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A importância de projetos

que promovem a diversidade


na escola na era das

bolhas sociais

Em uma época em que os jovens são cada vez mais impactados


por algoritmos e tendem a se “fechar” em suas bolhas sociais,
trabalhar a diversidade e a pluralidade no ambiente de
aprendizagem é fundamental.

O conceito de diversidade
É importante ter em mente que a diversidade é um conceito amplo. No dicionário,
classifica-se como um substantivo feminino que é “característica ou estado do que
é diverso, diferente, diversificado; não semelhante”; “reunião do que contém vários
e distintos aspectos, características ou tipos; pluralidade”; “conjunto diverso,
múltiplo, composto por variadas coisas ou pessoas; multiplicidade”. 

No texto Para conviver com a diversidade, Catarina Iavelberg, assessora


psicoeducacional especializada em Psicologia da Educação, fala sobre a
importância da diversidade na educação e sobre a construção social do termo.

“ Ao longo da vida escolar, os alunos se deparam com todo tipo de


diferença: de gênero, raça, valores, religião, expressão da sexualidade,
ritmos de aprendizagem, configurações familiares etc. Diante dessa
realidade, nós, educadores, pregamos o discurso da tolerância e do
respeito. No entanto, nem nos perguntamos sobre a origem das atitudes
discriminatórias. 

A diversidade é uma construção social. Isso significa que as distinções


não existem em si mesmas. Elas são sempre produto da cultura. Ao
definirmos pessoas ou atitudes como estranhas, estamos comparando-
as a parâmetros previamente estabelecidos.
FONTE

E é nesse contexto que a escola entra como um dos atores capazes de influenciar a
sociedade, provocando e incentivando o questionamento acerca da origem dos
padrões, sejam eles sociais, políticos, econômicos ou culturais.

Como promover a diversidade 01 02


com Educação Empreendedora
Educação

A Educação Empreendedora pode ser uma


ferramenta valiosa para trabalhar projetos que Empreendedora

trazem a importância da diversidade. Isso pode


acontecer a partir do diálogo das disciplinas de
forma transversal, e também por meio de
e diversidade
metodologias e projetos que promovem a
pluralidade. Confira quatro exemplos: 04 03

01 Saladeaulainvertida
Como você sabe, a sala de aula invertida é uma metodologia
ativa que “inverte” a ordem do fluxo de aprendizagem: o
estudante é quem faz o primeiro contato com o conteúdo, em
sala de aula ou em casa, e leva suas conclusões e dúvidas para
serem debatidas com os colegas e professores em outra aula,
aprofundando-se no tema. 

Essa prática permite que os alunos possam pesquisar


previamente os temas, o que garante uma pluralidade muito
maior de olhares e descobertas para a abordagem dos
conteúdos trabalhados e materializa, assim, a diversidade de
perspectivas em uma sala de aula. 

É possível, por exemplo, propor a metodologia para o estudo da


formação do povo brasileiro e as raízes da diversidade cultural do
país — estudando sobre os povos originários, a matriz africana, o
processo de colonização e a influência dos portugueses.

02 Feiras de cultura
As feiras culturais podem ser um ótimo espaço para trabalhar
diferentes competências empreendedoras e, inclusive, levar para
a prática a aprendizagem do tópico anterior, por exemplo. 

Uma feira de cultura sobre as raízes da diversidade cultural no


Brasil pode envolver os estudantes na apresentação de danças,
ritmos musicais, pratos típicos, painéis informativos sobre língua
e religião e por aí vai. Um bom caminho pode ser dividir a turma
em três grupos, em que cada um vai explorar as manifestações
dos três grandes e principais grupos étnicos — os europeus, os
indígenas e os africanos. 

A depender da faixa etária, os estudantes podem ser os


responsáveis também pela organização da feira — desde a
reserva dos espaços e dos materiais necessários até a
comunicação do convite, por exemplo.

03 Gamificação
No contexto da diversidade, além de trabalhar com jogos que já
existem, é possível propor que os estudantes coloquem a mão
na massa. Por que não sugerir a eles, por exemplo, que criem um
jogo de tabuleiro em que são abordados marcos históricos da
diversidade ou temas afins?

Uma ótima inspiração é o Jogo da Lei 10.639, criado pelo Porvir e


pela Piraporiando, a partir da lei que estabeleceu a
obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira.
Conforme definição do site, o conteúdo é formado por um
tabuleiro e cartas que podem ser impressas nas escolas; o
tabuleiro apresenta a história ilustrada em quadrinhos de um
professor que deseja realizar um trabalho para implementar a
Lei 10.639 e algumas situações que acontecem dentro de sua
escola. As cartas, por sua vez, trazem questionamentos
disparadores de debates entre os participantes do jogo.

04 Rotação por estação


Fazer os estudantes vivenciarem situações e aspectos ligados à
diversidade pode ser uma estratégia de promover reflexão sobre
o tema. Cada estação pode abarcar um aspecto relacionado à
temática da diversidade ou, ainda, um tema macro (religião,
cultura, inclusão) e suas nuances. 

Para os alunos mais velhos, vale propor uma atividade dupla:


cada grupo fica responsável por pensar e elaborar uma estação
e, depois, apreciar a estação dos alunos, em momento separado
para a rotação.

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