8. Waite,trad., ruHm Philosophorum, p. 190, dictum 65.
Urna mu/her sonhou
9. Comentario a "The Golden Treatise of Hermes", citado em Atwood, Hermetic Philosophy and
Alchemy, p. 115, nota. em salas que continha,
10. Jung, Mysteriwn Coniunctionis, CW ¡4, par. 206,
11. Ruland,A Lexicon of Alchemy, p.189. 12. Jung,Akhemicajstudjes, CWI3,1
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232
i, submete-se o material a da nao se transformou em espfrito, mas, pelo contrárjo, 'fixou' o espfrito na
. Diz o texto da Turba:
pedra"2
los no foga, se jubilam, e
fliC O liquefeito se toma

a
esso se toma um espirito e o
)fltra o fogo. Dal por que o
irás aquilo que buscas. Mas
ugidio fixo."8
de manifestar-se de forma
tidamente aberto e tomado
vido e apodrecido... Ele é
ido, digerido e coagulado,
a de sua própria Identidade,
rar." (Grifos meus.)9
Lternar-se para meihorar". A
stos, de modo praticamente
.ual, um novo ponto de vista
tempo. Esse novo ponto de
é libertador, tainbém é urna
rn prelúdio suportável para o
-outro, porque este é um i4r. mc-
Lidades. Mais urna vez, a
spirituais exteriores a nós, e
to entre eles, é multo mais
opostos são as condiçöes
quica, até o ponto em que a n

t
'4

i, urna uniäo de apostas. A


ento espiritual, ao passo que
m, o termo sugere algo corno
)nsciência. Ela é "urna pedra
tuland: "A Pedra que nao é
sua eficácia e à sua virtude, FIGURA 8-2
Pedra Filosofal alquímica é, Coniuncj no vaso alquímico. (Século XVII. Paris, Bibliothèque de
ida malidadeda psique. Diz l'Arsenal, MS. 975, fol. 13. Reproduzida em Derola, The Secret An of
uscava, em última análise, Alchemy.)
¡sto de maneira bem clara na
omèm... A espiíitualidade de Urna importante irnagem simbólica da conjunct!1, é o casamento e/ou
homem, por demais inferior. intercurso sexual entre Sol e Luna ou outras personificaçcies dos opostos (ver
riesina à sua prOpria maneira; figura 8-2). Essa irnagem, nos sonhos, refere-se à coniunctia, superior ou
inferior, dependendo do contexto. Um exemplo impressionante é um sonho
publicado por Esther [larding:

Urna muiher sonhou ter entrado nwna caverna subterrônea dividido


rn Atwood, Hermetic Philosophy and em salas que continha.rn destiladores e oteros aparatos químicos de

12. Jung,A1chenjcaJsp,djs cw 13, par. 127.

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233
aparência misteriosa Do ciemistas fraba1hwn no processo final &
.
A clu#'dng ktos
urna pro1ongadc série de experimentos, que esperavain levar a wna And suil.d.en hyacinths th
concitado bem-sucedida tom a ajuda deta. O prodwofinal deveria ter a AndJlaFnY crocus made A

forma de cristais de ouro, que seriam separados do 1(quido-mäe There golden cloutt coi'
resultante das muita.s soluçôes e destilaçoes precedentes. Enquanso os Steep'd in softjoys, and
celestial dews, descendi
químicos trabathavam corn o vaso, a sonhadora e seu a,nante Perfwne the mount, and
deitavayn-se jumos mima sala contigua, fornecendo, corn seu abraço At length with Love and.
sexual, a energia essendo! para a cristalizaçao da inavaliável substância TFW panting Thuntrer n
dourada.13
["Nèm Deus, nein ¡flor
Velados por nuvens, banhad
Este sonho encontra um paralelo próximo num texto alquímico: 'Nao ' raios pelo Céu, I E cujo amp
vedes vOs que a compleiçäo de um homem é formada a partir de urna alma e a fitava e inspirado pelo qu
de um corpo? Assim, vós também deveis juntá-los, porque os Filósofos, ao Fell; a Terra coinpreende,e
prepararem as matérias e cônjuges unidos, apaixonados um pelo outro, viram Um tufo de violetas retén-ni
o1cho o leito alado, I Sil
ascender deles urna água dourath 14 A iinagem do inteiturso sexual como
! ' '
fazem a montanha brilhar. I
produtor de substância dourada evoca o aspecto pandoxal de ielaçäo do ego I Envolto em doces prazeres
corn o Si-mesmo. A formulaçäo comurn diz que o Si-mesmo une e reconcilia sobre o solo, I Perfuma o i

os opostos. Contudo, esse sonho e o texto paralelo sugerem, tal como está vencido pela doce força do
implícito em toda a alquimia, que o operador - quer dizer, o ego - promove a cena os olhos para dormir]
uniäo dos opostos e, dessa maneira, cria o Si-mesmo ou, ao menos, o fai A iniagem de um cres
manifestar-se. Isso acentua a suprema importancia do ego consciente. Ele aparece em sonhos como
deve unir os opostos, o que náo é tarda fácil. Sustentar opostos equivale ao sempre ela é auspiciosa, já a)
mesmo tempo a experimentar urna paralisia que chega ès nias de urna Outra imagem tradiciorn
verdadeS crucificaçao. O simbolismo da cruz inclui a uniäo dos opostos e ,
Os rabinos o interpretaran
muitos quadros rnedievais zepresentam a crucifixáo de Cristo como urna Israel; os padres da Igreja,
coniwwtio entre Sol e Luna (ver figura 8-3). Agostinho faz urna analogia alquimistas o tomavani con
impressionantemente explícita entre a coniunctio e a cnicifixao: "Corno um na Aurora Consurgens); e, fi
esposo, Cristo deixa seu aposento, caminha em frente, com um presságio de entre Iahweh e sua essénci
suas rnípcias, para o campo do mundo. Ele chega ao leito nupcial da cruz e,
. .
Cánticos fala do "amor fori
ali, ao subir nela, consuinou a união conjugal. E, quando percebeu os suspiros oniunctio se encontrar fon
da criatura, ele se entregou amorosamente ao tormento no lugar de sua A principal imagem de e
noiva... e uniu a si a muffler para sempre."15 Cordeirc" do Apocalipse:
Urna imagem clássica, profunda, da coniunctio é a uniäo entre Zeus e
Hera no lino XIV da Ilíada. Tendo conduzido Hen ao seu aposento secreto, São chegadas as ni
Zeus diz: (Apoc., 19:7, AV.)
Nor God, nor mortal shall our joys l'ehokl, E eu, Joao, vi a cidi
Shaded with clouds, and circumfus'd in gold, Deus do céu, preparada
Not ev'n the Sun, who dans thro' Heav'n his rays, ouvi urna grande voz vi
And whose broad eye th' extended earth surveys." Deus está corn os hon
Gazing he spoke, and kindling at the view, seu po vo, e o nesmo C
His eager arms around the Goddess threw. 2-3, AV.)
Glad Earth perceives, and from her bosom pours
Unbidden herbs, and volunta,y flowers; Segue-se a ¡sso urna &
Thick new-born violets a soft carpet spread, bela e ataviada cidade con
purificada) Jerusalém é a ni
13. Harding, Psychic Energy: Its Source and Goal, pp. 453-54.
loran sçparados no princ4
14. Waite, trad., Turba Philosopiwnen, p. 134, diction 42.
15. Citado por Jung, Mysteruon Conlunctionis, cw 14, par, 25, n. 176. (XIV, 389-406, trad. de Pope.) J

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zavam noprocesso final de And dus? ring lotos swell'd the rising bed,
¿e esperavam levar a urna And sudden hyacinths the turf bestrow,
And flainy crocus made the mountain glow.
i prod uto final deveria ter a
There golden clouds conceal the heav'nly pair,
separados do l(quido-rnñe Steep'd in soft joys, and circwnfused with air;
precedentes. Enquanto os Celestial dews, descending o'er the ground,
sonhadora e seu amante Perfume the mount, and breathe ambrosia round.
rnecendo, corn seu abraço At length with Love and Sleep's soft power oppress'd.
The panting Thund rer nods, and sinks to rest. *
ao da inavalidvel substância
["Nrn Deus, nern mortal algum devem contemplar nossos prazeres, i
Velados por nuvens, banhados em ouro, f Nem mesmo o Sol, que dardeja seus
nurn texto alquímico: "Nao ralos pelo Céu, i E cujo ampio olhar vigia toda a Terra." i Ele falou enquanto
riiada a partir de urna alma e a fitava e, inspirado pelo que viu, i Seus braços ansiosos enlaçaram a Deusa. i
los, porque os Filósofos, ao
Feliz, a erra compreende, e de seu colo brotam, iespontâneas, ervas e flores; i
Um tufo de violetas recém-nascidas estendem suave tapete, i E moitas de lotus
)fladOs um pelo outro, viram acolchoam o leim alado, i Súbitos jacintos juncam a relva, i vistosos açafr&s
do intercurso sexual como fazem a montanha brilhar. i Eis que nuvens douradas escondern o par celeste,
paradoxal de relaçäo do ego i Envolto em doces prazeres e banhado pelo ar; i O orvalho do céu, descendo
sobre o solo, i Perfurna o monte e por todo ele exala ambrosia. i Por fim,
o Si-mesmo une e recondiia
lelo sugerem, tal como está
vencido pela doce força do Arnor e do Sono, / O ofegante Júpiter Tonante
cena os olhos para donnir.]
Pf
-
uer dizer, o ego prornove a
1< Ci
mesmo ou, ao menos, o faz. A iniagern de um crescimento rniraculoso de flores ou de vegetaçáo
tcia do ego consciente. Ele aparece em soithos como evidência de proximidade da coniunctio. Nern
;ustentar opostos equivale ao sempre ela é auspiciosa, já que pode significar inflaçáo para um ego imaturo.
iue chega lis raias de urna Outra irnagern tradicional da coniunctio é o Cântico dos Cênticos bthlico.
nclui a união dos opostos, e Os rabinos o inteipretaram como referência ao casaniento entre Iahweh e
ifiixáo de Cristo como urna Israel; os padres da Igreja, corno o casamento entre Cristo e a Igreja; cePos
Agostinho faz urna analogia alquimistas o tomavam como presentaçáo da opus alquímica (por exemplo,
e a crucifixäo: "Corno um na Aurora Consurgens); e, finalmente, os cabalistas o encaravam corno a uniáo
frente, corn um presságio de entre Iahweh e sua essência femmina exilada, a Shekinah. O Cântico dos
ga ao leito nupcial da cruz e, Cánticos fala do "amor forte corno a morte" (8: 6), aludindo ao fato de a
quando percebeu os suspiros coniunctio se encontrar fora do tempo (ver figura 8-4).
i tormento no lugar de sua A principal imagem de coniunctio das escrituras cristas é a das "Bodas do
Cordeiro" do Apocalipse:
r4o é a uniâo entre Zeus e
Fiera ao seu aposento secreto, São chegadas as núpcias do Cordeim, e sua esposa está ataviada.
(Apoc., 19:7, AV,)
E eu, Joäo, vi a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo da parte de
Deus do céu, preparada corno urna noiva adornada para o seu esposo. E
ouvi urna grande voz vinda do céu que dita: Eis que o tabernáculo de
rays, Deus está com os hornens, e ele habitará em seu meio, e eles seräo
'eys." seu poyo, e o mesmo Deus, no rneio deles, será o seu Deus. (Apoc., 21:
2-3, AV.)
'ours Segue-se a isso uma detalhada descriçäo da nova Jerusalérn como urna
bela e ataviada cidade corn a forma de urna mandala. A nova (quer dizer,
purificada) Jerusalérn é a noiva de Deus (o Cordeiiv). O céu e a tern, que
foram sçparados no principio da criaçäo, devern ser reunidos, curando a

*
176. (XIV, 389-406, trad. de Pope.)

235
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divisáo da psique e religando o ego e o Si-mesmo ("o tabernáculo de Deus
está corn os hornens"). A cidade corno imagern da totalidade lernbn-nos de
que a cidade tambérn é o vaso para a transfonnaçáo coletiva da humanidade.
O processo de civilizaçäo ocorre na cidade (civitas). (Ver figura 8-5.)

- t,
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-

- O círculo do ano como urna


- Stuttgart, Wurttembergisch I
Reproduzido
FIGURA 8-3
A crucifixäo como conjunctio entre Sol e Luna. (Final do século IX, Paris,
Bibliothèque Nationale, MS. lat. 257, fol. 12v. Reproduzida em Swarzenski, Quando essa Mae é unida
Monuments of Romanesque An.) universo se rejubila."6
Esta é urna profunda vû
modernos, pela visäo da
O casaniento entre o céu e a terra, representados como Tipheret Reflections, Jung descreve si
e cença de uma grave moléstia:
Malkouth, também aparece na Cabala, O rabino Sirnão ben Yochai, o
reputado autor do Zohar, descreveu a sagrada coniunctio em seu leito de
morte, ao que se diz, com as seguintes palavras: "Quando.. a máe é separada Tudo o que me cere
a enferrneira me trazia a
e unida ao Rei, face a face, na excelência do Sabbath, todas as eu tinha apetite para cc
coisas se
-
tornam um só corpo. E. quando o Santissimo bendito seja Ele! - se assenta pareceu uma velba judia
em Seu trono, e todas as coisas são chamadas pelo Nome Completo,
o Santo
Nome. Bendito seja Seu Nome para todo o sempre e pelos s&ulos e séculos... 16. Mathers, trad., The Kabhalah Ura

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236
T

o ("o tabernáculo de Deus


-1
latotalidade lembra-nos de ' t

ao coletiva da humanidade.
)
(Ver figura 8-5.)
$- .

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I 4,Ø '
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FIGURA 8-4
O círculo do ano como uma coniunctio entre Sol e Luna. (Desenho medieval.
Stuttgart, Wuruembergisch Landesbibliothek, Cod. hist foL 415, fol. 17v.
Reproduzido em Evans, Medieval Drawings.)

(Final do século IX, Paris, Quando essa Mae é unida ao Rei, todos os mundos recebem bênçäos e o
teproduzida em Swarzenski, universo se rejubila."16
r An.) Esta é urna profunda visäo do Units Mundus, só equiparada, nos tempos
modernos, pela visäo da coniunctio de Jung. Em Memories, Dreams,
Reflections, Jung descreve sua experiência da coni unctio durante a convales-
esentados como Tipheret e cença de uma grave moléstia em 1944:
mo Simáo ben Yochai, o
coniunctio em seu leito de Tudo o que me cercava parecia-me encantado. A essa hora da noite,
"Quando.. a mae é separada a enfermeira me trazia alguma comida que esquentava - porque sO entäo
Sabbath, todas as coisas se eu tinha apetite para comer qualquer coisa. Por algum tempo, ela me
endito seja Ele! - se assenta pareceu uma veiha judia, muito mais velba do que era de fato, ocupada
elo Nome Completo, o Santo
t e pelos séculos e séculos.. 16. Mathers, trad., The Kabbalah Unveiled, p 337.

237
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em preparar pratos rituais kosher para mim. Quando a othava, eta parecia Aquilo que se nomeja
ter um halo azul em tomo da cabeça. Eu mesmo me encontrava, segundo r
parecia, nos Pardes Ri,nmonim, o jardim das romAs, e o casamento de
Tipheret e Malkouth estava sendo realizado. Ou entäo eu era o rabino aor como concupiscência,
Simáo ben Yochai, cujas bodas no além eram celebradas. Era o celeste de Platáo) gera a con
casamento místico tal como aparece na tradiçäo cabaifstica. Eu nao com razäo, que o amor pelo
poderia dizer como isso era maraviihoso. Eu só podia pensar, incessan- o amor pelo objeto é amor
temente: "Ora, é o jardim das romäs! É o casamento de Malkouth e
Tipheret!" Náo sei exatamente qual meu papel nele. No fundo, ele era eu amor que nao é um dos lado
mesmo: eu era o casamento. E minha beatitude era a de um casamento stes. Esse amor transpessi
feliz. grtipais, tais como a fidelida
Aos poucos, o jardim das romäs se dissipou e se transformou. Houve prOpria humanidade, O as
entäo as Bodas do Cordeiro, numa Jethsalém festivamente adornada. Nao interesse social e a unidade
Posso descrevê-lo em detalhes. Erarn estados inefäveis de júbilo. Havia com o Si-mesmo e a unida
anjos e luz. Eu prOprio era o "Casamento do Cordeiro".
Isso também se dissipou e vejo a min urna nova imagem, a última coisas juntas é adesivo, ra
visâo. Eu seguia por um largo vale, até o seu final, onde alcançava o sopé "resina" são sinônimos da
de urna suave cadeia de montanhas. Esse vale terminava nurn anfiteatro semelhante à força vital (vL
clássico. Este se situava admiravelmente na paisagem verdejante. E, nesse com a 'cola do mundo' (gL
teatro, celebrava-se o hierosgainos. Dançarinos e dançarinas surgiram e,
sobre um leito coberto de flores, Zeus, Pai do universo, e Hera mente e o corpo e sua uniáo.'
consumararn o casarnento místico, tal como descrito na Ilíada. A começar pelo Sympos
Todas essas experiências enm gloriosas. Noite após noite, eu existentes testemunhain o ami
flutuava num estado de mais pun beatitude, "em meio às inmgens de toda sentimento pagão nos versos
acriaçâo".17

Mother of Rome, delight


.1

t
fr Dear Venus that beneath
Makes: to teem the many
And fru4fid lands, -for a
Through thee alone are e
r Through thee are risen k
Before thee, Goddess, an
Flee stormy wind and ma
For thee the daedal Eart)
For thee the waters of tlu
Smile, and the hollows oJ
Glowwithd5j,e
For soon as comes the sp
And procreant gales blon
First fowls of air, smit W
Foretoken thy approach,
I And leap the wiMhert-js,r
4
Or swim the bous'4ing to,
-.
Seized with the spell a/li
Whithersoever thou wa/hi
And thence through seas
p Through leafy homes oft
i

-
Kindling the lure of love i

Thou bringen the eternal


FIGURA 8-5 Kind after kind. Since 'Ñ
A Nova Jerusalém como coni unctio entre Sol e Luna. ('The Cloisters Guides: the Cosmos.'9
Apocalypse, fol. 36. Nova York, The Metropolitan Museum of Art.)

18. Jung, Psychology andAkhemy, CW


17. Jung, Memories, Drea,ns, Reflections, ¡. 294.
19. Lucrécio, Of the Nature of Things,
g
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238
»iando a oliava, ela partcia Aquio que se nomeia por amor é fundamentaj para a fenomenologia da
.010 me encontrava, segundo o amor é tanto causa como efeito. A coniunctio inferior deriva do
LS romäs, e o casamento de
I

como concupiscéncia, enquanto o amor transpessoai (análogo à Afrodite


Ou entào eu era o rabino
exam celebradas. Era o celeste de Platáo) gera a coniunctic superior e é por ela gerado: afirmou-se, e
.

adiçäo cabalística. Eu nAo coni razâo, que o amor pelo objeto é o aspecto extrovertido da individuaçäo.
I só podia pensar, incessan- I o or pelo objeto é amor objetivo, um amor purgado do desejo pessoal, um
casainento de Malkouth e que nao é um dos lados de um par de opostos, mas que se encontra além
el nele. No fundo, ele era eu destes. Esse amor transpessoal está na base de todas as lealdades sociais e
udc era a de um casamento
grupais, tais como a fidelidade à familia, a urn partido, à naçäo, à Igreja e à
,ou e se transformou flouve . I
prOpria humanklade. O aspecto extrovertido da coniunctio promove o
festivamente adornada. Nao I
interesse social e a Iniidade da raça humana; o aspecto introvertido, a conexáo
s inefáveis de júbilo. Flavia corn o Si-mesmo e a unidade da psique individual. Aquilo que mantérn as
Cordeiro" .

coisas juntas é adesivo, razâo pela qual, na aiquimia," cola", "goma" e


unta nova iniagem, a última
final, onde alcançava o sopé são sinônimos da substância transfonnadora: 'Essa substancia,
'

de terminava num anfiteatro melhfle à força vital (vis animans), é comparada por outro comentador
aisagem verdejante. E, nesse corn a 'cola do mundo' (glutinuni muniE), o espaço intermediário entre a
nos e dançarinas surgirain e, e o corpo e sua uniâo."18
Pai do universo, e Hera A coineçar pelo Symposiwn de Platáo, alguns dos mais inspirados textos
escrito na litada.
)5Z5. Nolte após noite, eu
existentes testernunham o amor cosmogônico ftanspessoal. Lucrécio exprime o
"em meio às iniagens de toda sentimento pagäo nos versos iniciais de De Rerwn Natura:

Mother of Ro,ne, delight of Gods and ,nen,


Dear Venus that beneath the gliding stars
Makest to teem the many-voyaged main
And fruitful lands -for all for living things
Through thee alone are evennore conceived,
Through thee are risen to visit çhe great sun -
Before thee, Goddess, and thy coming on,
Flee stormy wind and ma.s.sy cloud away,
For thee the d.aedal Earth bears scented flowers,
4-

W For thee the waters of the unvexed deep


t Smile, and the hollows of the serene sky
; , Glow with diffused radiance for thee!
- For soon as comes the springtime face of day,
And procreant gales blow from the West unbarred,
First fowls of air, smit to the heart by thee,
Foretoken thy approach, O thou Divine,
And lecq' the wild herds round the happy fields
Or swim the bounding torrents. Thus a.'nain,
Seized with the spell, all creatures follow thee
Whithersoever thou walkest forth to lead,
And thence through seas and mountains and swift streams.
Through leafy homes of birds and greening plains,
Kindling the lure of love in every breast,
Thou bringen the eternal generations foflh,
Kind after kind. Since 'tis thou alone
o1 e Luna. ('f he Cloisters Guidest the Cosmos.19
olitan Museum of Art.)

18. Jung,Psycho!ogyandAlchemy, CW 12, par. 209.


19. Lucrécio,Ofthe Nature of Things, pp. 35.

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239
[Mae de Roma, DelIcia dos homens e dos Deuses, I Amada Vênus, que Yet cannot find the prim
sob as estrelas esvoaçantes / Geraste o tao singrado mar I e as terras férteis - Just so was!, at that ph
pois todo ser vivente / SO por Ti foi concebido e I Através de Ti surgiram ¡ wished to see how ¡ma
para conhecer o grande sol - Diante de Ti, O Deusa, e à tua vinda, / Os ventos And how the one foun44
tumultuosos e as nuvens maciças fogem para longe, I Para Ti a Tena Toofeeblefor such fligM
variegada gera flores olorosas, I Para Ti as águas das proflindezas But l a lightning flash
imperturbadas / Soniem, e os vazios do Céu sereno / Brilham com radiaçào And thus came the jidfl
difusa. / Pois logo surge a face pritnaveril do dia, / E rajadas fecundas sopram My power now faite
do Oeste descampado; I Primeiro, os caçadores do ar, por Ti feridos no My will and my desire 14

coraçâo, I Prenunciaram o teu advento, O Divina, I E correm as hordas As is a wheel ¡n even mc


selvagens pelos campos felizes / Ou atravessam a nado torrentes saltitantes. By Love, which moves tJ
Assim, subitamente, / Dominadas pelo teu encanto, todas as criaturas te [Vi que em suas pmfun
seguem I Aonde quer que as lideres, I E desde então, por mares, por As páginas dispersas de to
montanhas e por regatos ligeiros, f Nos ninhos de folhas dos pássaros, nos
prados verdejantes, I Acendendo em cada peito a seduçao do amor, I Crias as oes, I Como que fiindù
geraçOes inundas, I Raça após raça. Desde entäo, sozinha, ¡Diriges o Cosmo.]
nao passa de uma pálida id
50 Tu compreendes a Ti
compreendendo, soins para
A descriçäo clássica do amor transpessoal para a nossa era é a do cebido como simples reflcxx
apóstolo Paulo: parecia I Conter agora a ima
prOpria cor I Raño pela q
-

metra que se empenha, I coi


Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e nao círculo, I Embora nâo descu
tivesse amor [caridade], seria como o sino que tine ou o metal que soa. E diante desse fenomeno. I Eu
ainda que tivesse o dom da profecia, e dominasse os mistérios e toda a no círculo I E como esta enc
clêncla, e ainda que tivesse toda a fe, a ponto de remover montanhas, nIas fracas demais para tais vôos
nao tivesse amor, eu nada seria. Se distribuísse tudo o que possuo, e maravilhoso - I E assim meu
ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, mas nao tivesse diante dessa fantasia sublim
amor, nada disso me serviria. em movimento, I Corno um
O amor é paciente e benigno; o amor nâo é ciumento nem soberbo; que move o sol e as outras e
nao é arrogante ou rude. O amor nao busca seus interesses; nao se irrita
nem tem ressentimentos; nAo folga com a injustiça, mas folga com a Trés séculos mais tarde,
verdade. O amor tudo suporta, tudo cre, tudo espera, tudo sofre. (I Cor., Soneto 116:
13: 1-7, RSV).
Let me not to the matrici
Dante dii prosseguimento ao testemunho na descriçäo de sua visAo do Admit impediments; low
lume eterno que conclui A Divina Comédia (ver figuras 8-6 e 8-7): Which alters when it alti
Or bends with the remol
¡ saw that in its depths there are enclosed. Oh, no, it is an ever-flxi
Bound up with love in one eternal book, That looks on tempests c
The scattered leaves of all the universe ¡t is the star to every wJ
-
Substance, and accidents, and their relations, Whose won/i's unknown
As though together Jksed in such a way Love's not Time's fool, i

That what ¡ speak of is a single light. Wit/Un his bending sic/cL


Love alters not with his
O Light Eternal, in Thyself contained! bears it out even to
¡f this be error, and
i

Thou only know' st Thyself, and in Thyself


¡ never writ, nor no
Both known and knowing, smilest on Thyse
That very circle which ai'eared in Thee,
Conceived as bus reflection of a light, [Impedimentos nao admi
When ¡ had gazed on it awhile, now seemed De coraçôes fléis; amor náo
To bear the image of a human face Quando se altera se percebe
Within itself, of its own coloring Ou cede em ir-se, quando é
Wherefore my sight was wholly fixed- Oh! nao, ele é um farol imó
on it.
Like a geometer, who will attempt
With all his power and mind to square the circle, 20. Dante, The Divine Comedy, trat

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)euses, I Amada Vênus, que Yet cannotfind the principle he needs:
ado mar I e as terras férteis - Just so was J, at that phenomenon
) e I Através de Ti surgiram I wishedto see how image joined to ring.

isa, e à tua vinda, I Os ventos And how the one found place within the other.
a longe, f Para Ti a Terra Too feeble for such flights were in-y own wings;
But by a lightningflash my mind was struck -
as águas das proflindezas
teno I Britham corn radiaçân And thus caine thefulfilment ofmy wish.
I E rajadas fecundas sopram My power nawfailed that phantasy sublime:
,

es do ar, por Ti feridos no My will and itty desire were both revolved,
vina, I E corrern as hordas As is a wheel in even motion driven,
I a nado torrentes saftitantes. By Love, which moves the sun and other stars.2°
icanto, todas as criaturas te [V que ern suas pmfundezas I estäo reunidas corno nurn vojurne eterno j'
tesde entáo, por mares, por As páginas dispersas de todo o Universo. i Substâncias, acidentes e suas
; de folhas dos pássaros, nos relaçóes, s' Como que fundidos entre si de tal nianeira I Que tudo o que digo
a seduçáo do amor, I Crias as nao passa de urna pálida idéia. I i O Luz Eterna, ern Ti rnesnio contida! f
5OZ11thL1 ¡Diriges O Cosmo.]
. . .

F,
so Tu coinpreendes a Ti niesrno, e ern Ti rnesrno I Cornpreendida e
cornpreendendo, sortis para Ti! f O prtiprio círculo que ein Ti apamcia I Con-
th para a nossa era é a do cebido como simples reflexo de urna luz, f Quando o contemplei de relance,
parecia f Conter agora a imagern de urn msto humano I Ern seu interior ern sua
própria cor - I Razat:, pela qual meus olhos nele se fixaram. I Como um geô-
metra que se empenha, f Corn todas as suas forças e inteligência, em medir o
homens e dos anjos, e nao círculo, f Ernbora no descubra o principio de que precisa, I Assim estava eu,
ue tine ou o metal que soa. E dkIU desse fenômeno. f Eu queda saber como a irnageni humana podia caber
minasse os rnistérios e toda a no cfrculo I E como esta encontrava lugar no seu interior. f Minhas asas erarn
o de remover rnontanhas, mas fras demais para tais vôos; I Mas niinha mente foi alcançada por urn fulgor
ibuísse tudo o que possuo. e vithoso - I E assirn meu desejo foi realizado. f Minhas forças se esvafram
T queimado, mas nao tivesse thte dessa fantasia sublime. I Minha vontade e desejo ambos forarn postos
em movimento, I Corno urna roda que gira de rnodo unifornt, I Pelo Amor
nào é ciumento nein soberbo; que move o sol e as outras estrelas.)
a seus interesses; nao se irrita
i injustiça, mas folga corn a Trés séculos mais tarde, vejo a incomparivel descriçáo de Shakespeare no
do espera, tudo sofre. (I Cor., Soneto 116:

Let me not to the marriage of true minds


n descriçäo de sua visáo do Admit impediments; love is not love
figuras 8-6 e 8-7): Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove.
r

Oh, no, it is an ever-fixed mark.


ed, That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wand' ring bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
is. Love's not Tüne'sfool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass corne;
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of Doom.
If this be error, and upon me proved.
I never writ, nor no man ever loved.
fr1
re, [Impedimentos nao admito para a uniäo
De coraçóes fléis; amor nào é amor
/
Quando se alten se percebe alteraçäo
Ou cede em ir-se, quando é infiel o outro amador.
Oh! näo, ele é urn farol ùnóvel tempo em fora,

20. Dante, The Divine Comedy. tnd. de Lawrence Grant White, p. 188.

241
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Que as tempestades olha e nem sequer trepida; que é chamado Luxer, remé
E a estrela para as naus, cujo poder se ignora,
imperfeitos, toma-os perfeit
Malgrado seja a sua altura conhecida.
O amor nao é joguete em máos do tempo, embora
Face e lábios de rosa a curva foice abata;
Näo muda em dias, näo termina em urna hora,
Porém até o fmal das eras se dilata.
Sc isso for erro e o meu engano for provado,
Jamais terei escrito e alguém terá aniado.]*
Jung descreve sua experlência do amor transpessoal com as seguintes
palavras:

Eros é um kosmogonos, um criador e pal-mae de toda consciência


superior. Por vezes sinto que as palavras de Paulo - ' 'ainda que eu falasse
as lfnguas dos homens e dos anjos, mas nao tivesse amor' ' - podem muito
bein ser a primeira condiçäo de todo o conhecimento e a quintessêricia da
divindade. Qualquer que seja a interpretaçao erudita da frase ' 'Deus é
Amor' ' , as palavras aflimam a complexio oppositorurn da Cabeça de
Deus. Em minha experiência médica, assim como em minha própria vida,
defrontei-me repetidas vezes corn o mistério do amor e jamais fui capaz
de explicá-lo... Porque somos, no sentido mais profundo, as vítimas e os
instrumentos do "amor" cosmogônico. Ponho a palavra entre aspas para
indicar que nAo a uso em suas conotaçôes de desejo, preferéncias, favore-
cimento, anseio e sentimentos semelhantes, mas como algo superior ao
indivIduo, um todo unificado e indiviso. Seudo urna parte, o homem nao
pode captar o todo. Ele se encontra à mercê do todo. Pode obedecer a ele
ou rebelar-se contra ele; mas sempre é tomado por ele e contido dentro
dele. Depende dele e é por ele sustentado. O amor é sua luz e sua treva,
cujo final ele nao pode ver. "O amor nao termina" - quer o homem fale
corn as "línguas dos anjos" ou persiga, corn exatidäo científica, a vida da
célula em sua fonte última, O homem pode tentar nomear o amor, fazendo
choyer sobre ele todos os nomes de que dispöe, e, ainda assirn, se
envolverá em intermináveis ilusoes. Se possuir um grAo de sabedoria, ele
deporá as aimas e nomeará o desconhecido pelo ainda mais desconhecido,
ignotum per ignotius - isto é, com o nome de Deus. Essa é uma confissäo A msa celeste. (Doré,
de humildade, de irnperfeiçäo e de dependência; mas, ao mesmo tempo,
um testemunho da liberdade do homem para escolher entre a verdade e o
erro.21 o poder de rnulflplicatio
Urna vez criada, a Pedía Filosofal tern o poder de transformar a matéria Reis, 17: 14), ao milagre dos
vil em matéria nobre. Faz-se referencia a esse poder, nos textos, por mejo das multiplicaçáo miraculosa de
operaçóes de proiectio e de nwltiplicazio (ou augmentaS). Em termos mencionada precedentemente
estritos, essas operaçóes nAo são realizadas pelo alquimista, mas pela kqñs. As implicaçôes psicoló$
As chamadas operaçoes sâo, portanto, na verdade, propriedades da Pedía imagem sugere que os efeitd
Filosofal, a qual, como p6 ou líquido (elixir), projeta a si mesma sobre a em processo de realizaçâo
rnatéria vil e assim se multiplica. Diz um texto: "A alquimia é urna Ciência, eventos, por mais comuns,
que ensina como transformar todo tipo de metal em outro: e isso airavés do processo de individuaçao. D
remédio adequado, tal como aparece em muitos Livros Fiosofais. A alquimia indicio do modo como a ¡n
é, portanto, urna ciência que ensina como fazer e compor um certo remédio, consciência de um indivíduc
parece ser contagiosa e tende
*
Traduçáo & Péricies Eugênio da Silva Ramos cm Shakespeare . Sonetos, Ed. Civilizaçáo Brasileira, fenomeno:
2! ed., Rio, 1970.
21. Jung, Memories, Dreams, Reflections, p. 353s.
22. Citado por Read Pretude wChe$
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242
que é chamado Elixer, remédio esse que, quando aplicado a metais ou coipos
imperfeitos, toma-os perfeitos por inteiro na prOpria projeçäo."22

nspessoal corn as seguintes


,*
t

n
)ai-IfláC detoda consciéncia I
'A

'aulo - "ainda que eu falasse


ivesse amor' - podern rnuito
'

cimento e a quintessência da .

oernditadafrase "Deusé
oppositorwn da Cabeça de
omo em ininha prOpria vida,
doamorejarnaisfuicapaz ,
ais profundo, as «timas e os
io a palavra entre aspas para
desejo, preferéncias, favore-
mas como algo superior ao
ido urna parte, o homern nao
do todo. Pode obedecer a ele
ado por ele e contido dentro
) amor é sua luz e sua treva,
,rmina" - quer o homem fale
exatidäo científica, a vida da
ntar nomear o amor, fazendo
dispöe, e, ainda assim, se
uir um gráo de sabedoria, ele FIGURA 86
ido ainda mais desconhecido, A rosa celeste (Doré, Ill¿.strations for Dame's Divine Comedy.)
e Deus. Essa é urna coníissao
ncia; mas, ao mesmo tempo,
escolher entre a verdade e o
O poder de multiplicatio da Pedra remonta ao frasco & Oleo da viúva (1
t

Reis, 17: 14), ao milagre dospäes e dos peixes (Mat., 14: 17-21), bem como à
oder de transfonnar a matéria multiplicaçáo miraculosa de flores durante a coniunctio de Zeus e Bern,
oder, nos textos, por melo das mencionada precedentemente.
augmemazio). Em termos
i
As implicaçoes psicol6gicas da multiplicatio são muño interessantes. A
[o alquimista, mas pela iain.
imagern sugere que os efeitos transformadores emanam do Si-mesmo ativado
dade, propriedades da Vedi-a em processo de realizaçâo consciente. E por certo verdade que todos os
projeta a si mesma sobre a
"A alquimia é urna Ciência,
evens, por mais commis, assumem importância quando fazem parte do
oce de imiividuaçäo. Do mesmo modo, a muitiplicatio nos fornece um
il em outro: e isso através do
ffcio do modo como a psicoterapia pode funcionar. Em certa medida, a
Livros Filosofais. A alquimia consciência de um indivIduo que se encontra relacionado com o Si-mesmo
r e compor um certo remédio,
ser contagiosa e tende a multiplicar-se em outras, O ¡ Ching faJa desse
fenômeno:
re - Sonetos. Ed. Civilizaçao Brasileira,

22. Citado por Read, Prelude to chetiutty. p. 24.

243
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1

'4

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-

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FIGURA 8-7
Trilhas estelares em tomo do póio. (Foto do Observatório Yerkes.
Reproduzida em Neely, A Primer for Star-Gazers.) t

A contemplaçäo do sentido divino confido no funcionamento do


uni verso dá ao homem que é chamado a influenciar os outros, os meios de k-.
produzir efeitos semelhantes. Jsso requer aquela força na concentraçâo
interior que a contemplaçäo religiosa desenvolve em grandes hornens
fortes na fé. Ela ihes dá condiçôes de apreender as misteriosas e divinas
leis da vida e eles, por meio da mais profunda concentraçäo interior, däo
expressáo a essas leis em si mesmos. Assim, emana deles um poder
espiritual oculto que influencia e domina outras pessoas sem que eles se
dêem conta do modo pelo quai isso acontece (ver figura 8_8).23
Todavia, para que o paciente seja influenciado pelo processo
psicoterapéutico, o ego deve estar aberto. Isso corresponde à idéia alquímica
de que o material deve estar aberto para receber os efeitos da tintura. Segundo
Paracelso, "para que a tintura finja, é necessário que o corpo ou material a ser t

fingido esteja aberto e num estado de fluxo: porque, se assim näo for, a tintura
nào pode operar".24 Na psicoterapia, requer-se abertura (à psique objetiva)
tanto do paciente como do terapeuta. Diz Jung: "As personalidades do médico
e do paciente corn freqüência têm urna importância infmitarnente maior, para o Autobiografia como Manda]
resultado do tratamento, do que o médico diz e pensa... Porque o encontro de organizados concentricainent
até o término do desenho,
Vaticana, Ms. Pal. lat. l9
23. WitheIm, trad.,ThelChing orßookof Changes, p.83.
24. Paracelso, Hennetic andAichemical Writings 1, 155.

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do Observatório Yerkes.
or Star-Gazers.)
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)fltido no funcionamento do
jenciar os outros, os meios de
iquela força na concentraçâo
envolve em grandes homens
nder as misteriosas e divinas '--'r
ida concentraçäo interior, dáo 4-
siin, emana deles um poder a
utras pessoas sem que eles se - .4.

(ver figura 8_8).23


--Ct
't

influenciado pelo processo y.-.


-..
colTesponde à idéia alquímica
os efeitos da tintura. Segundo
que o corpo ou material a ser
L
-*.
jue, se assim nâo for, a tintura p4 - r
-
-4 - L

abertura (à psique objetiva)


'As personalidades do médico FIGURA 8-8
Autobiografia como Mandala. Eventos da vida de Opicinus de Canistris,
ña infinitamente major, para o organizados concentricamente desde sua concepçâo, em 24 de março de 1296,
pensa... Porque o encontro de até o término do desenho, em 3 de junho de 1336. (Biblioteca Apostolica
Vaticana, Ms. Pal. lat. 1993, fol. i ir. Reproduzida em Evans, Medieval
Drawings.)

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duas personalidades é semeihante à mistura de duas diferentes substancias Em conclusâo, passait
químicas: se houver alguma combinaçäo, ambas as sùbstàneias se trans- seu texto mais sagrado, A I
formam. Em todo tratamento psicológico efetivo, o médico está fadado a "como urna espécie de rei
influenciar o paciente; mas essa influência só pode ocorrer se o paciente tiver pelo patrono de sua 'Divir
sobre o médico uma influência semelbante. Nao se pode exercer inhluência se Esinerafr/a foi encontrada
nao se for suscetível à influência."25 Alexandre o Grande, ou, e
Outra característica da Pedra Filosofal é sua tendência para a açáo princípio, só se conhecia o
recíproca. Essa idéia apareceu no sonho de um homem que, na noite anterior, urna versäo árabe.29 E pro'
assistira a urna palestra sobre alquimia. Ele sonhou que grego e, segundo Jung,
tratavam com veneraçâo i
uni grupo de pessoas tin/ia descoberto o segredo dos alquimistas. Um laboratório e citando-o coni
aspecto desse segredo era o fato de que, quando os estudos alqu(micos críptico da opus alquímica,
são levados a efeito com a atitude con-eta, evoca-se urna reciprocidade fl7jQjthy31
de interesse; isto é, quando o adepto se interessa pela alquimia, esta se
interessa por ele. TABUL
Da mesma maneira, diz um texto alquímico: "Compreendei, Filhos da
Sabedoria, declara a Pedra: Protegei-me e eu vos protegerei: dai-me o que é I . Verum, sine mendacio,
meu para que eu vos possa ajudar."26 A mesma idéia é expressa nos 2. Quad est inferius, est
Pmvérbios, corn referência à Sabedoria: "Nao a largues e ela te preservará; sicut quod est inferius,
ama-a e ela te sustentará. A sabedoria é coisa básica; obtém, pois, sabedoria: 3. Et sicut ormes res fuei
e, com tudo que obtiveres, obtém entendimento. Exalta-a e ela te promoverá: fuerunt ab bac una re,
ela te levará à glória quando a abraçares." (Prov., 4: 6-8, AV.) 4. Pater eius est Sol, ma
nutrix eius tena est.
A descriçao dos poderes prodigiosos da Pedra Filosofal poderia
5. Pater ornais telesmi tot
prosseguir de modo praticamente indefmido.27 A açäo recíproca da Pedra é
um ponto fmal adequado porque nos recorda que dar atençäo ao conjunto de 6. Vis eius integra est, si
imagens da psique objetiva (de que a alquimia é um exemplo) gera auspi- 7. Separabis telTam ab igi
ciosos efeitos recíprocos. A regra psicológica é: o inconsciente assume para 8. Ascendit a terra in coel
corn o ego a mesma atitude que este assume para com ele. Se dermos uma superiorum et infejiorti
amistosa atçnçäo ao inconsciente, ele se tomará útil ao ego. Amadurece aos te omnis obscuritas.
poucos a percepçäo de que urna opus rnútua se encontra em realizaçáo. O ego
9. Hic est totius fortitudj
necessita da orientaçäo e da direçäo do inconsciente para ter urna vida
significativa; e a Pedra Filosofal latente, aprisionada na prima materia, precisa omnernque solidam pern
dos devotados esforços do ego consciente para atualizar-se. Juntos, trabaiham 10. Sic mundus creatus est
no Grande Magistério a fun de criarem mais e mais consciência no universo. 11. Hinc adaptationes enini
12. ¡taque vacates sum HEI
phiae totius mundi.
13. Completum est quad di

28. Read Prelade to Chemthry, pp.5


25. Jung, The Practice ofPsychotherapy, CW 16, par. 163.
29. Holmyard,Alche,ny, p.96.
26. "The Golden Treatise of Hermes", in Atwood, HenneücPhiiosophy andAicherny, p. 128, 30. Jung, Mysterium Coniw,ceos. C
27. Para material adicional, ver Edinger, Ego andArchetype, cap. 10.
31. Ibid., pars. 759ss.
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246
duas diferentes substancias Em conclusáo, passarei a palavra fmal aos alquimistas, ao citar, in toto,
as as substhntias se tians- sen texto mais sagrado, A Tábua da Esmeralda de Hennes. Via-se esse texto
ro, o médico está fadado a "como urna espécie de velaçâo sobrenatural aos 'fllhos de Hennes', feita
cte ocoirer se o paciente tiver pelo patrono de sua 'Divina Aile' "38 De acordo corn a lenda, a Tcfbua da
à pode exercer influência se Esmeralda foi encontrada no túmulo de Hermes Trismegistus, quer por
Alexandre o Grande, ou, em outra versäo, por Sara, a esposa de Abraäo. A
sua tendência para a açáo princIpio, só se conhecia o texto em latim, mas, em 1923, Holmyard descobriu
.omem que, na noite anterior, urna versäo árabe.29 E provável que um texto anterior tenha sido escrito em
u que grego e, segundo Jung,. tinha origem alexandrina.30 Os alquimistas o
tratavam corn veneraçäo Impar, gravando suas afirmativas nas paredes do
eèredo dos alquimistas. Urn i
laboratório e citando-o constantemente em seus trabaihos. Trata-se do epítome
uando os estudos alquímicos crfptico da opus alquímica, urna receita para a segunda criaçäo do mundo, o
evoca-se urna reciprocidade Imus mundus31
rressa pela alquimia, esta se
TABULA SMARAGDINA HERMETIS

:0 "Compreendei, Filhos da i Vemm, sine niendacio, certum et verissimum.


protegerei: dal-me o que é
.

)S
est inierius, est sicut quoct est superius, et quoct est superius, est
tsma idéia é expressa nos
.

t largues e ela te preservará;


sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius.
isica; obtém, pois, sabedoria: 3. Et sicut omnes res fuenmt ab uno, meditatione unius: sic omnes res natae
Exalta-a e ela te promoverá: fuerwit ab hac una re, adaptatione.
,, 4: 6-8, AV.) 4. Pater eius est Sol, mater eius Luna; portavit illud ventas in ventre suo;
nutrix eius terra est.
Ja Pedra Filosofal poderia 5 Pater omnis telesmi totius mmxli est hic.
A açáo recíproca da Pedra é
.

6. Vis eius integra est, si versa flieHt in terrant


te dar atençáo ao conJunto de
é um exemplo) gera auspi-
7. Separabis terram ab igne, subtile a spisso, suaviter, cum magno ingenio.
o inconsciente assume para 8. Ascendit a terra in coelum, interumque descendit in ten-am, et recipit vim
)ara com ele. Se dermos urna superiorum et inferiorum. Sic habebis gloriani totius mundi. Ideo fugiat a
a útil ao ego. Anisdurece aos te omnis obscuritas.
encontra em realizaçäo. O ego 9. Hic est totius fortitudinis fortitudo fortis; quia vincet omnem subtilem,
onsciente para ter uma vida
omnemque solidam penetrabit.
ada na prima materia, precisa
atualizar-se. Juntos, trabaiham 10. Sic mundus creatus est. . -

ais consciência no universo. 11. Hinc adaptationes erunt mirabiles, quarum modus est hic.
12. Itaque vocatus sum FilMES TRISMEGISTUS, habens tres partes Philoso-
phiae totius mundi.
13. Completum est quod dixi de operatione Sous.

28. Rcad,Preludeto chenu,,,y, pp. 51s.


29. Holmyard,Akhemy, p.96.
ülosophyandAlchemy, p. 128. 30. Jung, Mysteriwn coniwzctionig, cw 14, par. 12.
p. 10. 31. Ibid., pars. 759ss.

247
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A TABUA DA ESMERALDA DE HERMES

1. Verdadeiro, scm enganos, certo e dignfssimo & crédito.


2. Aquilo que está embaixo ¿ igual Aquilo que está em cima, e aquilo que
está em cima é igual àquilo que está embaixo, para realizar os milagres
de urna s6 coisa. I il
n'
3. E, assim como todas as coisas se originaram de urna só, pela mediaçäo
dessa coisa, assirn também todas as coisas vieram dessa coisa, por meio
da adaptaçáo.
4. Seu pai é o sol; sua mae, a lua; o vento a carregou em seu ventre; sua
ama é a tena.
5. Eis o pai de tudo, a complementaçáo de todo o mundo.
Adler, Gerhard. "Aspects o
6. Sua força é completa se for voltada para dentro (ou na direçäo) da tena. Perspectives (Primaver2
7. Sepan a terra do fogo, o suffi do denso, corn delicadeza e coin grande
ingenuidade. The Living Symbol. No
8. Lia ascende da tena para o céu, e desee outra vez para a terra, e recebe Studies in Analytical Ps
o poder do que está em cima e do que está embaixo. E, assim, terás a Alexander, H. B. The Mythi
glória de todo o mundo. Desse modo, toda a treva fugirá de ti. 1916.
9. Eis o forte poder da força absoluta; porque ela vence toda coisa sutil e Aristóteles. The Basic W
penetra todo sólido. McKeon. Nova York: H
10. E assim o mundo foi criado. Ashmole, Elias. Theatrwn C
11. Daqui virao as prodigiosas adaptaçöes, à feiçáo das quais ela é. York: Johnson Reprint
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1ova York: George Braziller,

257
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Índice Remissivo abutre/corvo, I 82
águia, 160, fig. 4-2
aves (como símbolo de sub&na
lío), 137-138, 147, 160
Cordeiro/cordeiro, 49, 57, 133,
173, 220
Dragaoidragao, 40, 42, 68,
155-156, 16!, 165, 168-170,
172, 173, 183, 189, 228-229,
figs. 2-4, 3-9, 6-3, 8-I
leâo, 38-39, 109, 113, 168, 169,
173, 177, 180-181
lobo, 38-39, 42, t 14, fig. 2-1
ovelbas, 155, 224
peixe, 230
Abcde-Nego, 43 alma(s), 48, 118, 135, 138, 139, 165, peru, 156
abutre, 182; ver também corvus, corvo 171, 177,191,224 salamandra, I 17, fig. 2-6
Actéon, 78-79 branca, 138 Sapo/sapo, 171-173
AdAo,50, 111, 127, fig. 4-14 doutrina cabalista da, 153 serpente/vibora, 228
Adler, Gerhard, 132n, 148n, 195n encarnaçâo e reencarnaçäo da, uroboros, 160
adversidade, usos da, 173 105- 106 vermes, 175, 180, fig. 6-7
aleto(s) integraçäo da, 165 animons, vis, 239
(afetividade) e nwrtzflcatio, ernortzficatio, 182,187-188 animus
18 8-189 quedada, 110 e coniunclio, 231
ccoagulatio, 117 eseparatio, 217, figs. 7-13, 7-14 demonios do, 64
e ego fraco, 45 translaçäo para a eternidade da, mortificarlo do, 168
Espirito Santo ou fogo etéreo 152 e possesslO, 64
como, 64 alquimia representado por sol na solutio,
imunidadea, 64 componente psíquico da, 39 68n
emortijlcatio, 168-169 compreensäo da, 32 anjos, queda dos, fig. 4-3
afogamento, 73, 172, fig. 3-14; ver concepçdes de Jung sobre a sig- Ano, Circulo do, fig. 8-4
também intmdaçôes nificaçâo da, 21-22 Anthropos, 179-180
Afrodite, 56, 73, 209, fig. 3-4 etimologia da palavra, 182 antimOnio, 39
Againenon, 118 e individuaç, 22 Antônio, 142
agathon, 203 mistérioda, 27-28 Antônjo e Cleóparra, 142
Agni, 58 natureza secreta da, 27 apathia. 143
agone, 203 origemda, 186 apeiron. 29, 32, 102, 203
Agostinho, Santo, 37en, 46en, 48, 90, perigos da, 27 Apolo, 182
155, 197,234 e psicoterapia, 25 aqua
água, 21, 67-68, 71, 87, 92-93, 95, fig. alquímica, visäo de mundo, 23-24 mirifica, 93
7-11; ver também afogamento, alquímicas, operaçóes; ver tainbérn permanens, 90,93,97
inundaçäes (dilúvio) nomes individuais sapientiae, 93; ver ianrbém orva-
divina, 97 alquimista, figs. 1-2,7-9 Lho
dourada, 234 Ambrúsio, Santo, 89 Aquino, Tomás de (pseud.), fig. 7-7
lunar, fig. 3-9 amor, 46, 57, 93, 95, 131, 235, at, operaç.Ses de, 38; ver tanthém saNi-
Mercurial, 117 239- 242 matio
operaçao da, 38; ver também so- como agente & sol saio, 74-7 5 arcanofgrande arcano, 25
litio divino, 37n arcontes planetários, 161
Penetrante, 231 transpessoal,239-242 Ares, 209
corno principio dio ni ifaco daferti- análise, ver tanibém, psicanilise como Argonautas, 74
1k/ade, 82 profissiodemorto, 187 aristeron, 203
em receitasakjumnicas, 28-29 analogia,usoda, 117-118 Aristóteles, 30, 203m, 213en
sintbolignoda, 67, 72-73 Anaxágoras, 218-219 arquetípica(s)
corno simboli, da solutio, 97, fig. Anaximandro, 29, 102,214 energia(s), 52
3-13 Anaxímenes, 29 imagem(ns), 115-116, 136
como substância geradora ou fer- andrianos, fig. 3-10 da figura parental, 115
tilizadora, 82 anima da primeira matéria, 29-30
águia, 160, fig. 4-2 e coniuncilo, 231 arquetípica, psique, 158, 186
Aion, 219 demônios da, 64 revelaçao da, no ritual mitraista
albedo, 165; ver tanthân branco/bran- mortificarlo da, 168 da individiJaçäo, [46- 147
cura e possessâo, 64 arquétipo
definida, 59 representada por Luna, 68 e desenvolvimento infantil, 115-
destruiçao da, namort4ficatio, 174 anima 116
esolutio, 94 candida, 12th ver tambérn alma indeterminaçäo, 132-133
alcoolismo, 83 branca do médico fetido, 182
alco&izaçâo, 140 média natura, 176 parental, 115
Alexander, H. B., 102n mandi, 162, 168 personalização do, 115-116
Alexandre, o Grande, 185, 247 ANIMAIS, figs. 2-2, 4-2 da Quaternidade, 205

258
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abutre/corvo, I 82 arten, 203
águia, 160, fi8. 4-2 arrependimento, 59en
aves (como símbolo de sublima- Artemis, 79
tío), 137-138, 147, 160 ártion, 203
Cordeiro/cordeiro, 49, 57, 133, ascetismo religioso, 165
173, 220 Asclépio, 182
Dragäoldragäo, 40, 42, 68, Ashmole, Elias, 17m, 202n, 216n, fig.
155-156, 161, 165, 168-170, 3-9
172, 173, 183, 189, 228-229, Asmodeu, 230
figs. 2-4, 3-9, 6-3, 8-1 Atena, 209
leao, 38-39, 109, 113, 168, 169, athn, 161; ver tambént opus
173, 177, 180-181 Atmam, 102
lobo, 38-39, 42, 114, fig. 2-1 atonwnmegethos, 218
ovelhas, 155, 224 tos(dosapósto1os), 149,162
peixe, 230 Atropos, 118
alma(s), 48, 118, 135, 138, 139, 165, peru, 156 Atwood, M. A., 72n, l67n, 177n,
171,177,191,224 salamandra, 117, fig. 2-6 204n, 232n, 246n
branca, 138 Sapo/sapo, 171-173 augmentatio, 242
doutrina cabalista da, 153 serpente/víbora, 228 áurea, secçdo (secçäo média), 213
encamaçäo e reencarnaçâo da, uroboros, 160 aurora, 165
105-106 vermes, 175, 180, fig. 6-7 Auto, Honório de, 90
integraçäoda, 165 animons, vis, 239 aves; ver tarnbém abutre, águia, corvo,
enwrt4/icatio, 182,187-188 animus peru, pomba(o)
quedada, 110 econiuncgio,231 como símbolos da sublimatio,
eseparatio,2l7, figs. 7-13,7-14 demônios do, 64 136, 138-139, 247, 159-161
translaçäo para a eternidade da, mertzficatiodo, 168 Avicena, 97, 224
152 e possessäo, 64 Avichi, 47
alquimia representado por sol na sobajo,
componente psíquico da, 39 68n
compreensáo da, 32 anjos, queda dos, fig. 4-3 Dacchae, The, 79
concepçöes de Jung sobre a sig- Ano, Círculo do, fig. 8-4 balnewn regis, 39
nificaçâc da, 21-22 Anthropos, 179-180 Banhistas, fig. 3-11
etimologia da palavra, 182 antimônio, 39 Barchusen,J. K., fig. 1-2
e individuaçáo, 22 Antônio, 142 Basilides, 219
mistério da, 27-28 Antônjo e Clad patra, 142 batismo, 129
natureza secreta da, 27 apathia, 143 corn água tunar e dragOes, fig
origemda, 186 apeiron,29, 32, 102, 203 3-9
perigos da, 27 Apolo, 182 conjunto de imagens do, em reIn-
e psicoterapia, 25
aqua çäo ao simbolismo fálico dio-
alquímica, visáo de mundo, 23-24 'ninfica, 93 nisíaco, 82
alquímicas, operaçóes; ver também pennanens, 90, 93, 97 cristâo, esolutio, 77-79
nomes individuals sapientiae, 93; ver ranibénz orva- e o dilúvio de Noé, 89
Iho e a mulher que pegava em fogo,
alquimista, figs. 1-2,7-9
Aquino, Tomás de (pseud.), fig. 7-7 44n
Ambrósio, Santo, 89
amor, 46, 57, 93, 95, 131, 235,
ar, operaçôes de, 38; ver tainbém subli- como ritual de purificado, 92-93
239- 242
maS em sangue, 57,91
arcano/grande arcano, 25 Batista, Joáo, 44, fig. 6-13
como agente de sobajo, 74-75
arcontes planetários, 161 Batnae, Jacob de, 15G
divino, 37n Ares, 209 Baucis, 24
transpessoal, 239-242
anlise, ver também, psicanálise como Argonautas, 74 Berthelot, M. PE., l4oen
profissáodcmorte, 187 atinaron, 203 Bertine, Eleanor, 89n
Aristóteles, 30, 203n, 2l3en Bessy, Maurice, 173, fig. 6-6
analogia,usoda, 117-118 arquetípica(s) Betsabá, 74, fig. 3-6
Anaxágoras, 218-219
energìa(s), 52 Bevan, Edwyn, 54en
Anaximandro, 29, 102, 214
Anaxímenes, 29
imagem(ns), 115-11G, 136 Bhagavad-gita, 217
da figura parental, IlS B1BLIA
andrianos, fig. 3-IO
da primeira matéria, 29-30 ANTIGO TESTAMENTO
anima
arquetípica, psique, 158, 186 Cántico dos Cànticos, 235
e coniuncllo, 231 revelaçâo da, no ritual mitraísta
demônios da, 64 Daniel, 43
da individtlaçäo, 146-147 Exudo, 129, 173
nwncafioda, 168
arquétipo Ezequiel, 145
eposscssâo,64
e desenvolvimento infantil, IlS- Génesis, 54,106, 176
representada por Luna, 68
anina 116 Isaías, 51, 59,127
candüth, 120; ver tainbém alma indeterrninaçäo, 132-133 Jeremias, 195
branca do médico fetido, 182 Jó, 59, 216
média natura, 176
parental, 115 Lamentaçôes, 176
mandi, 162, 168
personalizaçâo do, 115-116 I Macabeus, 149
da Quaternidade, 205 Provérbios, 127, 176
ANIMAIS, figs. 2-2, 4-2

259
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1 Reis, 211, 243 viduais
2 Reis, 149 bismuto, 95 ciuza(s), 38, 59en-61, 1 10, 122
Salinos, 51, 52, 87, 98, 127, bode, 195 tcuk2tio, 87, 160-161
175, 216, fig. 3-13 Boehme, Jacob, 54en, ¡Osen, lO9en, clSmMicos,211,fig.'?4
2 Samuel, 74 ll3en Cloto,118
Zacarias, 51 Brahman, 102 coagulatlo, 38, 67, 101, 133, 135, 164
NOVO TESTAMENTO bramaniszno,64 161,172
Apocalipse, 48, 49, 57, 91, brancn,alma, 138 agentesda, 104
235 branco/brancuralembrnnquecimento, te1um como imageas cL
Atosdosapóstolos, 149,162 45, 165-166, 167, ¡71-172, 102-103
Colossenses, 188 174, 182; ver tambbn albedo, eacarne, 111, ¡13, 124, ¡27
CorIntios, 59, 90, 179,240 aima branca, terra branca (fo- e o conjunto de imageas da corn
Efésios, SS Ijada) da, 129
Gálatas, 105,113 Breasted, James, 149en, ISOn C a criação/mitos dacriaçin, lOI
Hebreos, 194 Brehier, Emile, 306 103, 117
Joáo, 98,105,121,129,177 Bruce Codex, 54 defiwda, 101
Lucas, 54,219 Bruegel, Pieter, o velho, fig. S- 12 e o desejo incontrolável, 105
Mateus, 48, 52,108,111,192, Buber, Martin, ISSn C O desenvolvimento do ego. ¡31
194, 207, 224, 243 Budge, E. A. Wallis, 150, 151, figs. 5- ¡32
I Pedro, 89 8,6-9,7-13 edestino, 118
2 Pedro, 50 budismo,64 como!, 108-109, 133
Romanos, 111, 113, 172 Burnet, John, lO2n, 218n C omito cristão da encarnaç&
2 TimOteo, 59
APÓCRIFOS eopecadoeomal, 109-111
Daniel e Susana, 74 Cabala, 236 recoita alqulimca da, 103
Tobias,230-231 cabalistas, 153, 235, 238 e a relaçáo pais-fllhos, Ils-116
BIblia, Livro da cabeça da morte, 184, I 89, fig. 6- 14 e o simbolismo da cera, 133
Apocalipse, 48-49, 57, 91, cabeça, simbolismo da, 182-184, 189, C O simbolismo do vwIric
235 fig. 6-13; ver tanthbn cabeça 118421
Colossenses, 188 da morte substAncia da, 103
CorIntios, 59,90, 179, 240 calcinado, 37-65, 67, 122, 224, figs. 2- terra como sinônimo de, 101
Daniel, 43, fig. 2-5 2,2-3,2-S cobre,23
e Susana, 74 derivaçäo a partir do procedi- cogitait,, I 82
Efésios, 85 mento qulniico da, 37 CO&fl#iO flWtuthW, 197
Exodo, 129,176 edesejo(s), 42 cola, 205, 239
Ezequiel, 145 fogo da, 42, 59, 61 comida, imageas e simbolismo di
Gálatas, 105,113 Lino de JO como descriçlo da, 127-129, 156, 180-182
Gôncsis,54, 106,176 59n complexo(s),61, 103,161,224
Hebrcus, 194 principal característica do estágio EdiPO, 228
¡salas, 32, 48, 51, 127, 129, da, 62 .
compulsao, 105
192 processo qulmico da, 37, 62 concupiscôncia/concupircenai, 47, S
Jeremias, A., 176, 195, fig. 7- produto/produto final da, 62 61, 64, 113, ¡72, 239; ve
3 e puniçäo, 47 tainbém desejo/desejo incoa
JO, 59, 185,216 e purgatOrio, 45-46 trolável, luxúria
Lamentaçoes, 176 receita de Basil Valentine, 38 conhecimento
Lucas, 53,219 eo rei, 40-41, figs. 2-1, 2.14 filosófico, 94
I Macabeus, 149 e sexualidade, 41 "matutinO" e "notano", ¡97
Mateus, 48, 52,108,111,129, substhncia da, 62 coniuncuo, 49, 129, 172, 215, 225
192, 194, 207,224,243 Campbell, RobertJ., 126en 227247, figs. 6-8, 8-2, 8-3
I Pedro, 89 Canistris, Opicinus de, fig. 8-8 84,8-5
2Pedro, 50 Cantico dos Cânticos, 235 e amor, 239-242
Provérbios, 127, 176 caput e casamento e/ou intercursi
IReis, 211, 243 coni, 182 sexual, 233-235
2 Reis, 149 mortuwn, 182,183 concepçâodeJungsobrea,227
Romanos, 111, 113,172 carne/princIpio da came, 111, 123, e conjunto de imagens do pein
2 Samuel, 74 127, 133, 180-181,232 230
2 Timoteo, 59 castiçal(is), ¡32-133; ver também cera definida, 227
Tobias, 230 ceia, última, fig. 4-IS inferior, 228-231
Zacarias, SI Céleo, 59 e o ego, 231
BIblia/Sagradas Escrituras; ver também cera, 133 produtoda, 228
Antigo Testamento, Novo ceraçäo, 95; ver tapnbén, nwnsflcaS I
inferior e superior diferenciados
Testamento Cérbero, fig. 1-4 227
e conjunto de imagens da co- Charles, R. H., 121n e luxúria, 228-230
mida, 129 Chaucer, lO9en emorte,228-230
e conjunto de imageas da pu- chemin, ¡82;verta,nbbnkhan enudt4,licatio,242-243
trefactio, 176- 177 Christ.imitaSnof, 173 e a Fedra Filosofal, 231-232
e simbolismo das cinzas, 5% Chrysostom, Dio, 86 242.246
biblicas, personagens: ver nomes indi- chumbo, 23, 103-104, II ¡ e psicoterapia, 223-224
superior, 231-247

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viduais
bismuto, 95 chiza(s), 38, S9en-61, 1 10, 122 trêsestágiosda, 187-188
bode, 195 cfrcukitio, 87, 160-161 e a uniáo dos opostos, 232-236
Boelmie, Jacob, 54en, lOSen, lO9en, cismáticos,211, fig. 7-8 consciência, 158, 178, 203, 214, 232
113e,, Cloto, 118 centros da, 39
Brahman, 102 coagulatlo, 38, 67, 101, 133, 135, 160, diferenciaçáo da, 188
bramanismo, 64 161, 172 espaço para a, 203
)ranca, alma, 138 agentes da, 104 evoluçäo da, 28
branco/brancura/embranquecimento, batedun como imageas da, força impulsionadora da, 105
45, 165-166, 167, 171-172, 102- 103 masculina, 113
174, 182; ver ta,nbém albedo, eacarne, Ill, 113, 124, 127 natureza e, 28
alma branca, terra branca (fo- e o conjunto de imagent da comi- objetiva, 40
liada) da, 129 onigem e o cnacimento da, i 85
Breasted,James, 149e,,, 150n e a criado/mitos da criaçäo, 101. pnincípio diretivo da, 39
Brehier, Émile, 30n 103, 117 doprópriomal, lii
9ngce Coda, 54 definida, 101 e a psique individual, 29
Bruegel, Pieter, o velho, fig. 5-12 e o desejo incontrolável, 105 pun, 102
Buber, Martin, 155n co desenvolvimento do ego, 131- sementes da, 178
Budge, E. A. Wallis, 150,151, figs. 5- 132 Consurgens,Aurora, 224, 235, fig. 7-6
8,6-9,7-13 cdestino, 118 conteddo e do continente, problema do,
budismo, 64 co mcl, 108-109, 133 75
Burnet, John, 102n, 218n e o mito cristáo da encarnaçao, Cook, A. B., 15m
123 Cordeinolcordeiro, 49, 57, 133, 173,
eopecadoeomal, 109-ill 235
Cabala, 236 receita alquímica da, 103 Bodas do, 235
abalistas, 153, 235, 238 earelaçäopais-filhos, Ils-116 pascal, 173
abeçadamorte, 184,189, fig. 6-14 eosimbolismodacera, 133 CORES;vertambbnoum,prata
abeça, simbolismo da, 182-184, 189, e o simbolismo do vestuario, escurecimento, 165, 176
fig. 6-13; ver tombEnt cabeça 118-121 neglo/negrume, 40, 45, 71, 127,
da morte substAncia da, 103 136, 165, 166-168, 171-172,
,aith,aS, 37-65, 67, 122, 224, figs. 2- terra como sinônimo dc, 101 174, 176, 182-184, 190
2, 2-3, 2-8 cobre, 23 nigredo, 45, 71, 165, 174, 176,
derivaçao a partir do procedi- cogitatio, 182 182-183, 189, 190, 197
mento químico da, 37 cognitio matutina, 197 rubedo, 165
e desejo(s), 42 cola, 205, 239 vermelholvermelhidáo/avemae-
fogo da, 42,59, 61 comida, imagens e simbolismo da, ihamento, 90-91, 165, 171-
Lino de JO como descriçâo da, 127-129, 156, 180-182 172, i82
59n complexo(s), 61, 103,161,224 Connford, F. M., 117, 214en
principal característica do estágio de Edipo, 222 Corénis, 182
da, 62 compulsâo, lOS corpo; ver tombEnt carne/principio da
processo químico da, 37,62 concupiscêncialconcuptccentia, 47, 56, carne como perfeiçäo do, na
produto/produto final da, 62 61, 64, 113, 172, 239; ver sublimatto, 135
e puniçäo, 47 wmbbn desejo/desejo incon- corvo/abulte, 182, 193; ver tainbém
e purgatOrio, 45-46 trolável, luxdria corvus
receita de Basil Valentine, 38 conhecimento corvus, 182; ver tumbEn. corvo/abulte
co rei, 40-41, figs. 2-1.2-14 filosófico, 94 cránio, ¡83-185; ver tombEnt simbo-
e sexualidade, 41 "matutino" e "notmno", 197 lismo da cabeça, cabeça da
substância da, 62 coniunctio, 49, 129, 172, 215, 225, morte
Campbell, Robert J., 126e,, 227-247, figs. 6-8, 8-2, 8-3, cniaçâo
Canistris, Opicinus de, fig. 8-8 8-4, 8-5 ecoaguiatio, 101-102
Cántico dos Cánticos, 235 e amor, 239-242 mitos da, 67, lii, 117,199,201,
nput e casamento clou inteiturso 219
corvi, 182 sexual, 233-235 em receitas alquímicas, 28-29
,nortuu,n, 182,183 concepçao de Jung sobre a, 227 segundo PIatlo, 117
rneiprincípio da came, 111, 123, e conjunto de imagens do peixe, e separatio, 204-205
127,133,180-181,232 230 dos seres humanos, 110-Ill
astiçal(is), 132-133; ver tombEnt cera definida, 227 sete dias de, 197
zia, dltima, fig. 4-15 inferior, 228-23 i sïmbolismo da, 197
Céleo, 59 co ego, 231 criança
xii, 133 produto da, 228 desenvolvimenta da, 114-115
ceraçäo, 95; ver tombEnt mortificatio inferior e superior diferenciados, dos filósofos, 180-181
Cérbero, fig. 1-4 227 imagem da, 31
Charles,R.H., 12m e luxOns,, 228-230 lobo, 114
Chaucer, 109es, e morte, 228-230 cristâo/cristianismo
chen,ia, 182; ver twnbmm khan emulüp&qS, 242-243 conjunto de imageas da coniunc-
Chrtrt, Imitation of, 173 e a Fedra Filosofal, 231-232, tio, 235
Chrysostom, Dio, 86 242-246 mártires, 155
chumbo, 23, 103-104,111 e psicoterapia, 223-224 místicos e misticismo, 155, fig.
superior, 231-247 5.9

261
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mito da encarnaçâo, 121 Dtucaliào, dildvio dc, 86-87 Shu, 201 fig. 7-3
,

enwriîcaäo, 189 Dci's Sol, 68en, 71, 113, 168-169


eosperigosdapráticaindjgnada ealquimia,24-26,flg. 1-2 233, 234, figs. 6-3. 7-6, 8-4
alquimia. 27 atualùaçâo de. 195 8-5; vertambém Hólio
eo principio dionisíaco, 85 cabeça de, 219 Ztus, I 1O 234 243
C O sacramento da comunhic, Ccoaguhulki 101 d2Ve'Ut, 154
sas 129 conccitode.segundojung. 133 dexton, 203
Diabo/diabo(s). 63, 127, 165, 230.
simbolismo, 219 COflhtapflte feminin de, 176
esohaio77,79 ecriaçäo.fig.7-1 figs. 2-13, 4-IS; ver flubS,
esubthnatio, 156. 162 e logo, 52 L6ciler, Mefistófeles, pfrit*
Trindadc,dogmada,213 imagemcoletivade, 171, 197 deSatanás
e o uso do mcl, 108-109, 133 e mitos do dilúvio, 86-91 99 C alquimia, 25
animuseanima,64
,

Crislo;vertambbnjesus emortalidade, 185


doApocalipse,fig.7-5 monede, 196-197 epsicoterapia,25
ascensfiode, 149, 162, 176 eaopus,24-25 C simbolismo do enzofre, 104
batismo dc, 92-93 esubli.natio, 144 105
sobre batismo e reuascimento, ver klPflbéflt DEUSES, INDI- 64, 125, 127
177-178 VIDUAIS, deusas, DEUSAS, Diana, fig. 3-8
ecakinasio, 52 INDIVIDUAlS Dickinson, Emily, 116-117e
comparado corn Osiris, I 89 C ego, 23 ¡rae, 49
crucifixâo dc, 83, 234, figs. deusa(s); ver tamb&n deus(es), DEU- Dieterich, A., 53n, l4tn
4-11,7-12,8-3 SES, INDIVIDUAlS, DEU- dionisíaco(a)
cruz de, 156 SAS, INDIVIDUAlS cflatlVIthdC, 83
princIpio, 82, 83-85
encarnaçâs de, 121-127
espiritualidade de, 232
da Discórdia, 209
do nascimento, I 18 °"° lIUtO de, 79, 82, 85, 1 10_111
dissociaçâo, 143, 144
flagelaçâo de, fig. 6-15 da Verdade, 222
e o logo, 45-47, 53 DEUSAS INDIVIDUALS divina, água, 98
'b0, Encamaçäo do Logos, 121
,

como fundamente peasoal, 45-46 Afrodite, 56, 73, 209, fig. 3-4
imageus de, 196 Artemis, 79 Djed,coluna, 152
como Logos-Cortador, 205, 207 Atena, 209 docura; ver mcl
comal,l11 Cloto,118 doençamcntal,143
ndpcias com a Igreja, 235 Deméter, 59 donjuanismo, 84
Paixâo dc, 192, 196, 219 Destino, I 18 Doit Gustave, figs. 2-7, 2-IO, 3-12
comopão, 129 Diana, fig. 3-8 5-6,5-11,7-8,8-6
Como Pedra Filosofal, 98 Ens, 209 Gerhard, 94, 108, 183, 187-188
ressurreiçâo dc, 176 Hebt, 1 18 dourada, água, 234
Como sardotc, 194 Hera, 47, 86, 1 18, 189, 209, 234, Dragio/dragâo(ócs), 40, 42, 68, 155
sanguede,85,91 243 156, 161, 165, 168, 170, 172
Segunda Vinda dc, 50 Hésfia, 86 183, 189, 228, figs. 2-4, 3-
e o simbolismo do cnxofre, 103, Láquesis, 118 6-3,8-1
105 Luna, 68es,, 71, 1 13, 233-234, vicio das, 84
e a difimaccia, fig. 4- 15 figs. 6-3, 7-6, 8-4, 8-5 dupla quartenidade, 127
cnicifixào, 132, figs. 4-Il, 4-12; ver Maat, 222 Durer, Albrecht, figs. 2-12, 4-6, 4-8
tambên Cristo, crucifixio dc, Perséfone, 59 4-14,6-li, 7-5
culpa, ill Vénus, 23, 73, 152 197
Cumont, Franz, 47en, Sin DEUSES, INDIVIDUÁIS
Agni, 58 Eckbart, Meister. l95en
Apolo, 182 Edinger, Edward, F., 39n, 59e, 85e
Daniélou, Jean, 58e, 102e Ares, 209 158e, 173n, 189e, 218n, 246e
Dante, Alighieri, ISóen, 2lIcn. 240, Dioniso, 79, 82,85,110-111 Éd1po. 189
241e, fig. 5-11 Eros, 73,41 242 complexo de, 228
Dante,Paj'adiro dc, 156 Ueb, 201-262, fig. 7-3 Efraim, 44
Davi, 49, 74 Hélio, 74 egIpcio(a)
Dejamra, 57 Hórus, 151 176
Delacroix, E., fig. 4-7
Deméter, 59
Demófon, 59
Júpiter, 23, 152
Marte, 23, 152, 153
Mercúrio, 23, 152

mito da criacâo, 200-201
da translaçáo, 149-151
religiäo eseparatio, 224
demOnio(s); ver Diabo/diabo(s) Mitra, 53, 133, 146 Egito, antigo, 178, 186
derrelimento, 95-96; ver twnbéin I Nut, 201-203, fig. 73 ego, 32, 39-40, 48, 76, 99, ¡03, 162
quefactio Osiris, 79, 93, 151-152, 178, 170, 186, 188, 189, ¡91, 214
derrotacfracasso, 189
i

218
184, 186, 189; 222, figs. 5-8,
desejo/desejo incontrolável, 42, 61, 6-9 atitude do, 23
62, 6364, lOS, 122, 228-229, Posídon, 86 e calcinatlo, 63
230; ver lambS,. concupis- Rá, 150-Ist ecoagulasio, 101,103,112-113
céncia, luxdria Saturno, 23, 104, 108-109, 113, ComPonentes arquetípicos do, 23
auto-erótico, 40 152, 156
ecoagulasio, 105 Seth, 151 econiunctio, 230
Destino(dcsüno, 118-119 Shiva, fig. 2-Il . consciência do, 45,143

PDF compression,
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)eucaliáo, dilúvio dc, 86-87 Shu, 201, fig. 7-3 criaçIo do, 30
Deus Sol, 68cn, 71, 113, 168-169, desenvolvimeato do, 106, 108,
e alquimia, 24-26, fig. 1-2 233, 234, figs. 6-3, 7-6, 8-4, Ill,115, 131-133
atualizaçâode, 195 8-5; ver também Hélio destruiçAo do, 84
cabeça dc, 219 Zeus, 110, 234, 243 e diferenciaçäo entre sujeito e
ccoagulatio, 101 deve/cia, 154 objeto, 203-204
conceito de, segundo Jung, 133 dexion, 203 encarnaçáo, 181
contraparte femmina de, 176 Diabo/diabo(s), 63, 127, 165, 230, e imagens de comida, 127
ecriaçâo, fig. 7-1 figs. 2-13, 4-15; ver também e imagens do Mar Vermetho, 90-
efogo,52 Lücifer, Mefistófeles, espirito 91
imagemcoleüvade, 171,197 de Satanás do inconsciente, 247
e mitos do dilúvio, 86-91,99 e alquimia, 25 infantil, 69
cmortalidadc, 185 animus e anima, 64 inflamado, 43,73
morte dc, 194L197 e psicoterapia, 25 emal, III
e a opus, 24-25 e simbolismo do enxofre, 104- neurótico, 69
esublònatio, 144 105 e o principio dionislaco, 84-85
leus(es); ver também DEUSES, INDI- diamante(s), 64, 125, 127 e o principio diretivo do cons-
VIDUAIS, deusas, DEUSAS, Diana, fig. 3-8 ciente, 170
INDIVIDUÁIS Dickinson, Emily, 116-117n e psicoterapia, 243-244
eego, 23 Dies hue, 49
Dieterich, A., 53n, 146n
epuniçao, Ill
kuss(s); ver também deus(es), DEU- purificaçao do, 54
SES, INDIVIDUAlS, DEU- dionisíaco(a) como rei, 72-73
SAS, INDIVIDUAlS criatividade, 83 e separado, 219
Discórdia, 209
cia
princIpio, 82, 83-85 co Si-mesmo, 132, 234
donascimcnto, 1X8 Dioniso, mito de, 79, 82, 85, 110-111 e solaS, 68-69, 79-80, 87, 96
dissociaçâo, 143, 144 valortranspessoaldo, 122-123
da Verdade, 222
divina, Agua, 98 ego, condiçio dc
DEUSAS, INDIVIDUAlS
Afrodite, 56, 73, 209, fig. 3-4
Divino, Encarnaçâo do Logos, 121 aspectos crirninosos da, 111
Djed, coluna, 152 funçäo redentora da, 124
Artemis,79
doçura; ver mcl egocentrismo, 170
Atena, 209
doença mental, 143 egoísmo, 96
Cloto, 118
donjuanismo, 84 Eisler, Robert, 109n, 133n
Deméter, 59
Doré, Gustave, figs. 2-7, 2-10, 3-12, elementos, os quatro, 30, 49, 86, lOI,
Destino, 118
Diana, fig. 3-8
5-6, 5-lI, 7-8, 8-6 122, 204-205, 23 1-232
Ens, 209 Dorn, Gerhard, 94, 108,183,187-188 Eleusinos, Mistérios, 27,92
Hebt, 118 dourada, Agua, 234 Eléusis, 59
Hera, 47, 86, 118,189,209,234, Dragâo/dragäo(öes), 40, 42, 68, 155- Eliade, Mircea, 43en, 78en, lOin, 146n
243 156, 161, 165, 168, 170, 172, Elias, 149, 176, fig. 5-6
Héstia, 86 183, 189, 228, figs. 2-4, 3-9, Eliot,T. S., S6-57n, 191
Láquesis, 118 6-3, 8-1 Eliseu, 149
Luna, 68en, 71, 113, 233-234, drogas, vicio das, 84 elixir, 243
figs. 6-3, 7-6, 8-4, 8-5
dupla quartenidade, 127 "elixir vitae",97
Mast, 222
Durer, Albrecht, figs. 2-12, 4-6, 4-8, Emerson, Ralph Waldo, ll3en, 144en,
Perséfone, 59 4-14,6-11,7-5 176en, 2lSen
Vènus, 23,73, 152, 197 Empédocles, IlOen
DEUSES, INDIVIDUAlS enanáa, 203
Agni, 58 Eckhart, Meister. 195en encarnaçäo, 105, 113, 118, 123-124,
Apolo, 182 Edinger, Edward, F., 3%, 5%, 85n, 131,133,148,160,181
Acts, 209 l58n, l73n, 18%, 218n, 246n Enobardo, 142
Edipo, 189
Dioniso, 79, 82, 85, 110-Ill Enoque, 145
Eros, 73, 41, 242 complexo dc, 228 livro de, 121
Ueb, 201-202, fig. 7-3
Efraim, 44 Enoque. Segredosde, 145
Hélio, 74 egipcio(a) enxofre, 103-105, 227
Húncis, 151
esnbalsamamento, 176 eremoun, 203
Júpiter, 23, 152
mito da cniaçäo, 200-201 Ens, 209
Marte, 23, 152,153 mito da translaçao, 149-151 Eros, 242
Memúrio, 23, 152 religiâo e separaflo, 224 princIpio de, 73
Egito, antigo, 178, 186 como reino do princIpio femini-
Mitra, 53, 133, 146
ego, 32, 39-40, 48, 76, 99, 103, 162, no, 40
Nut, 201-203, fig. 7-3
170, 186, 188, 189, 191, 214, simbolizado como sal, 61
OsIris, 79, 93, 151-152, 178, 218
184, 186, 189; 222, figs. 5-8, Escada / escada, simbolismo da, ¡SI-
atitude do, 23 152, 153-156, 163, figs. 5-8,
6-9 e cokthatth, 63
Posidon, 86 5-9,5-11
ecoagulasio, lOI, 103,112-113 esferas planetArias, 152-154, 161, fig.
Rl, 150-151 componentes arquetípicos do, 23,
Saturno, 23, 104, 108-109, 113. 6-14
68 espadaa/lâminas/correntes, 205-207,
152,156
econiunctio, 230 211, figs. 7-2, 7-4
Sedi, 151
consciência do, 45, 143 espirito(s)
Shiva, fig. 2-II

263
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do ano, 189 204-205, figs. 2-6,2-9,2-11
coagulaçäo do, 97, 117-118, berth, imagens associadas corn o, 171
como árvore da vida, 54 189
132-133 associado coni Dcus, 52
consolidaçao do, 97 astralenatural, 117 hcói-soL 189
divindades planetárias como, 23 Hesíodo, 59n
banbo de, 59 Héstia, 86
da prima nyfteria, fig. 2-6 da cakinatio, 42-49, 61, figs.
e separatio, 216-217 heteromekes, 203
2-4,2-5 hierosgamos, 238
sublimaçãodo, 135, 142,143 como cal viva, 37cn
dasublij'natio, 156 Hilas, 74, fig. 3-5
dois tipos dc, 53
transpessoal, 104 hinduísmo/bindu
dominio do, 43 ecoagulatio, lOI
como vento escondido, 228 energias arquetípicas como, 54
Espirito Santo, 54-56, 160, 177 e logo, 58
e o Espirito Santo, 54
como afeto, 64 mito do dildvio, 102
etéreo e terrestre, 64 Hinsie, LelandE., 136en
como foga etéreo, 64,97 operaçôes; ver também calcinado
Esquilo. 61, £18 Hipólito, 219en
pensamento hindu, 58
esquizofrenia, 116 Holbein, Hans, figs. 6-4, 6-14
puniçäo pelo / como puniçao, 46- Holmes, Oliver Wendell, 118
estanho, 23 55, fig. 2-7
Estitita, Simeâo, fig. 5-10 Hórus, 151
como purificador e separadoT da
estóicos/estoicismo, 50, 53, 143, 188 Howell, Alice, l48n
alma, 52
estrela(s), 93, fig. 8-7 sacrificaI, 57-58
damanliä, 197 como sangue, 57
da noite, 197 laliweh, 51, 54, 5%, 185, 216, 219
simbolismo do, 38-39 235
eternidade foliaçâo, 142; ver tombéra terra branca
significado psicológico da, 157- (foliada)
ltthlico, 8,5%
158 Forma/forma(s), 113 lChùig,95, l45en, 175,243
simbolismo da, 146-155 id, 136
aquosa, 72 idealismo, 143
translaçaopai-aa, 152 e batismo, 78
etíope/Etíope negro, 42, 183 Ifigêtha, 118
eterna, 115, 143 Ilíada, 52, 234
Eucaristia, 129,133,136 e matéria, 30, 133
Eurípides, 79 platónica, 136 imageas; ver kimbérn assuntos específi-
euthu, 203 Freeman, Kathleen, 61e, 7Th, liOn oes
Eva, 111, 127, fig. 4-4 Freud, Sigmund, 136 dc afogamento, 72-73,76
Evans-Wentz,W.Y., 105 Frey, Liliane, 146 de animais; ver ANIMAIS
exhydrargyrosis, 140 Frost, Robert, SOen, 215cc astrológicas, ¡61
êxodo, 90-91 funçóes, as quatro, 30,205 de urna criança, 30
extraçao, 215-216 de espadas, 54
enraSo, 215 fantasia, 39
Eyck, H. Van, fig. 7-12 Geb, 201-202, fig. 7-3 dtnornflcatio, 165-166
Gedeão, orvalho dc, 93 de planetas conio niemals, 23
Gláucia, 57 depuirefacdo, 174.175
Faetonte, 86 gludnummundi, 239 deroupas. 118, 121
falo, 82, 147 clesublimaçâo, 137, 162
gnosticisinofpensamento gnóstico, I, imortalidade, 146
fantasias alquímicas, 227 53, 54, 90,110,179,180,194,
fantasiosas, inlagens, 39 207 incenso, 230
faraó, exército dc, fig. 3-14 Goethe, 8Th, 103e, 185n, 194 incesto
Fausto, 485 e solado, 68
Golden Treatise of ¡-ternes, 72, 204
Fedra, 118 Goodenough, Erwin R., 53n urubórico, 69
fel, simbolismo do, 230-23 1 glaça, 93 inconsciente, 119, 133, 175, 188, 191,
feminino Grant, Robert M., 53n 195, 205, 228, 246
arquetípico, 79 Gray, Thomas, 188 como água, 72-73
princípio, 68, 113-114 coletivo, 186
grilhôeseprisäo,motivode, 111 deicida, 68
ft religiosa, 161,196
ferro, 23, 150-151, 155 indiferenciado, 30
Figulus, Benedictus, 30n, l76n, 177n, Hades, 49', 93, 168; ver toenbém inferno maternal, 228
23 In Hamlet, 109, 184 como pecado, 90
Eilemoa e Baucis, 24 Harding, Esther, 39en, 233-234n psicologia, 21-22
fllho-ego, 228 Harding, Santo Estêvao, fig. 2-5 psique, 21
e Si-mesmo latente, 76
Hassidismo, 155
macrocasmi, 161 Hastings, James, 47n, SOn, Sin, 87n e simbolismo do Mar Vermeiho,
phhlosophorwn, 162, fig. 4-1 Hayes, Dorsha, 45n 90-91
Filo, 22en, 204, 205 Hebt, 118 increatum, 32
filosofal Hélio, 93 indígenas, norte-americanos
água, 97 hen,203 mitosdecriaçáodos, 101-102
terra, 173, 177 Hera, 47, 86, 118, 189, 209, 234, 243 individuaçKo, 22, 103, 121, 129, 133e
Fitzgerald, Edward, 94n Héracics, 57, 74, 149 158, 172, 187, 214, 218, 239,
Pirado, 123; ver tambim coagulado Heráclito, 29,50, 6m, 72, 209 242-243
fogo, 30, 37, 40, 43-44e, 45, 46, 48, e alquimia, 22
Hennegic, Museum, 52n, figs. l-1,6-10
92, 117, 136, 149, 171-172, Herodes, 173 como processo de criaçáo do
muado, 29
264
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204-205, figs. 2-6, 2-9, 2-il herói, imagens associadas corn o, 171,
como árvore da vida, 54 individuo, coletivizaçáo do, 79
189 infantil,inocência, 173
associado corn Deus, 52 herói-sol, 189
astrale natural, 117 inferno, 39, 47-48, 97, 105; ver tam-
Hesíodo, 59n Hades
banho de, 59 Héstia, 86
bérn
da calcinatlo, 42-49, 61, figs. Inferno, de Dante, 2i1
heteromekes, 203 inflaçáo, 83
2-4, 2-5 hierosgamos, 238
como cal viva, 37en solipsista, 29
Hilas, 74, fig. 3-5 inocência, 31, 93, 173, fig. 6-6
dois tipos de, 53 hinduísino/hindu
dominio do, 43 instinto(s) 136, 189
ecoagt4atio, 101 banhode, 80
energias arquetípicas como, 54 e fogo, 58
co Espirito Santo, 54 poder do(s), 170
mito do dilúvio, 102 interior, parceiro/companheiro, 192
etkreo e terrestre, 64 Hinsie, Leland E., i36en
operaqóca; ver tambérn calcinatio intuiçäo (flinçêo), 30, 205
Hipólito, 219en inundaçÓes (dilúvio) e inundar, 50, 86,
pensamento hindu, 58 Holbein, Hans, figs. 6-4,6-14
puniçáo pelo / como puniçäo, 46- 101-102, fig. 3-12
Holmes, Oliver Wendell, 118 ver ta,nbém afogamento, água
55, fig. 2.7 Hórus, 151
-
como purificador e separador da ion, 194
Howell, Alice, i4ßn Ions, Veronica, 201e
alma, 52
sacrificaI, 57-58 im, divina, 49, 5i-52en, 62
como sangue, 57 Isis, 79, 93, 151
Iahweh, 51, 54, 5%, 185, 216, 219, Isolda, 69
simbolismo do, 38-39 235
foliaçao, 142; ver também terra branca fsquis, 182
lâmblico, 58, 5% israelitas, 176
(foliada) IChing, 95, i45en, 175, 243
Vorma/f arma(s), 113 Ixiäo, 47
id, 136
aquosa, 72 idealismo, 143
ebatismo,'78 Ifigênia, 118
eterna, 115,143 Jacoby, E., fig. 2-9
ilíada, 52, 234 Jaffé, Atela, IO4en
e matéria, 30, 133 irnagens; ver também assuntos específi-
platÓnica, 136 Iames,M. R,,49n,51n, 123
cos Jasâo, 57, i87
Freeman, Kathleen, 6m, 72n, I lUn de afogamento, 72-73, 76
Freud, Sigmund, 136 Sesos, 31, 176. 193-194; ver também
de annum .. ver ANIMAIS Cristo
Frey, Liliane, 146 astrológicas, 161
Frost, Robert, SOen, 2 ¡Sen como separador doe objetos cria-
de urna criança, 30 dos, 219
flmçöes, as quatro, 30,205 decapadas, 54 Jesuspatibths, I 23
fantasia, 39 JoäodaCruz,Sao, i76-t77n
demornficat/o, 165-166 bao, São, 9, 61, 98
Geb, 201-202, fig. 7-3 de planetas como metais, 23
Gedelo, orvallio de, 93 Evangelista, fig. 2-12
Gláucia, 57
deputrefactio. i74-i75 Evangeiho de, 98, 177
deroupas, 118,121 Jonas, Hans, i23n
glut/awn muniE, 239
desublimaçäo, 137, 162 Josephus, SOen
gnosticism&pensamento gnóstico, 1, imortalidade, 146
53, 54, 90, 110, 179, 180, 194, Judas, 113, fig. 4-15
incenso, 230 Julio Final
207 incesto
Goethe, 82.., 103n, 185n, 194 e imageas do foga, 48-1
e solario, 68 e simbolismo da separarlo, 221,
Golden Treatise ofHermes, 72, 204 urubórico, 69
Goodenaugh, Erwin R., 53n 224-225, figs. 7-i2, 7-13,
inconsciente, 119, 133, 175, 188, 191, 7-14
glaça, 93 195, 205,228, 246
Grant, Robert M., 53e Jung, C. G., 23n, 28n, 2%, 3in, 34en,
Gray, Thomas, 188
como água, 72-73 38n, 42n, «n, 53n, n, 67n,
coletivo, 186 68n, 7m, 73n, 90n, 103n,
griihdes e prisäo, motiva de, 111
descida, 68 iI8n, t69n, 205n, 215n, 2i8n,
indiferenciado, 30 225n, 228n, 234n, 246e,
Hades, 49 93, 168; ver twnbézn inferno
maternal, 228 247en, 248n
Hamlet, 109, 184 como pecado, 90 alquimia, 21-22n, 32,34
psicologia, 21-22 amargor, 231
Harding,Esther, 39en,233-234n psique, 21
Harding, Santo Estìväo, fig. 2-5 amor transpessoal, 24l-242en
e Si-mesmo latente, 76 árvore da vida, 195
Hassidismo, 155 e simbolismo do Mar Vermeiho,
Hastings, James, 47e, SOn, Sin, 87n cabeça oracular, 183-184
Hayes, Darsha, 45n 90-91 cinzaevidro,59n
Hebt, 118 increatum, 32 cirtulatio, lôien
Hélio, 93
indígenas, norte-americanos coagulasio, 103-lO4en
mitos de criaçâo dos, 101-102 companheiro interior, 192en
hen, 203
Hera,47, 86, 118, 189, 209, 234,243 individuaçäo, 22, 103, 121, 129, 133, compreensäo alquímica da maté-
isa, 172, 187, 2t4, 218, 239,
Héracles, 57, 74, 149 ria, 21
242-243 compuisâo, tO5en
Herklito, 29,50, Ña, 72, 209 e alquimia, 22
Henneric,Museum,52n.flgs. l-i, 6-10 como processo de criaçâo do
conhecirnento "matutino e notur-
Herodes, 173 no", i97en
mundo, 29 coniw.ctio, 232

265
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culpa, I I in jus, 214 Macintyre, C. F., i42n
Deus, 133 Jusüça/justiça. 2i4, fig. 7-10 Macrobius, iO6n, 152en
desejo incontrolável, 63-64 Mât, Grande, 69
diferença entre as afitudes crista e Magist&io, 27
alquímica, 16m Kaiwn, 203 Grande, 246
dissoluçäo na identificaçâo corn kampulon, 203 nugnésio. t03, i77
os poderes criadores, 83en Kaxantzakis, Nikos, Son Maier, Michael, 225m, figs. 2-I, 2-(
distinçâo entre a lé religiosa e a Keats,John,209 2-8, 2-14, 3-iS, 4-I, 4-4
atitude alquímica, i96en Kelly, Edward, 30n, 67n, 75n, 97en, 6-3, 7-2, 8-1
emoçöes,il8en 142n,217en,224on mai, 109, 1t1,167,i89,2i9
enegiecimento, i77en Kempis,Thomas,48n, 173 Malkouth, 236
Eucaristia, t29en Kerényi, C., i82en mandala, fig. 8-8
experiancia da treva, 192en Khay»rn, Rubalyat de Omar, 94 Mandata, 102
Freud, 136en khem, i82; ver também chemia Maneros, 79
gnosticismo, 9Oen King, Edward, 209 maniqueus/maniquefsmo, 65, 123
imageas do afogamento, 72en Kinoumenon, 203 Manu, 102
iznagenseemoçôes. Il8en Kirk,G. S.,209n Maomé, 145
indeterminaçao dos arquéti- ku/zu!, 103; ver twnbbn chumbo Maria, Virgem, 123, 149, figs. 4-6,4
Pos, 132cn Kunz,G.F., 127 9, 5-5, 5-7
individuaçao, 133en, I4óen tolles, M. de, fig. 1-3
interpretaçâo dos sonhos, 98en Marselba, Tarôde, figs. 7-4, 7-10
Jo e Iahwch, iBsen Iamentaçäo, 217 Marte, 23, 152
o mal, I i len láminas aijadas, 205, 207, fig. 7-2; ver martelai, significado e simbolismo dc
mortalidade, 185 tainbém Logos-Cortador 142
morte e cadáveres, 179en, ISOen, landshut, Mair de, fig. 6- 15 masculino, o principio, 39,68
185en, 186en, 187-188en LaoTsé, 95 mater, 113; ver também matdria
morte do corpo e da personalida- lapL, 232 mat6ria, 31, 113, 122, 143
de do ego, 147en 5'dius, 49n t alquimia, 21
morte do dragâo, 168
rnørtiflcatio, l68en, 172en, 182
negnime. 182en
Pt
p,uzosopnorum, 49n; ver também

Láquesis, 118
Filosofal
atenuado da, 140
e forma, 30
ei,ul, Ill
os opostos, 221en, 232en leao primeira, 29-30; ver twnbbn pii
a opus, ióScn, 176 e calcùsatio, 38-39 ma-materia
Paixán de Cristo, 219en
personalidade, 84,244en
ecoagulatio, iii, 113
emonjficazio, 168-169, 173, 180
Pc° da, do espirito, 217
sofrimentoda, 165
possessáo, lOSen Lcar,Reì,189-191 Iransformaçáoda,30
principiofeminino, 114 ¡eUkOSiÇ, 165 ViVa, 132
psicoterapia, 244 liberdade, fig. 4-7 materialidade, principio da, 122
puniçäo e tormento, 49n libido, 38, 95, 108, 184, 203, 216 Mathers, S. L. MacGregor, 237n
ritual mitraista de iniciaçâo, formas infantis da, 169 Mead, G. R. S., 54m
146en liquefactio. 95 Medóia, 57
oRosañunt, 181 lobo, 38, 39, 42, fig. 2-i medo, 176
sacrificio, l99en como antimônio, 39 Mefistófeles, Espirito dc, 103
separaflo, 21%, 221 -crianças, 114 mejo-termo, 213
simbolismo da cabeça, 182en, Logos, 32, 53, 204, 207 niel, 108-109, 133, 228
183-184 Divino, 121 Melchior, 42m
simbolismo do corpo e negrume. Logos-Cortador, 204, 205,215 Ménades, 79, 84
l82en Longfellow, Henry Wadsworth, 162 14W0, 183, 187-188
simbolismo do enxofre, 104- loucura, 189,191 Mercúrio, 23, 103, 113, 152,168
lOSen lua, 23, 79, 93, 113, 142, 169, mercúrio (azougue), 23, 68, 103, I4
simbolismo do logo, I ISen 180-181, 225, 227, fig. 4-6; 227
simbolismo da loa e do orvalho, ver tainbém Luna Mercantis, 205, 215, fig. 5-5
93 como aqua rr'S)., 93 Mesaque, 43
simbolismo do mcl, 108-iO9en Luciano, 47 Messias, 175,193
simbolismo do sai, 6len Ldcifer, 197; ver também Diabo/dia- melts, 23, 30, 39; ver também nonc
Si-mesmo, 133 bo(s), SataMs individuals
Si-mesmo e ego, 188 Lucrécio, 239en e coniunctio, 227
sofrimento e cmcifixao de Cristo, Luna, 68n, 7m, 113, 233-234, figs. 6- dissoluçao dos, 173
194 3, 7-6, 8-4, 8-5; ver também "leprados", 192
soluijo, 74-75en, 77en, 96en, Lue nobreza dos, 95
98en, 99cm Luxdria, 75, 228-230; ver também pro smiiiento químico dos, 68
sonho de, sobre a árvore da vida, concupiscência, desejo/desejo 96
195 en inconuolável purificaçào dos, 50-51
sublimaçäo e visáo da sublin,atio como agente dasohszio, 74-75 1ismutao dos, 96
de, 136, 156-161cm Lycidas, 209 tvtetanira. 59
visáo da coniuncrio, 237-239en Meydenbach, J., fig. 6-7
uniomentalis, 187-188 Michelangelo, 56en
Júpiter, 23, 152 Mat, 222 Michelspacher, Steffan,fronùpkio

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fr142 OCR, web optimization using a watermarked evaluation copy of CVISION PDFCompressor
fts,214 Maclntyrt, C. F., t42n Miguel, o arcanjo, fig. 7-14
Justiçaljustiça, 214, fig. 7.10 Macrobius, tO6n, IS2cn
I

Miltan,ilPenseroso de, 144


Mac, Grande, 69 Milton,Jotm, IO6en, 144-145, 209
Magistério, 27 Misas Negra, 129
Kakon, 203 Grande, 246 mislétios alquímicos, 27-28
kanion, 203 magnésio, 103, 177
'

mitos; ver twnbbn DEUSES. DEU-


Kazantzakis,Nikos, 50n Maier, Michael, 225n, figs. 2-1, 2-6,
I

SAS
2-8, 2-14, 3-15, 4-1, 4-4, tActn,79
I

Keats,John,209
Kelly, Edward, 30n, 67n, 75n, 97en, 6-3, 7-2, 8- I sobre a Igua, 72-74
142n,217ea,2240R mal, 109, 131,167, 189,219 deAsclêçio, 182
Kempis,Thomas,48n. 173 Mallçouth,236
mandala, fig. 8-8
thcnaa, 101
Kerényl, C., lS2en ciistAos da Encainaçäo Divina,
Khvim.RubaiyatdeOnW,94
I

Mandan, 102 121-123


khan, 182; vertambérnchemia Maneros, 79 &Dioth, 79-80
King, Edward, 209 maniqueus/maniqueísmo, 65, 123 egIpcios da vida após a morte,
Kinoumenon, 203 Manu, 102 150-152
Kirk, G. S., 209n Maomé, 145 gnósticos cia eacarnaçáo, 123
kuhid, 103;verta?nbémChUmbO Maria, Virgem. 123, 149, figs. 4-6, 4- gregos,86
Kunz, G. F., 127 9, 5-5, 5-7 doheidi, 168
Marolles, M. de, fig. 1-3 referentes a animais ver ANI-
Marselha, Taröde, figs. 7-4, 7. 10 MAIS
lamentaçäo, 217 Marte, 23. 152 referentes a dildvios, 86-90, 102
lâminas añadas. 205, 207, fig. 7-2; ver martelai, significado e simbolismo do, Mitra, 53, 133, 146
tambérn Logos.CortadoT ¡42 mitrafsmo, rito taurobéleo do, 57,92
landshut, Mair de, fig. 6-15 masculino, o princfpio, 39. 68 146
Lao Tsé, 95 mater, I 1 3; ver tambbn matéria moagem. simbolismo da, 142
kl_, 232 matéria, 31, 113, 122, 143 Moist, 145, fig. 7-il
&vli&c, 49n e alquimia, 21 Molt e KhMT, lenda mugulmana de,
phiiosophorwn, 49n; ver também aterniaçáo da, 140 77fl
Pedía Filosofal C forma, 30
189
Láquesis, 118 ornaI, ill Moreau,G.,fig.4-5
ltho primeira. 29-30; ver morte, 51, III. 114, 119-121,
ecalcinatio, 38-39 ma-matetia 146-147, 165-166, 172,
ecoagislatlo, 111, 113 sepançaoda,doespfrito,217 179-182, 185-18g, 194, 214,
enwniflatio. 168-169, 173, 18Ö sofrimentoda, 165 217-218, 228, 230. figs. 6-4,
Lear, Rei, 189-191 fransfotmaçáo cta. 30 6-5, 6-7, 6-ii, 6-14
Itukosts, 165 viva, 132 de Deus, 1%-197
libcrdade, fig. 4-7 materialidade, princfpio da, 122 interior, 98
libido, 38, 95, 108, 184, 203, 216
formas infantis da, 169
Mathers, S. L. MacGregor, 23m
Mead, G. R. S., 54n
ILùúä Jgsobre cadáveres
179e.., I80-i8icn,
Medéia, 57
,

liquefacilo, 95 185-186, 187-188


lobo, 38, 39, 42, fig. 2-1 medo, 176 renascimento
como antimônlo, 39 Metistófetes, Espirito de, 103 no t,aüsmo, 77-78
-crianças,114 meio-termo,213 -nomitrafamo, 146
Logos, 32, 53, 204, 207 mel, 108- 109, 133, 228 visáo plat6nica de, 187ea,
Divino, 121 Melchor, 42n 204en
Logos-Cortador, 204, 205, 215 Mônades, 79, 84 e sepannic, o5-207
Longftllow,Henry Wadsworth, 162 fltfltaJiS unio 183, 187-188 39, 54, 7j, 109, 111, t65,
loucura, 189, 191 Mercúrio, 23, 103,113,152,168 197, 217, 227,228,231
lus, 23, 79, 93, 113, 142, 169. mercúrio (azougue), 23, 68, 103, 140, ageatede, 176
180-181, 225, 227, fig. 4-6; 227 e o companheiro/parceiro intc-
ver também Luna Mercurius, 205, 215, fig. 5-5 ñor, 192
como aqua minfica, 93 Mesaque, 43 conjunto cristlo de imageas da,
Luciano, 47 Mesalas, 175, ¡93 173, 177-178, 188, 192-196
Lúcifer, 197; ver também Diabo/dia- metais, 23, 30, 39; ver também fornes definida 165-166
bo(s), Satanás individuals como derrotae fracasso, 189
Lucrécio,239en econiunctio, 227 distintadapusrefactio, 174-176
Luna, 68n, 7m, 113, 233-234, figs. 6- dissoluçáodos, 173 eimageas
3, 7-6, 8-4, 8-5; ver rwnbém "lepra dos", 192
Lua nobrezados,95 -dodragáo,169,171-172
Luxúria, 75, 228-230; ver twnbétn Prossa11nto quiSco dos, 68, -dom, 177-178, 189-190
concupiscência, desejo/desejo - da puf-efank,, 174-176
incontrolável purificaçáo dos, 50-51 - slink da, 172
como agente dasolutio, 7475 traasmutaçäo dos, 96 calci doe opostos, 194
Lycidas, 209 Metathra. 59 e morte/ funeral, 178-181, 185-
Meydenbach, J., fig. 6-7 188
Michelangelo. S6en e negiume/nigredo / negro, 166-
Maat, 222 Michelspacher, Steffan,frontpkio 167, 176, 183-1M, 190

267
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e o número quarenta, 176 Onians, R. B., 118n fragmentaçAo da, 32
e a psicologia de sacrificio, opostos integraçflo da, via calcinado, 49
194-196 combinaçâo de, 97, 98, 230-233, e a relaçäo pacicnte.tenpeuta,
e a psique coletiva, 197 239 96-97
ea pureza/inocência, 173 lei dos, 167 solidificaçâo da, 103
coSi-mesmo, 193-194 pares de, 72, 79, 203,221 personalizaçao
simbolismo passagem pelos/percepçäo dos, dearquétipos. 116
- da cabeçalcrânio, 182-185, 161 secundária, 115-116
189 separaçâo de, 202-203, 205, 211, peru, 174
- do rei, 169-170, 181. 197, 214,219,221,224 p/wed.,, 187
figs. 6-4, 6-5 opus, 24-29, 40, 67, 90-91, 98, 161, philosophorum, 71
ea sombra, 167 165, 168, 172, 176, 187, 216, phos, 203
visâodcRiplcyda, 171 225, 227, 231, 235, 246, fron- physis, 176
morgas, O Ii vro tibetano dos, 105 tispIcio Pindar,Odesof, 118n
multiplicado, 242-243 Origenes, 48en, fig. 5-8 Pindaro, 118
múmia/mwnia, 180 orvalho, 93-94, fig. 3-16; ver twnbém Pindaro, Nanean Odes dc, 1 18a
Munch, Edvard, fig. 5-4 aqua sapientiae Pista, 86
muneiificatio, 224 Osiris, 79, 93, 151-152, 178,183-184, pitagóricos, 203
mundo, fim do, 48-50 186,189,222, fig. 5-8 PLANETAS
Mugidas, Units, 237,247 Otto, Walter, 79en, 82en Júpiter, 23, 152, 153
Murray, Gilbert, 189 ouro, 23, 28, 39, 68, 122, 136, 177, Marte, 23, 152, 153
Mysteriwn Coniun' only, 22, 105, 18v- 184-185, 189-190, 217, 225, Mercúrio, 23, 152, 153
188 227, 231, fig. 4-10 Saturno, 23, 31, 104, 108-109,
ovelhas, 155, 225 113, 152-153, 156, figs. 4-4,
Ovidio, 199en s-Il
Nabucodonosor, 43 ovo filosofal, fig. 7-2 Vénus, 23, 152, 153, 197; ver
Natura, DeRerwn, 239 também estrela da manliá, es-
natureza, 31, 68, 84, 182, 199, 207, trela da noite
213 pai devorador, fig. 2-3 fontes dc, 73
carte, 28 pais do mundo/primeiros pais, 200-201 visäo alquftnica dos, 23
eacalviva, 140 panza rhei, 89 Platio, lllen, Il8, 143, 187en, 204ta,
ca opus, 28 päo, 127, 129; ver também comida, 212, 217, 239
negro/negror/enegrecimento, 40, 42, imagens e simbolismo da platónicas, formas, 136
45, 127, 165, 174, 176, 182, Paracelso, Sin, lOSen, 143en, 167n, pleroma, 32, 221
fig. 6-8; ver também demónio, 180, 204, 214n p/ethos, 203
nigredo, fig. 4-IS Päris, 209, fig. 7-7 Plutarco, 79en, 82
como marco de mortificado, 166 participation mystique, 203, 207, 209, pnewna, 139; ver ttimbém espirito
eputrefactio, ¡74-176 218 pombos(as), 56, 139, fig. 5-3
como itferência à sombra, particulares, concretos, 97 Posidon, 86
167-168 pathos, 189 possessâo, 84, 105, 135
t simbolismo da cabeça na morti- Paulo apóstolo, 28, 45, 48, 78, 85, 90, potencialidade, para, 30
ficado, 182, 186, 189 105, III, 121, 172, 178, 188, pnta, 23, 51, 68, 227
eso/agio, 71-73 240, 242; ver tanibém 8f- pM-socráticos, fsldsofos, 29-30, 67,
negrume, portal do, 174 ELIA: NOVO TESTAMEN- 203; ver tumbón Anaxfmcaes,
nekyfa, 186 TO Anaxágoras, Anaximandro,
Némesis, fig. 4-8 paväo, cauda do, 165; ver também cau- Empédocles, Heráclito, pita-
neoplatonismo, 105 da pavonis góticos, Talcs
Nesso, 57 pavonis, cauda, 165; ver também cauda Priestley, J. B., 147, 149
Neuniann,Erich, 69n, ll5-116n do pavao prbna-ntateria, 29-35, 40, 67, 87, 91,
Nibelungos, Anel dos, 69 pecado/pecaminosidade, 48en, 90, 105, 97-98, 102, 136, 168, 172,
Nietzsche, Friedrich, 83-84, 85n 170 193, 194, 199,205,228,246,
nigredo, 45, 71, 165, 174, 176, pedra: ver Pedra Filosofal figs. l-3, I-4, 2-1, 2-6; ver
182-183, 189-190, 197, figs. Pedra Filosofal, 24, 26, 28-29, 4%, também primeira matéria
6-8; ver tambégn negro/ac- 87, 90-9!, 98, 121, 171, 172, primeira matéria, 30, 96, 117; ver tam-
gror/enegrecimento 177, 180-181, 186, 194, 216, bémprinia-mateda
Noé, dildvio de, 86, 89 231-232, 242, 246 Prisco, Tarquinio, 160
Norton, Ordinal of Alchemy, de Tho- peixe, 79, 230-23 1 proiectio, 242
mas, 25 pensamento (funçäo), 30, 205 projeçäo, 21,30, 165, 187,217, 221
Norton, Thomas, 25 Pentecostes, 55, fig. 2-10 Prometeu, It1,figs. 4.5,5-5
Nous: ver Logos Penteu, 79 psicanálise
nwninosum, 99, 142 peras, 203 emornficatio, 187
Nut, 201-203, fig. 7-3 peratas, 90 eso/ada, 80
pefluon, 203 e sublimaçáo, 136
Perpétua, Santa, 155-156 psicológico, empirismo, 161
Oates, W. J., 6m, 118n persona, 119 psicose, 29
ódio, 110 personalidade, 30-3k, 161,171, 244 psicoterapia, 21-22,30
oito, significaçoes do número, 90 dacriança, 114 ealquimia, 21,26
O'Neill, Eugene, 6ln, 118n dissoluçäo da, 39 e calcinado, 61-62

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r
)nians,It.B., 118n fragmentaçaoda,32 ecircuiatio, 161
postos întegraçäoda,viacalth,agio,49 ecoagulatio, 106, 114, 116
coxnbinaçáo dc, 97, 98, 230-233, e a relaçäo paciente-terapeuta, e coniuncuo, 232
239 96-97
I

etimologia da palavra, 22
lei dos, 167 soliditicaçäo da, 103 e #norhfratio, 168- 169, 180
pares de, 72, 79, 203, 221 pemonalizaçao emultiplicaS, 243
passagem pelos/percepçäo dos, de arquétipos, 116 e aprfrna-mazeria, 32,68
161 secundAria, 115-116 profunda, 22
separação de, 202-203, 205, 211, PeruS 174 eseparatio, 202-204
214, 219, 221, 224
I

phaedo, 187 esoiusio, 67-68,76,96


'pus, 24-29, 40, 67, 90-91, 98, 161, philosophorwn,71 esubiònaS, 158-160
165, 168, 172, 176, 187, 216, I pitos, 203 psique
225, 227, 231, 235, 246, fron- physis, 176 adulta, 40
tispício I Pindar,Odesof, 118n arquetípica, 43-44, 59, 63, 103,
)rfgenes,48en,fig5-8 Píndaro, 118 161
,rvalho, 93-94, fig. 3- 16; VeT também I
Píndaro, Nemean Odes de, I 18n autónoma, 186
aqua sapienS.e I
Pin, 86 coletiva, 197
)sfris, 79, 93, 151-152, 178, 183-184, pitagóricos, 203 compreensao da, 21
186, 189, 222, fig. 5-8 PLANETAS
I

dissoluçáo da, 143-144


Dito, Walter, 79en, S2en Jdpiter, 23, 152, 153 thconsciente, 21
)uIo, 23, 28, 39, 68, 122, 136, 177, Marte, 23, 152, 153 individual, 28, 239
184-185, 189-190, 217, 225, Mercdrio, 23, 152, 153 ù,Undva, 168
227, 231, fig. 4-10 Saturno, 23, 31, 104, 108-109, eoMarVenneliio, 90-91
113, 152-153, 156, figs. 4-4,
i

veIhas, 155, 225 emor«ficaao, 182


5-11
!

)vldio, 199en I
objetiva, 24,115,117,244
'vo filosofal, fig. 7-2 Vônus, 23, 152, 153. 197; ver pessoal, 161
I
twnhém estrela da manhi, es- primordial, 170
trela da noite realidade da, 149, 1 86, 232
,ai devorador, fig. 2-3 fontes de, 73 segredo da, 27-28
'ais do niundo/primeiros pais, 200-20 1 visäo alquímica dos, 23 89
Platäo, II7en, 118, 143, 187en, 204en,
i

,a,uarhei, 89 transpessoai,centro da, 97


,áo, 127, 129; ver também comida, 212, 217, 239 Psycologyofrransference, 93
isnagens e simbolismo da pIatóthcs, formas, 136 puniçäo, fig. 4-5
'aracelso, 5th, lO8en, 143en, 16m, pleroma, 32, 221 concepçóes junguianas sobre a,
180,204,214n plethos,203 83
Plutarco, 79en, 82
'Ails, 209. fig. 7-7
arücipation PnysÑue, 203, 207, 209,
218
P'"" 139; vertambémespfrito
pombos(as), 56, 139, fig. 5-3
pelo fogo, 45-49
pureza, 173
purgatório, 45-47
,articulares,concretos,97 Posidon, 86 purificaçao, 187, 224-225, 231, fig. 3-
,athos, t89 possessâo, 84, 105, 135 16
Paulo apóstolo, 28, 45, 48, 78, 85, 90, potencialidade,pura, 30 pusrefactio, 111, 113, 165-166, 171,
105, 111, 121, 172, 178, 188, prata,23,51,68,227 174-176, 177; ver ta,nbém
240, 242; ver w.mbém B!- pró-socthücos, filósofos, 29-30, 67, putrefaçao/apodrecimento
BLIA: NOVO TESTAMEN- 203; ver tambénz Anaxfmenes, putrefaçaolapoarecimento, 96, 167,
TO Anaxágoras, Anaximandro, 173; ver tanzbémputrefactio
pavâo, cauda do, I 65 ver tainhém cau-
;
Empédoclea, Heráclito, pita- quaren, significaçöes do número, 176
dapavonis góñcos, Tales quaternidade
,avonis, cauda, 165; ver também cauda Priestley, J. B., 147, 149 arquétipo da, 205
dopaväo pthna-materia, 29-35, 40, 67, 87, 91, dupla, 127
pecado/pecaninosidade, 48en,90, 105, 97-98, 102, 136, 168, 172,
170 193, 194, 199, 205, 228, 246,
pedra: verPedra Filosofal figs. 1-3, 1-4, 2-t, 2-6; ver Ra, 150-151
Pedra Filosofal, 24, 26, 28-29, 49n, também primeira matéria Rackham, Arthur, fig. 3-1
87, 90-91, 98, 121, 171, 172, primeira niattria, 30, 96,117; verta,n- Rafael,oanjo, 230
177, 180-181, 186, 194, 216, ¿án prina-rnateria Rahner, Hugo, 90n, 93n
23 1-232, 242, 246 Prisco, Tarqufnio, 160 rainiia
peixe, 79, 230-23 1 proiectio, 242 e putrefaçâo, 182
pensamento (função), 30,205 projeçáo, 21, 30,165,187,217,221 eso/sitio, 71. 94, figs. 3-2, 3-16
Pentecostes, 55, fig. 2-10 Prometcu, 111, figs. 45, 55 Raven, J. E., 20%
Penteu, 79 p8ianáiise mzão, 26, 143, 152, 182
peras, 203 e monzflcatio, 187 Divina. 54
peratas eso/alio, 80 Read, Joim, 23n, 39en, 67n, 182n,
203 C sublimaçâc, 136 22%, 243n, 247n
Perp6tua, Santa, 155-156 psicológico,empirismo, 161 Rei/rei, 67, 72-73, 149, 173, 181, 189,
penona, 119 psicose, 29 210, fig. 7-7
personalidade, 30-31, 161,171, 244 psicoterapia, 21-22,30 ecalcinatio, 40. figs. 2-1, 2-14
da criança, 114 e alquimia, 21,26 e imagens de afogamento, 72-73,
dissoluçio da, 39 e calcùxasio, 61-62 fig. 3-3

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emortiftcazio, 168-171, 189,196, Sardes, Melito de, 92 207, 210, 213, 216, 231, 239
figs. 6-4, 6-5 Satanás, 59ii, 219; ver também Dia- 243
e solaS, 72-75, 94, figs. 3-2, 3- boidlabo(s), Lúcifer energiado, 48
3,3-16 Saturno, 23, 104, 108-lOO, 152, 153, eimagensdecomida, 129
transfixaçâo do, fig. 4-13 156, figs. 4-4, 5-1 1 latente, 76
Reino, Donzelasdo, fig. 3-1 dia do, 197 cOmo mulher que amassa o foga
Rembrandt, figs. 3-6, 4-9 fluiode,31 43-44n
Renoir, fig. 3-11 Scholem, Gershom, 153en e a opus, 25
Reusner, H., fig. 5-5 Schopenhauer, Arthur, 29, 143en como prefiguraçâo inconscient
revelaçâo, 145-146 secundaria, princIpio da personaliza- do ego, 133
rhhSna (recheios), 140 çáo, 116 comoprodutodarnoniflcudo, 184
Rilke, 142n Sefirah/Sefirot, 153 projeçäo do, 76
Ripley, Sir George, 40n, 62,202,215 gementes e plantio, 177-179, 180, figs.
Ripley, Visâo de George, 171-172 em relaçáo com o ego, 236
6-9,6-10 eseparazio,217,22l
ritos e rituals, 96; ver fam/ihn batismo Senior, 59ii e solario, 77,97,99
envolvendo cera, 133 sensaçáo (fiiaçao), 30, 205 e simbolismo do diamante, 127
funerarios, 186 sentimento simbolizado pelo entalhe da cru
de individuaçâo, 129 funçao, 31, 205 cifixáo, 132
mitraistas, de iniciaçäo, 146 dominio do, 95 transpessoal, 106
referentes separatio, 40, 54, 139, 199-225, 231 Simias, 189
à morte, 189; ao número oito, sepulcrorwn, odor, 175 Sinésio, hispo, 83
89; da Santa Comunit, 129; ser, trés nfveis do, 39 5/cotos, 203
asubidaedescida, 146 sereias/ninfas da água, 73-74, fig. 3-5 sofrimento, 165, 194-195
Roethke, Theodore, 190- 19m corvo, 182, 193 Sol, 23, 67en, 71, 92-93, 113, 152
Rohde, Erwin, 52en ovelhas,155,224 169.170, 173, 176, 180,225
rosa celeste, fig. 8-6 pombos, 56, 139 227, 233-234, figs. 6-3, 7-6
Rosariwn Philosophorwn, 71, 93, 172, salamandra, 1 Il, fig. 2'6 8-4, 8-5; ver twnbbn sol, H
181, fig. 3-16 serpente/vlbora,flgs.4-12,4-13, ho
Rosino, 31 5-10
rotundwn, 183
diado, 197
serpente/víbora, 228, figs. 4-12, 4-13, c,1idificáo, lOin
rubedo, 165; ver tainbém verme- 5-10
Iho/vermelhidjo SolMitra, 146
Sete sermôes aos mottas, de Jung, 219 5o/j Corpus, 177; ver tambhnoum
Ruinad, Martin, 95n, lOin, 103n, Seth, 151
172, 174, 2lSen, 232en sexualidade,40, 80 so/ui/o, 37; 38, 50, 67-69, lOi, Ilí
135, 228, fig. 3-15
Shakespeare, William, 132n, 140-143, abençoath,69-71
t72-173en, i83-185n, 187, agentesda,75
sabedoria 189-191, 229-230, 241-242
arquetípica, 207,209 e afogamento, 72-73, 76, fi8
Shekinah,235
divina, 93, 177 3-14
sacramentos, 129; ver fa,nbém Eucaris-
Shelley, Percy Bysshe, 209
Shiva, fig. 2- 1 I acomo aivo tiasoju,jo, 97-98
tía Shu, 201, 203, fig. 7-13 como algo que leva ao Simesne
sacrifIcio, 194,219 Sibila/Sibylline Oracles, 49, 5 1 97,99
pela combustäo, 57 sfmboloalsimbolismo; ver tan,bém itens superiores e inferiore
vítimado, 173 individuals da, 97
Sadraque, 43 base química da, 68
alquímicos, 21-22, 34
sal, 61 e batismo, 78, 89-91
de animals: verANIMAIS
salamandra, 117, fig. 2-6 da cabeça, I 82 definida, 67,75
Salmos do enxofre, 104- 1 05 descida no inconsciente, 68-69
n9 8,216 do fogo, 38 e desenvolvimento do ego, 69
n922, 175 do incesto, 68 73, 76-78
n9 63, 98 do leáo, 39 iJiothsíca, 77-85
a9 66,51 Livio de Jó como descriçao sim- efeito dúplice da, 71
n969,87,fig.3-l3 bélica da th.atio, como fragmentaçao e desnem
n9 80, 127 do lobo, Th bramento, 79
n9 104, 52 mortuários, 185-186 imagem da, 71
Salomao, 210-211 do número oito, 90 imagens da, no Antigo Testa
Salomé, fig. 6-13 dos planetas como metais, 23-24 mento, 74,98
salvaçäo, 165 do purgatório. 45-47 imagcns crisths da, 85,89-92,98
e so/uS, 89-90 dasepamtio,212-213 e imagens do Mar Vennelho, 90
sangue, 57, 174, 195, 228 do Si-mesmo, 31 9i,fig. 3-14
e batismo, 90 e imagens do ventre, 68
daro/tajo, 77
173 e incesto urobérico, 69
enwrnjicatio, dasububnagio, 135
como nsbedo, 165 daterrabranca, 121-123 no interior de um grupo, 76
Sansáo, 110 da transformaçâo, 34 79-80
santos: ver nones individuals da transtaçâo para a etemidade, liquefacao, 95
Sapientia Dei, 231 146-156 e mitos ou imagens de dilúvio
sapo, 171-173 Si-mesmo, 31, 43-44, 90, 99, 122, 86-91
Sara, 230,247 140, 180, 188, 189-190, 191, emornficatio,7i-73
- epsicanáiise,79,96-97
e psicoterapia, 76
PDF 270
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Sardes, Melito de, 92 207, 210, 213, 216, 231, 239, receita alquímica da, 68
Satank, 59n, 219; ver tanzbém Dia- 243 e reduflo da prima-materia,
bo/diabo(s), Lúcifer energia do, 48 67-68,97
Saturno, 23, 104, 108-109, 152, 153. e imagetis de comida, 129 e salvaçâo, 89-90
156, figs. 4-4, 5-11 latente, 76 sete principals aspectos da, 96
diado, 197 Como mulher que amassa o logo, e simbolismo/equivalentes sim-
fitho dc, 31 43-44n bdlicos da, 77-78,96
Scholem, Gershom, 153en e aopus, 25 simbolismo da lun, 93
Schopenhauer, Arthur, 29, 143en como prefiguraçao inconsciente e simbolismo do orvaiho, 95, fig.
secundAria, principio da personalna- doego, 133 3-16
çäo, 116 conio produto da momflcatio, 180 e simbolismo do rei, 72-73, figs.
Sefuah/Sefirot, 153 projeçâo do, 76 3-2, 3.3, 3-16
sementes e planuo, 177.179, 180, figs. em relaçâo com o ego, 236 conio soluçAo de problemas,
6-9, 6-10 esepatatio, 217, 221 94-95
Senior, 5% esoh4tio, 77,97,99 ventre como símbolo da, 67-68
scnsaçao (funçäo), 30,205 e simbolismo do diamante, 127 sombra,32,42,92, 110411,167,231
sentimento simbolizado pelo entaihe da cru- sonhos, classificaçäo de acordo com
funçâo, 31, 205 cifixao, 132 operaçAo alquímica
domfnio do, 95 transpessoal, 106 contendo imageas da CaIciJWdO,
sepamtin,40,54, 139, ¡99-225,231 Simias, 189 43
sepuicrorum, odor, 175 Sinésio, hispo, 83 -e fogo, 43, 56
ser, tr6s nf veis do, 39 skotos, 203 contando imagens de coagulaS,
sereiasjninfas da água, 73-74, fig. 3-S sofrimento, 165, 194-195 108-109, 116, 119, 131, 132
corvo, 182, 193 Sol, 23, 67en, 71, 92-93, 113, 152, -e corpos celestes, 106
ovelhas, 155,224 169-170, 173, 176, 180, 225, - corn imageas ligadas à colui-
pombos, 56, 139 227, 233-234, figs. 6-3, -6, da, 127, 129, 132
salamandra, 117, fig. 2-6
serpentelvlbora, figs. 4-12,4-13,
8-4, 8-5; ver também sol, Hé- - corn imageas ligadas no din-
110 mante, 124, 127
5-10 dia do, 197 -emorto, 119, 121
serpente/vlborn, 228, figs. 4-12, 4-13, solidificaçâo, 101n -eroupasoutecidos, 121
5-10 Sol Mitra, 146 contundo imageas da coniunczio,
SetesermôesaosmOrtos. de Jung, 219 So/is, Corpus, 177; ver também ouro 243
Seth, 151 solutlo, 37,38, 50, 67-69, 101, 116, contundo irnngens da momfi cario,
sexualidade, 40, 80 135, 228, fig. 3-15 188, 195
Shakespeare, William, 132n, 140-143, abençoada, 69-7 1 -eHades, 168
t72-173tn, 183-ißSn, 187,
189-191, 229-230, 241-242
agentes da, 75 - e morte/espirito dos mortes,
e afogamento, 72-73, 76, fig. ¡79
Shekinah, 235 3-14 coniendo imageas da separado,
Shelley, Percy Bysshe, 209 água como alvo da sobajo, 97-98
Shiva, fig. 2-il
207, 209
SIm, 201, 203, fig. 7-13
como algo que leva no Si-mesmo, -e láminas afindas, 205
97,99 contendo imagens de so/udo, 73-
Sibila/SibylIlne Oracles, 49,51 aspectos superiores e inferiores 75, 76, 80-81, 86, 87-89
símbolos/simbolismo; ver twnbém liens
Indi viduais
da, 97 -e crintividade, 82-83
base química da, 68 contando imagens de sub/inatlo
alquímicos. 21-22, 34
de animais: ver ANiMAIS
e batismo, 78, 89-91 - Com locals elevados ou esca-
definida, 67,75 das, 144, 145, 148-149, 155
dacabeça, 182 e deicida no inconsciente, 68-69 sonhos; ver tatnbérn sonhos. classifica-
doenxofre, 104-105 e desenvolvimento do ego, 69,
do logo, 38 çâo de acordo com operaçAo
do incesto, 68
73,76-78 alquímica, SONHOS. »ES-
dionisíaca, 77-85 CRIÇAO POR CONTEUDO
do leao, 39 el ei to dúplice da, 71
Livre de J6 como descnçâo sim- imngensdo, 118
como fragmentação e desmem- e movimento circular, 161
bólica da cakinaglo, 5% bramento, 79
do lobo, 3% pertinentes a planetas como me-
mortuários, 185-186 imagens da, 71 tals, 23; à pitia-materia,
do número olio, 90
imagens da, no AMigo Testa- 30-31; às operaçóes alquími-
dos planetas como metals, 23-24
mento, 74, 98 cas, 40
imagens cristAs da, 85,89-92,98 símbolos da so/iaio com, 77
do purgatório, 45-47
e imagens do Mar Vermelho, 90- vinculados com dilúvios, 87, 89-
dasepanztio, 212-213
91, fig. 3-14 90
do Si-mesmo, 31 e imagens do ventre, 68
dasoAttio, 77 SONHOS, ÇESCRIÇAO POR CON-
e incesto urobdrico, 69 TEUDO
dasublùnatio, 135 no interior de um grupo, 76,
da terra branca, 121-123 alogando-se, um sonhador faz
da tians formaçäo, 34
79-80 bastante esforço e é salvo por
da traoslaçlo para a eternidade,
e liquefactia, 95 Jung numaarcn deNoé, 88-89
146-156 e mitos ou imageas de dildvio, Agua jon da boca do analista do
86-91 sonhador, 98
Si-mesmo, 31, 43-44, 90, 99, 122, e,nomficasio, 71-73
140, 180, 18g, 189-190, 191,
aleijado, Jung faz urna brillante
e psicantlise, 79, 96-97 palestra, 189
e psicoterapia, 76

271
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amigo morto conta um sonho sala dc aula, durante stella matutina, 197
fluiDa festa cm que o sonbador
Ij

exposça em que hi re- Stolcius, figs. 4-2, 6-5


aS presente, 179 &s e pesca, 80-81 sublimaçao,58, 135-137
Arvore atingida por ralo causa
fertilidade no ambiente cg-
un
casa de praia, teoria freudiana da, 138
sub&natio, 38, 67, 101, 118, 136-163
enquanto mie teme pela segu-
cundante, 195 rançadosfilhos, 87-89 5-2
árvore cobre a terra representan- abandona flihos para seguir mo atenuaçäo da mat4ria, 140
do amor e individuaçâo, 148 141
árvore tnnsfonna geadas cm uma bela muiher que o chaina,
7374 ecirculatio, 160-161
uvas, 195 ¡'ai vestido corn roupas novas, definida, 135-136
assado fica tempo dennis no for- 121-122 distinguida da sublimaçâo ficu.
no, 119
.

saros são vistos de urna torre fla, 136


caindo do topo de um alto edit!- e etimologia da palavra, 135
10 seu ciclo de vida
cio em Manhattan, um bloco a medith que o tempo se ace- C imagens de aves, 138-139, 159
quaseatingeosonhador, 108 147-148 160
são carregadas velas que signifi-
l

de ovelhas se abraçam; iflIAgcns Cristas da, 155- 156,


camvidaemorte, 132-133 fl, montanha, 159-160, 161163, fig. 5-9
comida cozida e ingerida por so- 207-209 C imagens de moagem ou ii
sitiador 6 levada por homein. .l
mono, sujando o sonhador martelar, 142- 143
estranho vestido de negro. 173-174 imagens C simbolismo da, 135
127-128 piche negro cobretodos no Hades 136, 144-145, 159-161
corpo semeihante à tua explode. duranteorgiasexual, 167-168 perigoseabusoda, 145-146
atirando um fragmento no quatre quaara&s contendo dr- C procedimento de extraçáo, 140
apartamento do sonhador, 106, culos com as aütudea do so- 142
108 como pUflfiCÇäO, 143
,

nhador a respeito da feminili-


correate-dilúvio da humanidade i 16 significaçao psicológica da, 156
passa por um sonhador fasci- químicos reaiizam experiôncias I 61
nado, 88-89 mIma caverna subterrânea, en- e sublimaçäo, 136-138
cremaçáo leudo como produto fi- quanto amantes se dáo um e tones, escadas ou loeS altos.
nalourolfquido,40 abraçosexual,234 w' 156, 159-161
depois do jaMar 6 servida num morto corn urna espada; C translação pan a eternidade.
monast6rio uma sobremesa chamas e urna espada emanam 149-159
composta por "biscoitoe de jc, seu corpo, 40n substáncia, 71
esterno de nos", que causa do alquimista é desco- 'h cakinaslo, 61-M
desagndo so sonliador, 129
,

berto, 243-244 e cOQgUIZ2do, 132


diamante 6 dado a urna muflier th comunhao se trans- mineral, 31
grávida (a sonhadora) no me- recoaciliaçáo en- original: ver primeira inazóiia
ut, 127 Prima-materia
tre dois homens depois de estes
dragâo espera sob uma perigosa puriflcaçâo, 45,51,63
o vinho vennelho do
escath para capturar quem nela 85 transfonnaçâo da, 67
sobe, mas a soithadora (Santa nipai, 80-81 transformadora, 239
Perpétua) alcança o topo. 155- 41ve cortar um mapa, sujeito e objeto, sepaiaçâo entre, 203-
157 205 204
men elevador, soahador segue na soimaoor sote numa ascath e Suzana, 74, fig. 3-7
direçao do céu chelo de pavor.
,

e Impelido na direçáo do céu,


144
entalbe de cncifixâo usado em
refeiçäo ritual durante o qual o
jj
143-144
vjth é
hospital por garota com pás-
, Trib de Esmeralda de Hermes, 23, 28,
160, 162, 202,247,248
sonhador reflets acerca da In- ros na boca, 138-139 Tales, 29,67
gestäodemetais,131-132 tapeçaiia é descrita e estudada tantrismo,64
urna escada é removida, deixando detthmante por sonhador, Tao, 95
o sonhador preso nurna alta 119 terra
plataforma. 144 o término de um tapete representa alimentando o FiIiùs Phtop/w..
fllha se envolve CIII 50X0 1Pal a tedura da obra da alma da nun, fig. 4-I
indireto depois que a más deh
.

vida tie um pal, 119-120 branca (foliada), 122, 142, 225,


xaafesta.82-83
.

terreno de laina negra cerca so- c fig-4-10


flutuando no Éter Celestial, nhador cujos esforços ajudam natureza femmina da, 113
sonhador come o mundo en- a solidificar a lama e a liber- operaçáo, 38; ver tambôn con-
colhido, 144 tI-lo, 103 gulatlo
fogo e fumaça engolfam o sonha- urna torre a que es homens sobem
dor numa caverna subterrãnea,
separaçáo entre o céu e a, 202,
42-43 todo dia é vista oem relutkncia fig. 7-3
por sonhador, 144-145 como sinónimo de coagulado.
infância e aprima-materia, 30-31
:

visitantes tajando metal descem 101


mie é coberta por ardósia quente, do nr, 23 Testamento, Antigo; ver tambbn Bf-
40-42
.

vôosobre os Alpes, 146-147 BLIA


mean de jantar flamejante relem- Sophis, 176 C imagens de comida, 127
bra Pentecostes, 55-56 -mwt1jos logos, 54 metáforas metalúrgicas, 51
ondas se chocam contra a pIatta 'siPp/'sim83 esolutto, 74-75, fig. 3-12

PDF compression,
272 OCR, web optimization using a watermarked evaluation copy of CVISION PDFCompressor
I
de urna sala de aula, durante stella ,nawthia, 197 Testament9, Novo, 105; ver twnbém
urna exposiçâø em que hi re- Stolcius, figs. 4-2, 6-5 BIBLIA
des depesca, SO-Sl sublimaçâo. 58, 135-137 Ter, coluna, 152
ondas inundam urna casa de praia, teoriafreudianada, 138 teiragonon, 203
enquafltO mât tenie pela segu- subämatio, 38, 67, 101, 118, 136-163, thelu, 203
nnça dos rilhos, 87-89 fig. 5-2 theophany, 189
psi abandona lithos para seguir como atenuaçáo da matéria, 140- therapeuein, 22
urna bela mulher que o chaina, 141 Therapeuts, 22
73-74 ecirculatio, 160-161 tirrenos, 189
psi vestido corn roupas novas, definida, 135-136 thysia, 58
121-122 distinguida da sublimaçáo freu- Ticiano,figs. 3-8, 3-10
pissaros são vistos dc urna torre diana, 136 Timaeus, 128, 204
passando pelo sen ciclo de vida e etimologia da palavra, 135 Tintoretto, fig. 3-7
à medida que o tempo se ace- e imagens de aves, 138-139, 159- Tintura/tintura, 90, 96, 97, 231,244
lera, 147-148 160 doTiro, 90
pastoms de ovcthas se abraçam; imagens crisS da, 155-156, Tipheret, 236
um sobe urna montanha, 159-160, 161-163, fig. 5-9 Titas, 79, 1 lO
207-209 e imageas de moagem ou de Tobias, 230-231
peru 6 moflo. sujando o sonhador martelar, 142-143 Tomé, Abs de, 123
de sangue. 173-174 imageas e simbolismo da, 135- Tomé, Evangel/mo de, 53, 207
piche negro cobre todos no Hades 136,144-145,159-161 torre, imageas da, 145, fig. 5-12
durante orgia sexual, 167-168 parigot e abuso da, 145-146 lragédia/dramatrágico, 189
qualm quadrados contendo dr- e procedimento de extraçäo, 140, Traini, Afresco de Francesco, fig. 6-2
culos corn as atitudes do so- 142 transfer6ncia, 76, 108, 231
nhador a respeito da feminili- como purificaçäo, 143 transformaçáo, 30-31
dade. 116 significaçào psicológica da, 156- da mnatéria, 30
químicos realizarn experiências 161 símbolos da, 34
nwna caverna subterrânea, en- e sublimaçâo, 136-138 Trieste, Anialário de, 133
quanto amantes se dio um e torres, escadas ou locals altos, Trismegistus, Hermes, 247 248
144,156,159-161
,

abraco sexual, 234 Trismosin, Solomon, figs. 2-4,3-3,5-


rei 6 morto com urna espada; e translaçio para a eternidade, 3
chamas e urna espada emanam 149- 159 Tristáo e Isolda, 69, 172
do sau corpo, 40n substincia, 71 Turba Philosophai-un, 101, 103, 231-
o segredo do alquimista 6 desco- dacajcinado,61-64 232
berto, 243-244 e coagulado, 132 Twelve Keys, as de Basil Valentine, 38
serviço da coniunhio se flans- mineraI, 31 Tyson, Carrol, fig. 3-11
forma nurna ieconciliaçâo en- original: ver primeira matétia,
e dois homens depois de estes prima-materia
beberem o vinho verrnelho do purificaçâo, 45,51,63 universals, 97
serviç o, 85 transformaçân da, 67 universal, solvente, 98
sexo gripal, SO-SI transformadora, 239 Upanishads, 102
o sonhador deve cortar urn rnapa, sujeito c objeto, separaçäo entre, 203- Uriel, 215
205 204 urobpros, 161; ver tanmbém Dragäo/
o sonhador sobe numa escada e Suzana, 74, fig. 3-7 dragäo(öes)
6 impelido na direçâo do céu,
143-144
sonhadora grávida 6 visita8a no Talma de Esmeralda de Hernies, 23,28, Valentine, Basi!, 38,45
hospital por garota corn pás- 160,162,202,247,248 Van Eyck, Hubert, fig. 7-12
saros naboca, 138-139 Tales, 29,67 vanLobenSels,Robin, I2ln
tapeçaria é descrita e estudada tantrismo, 64 Vano, 82
detalbadamente por sonhador, Tao, 95 Vaughn,Henry, 131n, 152-lS3en
119 terra Vênus,23, 152, 153, 197
o tirniino de um tapete representa alimentando o Fikus Philosopho- fontes de, 73
a tecedura da obra da alma da ruin, fig. 4-1 verme, 175-176, 180
vidadeurnpai, 119-120 branca (foliada), 122, 142, 225, cauda do pavao, 165; verta,nbém
terreno de lama negra cerca so- fig. 4-10 cauda pavonis
nhador cajos eslorços ajudarn natUreZa femmina da, 113 lobo, 38, 39, 42, fig. 2-I
e. solidificar a lama e a liber- operaçâo, 38; ver twnhém cou- peru, 174
ti-to, 103 gula Zio sapo, 171-173
urna torre a que os homens sobem separaçAo entre o céu e a, 202, uroboros, 161
todo dia é vista corn relutância fig. 7-3 verinellia, pedra, 227
por sonhador. 144-145 como sinónimo de coagulado, Vermelbo, imageas do Mar, 90, 91,
visitantes trajando metal descem 101 fig. 3-14
do ar, 23 Testamento, Antigo; ver também BI- verrnetho/verrnelhidâo, 90, 165, 171;
vöo sobre os Alpes. 146-147 BLIA ver tambénm ru bedo
Sophia, 176 e imageas de comida, 127 vida, árvore da, 54
sp'nnatikos, logos, 54 metáforas metalúrgicas, 51 Vida, Elixir da, 29
spfrüusphantasticus, 83 e solado, 74-75, fig. 3-12 v(inanam, 102

273
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Villa Nova, Amoldo de, 31 Waterhouse,John William, fig. 3-5
virtude(s), 213 Weyden, Van der, fig. 7-14
como requisitos para a opus.25 White, Lawrence Grant, 21 in
viúvalvidvo/órfio, simbolismo da(o), Whitmont, Edward, 12m
218 Wickes, Frances, 40n
viva, cal, 37en, 43 Wilhelm, Richard, 95e,., lii, 145,.,
von Franz, Marie-Louise, 156n, 200en, 175n, 244n
224en, 231 Lela também
Voragine, Jacobus de, 6m
xamâs/xamanismo, 43, 146 Yerkes, Rayden Keith, 58n
Yochai, SimIo ben, 236, 238
Yorick, 185
Wagner, Richard, 6%, fig. 3-1 COLEÇAO i
Waite, A. E., 25n, 26n, 3m, 37n, 38n, JUNGUIAÑA Pl
45n, 52n, 54n, 62n, 7m, Zagreu, 83
81-82, 95n, 97n, lOin, 175n, Zeus, 110,234,243
193n, 204n, 22%, 232n, 234n, Zimmer, Heinrich, lO2n Darj'l Sharp
figs. 1-1,6-1,6-10 Zohar, 54, 236 ENSATOS DE SOBREVI
Zósimo, 28, 194
TIPOS DE PERSONALI

Deldon Anne Mclieely


-
TOCAR Terapia do C

Edward F Edinger
ACRIAÇAODACONS1
O ARQUETIPO CRIST)

James A. Hall
JUNG E A INTERPRET
A EXPERIENCIA JUNE

JohnP. Dourley
AMOR, CELIBATO E C

Laurie Layton Schapini


O COMPLEXO DE CAS

Marie-Louise Von Thinz


ADIVINHAÇAO E SIN(
ALQUIMIA
O SIGNIFICADO P51CC
NOS CONTOS DE FA

Mario Jacoby
O ENCONTRO ANALII

Marion Woodinan
A CORUJA ERA FILH)
Nervosa e o Femininc

Nathan Schwartz-Salant
NARCISISMO E TRAN

PDF 274
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I'

ìterhousc, John William, fig. 3-5


yden, Van der, fig. 7-14
lite, Lawrence Grant, 21 In
liunont, Edward, 121
ekes, Frances, 40n
LIheim, Richard, 95en, Ill, 145 n,
175n,244n Leía tam bérn
rkes, Rayden Keith, 58n
chai, Simáo ben, 236, 238
irick, 185
COLEÇAO ESTUDOS DE PSICOLOGIA
JUNGUIAÑA POR ANALISTAS JUNGUIANOS
LCU, 83
us, 110, 234, 243
mmer, Heinrich, 102n Davy! Shwp
diar, 54, 236 ENSAIOS DE SOBREVIVENCIA
isimo, 28, 194
TIPOS DE PERSONALIDADE

Deldon Anne McNeely


-
TOCAR Terapia do Corpo e Psicologia Profunda

Edward F. Edinger
A CRIAÇAO DA CONSCIENCIA
O ARQUETIPO CRISTAO

James A. Hall
JUNG E A INTERPRETAÇAO DOS SONHOS
A EXPERIÚNCIA JUNGUIANA

John P. Dow-ley
AMOR, CELIBATO E CASAMENTO INTERIOR

Laurie Layton Schapira


O COMPLEXO DE CASSANDRA

Marie-Louise Von Thznz


ADIVINHAÇAO E SINCRONICIDADE
ALQUIMIA
O SIGNIFICAIXJ PSICOLÓGICO DOS MOTIVOS DE REDENÇAO
NOS CONTOS DE FADAS

Mario Jacoby
O ENCONTRO ANALItICO

Marion Woodman
A CORUJA ERA FILHA DO PADEIRO - Obesidade, Anorexia
Nervosa e o Feminino Reprimido

Nathan Schwartz-Sa!ant
NARCISISMO E TRANSFORMAÇAO DO CARATER

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MESTRES DA MODERN IDADE
M
ARTAUD*
Martin Esslin
AS IDEIAS DE ADORNO*
Martin Jay
AS IDÉIAS DE BARTHES*
Jonathan Cuiter
AS InflAS DE MARCUSE
A lasdair Macf ntyre

AS IDEIAS DE MARX
David McLellan
AS IDÊIAS DE MCLUHAN
DE
AS IDEIAS DE BERTRAND
Jonathan Miller Barban
RUSSELL* AS InflAS DE MELANIE
A.J.Ayer KLEIN*
Este lino ¿ de leitu
Hanno Segal
AS InflAS DE CHOMSKY cura OU que. tra baIh
John Lyons AS IDÊIAS DE NIETZSCHE tine/am compreende
AS mÊlAS DE DARWIN* J. P. Stern
Wilma George AS IDflAS DE PIAGET*
Corn a clareza de estilo de
AS InflAS DE DURKHEIM Margaret A. Boden
Anthony Giddens
pessoa que se dedica à cura, coi
AS IDÉIAS DE POPPER* 5000 clientes e estudantes, Bart
AS IDEIAS DE EINSTEIN* Bryan Magee
Jeremy Bernstein sobre o campo energético do horn
AS IDÉIAS DE PROUST Este livro se dirige aos qu
AS IDÉIAS DE ENGELS Roger Shattuck
David McLeIIan processos físicos e emocionais, i
AS IDÉIAS DE REICH Concentra-se na arte de curar por
AS InflAS DE FREUD* Charles Rycrof t
Richard Wolheim Segundo a autora, nosso cc
AS IDEIAS DE SARTRE PIO, um campo de energia humi
AS IDEIAS DE GANDHI
George Woodcock Arthur C. Vanto riëncia da realidade, inclusive a s
AS IDÊIAS DE SAUSSURE o poder de curar a nOs mesmos.
AS IDÉIAS DE GRAMSCI
James Joli Jonathan Caller Esse corpo energético
sando, mas que há multo é do cc
- p
AS IDEIAS DE }{EIDEGGER* AS IDÊIAS DE TROTSKY
George Steiner Irving Howe inicial de qualquer doença. Nele
çöes, nas quais podemos localizai
AS mÊlAS DE JUNG AS InflAS DE WEBER*
Anthony Storr e emocionais.
Donald MacRae
O tiabaiho de Barban Ann
AS InflAS DE KEYNES AS ¡DEjAS DE WITFGENSTEIN*
D. E. Moggridge campo da energia humana e desc
David Pears
em que ele se relaciona corn as fui
AS IDÉIAS DE LAING
KAFKA * Este livro, recomendado a I
Edgar Friedenberg Erich Heller
da vida nos níveis físicos e meta
AS mÊlAS DE LEVISTRAUSS*
LE CORBUSIER* ser explorado corn vistas ao dei
Edmund Leach Ste phen Gardiner
AS InflAS DE LUKACS Mobs de Luz é urna inspii
George Lichtheiin *
CO-EDIÇAO COM A EDUSP verdadeira esséncia da natureza
dominio fascinante, repleto de ma

EDITC
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1

RN IDA D E
[V'IJtlIII S
IBrARCUSE
11I:I:1E1
ELkS DE MARX
2V1d McLelian
ÊIASDEMCLUHAN
Barban Ann Brennan
ELks DE MELANIE
,1N*
Este livio é de teitura obrigatória para todos os que pretendem dedicar-se à
2nnaSegal cura ou que trabaiham na drea da saúde. É urna inspiraçJo para todos os que
desefam compreender a verdadeira essencia da natureza humana.
ELkS DE NIETZSCHE
P. Stern ELISABETH KUBLER-R 055

ETAS DE PIAGET
Corn a clareza de estilo de urna doutora em medicina e a compaixab de urna
rgaret A. Boden
pessoa que se dedica à cura, corn quinze anos de prática profissional
observando
ETAS DE POPPER* 5000 clientes e estudantes, Barbara Ann Brennan apresenta este estudo profundo
lan Magee sobre o campo energético do honiern.
ETAS DE PROUST . Este livro se didge aos que estho procurando a autocompreensao dos seus
9get Shattuck processos físicos e emocionais, que extrapotam a estrtstura da medicina clássica.
ETAS DE RETCH Concentra.se na arte de curar por meios físicos e metafísicos.
ar1es kycroft Segundo a autora, nosso corpo fisico existe dentro de um "corpo" mais am-
E D SARTRE pio, urn campo de energia humana ou aura, através do qual criamos nossa expe-
rthurC. flauto riéncia da realidade, inclusive a saúde e a doença. É através desse campo que ternos
o poder de curar a nOs rnesmos.
ETAS DE SAUSSURE
'nathan Culler
Esse corpo energético - pelo quai a ciéncia só ultimamente vem se interes-
ETAS DE TROTSKY
sando, mas que há muito é do conhecimento de curadores e místicos é o ponto -
inicial de qualquer doença. Nele ocorrem as nossas mais fortes e profundas intera-
vingllowe
çöes, nas quais podernos localizar o inicio e o Vim de nossos distúrbios
psicológicos
EIAS DE WEBER e emocionais.
onald MacRae
o trabaiho de Barbara Ann Brennan é único porque liga a psicodinamica ao
ÊTAS DE WTT1GENSTEJN* campo da energia humana e descreve as variaçöes do campo de energia na medida
8vid Pears
em que ele se retaciona corn as funçes da personalidade -

M Este Tivro, recomendado a todos aqueles que se eniocionam corn o fenomeno


ich Heller da vida nos niveis físicos e metafísicos, oferece um materiaT riquissimo que
pode
)RBUSTER* ser explorado corn vistas ao desenvolvirnento da personalidade como
ephen Gardiner
um todo.
Milos de Luz é urna inspiraçäo para todos os que desejam compreender
a
verdadeira essência da natureza humana. Lendo-o, voce estará ingressando num
:DIçAo 00M A EDUSP
dominio fascinante, repleto de rnaravilhas.

EDITORA PENSAMENTO
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&AIiIDOQIA
HISTORIA DA

INCOMUM Erich Neumann, C(


esta obra urna interpret
FRITJOF CAPRA psicologia e a mitologia
individual passa pelos m
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vimento que marcaram
um todo. Esses estágios
-t-.- Uroboros -a serpente
gios intermediarios sifo
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Cativo e da Transforma
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1

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modo, ele chega a conc
mais importantes a que
assentou os conceitos d
pessoas s5o täo desconc
SOBRE O AUTOR e sobre ela erigiu uma
ricas do pensamento enc
Fritjof Capra recebeu seu Doutorado da Universidade de Viena e
tern realizado pesquisas sobre física de alta energia em varias universi-
dades americanas e européias. Alem de seus vários artigos sobre pesquisa
técnica, tem escrito e lecionado extensivamente sobre as implicaçôes
De Erich Neumani
filosóficas da ciência moderna.
o autor de O Tao da Física e de O Ponto de Mutaçao e funda- Psiqué - unid interprei
dor do Instituto Elmwood (P.O. Box 5805, Berkeley, CA 94705),
uma organizaçao internacional dedicada a ensinamentos sobre novas
visôes ecológicas e sua aplicaçäo nos problemas sociais, económicos e
ambientais da atualidade.

EDITORA CULTRIX
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1;Ii
HISTORIA DA ORIGEM DA CONSCIENCIA
)
Erich Neumann

U Irs/I
.

Erich Neumann, conhecido analista junguiano, realiza corn


esta obra urna interpretaç5o criativa e original da relaçäo entre a
tA psicologia e a rnitologia. De acordo corn sua tese, a consciéncia
individual passa pelos rnesrnos estágios arquetípicos de desenvol-
virnento que marcaram a história da consciência humana corno
um todo. Esses estágios começarn e terminam corn o símbolo do
-
*

Uroboros a serpente que devora a prOpria cauda. Os está-


gios intermediários são projetados nos mitos universais da Cria-
ção do Mundo, da Grande Mae, da Separaçäo dos Pais Terrenos,
do Nascimento do Herói, da Morte do Dragäo, da Libertaçäo do
Cativo e da Transformaçffo e Deificaçäo do Herói. O herói, do
começo ao firn dessa seqüência, é a consciência do ego em evo-
lu çäo.
No prefacio que fez para esta obra, Jung escreve: "[Neu-
rnann] foi bem sucedido na elaboraçáo de urna historia única da
- consciéncia e, ao rnesrno tempo, na representaçao do conjunto
dos mitos corno a fenomenologia dessa mesma evoluçäo. Desse
rnodo, ele chega a conclusoes e a descobertas que estão entre as
mais importantes a que se pode chegar nesse campo. O autor
-
. .

assentou os conceitos da psicologia analítica que para muitas


-
pessoas são tao desconcertantes em uma base evolutiva firme,
e sobre ela erigiu uma ampia estrutura, na quai as formas empí-
ricas do pensamento encontram o seu devido lugar."
Ja Universidade de Viena e
energia em varias universi- * * *
rários artigos sobre pesquisa
nente sobre as implicaçôes De Erich Neumann, a Editora Cultrix já publicou Amor e
Ponto de MutaçJo e funda-
Psiqué - urnd interpretaçffo psicológica do conto de Apuldio.
05, Berkeley, CA 94705),
ensinamentos sobre novas
Lemas sociais, econôrnicos e

ax EDITORA CULTRIX
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ADIvINIIAçA0 E SINCRONICIDADE
Marie-Louise von Franz

ALQUIMIA
Marie-Louise von Franz

O ENCONTRO ANALItICO
Mario Jacobi

ENSAIOS DE SOBREVIVENCIA - Anatomia


de Urna Crise da Meia-Idade
Dewy! Sharp

NARCISISMO E TRANSFORMAÇAO DO
i
CARATER
/ J
Nathan S. Sa/ant
Ici
(1<3/ A EXPERIENCIA JUNGUIANA
f
O
JO u. TOCAR - Terapia do Corpo e Psicologia
O Profunda
De/don Anne McNee/y

* Co-ediçao corn a EDUSP

laçâo Peça catálogo gratuito à


ndes Pimentel EDITORA CULTRIX
Rua Dr. Mirlo Vicente, 374 -Fane: 272-1399
04270- São Paulo, SP
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ANATOMIA DA PSIQUE

Edward F. Edinger

Dando continuidade aos estudos alquímicos de Jung,


Edward F. Edinger procura, neste livro, lançar luz sobre deter-
minados modos ou categorias experimentais do processo de in-
dividuaçao, manifestos no simbolismo alquímico.
o autor no apresenta urna construço teórica nem urna
especulaçao filosófica, mas urna organizaçäo de fatos psíqui-
cos corn base no método de Jung.
Esses fatos formam urna anatomia da psique, que consti-
tui, ao mesmo tempo, urna embriologia, tendo em vista que li-
darnos corn um processo de desenvolvimento ede transforma-
cao. Tendo-se como certos, da parte do leitor, urna familiari-
dade corn o simbolismo arquetípico e um autoconhecimento
obtido através de urna análise pessoal, o objetivo do aUtor é
elaborar urna anatomia da psique que exiba a mesma objetivi-
dade da anatomia do corpo.
* * *

De Edward Edinger a Editora Cultrix já publicou A cria ção


da consciência, Ego e arquétipo e O arquétipo cristâo.

EDITORA CULTRIX

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